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904_Os_10_PASSOS_PARA_RECEBER_A_CARTEIRA_DA_ORDEM

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OAB SEGUNDA FASE 
Sabrina Dourado 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 
 
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Os 10 PASSOS PARA RECEBER A CARTEIRA DA 
ORDEM 
 
Você já conseguiu dar 100 passos até aqui, ou seja, 
conseguiu sua classificação na primeira fase do exame 
de Ordem. Parabéns! 
 
No entanto, os 10 próximos passos a serem 
percorridos são os mais difíceis, e cabe somente a 
você segui-los corretamente, para conseguir fechar 
esse ciclo em sua vida profissional, obtendo a tão 
desejada Carteira da Ordem. 
 
Estudar para a segunda fase não é tarefa fácil. Requer 
esforço e dedicação. Ademais, você certamente vai 
necessitar de muita orientação e apoio. 
 
Com o intuito de ajudá-Io, montamos estes 10 passos 
com base em nossa experiência e nos exemplos 
observados ao longo do tempo na dedicação aos 
alunos que já passaram por essa fase. 
 
Importante ressaltar que os modelos aqui 
apresentados são meramente informativos. Como o 
Direito é uma ciência humana ampla, impossível seria 
determinar a forma e o valor das peças. Cada 
profissional tem estilo próprio de se expressar, e exigir 
que você elabore sua peça seguindo rigorosamente a 
forma adotada no modelo acabaria por prejudicá-lo. 
 
Tenha em mente que, independentemente da peça 
solicitada na prova da segunda fase do exame da OAB, 
você deve manter a calma e a serenidade, ler com 
atenção e entender o conteúdo do problema 
apresentado, identificar a peça e só então começar a 
elaborá-la. 
 
 
 
1º passo: prepare seu material de consulta e estudo 
Levando em consideração que a Ordem permite a 
utilização de material de consulta, adquira com 
antecedência os livros necessários para estar 
familiarizado com eles no dia da prova. Não use livros 
emprestados de última hora. É importante ler e 
conhecer bem todo o material de apoio para que na 
realização do exame (cujo tempo é curtíssimo) ele 
sirva apenas de amparo e de sustentação. 
 
Atenção - Nenhum livro ou código poderá ter 
anotações ou comentários nem do autor nem do 
aluno. O que tem sido aceito são marcações 
com clipes. 
 
2.° passo: organize seu tempo de estudo 
 
Durante esse período, é preciso muita dedicação e 
esforço. Isso requer tempo. Tente organizar sua vida 
com prioridades. Não há como ser aprovado no 
exame de Ordem sem dedicar um bom tempo às 
atividades necessárias ao estudo e elaboração das 
peças e questões. Mesmo que você tenha de traba-
lhar, será fundamental reformular seus horários, 
priorizando o tempo para o preparo adequado que 
esse exame exige. 
 
Não adianta apenas assistir às aulas. Para a segunda 
fase, o professor será imprescindível para guiá-lo, 
corrigi-lo e dar dicas. Entretanto, 80% de sua 
aprovação está em sua capacidade de captação, 
discernimento e explicação da matéria. Somente um 
forte estudo introspectivo poderá trazer bons 
resultados. 
 
 
 
 
3.° passo: não falte às aulas 
 
Para seguir um curso e obter dele o resultado 
esperado, o mínimo que você deve fazer é assistir a 
todas as aulas, sempre com a máxima atenção, 
respeitando os horários e participando ativamente em 
sala de aula. Evite conversas paralelas, respeitando, 
assim, seus colegas. 
 
4.° passo: faça um esquema de cada peça 
 
Desde o início de seu estudo, comece a preparar 
esquemas que facilitem a elaboração de cada peça. 
Saiba desde logo o que cada peça deverá conter. 
Durante o estudo, tente cada vez mais elaborar as 
peças sem consultar um modelo. 
 
