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A RELAÇÃO DA LGPD E O CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO

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Faculdades Integradas Norte do Paraná - UNOPAR
SERVIÇO SOCIAL
Julian dos Santos Aires
A relação da LGPD 
e o contexto social brasileiro
São Francisco do Itabapoana
2021
Julian dos Santos Aires
A relação da LGPD 
e o contexto social brasileiro
Produção textual para o curso de Serviço Social, apresentado a Faculdades Integradas Norte do Paraná - Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de Filosofia; Ética, política e cidadania; Psicologia social; Sociologia.
Professores: Leonardo Antônio Silvano Ferreira, José Adir Lins Machado, Mayra Campos Frâncica dos Santos e Altair Ferraz Neto.
São Francisco do Itabapoana 
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................6
1	DESENVOLVIMENTO	7
1.1 Filosofia, Ética, Política e Cidadania........................................................................8
CONSIDERAÇÕES FINAIS	11
REFERÊNCIAS	12
INTRODUÇÃO
	
O presente trabalho abordará o avanço da tecnologia, na realização da coleta de dados pessoais de inúmeros usuários e terá como tema: A Relação da LGPD e o Contexto Social Brasileiro. Assim sendo, essa produção textual, possibilitará a aprendizagem interdisciplinar dos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas desse semestre e, também, consolidará a prática como um ambiente de reflexão.
Todavia, este trabalho desenvolve-se a partir de uma Situação-Problema, que perpassa a elaboração de um material explicativo sobre Filosofia, Ética, política e cidadania, Psicologia Social e Sociologia. Desse modo, apresenta-se nesta produção textual, uma fundamentação teórica a partir da análise de materiais, tais como: livros, artigos, documentos e vídeos, que abordam A relação da LGPD e o contexto social brasileiro.
Destarte, essa atividade tem por objetivo contribuir o processo de ensino e aprendizagem, estimular a corresponsabilidade dos(as) estudantes pelo aprendizado eficiente e eficaz, promover o estudo dirigido a distância, desenvolver os estudos independentes, sistemáticos e o auto aprendizado, oferecer diferentes ambientes de aprendizagem, promover a aplicação da teoria e conceitos para a solução de problemas práticos relativos à profissão, direcionar os(as) estudantes para a busca do raciocínio crítico e a emancipação intelectual.
Ademais, explana-se a importância da realização desse trabalho, pois é fundamental que os profissionais que atuam como profissional em Serviço Social, principalmente, no que se refere a importância de compreender e debater o papel do profissional em Serviço Social em meio à proteção de dados.
1 DESENVOLVIMENTO
	A Lei Geral de Proteção de Dados (“LGPD”) brasileira regulamenta o tratamento de dados pessoais nos setores público e privado, materializando a consolidação da disposição legal em matéria de Privacidade e Proteção de Dados. Sua estrutura e conteúdo refletidos são o reflexo de uma legislação brasileira inspirada nas diretrizes internacionais, especialmente nas previstas no Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (“GDPR”), que entrou em vigor em 25 de maio de 2018.
	Para efeitos da LGPD, “dados pessoais” são as informações relacionadas com uma pessoa singular identificada ou identificável. Dentro deste conjunto, os “dados pessoais sensíveis”, por sua vez, constituem uma categoria específica de dados pessoais que requerem um maior grau de proteção jurídica face ao potencial discriminatório que pode advir do seu tratamento. Esta categoria é composta por dados pessoais de origem racial ou étnica, crença religiosa, opinião pública, filiação a sindicato ou organização religiosa, filosófica ou política, dados relativos à saúde ou vida sexual e dados genéticos ou biométricos, quando relacionados com uma pessoa singular. Neste cenário, enquanto dados pessoais são aqueles que podem identificar ou levar à identificação de alguém, os dados sensíveis, além de identificarem um indivíduo, é capaz de promover a discriminação contra ele. Observe que o processamento de dados pessoais que revelam dados confidenciais também está sujeito a proteção especial nos termos da lei.
