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Direito processual civil IV

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Direito processual civil IV
1ª aula – 19/08/2020
TUTELA PROVISÓRIA
CONCEITO DE TUTELA PROVISÓRIA: tem por finalidade antecipar o gozo de determinado direito ou assegurá-lo a fim de que possa ser gozado em momento oportuno. Decorre da necessidade de prestação jurisdicional efetiva. 
Sua finalidade é afastar o perigo a que está sujeita a tutela jurisdicional definitiva, o que ela alcança ou por meio da antecipação dos efeitos da sentença, ou pela adoção de uma medida protetiva, assecurativa, que visa não satisfazer, mas preservar o provimento final, ou redistribuir o ônus da demora na solução do processo, quando o direito tutelado for evidente (GONÇALVES, 2020).
Tutela provisória → efetividade do processo. 
Tutelas jurisdicionais, não definitivas, fundadas em cognição sumária, capaz de levar à prolação de decisões baseadas em juízo de probabilidade. (CÂMARA, 2020)
Função Jurisdicional: tutelar direitos mediante um processo de natureza democrática, com a finalidade que se chegue a uma decisão final de mérito que entregue o direito material a quem merece. 
Dentro da ideia de função jurisdicional, tem-se:
· Tutela Principal; pedido principal da petição inicial. 
· Eventuais técnicas de sumarização do procedimento para antecipar os efeitos de uma tutela principal, ou para resguardar um determinado direito enquanto o processo corre. – Cognição sumária. 
· Técnicas de sumarização: tem por finalidade fazer uma redistribuição dos custos do tempo do processo. Meios de regulação provisória da crise de direito em que se acham envolvidos os litigantes (TEODORO JÚNIOR, 2019).
· Natureza conservativa: resguardar um determinado direito que pode ser ameaçado pelo decurso do tempo; (ex.: Maria está destruindo a casa de Analissa) 
· Natureza Satisfativa: quando se dá a antecipação da tutela. – não conserva o direito, o satisfaz. 
· TUTELA PROVISÓRIA: conjunto de técnicas que permite ao magistrado, na presença de determinados pressupostos, que gravitam em torno da presença da urgência ou da evidência, prestar tutela jurisdicional, antecedente ou incidentalmente, com base em decisão instável (por isso, provisória) apta a assegurar e/ou satisfazer, desde logo, a pretensão do autor, até mesmo de maneira liminar, isto é, sem prévia oitiva do réu (SCARPINELLA, 2020).
· FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS PARA A EXISTÊNCIA DAS TUTELAS PROVISÓRIAS
Art. 5º, LXXVIII, CF: duração razoável do processo;
Pacto San José da Costa Rica;
Art. 5º, XXXV: direito fundamental à proteção jurisdicional. Direito a tutela adequada, tempestiva e efetiva.
TUTELA PROVISÓRIA PARA QUÊ?
EX.:
Pedido formulado pelo autor (marido) para que a ré (esposa) se abstenha de alienar o patrimônio comum, que será posteriormente partilhado, quando da separação ou do divórcio do casal.
Pedido formulado pelo autor para que o plano de saúde seja obrigado a custear procedimento cirúrgico, negado no âmbito administrativo.
Uma ação previdenciária de concessão de benefício, na qual requer-se a implantação do benefício e o pagamento das parcelas vencidas e não pagas. O juiz em tutela provisória, determina ao réu que implante o benefício, que o autor já passa a receber enquanto durar o processo.
Autor sofre cobranças indevidas e tem o nome inserido no SPC. Ingressa com ação e pede de forma liminar a retirada do seu nome do SPC.
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
→ cognição sumária: é uma análise mais rápida, “superficial” – mas é fundamentada, é necessário analisar documentos 
→ precariedade: A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Se surgir algum fato novo ou alguma relação que possa implicar tal modificação, o juiz fundamentará sua decisão. 
Ex.: o juiz titular não pode revogar ou modificar a tutela provisória dada por um juiz substituto (o ideal é que seja somente em caso de fato novo) 
→ impossibilidade de coisa julgada: só há coisa julgada quando a ação foi transitada em julgado. – só há em tutela definitiva. 
APLICAÇÃO DAS REGRAS ATINENTES AO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA (art. 297, PU): a efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
● CLASSIFICAÇÃO DE TUTELA PROVISÓRIA:
→ quanto ao fundamento: de urgência ou de evidência. 
→ quanto à natureza: antecipada ou cautelar. 
Antecipada: ex. em caso de cirurgia.
Cautelar: quando a ex-esposa está destruindo os bens. 
→ quanto ao momento de concessão (procedimento): antecedente ou incidental. 
Antecedente: antes do pedido principal inicial.
Incidental: pedida a qualquer momento durante o processo. 
_______________________________________________________________
aula 2 – 26/08
a. Quanto ao fundamento:
→ tutela de urgência: concedida sempre que houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano, ou risco ao resultado útil do processo (art. 300, CPC) – se subdivide em antecipada e cautelar (que se subdividem também em antecedente ou incidental) 
Periculum in mora. Fumus boni iuris. 
→ tutela de evidência: concedida independentemente da demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo (situações específicas previstas nos incisos do art. 311, CPC) – não se subdivide – é taxativo. 
b. Quanto à natureza: 
A tutela de urgência poderá ser antecipada ou cautelar. 
→ tutela de urgência antecipada (satisfativa): fundada na urgência, permite ao juiz que já defira os efeitos que, sem ela, só poderia conceder no final – ou seja, ela antecipa os efeitos da sentença. Ex.: determinada pessoa precisa da liberação do SUS para o recebimento de um determinado medicamento. Nesse caso, ajuíza a ação e pleiteia tutela antecipada para a concessão do medicamento, uma vez que corre risco de morte.
→ TUTELA CAUTELAR (assecuratória): fundada na urgência, promove a conservação do interesse da parte a fim de que ela possa ser beneficiada posteriormente com a tutela jurisdicional (não satisfativa). 
O pedido da tutela cautelar é um (guardar o direito – proteger o direito pedido na petição) e o pedido da petição inicial é outro. 
Ex.: autor ajuíza ação de cobrança. Temendo, no entanto, que o réu se desfaça dos seus bens, pede o bloqueio de valores do devedor para que na execução, haja valores suficientes para pagar o valor devido.
● Como diferenciar a tutela antecipada da tutela cautelar? 
Basta comparar a medida deferida com a pretensão formulada pelo autor na inicial. Se há coincidência entre as duas, haverá tutela satisfativa (antecipada) – o pedido antecipado vira em torno do direito material, a pessoa recebe logo o direito material. 
Se não, se a medida apenas protege, preserva o direito, sem antecipar os efeitos da futura sentença, será cautelar. 
Um exemplo de tutela antecipada é um pedido de internação para a realização de cirurgia emergencial. Nesse caso, eu preciso que o meu cliente seja internado imediatamente. Uma vez obtida a tutela cautelar, o direito material estará satisfeito, pois o cliente, que já foi internado e operado, sairá do hospital sem desejar nada além do que já obteve — a não ser, a confirmação da tutela, que deverá ser transformada de provisória em definitiva, a fim de evitar que a seguradora de saúde cobre dele os custos da internação e da cirurgia.
Já na tutela cautelar, o risco está na efetividade do processo futuro. Um bom exemplo: sou credora de uma dívida e pretendo ajuizar ação de cobrança contra o devedor. Antes de procurar o advogado que cuidará da ação de cobrança, verifico que o devedor, inadimplente, está vendendo os únicos bens que possui e que garantiriam o pagamento da dívida que pretendo cobrar. Ora, antes mesmo de um juiz vir a reconhecer o meu direito de crédito, preciso tomar alguma medida que garanta a efetividade da sentença que será prolatada na ação de cobrança, porque de nada adiantará vencer a ação de cobrança e não receber nada, por ausência de bens que garantam o pagamento. Proponho, então, uma tutela provisória de urgência cautelar, a fim de tornar indisponível o patrimônio do devedor e, comisso, garantir o futuro pagamento da ação de cobrança que ainda será proposta. Neste caso, a indisponibilidade do patrimônio visa a garantir o processo judicial de cobrança que ainda será ajuizado.
c. Quanto ao momento de concessão (procedimento)
→ tutela antecedente: é aquela formulada antes que o pedido principal tenha sido apresentado ou, ao menos, antes que ele tenha sido apresentado com a argumentação completa.
O advogado faz uma petição simples – com o pedido de tutela antecedente – antes de fazer o pedido principal. 
Ex.: imagine que chega ao seu escritório um cliente e diz que precisa de uma cirurgia de urgência para seu filho e o plano de saúde não está concedendo, isso em uma sexta-feira. A advogado precisa elaborar uma petição inicial completa para dar entrada no pedido. O advogado poderá fazer o pedido de forma antecedente, de forma inclusive simplificada e após terá prazo para complementar a petição inicial. A petição se limita a descrição dos fatos e do pedido.
Ex.2: Marisa contratou Paulo para prestar um serviço em sua empresa. Paulo quebrou todo o equipamento tecnológico de Marisa, esta que não pagou pelo serviço, devido a sua má prestação. Paulo colocou Marisa no SPC. Marisa buscou Analissa para resolver sua situação, com perdas e danos, lucro cessante e etc. e também para tirar urgentemente o nome do SPC, uma vez que teria uma licitação em 2 dias. Analissa vai entrar com tutela de urgência antecipada e pedir que o nome de Marisa seja retirado do SPC. Os demais pedidos como lucro cessante, perdas e danos serão feitos posteriormente. 
