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Estatuto do Desarmamento RESUMO

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LEI 10.826/2003 - ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Principais mudanças ocorridas em 2019:
a) Dispensa de obrigação de comprovar a efetiva necessidade para compra e posse de arma; 
b) Ampliação do conceito de residência (que foi sanado pelo art. 5, § 5º), passando a considerar toda a extensão do imóvel rural; 
c) Tratamento privilegiado aos caçadores, atiradores e colecionadores de armas (CAC): os caçadores podem possuir até 30 armas, os atiradores, até 60 armas, sem qualquer intervenção ou controle do Poder Público;
d) Autorização para que menores, de 14 a 18 anos, pratiquem tiro sem necessidade de autorização ou controle.
Posse de arma de fogo → Consiste em manter a arma intra muros, no interior de residência ou local de trabalho.
Porte de arma de fogo → É extra muros, isso é, fora da residência ou local de trabalho. 
Obs. Apesar da lei explicitar que a residência compreende também o local de trabalho, só quem pode levar a arma para o local de trabalho é o responsável/gerente/administrador máximo desse local de trabalho. 
Aquisição de arma de fogo
Requisitos:
a) Comprovação de idoneidade, de ocupação lícita, de capacidade técnica e de aptidão psicológica.
b) Idade de 25 anos completos, salvo os integrantes das Forças Armadas.
c) Os guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes; 
d) Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; 
e) Os integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria- -Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário; 
f) Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais (policiais penais), os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias; os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal (Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal) e os da Força Nacional de Segurança Pública. 
PORTE DE ARMA DE FOGO
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: 
I – Os integrantes das Forças Armadas; 
II – Os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); 
III – Os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; 
IV – Os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; 
V – Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; 
VI – Os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; 
VII – Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias; 
VIII – As empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei; 
IX – Para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
X – Integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário; 
XI – Os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP. 
Obs. Na legislação própria há os casos do juiz e do promotor de justiça.
Guardas Municipais
STF. ADI 5948. Suspendeu os efeitos de trecho do Estatuto do Desarmamento que proíbe o porte de arma para integrantes das guardas municipais de municípios com menos de 50 mil hab e permite o porte nos municípios que têm entre 50 mil e 500 mil habitantes apenas quando em serviço. Princípio da isonomia e razoabilidade. É preciso conceder idêntica possibilidade de porte de arma a todos os integrantes das guardas civis, em face da efetiva participação na segurança pública e na existência de similitude nos índices de mortes violentas nos diversos municípios.
CASSAÇÃO E SUSPENSÃO DO PORTE DE ARMA DE FOGO
a) Suspensão: Não comunicação imediata de mudança de domicílio. Não comunicação de extravio, furto ou roubo da arma de fogo. 
b) Cassação: Conduzir a arma ostensivamente (salvo em serviço), em situação de embriaguez, em situação de substâncias químicas ou se estiver respondendo por inquérito policial ou processo por crime doloso, salvo nas causas de exclusão de ilicitude (estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal). 
Lei estadual pode outorgar direito de porte aos seus servidores? 
Não, pois se trata de competência exclusiva da União (Art. 21, VI, e Art. 22, I, da CF): É competência exclusiva (indelegável) da União autorizar e fiscalizar a produção e comércio bélico e legislar sobre Direito Civil, Comercial, Penal etc. 
BEM JURÍDICO TUTELADO
É a segurança pública e a páz pública.
- Crimes vagos de APPI
FIANÇA E LIBERDADE PRÓVISÓRIA
ADI n. 3.112 declarou a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14, 15 e 21 da Lei n. 10.826/2003.
Todos os delitos cabem liberdade provisória.
Todos os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, com exceção do crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido (artigo 16), tráfico internacional e comércio de armas, admitem a fiança, ou seja, não são inafiançáveis. 
O Pacote Anticrimes transformou três crimes do Estatuto do Desarmamento em crimes hediondos: (i) porte ou posse ilegal de arma de fogo de uso proibido;
(ii) o comércio ilegal de arma de fogo;
(iii) o tráfico internacional de arma de fogo.
CRIMES
Os crimes do Estatuto do Desarmamento são crimes de perigo abstrato.
COMPETÊNCIA
Em regra, da Justiça Estadual.
Exceções, Será competência da Justiça Federal quando se tratar de disparos de arma de fogo de funcionário federal em razão de suas funções, de tráfico internacional de arma de fogo, de crimes previstos na Lei de Armas ou de crimes em conexão.
A Lei n. 13.491 de 2017 estabelece que será competência da Justiça Militar quando se tratar de crimes praticados por militares durante o exercício da sua função, ainda que não previstos no Código Penal Militar.
