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RESENHA: Abordagem da hidroterapia no tratamento da fibromialgia 
PIBIC, Osasco.2006 
A fibromialgia se caracteriza por uma síndrome idiopática causadora de dor 
musculoesquelética, sensibilidade em 11 dos 18 tender-points sob uma 
pressão de 4kg segundo o Colégio Americano De Reumatologia, dor deve 
permanecer durante pelo menos três meses, insônia, fadiga, falta de vitalidade, 
diminuição da resistência a exercícios físicos, e consequentemente da 
capacidade cardiorrespiratória, síndrome do cólon irritável, parestesias, 
sobretudo em mãos e pés, depressão, cefaléia, sensação de inchaço nas 
articulações e rigidez. 
As mulheres entre 35 a 65 anos são as mais acometidas pela síndrome, tendo 
sua qualidade de vida diminuída pelo agravamento do quadro álgico e limites 
funcionais limitados. 
Os benefícios da hidroterapia são consistentes, como os principais podemos 
citar a diminuição de impacto e do peso corporal dados pela densidade relativa 
e empuxo, melhor circulação sanguínea pela pressão hidrostática, a 
viscosidade proporcionando força muscular e o aquecimento da água gerando 
um relaxamento muscular, além dos estímulos sensoriais e melhora do bem 
estar do paciente. 
O estudo se trata de uma intervenção clinica sem cegamento e grupo-controle, 
seis entre os oito pacientes terminaram o estudo, todas tinham entre 45-53 
anos, sendo que três das pacientes tiveram pausas no tratamento devido 
motivos pessoais. 
O protocolo de tratamento consistiu em 10 sessões individuais duas vezes por 
semana com duração de 45 minutos, sendo que as primeiras sessões foram 
utilizadas para adaptação aquática e as demais foram utilizados os métodos de 
Bad Ragaz e Watsu. As avaliações utilizando o EVA, digito-palpação nos 
tender points, FIQ, e teste da distancia do terceiro dedo no solo ocorreram na 
primeira, sexta e decima sessões. 
Como principais resultados gerais que pudemos ver neste estudo foram 
evidentes a diminuição da intensidade e sensibilidade da dor, aumento da 
capacidade funcional e diminuição da insônia e rigidez matinal. Durante as 
sessões era nítido o relaxamento e melhora no bem estar das pacientes, o que 
as incentivou a continuarem seguindo o protocolo e a realizarem cada vez mais 
atividades diárias que já não faziam mais. 
Foi observado que anormalidades de caráter social durante o dia a dia das 
pacientes fazia com que a dor aumentava e este não foi o único estudo a 
concluir que os impactos psicossociais da fibromialgia podem ser ainda 
maiores que os físicos, sendo a síndrome associada à depressão, ansiedade 
ou até mesmo crises de pânico. 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA: 
O artigo “Fisioterapia aquática como tratamento para fibromialgia: revisão 
integrativa de literatura”, publicado em 2021 pelo Centro Universitário FG é uma 
revisão integrativa da literatura que usou 11 artigos publicados entre 2010 a 2021, 
que mostram de modo positivo o uso da hidroterapia no tratamento de pacientes 
com fibromialgia. A Fibromialgia é uma doença idiopática que acomete 
principalmente mulheres acima de 35 anos, sendo seu principal sintoma a dor 
crônica generalizada, alem de depressão, insônia, rigidez matinal e dores em 
pontos específicos chamados de tender points. 
 A hidroterapia é uma ótima metodologia para o tratamento dessa doença, 
pois ela permite uma maior amplitude de movimento, redução das tensões 
musculares e impactos na articulação, benefícios que um paciente fibromialgico 
precisa ter para melhorar sua qualidade de vida.Como esse artigo é uma revisão 
integrativa, possui vários dados de pesquisadores que tiveram boa resposta no 
tratamento, mas o que achei mais interessante foi a combinação da hidroterapia 
com outros tipos de exercício como a dança, mostrando que tiveram uma melhora 
na dor, porém um dos protocolos que mais teve resultado positivo foi do 
pesquisador Silva (2012) que aplicou a hidroterapia com caminhada, alongamento 
muscular, exercícios ativos e exercícios respiratórios, tendo como resultado 
melhora da qualidade do sono, capacidade funcional, situação profissional, 
distúrbios psicológicos e sintomas físicos. 
 Como a Fibromialgia é uma doença que não tem cura, o melhor tratamento 
é trazer uma melhor qualidade de vida para esses pacientes, esse artigo nos 
mostra que a hidroterapia é uma boa técnica nessa situação e que pode ser usado 
com diversas outras técnicas a fim de beneficiar essas pessoas. 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO FG – UNIFG 
BACHARELADO EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
RAINARA SUELLEN DE JESUS SOUZA BEZERRA 
THÂMARA RENATA MARTINS AMORIM 
 
 
 
 
 
 
ARTIGO CIENTÍFICO 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA COMO TRATAMENTO PARA FIBROMIALGIA: 
REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guanambi-BA 
2021.1 
 
 
RAINARA SUELLEN DE JESUS SOUZA BEZERRA 
THÂMARA RENATA MARTINS AMORIM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTIGO CIENTÍFICO 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA COMO TRATAMENTO PARA FIBROMIALGIA: 
REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado ao curso de 
Fisioterapia do Centro Universitário FG – 
UNIFG, como um dos pré-requisitos para 
avaliação da disciplina Trabalho de 
conclusão de Curso II. 
 
Orientador (a): Sabrina Macedo Rocha 
Boaventura 
 
 
 
 
 
 
 
Guanambi-BA 
2021.1 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 
2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 6 
3 RESULTADOS ......................................................................................................... 7 
4 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 13 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 15 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA COMO TRATAMENTO PARA FIBROMIALGIA: 
REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
Rainara Suellen de Jesus Souza Bezerra¹, Thâmara Renata Martins Amorim¹, 
Sabrina Macedo Rocha Boaventura³. 
 
