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DESCRIÇÃO Conceituação de tópicos relacionados à aquisição, ao processamento e ao gerenciamento de dados georreferenciados. PROPÓSITO Compreender os conceitos teóricos e práticos relacionados à Geomática para a análise espacial exigida dos futuros profissionais das áreas de Geologia, Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos papel e caneta. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os principais conceitos de Geomática e os aspectos relacionados à modelagem da forma da Terra MÓDULO 2 Reconhecer os conceitos, as tecnologias e os produtos relacionados a Sistemas de Informações Geográficas (SIG) MÓDULO 3 Reconhecer os conceitos, as tecnologias e os produtos relacionados ao Sensoriamento Remoto GEOMÁTICA MÓDULO 1 Identificar os principais conceitos de Geomática e os aspectos relacionados à modelagem da forma da Terra Geomática e suas subdivisões Neste módulo, vamos apresentar as disciplinas abrangidas pela Geomática e seus respectivos objetos de estudo, explicando sucintamente como se relacionam. Também serão apresentadas abordagens sobre a forma e as dimensões da Terra, destacando os referenciais adotados no Brasil. CONCEITOS DE GEOMÁTICA Imagem: Shutterstock.com Existem três possíveis origens para o termo “Geomática”. Conheça cada um deles a seguir: ORIGEM 1 ORIGEM 2 ORIGEM 3 Uma das origens do termo (geos: Terra, matics: informática) foi atribuída à Universidade de Laval, no Canadá, no início da década de 1980, quando a computação eletrônica se mostrava promissora para o processamento de dados de levantamentos geodésicos. Outra versão da origem remete ao início do ano de 1975, na França, onde o termo era empregado para se referir ao processo de automação da produção de mapas. Ainda uma terceira vertente defende que “Geomática” veio da fusão dos termos Geodésia e Geoinformática, no final dos anos 1960. Fato é que a vertente da origem canadense se consolidou e é a mais aceita. A Geomática tem uma abordagem sistêmica, multidisciplinar e integrada que visa selecionar equipamentos e métodos apropriados para coletar, analisar, exibir e gerenciar dados relacionados a objetos e fenômenos referenciados à Terra (ou georreferenciados), disponibilizados em formato digital. SAIBA MAIS O conjunto de tecnologias destinadas à coleta e ao tratamento de dados georreferenciados recebe o nome de geoprocessamento. A base conceitual necessária para compreender e aplicar os métodos da Geomática envolve diferentes disciplinas como: CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO Para especificar e implementar as estruturas de dados e os algoritmos de processamento de dados de fontes heterogêneas, assim como gerar visualizações gráficas de mapas, gráficos e tabelas a partir das análises dos dados georreferenciados. GEODÉSIA Para determinar a forma e as dimensões da Terra, empregando modelos geométricos (por exemplo, o elipsoide de revolução e a esfera) e físicos (por exemplo, o geoide e o esferoide). A topografia é uma parte da Geodésia que visa determinar a posição e a forma de detalhes da superfície terrestre empregando medidas obtidas diretamente sobre o terreno. CARTOGRAFIA Para representar a posição e a forma de objetos e fenômenos georreferenciados de forma numérica ou gráfica, respeitando regras preestabelecidas (por exemplo, convenções, projeções e comunicabilidade do mapa). SENSORIAMENTO REMOTO E FOTOGRAMETRIA Para determinar a posição e a forma de detalhes sobre a superfície terrestre a partir do processamento de sinais registrados em sensores orbitais (a bordo de satélites) ou em sensores aerotransportados (a bordo de aviões). SISTEMAS DE POSICIONAMENTO POR SATÉLITE Para determinar a localização acurada e precisa de objetos e fenômenos em relação à superfície terrestre a partir do processamento de sinais emitidos por um conjunto de satélites artificiais em órbita ao redor do planeta. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) Conjunto de equipamentos, programas e métodos destinados à coleta, ao processamento, à exibição e ao gerenciamento de dados georreferenciados, com o objetivo de fornecer informações para finalidades específicas. Outras áreas do conhecimento estão implícitas nas disciplinas elencadas, a saber: Astronomia, Física, Matemática, Computação Gráfica, Psicologia etc. FORMA E DIMENSÕES DA TERRA Imagem: Shutterstock.com Quando se fala em dados georreferenciados no contexto da Geomática e das disciplinas correlacionadas, é necessário conhecer os modelos e referenciais que embasam a determinação inequívoca das coordenadas de um objeto ou fenômeno. MODELAR A FORMA DA TERRA É UMA TAREFA DIFÍCIL, POIS A SUPERFÍCIE TERRESTRE ESTÁ EM CONSTANTE ALTERAÇÃO, POR CAUSAS NATURAIS OU POR INFLUÊNCIA HUMANA. No contexto da modelagem geométrica, Pitágoras introduziu o conceito da Terra esférica em 528 a.C., que foi aprimorado posteriormente. Primeiro, a esfera teve seus polos achatados (devido à gravidade e à rotação terrestre), até que fosse adotado o elipsoide de revolução como a figura geométrica que melhor representa a superfície terrestre. Imagem: Haroldo Antonio Marques. Elipsoide de revolução. Os parâmetros que definem o elipsoide são o centro, o semieixo maior e o fator de achatamento. SAIBA MAIS Cada país pode definir os parâmetros para um elipsoide que melhor se ajuste à sua área, uma vez que as curvaturas no elipsoide não são constantes. Entretanto, aplicações globais como os sistemas de posicionamento por satélite requerem um modelo que abranja toda a superfície terrestre. AS COORDENADAS RELACIONADAS AO ELIPSOIDE SÃO: Imagem: Shutterstock.com LATITUDE Ângulo que a reta normal ao elipsoide, que passa pelo local, faz com o eixo polar, variando entre 90° norte e 90° sul. Devido ao achatamento terrestre, a reta normal ao elipsoide geralmente não passa pela origem dos eixos. Imagem: Shutterstock.com LONGITUDE Ângulo que o meridiano, que passa pelo local, faz com o meridiano de Greenwich, variando de 180° leste a 180° oeste. Imagem: Shutterstock.com ALTURA GEOMÉTRICA Distância entre o local e a superfície do elipsoide, medida sobre a reta normal que passa pelo local. Entre os elipsoides empregados no contexto da Engenharia Civil, destaca-se o Elipsoide do Sistema Geodésico de Referência de 1980 (Geodetic Reference System 1980 – GRS80), adotado como referência para o sistema de coordenadas oficial brasileiro, SIRGAS 2000, com semieixo maior a = 6.378.137m e achatamento f = 1/298,257222101. O SISTEMA DE REFERÊNCIA GEOCÊNTRICO PARA AS AMÉRICAS, SIRGAS 2000, SUBSTITUIU O SOUTH AMERICAN DATUM 1969, SAD-69, DESDE 2005, DE MODO QUE MUITAS CARTAS TOPOGRÁFICAS MAIS ANTIGAS AINDA APARECEM REPRESENTADAS NESSE SISTEMA DE COORDENADAS. O ELIPSOIDE ADOTADO PELO SAD-69 É O UGGI 67 (RECOMENDADO PELA UNIÃO GEODÉSICA E GEOFÍSICA INTERNACIONAL EM 1967), COM SEMIEIXO MAIOR A = 6.378.160M E ACHATAMENTO F = 1/298,25. A ordem de grandeza do achatamento indicado nos elipsoides citados significa que, para cada 300 metros de semieixo maior, o semieixo menor mede 299 metros aproximadamente. Em consequência, as curvaturas na superfície do elipsoide não serão uniformes como são na esfera, as seções