	É importante, no entanto, que nesta dinâmica de processamento de dados pessoais existam três atores fundamentais: o titular dos dados e os agentes de processamento (controlador e processador).
	Com o objetivo de garantir que o tratamento de dados pessoais será válido e lícito, a LGPD disponibiliza uma lista de hipóteses em que essas operações podem ocorrer. Essas condições legais, mais conhecidas como “Bases Legais”, abrangem diversos cenários possíveis para legitimar operações de processamento. Portanto, é necessário que haja uma avaliação dos agentes de processamento para identificar a base jurídica mais relevante para cada uma de suas operações, ponderando, neste processo, fatores como o grau de segurança da base jurídica contra questionamentos futuros, o conjunto das medidas acessórias de que necessita, entre outras questões.
A Lei nº 13.709 / 2018, conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), foi criada e aprovada com o objetivo de proteger os direitos da personalidade, regulamentar o tratamento de dados pessoais, proteger a intimidade e a liberdade das pessoas e regulamentar a guarda, uso, transferência, processamento e venda de dados de terceiros. A promulgação dessa lei seguiu as tendências internacionais, uma vez que cerca de 120 países já possuíam uma regulamentação sobre o assunto, e foi inspirada principalmente na regulamentação europeia.
	Em suma, é possível dizer que a LGPD brasileira visa harmonizar o direito fundamental à proteção da privacidade e da intimidade com o interesse público e o uso e desenvolvimento de tecnologia aplicada à era da informação. Antes da LGPD ser promulgada, o direito à privacidade e intimidade já era garantido pela Constituição Federal Brasileira, que estabelecia claramente que tais direitos deveriam prevalecer sobre quaisquer interesses públicos, ao estabelecer restrições ao acesso a determinadas informações pessoais, tais como, mas não se limitando a, informações financeiras, correspondências, conversas telefônicas (artigo 5, X, XII).
	Além disso, a Constituição Federal protege a intimidade e a privacidade, ainda que indiretamente, ao dispor expressamente sobre o direito à consulta e retificação de dados pessoais públicos ou cadastrados em bancos de dados de instituições governamentais (art. 5º, LXXII e XXXIII).
1.1 Filosofia, Ética, Política e Cidadania
	A Filosofia pode ajudar na construção de reflexões válidas sobre seguir e não seguir as regras éticas que são impostas pelas empresas que trabalham com determinados serviços digitais. Naturalmente, cada reflexão contribui para a mudança ou não de comportamento perante a sociedade.
As questões éticas e sociais decorrentes do uso da tecnologia em todas as áreas de nossas vidas - e nos negócios, em particular - levaram à criação de um novo ramo da ética: a tecnoética.
A Tecnoética (TE) é uma área de pesquisa interdisciplinar que se preocupa com todos os aspectos morais e éticos da tecnologia na sociedade. Baseia-se em teorias e métodos de vários domínios do conhecimento (como comunicações, estudos de informação de ciências sociais, estudos de tecnologia, ética aplicada e filosofia) para fornecer insights sobre as dimensões éticas dos sistemas tecnológicos e práticas para o avanço de uma sociedade tecnológica.
A tecnoética vê a tecnologia e a ética como empresas socialmente incorporadas e se concentra em descobrir o uso ético da tecnologia, protegendo contra o uso indevido da tecnologia e criando princípios comuns para orientar novos avanços no desenvolvimento e aplicação tecnológicos para beneficiar a sociedade. Normalmente, os estudiosos da tecnoética têm uma tendência a conceituar a tecnologia e a ética como interconectadas e inseridas na vida e na sociedade. A tecnoética denota uma ampla gama de questões éticas quegiram em torno da tecnologia - desde áreas específicas de foco que afetam os profissionais que trabalham com tecnologia até questões sociais, éticas e legais mais amplas relativas ao papel da tecnologia na sociedade e na vida cotidiana.
Filosofia ética kantiana não é meramente um dos múltiplos sistemas conceituais do século dezoito, mas a mais avançada manifestação teórica da sociabilidade capitalista ascendente.