¹ Graduando (as) do curso de Fisioterapia, Centro Universitário FG – UNIFG 
³ Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FG – UNIFG 
 
RESUMO: Introdução: A fibromialgia (FM) é uma patologia reumatológica de 
etiologia pouco conhecida, com acometimento maior em mulheres com idade superior 
a 35 anos. Sua maior característica é dor musculoesquelética crônica e generalizada. 
O tratamento é baseado nos sintomas, tendo como objetivo recuperar a qualidade de 
vida, buscando restabelecer o equilíbrio emocional, aliviar a dor, melhorar o 
condicionamento físico e fadiga. A fisioterapia aquática utiliza-se dos efeitos físicos, 
fisiológicos e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em piscina aquecida, 
auxiliando na reabilitação ou em prevenções das alterações funcionais. Objetivo: 
Comprovar a eficácia da Fisioterapia aquática em pacientes com diagnóstico de 
fibromialgia. Metodologia: Revisão integrativa de literatura por meio de pesquisas nas 
bases de dados LILACS, Scielo, Pubmed e Peter, entre o período de 2010 á 2020. 
Utilizou-se os seguintes descritores: Fibromialgia, Síndrome fibromiálgica, 
hidroterapia, fisioterapia aquática, hidroterapia na fibromialgia. Para associação 
empregou-se os operadores boleanos AND e OR. Resultados e Conclusão: Essa 
revisão de literatura, identificou que a terapia aquática realizada em meio aquecida e 
seguindo todos os protocolos se torna eficaz como forma de tratamento das 
disfunções causadas em pacientes fibromialgicos, oportunizando diversos benefícios 
e qualidade de vida. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Fibromialgia, Fisioterapia aquática, Hidroterapia. 
 
 
ABSTRACT: Introduction:Fibromyalgia (FM) is a rheumatological pathology of little 
known etiology, with greater involvement in women over the age of 35 years. Its 
greatest characteristic is chronic and generalized musculoskeletal pain. Treatment is 
4 
 
based on symptoms, with the objective of restoring quality of life, seeking to restore 
emotional balance, relieve pain, improve physical conditioning and fatigue. Aquatic 
physiotherapy uses the physical, physiological and kinesiological effects of immersing 
the body in a heated pool as a resource to help rehabilitation or prevent functional 
changes. Objectives: To prove the effectiveness of aquatic physiotherapy in patients 
diagnosed with fibromyalgia. Methodology: Integrative literature review through 
research in the LILACS, Scielo, Pubmed and Peter. databases, between 2010 and 
2020. The following descriptors were used: Fibromyalgia, Fibromyalgia Syndrome, 
hydrotherapy, aquatic physiotherapy, hydrotherapy in fibromyalgia. Boolean operators 
AND and OR were used for association. Result and Conclusion: This review of the 
literatura identified that aquatic therapy performed in a heated environment and 
following all protocol becomes effective as a way of theating the dysfunctions caused 
in its patients, providing several benefts and quality of life. 
 
KEYWORDS: Fibromyalgia, Aquatic physiotherapy, Hydrotherapy. 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A fibromialgia (FM) é uma patologia reumatológica de etiologia pouco 
conhecida, com acometimento maior em mulheres com idade superior a 35 anos. Sua 
maior característica é dor musculoesquelética crônica e generalizada, com 
perduração maior que 3 meses, estando associada à sintomas como fadiga, distúrbios 
do sono, depressão, ansiedade, rigidez matinal, entre diversos outros (LORENA, et 
al. 2015; MARQUES, 2014). 
Apesar de não existir uma causa específica, estudos indicam a cerca de sua 
etiopatogenia, como, disfunção do sistema fisiológico do estresse, distúrbio na 
modulação da dor do Sistema Nervoso Central, resultante do déficit de serotonina de 
noradrenalina, produção de dor pela estimulação de neurônios não nociceptivos na 
medula espinhal, encargo do aumento da glutamina e substância P (SOUZA, et al. 
2017). Fatores exógenos podem estar associados em sua etiologia, processos 
cirúrgicos, doenças infecciosas, violência psicológica ou física, hiperatividade, entre 
outros (MERGENER, et al. 2011). 
Seu diagnóstico é por meio de verificação de critérios clínicos, com presença 
em pelo menos onze dos 18 pontos dolorosos, no qual afeta o esqueleto axial e 
periférico, sendo a inserção dos músculos suboccipitais na nuca, ligamentos dos 
processos transversos da quinta à sétima vertebra cervical, na borda rostral do 
trapézio, na origem do músculo supraespinhal, na junção do músculo peitoral 
juntamente com a articulação costocondral da segunda costela, dois centímetros 
abaixo do epicôndilo lateral do cotovelo, no quadrante súpero externo do glúteo, 
abaixo da espinha ilíaca, na inserção muscular do trocanter femoral e no coxim 
gorduroso, acima da linha média do joelho. Os exames complementares são utilizados 
somente para diagnóstico diferencial. O tratamento é baseado na terapêutica 
interdisciplinar, no âmbito físico, farmacológico, cognitivo comportamental e 
educacional (FERREIRA, et al., 2011; SOUZA, et al. 2017; MELLO, G., MADRUGA, 
M., TORRO, N., 2020; JUNIOR, M., et al. 2012) 
O tratamento é baseado nos sintomas, tendo como objetivo recuperar a 
qualidade de vida, buscando restabelecer o equilíbrio emocional, aliviar a dor, 
melhorar o condicionamento físico e da fadiga. (MARTINEZ, 2013). 
A fisioterapia aquática ou hidroterapia utiliza-se dos efeitos físicos, fisiológicos 
e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em piscina aquecida, auxiliando na 
6 
 
reabilitação ou em prevenções das alterações funcionais. O aquecimento da água e 
suas propriedades desempenham importante atribuições na funcionalidade, fazendo 
com que seja mantida a amplitude de movimento (ADM) das articulações, na redução 
das tensões musculares e no relaxamento, buscando reduzir os sintomas da doença 
e restabelecer a qualidade de vida do indivíduo (BATISTA, 2011). 
 De acordo com SANTANA, et al. (2010), a terapia aquática vem se destacando 
com intuito de curar e tratar doenças reumatológicas, nesse contexto, a fisioterapia 
aquática vem se sobressaindo como um dos recursos indicados e recomendados 
como terapia para pacientes com fibromialgia, pois neste meio, a água possibilita 
flutuação corporal, facilitando a reprodução de movimentos, além de diminuir impactos 
entre as articulações, beneficiando a mobilidade corporal e flexibilidade progressivo 
(LETIERI, et al., 2013). 
Portanto, mediante exposição, o objetivo desse estudo foi analisar e comprovar 
a relevância da terapia aquática como forma de tratamento em pacientes 
fibromiálgicos. 
 