NORMA PENAL EM BRANCO
O Estatuto do Desarmamento trata de uma norma penal em branco na qual se fazem necessárias as seguintes definições: 
a) Arma de Fogo: Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solitária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil (Decreto n. 3.665/2000). A arma de fogo é classificada em: 
a.1) De Uso Permitido: Arma cuja a utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem como às pessoas jurídicas, de acordo com as normas do Exército. 
a.2) De Uso Restrito: Arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algumas instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Exército. 
a.3) De Uso Proibido: São as armas que não se encaixam no conceito de arma de fogo de uso permitido nem no conceito de arma de fogo de uso restrito. São os grandes armamentos utilizados no cenário de guerra, de alto calibre ealto poder de destruição. 
b) Acessório: Engenho primário ou secundário que suplementa um artigo principal para possibilitar ou melhorar o seu emprego. Exemplo: ampliador. 
c) Munição: Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais. 
d) Arma Branca: Por exclusão, é aquela que não é arma de fogo. A arma branca se divide em: arma própria, que é aquela produzida com a finalidade específica de ataque e defesa (punhal, lança, espada etc.) e arma imprópria, que é produzida sem a finalidade específica de ataque ou defesa, mas pode ser utilizada para tais fins (faca, martelo, machado etc.).
E a arma de fogo caseira? Essa arma deverá ser analisada por uma perícia para que seja testada a compatibilidade dela com algum calibre. Logo, na situação de flagrante de arma de fogo caseira, aplica-se a norma mais favorável para o réu. 
DOS CRIMES 
Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido
 Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. 
Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido 
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
(...) 
Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
(...) 
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
- STJ Info 572 : Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo ( art. 12 ) a conduta do agente que mantém sob guarda arma de fogo de uso permitido com registro vencido
- STJ Info 671:  Tal entendimento, todavia,  não se aplica ao crime de porte ilegal de arma de fogo (art. 14), muito menos ao delito de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16), cujas elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa. 
Residência → É a casa habitada pelo agente, abrangendo também as dependências da residência, como a garagem, o quintal etc. Não precisa ser o domicílio, que tem o conceito mais amplo juridicamente.
Obs. Manter arma de fogo na casa de terceiro incide em crime de posse ilegal de arma de fogo.
Obs. A doutrina aceita o gerente e o diretor como responsáveis pela empresa. 
Obs. Jurisprudência. Vendedor ambulante. Não se enquadra nos casos em que são permitidos que o agente leve a sua arma de fogo para o local de trabalho, pois não possuem um local fixo de trabalho. O local de trabalho deve ser um ambiente compartimentado, fechado e restrito. 
No mesmo sentido, veículo utilizado profissionalmente, como táxi ou boleia de caminhão, não pode ser considerado local de trabalho para tipificar a conduta de posse de arma de fogo. O transporte de arma de fogo no interior do veículo configura o delito de porte (art. 14) e não de posse (art. 16).
Info. n. 496 do STJ O veículo utilizado profissionalmente não pode ser considerado “local de trabalho” para tipificar a conduta como posse de arma de fogo. 
O STF dispõe que a arma de fogo desmuniciada vale para a configuração de crime de porte ou posse de arma de fogo (RHC n. 90.197/DF. STF); 
A arma de fogo defeituosa ou munição inapta deve ser analisada primeiramente por uma perícia; se for constatado que a arma é completamente inapta e defeituosa, não pode-se configurar o crime de porte ou posse de arma de fogo (pois se trata de um crime impossível decorrente de uma absoluta impropriedade do objeto); 
Obs. Essa impropriedade deve ser absoluta, pois se ela for relativa, a arma de fogo pode disparar e oferecer risco ao bem jurídico tutelado, configurando, portanto, crime 
A arma de fogo obsoleta (a munição ou os elementos não são mais produzidos ou o modelo é muito antigo) não é apta para configurar crime de porte ou posse, pois ela não tem uso, servindo meramente como objeto de colecionador e de relíquia; 
A arma de fogo desmontada é apta para configurar crime de porte ou posse; 
A arma de fogo de brinquedo não é apta para configurar crime de porte ou posse (apesar de ser útil para a configuração dos crimes de assalto e roubo, mas ela não serve como qualificadora para aumentar a pena desses crimes). 
A arma de pressão por ação de gás comprimido ou ação de mola não se enquadra no conceito de arma de fogo, mas pode configurar o crime de contrabando, pois é um produto cujo uso é controlado e de proibição relativa (por isso é importante sempre manter por perto os documentos referentes a tal arma para se resguardar). Existem determinados requisitos que devem ser atendidos para que uma pessoa possa adquirir esse tipo de arma. 
