Prévia do material em texto
Lucia Helena Nunes Junqueira Conteúdos e metodologias do ensino de Ciências Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central Uniube Junqueira, Lucia Helena Nunes. J968c Conteúdos e metodologias do ensino de ciências / Lucia Helena Nunes Junqueira. – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2018. 228 p. : il. Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7777-847-8 1. Ciências (Ensino fundamental). 2. Ciências naturais. 3. Ciências – Estudo e ensino. I. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. II. Título. CDD 372.35 © 2018 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor Marcelo Palmério Pró-Reitor de Educação a Distância Fernando César Marra e Silva Coordenação de Graduação a Distância Sílvia Denise dos Santos Bisinotto Editoração e Arte Produção de Materiais Didáticos-Uniube Editoração Márcia Regina Pires Revisão textual Érika Fabiana Mendes Salvador Diagramação Douglas Silva Ribeiro Projeto da capa Agência Experimental Portfólio Edição Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Lucia Helena Nunes Junqueira Mestre em educação pela Universidade de Uberaba (Uniube); especialista em Metodologia do Ensino-Aprendizagem de Matemática no Processo Educativo, pela Faculdade de Educação São Luís; graduada em Licenciatura Plena em Matemática, pela Uniube. É docente do curso de Pedagogia desta universidade e participa dos projetos de pesquisa: Estudos acadêmicos sobre o professor no Centro Oeste/FAPEMIG, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal do Tocantins (UFT), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Uniube e do Observatório da Educação e Interdisciplinaridade na Educação Básica (CAPES-OBEDUC e FAPEMIG). Sobre a autora Sumário Apresentação .............................................................................................................. IX Capítulo 1 Aprender e ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental ...................................................... 1 1.1 Por que ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental? ..... 5 1.1.1 Conhecimento científico e senso comum ...................................................... 9 1.1.2 Classificação das Ciências .......................................................................... 11 1.2 Compreensão de Ciências e do processo de ensino e de aprendizagem em Ciências Naturais no Ensino Fundamental ........................................................... 13 1.3 Competências específicas de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental ............................................................................................. 18 1.3.1 Unidade temática – Matéria e energia ......................................................... 19 1.3.2 Unidade temática – Vida e evolução ........................................................... 20 1.3.3 Unidade temática – Terra e Universo .......................................................... 20 1.4 Considerações finais.............................................................................................. 21 Capítulo 2 Os conteúdos de Ciências Naturais no Ensino Fundamental – 1º e 2º anos ...............................................25 2.1 O corpo humano .................................................................................................... 27 2.1.1 O corpo em movimento ................................................................................ 28 2.1.2 O nosso corpo .............................................................................................. 30 2.1.3 Órgãos dos sentidos .................................................................................... 34 2.2 Os materiais ........................................................................................................... 52 2.2.1 Os materiais em nosso dia a dia ................................................................. 56 2.2.2 Origem dos materiais ................................................................................... 57 2.2.3 As propriedades da matéria ......................................................................... 58 2.2.4 Os estados físicos dos materiais ................................................................. 66 2.2.5 A mudança do estado físico dos materiais .................................................. 67 2.2.6 Materiais que se transformam ..................................................................... 69 2.3 Escalas de tempo – os dias e as noites ................................................................ 70 2.3.1 As estações do ano .................................................................................... 72 2.4 O ambiente à nossa volta ...................................................................................... 74 2.4.1 Os seres vivos e a relação com o ambiente ................................................ 77 2.5 Os animais ............................................................................................................. 78 2.5.1 O tamanho dos animais ............................................................................... 79 2.5.2 Como os animais se alimentam ................................................................... 81 2.5.3 O ciclo de vida dos animais ......................................................................... 82 2.5.4 Animais domésticos e animais silvestres ..................................................... 83 2.5.5 Animais terrestres e animais aquáticos ...................................................... 85 2.5.6 Animais mamíferos ....................................................................................... 88 2.6 As plantas ............................................................................................................... 90 2.6.1 Partes da planta ........................................................................................... 90 2.7 Considerações finais.............................................................................................. 92 Capítulo 3 Os conteúdos de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental – 3º e 4º anos ................................... 99 3.1 O ar ...................................................................................................................... 101 3.1.1 A elasticidade e compressão do ar ............................................................ 105 3.1.2 A pressão do ar .......................................................................................... 109 3.2 O som ................................................................................................................... 112 3.3 Corpos luminosos e iluminados ........................................................................... 114 3.3.1 Efeitos da luz nos materiais ....................................................................... 115 3.3.2 As sombras ................................................................................................ 117 3.3.3 A decomposição da luz ..............................................................................118 3.4 Características da Terra ....................................................................................... 121 3.4.1 A Terra ........................................................................................................ 123 3.4.2 Pontos cardeais ......................................................................................... 125 3.5 Tipos de solo ........................................................................................................ 127 3.5.1 Formação do solo ...................................................................................... 127 3.5.2 A degradação do solo ................................................................................ 129 3.6 Os animais ........................................................................................................... 130 3.6.1 Características e desenvolvimento dos animais ...................................... 133 3.6.2 Animais vertebrados ................................................................................... 142 3.6.3 Animais invertebrados ................................................................................ 