perpendiculares ao eixo de rotação são circulares, enquanto as demais são elípticas. EXEMPLO Uma implicação prática do efeito do achatamento do elipsoide consiste no cálculo das direções medidas entre dois pontos sobre sua superfície. Se a superfície de referência fosse o plano, a distância entre os dois pontos seria o comprimento do segmento de reta que os une. Se a superfície fosse esférica, a mesma distância seria o comprimento do menor arco que passa pelos dois pontos. Quando o elipsoide é a superfície de referência, a distância será o comprimento do menor arco da elipse que contenha as retas normais que passam pelos pontos. Sendo assim, o ângulo que esse arco faz com cada meridiano varia conforme muda a latitude. Considerando a modelagem física, a superfíciede referência é definida pelo potencial gravitacional, sempre perpendicular à direção da gravidade em cada ponto. Neste contexto, destaca-se o geoide, superfície equipotencial da gravidade terrestre que coincide com a superfície hipotética do nível médio dos mares, sem influência de ventos e marés, prolongado sob os continentes. Imagem: Wikipedia - Domínio Público Gauss, em 1828, caracterizou o geoide como a “figura física da Terra”, ou seja, um modelo físico da forma da Terra, baseado nas variações do campo gravitacional terrestre. O geoide é a superfície de referência para a medição de altitudes, razão pela qual ouvimos dizer que uma cidade está a 1.000 metros acima do nível do mar. Cabe ressaltar que nenhum dos modelos correspondem à superfície física da Terra (ou topográfica), sobre a qual são realizadas as medições de ângulos e distâncias. Da mesma forma, o geoide não coincide com o nível do mar. Um Sistema Geodésico de Referência materializa sobre a superfície topográfica pontos cujas coordenadas são medidas em relação às outras superfícies de referência. Nesses pontos são implantados marcos geodésicos. Imagem: IBGE, 1999. Superfícies de referência. Imagem: IBGE, 2008. Marco geodésico, pertencente ao Sistema Geodésico Brasileiro. O extrato de cada marco geodésico implantado e gerenciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode conter dados planimétricos, altimétricos e gravimétricos, de acordo com sua categoria. Veja cada um desses dados: DADOS PLANIMÉTRICOS Entre os dados planimétricos, constam as coordenadas geográficas (latitude e longitude) e projetadas (UTM, com indicação do meridiano central – MC), o sistema de coordenadas de referência (datum) e a data de medição. DADOS ALTIMÉTRICOS Entre os dados altimétricos, são fornecidos a altitude, o desvio padrão (sigma), o método de levantamento, o marégrafo de referência (datum) e as datas de medição e de cálculo (ajustamento da rede altimétrica). DADOS GRAVIMÉTRICOS Entre os dados gravimétricos são fornecidos o valor da gravidade (expresso em miligals), o referencial gravimétrico e as datas de medição e de cálculo. Imagem: IBGE Extrato de Relatório de Estação Geodésica disponibilizado pelo IBGE no banco de dados geodésicos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A CIÊNCIA QUE ANALISA A DETERMINAÇÃO DA FORMA, DAS DIMENSÕES E DO CAMPO DE GRAVIDADE DA TERRA É DENOMINADA: A) Geodésia B) Geofísica C) Geologia D) Geomática E) Geoprocessamento 2. O PICO DA NEBLINA É UMA MONTANHA BRASILEIRA LOCALIZADA NO ESTADO DO AMAZONAS, NAS PROXIMIDADES DA FRONTEIRA COM A VENEZUELA. É CONSIDERADO O PONTO MAIS ALTO DO BRASIL, COM UMA ALTITUDE DE 2.993 METROS. ESSA ALTITUDE É MEDIDA A CONTAR DO(A): A) Elipsoide GRS80 B) Elipsoide UGGI-67 C) Geoide D) Oceano Atlântico E) Sopé do morro GABARITO 1. A ciência que analisa a determinação da forma, das dimensões e do campo de gravidade da Terra é denominada: A alternativa "A " está correta. A Geodésia é a ciência que analisa a determinação da forma, das dimensões e do campo de gravidade da Terra. 2. O Pico da Neblina é uma montanha brasileira localizada no estado do Amazonas, nas proximidades da fronteira com a Venezuela. É considerado o ponto mais alto do Brasil, com uma altitude de 2.993 metros. Essa altitude é medida a contar do(a): A alternativa "C " está correta. O geoide é a superfície de referência para a medição de altitudes. MÓDULO 2 Reconhecer os conceitos, as tecnologias e os produtos relacionados a Sistemas de Informações Geográficas (SIG) Sistemas de Informações Geográficas (SIG) CONCEITOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) Imagem: Shutterstock.com Os mapas impressos foram a principal forma de representação da localização de objetos e fenômenos em relação à Terra. Os computadores surgiram como um importante recurso para otimizar o processo produtivo e ampliar a capacidade de conteúdo georreferenciado. ATUALMENTE, OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) ESTÃO PRESENTES EM DIVERSAS APLICAÇÕES COTIDIANAS, AUXILIANDO SEUS USUÁRIOS NA TOMADA DE DECISÕES QUE ENVOLVAM A RELAÇÃO ENTRE OBJETOS E A SUPERFÍCIE TERRESTRE. Vamos destrinchar o termo Sistemas de Informações Geográficas (Em inglês, Geographic Information Systems – GIS ) para compreendê-lo melhor. SISTEMA O termo sistema é definido como componentes interligados ou inter-relacionados, que possuem o mesmo objetivo de operação, porém mediante à aceitação de entradas e saídas (produção) por meio de um processo organizado. Um sistema pode ser composto por subsistemas, assim como podem estar integrados a outros sistemas. Para que um sistema funcione corretamente, é necessário que pessoas, equipamentos e insumos ajam de maneira coordenada, seguindo normas, padrões e políticas estabelecidas com o objetivo de atingir a meta comum de maneira eficaz. EXEMPLO Sistemas incluem os automóveis, um condomínio e até o corpo humano. INFORMAÇÃO O termo informação está inserido no contexto da pirâmide do conhecimento, também conhecida como hierarquia DICS (Dados, Informação, Conhecimento e Sabedoria). Imagem: Adaptado de BELLINGER et al., 2004. Hierarquia DICS. Na base da pirâmide, encontram-se os dados, que registram fatos, conceitos e instruções de maneira formalizada, passível de ser transmitida ou processada por pessoas ou por máquinas. EXEMPLO Na prática, dados são valores que, por si só, não possuem significado explícito, pois não estão contextualizados. Não é incomum encontrar referências como dados “crus” ou “brutos”, pois nenhum processamento ou análise é aplicado ao dado. Como exemplo, podemos citar a temperatura, em °C, associada a um local. Informação é a segunda camada da pirâmide, que reúne os dados de forma coordenada e atribui significados por meio de convenções. Seguindo o exemplo do dado de temperatura, a informação que pode ser extraída é a interpretação: se é quente ou frio, dependendo dos limites convencionados no contexto da aplicação —100°C é considerado quente como sensação térmica, mas é considerado frio no contexto de usinagem. SAIBA MAIS As camadas de conhecimento e sabedoria fogem ao escopo desta disciplina, mas são abordadas por Queiroz (2018) e Bellinger et al. (2004). DADOS GEOGRÁFICOS Quando os dados descrevem a forma e a localização de objetos e fenômenos, são classificados como dados geográficos. Neste contexto, fotografias e imagens georreferenciadas são exemplos de dados geográficos. Após