5.° passo: siga a metodologia do "passo-a-passo" 
 
Aplicar uma metodologia específica garante um 
projeto bem-sucedido. 
Essa planificação dará segurança, calma e organização 
para a elaboração do exame. Tudo precisa ser 
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treinado antecipadamente. Como em uma prova que 
exige esforço fisico, sem o devido treino prévio, a 
atuação será desastrosa. Analogicamente, aplica-se o 
mesmo princípio aos esforços intelectuais: 
organização com método e treino. 
 
O "passo-a-passo" para elaboração de cada peça 
será: 
 
1.Analise o problema apresentado: você deve atuar 
como advogado de qual parte, empregado ou 
empregador? Dessa maneira, você já atentará para 
informações passadas pelo problema com o enfoque 
de defesa de "seu cliente". Imagine-se defendendo "o 
maior cliente em potencial de toda sua vida" durante 
o exame. Com isso, você torna o exame mais atrativo. 
 
2. Leia o problema atentamente, fazendo um resumo 
(esqueleto) dos dados oferecidos de modo que não 
precise ficar lendo novamente o enunciado do 
problema. Anote somente o resumo do que é 
importante, sem deixar nenhum detalhe passar em 
branco. Interpretar o que o problema diz é fun-
damental para conseguir elaborar sua peça. Todos os 
termos são importantes para entender o que o 
problema diz. Comece a fazer uma leitura como se 
fosse um investigador procurando as pistas, dicas e 
armadilhas. Anote tudo com calma. 
 
3. Descubra o momento processual, valendo-se das 
regras que você estudou, para determinar qual peça 
será elaborada. Não se esqueça de que toda peça 
deve ser fundamentada, apresentando dispositivos 
legais e jurisprudenciais. 
 
4. Linha de defesa - Com base nos dados do 
problema, comece a pensar qual será seu foco. 
 
Imagine um alvo que deverá ser atacado e monte sua 
tese jurídica. Isso é fundamental para não perder o 
caminho a ser traçado, para determinar os pontos que 
deverão ser fundamentados e 
argumentados. 
 
5.Procure as palavras-chave para auxiliá-lo na 
pesquisa a ser realizada nos índices remissivos das 
leis, súmulas e orientações jurisprudenciais. Tudo 
deverá ser anotado: artigos (CF, CLT, CPC), leis 
complementares e especiais, decretos-lei, instruções 
normativas, normas regulamentadoras, atos do TST, 
sÚillulas (TRT, TST, STF, STJ), orientações 
jurisprudenciais (SDI-I, SDI-I1, SDC), precedentes 
normativos. Leia cada um deles para analisar quais 
poderão ser utilizados em sua linha de defesa. 
 
6.Organize de maneira lógica e coerente as 
fundamentações, para facilitar a montagem da peça. 
7. 
7.Elabore para cada fundamentação quantos 
argumentos serão necessários. Comece a montar sua 
peça, ainda na forma de esqueleto, somente 
estruturas, sem ficar redigindo tudo, apenas anotando 
as principais diretrizes, lembrando-se sempre de que 
cada redação deverá conter introdução (explicar, 
definindo o assunto), enredo (mesclar com os dados 
do problema) e conclusão (fazer a ligação das idéias 
para atingir seu foco 
de defesa). 
 
Para facilitar essa redação argumentativa, imagine o 
seguinte: 
a)Dando uma introdução com termos jurídicos, copie 
o fundamento legal, as principais partes do artigo, 
súmula, orientação jurisprudencial, precedente 
normativo ou outra base legal à qual se refira. 
 
b)Depois, imagine um leigo perguntando: "O que quer 
dizer isso?". 
 
 
Essa será a introdução de seu argumento, explicando 
com suas palavras o que quer dizer aquele princípio 
legal. 
 
c)Na seqüência, responda à seguinte pergunta: "Em 
que isso me ajuda?". Comece a explicar qual a ligação 
da lei ao problema em tela. Mescle as informações 
fazendo com que haja clara coerência com a lei, sua 
explicação (embasada em doutrinas) e os dados do 
problema. 
 
d)Como pergunta final, imagine: "Será que isso 
convence?". Para encerrar sua narração, conclua seu 
raciocínio. Chegue a uma conclusão persuasiva. 
Mostre como faz sentido o que foi explanado antes 
direcionando para o foco jurídico desejado. 
 