→ tutela incidente: são aquelas requeridas juntamente com a petição inicial ou no curso do processo e podem se pautar na urgência ou na evidência do direito da parte. 
● DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE TUTELA PROVISÓRIA (arts. 294 a 299, CPC)
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas. – quem pede uma tutela provisória antecedente paga também custas antecedentes. 
 Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. – ou seja, a tutela provisória pode ficar vigente até o fim do processo ou enquanto ele estiver pendente, mas a qualquer momento pode ser modificada. 
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
 Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
 Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. (princípio da fundamentação das decisões) 
 Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.
Ex.: o processo está no STF, e agora eu quero fazer pedido de tutela provisória, esse pedido deverá ser feito no STF. 
Em que tipos de processos é cabível o pedido de tutela provisória? Em todos os tipos. – é necessário seguir os requisitos e analisar o caso concreto. 
a) Processo de conhecimento (seja ele condenatório, constitutivo, ou desconstitutivo, ou declaratório).
b) Processo de execução, como por exemplo, no caso da necessidade de uma tutela de urgência cautelar de arresto de bens do devedor não localizado.
c) Procedimentos especiais como as possessórias há a possibilidade de liminar para as ações de força nova (558, do CPC) desde que preenchidos os requisitos do artigo 561, do CPC.
NÃO CONFUNDIR: 
Tutela provisória > antecipação da tutela (AQUI NÃO HÁ JULGAMENTO) 
Julgamento antecipado > julgamento do mérito do processo > concessão da tutela jurisdicional definitiva (AQUI HÁ JULGAMENTO) 
● TUTELA PROVISÓRIA: tem por finalidade antecipar o gozo de determinado direito ou assegurá-lo a fim de que possa ser gozado em momento oportuno. Decorre da necessidade de prestação jurisdicional efetiva.
● Características da TUTELA PROVISÓRIA
● NORMAS GERAIS DA TUTELA PROVISÓRIA: 
1. Tutelas provisórias e liminares: 
LIMINAR: ocorre quando a tutela provisória é apreciada antes do ingresso do réu no processo (inaudita altera parte – não ouvida a outra parte). – posteriormente o réu será ouvido. 
Liminar, portanto, é uma particularidade da tutela provisória, existente quando a apreciação se dá no limiar do processo, em seu início, sem oitiva da parte adversa. (é tão urgente que não dá para ouvir a outra parte antes de conceder a liminar – o réu ainda não foi citado) 
E se a liminar não for concedida???? O mundo não se acaba, pois o pedido de tutela provisória pode ser renovado ilimitadas vezes no curso do processo. (desde que tenha os requisitos) 
2. competência: 
Art. 299 do CPC: a tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo Único: quando se tratar de ação de competência originária de tribunal e nos recursos, a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.
Onde o pedido principal está, será requerido o pedido de tutela provisória. Acompanhado ao pedido principal. 
A possibilidade de a tutela provisória de urgência ser examinada por juízo incompetente.
Em princípio, o juízo que se reconhece absolutamente incompetente não pode proferir nenhuma decisão no processo, exceto aquela em que se declara incompetente, e determina a remessa dos autos ao competente.
Mas, em casos de urgência extrema, essa decisão pode ser fatal para o direito do litigante, pois qualquer demora pode implicar prejuízo irreparável.
O juízo incompetente, ainda que se reconhecendo como tal, poderá determinar a providência urgente, necessária para afastar o risco imediato, determinando em seguida a remessa dos autos ao juízo competente, a quem caberá dar prosseguimento ao processo, podendo inclusive revogar a decisão anterior.
Ex.: uma pessoa requer uma tutela provisória, porque sua inscrição para realizar determinada prova de ingresso em universidade ou concurso público não foi deferida; e que a prova se realize naquele mesmo dia, ou no dia seguinte. A remessa dos autos ao juízo competente, sem apreciação da tutela de urgência, implicará o perecimento do eventual direito do autor.
O juízo poderá conceder a liminar, determinando que ele possa fazer a prova, com o que o risco estará afastado, antes de remeter os autos ao juízo competente. Mas essa possibilidade deve ficar restrita às hipóteses em que o juiz verifique que não houve má-fé, e nas quais a urgência seja tal que não possa aguardar a remessa ao juízo competente.
3. RECORRIBILIDADE DAS INTERLOCUTÓRIAS RELATIVAS A TUTELA PROVISÓRIA
Art. 1015, I, CPC: as decisões interlocutórias que versarem sobre tutelas provisórias são imediatamente recorríveis por AGRAVO DE INSTRUMENTO quando proferidas pelos órgãos jurisdicionais de primeira instância.
No âmbito dos Tribunais, as decisões monocráticas sobre o tema também são recorríveis para o colegiado competente, por intermédio do recurso de AGRAVO INTERNO (art. 1.021, CPC).- quem decide a concessão ou não da tutela provisória é o relator. 
● TUTELA DE URGÊNCIA, arts. 300 a 310. 
TUTELA DE URGÊNCIA: concedida sempre que houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano, ou risco ao resultado útil do processo (art. 300, CPC).
4. requerimento da parte: O CPC não previu a possibilidade de que a medida seja deferida de oficio (doutrina majoritária)Regra geral: a parte tem que requerer. 
5. pressupostos: 
Probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (são pressupostos acumulativos) 
→ Elementos que evidenciem a PROBABILIDADE DO DIREITO (fumus boni iuris, verossimilhança)
É preciso que o requerente aparente ser o titular do direito que está sob ameaça, e que esse direito aparente merecer proteção.
O juiz tem de estar convencido, senão da existência do direito ameaçado, ao menos de sua probabilidade. É preciso que ele tenha aparência de verdade.
→ Perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora)
Sem alegação, em abstrato, da existência de perigo, não há interesse nesse tipo de tutela; e sem a verificação em concreto, o juiz não a concederá.
É preciso, haver receio fundado.
Ex.: o requerente não pode alegar somente que está com medo do outro vender o carro objeto de processo. Precisa ser um perigo concreto, como p.ex. ele já está fazendo anúncio da venda do carro. 
O perigo pode derivar de ação ou de omissão do réu. Esse perigo deve ser:
CONCRETO, ou seja, certo;
ATUAL, ou seja, que está na iminência de ocorrer; e 
GRAVE, com aptidão para prejudicar ou impedir a fruição de direitos.
6. FUNGIBILIDADE DAS TUTELAS DE URGÊNCIA: caso o juiz entenda que o pedido deve ser atendido com outro tipo de tutela (tutela antecipada ou cautelar), poderá trocar uma tutela pela outra, desde que preencha os requisitos.
Ex.: eu pedi tutela antecipada – mas na verdade o caso era de tutela cautelar. 
ENUNCIADO 45, CJF: aplica-se às tutelas provisórias o princípio da fungibilidade, devendo o juiz esclarecer as partes sobre o regime processual a ser observado. (precisa ser fundamentado)
7. CAUÇÃO, art. 300, §1º, CPC
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
A caução é uma garantia a parte ré. 
Como a concessão da tutela de urgência muitas vezes implica riscos, pois a cognição é sumária, poderá o magistrado exigir caução.
ENUNCIADO 497, FPPC: deve-se exigir caução conforme os parâmetros do art. 520, IV, CPC (CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA).
ENUNCIADO 498, FPPC: dispensa de caução. Art. 521, 
	 Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042;             (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
8. FORMAS DE CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA (art. 300, §2º, CPC)
O §2º prevê duas formas de concessão:
 → Sem oitiva da parte contrária (inaudita altera pars ou in limine); - LIMINAR – não ouve a outra parte; apesar de “ferir” o contraditório, é por um motivo maior e mais urgente, o réu será ouvido posteriormente – é o chamado contraditório postergado – que só será dado após a concessão. 
Diante de dúvida de concessão de liminar, o juiz pode pedir uma audiência de justificação (audiência em que a parte que pediu a liminar será ouvida, pode levar testemunhas – obs.: é para a parte que tá pedindo a liminar) 
Ex.: caso de concurso, caso de vida ou morte. 
→ Com a notificação da parte contrária para apresentar pedido de justificação em face do requerimento provisório deduzido.
Ex.: nome da pessoa no SPC. 
Dependerá de decisão do magistrado, que irá se basear nas peculiaridades do caso concreto.
10. TUTELA DE URGÊNCIA: 
10.1 TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA (satisfativa), ART. 300, §3º: fundada na urgência, permite ao juiz que já defira os efeitos que, sem ela, só poderia conceder no final. 
Ex.: determinada pessoa precisa da liberação do SUS para o recebimento de um determinado medicamento. Nesse caso, ajuíza a ação e pleiteia tutela antecipada para a concessão do medicamento, uma vez que corre risco de morte.
§ 3º: A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Assim, a tutela antecipada concedida a parte deve poder ser revertida, havendo a possibilidade de que as partes retornem ao status quo em caso de decisão definitiva que reverta a concessão provisória.