processamento e contextualização, os dados geográficos produzem informação geográfica. Imagem: Shutterstock.com A informação geográfica agrega os dados de localização e os demais dados descritivos de objetos e fenômenos, ampliando as capacidades de comunicação dos mapas impressos: antes, a informação era extraída pela interpretação da geometria e das convenções gráficas; agora, é possível realizar consultas espaciais e por atributos. Na figura a seguir, os dados geográficos são a localização do motorista, a malha viária, o oceano e a rota planejada. A informação extraída é que o motorista se encontra submerso, motivo de preocupação para o usuário do aplicativo. Imagem: Haroldo Antonio Marques. Exemplo ilustrativo dos conceitos de dados e informação geográfica. EXTRAPOLANDO OS TERMOS SISTEMA E INFORMAÇÃO, PODEMOS DEFINIR SISTEMAS DE INFORMAÇÃO COMO SISTEMAS CUJO ELEMENTO PRINCIPAL É A INFORMAÇÃO. EM OUTRAS PALAVRAS, SÃO SISTEMAS CAPAZES DE COLETAR, PROCESSAR, ARMAZENAR E DISTRIBUIR INFORMAÇÕES PARA APOIAR AS FUNÇÕES OU PROCESSOS DE UMA ORGANIZAÇÃO. Os principais componentes dos sistemas de informação são a tecnologia (Equipamentos, softwares, dados e redes de comunicação. ) , as pessoas e os processos (Normas, padrões e políticas. ) . Por fim, apresentamos algumas definições existentes para Sistemas de Informação Geográfica: DEFINIÇÃO 1 javascript:void(0) Sistemas de captura, armazenamento, verificação, manipulação, análise e exibiçãode dados espacialmente referenciados à Terra. DEFINIÇÃO 2 Sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos e recuperam informações não apenas com base em suas características alfanuméricas, mas também através de sua localização espacial. DEFINIÇÃO 3 Sistema computacional destinado à captura, ao armazenamento, à verificação, análise e exibição de dados relacionados a posições sobre a superfície terrestre. ARQUITETURA DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Imagem: Shutterstock.com A arquitetura de um sistema descreve a estrutura dos componentes, seus relacionamentos, os princípios e as diretrizes que controlam o design e a evolução ao longo do tempo (IEEE, 1990). A abordagem mais recorrente considera como componentes básicos dos SIG: Interface com o usuário Entrada e integração de dados javascript:void(0) javascript:void(0) Funções de consulta e análise espacial Visualização e plotagem Armazenamento e recuperação de dados (organizados sob a forma de um banco de dados geográfico) Imagem: DAVIS e CÂMARA, 2001. Estrutura Geral de Sistemas de Informação Geográfica. INTERFACE COM O USUÁRIO Imagem: Shutterstock.com O componente interface com o usuário (ou simplesmente, interface) funciona no nível mais próximo do usuário, permitindo que ele interaja com o sistema. Estão englobados nesse componente os equipamentos e softwares necessários para que o usuário configure o ambiente de processamento (seleção de dados, definição de parâmetros e formalização das consultas necessárias). SAIBA MAIS Em termos de software, muitos dos que são chamados de SIG (exemplos, QGIS e ArcGIS) operam como interfaces do SIG. Em nível intermediário, o SIG demanda um conjunto de componentes necessários ao processamento dos dados: entrada e integração de dados; consulta e análise espacial; visualização e plotagem. ENTRADA E INTEGRAÇÃO Os componentes entrada e integração visam receber os dados dos equipamentos de aquisição de dados, ordenando-os de forma que possam ser consultados e analisados. RESUMINDO Em um contexto em que vários produtores disponibilizam dados geográficos pela internet, faz- se necessário padronizar formatos, atributos e sistemas de coordenadas. Somam-se a isso, dados obtidos por meio de sensores georreferenciados (por exemplo, boias de monitoramento marítimo, estações meteorológicas e câmeras de vigilância) e conteúdo geoespacial produzido pelos usuários (informação geográfica voluntária). De acordo com a estrutura geral apresentada anteriormente, esse componente se relaciona com a interface e com o componente de gerência de dados espaciais. FUNÇÕES DE CONSULTA E ANÁLISE ESPACIAL O componente de consulta e análise espacial possui diversas funcionalidades que diferenciam os SIG de outros sistemas de informação: Consulta As funcionalidades relacionadas à consulta consistem na interação direta com o componente de gerência de dados espaciais para recuperar os dados armazenados no banco de dados geográficos, de acordo com os parâmetros informados pelo usuário por meio da componente interface. Análise espacial As funcionalidades relacionadas à análise espacial abrangem operações de análise geográfica, modelagem de terreno, assim como os processamentos de imagens, de redes e geodésico (DAVIS e CÂMARA, 2001). A análise geográfica é caracterizada pela extração de informação pela combinação de conjuntos temáticos de dados por meio de operações denominadas “álgebra de mapas”. javascript:void(0) Conjunto de operadores que manipulam campos geográficos (imagens, mapas temáticos e modelos numéricos de terreno). Imagem: Gabriel Burlandy, adaptado por Gabriel Bastos Exemplo de análise geográfica, empregando o procedimento de interseção. MODELOS DIGITAIS DO TERRENO Imagem: Shutterstock.com Modelos digitais do terreno são representações digitais da superfície terrestre, que podem ser gerados por meio de levantamentos topográficos, processamento estereoscópico de fotografias aéreas, interpolação de curvas de nível existentes ou por meio de sensores baseados em laser ou radar. SAIBA MAIS Missões de mapeamento como Space SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), ASTER GDEM (Global Digital Elevation Model) e ALOS World 3D criaram modelos digitais de terreno que estão disponíveis na Web gratuitamente, com resolução espacial entre 30 e 90 metros. A modelagem de terreno permite calcular estatísticas sobre a superfície, tais como declividade, volume delimitado por duas superfícies (por exemplo, o terreno e o nível de água de uma barragem), perfis longitudinais e cortes transversais, áreas de visibilidade a partir de um local e linhas de visada entre dois locais, interpolação de isolinhas e renderização de cenários tridimensionais. Linhas de curvas de nível com a função de ligar locais distintos que partilham um valor comum. Imagem: FELGUEIRAS, 2001. Exemplo de Modelo Digital de Terreno (MDT) representado como uma imagem sombreada. javascript:void(0) O processamento de imagens abrange operações com o objetivo de extrair de imagens obtidas por sensores orbitais ou aerotransportados, assim como daquelas obtidas por digitalização de fotos e documentos cartográficos, a forma e a localização de objetos em relação à Terra. ENTRE AS POSSIBILIDADES DE TRANSFORMAÇÃO DAS IMAGENS, PODEMOS CITAR O REALCE POR MODIFICAÇÃO DE HISTOGRAMA, FILTRAGEM ESPACIAL, ROTAÇÃO ESPECTRAL E A TRANSFORMAÇÃO DO SISTEMA IHS (BASEADO EM INTENSIDADE, MATIZ E SATURAÇÃO) PARA O RGB (BASEADO NA SATURAÇÃO DAS CORES VERMELHA, VERDE E AZUL). TEORIA DOS GRAFOS O processamento de redes emprega estruturas de dados e algoritmos relacionados à Teoria dos Grafos, a fim de identificar os caminhos ótimos entre nós desse grafo. A aplicação mais trivial desse conceito é em