 
Essa é a principal parte da peça, na qual está o maior 
índice de reprovação. Não é um trabalho fácil, e obter 
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essa capacidade de raciocinar e conduzir uma idéia 
até sua conclusão requer muito treino. O principal é 
conseguir colocar isso no papel, em um curto espaço 
de tempo. Treinando, ficará cada vez mais fácil. O 
principalé ter conhecimento 
prévio dos assuntos e saber colocar-se de cada lado 
(empregado e empregador). 
 
8.Termos jurídicos - Deixe separados os termos 
jurídicos que serão usados em sua peça, evitando, 
assim, a repetição de palavras para iniciar frases ou 
mesmo o uso de termos de ligação de idéias. Saiba 
como usa-los para fazer sentido e não dar a idéia de 
simplesmente jogar palavras difíceis ao ar. 
 
9.Faça um esqueleto da peça, tudo que a peça deve 
conter, de maneira resumida: como começá-Ia, como 
fazer a qualificação das partes, se possui interposição 
e razões, quais os dados que precisa conter, as frases 
básicas que são repetidas, as provas, o valor da causa 
ou não. Enfim, monte um esqueleto do que a peça 
deverá conter para não esquecer nenhum detalhe 
fundamental. 
 
 
10.Por último, respire fundo e comece a redigir sua 
peça com calma, seguindo toda a planificação feita 
anteriormente. Você terá tempo suficiente para fazer 
uma boa redação - letra clara e legível, sem erros (leve 
o corretor caso necessário), clareza de idéias, atenção 
aos acentos, crases, pontuações e preposições. 
 
6.° passo: faça pelo menos uma peça de cada modelo 
 
Aproveite bem o conteúdo, elaborando pelo menos 
uma de cada peça apresentada. Não adianta fazer dez 
peças de um mesmo tipo - contestação ou reclamação 
trabalhista, por exemplo - e nenhum de outro. Cheque 
com atenção as anotações que serão feitas por 
ocasião da correção. Refazer a peça é a melhor 
maneira de aprimorá-Ia e não cometer o mesmo erro 
novamente. 
 
7.° passo: leia muito, tenha disciplina e regularidade 
no estudo 
 
Não pense que, por levar material de consulta, tudo 
estará garantido. Não haverá tempo suficiente para 
estudá-Io no momento do exame. A matéria já deverá 
ter sido absorvida antecipadamente. O estudo em 
conjunto também é indicado, pois ajudará a aprimorar 
seu raciocínio e poder de convencimento, além de 
ampliar a percepção argumentativa de cada assunto. 
8.° passo: redija a peça com capricho 
 
Ninguém será obrigado a fazer um curso de caligrafia, 
mas deverá fazer o possível para não escrever de 
maneira ilegível. Capriche na letra; faça com que o 
examinador tenha gosto em ler sua peça e não precise 
se esforçar. Mostre o que escreveu para outras 
pessoas, além de seu professor, para checar se eles 
entenderam o que você escreveu, se faz sentido o que 
você quis dizer. Procure fazer parágrafos curtos; 
assim, você cometerá menos erros. 
 
9.° passo: use linguagem jurídica (técnica 
profissional) 
 
Mesmo sendo um aluno que acabou de formar-se, o 
exame exige que você demonstre ter técnica 
profissional, o que será demonstrado por sua clareza 
de idéias, associada à maneira como as conduz na 
elaboração da peça. 
 
10º passo: durante a fase da preparação, procure 
manter-se confiante e bem-humorado. 
 
Nunca desanime. Aceite as críticas, aprenda com elas 
e siga em frente. 
Será um momento de crescimento árduo, porém 
muito enriquecedor. Esteja sempre aberto para 
enfrentar novas dificuldades e obstáculos, que 
surgirão a cada nova peça. Pense positivamente e não 
se pressione. 
Seguindo esses passos, o resultado será apenas uma 
conseqüência. 
 
A advocacia e a comunicação escrita 
A comunicação tem como objetivo a constante busca 
de entendimento. 
 