O princípio da insignificância pode ser aplicado dentro de algum crime do Estatuto do Desarmamento? Não, ainda que se trate de porte ou posse de uma única munição (entendimento majoritário). Todavia, há uma corrente minoritária que discorda, baseando-se em algumas decisões do STF e do CNJ, que entenderam que caberia a aplicação do princípio da insignificância em alguns casos de porte ou posse de munição. O primeiro caso relativo a isso foi o de uma pessoa que utilizava uma munição como pingente em seu colar (STF HC 154.390/SC STJ RESP 1735871/AM). 
Quais os desdobramentos da apresentação e da não apresentação de uma arma de fogo? É necessária e obrigatória a perícia? 
Regra geral → Se uma arma de fogo for apresentada e apreendida, deverá passar por uma perícia.
Caso não tenha sido apreendida, deve haver a realização do exame de corpo de delito indireto, mediante testemunhas. Se a arma era de brinquedo ou inapta, é ônus da defesa provar isso. 
Renato Brasileiro Entende que a testemunha deve ter visto a arma ser disparada. Porém, é um entendimento minoritário. Basta que a testemunha tenha visto a arma.
Concurso de Crimes
a) Posse ou porte de mais de uma arma em um único contexto: Haverá um crime único. Exemplos: uma pessoa com 12 armas de fogos em seu carro responderá por um único crime de porte de arma de fogo; uma pessoa com 12 armas de fogos em sua residência responderá por um único crime de posse de arma de fogo.
b) Posse e porte de armas de fogo: Haverá concurso de crimes. Exemplo: uma pessoa que está na rua com uma arma e na sua casa tem outra, responderá por concurso de crimes. 
c) Receptação de arma de fogo que sabe ser produto de crime: Responderá pelo crime de porte e de receptação. Exemplo: uma pessoa que porta uma arma que foi roubada ou furtada de um policial responderá pelo crime de porte e de receptação. 
d) Porte ilegal de arma de fogo e roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo: Se a pessoa só recebeu a arma na ocasião da prática do crime de roubo, não tendo nenhum contato anterior, ela responderá apenas pelo crime de roubo. Se a pessoa já tinha essa arma anteriormente ao roubo, ela responderá pelo crime de porte de arma de fogo e de roubo circunstanciado (com a causa de aumento da arma de fogo). Não há bis in idem. 
e) Porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa armada: Se os contextos fáticos forem diferenciados, haverá concurso material de crime. Não há bis in idem. 
f) Posse ou porte de arma de fogo e homicídio: Se a pessoa só recebeu a arma na ocasião da prática do crime de homicídio, não tendo nenhum contato anterior, ela responderá apenas pelo crimede homicídio. Se a pessoa já tinha essa arma anteriormente ao homicídio, ela responderá pelo crime de porte de arma de fogo e de homicídio. Não há bis in idem. 
Obs.!!!!
Ao estabelecer prazo para a regularização dos registros pelos proprietários e possuidores de armas de fogo, o Estatuto do Desarmamento criou situação peculiar e temporária de atipicidade das condutas de posse de arma de fogo de uso permitido. 
Omissão de Cautela
É o único Crime culposo e omissivo próprio.
Omissão de Cautela 
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade. 
        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
- Menor de 18 anos
- Deficiente mental
Obs. Síndrome de down não se enquadra. Nem pessoa inexperiente.
Decreto-Lei n. 3.688 de 1941 
Lei das Contravenções Penais (CLP) 
Art. 19. (…)
 § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição: 
(...) 
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha consigo; 
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.
E se o menor de 18 ou deficiente mental se apoderar de uma arma de fogo em virtude da desídia (falta de cautela) do proprietário e com ela efetuar um disparo contra si próprio? 
A posição majoritária dispõe que o autor não responde somente pelo artigo 13, mas também por homicídio culposo. 
Obs.. Se uma pessoa tem uma arma guardada dentro de algum local seguro, como um cofre, e mesmo assim o menor de dezoito ou deficiente consegue pegar a arma, essa pessoa não será responsabilizada, pois não há previsibilidade objetiva do resultado. 
Art. 13
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. 
- Crime doloso e omissivo próprio.
- SA → proprietário ou representante legal.
Dupla obrigação: registrar a ocorrência policial e comunicar à Polícia Federal.
Crime a prazo → 24 horas, contado a partir do momento em que o agente tiver ciência da perda, furto, roubo ou extravio da arma de fogo, acessório ou munição.
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Tipo misto alternativo
Uma pessoa possui uma arma de fogo ilegal de uso permitido. Ela cava uma cova em seu quintal e enterra ela lá. Haverá o crime de porte ou posse de arma de fogo de uso permitido? 
Uma doutrina majoritária entende que o verbo “ocultar” só está previsto no artigo 14 (porte ilegal). Portanto, nesse caso, haveria o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. 
Portaria n. 28 do COLOG: Atiradores têm direito de portar uma única arma de fogo municiada nos locais de guarda do acervo até o local de treinamento. 