roteamento, calculando o itinerário elaborado com a premissa da economia de tempo e de recursos. Teoria que estuda, de forma gráfica, a relação entre os objetos de determinado conjunto. Entretanto, setores como a distribuição de gás, água, energia e telecomunicações são usuários desse tipo de processamento. Os arcos do grafo descrevem a (intensidade da) relação existente entre pares de nós, que podem ser endereços, cidades, aeroportos, torres, estações, entre outros. PROCESSAMENTO GEODÉSICO javascript:void(0) O processamento geodésico (podemos incluir também o processamento tipográfico neste tópico) consiste na determinação de coordenadas de objetos, incrementando suas precisão e exatidão pelo ajustamento de observações. Isso inclui o processamento de poligonais longas, de circuitos de nivelamento e de redes geodésicas de apoio local ou regional. Imagem: GRANDJEAN, 2016. Mapa do volume de transporte de aeroportos ao redor do mundo. VISUALIZAÇÃO E PLOTAGEM O componente de visualização e plotagem é destinado ao processamento da saída do sistema, que pode ser em formato digital ou impresso. Os resultados da visualização podem ser mapas renderizados para exibição em navegadores web e softwares de geoprocessamento, assim como podem ser infográficos, diagramas e planilhas. EXEMPLO A saída do SIG também pode ser codificada de modo a formar sentenças como “a 200 metros, vire à direita” ou “você chegará ao seu destino às x horas e y minutos”, pronunciadas por aplicativos de roteamento disponíveis no seu telefone celular. Imagem: Shutterstock.com Os resultados da plotagem incluem mapas impressos sobre diferentes tipos de mídia, projetados para resistir à umidade e ao desgaste do manuseio, assim como incluem maquetes projetadas para o ensino de Geografia a alunos com pouca ou nenhuma visão ou para simulações em escala. ARMAZENAMENTO E RECUPERAÇÃO DE DADOS Imagem: Shutterstock.com Por fim, o componente gerência de dados espaciais atua na otimização das operações de inserção, armazenamento e recuperação de dados. Ao mesmo tempo que preserva sua integridade, garante e controla o acesso dos (vários) usuários (simultâneos) às tabelasdisponíveis no banco de dados. EXEMPLO Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados (SGBD) como o Oracle e o PostgreSQL possuem extensões espaciais que permitem criar, consultar e editar dados com geometria, considerando critérios baseados em faixas de valores de atributos alfanuméricos e relações espaciais entre objetos da mesma classe ou de classes diferentes. BANCOS DE DADOS ESPACIAIS Imagem: Shutterstock.com Se uma organização deseja que as informações fluam de forma ordenada e otimizada, é fundamental investir no ordenamento da sua principal matéria-prima: os dados. Os bancos de dados são projetados com o intuito de permitir que as principais consultas relacionadas aos modelos de negócio possam ser realizadas de forma rápida e segura. Os Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados (SGBD) foram desenvolvidos com o intuito de sanar fragilidades inerentes ao armazenamento dos dados em arquivos: FRAGILIDADE 1 FRAGILIDADE 2 FRAGILIDADE 3 A primeira fragilidade que podemos citar é o acesso multiusuários: se um usuário consulta um arquivo, o acesso por outros usuários é bloqueado. Uma solução dada foi a liberação de cópias para edição por outros usuários, mas criou o problema de controle de versões, consolidando todas as alterações para unificar a base de dados. A segunda fragilidade é o controle da integridade do banco de dados: ao inserir ou apagar algum conteúdo equivocado em um arquivo, toda a estrutura de dados pode ser corrompida e, normalmente, a detecção do erro consome tempo que pode ser crítico para a organização. Outra fragilidade é a ausência de mecanismos de indexação, tornando as consultas mais demoradas, principalmente em cenários com elevada taxa de crescimento de dados. EXEMPLO Podemos citar alguns SGBD de uso consolidado na Academia e na Indústria: Oracle, SQL Server, DB2, PostgreSQL, MySQL, entre outros. Apesar das diferenças de implementação, os bancos de dados são independentes dos softwares, ou seja, existem protocolos para permitir que diferentes softwares e equipamentos possam se conectar e interagir com os bancos de dados, inserindo dados e realizando consultas. Imagem: Haroldo Antonio Marques. Conexão com banco de dados postgres nos softwares QGIS e pgAdmin. LINGUAGEM DE CONSULTA ESTRUTURADA – SQL De modo semelhante, foi desenvolvida uma linguagem padronizada para consulta e manipulação do banco de dados (criação, alteração e destruição de tabelas e até do banco como um todo) e dos dados (inserção, alteração e destruição dos dados nas tabelas). A Linguagem de Consulta Estruturada (Structured Query Language – SQL ) foi desenvolvida pela IBM na década de 1970. Anos mais tarde, o ANSI (American National Standards Institute) padronizou as implementações do SQL. Contudo, os diferentes SGBD podem implementar funções adicionais exclusivas. Imagem: Haroldo Antonio Marques. Exemplo de sentença em SQL para consulta ao conteúdo da tabela de nome table1. ATENÇÃO A linguagem SQL e os SGBD convencionais não abrangem algumas peculiaridades das consultas geoespaciais, como o reconhecimento dos sistemas de coordenadas de referência e a realização de consultas baseadas em relações espaciais (contém, cruza, toca, intersecta, sobrepõe e disjunto). Com a linguagem SGBD é possível desenvolver extensões espaciais que possuem funções capazes de realizar os processamentos que envolvem a componente espacial dos dados. Já com a linguagem SQL, que pode ser estendida para ser compatível com o ANSI SQL, é possível processar dados georreferenciados. SAIBA MAIS O Consórcio Open GIS (Open GIS Consortium – OGC) padronizou o vocabulário básico para a extensão espacial da SQL. Os parâmetros de conversão entre sistemas de coordenadas empregados nos diferentes tipos de dados espaciais são catalogados de modo a embasar eventuais transformações de coordenadas. SAIBA MAIS Índices espaciais ordenam a inserção de dados bidimensionais (longitude e latitude), alocando- os de forma que as consultas ao banco de dados sejam mais eficientes, descartando subconjuntos de dados que não atendam aos critérios de indexação. Todavia, em bancos de dados espaciais, não é possível calcular distâncias entre objetos de tabelas diferentes, se as tabelas possuem coordenadas representadas em sistemas diferentes. EXEMPLO Uma com coordenadas na forma de latitude e longitude e outra com coordenadas cartesianas. Outro fato relevante é que o resultado de consultas envolvendo distâncias e áreas é representado com a mesma unidade do sistema de coordenadas local. Ou seja, se consultarmos a distância entre dois locais com coordenadas geográficas (latitude e longitude), o resultado será fornecido em graus. O European Petroleum Survey Group (EPSG) catalogou todos os sistemas de coordenadas usados no mundo e atribuiu códigos para identificar as diferentes combinações de sistemas. SAIBA MAIS As coordenadas geográficas fornecidas pelo GPS referem-se ao sistema WGS-84, cujo código é 4326. Coordenadas geográficas em SIRGAS 2000, sistema oficial brasileiro, recebem o código 