Seguindo a proposição de Evgeni Pachukanis, a ética de Kant é a expressão de uma forma ética burguesa, assim como o direito pode ser concebido como uma forma social capitalista. Isso significa que tanto a ética quanto o direito são categorias lógica e historicamente derivadas do modo capitalista de produção, contendo suas determinações e características sociais mais expressivas. Pode-se perceber a íntima conexão entre as ideias kantianas e a modernidade burguesa ao fazermos uma análise marxista de seu profundo individualismo e de seus conceitos éticos elementares.
A formulação teórica de Kant sobre a ética não se restringe à definição de uma moralidade correlata à sociedade burguesa. Ela define a ética como uma forma própria do capitalismo, como uma abstração categorial que só foi possível com a ascensão de um tipo de sociedade baseado na produção e na circulação de mercadorias em larga escala, a exemplo do que se dá com a forma jurídica e com o sujeito de direito.
O universalismo kantiano do imperativo categórico, com todas as suas implicações, está inteiramente enraizado no indivíduo da sociedade capitalista, concebida desde os primórdios como um conjunto de átomos dotados de interesses particulares que coexistem por meio de um contrato social. Do mencionado imperativo, extrai-se como referência ética a lei moral interior que o indivíduo deduz da razão, e que o impele numa conduta livre enquanto agente que sujeita a si próprio. E é precisamente essa a condição do indivíduo no mercado capitalista: cabe a ele mover-se espontaneamente ao mercado e comercializar consensualmente sua força de trabalho, sem o recurso dos métodos coercitivos de trabalho como a servidão e a escravidão. O assalariamento, inequívoca forma capitalista, pressupõe a constante disposição ideológica interior do indivíduo, a qual desemboca numa apologia da liberdade jurídica como realização da dignidade do homem, esse ente proprietário de coisas que se define em função do movimento delas no mercado e da abstração de todos os tipos de trabalho no valor de troca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluí-se que a pesquisa realizada gerou muito mais conhecimento a respeito da relação da LGPD, forneceu informações cruciais para entendermos a importância de sempre nos manter atualizados sobre a Lei Geral de Proteção de Dados e as relações com o contexto social brasileiro da atualidade proporcionando inúmeras reflexões filosóficas para pensarmos sobre o tema, especialmente no contexto de consolidação das tecnologias da informação e comunicação sobre as relações sociais que estamos vivendo na atualidade.
Portanto a interdisciplinaridade é muito importante para a formulação de um projeto pautado em metodologias que corresponda todas as necessidades do ensino remoto, tendo como principal foco o desenvolvimento integral do aluno, buscando mesmo em época de pandemia recursos que viabilizem as aulas e garanta oportunidade da troca e construção do conhecimento sólido pelos alunos. Através do referido portfólio pode-se perceber a formulação de um projeto que corresponda todos os aspectos solicitados, tendo em vista a grande importância de tais conhecimentos para a vivência acadêmica, agregada ao futuro profissional.
REFERÊNCIAS
BARBOZA, Sergio de Góes; ALMEIDA, Márcia Bastos; ANACLETO, Gesiel; DA LUZ, Pedro Fernandes Leite; BOHMANN, Katja Junqueira; OTTO, Franciele; SANCHES, Sidney de Moraes; DE AQUINO, Fernando Lopes. Filosofia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2014.
BRASIL. Comitê Central de Governança de Dados. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/comite-central-degovernanca-de-dados Acesso em: 01 out. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Dispõe sobre a proteção de dados pessoais e altera a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet). Brasília, DF: Presidência da República, 2018.
FREITAS, V.H.D. Violação de dados pessoais e o princípio da eficiência: um diálogo entre o público e o privado. Disponível em: http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=ffb5597397de30f2. Acesso em: 01 out. de 2021.
GARNIER, Cíntia Miele; PADILHA, Tamyris Michele. Ética, privacidade e novas tecnologias: o impacto da lei de proteção de dados na sociedade. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/311142/etica--privacidade-e-novastecnologias--o-impacto-da-lei-de-protecao-de-dados-na-sociedade. Acesso em: 01 out. 2021.

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