Em regra geral, a tutela provisória deve ser concedida só quando é possível reverter os efeitos dessa decisão (ex.: tutela antecipada para tirar nome de cliente do SPC – se caso o cliente não tiver razão, posteriormente a empresa poderá colocar novamente) 
Explicação: cognição sumária, incabível em situações irreversíveis. REGRA. 
EXCEÇÕES: Fórum Permanente dos Processualistas Civis, ENUNCIADO 419
Em alguns casos o juiz deve conceder tutela provisória mesmo que os efeitos sejam irreversíveis. 
Ex.: alimentos provisórios, procedimento cirúrgico, concessão de determinado medicamento (irreversibilidade reversa).
10.2 TUTELA CAUTELAR (assecuratória): fundada na urgência, promove a conservação do interesse da parte a fim de que ela possa ser beneficiada posteriormente com a tutela jurisdicional (não satisfativa). 
Ex.: autor ajuíza ação de cobrança. Temendo, no entanto, que o réu se desfaça dos seus bens, pede o bloqueio de valores do devedor para que na execução, haja valores suficientes para pagar o valor devido.
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA CAUTELAR (art. 301, CPC)
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
Art. 301: ilustra as medidas passíveis de concessão à guisa de tutela provisória urgente e de natureza cautelar
A tutela de urgência de natureza cautelar é utilizada para:
Arrestos 
Sequestros 
Arrolamento de bens
Registro de protesto contra alimentação de bem
Qualquer outra medida idônea para assegurar o direito
11. Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas.
NOMINADAS: especificadas no CPC, art. 301
INOMINADAS: autorizadas pelo CPC, art. 301 – qualquer outra medida idônea que o juiz entender possível. 
11.1 Nominadas:
ARRESTO: medida cautelar que tem por objetivo resguardar o direito à tutela ressarcitória, em razão de perigo de algum dano. Objetiva, portanto, resguardar futura execução por QUANTIA. Qualquer bem da parte. – PAGAR QUANTIA CERTA. 
Ex.: ação de cobrança em que verificou-se que o devedor tenta alienar seus bens, sem ficar com patrimônio suficiente para arcar com suas dívidas bloqueio de bens para fazer frente à execução- passíveis de penhora). – será tutela cautelar na modalidade arresto. 
SEQUESTRO: medida cautelar que tem por finalidade proteger o direito à coisa de um perigo de dano. Objetiva, portanto, resguardar futura execução entrega de COISA. Bens determinados. - É UMA COISA DETERMINADA/ESPECÍFICA – ENTREGA DE COISA. 
Ex.: Autor e Réu discutem a propriedade de um veículo – HONDA CIVIC 2020. Verificou-se que o réu está tentando se desfazer do veículo.
 ARROLAMENTO DE BENS: medida cautelar que tem por finalidade apreender, descrever e depositar a universalidade de bens que está exposta a risco de dano. Objetiva, portanto, garantir FUTURA PARTILHA DE BENS.
Ex.: inventário – o inventariante começa a sumir com os bens. 
Ex.: Pedido formulado pelo autor (marido) para que a ré (esposa) se abstenha de alienar o patrimônio comum, que será posteriormente partilhado, quando da separação ou do divórcio do casal. 
Limites da medida de ARROLAMENTO DE BENS: poderá ter uma finalidade de restrição ou não.
→ Sem constrição: permite que seja somente certificada a existência dos bens. Ex.: nos casos do inventariante. 
→ Com constrição: permite que tais bens sejam indisponíveis. Sai da esfera de posse do réu.Quando não dá para deixar os bens na responsabilidade do réu. 
PROTESTO CONTRA ALIENAÇÃO DE BENS: visa assegurar os frutos de determinada tutela em razão de um perigo de dano. Objetiva, portanto, EVITAR TRANSFERÊNCIA supostamente indevida de bem sujeito a registro.
Ex.: protesto do credor contra alienação de bens que possa reduzir o devedor à insolvência.
Constitui-se em um comunicado que a parte interessada faz em juízo, para ressalvar determinados direitos. (não é tão eficaz) 
Obs.: pode levar o protesto a cartório de registro de bens. 
● fungibilidade das tutelas cautelares: 
A doutrina entende que o juiz pode deferir outra tutela cautelar. Ex.: a parte pede sequestro, mas o caso é de arresto.
	11.2 medidas cautelares inominadas (não estão no art. 301, cpc) 
Caução: fornecida no decorrer de um processo. Garantia do cumprimento de uma obrigação.
Caução Real ou Fidejussória.
A pessoa não quer garantir o bem – não quer deixar o bem em si, mas sim uma caução. 
Ex.: art. 520, IV; 678, CPC
Depósito preparatório de ação: o devedor deseja liberar-se dos encargos e riscos de guarda e manutenção da coisa litigiosa.
Depósito da coisa.
Ex.: há uma discussão sobre a propriedade de uma joia, o devedor decide depositar a joia em juízo, ao fim do processo, se for dele, ele a pega. 
Busca e Apreensão: quando houver necessidade de busca e apreensão de bens em poder da parte e de terceiros. Aplicável quando os bens não podem ser objeto de arresto ou sequestro.
Ex.: o juiz determina a busca de documentos para apurar determinados fatos que sejam controvertidos no processo.
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA: RESPONSABILIDADE DO REQUERENTE (art. 302, CPC)
Não fornecimento de meios suficientes à citação do requerido no prazo de 5 dias, após a concessão da tutela de urgência;
Cassação da tutela provisória de urgência;
Sentença desfavorável;
Sentença resolutória com mérito, em razão do acolhimento de prescrição ou decadência.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. – é necessário levar os documentos/provas/comprovantes e leva ao juiz, este que fará a liquidação. 
AULA 4 – 09/09
Tutela antecipada requerida em caráter antecedente
PROCEDIMENTO: arts. 303 e 304, CPC
CONCEITO: tutela provisória antecipada fundamentada em urgência ser requerida antes de pedido principal. 
Obs.: é necessário avisar na petição inicial que é uma tutela antecipada requerida em caráter antecedente.
ESPECIFICIDADES: provisória, urgente, antecipada e antecedente.
PETIÇÃO INICIAL: caput do art. 303, CPC.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
URGÊNCIA CONTEMPORÂNEA À PROPOSITURA DA AÇÃO: à época do protocolo da petição inicial.
Ex.: urgência de pensão alimentícia; concessão de medicamento; cirurgia. 
Valor da causa: a petição inicial deverá indicar o valor da causa levando em consideração o pedido de tutela final (art. 303, § 4º, CPC). - 
Requerimento do benefício previsto no caput do art. 303,§5º, CPC
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo.
- ou seja, é necessário afirmar que pretende-se valer-se do benefício de receber tutela antecipada em caráter antecedente. 
→ a Petição inicial elaborada com o menor rigor formal.
→ Possibilidade de a tutela concedida vir a estabilizar-se na hipótese do art. 304. – ou seja, ela não vai poder ser modificada a qualquer momento ou em qualquer situação – é uma EXCEÇÃO – E NÃO É UMA COISA JULGADA! 
● Portanto, a parte deverá peticionar, com:
· a informação de que se trata de uma tutela provisória de urgência de natureza antecipada; - E ANTECEDENTE! 
· a informação de qual a pretensão final, para que seja possível a verificar a correspondência entre a tutela inicial e final;
· a indicação do conflito que surgiu; 
· a referência ao direito que se busca tutelar, denominado tecnicamente de fumus boni iuris;
· a menção ao perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, denominado de periculum in mora; e
· a indicação do valor da causa, a fim de que possa ser posteriormente emendada e se torne a ação principal.
→ normalmente é feita uma audiência de conciliação, no entanto uma das partes pode se manifestar para que não haja audiência de conciliação! 
→ a contestação só vai acontecer depois da audiência de conciliação, se esta não houver tido acordo. 
→ a comunicação da concessão de tutela provisória será feita ao réu, terá 15 dias para interpor agravo de instrumento ou interno (nos tribunais) 
→ a audiência será agendada para outro dia (a depender da agenda da vara) 
→ se não for interposto o recurso, a tutela será estabilizada! Estabilização da tutela provisória – ela pode “ficar para sempre” 
→ em caso de não concessão: 5 dias para emendar a inicial. (se não emendar – extinção do processo sem resolução do mérito) 
● Encaminhado o processo para o magistrado, podemos ter duas decisões:
1ª – CONCESSÃO DA TUTELA: 
Passo 1: com a concessão da tutela, o autor será intimado para complementar argumentação, juntar novos documentos e confirmar o pedido da tutela inicial no prazo de 15 dias.
Passo 2: cita-se o réu para comparecer à audiência de conciliação e mediação. 
caso não haja autocomposição, o réu sairá intimado da audiência para apresentar a contestação no prazo de 15 dias.
Com isso o processo segue o curso normal.
2ª – NÃO CONCESSÃO DA TUTELA: 
Passo 1: o autor será intimado para emendar a petição inicial no prazo de 5 dias, a fim de que seja dada continuidade à ação na forma regular.
caso não haja aditamento, o processo será extinto sem julgamento do mérito.
●● ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE (art. 304, CPC)
A estabilização da TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE ocorrerá com a não interposição de recurso, o que implicará na extinção no processo na forma do art. 304, §1º, CPC.