4674. PROGRAMAS E USOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) Imagem: Shutterstock.com, adptado por Gabriel Bastos Considerando que os SIG são casos particulares de sistemas de informação e, consequentemente, projetados para atender a finalidades específicas, é difícil enumerar todos os programas para prover as funcionalidades necessárias. Entretanto, é possível citar alguns programas que oferecem uma ou mais funcionalidades esperadas. Programas de geoprocessamento como o ArcGIS, da empresa ESRI, o Grass GIS e o QGIS, ambos livres, são opções com ampla aceitação entre produtores e usuários da informação geográfica, mas a lista de soluções de geoprocessamento é grande e cresce bastante com iniciativas de código aberto. Eles oferecem um conjunto básico de funcionalidades para carregar arquivos de dados geográficos com diferentes formatos: vetoriais (shapefile, GML, KML, entre outros), matriciais (TIF, ADF, MrSID, entre outros) e textuais (valores separados por vírgulas, CSV, por exemplo). Permitem também conectar com SGBD com extensão espacial, como o PostGIS, associado ao PostgreSQL. Funcionalidades como a integração de dados, recursos básicos de análise espacial, modelagem e terreno e processamento de imagens também estão disponíveis. Os resultados do processamento podem ser editados e estilizados antes de serem exportados ou armazenados em bancos de dados. Ferramentas mais sofisticadas podem ser acrescentadas por meio de extensões (no caso do ArcGIS) e complementos (no caso do QGIS). Consequentemente, é possível realizar processamentos mais complexos de imagens, de redes e de modelos digitais de elevação, assim como podem ser realizadas análises estatísticas mais complexas. Por outro lado, há programas que podem ser empregados em SIG, porém são especializados em algumas funcionalidades. Entre os programas de processamento de imagens, podemos citar o ENVI, o eCognition e o ERDAS Imagine. E entre os programas especializados em processamento de redes, o General Electric SmallWorld e a plataforma IQGeo. Programas para processamento topográfico e geodésico são fornecidos pelos fabricantes de equipamentos para processar leituras e fornecer coordenadas ajustadas, assim como por instituições científicas e governamentais, para apoiar o processamento de dados de posicionamento por satélite (por exemplo, o IBGE disponibiliza os serviços IBGE-PPP, o RBMC-IP e o ProGriD). Imagem: Shutterstock.com Tem crescido consideravelmente o emprego de SIG baseado em serviços Web, em que a interface com o cliente se dá por meio de navegadores Web como o Google Chrome e o Mozilla Firefox, por exemplo. As interações do usuário com o sistema ocorrem por meio de requisições Web, com parâmetros definidos conforme o usuário navega. Todo o processamento ocorre do lado do servidor, podendo ser em uma única máquina ou, dependendo da aplicação, em nuvem. Nocaso dos SIG Web, o suporte de um SGBD se faz necessário, uma vez que tais gerenciadores dispõem de recursos para oferecer mais performance com grandes volumes de dados, acesso multiusuário e controle de integridade do banco de dados. São exemplos de SGBD com extensão espacial o PostgreSQL (com o PostGIS), o Oracle (com o Oracle Spatial) e o SQLite (com o Spatialite). ATUALMENTE, OS SIG ESTÃO PRESENTES EM APLICAÇÕES DE ENGENHARIA, AGRICULTURA, CADASTRO, COMANDO E CONTROLE, ENTRE OUTRAS, CARACTERIZANDO SEU ASPECTO MULTIDISCIPLINAR. UM SISTEMA PARA MONITORAMENTO DE RECALQUES EM BARRAGENS COMBINA AS LEITURAS DOS SENSORES INSTALADOS E AO LONGO DA ESTRUTURA, A FIM DE DETECTAR DESLOCAMENTOS QUE EXCEDAM A TOLERÂNCIA PREESTABELECIDA. Um sistema de resposta a desastres naturais analisa dados hidrometeorológicos e mapas de risco baseados em elevação, tipo de terreno e uso do solo para apoiar a tomada de decisão tanto na prevenção de desastres quanto no planejamento e na execução das ações de resposta necessárias. Ainda mais: sistemas de observação terrestre analisam imagens de satélites, a fim de identificar alterações no solo como queimadas, pragas na vegetação e urbanização desordenada, assim como identificar a formação de eventos meteorológicos severos. Um sistema de operações logísticas recebe os dados dos pedidos (origem, destino, peso e volume, entre outros) e identifica as rotas mais adequadas para garantir a entrega no prazo, evitando vias impeditivas e minimizar os custos operacionais. EXEMPLO Aplicativos de transporte urbano intermedeiam o contato entre passageiros e motoristas e calculam os preços das viagens de acordo com o comprimento do percurso e o tempo estimado de viagem. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UM DOS OBJETIVOS DO EMPREGO DE SISTEMAS GERENCIADORES DE BANCOS DE DADOS (SGBD) NO CONTEXTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) É: A) Calcular distâncias e direções entre dois locais. B) Evitar que dados sejam inseridos ou apagados por engano. C) Integrar dados representados em sistemas de coordenadas diferentes. D) Renderizar os dados geográficos na forma de mapas temáticos. E) Responder a perguntas realizadas em português. 2. PROGRAMAS DE GEOPROCESSAMENTO COMO O QGIS POSSUEM FUNCIONALIDADES QUE PODEM APOIAR DIVERSOS COMPONENTES NA ARQUITETURA DE UM SIG, EXCETO: A) Interface B) Entrada e integração C) Consulta e análises espaciais D) Visualização e Plotagem E) Gerência de dados espaciais GABARITO 1. Um dos objetivos do emprego de Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados (SGBD) no contexto de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) é: A alternativa "B " está correta. Entre as funcionalidades dos SGBD, podemos citar a manutenção da integridade dos bancos de dados, verificando se a inserção ou a remoção de um registro por engano (ou não) viola as restrições impostas pela aplicação. 2. Programas de geoprocessamento como o QGIS possuem funcionalidades que podem apoiar diversos componentes na arquitetura de um SIG, exceto: A alternativa "E " está correta. A gerência de dados espaciais ocorre no contexto dos SGBD. Os programas de geoprocessamento podem se conectar e interagir com os SGBD sem executar as tarefas de gerência dos dados. MÓDULO 3 Reconhecer os conceitos, as tecnologias e os produtos relacionados ao Sensoriamento Remoto Sensoriamento Remoto FUNDAMENTOS DO SENSORIAMENTO REMOTO Imagem: Shutterstock.com O emprego do termo “sensoriamento remoto” data de 1960 e significava simplesmente a aquisição de informações sem contato físico com os objetos. Essa definição incluía as fotografias aéreas e a fotointerpretação, empregadas desde 1858 e potencializadas com o desenvolvimento do avião e de câmeras fotográficas mais sofisticadas para a época. Já o desenvolvimento de sistemas orbitais nas décadas de 1960 e 1970 permitiu que satélites transportassem sensores para aplicação meteorológica, imageamento e levantamento de altitudes. Os quatro elementos fundamentais do Sensoriamento Remoto são a fonte da radiação eletromagnética, o alvo, o sensor e a radiação eletromagnética (REM). RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA A radiação eletromagnética pode ser explicada sob dois pontos de vista: QUÂNTICO Considera a REM o resultado da emissão