2 MATERIAL E MÉTODOS 
 
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, que teve 
como objetivo comprovar se a terapia aquática é eficaz na melhora do quadro álgico 
e na sintomatologia da fibromialgia. Foram realizadas pesquisas por meio da consulta 
aos indexadores de pesquisa nas bases de dados eletrônicas Scielo, Lilacs, Pubmed 
e Pedro. Utilizando as combinações dos seguintes termos Fibromialgia/ fibromyalgia/ 
Síndrome fibromiálgica/ hidroterapia/ hydroterapy/ fisioterapia aquática/ 
hidrocinesioterapia/ hidroterapia na fibromialgia. Para associação empregou-se os 
operadores boleanos AND e OR. 
Os artigos selecionados estavam na língua portuguesa e inglesa, escritos entre 
os anos de 2010 a 2021, sendo priorizados os artigos que abordassem os temas 
voltados à fisioterapia aquática como tratamento para fibromialgia, bem como, artigos 
que estivessem em consonância com a temática proposta. 
Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos na 
íntegra que delineassem a temática referente a revisão integrativa; artigos com 
pacientes fibromialgicos em tratamento com a hidroterapia; Os critérios de exclusão 
foram: artigos que não tivesse relação direta com os descritores; artigos com 
7 
 
publicações anteriores a 2010; artigos com pacientes fibromiálgicos em tratamento 
convencional. 
 
3 RESULTADOS 
 
Durante levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônicos 
supracitados foram encontrados 38 materiais propícios ao assunto abordado, 
entretanto, apenas 21 encaixaram-se dentro dos critérios de inclusão impostos. Entre 
os 21, apenas 11 foram incluídos para análise e posterior discussão, conforme 
apresentado no quadro 1, devido estes materiais apresentarem maior abundância de 
detalhes, no que se refere, aos respectivos ganhos funcionais que a terapia aquática 
proporciona aos portadores de fibromialgia. 
Os estudos encontrados durante busca e levantamento bibliográfico que 
discutiam sobre a terapia aquática como tratamento para pacientes fibromialgicos 
estão relacionados no quadro abaixo: 
 
Quadro 1. Resumo dos principais artigos encontrados relacionados à pacientes 
fibromiálgicos submetidos a fisioterapia aquática. 
Autor Amostra Tipo de 
exercício 
Escalas de 
avaliação 
Intensidade 
e duração 
Resultados 
LETIERI, 
Rubens., 
et al. 
(2013). 
64 
mulheres 
subdivida
s em 2 
grupos 
Hidrocine
sioterapia 
e grupo 
controle. 
Hidrocinesioter
apia: 
Condicioname
nto 
cardiovascular, 
de força, 
mobilidade, 
coordenação, 
equilíbrio, 
alongamentos 
e relaxamento. 
Escala 
Analógica 
Visual 
(EVA), 
Fibromyalgi
a Impact 
Questionnai
re (FIQ) e o 
inventário 
de Beck. 
2 sessões 
de 45 min. e 
30 sessões. 
Hidrocinesio
terapia se 
mostrou 
eficaz como 
forma de 
tratamento 
alternativo 
para 
fibromialgia. 
8 
 
HECKER
, C., et al. 
(2011). 
 
24 
mulheres 
idade de 
30 a 55 
anos; 
subdivida
s em 2 
grupos de 
hidrocine
sioterapia 
ecinesioter
apia. 
Alongamentos 
e exercícios 
aeróbicos de 
baixa 
intensidade. 
Questionári
o genérico 
SF- 36. 
23 
semanas; 1 
hora cada 
sessão. 
A 
hidrocinesio
terapia 
promoveu 
relaxamento 
muscular 
favorável 
para 
melhora da 
qualidade 
de vida. 
PINKALS
KY, A., et 
al. 
(2011). 
5 
pacientes 
do sexo 
feminino. 
Método watsu. Questíonári
o sobre o 
impacto da 
fibromialgia 
(FIQ) e outro 
genérico, o 
WHQOL-
bref pré e 
pós 
tratamento e 
Escala 
Visual 
Analógica 
(EVA). 
 
5 sessões 
de watsu; 1 
vez por 
semana. 
A técnica foi 
eficaz na 
diminuição 
da dor 
avaliada 
pela EVA e 
na melhoria 
da 
qualidade 
de vida. 
SILVA, 
K., et al. 
(2012). 
60 
pacientes 
do sexo 
feminino, 
com 
Hidrocinesioter
apia; 
aquecimento 
global com 
caminhada; 
Ficha com 
dados 
demográfico
s e clínicos, 
Questionári
Duas vezes 
por semana 
com 
duração de 
60 minutos 
A 
hidrocinesio
terapia 
promove 
melhora de 
9 
 
idade 
entre 30 e 
65 anos. 
alongamento 
muscular dos 
MMSS, MMII e 
da musculatura 
dorsal, 
exercícios 
ativos livres 
para MMSS e 
MMII, 
relaxamento 
com 
alongamentos 
de MMSS, 
MMII e tronco, 
associado a 
exercícios 
respiratórios. 
o sobre o 
Impacto da 
Fibromialgia 
(QIF), Índice 
da 
Qualidade 
do Sono de 
Pittsburgh e 
Escala de 
Sonolência 
de Epworth. 
cada, no 
período de 2 
meses. 
qualidade 
do sono, 
capacidade 
funcional, 
situação 
profissional, 
distúrbio 
psicológicos 
e sintomas 
físicos da 
síndrome 
em 
pacientes 
com 
fibromialgia. 
SOUSA, 
B., et al. 
(2018). 
17 
pacientes 
do sexo 
feminino, 
divididas 
em 
grupos de 
Hidrocine
sioterapia 
e 
Cinesiote
rapia. 
Hidrocinesioter
apia: 
Aquecimento, 
exercícios 
aeróbico 
associados a 
exercício de 
fortalecimento 
e relaxamento. 
Cinesioterapia: 
Alongamentos, 
fortalecimento
s e 
relaxamento. 
Escala 
Visual 
Analógica 
(EVA), 
Escala de 
Chalder e 
teste de 
caminhada 
de 6 
minutos. 
10 sessões 
com 
duração de 
50 minutos. 
Ambas 
abordagens 
são eficazes 
no 
tratamento 
da 
fibromialgia, 
a 
cinesioterap
ia no solo foi 
mais eficaz 
na redução 
da dor e 
fadiga, 
porém, a 
melhora na 
10 
 
capacidade 
funcional 
esteve mais 
relacionado 
a 
hidrocinesio
tepia. 
REGRA, 
G., et al. 
(2020). 
 
10 
voluntária
s, com 
idade 
entre 40 e 
70 anos. 
20 minutos 
iniciais de 
alongamento, 
30 minutos de 
dança e 10 
minutos finais 
de 
relaxamento. 
Questionári
o de impacto 
da 
Fibromialgia 
(QIF), 
Escala Borg 
(Fadiga), 
Teste de 
caminhada 
de 6 minutos 
(TC6) e 
escala 
análoga de 
dor (EVA). 
22 sessões, 
2 vezes por 
semana. 
A dança 
como 
exercício 
aeróbico em 
ambiente 
aquático 
proporciono
u melhora 
na dor, não 
apresentand
o alteração 
significante 
nas outras 
variáveis. 
RAMÍRE
Z, E., et 
al. 
(2018). 
 