→ Como assim? 
Determinada parte entra com uma ação e pede a tutela antecipada. Se após concedida pelo magistrado, não houver insurgência do réu (recurso) e nenhum outro pedido da parte autora, a tutela antecipada se estabiliza e torna-se perene.
→ DETALHE:
A estabilização da demanda aplica-se APENAS À TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA ANTECEDENTE, por ausência de previsão nas outras modalidades de tutela provisória.
A estabilização da demanda não se aplica à tutela provisória de natureza cautelar, pois ela tem caráter conservativo e não satisfativo.
A interposição de recurso impede a estabilização.
E se a parte apresentar contestação à ação? Não haveria estabilização?
1ª CORRENTE – apenas o agravo de instrumento é capaz de evitar a estabilização da tutela antecipada antecedente, muito embora sejam admitidos sucedâneos de insurgência, como o mandado de segurança ou a reclamação (doutrina majoritária).
2º CORRENTE – qualquer meio de impugnação, abrangendo além do agravo de instrumento a contestação.
DINÂMICA DA ESTABILIZAÇÃO
os demais parágrafos do art. 304: pressupõem a tutela antecipada já estabilizada e disciplina o que
as partes, podem, querendo, fazer.
· 2º do art. 304: qualquer das partes pode demandar a outra “... com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada.
· Qualquer das partes poderá “... requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petiçãoinicial da ação a que se refere o § 2º (revisão de tutantant – tutela antecipada antecedente), prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida” (art. 304, § 4º).
· ↓ será tirado cópia dos autos arquivados, instruir ação especifica (proposta no mesmo juízo que concedeu a tutela) – instruo os autos da revisão com aqueles que foi estabilizado. 
· O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada cessa após dois anos contados da ciência da decisão que extinguiu o processo nos termos do § 1º do art. 304 (art. 304, § 5º). – qualquer uma das partes pode ingressar com ação de revisão, reforma ou invalidação. 
· Obs.: § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.
· Enquanto nenhuma das partes tomar a iniciativa, os efeitos da tutela antecipada ficam preservados, e só cederão espaço se ela for “revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º” (art. 304, § 3º).
· O biênio do § 5º do art. 304, contudo, não afeta o direito de os interessados questionarem em juízo as razões pelas quais foi concedida a tutela antecipada e/ou consequências derivadas de sua concessão.
aula 5 – 16/09
● revisão de tutela provisória antecipada em caráter antecedente:
O QUE PODE ACONTECER???
1ª Combinação: AUTOR ADITA + RÉU AGRAVA DA DECISÃO = O PROCESSO SEGUE NORMALMENTE. (não vai haver estabilização)
2ª Combinação: AUTOR NÃO ADITA + RÉU AGRAVA DA DECISÃO = O RECURSO PERDE SEU OBJETO (a tutela perde seus efeitos: extinção do processo sem julgamento do mérito) – pois não houve aditamento – o autor não continuou com o processo. 
3ª Combinação: AUTOR ADITA + RÉU NÃO AGRAVA DA DECISÃO = pela lei deveria seguir o processo.
Contudo, a doutrina entende que o magistrado deverá inquirir o autor sobre sua intenção de ver o processo prosseguir em direção a uma sentença de mérito (nesse caso, sem estabilização), apta a alcançar a coisa julgada.
Obs.: para seguir até o fim do processo, é necessário abrir mão da estabilização da tutela – esta que será apenas uma tutela provisória normal, que pode ser afetada. 
AUTOR ADITA + RÉU NÃO AGRAVA DA DECISÃO = pela lei deveria seguir o processo.
Ou, se o autor prefere desistir da ação, caso em que haverá estabilização e o processo será extinto sem resolução do mérito.
4ª Combinação: AUTOR NÃO ADITA + RÉU NÃO AGRAVA DA DECISÃO = A Tutela se estabiliza.
Questão controvertida sobre a tutela antecipada antecedente
I) Se o réu apenas se defende (mas não recorre) e apresenta fortes argumentos fático-probatórios contrários à tese do autor, o juiz está obrigado a extinguir o processo?
há divergência, parte da doutrina diz que não, que o único procedimento capaz de derrubar estabilização de tutela provisória é o agravo de instrumento (ou agravo interno).
Uma outra parte da doutrina, diz que se a contestação do réu for muito forte e convincente, derrubará a estabilização. 
aula 6 – 23/09/2020
Tutela cautelar requerida em caráter antecedente
Regramento: arts. 305 a 310, CPC
CONCEITO: pleiteia-se a tutela provisória de urgência, cautelar e antecedente.
Obs.: a tutela cautelar não se estabiliza – é precária e pode ser derrubada a qualquer momento no processo. 
PETIÇÃO INICIAL, art. 305, CPC: o autor precisará indicar “a lide, seu fundamento e a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar”. Também o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo deve ser demonstrado.
A ação cautelar antecedente deve conter:
· Indicação do conflito e do fundamento;
· Exposição do direito que se pretende assegurar; e
· Exposição do perigo de dano ou do risco ao resultado útil ao processo.
FUNGIBILIDADE (art. 305, par. único)
O legislador, ciente das dificuldades que podem surgir na diferenciação da tutela antecipada (satisfativa) e da tutela cautelar, foi cauteloso ao prever a fungibilidade dessas tutelas de urgência requeridas em caráter antecedente, exigindo a prévia e necessária adaptação procedimental.
PROCEDIMENTO:
Distribuída a ação, o réu será citado para apresentar defesa e indicar as provas que pretende produzir no prazo de 5 dias (art. 306). – não é contestação de defesa – é contestação do pedido do autor de concessão de medida cautelar em caráter antecedente. (gira só em torno da tutela cautelar) 
Caso não conteste, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor e o processo será remetido à decisão do magistrado no prazo de 5 dias (art. 307). – “é uma espécie de revelia da tutela cautelar antecedente” – réu foi citado, ele precisa se manifestar! Caso contrário, há presunção dos fatos alegados pelo autor. 
Se o pedido for contestado, o trâmite da ação seguirá o rito comum. Após o trâmite processual, será proferida sentença a fim de conceder ou não a ação cautelar. (inclusive pode haver instrução probatória) 
Concedida a tutela, a parte autora tem o prazo de 30 dias para ajuizar a ação principal, sem necessidade de adiantamento de custas processuais, podendo, inclusive, aditar pedidos na forma do §2º, do art. 308, CPC.
§1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. (fala da cautelar incidente, pois o pedido principal já está completo) 
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. – pode ser ajustada quando for fechar o pedido principal. 
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu. – se for marcada a conciliação as partes têm que ir, caso não queiram, precisam se manifestar sobre. 
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. – 15 dias para contestação do pedido principal 
Art. 309: 
Cessa a eficácia da tutela cautelar:
● não tem estabilização. 
● não ajuizamento da ação principal no prazo de 30 dias
● não efetivação da medida conservativa no prazo de 30 dias. 
↓ se a medida não for efetivada em 30 dias, no 31º cessa a tutela cautelar. Ex.: se o autor não forneceu endereço para sequestro do carro. 
● improcedência do pedido principal.
● extinção do processo sem resolução do mérito. 
O indeferimento da tutela cautelar 
↓ não impede o ajuizamento da ação principal – exceto no caso de reconhecimento de prescrição ou decadência. 2
↓ não influencia o julgamento da ação principal. 
 ● em caso de não concessão de tutela cautelar, o autor deverá fazer o pedido final, para que tenha uma instrução probatória a respeito do pedido final – e pode ser pedido novamente a cautela cautelar – mas é necessário fatos novos. 
Tutelas provisórias incidentais: 
Concedidas quando o réu já tenha comparecido nos autos, e que já tenha havido citação. 
A tutela provisória ainda pode ser concedida em outras fases, ao longo do processo (até antes do trânsito em julgado), quando a urgência ou a evidencia só se manifeste em fase mais avançada. 
A tutela incidental independe do pagamento de custas, nos termos do art. 295 do CPC. (pois já foi pago no início)
TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA
PROCEDIMENTO: arts. 311 CPC
CONCEITO: A tutela de evidência trabalha com a ideia de que a probabilidade do direito do autor é alta e a defesa possui pouca seriedade a fim de poder influenciar o provimento final.
DETALHE: a concessão da tutela de evidência independe de demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
ESPECIFICIDADE: tutela provisória fundamentada em evidência.
A tutela da evidência é sempre incidental ao processo em que se tenha formulado o pedido de tutela final. – o réu precisa ser ouvido!!!!!!!!!!! 
Nos casos previstos nos incisos I e IV do art. 311 só pode ser deferida depois do oferecimento da contestação.
Inaudita Altera Parte: permite a lei processual que a tutela da evidência seja deferida, nos casos previstos nos incisos II e IIIdo art. 311.
SCARPINELLA, 2020: o correto é entendê-la como aquelas situações em que o requerente da medida tem direito mais provável que o do seu adversário, no sentido de que suas afirmações de direito e de fato portam maior juridicidade, a impor proteção jurisdicional imediata.
Obs.: não será concedida de ofício. 