de pequenos pulsos de energia. ONDULATÓRIO Aborda a REM como ondas resultantes da oscilação dos campos elétrico e magnético. Como uma onda, a REM é definida pelos comprimentos de onda e pela velocidade. DIFERENTEMENTE DAS ONDAS SONORAS, AS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS NÃO PRECISAM DE MATÉRIA PARA SE PROPAGAR. NO VÁCUO, A VELOCIDADE DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS É CONSTANTE E IGUAL À VELOCIDADE DA LUZ. Os comprimentos de onda podem variar dentro da faixa conhecida como espectro eletromagnético, que incluem a luz visível, os raios ultravioleta, X e gama, assim como os raios infravermelhos, as micro-ondas e o rádio. Imagem: NOVO; PONZONI, 2001. O espectro eletromagnético e suas principais regiões. A fonte de REM mais explorada em Sensoriamento Remoto é o Sol. A Terra reflete parte dessa radiação de volta ao espaço e absorve outra parte, reemitindo posteriormente em comprimentos de onda mais longos. Entretanto, outras fontes artificiais de REM podem ser empregadas, como o radar e o laser, normalmente em plataformas aéreas. Quando a radiação eletromagnética emitida por fontes como o Sol atinge a superfície de outra matéria, a REM pode ser absorvida, refletida ou transmitida, com diferentes intensidades e comprimentos de onda. O comportamento espectral das diversas substâncias é denominado assinatura espectral, conceito utilizado para distinguir materiais entre si. SENSORES A radiação refletida pode ser captada por sistemas sensores e armazenada na forma de imagens: pixels arranjados em linhas e colunas. Os sensores são projetados para captar e armazenar intervalos específicos de comprimento de onda, as bandas. Neste contexto, existem quatro tipos de resolução: RESOLUÇÃO ESPECTRAL Denomina-se resolução espectral a largura da faixa da REM capaz de ser captada e armazenada pelo sensor. Intervalos estreitos significam maior resolução espectral. As imagens podem ser capturadas em diferentes regiões do espectro eletromagnético – visível, termal, micro-ondas etc.; empregando canais de resoluções espectrais que variam de poucos nanômetros (sensores hiperespectrais) até a radiação em todo o espectro visível (sistemas pancromáticos). RESOLUÇÃO RADIOMÉTRICA A capacidade dos sensores de detectar pequenas variações de intensidade chamamos de resolução radiométrica, expressa em bits. Um sensor de 8 bits codifica a intensidade da energia refletida numa escala de 256 ( ) valores, ou seja, entre 0 e 255. Sensores de 11 bits registram valores de 0 a 2047, totalizando 2048 valores possíveis. RESOLUÇÃO ESPACIAL Define-se a resolução espacial como a menor área no terreno representada por um pixel. Contudo, costuma-se representar a resolução espacial em metros, correspondendo ao comprimento do lado do quadrado registrado em cada pixel. Quanto menor o comprimento, mais detalhada será a cobertura, logo, melhor será a resolução espacial (por exemplo, o sensor pancromático do satélite CBERS possui resolução espacial de 10 metros, enquanto o sensor multiespectral do satélite Landsat 8 possui resolução espacial de 20 metros). RESOLUÇÃO TEMPORAL A resolução temporal diz respeito ao intervalo de tempo decorrido entre duas passagens do satélite pela mesma posição. As órbitas dos satélites são projetadas para que eles retornem de tempos em tempos, regularmente. Como consequência, é possível ver diversas cenas capturadas ao longo do ano, permitindo o monitoramento de mudanças no terreno. TIPOS DE SENSORES O primeiro sensor remoto que conhecemos e usamos é o olho humano. Ele permite a entrada de uma banda do espectro eletromagnético, que atravessa suas lentes e se projeta na retina e é interpretada pelo cérebro. Outro tipo de sensor que foi empregado por décadas na produção dedocumentos cartográficos foi o filme fotográfico. Analogamente ao olho humano, a radiação eletromagnética em um sistema fotográfico passa por uma abertura e impressiona o filme. 2 8 SAIBA MAIS Lentes e espelhos são combinados para concentrar a energia emitida (ou refletida) pelo objeto sobre o filme. A resolução espectral depende da sensibilidade espectral do filme e a resolução espacial depende do tamanho dos sais de prata. Sensores eletro-ópticos Atualmente, as câmeras substituíram o filme químico pelos sensores eletro-ópticos. No caso dos sensores eletro-ópticos, a intensidade da radiação eletromagnética refletida ou emitida por objetos no terreno passa pelas lentes do telescópio; é dividida em radiação refletida e radiação emitida. RADIAÇÃO REFLETIDA É dividida em seus comprimentos de onda por meio de um prisma, sendo detectada pelos detetores e amplificada pelos pré-amplificadores. RADIAÇÃO EMITIDA A radiação térmica emitida é direcionada aos detetores e pré-amplificadores. Ambas são submetidas a um controle eletrônico e direcionadas para registro, ou seja, consolidação da imagem. Imagem: NOVO; PONZONI, 2001. Configuração básica de um sistema imageador. O telescópio controla o campo instantâneo de visada do sensor (instantaneous field of view – IFOV), que representa a porção do terreno projetada sobre o detetor a cada instante. Para dada altura de voo, o IFOV está relacionado diretamente com o tamanho do pixel e inversamente com a resolução espacial: maior o IFOV, maior o tamanho do pixel e menor a resolução espacial. Imagem: Shutterstock.com Um espelho giratório é responsável pelo efeito de varredura da área, gerando faixas mapeadas no sentido perpendicular ao do voo. O comprimento da linha de varredura determina o Campo de Visada do Sensor (Field of View – FOV). Para um dado FOV, o comprimento da linha de varredura define a largura da faixa imageada e depende da altura da plataforma. O tempo de varredura deve se ajustar à velocidade de deslocamento da plataforma. A ESCOLHA DO SENSOR A escolha do sensor mais adequado para uma aplicação depende do tipo de informação necessária, das dimensões e da dinâmica dos objetos ou fenômenos em estudo. Os sensores eletro-ópticos podem ser classificados quanto à fonte da REM, ao tipo do produto e quanto ao mecanismo de aquisição. O primeiro critério divide os sensores em ativos ou passivos: SENSORES PASSIVOS Registram a intensidade da REM refletida ou transmitida. SENSORES ATIVOS Estão associados a dispositivos que produzem a REM que incidirá sobre os objetos e refletirá nos sensores, onde ficarão registrados. O segundo critério divide os produtos de Sensoriamento Remoto entre imageadores e não imageadores: IMAGEADORES NÃO IMAGEADORES Geram, como resultado, uma imagem da superfície observada e são recomendados quando há demanda por informações sobre a variação espacial da resposta espectral da superfície observada. As imagens podem ser adquiridas na região visível, termal, l-ondas etc.; com intervalos estreitos de banda, como os sensores multiespectrais, enquanto sistemas pancromáticos integram radiação de todo o espectro visível. Incluem os sensores que não geram imagens como resultado. Um exemplo, indicado para aplicações que envolvem a análise química de objetos no terreno, é o espectrômetro, que detecta e mede o conteúdo espectral de um campo eletromagnético. Para análise química do solo, por exemplo, demanda-se por maior