153 3.7 Cadeia alimentar .................................................................................................. 161 3.7.1 A energia na cadeia alimentar .................................................................... 165 3.8 Considerações finais............................................................................................ 170 Capítulo 4 Os conteúdos de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental – 5º ano .....................................175 4.1 Propriedades físicas da água .............................................................................. 177 4.1.1 Estado sólido .............................................................................................. 178 4.1.2 Estado líquido ............................................................................................. 179 4.1.3 Estado gasoso........................................................................................... 179 4.1.4 A água como solvente ................................................................................ 180 4.2 Separação de materiais da água ......................................................................... 182 4.2.1 Evaporação ................................................................................................ 182 4.2.2 Filtração ...................................................................................................... 182 4.2.3 Decantação ................................................................................................ 184 4.3 Ciclo hidrológico ................................................................................................... 185 4.4 Consumo consciente da água ............................................................................. 191 4.5 Reciclagem .......................................................................................................... 194 4.5.1 Coleta seletiva e reciclagem de materiais ................................................ 196 4.6 Nutrição do organismo ......................................................................................... 198 4.6.1 As funções dos nutrientes no organismo ................................................... 200 4.6.2 Os alimentos .............................................................................................. 200 4.6.3 Hábitos alimentares .................................................................................. 201 4.7 Integração entre os sistemas digestório, respiratório e circulatório .................... 202 4.7.1 Sistema digestório ...................................................................................... 203 4.7.2 Sistema respiratório ................................................................................... 205 4.7.3 Sistema circulatório .................................................................................... 208 4.8 Considerações finais............................................................................................ 213 Prezado(a) aluno(a). O presente livro dispõe de quatro capítulos com temas articulados entre si que introduzem os futuros pedagogos no conhecimento acerca das metodologias de ensino-aprendizagem de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para a efetivação do nosso estudo, propomos o seguinte desenvolvimento: Apresentação O livro apresenta uma linguagem simples sobre os conceitos e temas propostos nesta etapa de ensino. Além disso, propõe atividades práticas, que o futuro professor poderá explorar no dia a dia de sua sala de aula. No decorrer do livro, buscamos relacionar teoria e prática, articulando-as às propostas dos documentos oficiais que regem a educação no Brasil. X UNIUBE O objetivo principal deste estudo consiste em proporcionar aos licenciandos a compreensão sobre o ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para isso, propõe uma reflexão sobre a didática, a metodologia, o planejamento, bem como a execução das práticas educativas. Tal como propomos, o estudo sobre o ensino de Ciências Naturais vislumbra a possibilidade de articular a teoria e a prática, tendo como finalidade a formação do licenciando. Para Libâneo (2017, p.17), a relação entre a educação e a prática educativa compreende “os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitavel pelo simples fato de existirem socialmente”. Assim, entendemos que o processo educativo deve ser contextualizado e de acordo com a realidade do aluno. Mediante esta análise, o livro que aqui propomos refere-se ao estudo de temáticas relevantes para o ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental, objetivando, inclusive, abordar a metodologia do professor. Contribuindo, assim, para a apropriação, pelos licenciandos, de subsídios teóricos e práticos necessários para o exercício da docência nesta etapa do ensino. Bons estudos! Introdução Aprender e ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental Capítulo 1 O ensino de Ciências Naturais no Ensino Fundamental, no decorrer de sua história, passou por diversas tendências, que se refl etiram em ações docentes tomadas em sala de aula, visto que a educação tradicional dominava o cenário escolar, embora já eram notados alguns esforços de renovação desse processo. As aulas eram expositivas, os professores eram os detentores do conhecimento e os alunos tinham que absorver as informações passadas por esse professor. Para esses cursos serem considerados bons, tomava-se como base a quantidade de conteúdos trabalhados. O questionário era o principal recurso de avaliação e estudo, os alunos, em suas respostas, reproduziam exatamente a fala dos professores em sala de aula ou a do conteúdo do livro-texto. Mediante o exposto, percebeu-se a necessidade de uma revisão no ensino de Ciências Naturais. De acordo com Saviani (2010), apresentadas pelo modelo Escola Nova ou Escola Ativa, de 1932 a 1964, as demandas para revisão do ensino de Ciências Naturais orientaram-se para um currículo que atendesse ao conhecimento científi co e às propostas pedagógicas, que visavam à renovação do 2 UNIUBE ensino. Essa tendência, apresentada pela Escola Nova, mudou o foco da questão pedagógica da escola tradicional e passou a valorizar a participação ativa do estudante no processo de ensino aprendizagem. Em relação à Escola Nova, Menezes (2001, p.1) explica É um movimento de educadores europeus e norte-americanos, organizado em fins do século XIX, que propunha uma nova compreensão das necessidades da infância e questionava a passividade na qual a criança estava condenada pela escola tradicional. [...] No Brasil, a Escola Nova buscava a modernização, a democratização,a industrialização e urbanização da sociedade. Os educadores que apoiavam suas ideias entendiam que a educação seria a responsável por inserir as pessoas na ordem social. Também conhecido como escolanovismo, a Escola Nova chegou ao País na década de 1920 com as Reformas do Ensino de vários Estados brasileiros. Nesse sentido, as atividades práticas começaram a fazer parte dos projetos de ensino e dos cursos de formação de professores, em que os materiais didáticos passaram a ser utilizados de forma a atender a esse tipo de atividade. Com a Escola Nova, o ensino de Ciências Naturais passa a dar condições para o aluno vivenciar e observar as situações e, a partir dessa observação, levantar hipóteses, testá-las, refutá- las e abandoná-las se necessário e, dessa forma, construir conhecimentos. Com base nessa perspectiva, buscava-se a democratização do ensino, com vistas à mudança de mentalidade do professor, que começava a assimilar os novos objetivos, as metodologias para o ensino aprendizagem de Ciências Naturais. UNIUBE 3 Na década de 80, a reestruturação do processo educacional tem como objetivo a construção do conhecimento científico pelo aluno. Desde esta época até hoje, as investigações sobre as preconcepções (ideias que se formam antecipadamente) das crianças e dos adolescentes sobre os fenômenos naturais e as suas relações com os conceitos científicos são temas de pesquisas e produções acadêmicas. A metodologia do ensino das Ciências Naturais não se limita mais ao fornecimento de informações e de estruturas, baseia-se no modelo de aprendizagem com foco em experimentações e na construção do conhecimento, a partir da competência dos alunos. Dessa forma, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017), “que é um documento de caráter normativo e que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica”, que passa a vigorar em 2018, tem como objetivo [...] superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação. Assim, para além da garantia de acesso e permanência na escola, é necessário que sistemas, redes e escolas garantam um patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes, tarefa para a qual a BNCC é instrumento fundamental. (BRASIL, 2017, p.8). A BNCC propõe que as aprendizagens essenciais efetivem a construção do conhecimento. E, na área de Ciências, os alunos desenvolvam habilidades de compreensão, interpretação e avaliação sobre o ambiente em que estão inserido. 