A linguagem representa o pensamento e funciona 
como instrumento mediador das relações sociais. Do 
ponto de vista psicológico, a linguagem é, ainda, um 
organizador de cognição, explicando as idéias por 
meio de comparações e contrastes, provas e razões, 
causas e efeitos, entre outras correlações lingüísticas, 
influenciando outros sistemas psicológicos, como o da 
percepção e do pensamento. 
 
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O Direito é uma ciência cuja prática se resolve em 
palavras, disciplinando a conduta das pessoas. O ato 
comunicativo jurídico é composto pelo conjunto de 
probabilidades lingüísticas postas à disposição do 
usuário, com o pensamento organizado à luz das 
operações do raciocínio. Exige a construção de um 
discurso que possa convencer da veracidade do que 
pretende provar. 
 
No mundo jurídico, o vocabulário tem de ser rico, e as 
normas gramaticais, observadas em sua plenitude. O 
vocabulário deve ser selecionado e adequado, 
formando um texto jurídico claro e preciso que atinja 
plenamente os seus fins. 
 
Terminologia e Iinguajar jurídico 
 
É de suma importância ao advogado o uso de um 
vocábulo rico, facilitando, assim, sua tarefa 
comunicativa, principalmente redacional, por ampliar 
o leque para a escolha da palavra mais adequada. 
Para tanto, a consulta freqÜcnte a dicionários e a 
leitura de autores renomados são atividades impres-
cindíveis. Apenas como orientação, seguem alguns 
termos que ajudam a nar- 
rativa de parágrafos jurídicos. 
 
Dicas de expressões condutoras do raciocínio 
 
Introdução do tema, de teses, de doutrinas e de idéias 
 
Prefacialmente cabe ressaltar. .. 
Inicialmente faz-se necessário analisar. .. 
Mister se faz assinalar. .. 
() cerne da questão está no .... 
() caso em tela refere-se a .... . 
() assunto trazido à baila ...... 
Cumpre salientar que ... 
Com relação ao tema a que alude tal medida ... A 
título de esclarecimento, importante definir. .. 
 
Introdução para uma base legal 
 
Com este entendimento, os legisladores avençaram o 
artigo ... Incisiva, no particular, é a Súmula ... 
Neste diapasão, revela-se de suma importância 
atentar para os dizeres do artigo ... 
Tal argumento improcede, conforme teor 
contemplado na cláusula vergastada ... 
Explicita-se como equivocado tal argumento, uma vez 
que o caso em tela encontra-se lastreado na 
jurisprudência ... 
É clara a Constituição, em cujo bojo há cláusula na 
qual ... 
Nos moldes dos dispositivos legais esculpidos na 
legislação processual civil ... 
Arrimando-se nos requisitos da norma jurídica ... 
Faz-se necessário analisar a doutrina mais abalizada, 
da qual se extrai um princípio exegético ... 
 
Reforço, persuasão, coerção 
Desta feita, resta plenamente cabível ... 
Destarte ... 
Neste raciocínio ... 
Corroborando, ainda há que se observar... 
 Ademais, faça-se constar... 
Sublinhe-se que ... 
Oportuno se torna dizer que ... 
Podemos extrair a ilação clara e insofismável... 
Concernentemente às razões de ... 
 
Oposição 
 
Inexiste, portanto, suporte fático ... 
Entrementes, conforme se pode verificar... 
Houve uma descabida antinomia interpretativa em 
relação a ... 
 Ao reverso, houve consentimento ... 
Ante a ausência de supedâneo legal ... 
 
Conclusão 
 
Restando de sobejo comprovado ... 
Pugna finalmente pelo deferimento ... 
Diante do quanto exposto, resta incontroverso . 
Em suma, há de se perceber perfeitamente que 
 . 
A vista do exposto, requer seja a presente ... 
A conclusão, pois, exsurge clara e insofismável. .. 
 
Importante 
 
Cada candidato tem seu estilo próprio de escrita, 
porém o examinador tomará como parâmetro os 
critérios de clareza, concisão e precisão de acordo 
com os seguintes tópicos:

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