resolução espacial, de modo que é recomendada a aplicação de espectrômetros imageadores. Outras aplicações não precisam de alta resolução espacial ou espectral, contudo requerem alta precisão na medição da intensidade do campo eletromagnético em uma ampla região espectral. Com essa finalidade, recomenda-se o emprego de radiômetros, que podem fornecer informações precisas, como a temperatura. Imagem: NOVO; PONZONI, 2001. Tipos de sistemas imageadores. O terceiro critério diz respeito à forma como o sensor adquire as imagens: SISTEMA 1 SISTEMA 2 SISTEMA 3 SISTEMAS DE QUADRO Os Sistemas de quadro (framing systems) adquirem a imagem da cena em sua totalidade num mesmo instante. São sistemas antigos em que a imagem não é capturada e construída ponto a ponto, mas formada instantaneamente sobre um tubo fotossensível, convertida posteriormente em sinal elétrico. EXEMPLO As câmaras RBV (Return Beam Vidicon) que operavam a bordo dos três primeiros satélites da série Landsat. Elas tornaram-se obsoletas devido às limitações em sua sensibilidade espectral e sua precisão radiométrica. SISTEMAS DE VARREDURA MECÂNICA O funcionamento dos sistemas de varredura mecânica (scanning systems) consiste na movimentação de um espelho giratório que “varre” a superfície imageada e focaliza a energia recebida sobre um detetor pontual. Consequentemente, a imagem é construída ponto a ponto a cada variação instantânea da posição do espelho, de forma análoga aos scanners que usamos em nossas casas. EXEMPLO Sistemas de varredura mecânica: sensores Thematic Mapper, Multispectral Scanner (ambos no Landsat) e o HAUT Resolution Visible (no SPOT). SISTEMAS ÓPTICOS DE GRANDE CAMPO DE VISADA Os imageadores baseados em matrizes lineares de detetores utilizam sistemas ópticos de grande campo de visada, permitindo a captura instantânea de toda a faixa perpendicular ao deslocamento da plataforma. Esse sistema apresenta, como vantagens, a possibilidade de um maior tempo de integração do sinal em cada detetor e a ausência de partes móveis (tais como o espelho giratório) sujeitas a desgaste mecânico ao longo do tempo de operação do sensor. Em contrapartida, demandam um grande número de detetores envolvidos e a intercalibração entre eles, além do aumento da necessidade de processamentos para correção radiométrica dos dados. DADOS ORBITAIS E AÉREOS DE SENSORIAMENTO REMOTO Imagem: Shutterstock.com As plataformas de Sensoriamento Remoto definem o nível de aquisição dos dados, podendo ser: ORBITAIS Em satélites AÉREAS Em aeronaves e helicópteros TERRESTRES Em torres e sistemas radiométricos de campo A aquisição de dados de Sensoriamento Remoto evoluiu ao longo dos anos. Veja a seguir os principais acontecimentos: 01 02 03 1946 Até 1946, aeronaves e balões eram a principal plataforma de aquisição de dados de Sensoriamento Remoto. Naquele ano, foram obtidas as primeiras fotografias a partir do foguete V-2. 1961 Somente em 1961 foi obtida a primeira fotografia orbital colorida tomada de uma câmera instalada em uma espaçonave. 1970 A partir da década de 1970 foram lançados diversos satélites com sistemas sensores embarcados, como os das séries Landsat e SPOT, Radarsat, entre outros. As plataformas espaciais podem ser classificadas em função do tipo de órbita: Satélites de órbita geoestacionária Os satélites de órbita geoestacionária são localizados em órbitas superiores a 35 mil quilômetros acima da superfície da Terra, no plano do Equador, deslocando-se à mesma velocidade e direção do movimento de rotação da Terra. São exemplos de plataformas geoestacionárias os satélites GOES (Geostationary Operational Environmental Satellites) e Meteosat. Imagem: NASA, 2021. Exemplo de imagem gerada pelo satélite GOES. Satélites de órbita polar Os satélites de órbita polar são síncronos com o Sol, movendo-se perpendicularmente ao plano do Equador de forma que preserva a sua posição angular em relação ao Sol ao longo do ano. Consequentemente, as condições de iluminação da superfície terrestre se mantêm constantes. São exemplos de plataformas de órbita polar os satélites Landsat e SPOT. Imagem: Shutterstock.com Sistemas fotográficos aéreos Os sistemas fotográficos aéreos, também chamados de aerotransportados, por serem embarcados em plataformas de baixas altitudes, produzem imagens com distorções decorrentes da geometria cônica, das variações de relevo e das oscilações atmosféricas. Outra desvantagem seria a reduzidaárea coberta por imagem individual. Por outro lado, as sobreposições das imagens no sentido da linha de voo (longitudinal) e entre as faixas do voo (lateral) permitem a aquisição dos chamados pares estereoscópicos, usados para visualização tridimensional do terreno representado. Além disso, é possível obter imagens com maior resolução espacial e os dados, que antes eram registrados em filmes específicos com câmeras bem calibradas, já começam a produzir imagens digitais na faixa do visível e do infravermelho próximo, sobre uma matriz de chips CCD (charge coupled devices), sem a necessidade de digitalização dos filmes. SAIBA MAIS Chip CCD é um dispositivo eletrônico composto de milhares de pequenas células sensíveis à radiação, também chamadas de detetores. Imagem: Shutterstock.com Câmeras fotográficas digitais As câmeras fotográficas digitais geram imagens pancromáticas (todas as cores) em tons de cinza, entretanto a sua configuração pode ser modificada para que produza imagens coloridas. Para isso, a luz proveniente da cena é separada por um dispositivo óptico, formado por prismas e filtros, em três componentes. Escolhendo filtros adequados para as cores primárias (azul, verde e vermelho), projeta-se uma imagem da cena para cada uma dessas bandas sobre o chip CCD correspondente, implicando a geração de três imagens monocromáticas da cena. Imagem: STEFFEN, 2006. Esquema de câmera digital colorida. PRINCIPAIS SATÉLITES EM ATIVIDADE Entre as dezenas de satélites que geram produtos de Sensoriamento Remoto, citamos alguns ao longo do módulo em razão de sua importância histórica, sua relevância para aplicações voltadas à sociedade e ao planeta e pela inovação tecnológica constante. Imagem: USGS, 2021. Exemplo de imagem gerada pelo satélite Landsat 8. LANDSAT A missão LANDSAT (Land Remote Sensing Satellite), gerenciada pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) e pela U.S. Geological Survey (USGS), lançou oito satélites desde 1972, o último em 2013. Produz imagens com resolução espacial de 30 metros nas bandas do visível, de 15 metros na banda pancromática e de 100 metros no sensor termal. Quanto às aplicações das imagens Landsat, podemos citar a produção de mapas de uso e cobertura das terras, atualização de mapas e dados cartográficos, mapas de aptidão agrícola das terras, identificação de áreas irrigadas e mudanças climáticas. Imagem: ESA (2021). Exemplo de imagem gerada pelo satélite SPOT-7 sobre Sydney, Austrália, 2014. SATÉLITES SPOT A série de satélites SPOT (Système Pour l´Observation de la Terre) é controlada pela empresa francesa Spot Image e lançou sete satélites, dos quais quatro ainda estão em operação. A resolução espacial das imagens produzidas pode chegar a 8 metros nos canais do espectro