4 UNIUBE As ideias prévias dos alunos têm papel fundamental no processo de aprendizagem que só é possível embasada naquilo que ele já sabe e [...] o que o torna responsável tanto pelo saber produzido quanto pelo controle dos fenômenos naturais e históricos dos quais é agente (BNCC, 2017, p. 352). Todo esse estudo não invalida o processo de construção conceitual e seus pressupostos. Ele serve para redimensionar as práticas sobre a metodologia do ensino das Ciências Naturais. Em consonância com o exposto, pretendemos que os objetivos explicitados a seguir estejam de acordo com as propostas da Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Após a leitura deste capítulo, você deverá ser capaz de: • explicar a importância de estudar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental; • demonstrar as diferentes terminologias e características da Ciência; • distinguir senso comum de conhecimento científico; • esclarecer a transição dos conhecimentos propostos para a Educação Infantil da área de Ciências para os anos iniciais do Ensino Fundamental. 1.1 Por que ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental? 1.1.1 Conhecimento científico e senso comum 1.1.2 Classificação das Ciências Objetivos Esquema UNIUBE 5 1.2 Compreensão de ciência e de processo de ensino e de aprendizagem em ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental 1.3 Competências específicas de Ciências da Natureza para os anos inciais do Ensino Fundamental 1.3.1 Unidade temática – Matéria e energia 1.3.2 Unidade temática – Vida e evolução 1.3.3 Unidade temática – Terra e Universo 1.4 Considerações finais 1.1 Por que ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Na sociedade contemporânea, com a supervalorização do conhecimento científico e acesso à tecnologia, não é mais possível pensar na formação de um indivíduo crítico e reflexivo à margem do saber científico. Dessa forma, [...] apreender ciência não é a finalidade última do letramento, mas, sim, o desenvolvimento da capacidade de atuação no e sobre o mundo, importante ao exercício pleno da cidadania. (BRASIL, p.317, 2017). O objetivo do ensino de Ciências é reconhecer os valores humanos e estabelecer associações entre o aprendizado de como compreender o mundo e, nele, promover transformações. Visa reconstruir a relação homem-natureza e, com isso, desenvolver a consciência social do indivíduo. O estudo das Ciências, no contexto das séries iniciais do Ensino Fundamental, irá ampliar a capacidade da criança, como cidadã, de compreender as ações, as reações, as composições das coisas e os objetos que constituem o mundo que a cerca, viabilizando sua capacidade de exercer a cidadania. 6 UNIUBE Isso posto, faz-se necessário superar a postura cientifista que compreende definitivos os conhecimentos científicos e que, por muito tempo, fez com que o ensino de Ciências da Natureza fosse instrumental, teórico ou experimental, dissociado da reflexão sobre os conteúdos das Ciências e de suas relações com o mundo de trabalho. Nessa perspectiva, a área de Ciências da Natureza, por meio de um olhar articulado de diversos campos do saber, precisa assegurar aos alunos do Ensino Fundamental o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica. (BRASIL, 2017, p.317). De acordo com o documentos oficiais do MEC, o estudo da Ciência da Natureza pode contribuir para a relação entre o homem e o ambiente em que vive. Dessa forma, é importante ensinar o conhecimento científico para as crianças desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. Pense: como podemos relacionar o que vemos nos jornais, o que assistimos na televisão, sobre assuntos relacionados à natureza e aos grandes temas das Ciências, com os nossos objetos de estudo e com a dinâmica das nossas aulas? PARADA PARA REFLEXÃO Muitos dos assuntos que encontramos nos noticiários abordam os nossos temas sugeridos para estudo: desastres ambientais, poluição, epidemia, técnicas agrícolas, entre outras temáticas comuns ao nosso dia a dia. Isso deixa claro que as implicações das ciências estão inseridas na sociedade, na vida de cada um de nós. Assim, proporcionar às crianças o acesso aos conhecimentos científicos tornou-se fundamental para que elas possam compreender e fazer a leitura do mundo em que vivem e, com isso, poder intervir conscientemente na preservação do mundo. O ensino de Ciências nos anos inicias do Ensino Fundamental precisa dar UNIUBE 7 condições para que as crianças desenvolvam a sua cidadania, tornando- se cidadãos ativos e responsáveis. Neste sentido, o ensino de Ciências é fundamental para a população não só ter a capacidade de desfrutar dos conhecimentos científicos e tecnológicos, mas para despertar vocações, a fim de criar estes conhecimentos. O ensino de Ciências é fundamental para a plena realização do ser humano e a sua integração social. Continuar aceitando que grande parte da população não receba formação científica e tecnológica de qualidade agravará as desigualdades do país e significará seu atraso no mundo globalizado. Investir para constituir uma populaçãocientificamente preparada é cultivar para receber de volta cidadania e produtividade, que melhoram as condições de vida de todo o povo. (UNESCO, 2005, p.2). Para entendermos a importância de estudar Ciências Naturais, temos de compreender a Ciência em si. Reflita acerca da Figura 1 a seguir: PARADA PARA REFLEXÃO Figura 1: O que é ciência? Fonte: Acervo EAD-Uniube. 8 UNIUBE Os conhecimentos das ciências devem ser incorporados à vida dos cidadãos, de modo que estes saberes possam ser aplicados e, com isso, auxiliarem nas mais diversas situações do cotidiano. Nessa perspectiva, é fundamental iniciarmos essas discussões na sala de aula. É importante perguntarmos aos alunos como eles imaginam o cientista e sua forma de trabalho. Provavelmente, eles responderão que é um homem vestido de branco, que trabalha em um laboratório repleto de instrumentos e que provoca explosões, realizando descobertas inéditas. E, ainda, que esses cientistas são gênios! Certamente, eles são retratados da forma como são vistos nos filmes, desenhos animados e programas de TV. Como Dr. Emmett Brown, do filme “De volta Para o Futuro”, Profº Sherman, do filme “O Professor Aloprado”, o Franjinha da “Turma da Mônica”, “Dr.Frankenstein”, entre outros. Vale a pena continuar a discussão refletindo sobre o seguinte questionamento: Mas será que é assim mesmo? O cientista é um homem vestido de jaleco branco, que trabalha em um laboratório repleto de instrumentos, que provoca explosões e que realiza descobertas inéditas? EXEMPLIFICANDO! Para entender o trabalho do cientista, temos que primeiro definir Ciência. Existem várias definições acerca deste conceito, sendo assim, podemos dizer que Ciência é um conjunto de conhecimentos que descrevem a natureza e seus fenômenos; é também a atividade humana traduzida Você saberia responder o que é ciência? Quais são as diferentes concepções a que essa terminologia nos remete? UNIUBE 9 em saberes, teorias e leis; é a interação entre os fatos e as ideias. Os fatos são acontecimentos, por exemplo, um terremoto, a chuva forte que caiu ou o desastre ambiental e as ideias são as formas de interpretar e explicar cada fato, ou seja, o nosso olhar, nossa leitura acerca do que “estamos vendo”. Sobre a interação entre os fatos e as ideias, a Base Comum Curricular aponta que: Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a respeito de si mesmas, da diversidade e dos processos de evolução e manutenção da vida, do mundo material – com os seus recursos naturais, suas transformações e fontes de energia –, do nosso planeta no Sistema Solar e no Universo e da aplicação dos conhecimentos científicos nas várias esferas da vida humana. (BRASIL, 2017, p.321). Assim, a interação entre os fatos e fenômenos do dia a dia é vista como um princípio de aprendizagem e um fator de desenvolvimento da Ciência. 