8 
mulheres, 
sendo 
que duas 
desistira
m uma 
por não 
conseguir 
comparec
er e outra 
por 
Hidrocinesioter
apia. 
Escala 
Visual 
Analógica 
(EVA), 
Questionári
o de 
Impacto da 
Fibromialgia 
(QIF) e 
Índice de 
Qualidade 
de Sono de 
12 sessões 
de 
hidroterapia 
durante 60 
minutos 
duas vezes 
por semana. 
Melhora 
para a 
diminuição 
da dor, 
melhoras do 
sono e da 
qualidade 
de vida dos 
pacientes 
fibromiálgic
os. Porém, 
não houve 
11 
 
problema 
de pele. 
Pittsburg 
(PSQI), 
alterações 
de sono 
relacionado
s. 
SCHLEM
MER, G., 
et al. 
(2018). 
7 
mulheres 
com 
idade 
entre 42 e 
55 anos. 
Hidroterapia: 
Alongamento, 
fortalecimento, 
relaxamento e 
exercícios 
respiratórios. 
Questionári
o de impacto 
de 
fibromialgia 
(FIQ), 
Manovacuo
metria, por 
meio de um 
manovacuô
metro digital 
composto 
por um 
transdutor 
de pressão 
MVD-300. 
10 
semanas, 2 
vezes por 
semana 
com 1 hora 
de duração. 
Melhora no 
condiciona
mento 
cardiorrespir
atório e 
funcional. 
WILHEL
M, Joyce; 
DOS 
SANTOS, 
Reni 
Volmir 
(2013). 
1 
paciente 
sexo 
feminino 
idade 53 
anos. 
Caminhadas; 
corridas; 
alongamentos 
musculares 
ativos e ativo-
assistidos; 
relaxamento 
por meio de 
técnicas de Ai 
Chi, 
distensioname
nto miofascial, 
flutuação ou 
turbilhão. 
Escala 
Visual 
Analógica 
da dor 
(EVA) 
Foram 
realizados 
sete 
atendimento
s 
fisioterapêut
icos em 
hidrociensio
terapia 
duração, em 
média, de 
50 minutos 
cada, duas 
A paciente, 
ao término 
das 7 
sessões, 
apresentou 
diminuição 
do número 
de tender 
points, 
diminuição 
da dor, 
melhora na 
amplitude 
de 
12 
 
vezes 
semanais. 
movimento 
tanto de 
membros 
inferiores 
quanto 
superiores e 
manutenção 
da força 
muscular 
JORGE, 
Matheus 
Santos 
Gomes et 
al. 
(2016). 
Pacientes 
do sexo 
feminino 
de 44 a 
57 anos. 
Alongamento; 
Exercícios de 
fortalecimento, 
condicionamen
to 
cardiorrespirat
ório, equilíbrio 
e 
propriocepção 
e relaxamento. 
Questionári
o de 
Qualidade 
de Vida 
(QV) SF-36, 
Questionári
o de 
Impacto de 
Fibromialgia 
(QIF) 
Foram 
realizadas 
10 sessões 
de 
hidrocinesio
terapia, 02 
vezes por 
semana, 
durante 02 
meses. 
Com 
duração de 
50 minutos. 
Os 
resultados 
corroboram 
com a 
pesquisa 
que sugere 
melhor 
qualidade 
de vida e 
condiciona
mento físico 
na vida das 
pacientes, 
além de 
menor 
impacto da 
dor. 
KUMPEL, 
C. et al. 
(2020). 
80 
pacientes 
do sexo 
feminino. 
Hidrocinesioter
apia, 
aquecimento 
global, 
alongamentos, 
exercícios 
Questionári
o de 
Impacto de 
Fibromialgia 
(QIF) e 
Índice de 
Qualidade 
2 vezes por 
semana, 15 
sessões de 
60 minutos. 
A 
hidroterapia 
e os 
exercícios 
do método 
Pilates se 
mostraram 
13 
 
ativos e 
resistidos. 
de Sono de 
Pittsburg 
(PSQI). 
igualmente 
eficazes na 
redução do 
impacto 
global. 
 
 
Fonte: Próprios Autores. 
 
4 DISCUSSÃO 
 
Nos últimos anos a eficácia da fisioterapia aquática como parte integrativa do 
tratamento de pacientes com a síndrome da fibromialgia tem sido objeto de ampla 
discussão no meio científico, visto que esta modalidade terapêutica proporciona 
inúmeros benefícios para o paciente diagnosticado com fibromialgia. Embora 
incipiente, estudos revelam como os movimentos em imersão aquática influenciam 
beneficamente na condição biopsicosocial do indivíduo, promovendo maior bem-estar 
e qualidade de vida (SILVA et al., 2012). 
Nesta perspectiva, Letieri e colaboradores (2013) abordam em seu estudo a 
utilização da hidrocinesioterapia dividida entre condicionamento cardiovascular, 
exercícios de fortalecimento, mobilização, coordenação, equilíbrio, alongamento e 
relaxamento. Os resultados obtidos revelaram a eficácia da hidrocinesioterapia como 
alternativa de tratamento para pacientes com fibromialgia, revelando que o grupo 
controle apresentou significativa melhora da dor e qualidade de vida, além de reduzir 
sintomas depressivos quando comparado ao grupo controle. Utilizando o mesmo 
plano terapêutico Jorge et al. (2016) obteve os mesmos resultados acrescido da 
melhora do condicionamento físico dos pacientes. 
Em consonância, Silva e contribuintes (2012) também afirmam em seu estudo 
que a hidrocinesioterapia foi capaz de otimizar a qualidade de vida, a qualidade do 
sono, a capacidade funcional e profissional, além de melhorar o aspecto psicológico 
e reduzir os sintomas físicos de mulheres com fibromialgia. Para chegar a tal 
conclusão os autores realizaram o protocolo com aquecimento por deambulação, 
alongamento e exercícios ativos globais e exercícios de relaxamento associados ao 
ciclo respiratório. 
14 
 