visível e infravermelho próximo, e a 2 metros no sensor pancromático, com resolução radiométrica de 12 bits. Entre as aplicações das imagens Spot, podemos citar o monitoramento de processos de degradação de vegetação. Imagem: Shutterstock.com SATÉLITES GOES A missão de satélites GOES é operada pela NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) e controlada pela NASA. Fornece imagens utilizadas pelos serviços de previsão do tempo dos países localizados no continente americano. Em conjunto com os satélites da série METEOSAT, o GOES completa a rede internacional de observação meteorológica da Terra. Suas imagens podem ser empregadas no monitoramento de fenômenos atmosféricos severos, de crescimento das áreas urbanas e das superfícies cobertas por gelo. A resolução espacial na faixa do visível é de 1 quilômetro. Imagem: INPE, 2021. Exemplo de imagem gerada pelo satélite CBERS-4A, sensor WPM, sobre o Rio de Janeiro, 2021. PROGRAMA CBERS O programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) é o resultado da parceria entre China e Brasil para o desenvolvimento, construção, lançamento e operação de um satélite de imageamento. O satélite CBERS-4 foi lançado em 2014 enquanto o CBERS-4A foi lançado em 2019, este último dotado de uma Câmera Multiespectral e Pancromática de Ampla Varredura (WPM), com resolução espacial de 8 metros no sensor multiespectral e 2 metros no sensor pancromático, e radiométrica de 8 bits; uma Câmera Multiespectral (MUX), com resolução espacial de 16,5 metros e radiométrica de 8 bits; e uma Câmera Imageadora de Campo Largo (WFI), com resolução espacial de 55 metros (em compensação, a resolução temporal é de 5 dias) e resolução radiométrica de 10 bits. Entre as indicações de aplicação para as imagens CBERS-4A, citamos a identificação de áreas de florestas (e eventuais alterações), o apoio a levantamentos de solos e geológicos, o monitoramento do uso do solo. Imagem: ENGESAT, 2021. Exemplo de imagem gerada pelo satélite RapidEye sobre o Bocaiuva do Sul, Paraná. SATÉLITES COM ALTA RESOLUÇÃO ESPACIAL Exemplos de satélites com alta resolução espacial são o GeoEye (resolução espacial de 1,65 metros no sensor multiespectral e 41 centímetros no sensor pancromático, e radiométrica de 11 bits); o par de satélites Pléiades (resolução espacial de 2 metros no sensor multiespectral e 50 centímetros no sensor pancromático, e radiométrica de 12 bits); e o RapidEye (resolução espacial de 6,5 metros no sensor multiespectral, sem sensor pancromático, e radiométrica de 12 bits). VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO PODE SER DIVIDIDO EM FAIXAS DE COMPRIMENTO DE ONDA COM CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS. ASSINALE A OPÇÃO QUE NÃO CORRESPONDE A UMA FAIXA DENTRO DO ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO: A) Infravermelho B) Micro-ondas C) Rádio D) Raios-X E) Som 2. SATÉLITES DE ALTA RESOLUÇÃO SÃO INDICADOS PARA APLICAÇÕES DE MAPEAMENTO QUE EXIJAM DETALHAMENTO DA ORDEM DE 1 METRO. SELECIONE A OPÇÃO QUE CORRESPONDE A UM SATÉLITE QUE PRODUZ IMAGENS TERRESTRES DE ALTA RESOLUÇÃO. A) GeoEye, sensor pancromático B) GOES C) Landsat, sensor multiespectral D) RapidEye E) CBERS-4A, câmera MUX GABARITO 1. O espectro eletromagnético pode ser dividido em faixas de comprimento de onda com características específicas. Assinale a opção que não corresponde a uma faixa dentro do espectro eletromagnético: A alternativa "E " está correta. O som é uma onda do tipo mecânica e não eletromagnética. Todas as demais opções correspondem a faixas do espectro eletromagnético. 2. Satélites de alta resolução são indicados para aplicações de mapeamento que exijam detalhamento da ordem de 1 metro. Selecione a opção que corresponde a um satélite que produz imagens terrestres de alta resolução. A alternativa "A " está correta. As imagens produzidas pelo satélite GeoEye possuem resolução espacial da ordem de 41 centímetros no sensor pancromático. As demais opções indicam satélites e sensores com resoluções espaciais que variam de 5 metros a 1 quilômetro. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Em nosso estudo, aprendemos, inicialmente, sobre as áreas de conhecimento abordadas pela Geomática, indicando como se relacionam para coletar, analisar, exibir e gerenciar dados relacionados a objetos e fenômenos georreferenciados disponibilizados em formato digital. Apresentamos, em seguida, modelos para representação terrestre usados como referência para determinação de coordenadas, cálculo de áreas, distâncias e direções. Abordamos ainda os conceitos relacionados à organização de sistemas de informações geográficas, apresentando os componentes da arquitetura geral com suas funcionalidades e alguns dos programas disponíveis para serem empregados, de acordo com a finalidade de cada sistema. Uma breve introdução aos bancos de dados geográficos abordou as funcionalidades acrescentadas pelas extensões espaciais aos sistemas gerenciadores de bancos de dados convencionais à linguagem de consulta SQL. Por fim, vimos os fundamentos conceituais de sensoriamento, incluindo a radiação eletromagnética, as subdivisões do espectro eletromagnético e as resoluções radiométrica, espacial,temporal e espectral. Em seguida, foram apresentados os tipos de sensores, incluindo os orbitais e os aerotransportados, e uma lista com os principais satélites em atividade. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BELLINGER, G.; CASTRO, D.; MILLS, A. Data, information, knowledge, and wisdom. UFMG, 2003. DAVIS, C.; CÂMARA, G. Arquitetura de sistemas de informação geográfica. In: Introdução à ciência da geoinformação. São José dos Campos, SP: INPE, 2001. 345 p. ENGESAT. RapidEye. Consultado na internet em: 25 mar. 2021. ESA. SPOT-6 and SPOT-7 Commercial Imaging Constellation. Consultado na internet em: 25 mar. 2021. FELGUEIRAS, C. A. Modelagem numérica de terreno. In: Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos, SP: INPE, 2001. 345 p. GRANDJEAN, M. Connected world: Untangling the Air Traffic Network. In: Kantar Information is Beautiful. Consultado na internet em: 25 mar. 2021. IEEE 610.12-1990. IEEE Standard Glossary of Software Engineering Terminology. 1990. Consultado na internet em: 25 mar. 2021. NASA. GOES-East - Sector view: South America – Southern. Consultado na internet em: 25 mar. 2021. NOVO, E. M. L. M.; PONZONI, F. J. Introdução ao sensoriamento remoto. São José dos Campos, SP: INPE, 2001. 68 p. QUEIROZ, M. P. Analisando a hierarquia DIKW. Florianópolis: UFSC, 2018. 85 p. STEFFEN, C. A. Introdução ao sensoriamento remoto, São José dos Campos: INPE, 2006. Consultado na internet em: 25 mar. 2021. USGS. EarthExplorer. Consultado na internet em: 25 mar. 2021. EXPLORE+ Consulte o site do IBGE e leia sobre Noções básicas de cartografia e Padronização de marcos geodésicos. Acesse o site do INPE e analise o Catálogo que disponibiliza a Divisão de geração de imagens. Visite o site da Embrapa e saiba como se empregam satélites de monitoramento em aplicações de agricultura e de meio ambiente. CONTEUDISTA Haroldo Antonio Marques CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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