1.1.1 Conhecimento científico e senso comum Saber ciência vai além de conhecer o método científico e ter habilidade para investigação. Aprender ciência é entender a ciência; é fazer ciência! O conhecimento científico, aquele que envolve pesquisa, vai além do senso comum. O professor pode instigar as reflexões dos alunos a partir de uma imagem, como a Figura 2 a seguir: EXEMPLIFICANDO! 10 UNIUBE Figura 2: Ciência ou senso comum? Fonte: Acervo EAD-Uniube. O docente deve mediar as discussões dos educandos, que, provavelmente, já ouviram muitos casos de reações de pessoas que têm medo de encontrar um gato preto à noite, porque acreditam que “dá azar”. Para que essa crença se torne um conhecimento científico, ela deve ser testada, pesquisada, comprovada e certificada, por meio de pesquisas científicas, que comprovem, realmente, que encontrar um gato preto dá azar. Assim, a crença deixaria de ser apenas senso comum, ou seja, um conhecimento popular. Ao falarmos que o medicamento Novalgina é analgésico e antitérmico, não estamos utilizando o senso comum. Isso é um conhecimento científico. Sabe por quê? O medicamento Novalgina foi pesquisado, testado e comprovado cienticamente! Dessa forma, a escola tem papel relevante na condução do processo de ensino e aprendizagem. Isso implica importância e responsabilidade do professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental de estimular o conhecimento científico em seus alunos. UNIUBE 11 Para que isso ocorra, o professor deve deixar de lado o ensino livresco e descontextualizado, que faz com que o aluno decore conceitos sem compreender a aplicabilidade do que está sendo estudado. 1.1.2 Classificação das Ciências Considerando a necessidade de identificar as características comuns de cada ciência, Marcone e Lakatos (2000, p. 28) apresentam as seguintes classificações das ciências: Para Marcone e Lakatos (2000), as ciências formais são compostas pela lógica e pela matemática. Elas preocupam-se com a demonstração de números, demonstração de enunciados, símbolos, ou seja, estudam as ideias. 12 UNIUBE Em relação às ciências factuais, elas são compostas pelas ciências naturais e sociais, que têm como subitens a Física, a Biologia, a Química, a Antropologia, entre outras, e estudam os fatos que estão ao nosso entorno, seus significados e processos por meio dos quais se desenvolvem. Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, estudaremos as Ciências Biológicas e os seres vivos que fazem parte da natureza (bios, em grego, significa vida), mediante isso, estaremos realizando um estudo sobre as Ciências da Natureza das ciências factuais. Observe a Figura 3 a seguir. Figura 3: Como ensinar Ciências? Fonte: Acervo EAD-Uniube. Sobre o ensino de Ciências Naturais, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017) aponta que devemos organizar situações de aprendizagem significativas para os alunos, partindo de questões que sejam desafiadoras, que estimulem o interesse e a curiosidade científica e que possibilitem definir problemas, levantar hipótese, analisar, tirar conclusões e propor soluções. UNIUBE 13 1.2 Compreensão de Ciência e de processo de ensino e de aprendizagem em Ciências Naturais no Ensino Fundamental Observe a Figura 4 a seguir: Figura 4: Ciência ou Ciências? Fonte: Acervo EAD-Uniube. Para você, é correto aula de Ciência ou aula de Ciências? • A palavra ciência e ciências não possuem o mesmo significado. Segundo o Dicionário Houaiss (2007), Segundo Armstrong e Barbosa (2012, p. 24), Podemos dizer que a ciência é uma forma de conhecimento sistemática que busca explicar os 14 UNIUBE fundamentos da natureza por meio de um trabalho racional, possui créditos metodológicos para demonstrar a veracidade dos fatos observados e tem como finalidade atingir fatos concretos, mediante instrumentos, técnicas e procedimentos de observação fundamentados em diferentes métodos experimentais. Dessa forma, podemos definir que a expressão “ciência”, escrita no singular, diz respeito a conhecimento. Reflita acerca da Figura 5 a seguir: PARADA PARA REFLEXÃO Figura 5: Ciência ou Ciências? Fonte: Acervo EAD-Uniube. Você já pensou sobre isso? A disciplina Ciências já teve várias denominações como: Ciências Naturais, Ciências Biológicas, Ciências Físicas, Ciências Exatas. Atualmente é chamada de Ciências Naturais, mais conhecida, na escrita simplificada, por Ciências. UNIUBE 15 Como vimos, a expressão “ciências” está no plural. Isso significa que ela abrange um grande campo do conhecimento científico e não apenas um campo de estudo de pesquisa. O estudo da área de ciências envolve conhecimentos relativos a diversas disciplinas como: Geografia, Biologia, Química, Astronomia. Dessa forma, percebe-se que o campo das ciências é vasto, o que torna o trabalho complexo. No que se refere ao nosso estudo, estaremos utilizando a denominação simplificada: Ciências. Em relação ao ensino de Ciências, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, assim como nas demais disciplinas, a BNCC valoriza as situações lúdicas de aprendizageme propõe uma transição natural dos conceitos que foram ensinados na Educação Infantil com o que o aluno vai estudar nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Essa interação visa garantir segundo BNCC (BRASIL, 2017, p. 49) a “[...] integração e continuidade dos processos de aprendizagem das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa”. A título de conhecimento, apresentaremos, a seguir, os Campos de Experiências, propostos pela BNCC, para a Educação Infantil, que deverão dar continuidade ao trabalho a ser desenvolvido nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Eu, o outro e o nós • Respeitar e expressar sentimentos e emoções, atuando com progressiva autonomia emocional. • Atuar em grupo e demonstrar interesse em construir novas relações, respeitando a diversidade e solidarizando-se com os outros. • Agir com progressiva autonomia em relação ao próprio corpo e ao espaço que ocupa, apresentando independência e iniciativa. • Conhecer, respeitar e cumprir regras de cunho social, manifestando respeito pelo outro ao lidar com conflitos. 16 UNIUBE Corpo, gestos e movimentos • Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem para o cuidado de sua saúde e a manutenção de ambientes saudáveis. • Apresentar autonomia nas práticas de higiene, alimentação, vestir-se e no cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo. • Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) como instrumento de interação com os outros e com o meio. • Coordenar suas habilidades psicomotoras finas. • Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e interagir com a música, percebendo-a como forma de expressão individual e coletiva. • Reconhecer as artes visuais como meio de comunicação, expressão e construção do conhecimento. • Relacionar-se com o outro empregando gestos, palavras, brincadeiras, jogos, imitações, observações e expressão corporal. • Recriar, a partir de imagens, figuras e objetos, usando materiais simples e ensaiando algumas produções expressivas. Traços, sons, cores e formas • Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por diferentes meios. • Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida. Oralidade e escrita • Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas. • Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação. UNIUBE 17 • Identificar, nomear adequadamente e comparar as propriedades dos objetos, estabelecendo relações entre eles para a formulação, o raciocínio e a resolução de problemas. • Interagir com o meio ambiente e com fenômenos naturais ou artificiais, demonstrando atitudes de investigação, respeito e preservação. • Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor, igual etc.), espaço (dentro e fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio de comunicação de suas experiências. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações • Resolver, criar e registrar situações-problema do cotidiano e estratégias de resolução. Utilizar unidades de medida (dia / noite, dias / semanas / meses / ano) e noções de tempo (presente / passado / futuro, antes / agora / depois), para responder à necessidades e a questões do cotidiano. • Identificar e registrar quantidades por meio de diferentes formas de representação (contagens, desenhos, símbolos, escrita de números, organização de gráficos básicos etc.). (BRASIL, 2017, p. 50-51). Assim, entendemos que o ensino das Ciências é processo dinâmico, é ação e movimento. As alternativas que tornam o ensino de Ciências mais dinâmico são, em sua maioria, voltadas para o aspecto reflexivo- experimental, para a importância da contextualização histórico-científica, com o desafio dos alunos em resolver situações-problema, de forma que eles possam construir o pensamento reflexivo, lógico e científico. Se o desenvolvimento do pensamento lógico, reflexivo e científico é a tônica do mundo cultural para o ensino escolar, neste cenário, em relação a Ciências no Ensino Fundamental, professores e alunos são desafiados a romper com a abordagem do ensino linear, teórico, conteudista e 18 UNIUBE cientificista do ensino de Ciências e reestabelecer relações entre o conhecer e pensar. 1.3 Competências específicas de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental O ensino aprendizagem de Ciências visa valorizar o compromisso com os saberes historicamente produzidos e proporcionar aos alunos um novo olhar sobre o mundo em que vivem, bem como a conscientização sobre a preservação da natureza. Dessa forma, pautado nos documentos oficiais que organizam essa disciplina, espera-se que, com o ensino de Ciências, os alunos desenvolvam as seguintes competências. 1. Compreender as ciências como empreendimento humano, reconhecendo que o conhecimento científico é provisório, cultural e histórico. 2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas e socioambientais e do mundo do trabalho. 3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, tecnológico e social, como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas e buscar respostas. 4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e da tecnologia e propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho. AMPLIANDO O CONHECIMENTO UNIUBE 19 5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza. 6. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza. 7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico- tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários (BRASIL, BNCC, 2017, p. 276). Segundo a BNCC (2017), a estrutura dos currículos de Ciências é organizada com base em três unidades temáticas Matéria e energia; Vida e evolução, Terra e Universo, que se repetem no decorrer dos anos iniciais do Ensino Fundamental até os anos finais. Para melhor compreensão dessas unidades temáticas, veremos alguns trechos da BNCC. 1.3.1 Unidade temática – Matéria e energia Veja o que o BNCC assevera: Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com uma série de objetos, materiais e fenômenos, em sua vivência diária e na relação com o entorno. Tais experiências são o ponto de partida para possibilitar a construção das primeiras noções sobre os materiais, seus usos e propriedades, bem como suas interações com luz, som, calor, eletricidade e umidade, entre outros elementos, estimulando a construção de hábitos 20 UNIUBE saudáveis e sustentáveis por meio da preservação da saúde a partir dos cuidados e riscos associados à integridade física e à qualidade auditiva e visual e da construção coletiva de propostas de reciclagem e reutilização de materiais. Espera-se também que os alunospossam reconhecer a importância, por exemplo, da água, em seus diferentes estados, para a agricultura, o clima, a preservação do solo, a geração de energia elétrica, a qualidade do ar atmosférico e o equilíbrio dos ecossistemas. Em síntese, valorizam-se, nessa fase, os elementos mais concretos e os ambientes que o cercam (casa, escola e bairro), oferecendo aos alunos a oportunidade de interação, compreensão e ação no seu entorno. (BRASIL, 2017, p. 321). 1.3.2 Unidade temática – Vida e evolução Observe o que o BNCC explica: Nos anos iniciais, as características dos seres vivos são trabalhadas a partir das ideias, representações, disposições emocionais e afetivas que os alunos trazem para a escola. Esses saberes dos alunos vão sendo organizados a partir de observações orientadas, com ênfase na compreensão dos seres vivos do entorno, como também dos elos nutricionais que se estabelecem entre eles no ambiente natural. [...]Nos anos iniciais, pretende-se que, em continuidade às abordagens na Educação Infantil, as crianças ampliem os seus conhecimentos e apreço pelo seu corpo, identifiquem os cuidados necessários para a manutenção da saúde e integridade do organismo e desenvolvam atitudes de respeito e acolhimento pelas diferenças individuais, tanto no que diz respeito à diversidade étnico-cultural quanto em relação à inclusão de alunos da educação especial. (BRASIL, 2017, p. 322). 1.3.3 Unidade temática – Terra e Universo Observe o que diz o BNCC: Os estudantes dos anos iniciais se interessam com facilidade pelos objetos celestes, muito por conta da exploração e valorização dessa temática pelos meios de comunicação, brinquedos, desenhos animados e livros infantis. Dessa forma, a intenção é aguçar ainda UNIUBE 21 mais a curiosidade das crianças pelos fenômenos naturais e desenvolver o pensamento espacial a partir das experiências cotidianas de observação do céu e dos fenômenos a elas relacionados. A sistematização dessas observações e o uso adequado dos sistemas de referência permitem a identificação de fenômenos e regularidades que deram à humanidade, em diferentes culturas, maior autonomia na regulação da agricultura, na conquista de novos espaços, na construção de calendários etc. (BRASIL, BNCC, 2017, p. 324). O documento destaca que essas três unidades temáticas devem ser trabalhadas de forma contínua nas aprendizagens e na integração com os objetos de conhecimento durante todas as séries inicias do Ensino Fundamental. É muito importante que o professor não fragmente esses processos, visto que essas temáticas não se desenvolvem isoladamente. Considerações finais1.4 Com a leitura deste capítulo, esperamos que tenha construído conhecimentos fundamentais sobre o que é proposto para o ensino de Ciências da Natureza nos anos iniciais do Ensino Fundamental propostos pela Base Comum Curricular Nacional – BNCC. A concepção atual de educação nos diz que, para aprender, o aluno precisa participar da construção do seu conhecimento como sujeito. Assim, a aprendizagem passa a ser o foco de todo o processo educacional, sendo a aprendizagem o modo com que indivíduos desenvolvem competências e constroem seus conhecimentos. Neste cenário, o ensino das Ciências da Natureza, desde a Educação Infantil, deve perpassar todo o Ensino Fundamental criando possibilidades para que o aluno desenvolva a curiosidade, as habilidades de experimentação, a investigação sobre fatos e fenômenos da natureza. 22 UNIUBE Para isso, faz-se necessário que o professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental compreenda a importância do ensino de Ciências, bem como suas questões conceituais e suas abrangências socioambientais para propor atividades estimulantes com práticas que promovam a criatividade, a cidadania e o pensamento crítico acerca dos conteúdos estudados, gerando mudanças de atitudes. Como apresenta os estudos de Delors (1999), “O objetivo da Educação não é somente transmitir conhecimentos, mas criar um espírito para toda a vida, onde ensinar é viver em transformações consigo próprio e com os outros”. Referências ARMSTRONG. Diane Lucia de Paula; BARBOSA, Liane Maria Vargas. Metodologia do ensino de ciências biológicas e da natureza. Curitiba: Inersaberes. 2012. (Série Metodológica). BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Segunda versão revista. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: < http:// portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79601- anexo-texto-bncc-reexportado-pdf-2&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid= 30192>. Acesso em: 02 set. 2017. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais (1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental). Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 1998. DALZOTO, Gilsani. Fundamentos e metodologia de ensino de ciências biológicas. Curitiba: InterSaberes, 2004. DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1999. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2017. LIPPE. Eliza Márcia Oliveira. Metodologia do ensino da ciência. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006. UNIUBE 23 MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MENEZES, Ebenezer Takuno. Escola Nova. Disponível em: <http://www.educabrasil. com.br/escola-nova/.>. Acesso em: 09 nov. 2017. MINAS, Gerais. Secretaria de Estado da Educação. Caderno de Ciências. Ciclos Básicos e Intermediários/Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Consultoria e elaboração: Iria Luiza e Castro Vieira, Inês Luci Machado, Maria Inês Melo de Toledo, Delma Faria Shimamoto. Belo Horizonte, junlho de 2000. UNESCO BRASIL. Ensino de Ciências:o futuro em risco. 2005. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/imagens/0013/001399/139948por.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018. ZAVBALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Art-med, 1998. Introdução Os conteúdos de Ciências Naturais no Ensino Fundamental – 1º e 2º anos Capítulo 2 Dando continuidade aos nossos estudos, este capítulo foi elaborado pensando em ajudá-lo a compreender os conteúdos de Ciências Naturais propostos no documento ofi cial BNCC, que orienta o ensino no 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. Buscaremos [...] contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, identifi cando estratégias para apresentá-los, representá- los, exemplifi cá-los, conectá-los e torná-los signifi cativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens estão situadas. (BRASIL, 2017, p. 12). Nessa perspectiva, ao longo do capítulo, procuramos estabelecer uma relação entre a teoria e a prática, de forma a contextualizar os conteúdos de Ciências Naturais, evidenciando estratégias de ensino-aprendizagem. Os textos deste livro apresentam uma linguagem simples, adequada ao 1º e 2º anos, mas contemplando práticas docentes que possibilitam a construção do conhecimento pedagógico do aluno – futuro-professor. Assim, procurou-se conectá-las e tornar os conteúdos signifi cativos para melhor compreensão e estudo. 26 UNIUBE Dessa forma, esperamos que o seu aprendizado transcorra de forma prazerosa e que estimule a atitude investigativa e reflexiva, fomentando soluções para a prática docente. Objetivos Após a leitura deste capítulo, você deverá ser capaz de: • selecionar os conteúdos de Ciências Naturais, adequados ao 1º e 2º anos; • aplicar metodologias para o ensino destes conteúdos. Esquema 2.1 O corpo humano 2.1.1 O corpo em movimento 2.1.2 O nosso corpo 2.1.3 Órgãos dos sentidos 2.2 Os materiais 2.2.1 Os materiais no nosso dia 2.2.2 Origem dos materiais 2.2.3 As propriedades gerais da matéria 2.2.4 Os estados físicos dos materiais 2.2.5 A mudança do estado físico dos materiais 2.2.6 Materiais que se transformam 2.3 Escalas de tempo – os dias e as noites 2.3.1 As estações do ano 2.4 O ambiente à nossa volta 2.4.1 Os seres vivos e a relaçãocom o ambiente 2.5 Os animais 2.5.1 O tamanho dos animais 2.5.2 Como os animais se alimentam 2.5.3 O ciclo de vida dos animais UNIUBE 27 2.5.4 Animais domésticos e animais silvestres 2.5.5 Animais terrestres e animais aquáticos 2.5.6 Animais mamíferos 2.6 As plantas 2.6.1 Partes das plantas 2.7 Considerações finais O corpo humano2.1 O trabalho com o corpo humano chama a atenção das crianças. São várias as perguntas que permeiam esse assunto: • Por que a gente bebe água? • Para que servem os cílios? • Por que as unhas não param de crescer? • Por que sentimos fome, frio e calor? • Como eu nasci? • Por que quando eu choro sai água dos meus olhos? • Quanto tempo podemos ficar sem piscar? • Por que quando espetamos o dedo na agulha tiramos a mão bem rápido sem pensar? Muitas crianças, antes de iniciar o conhecimento científico na escola já têm respostas prontas para essas perguntas. São os conhecimentos que elas trazem de casa. Isso significa que, mesmo antes de ter acesso às informações sobre a composição de seu corpo, elas formulam hipóteses para essas perguntas independentemente dos equívocos ocasionados pelo senso comum. Cabe ao professor aproveitar os conhecimentos que as crianças já possuem sobre determinado assunto e propor novas questões e ajudá-las a construir o conhecimento científico sobre o tema em questão. 28 UNIUBE Nesse cenário, o professor não deve se aprofundar nas explicações, utilizando uma linguagem complexa com termos científicos sobre o corpo humano. É importante compreender o que é fundamental à criança saber, quais as definições básicas, ou seja, utilizando uma linguagem clara e objetiva, o professor ajudará a criança a entender as funções dos diversos órgãos. O estudo do corpo humano no primeiro ano do Ensino Fundamental, implica levar as crianças a compreender o seu corpo como um todo integrado, mostrando que cada parte desse corpo exerce funções específicas, que o fazem “funcionar da melhor forma possível”. 2.1.1 O corpo em movimento Para refletir acerca do corpo em movimento, as brincadeiras são recursos divertidos que mexem com o corpo e estimulam o relacionamento entre as crianças. Veja a brincadeira proposta a seguir, possivelmente, ela é do tempo em que sua mãe, pai e tias eram crianças. MORTO-VIVO A brincadeira que descrevemos a seguir foi adaptada do original de Delasig (2017). Ela poderá ser realizada com um grupo de crianças. Não há limites de participantes. No momento da brincadeira, será sorteado um elemento do grupo para controlar a brincadeira. Ele será o guia do grupo. • O guia fica no centro da roda e os demais participantes caminham livremente pela sala de aula (ou em outro espaço). • Sem avisar ninguém, o guia interrompe a caminhada com o comando morto. Todos têm que agachar. Rapidamente o guia fala vivo, e os participantes levantam e continuam a caminhada. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 29 • Os comandos podem ser alterados, como vivo, em seguida, vivo, morto, vivo, morto... • A cada erro, a criança sai e “paga” uma prenda. A última criança que ficar ganha a brincadeira! Obs. outras brincadeiras poderão ser exploradas, como: cabra-cega, estátua, dança das cadeiras etc. Após a brincadeira, é importante que o professor faça perguntas aos alunos, instigando a análise dos movimentos que foram realizados e as sensações que cada movimento proporcionou, bem como quais as partes do corpo que foram utilizadas. É relevante explorar a coordenação motora, os sentidos, a atenção e a concentração. O professor pode propor que os alunos se sentem em roda e reflitam a partir dos seguintes questionamentos: • É possível praticar a brincadeira com as orelhas tampadas? • Quando estava na posição de morto, desequilibrou e quase caiu? • Durante a brincadeira qual foi a sensação de agachar e levantar toda hora? • Qual posição foi mais confortável: morto ou vivo? O professor poderá pedir aos alunos que registrem as respostas e, posteriormente, todos poderão discuti-las em grupo. EXEMPLIFICANDO! Considerando que o ser criança está relacionado com o brincar, as brincadeiras são recursos que fornecem, a elas, a experiência necessária para o seu desenvolvimento e a construção da aprendizagem (Figura 1). 30 UNIUBE Figura 1: Crianças brincando. Fonte: Acervo EAD-Uniube. A criança, desde o nascimento, aprende por meio do corpo no momento em que realiza as primeiras ações. Segundo Le Boulch (1992, p. 70), “é através da atividade prática que a criança vai descobrir sua existência e, como pessoa, ela vai conquistar sua unidade através da experiência vivenciada com o corpo eficazmente”. A partir das atividades práticas, das experimentações, as crianças realizam ações significativas no processo de aprendizagem. 