HIPÓTESES CARACTERIZADORAS DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, INDEPENDENTEMENTE da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, QUANDO:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; (ex.: quando o réu fornece endereços errados)
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; (obs. Se atentar aos conectivos E e OU) 
O inc. I e II – O JUIZ PODE DECIDIR EM LIMINAR! 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
ATENÇÃO!!!
A doutrina majoritária afirma não existir impedimento para que procedimentos específicos disciplinem outras hipóteses de tutela de evidência.
Ex.: ações possessórias, resguardo de bens para o nascituro em nome do inventariante (SCARPINELLA, 2020).
Art. 311, I, CPC: abuso do direito de defesa ou de manifesto propósito protelatório do réu.
A tutela de evidência é concedida com intuito punitivo, como uma sanção à parte que agir de má-fé ou que provoque empecilhos ao regular andamento do processo, capazes de comprometer a celeridade e lealdade processuais.
Ex.: fornecimento de endereços errados ou incompletos a fim de dificultar a intimação de testemunha.
Retirada dos autos físicos e não-devolução pela parte, não obstante intimação para sua devolução.
Continuação tutela provisória – 07/10/2020
Tutelas provisórias incidentais 
Concedidas quando o réu já tenha comparecido aos autos, e que já tenha havido citação.
A tutela provisória ainda pode ser concedida em outras fases, ao longo do processo (até antes do trânsito em julgado), quando a urgência ou a evidência só se manifeste em fase mais avançada.
A tutela incidental independe do pagamento de custas, nos termos do art. 295 do CPC.
Tutela provisória de evidência 
PROCEDIMENTO: arts. 311 CPC
CONCEITO: A tutela de evidência trabalha com a ideia de que a probabilidade do direito do autor é alta e a defesa possui pouca seriedade a fim de poder influenciar o provimento final.
DETALHE: a concessão da tutela de evidência independe de demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
ESPECIFICIDADE: tutela provisória fundamentada em evidência (se a probabilidade do direito do autor é grande) 
PROCEDIMENTO: arts. 311 CPC
A tutela da evidência é sempre incidental ao processo em que se tenha formulado o pedido de tutela final. (é pedida ou com a petição inicial completa ou de forma incidental) 
Precisamos ver o pedido de tutela final, na evidencia precisa se ver a probabilidade de direito do autor. 
Nos casos previstos nos incisos I e IV do art. 311 só pode ser deferida depois do oferecimento da contestação.
Inaudita Altera Parte: permite a lei processual que a tutela da evidência seja deferida, nos casos previstos nos incisos II e III do art. 311. (liminar) 
SCARPINELLA, 2020: o correto é entendê-la como aquelas situações em que o requerente da medida tem direito mais provável que o do seu adversário, no sentido de que suas afirmações de direito e de fato portam maior juridicidade, a impor proteção jurisdicional imediata.
HIPÓTESES CARACTERIZADORAS DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, INDEPENDENTEMENTE da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, QUANDO:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
	Obs.: em procedimentos especiais pode caber tutela de evidência. 
ATENÇÃO!!!
A doutrina majoritária afirma não existir impedimento para que procedimentos específicos disciplinem outras hipóteses de tutela de evidência.
Ex.: ações possessórias, resguardo de bens para o nascituro em nome do inventariante (SCARPINELLA, 2020).
Tutela de evidência pode ser concedida de oficio? Não. 
Art. 311, I, CPC: abuso do direito de defesa ou de manifesto propósito protelatório do réu.
A tutela de evidência é concedida com intuito punitivo, como uma sanção à parte que agir de má-fé ou que provoque empecilhos ao regular andamento do processo, capazes de comprometer a celeridade e lealdade processuais.
Exs.: fornecimento de endereços errados ou incompletos a fim de dificultar a intimação de testemunha.
Retirada dos autos físicos e não-devolução pela parte, não obstante intimação para sua devolução.
Art. 311, II, CPC: alegações de fato comprovadas apenas com documentos e tese firmada em julgamentos de casos repetitivos ou em súmula vinculante (permite-se liminar).
	Obs.: atenção aos conectivos! Fato comprovado documentalmente E tese firmada em julgamento repetitivo OU súmula vinculante. 
Art. 311, III, CPC: ação de depósito, quando quem está com algum bem em razão de contrato de depósito e não o entrega a quem de direito na forma e prazos devidos, poderá a parte demandar tutela de evidência com a cominação de multa em caso de não devolução no prazo fixado (permite liminar)
Art. 311, IV, CPC: petição instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. (depende da conduta do réu) 
Não é necessário haver entendimento jurisprudencial em caso repetitivo ou súmula vinculante para subsidiar o pedido.
	Obs.: a tutela de evidência só é concedida em natureza antecipado. 
2º bimestre 
TEORIA GERAL DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Código Processual Civil de 2015
· PARTE ESPECIAL
LIVRO I - DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 		
- Título I – Do Procedimento Comum
- Título II – Do Cumprimento da Sentença
- Título III – Dos Procedimentos Especiais
 - Capítulos I a XIV (539/718)
COMPREENSÃO DO PROCESSO: TEORIAS
Processo como entidade complexa (Cândido Dinamarco) – pois é vista de forma extrínseca, como uma relação jurídica e intrínseca como forma ordenada de atos, que é o procedimento, 
Relação jurídica processual (Oscar Van Bullo)
Procedimento em contraditório (Hélio Fazzalari) 
Espécies de procedimento (de conhecimento) 
Processo de conhecimento – procedimento comum ou procedimento especial. 
FUNDAMENTOS JURIDICOS DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
O Acesso à Justiça Substancial: o Projeto Florença. 
A igualde formal é ter previsão em lei; a substancial diz o que é preciso fazer para que a igualdade, efetivamente, ocorra. “tratar desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade” 
→ Identificação de três óbices ao acesso à justiça:
I – Obstáculo Econômico;
II – Obstáculo Procedimental; muitas vezes, as partes tinham ação tão especifica que os procedimentos comuns não contemplavam esse tipo de ação. Era um obstáculo procedimental. Ex. açãode inventário. – tutelam direitos que exigem tratamento diferenciado. 
III – Obstáculo referente à Tutela Coletiva.
Há justificativas para criar leis que contenham procedimentos especiais (política legislativa e outra, porque o direito material é bem peculiar e precisa de procedimento diferenciado) 
● POLÍTICA LEGISLATIVA
O legislador pensa em como melhorar a tutela dos direitos no poder judiciário. Ex. juizados especiais, foi feito um juízo prévio de proporcionalidade. 
Por ser politica legislativa, é facultativo. P.ex. ninguém é obrigado a entrar com ação no juizado especial, pode entrar na Vara Cível 	‘
→ Juízo Prévio de Proporcionalidade.
→ Caráter de Facultatividade.
● PECULIARIDADE PRÓPRIA DO DIREITO MATERIAL
Ex.: direito de propriedade – domínio – segue o procedimento comum. Já a posse, segue o procedimento especial. 
→ O procedimento comum é inadequado para tutela jurisdicional.
→ Caráter de Obrigatoriedade. (p.ex. se morrer alguém, a ação de inventário não pode ser feito em procedimento comum) 
Erro na adoção do procedimento
→ Se temos um procedimento especial, que é obrigatório, e a parte escolhe o procedimento comum, como deve proceder o juiz?
A parte não pode entrar com procedimento comum nas ações de procedimento especial. Se isso acontecer, em face do principio da economia processual, se for em petição inicial, o juiz não irá indeferir logo, podendo oportunizar para a parte o prazo de 15 dias para fazer o aditamento. 
● Anulam-se, somente, os atos que não possam ser aproveitados;
● O juiz deve determinar a CONVERSÃO, quando possível;
Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.
Finalidades/ características dos procedimentos especiais: Simplificação e agilização dos trâmites processuais;
Delimitação do tema deduzido em juízo;
Previsão de regime especifico de execução.
Explicitações dos requisitos materiais e processuais para que o procedimento especial seja eficazmente utilizado;
Cognição e execução 
Numa única relação jurídica processual se permitem atividades de declaração de direito e de sua execução. 
Previsão normativa dos Procedimentos Especiais:
No CPC Parte Especial – Livro I – Título III – ( arts. 539/770)
Ex.: Ação de Consignação em pagamento, Do Divórcio e da Separação Consensuais, da Extinção Consensual de União Estável e da Alteração do Regime de Bens do Matrimônio.
Nas Leis Extravagantes:
· Ação Civil Pública – Lei n. 7.347/85;
· Ação de Alimentos – Lei n. 5.478/68;
· Ação Popular – Lei n. 4.717/65;
· Ações de Defesa dos Direitos do Consumidor – Lei n. 8.078/90
· Dissolução de sociedade conjugal e do casamento – Lei n. 6.515/77;
· Mandado de Segurança – Lei 12.016/2009;
· Lei de Alimentos;
· Lei de Locações– Lei n. 8.245/91;
· Juizados Especiais – Lei n. 9.099/95;
· Investigação de paternidade – Lei n. 8.560/92. 
 Aplicação subsidiária das regras do procedimento comum aos procedimentos especiais:
“Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei.
⇢ é o pedido que serve para definir o procedimento aplicável à causa.
⇢ As regras sobre procedimentos especiais não abrangem todos os termos do processo.
	“Art. 318 (...)
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.”