Obs. Um sujeito que porta arma de fogo porque está ameaçado de morte está cometendo o delito de porte, pois falta o requisito da agressão atual ou iminente, exigido pelo art. 25 do CP.
Obs. O policial aposentado não tem direito ao porte de arma, cometendo crime caso o possua. 
DISPARO DE ARMA DE FOGO
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime. 
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Obs. via rural não é via pública.
Obs. Se o disparo for feito em uma fazenda habitada, então incide este delito.
Se o local não for habitado, então o fato será atípico, pois a segurança pública não corre perigo.
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
        Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
        Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
        I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
        II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
        III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
        IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
        V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
        VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.       (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Obs. O pacote anticrime aumentou todas as penas.
Obs. , as armas de fogo com a numeração raspada são absolutamente armas de fogo de uso restrito, independentemente se são de calibre de uso permitido. 
a) artefato explosivo: granada, bomba caseira, dinamite ou morteiro. 
b) artefato incendiário: apto a provocar um incêndio. 
Ex. Coquetel molotov.
Obs. O porte ou a posse de arma de fogo de uso proibido virou uma qualificadora do art. 16.
Obs. A posse ou porte de arma de fogo de uso proibido passou a ser crime hediondo.
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.     (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.    (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
- Crime hediondo;
- A pena foi aumentada pelo pacote anticrime
Renato Brasileiro de Lima e o entendimento da doutrina majoritária é que não é necessário que esse crime de comércio seja habitual, ele é, na verdade, um crime instantâneo — não é crime habitual. 
No §2º está presente a figura do agenteinfiltrado.
Três situações podem ocorrer: 
a) Presente o elemento da conduta criminal preexistente, a venda ou a entrega ao agente policial disfarçado ensejará o flagrante; 
b) Ausente o elemento de conduta criminal preexistente, mas o criminoso prontamente entrega a arma pedida pelo policial disfarçado, só será viável o flagrante nas modalidades de ter um depósito, transportar, ou ocultar e a tipificação ficará no art. 17 caput; Essas condutas são permanentes enquanto durar o transporte e a ocultação. 
c) Ausente o elemento de conduta criminal preexistente, o agente policial disfarçado solicita arma ao comerciante e este vai buscá-la em outra localidade, a prisão em flagrante será considerada, inevitavelmente, ilegal, nos termos da Súmula n. 145 do STF.
Aqui se terá um flagrante preparado e um crime impossível. 
Tráfico Internacional de Arma de Fogo
  Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
- Também é crime hediondo.
- Delito de internacionalidade.
- Competência. Justiça Federal.
- Não se enquadra quando for arma de brinquedo, simulacro ou réplicas.
Obs. o art. 26 do Estatuto do Desarmamento veda a fabricação, venda, comércialização e importação de tais produtos, podendo, assim configurar o delito de contrabando.
Causa de Aumento de Pena + ½
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito. 
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:     (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
A questão versa sobre o Decreto 9847/2019, que regulamenta a Lei 10.826/03 - Estatuto do Desarmamento.
É pedida a correta relação das colunas, vejamos.
( III ) – A definição de arma de fogo portátil está prevista no art. 2º, VIII, do Decreto 9847/2019: “Art. 2º (...) VIII - arma de fogo portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportada por uma pessoa, tais como fuzil, carabina e espingarda”.
( II ) – A definição de arma de fogo de porte está prevista no art. 2º, VII, do Decreto 9847/2019: “Art. 2º (...) VII - arma de fogo de porte - as armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser disparadas pelo atirador com apenas uma de suas mãos, a exemplo de pistolas, revólveres e garruchas”.
( I ) – A definição de arma de fogo de uso proibido está prevista no art. 2º, III, do Decreto 9847/2019: “Art. 2º (...) III - arma de fogo de uso proibido: a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos”.
ARMA DE FOGO OBSOLETA = As armas de fogo que não se prestam ao uso efetivo em caráter permanente, em razão de: sua munição e seus elementos de munição não serem mais produzidos; ou sua produção ou seu modelo ser muito antigo e fora de uso, caracterizada como relíquia ou peça de coleção inerte. 
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O Comando do Exército manterá o registro de proprietários de armas de fogo de competência do Sigma.
SIGMA- Comando do exército
SINARM- Polícia federal
art. 242 do ECA:
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: (...)
Assim, é importante perceber que o ECA não dispõe “arma de fogo”, mas somente “arma”. Logo, entende-se que o dispositivo se refere a arma branca. Caso o agente ofereça arma de fogo, então responderá nos termos do Estatuto do Desarmamento. Em se tratando de acessório ou munição, prevalece o que está previsto no Estatuto do Desarmamento.
O servidor público alfandegário que facilita a entrada de armas no território nacional responderá pelo crime do Estatuto do Desarmamento, previsto no Art. 18 da Lei 10.826/03 – Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente.

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