A hidroterapia também foi utilizada por Schlemmer e colaboradores (2018) que 
por meio desta modalidade observou quepacientes fibromiálgicos imersos em água 
tiverem como resultado um melhor condicionamento cardiorrespiratório e melhora da 
capacidade funcional, refletindo também no bem-estar dos envolvidos. De forma 
semelhante aos exercícios citados no estudo anterior, este artigo realizou um 
programa baseado em condutas de alongamento, fortalecimento, relaxamento e 
exercícios respiratórios, incluindo o trabalho musculoesquelético e da musculatura de 
cadeia respiratória. 
Ainda nesta vertente, Ramírez et al. (2018) realizaram um estudo no qual 
utilizou também de intervenções com aquecimento associado a caminhadas em 
diferentes direções, exercícios aeróbicos, alongamento e fortalecimento muscular e 
utilização da técnica Ai-Chi como forma de relaxamento. Por meio de escalas e 
questionários foi observado que houve expressiva redução do quadro álgico com 
melhora do sono e da qualidade de vida. 
Wilhelm e Santos (2013) por sua vez também utilizaram de exercícios com 
caminhada, corrida, alongamentos ativos e ativo-assistidos e Ai-Chi para relaxamento, 
porém os autores ainda acrescentaram a massoterapia para liberação da fáscia 
muscular, além da flutuação ou turbilhonamento da água. Por meio de avaliação pós-
intervenção foi identificado redução dos pontos dolorosos, consequentemente 
reduzindo a dor, ademais, houve também aumento da capacidade articular com 
melhora da amplitude de movimento ativa de membros superiores e inferiores, além 
de manter a força muscular dos pacientes com fibromialgia. 
A fim de avaliar os benefícios do Watsu para o paciente com fibromialgia 
Pinkalsky e colaboradores (2011) utilizaram os questionários sobre o Impacto da 
Fibromialgia (FIQ), o WHOQOL-bref e a Escala Visual Analógica (EVA), obtendo como 
resultado a diminuição do quadro doloroso relatado pelos pacientes, além da melhora 
da qualidade de vida dos mesmos quando empregado este método. 
De forma mais peculiar Regra et al. (2020), optou por avaliar o efeito da dança 
do tipo jazz em imersão, concomitantemente, durante os atendimentos eram 
realizados exercícios de alongamento no início da intervenção e ao final foi utilizado 
flutuadores para relaxamento. Como resultado houve redução de dor do score 4 para 
o score 3 de acordo a EVA, no entanto, não houve diferenças significativas quanto as 
outras variáveis como qualidade de vida, fadiga, pressão arterial e distância 
percorrida. 
15 
 
Hecker et al. (2012) realizou um estudo comparativo entre o emprego da 
hidrocinesioterapia e a cinesioterapia em solo, sendo realizado em ambos os grupos 
os seguintes exercícios: alongamentos, exercícios aeróbicos e exercícios ativos. Após 
avaliação pelo questionário SF-36, se observou benefícios para ambos os grupos no 
quesito dor, capacidade funcional, social e mental. Quanto aos aspectos emocionais 
somente aqueles submetidos a hidrocinesioterapia apresentaram melhora expressiva, 
por outro lado, apenas o grupo cinesioterapia obteve evolução quanto aos aspectos 
físicos. No que se refere ao estado geral de saúde não houve mudança em ambos os 
grupos em relação a pré intervenção. 
Similarmente, Sousa et al. (2018) avaliariam as diferentes respostas 
encontradas nos grupos de hidrocinesioterapia e cinesioterapia, sendo que no 
primeiro foi realizado aquecimento, exercícios aeróbicos juntamente com exercícios 
de fortalecimento e relaxamento ao final, em contrapartida, no segundo grupo apenas 
alongamento, fortalecimento e relaxamento foi realizado. Desta forma, após avaliação 
pela EVA, escala de Chalder e teste de caminhada de seis minutos, identificou-se 
evolução em ambos os grupos. De forma mais específica, a hidrocinesioterapia 
promoveu melhor capacidade funcional e a cinesioterapia foi determinante para 
redução de fadiga e do quadro álgico. 
Em 2020, Kumpel e colaboradores desenvolveram um estudo comparativo do 
método pilates e da hidroterapia. Para tal, os pesquisadores realizaram um protocolo 
de hidrocinesioterapia composto por aquecimento global por meio de caminhadas em 
diferentes direções, alongamentos de membros superiores, inferiores e musculatura 
dorsal, exercícios ativos livres e posteriormente resistidos e, por último, exercícios de 
relaxamento com alongamentos associados a respiração. Quanto ao plano 
terapêutico do pilates em solo, realizou-se exercícios de conscientização muscular e 
reeducação respiratória, além de protocolos específicos do pilates com evolução 
gradativa de intensidade e carga. Os resultados obtidos revelaram que ambos os 
grupos apresentaram melhoras quando aos scores de capacidade funcional, 
qualidade de sono e analgesia. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A fibromialgia é uma patologia que acarreta diversos sintomas indesejáveis e 
como consequência problemas sociais, psicológicos e familiar. Sendo a dor seu 
16 
 
principal desconforto, a terapia aquática por meio da agua aquecida, exercícios e 
métodos específicos, apresenta-se como importante recurso capaz de melhorar a 
capacidade funcional, melhorar o condicionamento cardiorrespiratório do paciente e 
sua respectiva sintomatologia dolorosa, uma vez que, a água aquecida contribui na 
redução dos pontos dolorosos, proporcionando relaxamento muscular e bem estar, 
além de propiciar qualidade no sono, desempenho profissional e contribuir 
significativamente na melhora no aspecto psicológico. 
Deste modo, essa revisão de literatura, identificou que a terapia aquática 
realizada em meio aquecida e seguindo todos os protocolos se torna eficaz como 
forma de tratamento das disfunções causadas em pacientes fibromialgicos, 
oportunizando diversos benefícios e qualidade de vida. 
 
 
 