REQUISITOS PARA APLICAÇÃO EFICAZ DO PROCEDIMENTO ESPECIAL
Requisitos materiais: a pretensão tem de situar-se no plano de direito material a que corresponde o rito. 
Requisitos processuais: os dados formais do procedimento especial costumam a ser ligados a requisitos que condicionam a forma e o desenvolvimento válidos do processo até o julgamento do mérito. 
QUAIS SÃO OS REQUISITOS ESPECÍFICOS DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS?
Nos procedimentos especiais, os requisitos específicos vão depender do que está descrito no dispositivo legal referente àquele procedimento.
Ex.: Ação de Consignação em pagamento.
ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC
Nos Procedimentos Especiais, nós temos:
→ Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa e Voluntária.
→ Antes de mais nada...
JURISDIÇÃO é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos conflitos de interesses, visando-se à pacificação social.
Jurisdição contenciosa: 
Jurisdição Contenciosa é quando há conflito entre as partes. A parte vai buscar no judiciário a tutela jurisdicional do seu direito que foi violado.
Ex.: Ação de Indenização.
● características:
Presença de litígio/conflito/lide (pretensão resistida);
Poder/função/atividade de dizer o direito;
Busca-se uma sentença que obrigue a parte contrária;
Caráter de substitutividade;
Caráter de imperatividade; 
Princípio da adstrição; (o conflito trazido foi isso, então tem que julgar exatamente isso) 
Custas pelo perdedor (art. 82, §2º do CPC);
Sentença em 30 dias (art.226 do CPC);
Coisa julgada material;
Cabe Ação Rescisória. (prazo de 2 anos)
→ jurisdição voluntária: 
Na Jurisdição Voluntária, em regra, não haverá conflito entre as partes, pois, ocorrerá um acordo antecipado realizado por elas. (para homologar acordo – para conferir segurança jurídica)
Ex.: Uma ação de Divórcio Consensual.
● características: 
· Natureza: administrativa ou jurisdicional? – há divergência, alguns dizem que é administrativa, pois o juiz não julga o conflito, só administra; por outro lado, a doutrina majoritária diz que o juiz sempre será exigido para esse tipo de jurisdição (a solução exige uma atuação do poder judiciário) 
· Tem-se uma situação, cuja solução exige uma alteração das circunstâncias que só pode ser propiciada pelo Judiciário.
· Ausência de litígio/conflito (pretensão resistida);
· Objetiva que o juiz tome determinadas providências necessárias para a proteção de um ou de ambos os sujeitos da relação processual;
· Participação do Estado brasileiro em interesses privados;
· Juiz homologa/oficializa a vontade das partes;
· A solução do conflito pode beneficiar ambos os lados da relação processual;
· Não é apropriado falar em “partes”; e sim interessados/ requerentes
· O procedimento, como regra geral, é mais sumário que o dos processos de jurisdição contenciosa;
· As sentenças definitivas não se revestem da autoridade da coisa julgada material; (o juiz não faz uma cognição exauriente, por isso as questões fora do acordo podem ser discutidas) 
· Rateio de custas - art. 88, CPC: nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados;
· O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.
· Cabe ação anulatória.
· Sentença em dez dias (art. 723 do CPC); - prazo impróprio. 
Jurisdição contenciosa: 
Inicia-se mediante provocação 
Existência de lide
A jurisdição atua resolvendo o litigio (substitutividade)
Existência de partes
A decisão faz coisa julgada
Jurisdição voluntária
Inicia-se mediante provocação 
Acordo de vontades
A jurisdição integra o negócio jurídico para lhe dar validade
A decisão não faz coisa julgada. 
Espécies de Ações com Procedimentos Especiais no CPC
Jurisdição contenciosa: 
Ação de consignação em pagamento 
Ação Monitória 
Ações Possessórias 
Ação de Divisão e de Demarcação de Terras Particulares
Embargos de Terceiro 
Jurisdição voluntária 
Da Interdição
Da Alienação Judicial
Do Divórcio e da Separação Consensuais 
Dos Testamentos e dos Codicilos 
Da Herança Jacente 
Jurisprudência
RECURSO ESPECIAL Nº 1.453.193-DF (2014/0108802-2)
EMENTA
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. RECONVENÇÃO. PRETENSÃO RESISTIDA CONFIGURADA. LIDE. JURISDIÇÃO CONTENCIOSA.
1. Ação ajuizada em 21/09/2007. Recurso especial conclusoao gabinete em 05/09/2016. Julgamento: CPC/73.
2. O propósito recursal é definir se é cabível a reconvenção na presente ação de autorização judicial para alienação de imóvel comum.
3. A presente ação, não obstante ajuizada com lastro em dispositivos legais que dispõem acerca de procedimento especial de jurisdição voluntária, converteu-se em processo de jurisdição contenciosa, constatada com o oferecimento de contestação e reconvenção, realização de audiência de conciliação, bem como de provas periciais para a avaliação do imóvel.
4. Inegável a transmutação do procedimento especial de jurisdição voluntária em verdadeiro processo de jurisdição contenciosa, motivo pelo qual a ele devem ser aplicados os seus princípios, admitindo-se a reconvenção apresentada.
5. Recurso especial conhecido e não provido.
Data de julgamento: 15 de agosto de 2017.
→ houve a reconversão – começou voluntária e se converteu em contenciosa. 
01) Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que representa um traço distintivo entre os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e os procedimentos especiais de jurisdição voluntária: 
	
a) apreciação ou não pelo Estado-Juiz.
b) existência ou não de litígio. ----
c) possibilidade ou não de recurso.
d) necessidade ou não de pagamento de custas processuais
aula 21/10
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
É conhecida também como:
· Pagamento Consignado;
· Consignação em Pagamento;
· Depósito em juízo;
Conceito: Trata-se de um pagamento FORÇADO.
Previsão:
· No Código Civil: arts. 334 a 345 (Forma de Extinção das Obrigações).
· No CPC: TÍTULO III (DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS), CAPÍTULO I (arts. 539 a 549).
O QUE É?
É uma forma de o devedor exercer o seu direito de remição.
Direito de Remição
=
Direito de Pagar
· O pagamento é um direito de quem deve, pois o pagamento é a liberdade do devedor. 
· Todo direito corresponde a uma ação que o assegura. No caso do devedor, caberá a ação de consignação. 
Tipos de consignação em pagamento: 
Consignação – extrajudicial ou judicial. 
Os dois tipos de consignação são regidos pelo CPC. Ele diz como se consigna (procedimento).
O Código Civil se ocupa dos casos em que são cabíveis a consignação. 
Conceito da ação de consignação em pagamento: 
Ação de que pode se valer o devedor que queira desonerar-se e que esteja em dificuldades para o fazer, seja porque o credor recusa-se a receber ou dar quitação, seja porque está em local inacessível ou ignorado, seja ainda porque existem dúvidas fundadas a respeito de quem deve legitimamente receber o pagamento (TALAMINI; WAMBIER, 2019).
Hipóteses gerais de cabimento: 
As hipóteses de consignação foram previstas no art. 335 do CC. São elas:
a) Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação de forma indevida;
b) Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devidos; (entrega de coisa) 
c) Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; (ex. credor está em coma) 
d) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; (ex. credor falecido, diversos filhos querendo receber) 
e) Se pender litígio sobre o objeto do pagamento. (carro objeto de litígio – para assegurar uma execução)
CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL OU ADMINSTRATIVA:
Prevista no art. 539, §1º, CPC (é uma opção! – pode fazer diretamente a judicial, sem problemas) 
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. 
Só servirá quando a obrigação é pagamento em DINHEIRO.
Poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, situado no local do pagamento. (qualquer banco) 
Haverá uma conta especial, denominada conta de consignação (regida pela Resolução 2814, do Bacen).
Passo 1 (art. 539, §1º, CPC): ir ao banco e procurar o gerente para que possa fazer um depósito em consignação. Uma conta será aberta especificamente para isso.
Passo 2 (art. 539, §1º, CPC): Deposita o valor na conta específica para a consignação em pagamento.
Passo 3 (art. 539, §1º, CPC): Enviar uma carta com AR, para o credor.
Passo 4 (art. 539, §1º, CPC): Quando o credor receber a carta, o aviso de recebimento volta assinado para o devedor. Conta-se daí, 10 (dez dias).
Passo 5 (art. 539, §2º, CPC): Se nesse prazo, que conta a partir do recebimento do devedor do AR assinado, o credor nada alegou, significará que o pagamento está feito.
O documento de depósito no banco e o AR assinado pelo credor constituem o documento legal de quitação.
Passo 6 (art. 539, §3º, CPC): Se nesse prazo, que conta a partir do recebimento do devedor do AR assinado, o credor recusar formalmente o recebimento do valor, gera o prazo de 1 mês para que o devedor ajuíze a ação de consignação.
E se a ação não for ajuizada dentro de um mês?