 
17 
 
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FFFFFISIOISIOISIOISIOISIOTERAPIATERAPIATERAPIATERAPIATERAPIA
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Karollini Birelo Ferreira
Pesquisadora
Luciana Akemi Matsutani
Orientadora
Resumo
As propriedades físicas da água podem atuar no corpo em imersão através do empuxo, diminuindo a carga articular e
facilitando movimentos de grande amplitude, a pressão hidrostática aumenta o retorno venoso e linfático e a temperatura
da água morna promove um relaxamento muscular. Baseada nos efeitos fisiológicos da imersão, a hidroterapia pode ser
uma favorável opção de tratamento a pacientes com fibromialgia. Este artigo pretende verificar os efeitos da hidroterapia
no tratamento de pacientes com fibromialgia. Trata-se de um estudo de caso de oito pacientes com diagnóstico de
fibromialgia, encaminhadas a uma clínica-escola de Fisioterapia de um Centro Universitário. As pacientes foram avaliadas
no início, metade e final do tratamento através das medidas de: dor pela Escala Analógica Visual (VAS), sensibilidade
dolorosa nos tender points pela dígito-palpação, impacto da fibromialgia na qualidade de vida através do Fibromyalgia
Impact Questionnaire (FIQ), e flexibilidade pelo teste da distância do terceiro dedo-solo. O tratamento consistiu em dez
sessões individuais de exercícios de relaxamento na piscina terapêutica à temperatura de 34ºC. Os dados das seis pacientes
mostraram diminuição da dor na VAS, cansaço matinal, fadiga, ansiedade e depressão pelo FIQ, do escore miálgico nos
tender points e da distância do terceiro dedo-solo. Exercícios de relaxamento na água parecem ser benéficos no tratamento
de pacientes com fibromialgia, sendo capaz de reduzir a intensidade da dor e sensibilidade dolorosa, melhorando a
qualidade de vida, diminuindo a fadiga, ansiedade e depressão além de proporcionar qualidade do sono e do bem-estar.
Palavras-chave: Dor. Fibromialgia. Hidroterapia.
Abstract
The physical properties of the water can act in the body in immersion through the buoyancy, diminishing the load to
articulate and facilitating movements of great amplitude, the hydrostatic pressure increases the venous return and lymphatic
and the temperature of the lukewarm water promotes a relaxation muscular. Based in the physiological effect of the
immersion, the hydrotherapy can be a favorable option of treatment the patients with fibromyalgia. To verify the effect of
the hydrotherapy in the treatment of patients with fibromyalgia. Study of case of eight patients with fibromyalgia
diagnosis directed to a clinic - school of Physiotherapy of a university center. The patients had been evaluated at the
beginning, half and end of the treatment through the measures of: pain for Visual Analogical Scale (VAS), painful
sensitivity in them to tend points for the digit-palpation, impact of the fibromyalgia in the quality of life through
Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) and flexibility for the test of in the distance of the third finger-ground. The
treatment consisted of ten individual sessions of exercises of relaxation in the therapeutical swimming pool to the
temperature of 34ºC. The data of the six patients had shown reduction of pain in the VAS ones, of the mourning fatigue,
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Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
fatigue, anxiety and depression for the FIQ, of it props up mialgical in them to tend points and of in the distance of the
third finger-ground. Exercises of relaxation in the water seems to be beneficial in the treatment of patients with fibromyalgia,
being capable to reduce the intensity of pain and painful sensitivity, improving the quality of life, diminishing the fatigue,
anxiety and depression beyond improving the quality of sleep and it well-being.
Key words: Pain. Fibromyalgia. Hydrotherapy.
1 Introdução
Fibromialgia é uma síndrome reumatológica de
origem desconhecida, cujo quadro se caracteriza por
dor musculoesquelética crônica e difusa pelo corpo,
com sensibilidade em, no mínimo 11 dos 18 pontos,
denominados tender points, perante uma pressão de
aproximadamente 4 kg, segundo o Colégio Americano
de Reumatologia (FERREIRA et al., 2002; SALVADOR
et al., 2005; WOLFE et al., 1990).
Os sintomas consistem em dor generalizada pelo
corpo durante pelo menos três meses, insônia, fadiga,
falta de vitalidade, diminuição da resistência a
exercícios físicos, e conseqüentemente da capacidade
cardiorespiratória, síndrome do cólon irritável,
parestesias, sobretudo em mãos e pés, depressão,
cefaléia, sensação de inchaço nas articulaçõese rigidez
(SILVA et al., 1997).
A síndrome acomete geralmente mulheres entre 35
a 65 anos, o que corresponde justamente à faixa etária
de maior atividade física, social e profissional, gerando,
por conseqüência, ausência freqüente ao trabalho, por
exemplo (REZENDE, 2002).
Qualidade de vida é a avaliação do estado global de
saúde, ou seja, reflete o impacto da saúde nos aspecto
de bem-estar físico, mental e de relacionamento social
do paciente (MARTINEZ et al., 1998).
A fibromialgia consiste em uma doença que
determina limites funcionais aos pacientes, cujo quadro
álgico crônico interfere na sua qualidade de vida
(SALVADOR et al., 2005). Alguns autores mostram o
impacto negativo na qualidade de vida das pessoas com
fibromialgia, quando comparada a outras doenças
reumatológicas, como por exemplo, a artrite reumatóide
(MARTINEZ et al., 2001).
O termo Hidroterapia significa toda a aplicação
externa de água com finalidade terapêutica. A
hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que vem
demonstrando resultados positivos no tratamento e na
prevenção de várias doenças (DEGANI, 1998).
Baseada nos efeitos fisiológicos e terapêuticos, a
hidroterapia pode mostrar-se uma opção favorável para
o tratamento de pacientes com fibromialgia. A água
representa um meio único para realização dos exercícios,
gerando resultados bem diferentes, quando comparados
a sua realização em solo (CURETON, 2000). Esses
resultados vão desde a melhora da capacidade
cardiorespiratória até a melhora do bem-estar do
indivíduo (DIAS et al., 2003).
As propriedades físicas da água provocam efeitos
no corpo, tais como a densidade relativa, que diminui o
impacto dos exercícios sobre as articulações; pressão
hidrostática que gera uma pressão sobre todos os sistemas
corpóreos, como por exemplo, cardiovascular, fazendo
41
Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
com que o sangue circule melhor; flutuação ou empuxo
promove diminuição do peso corporal facilitando os
movimentos de maior amplitude; viscosidade
proporciona resistência aos exercícios, contribuindo
para fortalecimento muscular; a temperatura, que gira
em torno de 33º a 35º, resultando em relaxamento
muscular adequado, melhorando o sono (BASTOS;
OLIVEIRA, 2003).
Além disso, durante a imersão, os estímulos sensoriais
concorrem com os estímulos dolorosos, interrompendo
o ciclo da dor (SALVADOR et al., 2005)
2 Objetivo
Esse artigo pretende avaliar os efeitos da hidroterapia