RESPOSTA (art. 539, §4º, CPC): considera-se não feito o pagamento, tornando-o sem efeito. (pode ajuizar uma ação judicial de ação em consignação em pagamento, o que não pode é utilizar o depósito já feito na inicial. (e o devedor pode levantar a quantia depositada) 
Consignação judicial:
APLICA-SE EM QUALQUER TIPO DE OBRIGAÇÃO
· Pagar quantia certa
· Obrigação de Fazer e não fazer
· Obrigação de Entrega de coisa
Petição inicial - art. 542 → se já houve o depósito extrajudicial, 
 o comprovante deve ser juntado à 
 petição inicial (539, §3º) 
 ↓ 
Juiz defere a consignação
(despacho de deferimento) 
 ↓ 
Prazo de 5 dias para credor 
Depositar em juízo 
(542, par. Único) → ou indicar dia e hora para cumprimento
 da tarefa ou entrega da coisa (543) 
 ↓
Citação para contestar 
(art. 544) → sentença (art. 546, CPC) 
,,,,,
LEGITIMIDADE: 
· LEGITIMIDADE ATIVA: pode ser promovida tanto pelo devedor principal como por qualquer terceiro que tenha interesse na extinção da obrigação.
· INTERESSANTE: terceiro não interessado tem legitimidade para pagar (consignar) em pagamento. 
· LEGITIMIDADE PASSIVA: credor ou vários credores. Se ação for fundada em dúvida quanto a quem pagar, deverá ser promovida contra todos os possíveis credores
ATENÇÃO: autor é devedor. Credor é o réu. 
COMPETÊNCIA: 
· FORO COMPETENTE: lugar do pagamento (art. 540, CPC)
· No caso de entrega de coisa imóvel, será o próprio lugar em que se encontra o bem (CC, arts. 328 e 341). 
· Ausência de lei específica ou pacto: domicílio do devedor;
· Nada obsta que as partes pactuem foro de eleição;
· Dúvida acerca de quem pagar, consequentemente sobre o lugar do pagamento: ação poderá ser proposta no foro do domicílio de qualquer dos réus (art. 46, §4º, CPC).
· Consignação de aluguéis: foro do lugar da situação do imóvel, exceto se o contrato estipular outro foro eleito pelos contratantes (art. 58, II, da Lei 8.245/1991). Ex. ap no Turu – consignação de aluguel, conforme o foro de competência do Turu (São luis) 
PRESTAÇÕES SUCESSIVAS: 
PRESTAÇÕES SUCESSIVAS (art. 541, CPC): o devedor continuará a depositar, no mesmo processo, sem demais formalidades.
Enquanto durar o processo, todas as prestações serão ali mesmo consignadas, e a sentença a todas abrangerá. 
 	Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento.
CONSIGNAÇÃO JUDICIAL: 
PETIÇÃO INICIAL 
IMPORTANTE:não há necessidade de prévio depósito bancário.
· além dos requisitos do art. 319, CPC, deve conter o pedido de depósito da quantia ou da coisa devida, que deverá ocorrer no prazo de cinco dias, contado do deferimento, e a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação (art. 542, I e II).
Procedimento: propositura da Ação de Consignação 
· Quando o objeto da prestação consistir em coisa indeterminada, cabendo a escolha ao credor, o pedido não será do depósito da coisa, mas para o réu venha exercer, em cinco dias (salvo se o contrato ou lei estipular outro prazo) o direito de escolha.
· O juiz fixará, ao despachar a inicial, o lugar, o dia e a hora para a entrega. Não comparecendo o credor, será efetuado o depósito judicial (art. 543).
VALOR DA CAUSA: o valor da prestação, com seus respectivos acréscimos (juros, atualização monetária etc.)
VALOR DA CAUSA (PRESTAÇÕES SUCESSIVAS): soma das prestações, até máximo de doze (uma anuidade – art. 292, § 2º, CPC).
Se passar de 12, primeiro faz consignação das 12, e depois vai somar as que faltam. 
RESPOSTA DO RÉU: 
PRAZO: 15 dias regra geral
Prazo em dobro para:
· Fazenda Pública (art. 183, CPC)
· Defensoria Pública (art. 186, CPC)
· Para litisconsortes com diferentes procuradores de escritórios distintos, exceto se tramitar em autos eletrônicos (art. 229, CPC).
O conteúdo da Contestação, quanto ao mérito, é pautado pelo específico objeto da ação. 
· O réu poderá alegar também:
a) Que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida (art. 544, I). 
b) Foi justa a recusa (art. 544, II); 
c) O depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento (art. 544, II);
d) O depósito não é integral (art. 544, IV). O réu deve expressar o montante devido.
→ OBS.: Se o devedor reconhece, diante da contestação, a insuficiência do depósito: prazo de dez dias para a complementação, exceto se o inadimplemento da prestação acarretar a rescisão do contrato. 
OBS: O reconhecimento ocasiona a sucumbência do autor. Deverá arcar com as verbas. 
· Réu alega insuficiência de depósito e autor complementa: o processo encerra-se (354 c/c 487, III, c, CPC).
· O réu estará autorizado a levantar o depósito referente a quantia insuficiente (art. 545, § 1º).
Aula 28/10 – continuação 
Possibilidade de Reconvenção.
→ A ação consignatória é dúplice. A sentença de improcedência fundada na insuficiência do valor consignado já serve para o réu como título executivo quanto à diferença faltante. (“o jogo virou, não é mesmo?!”) 
Julgamento antecipado e produção probatória: 
Mesmas hipóteses previstas para o procedimento comum (arts. 354 c/c 487, II e III, 355 e 356).
Parágrafo único, art. 546: o réu recebe a prestação consignada e dá a quitação.
Ação de cognição exauriente: se necessário, é possível ampla instrução probatória, nos limites do objeto da ação.
Dúvida a quem pagar: 
Ex.: um título cambial, circulável por excelência, venha a sofrer sucessivas transferências, e vários sejam os que intitulam credores.
Três hipóteses:
a) Nenhum pretendente comparece (art. 548, I).Ocorre julgamento antecipado, e a sentença declarará extinta a obrigação. O depósito será convertido em coisas vagas (art. 746, CPC).
O que são coisas vagas (art. 746, CPC)?
Nome da ação cabível para encontrar o dono daquilo que não tem proprietário conhecido.
b) Apenas um pretendente comparece (art. 548, II, CPC): a sua manifestação será de alegações de que a ele cabe o direito de receber. Não se trata de contestação (pois não há recusa e sim uma dúvida – é somente uma manifestação) 
Obs.: O juiz julgará se o pretendente é ou não credor.
c) Mais de um pretendente comparece (art. 584, I): 
o procedimento transforma-se.
O juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, excluindo o autor do processo;
Prosseguirá entre os pretendentes, que disputam o crédito.
O devedor excluído tem direito às verbas de sucumbência, que serão abatidas do depósito realizado.
A decisão que o exclui do processo, declarando efetuado o inadimplemento, tem natureza interlocutória.
SENTENÇA: 
Quando acolhe o pedido do autor: declaratória;
Quando julga o pedido improcedente por insuficiência do valor depositado: condenatória em favor do réu;
Obs.: em qualquer caso, a sentença veiculará condenação do vencido em custas e honorários.
Faz coisa julgada material;
Cabe apelação (duplo efeito suspensivo).
APLICABILIDADE AO RESGATE DA ENFITEUSE: 
ENFITEUSE: Consiste na permissão dada pelo proprietário (senhorio direto) de entregar a outrem todos os direitos sobre a coisa de tal forma que o terceiro que recebeu (enfiteuta) passe a ter o domínio útil da coisa mediante pagamento de uma pensão ou foro ao senhorio.
→ Pela enfiteuse o foreiro ou enfiteuta tem sobre a coisa alheia o direito de posse, uso, gozo e inclusive poderá alienar ou transmitir por herança, contudo com a eterna obrigação de pagar a pensão ao senhorio direto (549, cpc).
A enfiteuse é perpétua (cc/16, art. 679), mas após dez anos de sua constituição, o enfiteuta pode extingui-la e assumir a propriedade plena do imóvel, se pagar ao senhorio direto um resgate, cujo valor é definido em lei (cc/16, art. 693). 
O enfiteuta tem o direito potestativo de realizar esse resgate – não sendo dado ao senhorio direto de decidir se aceita ou não. 
Se houver recusa do senhorio direto no recebimento do resgate, o enfiteuta pode promover a consignação em pagamento da respectiva quantia. 
O Dono do imóvel não pode recusar, se ele recusar, a enfiteuse vai ter direito a promover a ação de consignação em pagamento. 
Ações possessórias
POSSE: posse é conduta de dono (Lhering). Sempre que haja o exercício dos poderes de fato, inerentes à propriedade, existe a posse (art. 1.196, CC).
Art. 1.196 do CC:
POSSE E PROPRIEDADE: Posse é a exteriorização da propriedade, o possuidor é aquele que age como se fosse proprietário. O artigo 1228, CC diz que o proprietário é aquele que pode usar, gozar, dispor ou pode reaver a coisa.
Não confunda POSSE com DETENÇÃO: o detentor está em uma situação de dependência econômica ou possui vínculo de subordinação com a outra pessoa e somente por este motivo detém a coisa. O detentor exerce a posse não em seu nome, mas em outro (art. 1198, CC). 
Ex.: caseiro que cuida de um sítio, policial e a arma, caixa do banco.
Natureza jurídica da posse: direito real ou obrigacional???
Direitos reais: passíveis de registro. Rol descrito no art. 1225, CC. 
Direito obrigacional: não é passível de registro. Rol descrito no art. 1196, CC. 
Sendo assim, a posse é um direito obrigacional. 