em relação à intensidade e à sensibilidade à dor, diante
do impacto dos sintomas da fibromialgia na qualidade
de vida e na flexibilidade de pacientes portadores dessa
síndrome.
3 Casuística e métodos
Trata-se de estudo de intervenção clínica sem
cegamento e sem grupo-controle. As fontes de
informação são diretas e indiretas e ocorrem de forma
prospectiva.
Participaram do estudo 8 mulheres, 6 finalizaram o
programa de tratamento, 1 desistiu e 1 não se adaptou
ao meio aquático. Todas apresentaram diagnóstico de
fibromialgia segundo os critérios do Colégio Americano
de Reumatologia de 1990, com idade entre 45 a 53
anos (média de 49 anos), sem hipertensão arterial
sistêmica não-controlada, nem doença cutânea infecto-
contagiosa, insuficiência renal, cardiopatia aguda grave
e doença respiratória grave. As pacientes consentiram
em participar do estudo e assinaram o termo de
consentimento pós-informação, além de possuírem um
atestado médico para prática de atividades físicas
aquáticas. O estudo foi realizado na Clínica-Escola de
Fisioterapia do Centro Universitário FIEO, município
de Osasco.
Utilizou-se um protocolo de avaliação adaptado de
MATSUTANI (2003) e flutuadores diversos. O tratamento
consistiu em 10 sessões, com atendimentos individuais
realizados duas vezes por semana, com duração de 45
minutos. Cada paciente foi orientada sobre as medidas
de segurança da piscina e da clínica. O tratamento
dividiu-se da seguinte forma: na 1ª, 6ª e 10ª sessões
foram feitos anamnese, registro da intensidade da dor
perante a escala analógica visual da dor (quanto maior
a intensidade da dor, maior o valor da escala), avaliação
dos tender points, avaliação da qualidade de vida do
indivíduo de acordo com o questionário FIQ (quanto
pior é a qualidade de vida, maior o valor do FIQ), e
avaliação da flexibilidade através do teste da distância
do terceiro dedo-solo (quanto maior é o valor da
distância do terceiro dedo-solo, menor a flexibilidade).
Quanto à avaliação da sensibilidade dolorosa nos tender
points, interpretou-se da seguinte forma: a manobra de
palpação foi considerada positiva em caso de maior ou
igual a 2, segundo a graduação abaixo:
0 = sem dor
1 (leve) = Dor, porém sem expressão facial, sem
movimento de todo o corpo ou na ausência de
movimento para fora do examinador.
2 (moderada) = Dor com expressão facial ou
movimento leve do corpo.
3 (grave) = Dor com movimento importante do corpo
ou retirada para fora do campo de exame.
4 (intensa) = Paciente intocável.
42
Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Na 2ª sessão, o paciente iniciou a hidroterapia. O
objetivo dessas primeiras sessões foi realizar adaptação
aquática que consistiu em exercícios de imersão, controle
da respiração, flutuação, caminhada, além do uso de
flutuadores: flutuador cervical (poliestireno revestido),
flutuador pélvico e flutuadores de tornozelo da marca
Floty®. Durante a 4ª sessão até a 9ª, realizaram-se alguns
exercícios de adaptação, descritos anteriormente e, em
seguida, a aplicação do método Bad Ragaz e Watsu, que
consiste em uma técnica de relaxamento na água através
de movimentos passivos, conduzidos pelo fisioterapeuta.
De acordo com o método, associado ao arrasto da água,
é possível restaurar a flexibilidade por meio do
alongamento muscular.
4 Resultados
Todas as pacientes são mulheres com idade entre 45
e 53 anos (média de 49 anos). Em relação ao estado
civil, 66.66% são casadas, 16.67% solteiras e 16.67%
viúvas. Quanto à escolaridade, 33.33% possuem 1º grau
completo, 50% 2º grau completo e 16.67% ensino
superior. As pacientes que trabalham fora somam 50%.
Na avaliação da intensidade da dor, de acordo com
a Escala Analógica Visual de Dor, em que 0cm significa
ausência de dor, e 10cm dor insuportável, as pacientes
obtiveram ao longo das sessões resultados significativos
de melhora. A figura 1 mostra os resultados das seis
pacientes que participaram deste estudo. Podemos
observar que todas se referiram à diminuição da
intensidade da dor. É importante lembrar que as
pacientes 3, 4 e 5 tiveram uma pausa no tratamento por
motivos pessoais, causando elevação ou igualdade da
sensibilidade dolorosa comparado ao início do
tratamento. Nestas condições, as pacientes 3 e 4
obtiveram uma discreta melhora.
Figura 1 – Avaliação da dor relatada pelas pacientes ao longo das 10 sessões de tratamento de hidroterapia (0cm significa
ausência de dor e 10cm dor insuportável)
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Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Também houve redução da sensibilidade à dor (50%),
em relação à palpação dos tender points.
De acordo com a avaliação do impacto da
fibromialgia na qualidade de vida das pacientes,
observou-se diminuição da insônia relatada pelas
pacientes e, conseqüentemente, diminuição da ansiedade
e do estado de cansaço. Além disso, houve um aumento
significativo dos dias da semana em que se sentiram
bem (média inicial ao tratamento de 2 e final ao
tratamento de 5). Em relação às atividades funcionais,
as pacientes relataram, conforme verificado
paralelamente com o questionário FIQ, grande melhora
em realizar tais tarefas sem dor e até mesmo realizar
sem que a dor aparecesse tardiamente. Quanto à rigidez
matinal, ocorreu melhora significativa, embora ainda
estivesse presente até o final tratamento. Para
apresentação gráfica, foi feita amédia dos valores da
avaliação inicial e final do tratamento das 6 pacientes
(figura 2).
Verificou-se, de acordo com o teste do terceiro dedo
solo, que mesmo com o alongamento passivo
proporcionado com o tratamento, houve melhora da
flexibilidade das pacientes, podendo-se inferir como
causa da melhora da dor lombar relatada na avaliação
(figura 3).
Figura 2 – Média dos valores dos sintomas avaliados no FIQ das 6 pacientes no início e final do tratamento (quanto menor
o valor, menor é o impacto do sintoma na qualidade de vida)
44
Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
5 Discussão
Este estudo teve o propósito de avaliar os efeitos
que a hidroterapia poderiam gerar nas pacientes com
Fibromialgia, em diversos aspectos: sono, aumento da
flexibilidade com o uso do teste do terceiro dedo-solo,
alterações no impacto da doença nas atividades de vida
diária através do FIQ, alterações de dor nos tender point
utilizando a palpação bi-digital, mudanças do escore
de dor através da escala analógica de dor (subjetivo).
Tudo se realizou de forma uniforme na primeira, sexta
e décima sessão.
Segundo Salvador et al. (2005), a água aquecida é
um meio terapêutico que promove relaxamento
muscular, diminuindo espasmo e aumentando a
circulação sangüínea periférica. Neste estudo, foi
possível observar durante a sessão, o relaxamento da
paciente que chegava inicialmente com dor e após a
sessão, referiu-se à ausência da mesma. O Questionário
do Impacto da Fibromialgia (FIQ) possui perguntas
que permitem a visualização da capacidade de cada
paciente de realizar algumas tarefas específicas.
Algumas das tarefas não eram executadas pela paciente
por motivos diversos. Elas relataram que não faziam