PROPRIEDADE: ato solene X POSSE: situação de fato.
Quanto ao desdobramento, a posse pode ser:
a) Direta ou imediata: aquela em que a pessoa possui a coisa materialmente, há poder físico imediato. Ex.: locatário (aquele que está o imóvel).
b) Indireta ou mediata: exercida através de outra pessoa. Ex.: locador.
O locador (quem coloca a coisa para ser alugada) exerce posse indireta, enquanto o locatário exerce a posse direta pois se encontra fisicamente com a coisa.
Quanto à presença de vícios objetivos, a posse pode ser:
a) Justa: não apresenta vícios de violência, clandestinidade ou precariedade.
b) Injusta: adquirida por ato de violência, ato clandestino ou ato precário.
Violenta: é a obtida através de esbulho, ou seja, por força física ou moral. Ex: movimento popular que invade propriedades rurais produtivas, violentamente, destruindo cercas e plantações. 
 Clandestina: obtida às escondidas, de forma oculta. Ex.: mesmo exemplo acima, só que no período da noite sem violência. 
Precária: é aquela conseguida com abuso de confiança (esbulho pacífico). Ex.: locatário que não devolve a posse da casa no final do contrato. 
POSSE NOVA (FORÇA NOVA): o emprego da força expoliativa se deu em menos de um ano e um dia.
POSSE VELHA (FORÇA VELHA): o emprego da força expoliativa se deu há mais de um ano e um dia. (ação de procedimento comum) 
Força Nova (art. 558, CPC): segue o procedimento especial, podendo inclusive pedir liminar.
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração deposse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
CRITÉRIO DE DISTINÇÃO ENTRE AS TUTELAS POSSESSÓRIAS: o fundamento que orienta se o juízo é possessório ou petitório.
JUÍZO POSSESSÓRIO: quando a posse merecer uma proteção considerada em si mesma. A posse não deriva do direito de propriedade.
JUÍZO PETITÓRIO: quando se quer defender a posse como consectário do direito de propriedade. (ação reivindicatória) 
Ex.: Locador e Locatário
LOCATÁRIO: tem direito à posse. Ele defende a posse como um direito em si mesmo. O locatário não é dono do imóvel. JUÍZO POSSESSÓRIO.
LOCADOR: tem direito à posse. Ele defende a posse por ser dono. Um dos poderes inerentes à propriedade é a posse. JUÍZO PETITÓRIO.
AÇÕES PETITÓRIAS OU DOMINIAIS: versam sobre a propriedade, e não sobre posse. Se submetem ao procedimento comum. Ex.: Ação reivindicatória, Ação de Imissão na posse. (tomar a posse pela primeira vez – há propriedade, mas não há posse) 
AÇÕES POSSESSÓRIAS: têm por escopo, unicamente, proteger a posse. Nelas não se discute a propriedade. Ex.: Ação de reintegração de posse, ação de manutenção da posse, interdito proibitório. (não se discute a propriedade, somente a posse) 
Ações possessórias compreende: 
· MANUTENÇÃO: casos em que há turbação da posse, isto é, embaraços no exercício pleno da posse 
· REINTEGRAÇÃO: quando houver esbulho na posse, isto é, perda total ou parcial da posse.
· INTERDITO PROIBITÓRIO: voltado à proteção preventiva da posse.
O art. 1210, CC regula o direito do possuidor em ser: 
· Mantido na posse, no caso de turbação; 
· Nela restituído, na hipótese de esbulho;
· Segurado de violência iminente contra sua posse, se tiver justo receio de moléstia.
Para todos esses direitos o possuidor tem as AÇÕES POSSESSÓRIAS.
EFEITOS DA POSSE
· Usucapião: a posse prolongada com outros requisitos, que a legislação prevê, pode ensejar a aquisição da propriedade daquele bem móvel ou imóvel pelo instituto da Usucapião.
· Ações Possessórias: possuidor que de alguma forma estiver sendo incomodado em sua posse, pode se defender a partir dos interditos possessórios.
· Auto Defesa da Posse: não se permite de forma geral a autotutela, mas há exceções.
· Efeitos Patrimoniais do possuidor de boa-fé: direito a indenização por benfeitorias, frutos etc. (art. 1214, CC). 
Esbulho, turbação e ameaça 
Interdito proibitório → ameaça a posse
Ação de manutenção de posse → turbação
Ação de reintegração de posse → esbulho 
→ O cabimento de cada ação possessória cinge-se à moléstia da posse, que já tenha ocorrido ou possa vir a ocorrer.
Esbulho: perda total da posse. A coisa sai integralmente da esfera de disponibilidade do possuidor, quando ele deixa de ter contato com ela, por ato injusto do molestador.
Ex.: alguém que invade uma propriedade rural, cercando-a e impedindo que o possuidor nela adentre.
Turbação: é o esbulho parcial, ou seja, é a perda de algum dos poderes fáticos sobre a coisa, mas não a totalidade da posse. O possuidor continua possuindo, mas não pode exercer, em sua plenitude, a posse.
Ex.: alguém adentra no imóvel e passa a ocupar parcela do imóvel, mas não impede o acesso do possuidor a toda a área.
Ameaça: se caracteriza quando há receio sério (fundado) de que a posse venha a sofrer alguma ameaça, seja turbação ou esbulho. 
Ex.: o molestador posiciona tratores na entrada da área rural, noticiando que nela pretende ingressar.
Art. 1210, CC: o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver receio de ser molestado. 
§1º O possuidor turbado ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de esforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Características das ações possessórias: 
1)fungibilidade (art. 554, CPC): o legislador autoriza a conversão de uma possessória em outra. 
Os fatos que originam as possessórias são voláteis. A ameaça vira turbação, que vira esbulho, em questão de dias ou semanas.
2) Possibilidade de cumular pedidos de outras naturezas – art. 555, CPC: o legislador expressamente autoriza a cumulação de pedidos de outras naturezas.
3) Caráter Dúplice – art. 556, CPC: ação dúplice é aquela em que o Réu pode deduzir pretensão contra o autor. Não importa quem ajuizou a ação. O Réu não apenas se defende, mas também pede!
O réu pode alegar na contestação que ele é quem tem a posse, invocar a proteção possessória e cumular o pedido indenizatório, por exemplo.
· Consequência na sentença:
· A sentença pode outorgar a tutela possessória ao autor como ao réu. 
· Tal outorga não pode ser concedida de ofício. Necessita que seja formulado expresso pedido nesse sentido.
4) Distinção entre juízo possessório e petitório (art. 557, CPC)
No curso de uma ação possessória não se permite a discussão do direito de propriedade (vedação à exceção de domínio). – discute a posse!!!! 
Enquanto for discutido no bojo de uma ação judicial a posse, não se pode alegar propriedade. 
Proposta a ação possessória, a questão referente à propriedade somente poderá ser discutida após o término da ação possessória. Primeiro outorga-se a proteção à posse e, depois, protege-se a propriedade.
5) LIMINAR POSSESSÓRIA (art. 558, CPC): quando a ação possessória for de FORÇA NOVA (tiver sido iniciada até um ano e dia da perda total ou parcial da posse) o juiz tem a obrigação de conceder a liminar se estiverem provados os requisitos.
Obs.: Na ação de força velha (mais de ano e dia) não cabe a obrigatoriedade da liminar. 
CARÁTER EXECUTIVO LATO SENSU E MANDAMENTAL DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
As ações possessórias têm natureza executiva e mandamental: 
A sentença não só declara o direito do possuidor de ver sua posse resguardada, e condena o réu a devolver a coisa, mas tem força de alterar sua situação fática, independente de qualquer outro procedimento.
Ex.: o juiz condena o réu a devolver a posse em 15 dias, não precisa o autor pedir cumprimento de sentença – execução. O juiz verificando que não se concretizou, já toma outras providencias. A execução ocorre, mas não precisa do pedido, o juiz pode, de oficio, fazer as coisas que ele compreender necessárias. 
Detalhe: esse caráter executivo e mandamental só se refere à proteção possessória, e não às possíveis condenações pecuniárias decorrentes da cumulação de pedidos. Ex.: perdas e danos
Não há separação nítida entre conhecimento e execução. 
Como o escopo é a proteção da posse, essa se dá independentemente de fase processual (execução) ou de qualquer pedido da parte vencedora.
CAUÇÃO – art. 559
Objetiva resguardar o réu do risco de dano difícil ou de incerta reparação, diante da concessão de liminar possessória. Art. 559, CPC.
A Prova deve ser robusta, suficiente para demonstrar que lhe pode advir sério prejuízo, se o autor não caucionar.
A Caução pode ser real ou fidejussória.
Caução real: se aperfeiçoa com a colocação de uma coisa à disposição do juízo. Ex.: hipoteca, penhor, anticrese.
Caução fidejussória: baseada na garantia prestada por um fiador idôneo, que assegura, garante o cumprimento da obrigação. Ex.: aval, fiança.
Competência para ajuizar ação possessória:
COISAS MÓVEIS (art. 46, CPC): a ação possessória correrá no foro do domicílio do réu.
IMÓVEL (art. 47, CPC): foro da situação da coisa litigiosa. (casa no araçagy – juízo competente que abrange araçagy)
Paramos no slide 39.

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