tarefas domésticas para evitar dores durante a
execução, ou dor tardia, ou dispunham de empregada.
A relevância do tratamento já se explicita quando
avaliamos os dados contidos na figura 1, exceto, a
paciente 2, que não apresentou dados relevantes da
dor inicialmente.
Figura 3 - Avaliação da flexibilidade no início e final do tratamento (quanto menor a distância do terceiro dedo ao solo,
melhor é a flexibilidade).
45
Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Ao analisar a paciente 1, observou-se melhora em
todos os aspectos. Nas primeiras sessões, foi possível
notar a melhora mais significativa proporcionada pelo
tratamento, pois a paciente apresentou-se com maior
disposição em realizar qualquer tarefa externa, sem que
houvesse interrupção, por motivos de dor, cansaço e/
ou rigidez. As execuções das tarefas durante trabalho
se tornaram mais agradáveis pela diminuição da dor.
Notou-se que paciente 2 não atingiu o número
mínimo de tender points estipulado pelo Colégio
Americano de Reumatologia como diagnóstico de
Fibromialgia. Esta paciente teve resultados bem
significativos, quando comparados com as demais
pacientes, logo nas primeiras sessões. Tais resultados só
não foram melhores, segundo relato da mesma, em
decorrência de problemas familiares.
A paciente 3 apresentou grande melhora no início
do tratamento que, ao final, interrompeu-se devido a
problema de saúde, relacionado a uma crise de labirintite.
Tratava–se de uma pessoa com grande sensibilidade a
exposição a fatores climáticos, tais como vento, frio e
umidade. Estes fatores, segundo a paciente, a impendiam
de realizar tarefas externas, acarretando dificuldade de
socializar-se, justificando sentimentos de tristeza e
ansiedade.
A paciente 4 praticava atividade física
semanalmente. Em relação à sensibilidade dolorosa,
houve melhora significativa do início ao meio do
tratamento, pois ao final, a paciente apresentou aumento
nos níveis de intensidade da dor e cansaço diário.
Segundo relato, essas alterações eram causadas por
preocupação com uma cirurgia. Porém, outros fatores
melhoraram, dias que se sentiu bem, diminuição da
rigidez, depressão; acordar bem e, principalmente,
capacidade de realizar tarefas diárias; ou seja, o impacto
da Fibromialgia diminuiu. Não houve necessidade de
se ausentar do trabalho por causa de algum sintoma.
Um ponto importante observado nesse trabalho
confirma que, a cada sessão, a dor referida pela paciente
gerava interferência no tratamento. Desse modo a dor
da paciente tinha característica mais específica do que
a dor decorrente da Fibromialgia, pois sempre que
houvesse qualquer anormalidade, seja ela uma discussão,
ou incapacidade de realizar algo, a dor triplicava; porém
os outros sintomas e comparecimento às sessões não
sofreram mudanças.
Uma observação semelhante aparece no estudo de
Henrikson (1994), que comparou as mulheres com
Fibromialgia e as com Artrite Reumatóide e seus
sintomas. Os resultados do seu estudo mostraram que a
fibromiálgica apresentava baixo impacto físico, porém
alto impacto psicossocial (MARTINEZ, 2001).
Estudo realizado sobre a dor e o estresse das
pacientes com Fibromialgia por Ferreira et al. (2002),
observou que os tratamentos destinados a esta patologia
para reduzir a intensidade da dor, unidos às abordagens
que respeitam todas as perspectivas da dor, seriam uma
forma de tratamento efetivo. Já neste presente trabalho,
o uso da hidroterapia permitiu notar que para qualquer
direção que se movimentasse, a dor não era uma barreira
imediata, estabelecendo prazer na realização dos
movimentos de grandes e pequenas amplitudes e
credibilidade no tratamento.
A paciente 5, quando comparada à paciente 4,
apresentou melhora da dor e dos outros sintomas até a
6ª sessão. Foi possível então observar que todos os
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Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
sintomas retornaram quase ao escore inicial. Através
do questionário FIQ, notamos que houve melhora da
capacidade funcional, do acordar bem, da depressão,
dos dias em que se sentiu bem, da rigidez e do cansaço.
Ela relatou não faltar no trabalho por razão de dor,
porém, apresentou interrupções consecutivas no
tratamento de hidroterapia, dificultando assim resultados
mais fidedignos em relação aos benefícios.
Embora a queixa principal seja a dor generalizada, a
incapacidade acaba conjugando-se com dor, porém nos
resultados, verificamos nas pacientes uma melhora da
capacidade de realizar tarefas diárias. A sensação de bem-
estar, relatada pelas pacientes, incentivou, cada vez mais a
realizações de tarefas sem dores retardatárias.
Quanto à paciente 6, confirmou-se melhora
significativa da sensibilidade e intensidade da dor, da
capacidade de realizar tarefas diárias, do cansaço,
depressão, acordar bem, da rigidez e dos dias em que se
sentiu bem. Ela relatou sentir melhor das cãibras noturnas
e melhora das atividades sexuais, em decorrência da
diminuição da dor. A flexibilidade melhorou, implicando
em enorme importância na vida da paciente.
Todas as pacientes apresentavam queixa de rigidez
matinal, porém quanto aos itens ansiedade, depressão e
cansaço não foram encontrados níveis elevados em todos
os casos. Estudo realizado por Costa et al. (2005)
focalizou 120 pacientes, observando-se que 87,5%
tinham queixas de ansiedade e 39,2% de depressão.
Esta pesquisa diz também que a Fibromialgia aparece
associada ao estresse psicológico, a vários graus de
depressão, ansiedade, e a crises de pânico.
Em outro estudo, Berber et al. (2005) informa que
distúrbios depressivos são agravantes quanto à
capacidade de realizar as tarefas, pois aumenta a sensação
dolorosa, impossibilita a adesão a tratamentos, diminui
o suporte social e descontrola os sistemas humorais e
imunológico.
6 Conclusão
A Fibromialgia é uma síndrome crônica conjugada
com uma série de sintomas que geram problemas sociais,
familiares e psicológicos. Dor, situação desconfortável
e destrutiva à vida do ser humano; e essa dor causa
incapacidade funcional, gerando um prejuízo na
qualidade de vida.
As pacientes relataram que o estudo significou muitona vida delas, pois foi possível observar que, embora
ainda não tenha sido encontrada a cura para a
fibromialgia, há como amenizar e prevenir a dor e o
sofrimento. Exercícios de relaxamento na água parecem
benéficos no tratamento de pacientes com fibromialgia.
Tal prática é capaz de reduzir a intensidade da dor e
sensibilidade dolorosa, melhorando a qualidade de vida,
diminuindo a fadiga, ansiedade e depressão além de
melhorar a qualidade do sono e do bem-estar.
A hidroterapia apresenta-se como um recurso
terapêutico de grande excelência para o tratamento da
dor. A água é um meio que permite a realização dos
movimentos em quaisquer amplitudes, de modo prazeroso
e indolor. A fibromialgia merece cada vez mais a
dedicação de se realizar pesquisas e descobrir meios
sensatos de tratamento.
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Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
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