2.1.2 O nosso corpo O trabalho com o corpo é fundamental para as crianças. Ele é concreto e familiar para elas, visto que elas exploram seu corpo desde o nascimento. Para Piaget (1996), a criança descobre o mundo por meio de seu corpo. Ela tem sensações e, por meio dessas sensações, vai desenvolvendo a coordenação de informações visuais e motoras sobre o mundo que a cerca e apropriando-se do significado dessas ações. Assim, percebemos a importância de retomar alguns conceitos sobre o corpo humano e, a UNIUBE 31 partir deles, sugerir atividades lúdicas, experimentos que os docentes poderão utilizar como metodologia de ensino para a compreensão das crianças. Para entendermos melhor este trabalho, vejamos o exemplo a seguir. Vejamos, agora, a sugestão de uma atividade para ser desenvolvida com crianças do primeiro e segundo ano do Ensino Fundamental. Podemos iniciar o estudo sobre o nosso corpo refletindo acerca da música “Cabeça, ombro, joelho e pé”, da cantora Xuxa. Cabeça ombro, joelho e pé Xuxa Cabeça, ombro, joelho e pé Joelho e pé Cabeça, ombro, joelho e pé Joelho e pé Olhos, ouvidos, boca e nariz Cabeça, ombro, joelho e pé Joelho e pé [...]. (LETRA.MUS.BR, 2018). Para ouvir a canção na íntegra, acesse: https://www.letras.mus.br/xuxa/769665> A proposta é de que os alunos cantem e encenem a música. Partindo dessa atividade, eles irão identificar as partes do corpo humano mencionadas na letra da música. Sendo assim, deverão perceber que o corpo possui três partes distintas: cabeça, tronco e membros. Em seguida, deve-se dar início à exploração de novos conceitos. EXEMPLIFICANDO! 32 UNIUBE É importante possibilitar ao aluno realizar esse percurso de identificação da cabeça, do ombro, do joelho e do pé, para que compreenda que há órgãos importantes, que atuam em conjunto para nos manter vivos e saudáveis. Assim, eles também verão que, em nosso corpo, temos, também, dois pares de membros, que são: os membros inferiores, que correspondem às pernas, e os membros superiores, que são os braços. O professor pode explorar com as crianças o fato de que, com esses órgãos, podemos locomover, segurar objetos, entre outras ações. Como atividade prática, o professor pode propor a realização do mapa do corpo, como veremos a seguir. Mapa do corpo Nesta atividade, o aluno deverá desenhar o contorno do corpo do colega no chão ou na folha de papel pardo. Depois do desenho feito, cada criança irá identificar as partes do corpo escrevendo o nome de cada uma delas em seu respectivo local e irá recortar formando um móbile (Figura 2). EXEMPLIFICANDO! Figura 2: Móbile do corpo humano. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 33 Esse móbile (Figura 2) poderá ser levado para casa como estudo, ou até mesmo ficar fixado na sala de aula, podendo ser retomado quando for necessário. A atividade lúdica é parte da realidade do aluno e torna-se significativa à medida que ele exercita a imaginação e revela sua importância. Toma-se, como hipótese, que a atividade lúdica, realizada pela criança, surge a partir da realidade e assume um papel junto à sua imaginação. Assim, o educando se relaciona com a atividade criadora, podendo ser entendida nas diferentesformas de vinculação entre a fantasia e o real. Segundo Dinello (2007), o brincar e o jogar não têm nenhum interesse fora de si mesmos. O jogo propõe a alegria, o prazer da criança realizar a brincadeira. “A atividade lúdica da criança contém as máximas possibilidades de expressão criativa e comunicativa, portanto é a base das aprendizagens e da construção tanto de sua inteligência como de sua personalidade total (DINELLO, 2007. p. 87). Isso posto, o diálogo entre a criança e o objeto de estudo constitui-se como uma aprendizagem significativa. Isto é aprender por meio de atividades lúdicas é enriquecedor e atrai a atenção dos alunos. Para trabalhar o tema corpo com as crianças, sugerimos a coleção Corpim, do autor Ziraldo: • Pelegrino e Petrônio. • Os dez amigos. • Um sorriso chamado Luiz. • Rolim. • Dodô. • O Joelho Juvenal. INDICAÇÃO DE LEITURA 34 UNIUBE A série Corpim retrata de forma criativa e alegre diferentes partes do corpo, como: • Pelegrino e Petrônio é a história de dois pés “irmãos”. • Os dez amigos é uma história dos dedos da mão. Cada dedo tem um apelido engraçado e, quando as duas mãos se encontram, elas fazem uma grande descoberta! • Um sorriso chamado Luiz conta a história de um menino que gostava muito de sorrir. Sorria o tempo todo e para todo mundo! • Dodô é o nome do bumbum de Dolores. Ele viveu o tempo todo coberto e só via as coisas depois que elas passavam e, com isso, resolveu protestar! • O Joelho Juvenal traz a história engraçada de um joelho que viveu momentos felizes, embora sempre machucado! • Rolim era um umbigo redondinho, que se julgava o centro do mundo! 2.1.3 Órgãos dos sentidos O sistema sensorial é o sistema do corpo humano responsável por mandar as informações recebidas pelos órgãos (tato, olfato, paladar e visão) ao sistema nervoso, que decodifica essas informações e envia-as para todo o corpo. Esse estudo permite à criança perceber a importância desses órgãos para sua sobrevivência. É por meio deles que o indivíduo percebe o ambiente em sua volta e os perigos que o cercam. Em relação aos órgãos de sentidos, enquanto docentes, podemos iniciar e mediar as discussões esclarecendo às crianças que os nossos sentidos nos permitem observar o mundo em que vivemos. Por exemplo: com os olhos podemos ver a beleza das flores. Ouvimos o canto dos pássaros por meio das orelhas, sentimos o que nos toca pela pele. E a língua? Ela nos permite EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 35 sentir o gosto das coisas. Já com o nariz sentimos os cheiros. Podemos usar vários desses sentidos ao mesmo tempo, quando observamos o mundo que nos cerca. Neste momento, enquanto professor, você deve trazer o conteúdo o mais próximo da criança, com uma linguagem clara e comum para ela. Segundo Rangel (2005. p. 22), “[...] os métodos individualizados procuram atender a condições e interesses dos alunos, suas motivações e aptidões, numa perspectiva de fortalecimento da disposição, da confiança, das escolhas próprias, das decisões e das convicções”. O professor deve utilizar metodologias e técnicas que proporcionam a autonomia do aluno, levando-o à compreensão e à aprendizagem. Lembre-se de que a aprendizagem só se efetiva se o aluno reconstrói seu conhecimento!!! Também, sugerimos os filmes e os vídeos como estratégia de ensino. Eles são fontes ricas de relação entre o conteúdo da aprendizagem e a realidade, pois apresentam uma linguagem mais próxima e diferente das utilizadas pelos professores nas aulas (BARROS; PAULINO, 2007). A escolha do vídeo depende do objetivo que o professor pretende alcançar com o seu uso. É importante que o professor faça um trabalho prévio e outro posterior com os alunos sobre a temática do filme ou vídeo, caso contrário essa atividade poderá configurar-se em apenas diversão. Para ilustrar o tema estudado, sugerimos o vídeo GUGUDADA – As partes do corpo. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=_NSkoWouWME>. Acesso em: 26 out. 2017. Poderá usar vídeos similares. PESQUISANDO NA WEB 36 UNIUBE O tato O professor pode começar explicando que o tato é um dos sentidos percebidos pela pele. Ao sermos tocados, sentimos o toque. Sentimos a textura e as formas dos objetos. É também, pela pele, que sentimos dor, calor e frio. O nosso corpo é coberto de pele, dessa forma, temos sensibilidade em todas as partes do corpo, porém essas sensibilidades não são todas iguais. Por exemplo, a pele da ponta dos dedos é mais sensível que a pele da sola dos pés. Você sabia que a testa e a ponta dos dedos das mãos são as partes mais sensíveis do nosso corpo? CURIOSIDADE Há algumas atividades práticas que podem ser trabalhadas para que a crianças compreenda o tato. Veja a sugestão a seguir. Caixa tátil • Materiais Caixa de papelão Materiais diversos (Figura 3) EXEMPLIFICANDO! Figura 3: Caixa tátil. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 37 • Como proceder? Em um momento anterior à aula, o professor deve colocar dentro da caixa objetos de diferentes texturas. Na hora da aula, o professor deve solicitar a cada aluno que pegue aleatoriamente um objeto na caixa e passe esse objeto em diferentes partes do corpo, como: na sola do pé, nos braços, nas pernas, no rosto, na barriga etc. Em seguida, o aluno deverá relatar qual foi a sensação que sentiu ao passar o objeto pelo corpo e se as sensações foram as mesmas independentemente da parte do corpo. Depois deverá descobrir que objeto é. Os alunos deverão fazer o registro das respostas no caderno. Outras atividades práticas experimentais podem ser exploradas, como pisar, tocar em diferentes texturas: areia, pedras, grãos, lixas, algodão, espuma etc. Vai depender da criatividade do professor! As atividades práticas experimentais são admitidas, segundo Gaspar (2005), como recursos pedagógicos eficientes para o processo de interações sociais. Porém, são poucos os professores que conseguem desenvolvê-las constantemente, visto que esse tipo de atividade requer escolhas e toda escolha implica critérios. O critério é a adequação do conteúdo da atividade ao planejamento da disciplina. • O paladar Ao trabalhar o paladar, o professor deve mostrar que este é o sentido que nos possibilita sentir o sabor dos alimentos. É importante informar ao aluno que o principal órgão do paladar é a língua. Por meio dela podemos diferenciar os quatro gostos básicos do paladar: doce, salgado, 38 UNIUBE azedo e amargo. Ainda temos um quinto gosto do paladar, o umami, sabor sentido pela presença de aminoácidos contidos nos alimentos, que é ainda desconhecido de muitos. Umami “(palavra de origem japonesa que significa ‘delicioso e apetitoso’) é o nome do quinto sabor básico descoberto pelo pesquisador japonês Kikunae Ikeda, no ano de 1908”. (SIGNIFICADOS, 2017, p. 1). Você sabe quais estruturas são responsáveis pela percepção dos sabores? Observe a Figura 4: CURIOSIDADE Figura 4: Botões gustativos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Como ilustra a Figura 4, “na língua encontramos estruturas chamadas de botões gustativos formados por células epiteliais com propriedades neurais, que, por sua vez, são responsáveis pela percepção dos sabores”. (BRASIL ESCOLA, 2017, p. 10). UNIUBE 39 Gosto e sabor são palavras sinônimas, ou seja, possuem o mesmo significado? É muito comum usarmos essas palavras como sinônimas, mas não são. Usamos a palavra gosto para expressar o sentido do paladar, por exemplo, o limão tem um gosto azedo. A palavra sabor é utilizada quando percebemos o gosto e o aroma dos alimentos. Neste caso, usamos os dois sentidos: o paladar e o olfato, quando, por exemplo, dizemos: o sabor da feijoada é muito bom! Os sabores dos alimentos não são sentidos apenas pelo paladar! Veja que, quando sentimos o “cheiro” de uma feijoada, nossa boca enche de água! Que vontade de comer! Sentimos até o gostinho dela na boca! Essa relação entre olfato e o paladar se dá porque os alimentos, quandoingeridos, liberam moléculas olfativas que são detectadas pela mucosa olfativa e que nos remetem à combinação de aroma e sabores. Você já reparou que quando estamos resfriados não sentimos muito bem o sabor dos alimentos? Sabe por quê? Porque nosso nariz fica entupido e com isso não conseguimos sentir o odor dos alimentos! PARADA PARA REFLEXÃO Aprender Ciências da Natureza implica despertar no aluno a investigação, a construção e a reconstrução dos conhecimentos a partir do que eles já possuem. Sobre essa afirmação, a BNCC (2017, p. 317) aponta que: 40 UNIUBE [...] a área de Ciências da Natureza, por meio de um olhar articulado de diversos campos do saber, precisa assegurar aos alunos do Ensino Fundamental o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica. Com o objetivo de despertar esse olhar investigativo no aluno, sugerimos uma atividade prática para trabalhar de forma concreta essa temática com as crianças. Ela poderá ser realizada para iniciar o conteúdo ou durante o estudo, para os alunos analisarem e fazerem os registros. Gosto e sabor • Materiais Suco de laranja (pode ser qualquer outro tipo de alimento) Uma venda para os olhos • Como proceder? O professor irá vendar os olhos do aluno, em seguida, irá solicitar que esse aluno tampe o nariz com os dedos, mas bem forte, de forma que não consiga respirar. Nesse momento, o professor irá dar o suco para o aluno beber. O aluno deverá identificar o sabor do suco. Em outra tentativa, ainda de olhos vendados, o aluno irá soltar a respiração e, em seguida, beber mais um pouco do suco. Do mesmo modo que o anterior, ele irá tentar descobrir o sabor do suco. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 41 • Resultado esperado: Acredita-se que o aluno, no momento em que bebeu o suco com o nariz tampado, apenas tenha conseguido sentir o doce ou azedo do suco da laranja, sem identificar a fruta que o originou. Certamente, assim que soltou a respiração, ele conseguiu perceber o sabor do suco e fez a relação com a fruta. Esse experimento é importante porque a criança terá sua atenção voltada para percepção do paladar, o que tornará mais fácil a compreensão do conteúdo científico. O contato da criança com o objeto do conhecimento torna a aprendizagem significativa. Para Ausubel e Hanesian (1980, p.34), “a essência do processo de aprendizagem significativa é que as ideias expressas simbolicamente são relacionadas às informações previamente adquiridas pelo aluno através de uma relação não arbitrária e substantiva (não literal)”. Para os autores, para que a aprendizagem ocorra, é necessário que o novo conhecimento esteja ancorado no conhecimento existente. Somente assim, ele terá significado. O novo conhecimento deve ter significativo para o aluno, e não ser apresentado de forma aleatória. Dessa forma, a ação do professor deve ser planejada, inclusive, propondo para o aluno o contato com o objeto de estudo. • O olfato O professor deve mostrar que o olfato é o sentido por meio do qual reconhecemos odores (cheiros). Os odores estão no ar que respiramos. O principal órgão do corpo humano responsável pelo olfato é o nariz. Ele apresenta duas cavidades, que são chamadas de cavidades nasais. Nas cavidades nasais, encontramos um muco pegajoso, que tem a função de ajudar a purificar as impurezas encontradas no ar que respiramos, 42 UNIUBE isso porque, no ar, estão presentes minúsculos seres vivos, poeira, que grudam no muco (catarro, meleca) e não vão para os pulmões. Partículas saídas dos alimentos, de líquidos, de flores, etc. chegam ao nosso nariz e se dissolvem no tecido que reveste a região interna do teto da cavidade nasal, a mucosa olfatória. Ali a informação é transformada, para ser conduzida, através do nervo olfatório, até o cérebro, onde será decodificada. (SÓ BIOLOGIA, 2018, p.1). No teto da cavidade nasal encontra-se a mucosa olfativa ou mucosa amarela, que é formada por células olfativas, cujos prolongamentos ficam envolvidos pelo muco. Quando o ar entra pelo nariz e atinge a cavidade nasal, ele se dissolve no muco e atinge os prolongamentos das células olfativas, que por sua vez, enviam impulsos para o sistema nervoso, no qual as sensações olfativas são interpretadas e produzidas. A palavra “célula” vem do latim: cellula (quarto pequeno). As células são as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. Para saber mais acerca desse tema, sugerimos que acesse o documentário “As Células”, do site Biólogo, no endereço a seguir: biologo.com.br/bio/documentario-as-celulas PESQUISANDO NA WEB É importante informar à criança que o sentido da palavra odor não está ligado a cheiro ruim, pois pode, também, ser um cheiro bom. O olfato está ligado ao paladar, por isso quando sentimos o cheiro de uma comida, se esse nos agradar, nossa boca fica cheia de saliva. Ocorre da mesma forma quando estamos gripados e não conseguimos sentir o aroma dos alimentos, pois consequentemente também não iremos sentir o sabor deles. Isso porque “durante a mastigação os aromas da comida se tornam ainda mais intensos. O cérebro utiliza as informações do olfato e do paladar para criar o ‘sabor’ da comida”. (SILVA, 2018, p.1). UNIUBE 43 No texto Olfato, do site Brasil Escola, temos que “O nosso olfato possui uma grande capacidade adaptativa, pois quando somos expostos a um forte odor temos uma sensação olfativa bem intensa, mas, depois de um minuto, a sensação já se tornou praticamente imperceptível” (BRASIL, 2018, p.1). Para ler o texto na íntegra, acesse: https://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/olfato.htm SAIBA MAIS Comparado a outros animais, o ser humano é o que possui o olfato menos apurado, ou seja, menos desenvolvido. O cachorro e o gato, por exemplo, possuem o olfato mais aguçado. O aluno não pode ser impedido, durante o processo de aprendizagem, de conhecer teorias e vivenciar novas metodologias de ensino. Nessa perspectiva, a BNCC (2017, p. 327) aponta que é preciso oferecer oportunidades para que eles, de fato, envolvam-se em processos de aprendizagem nos quais possam vivenciar momentos de investigação que lhes possibilitem exercitar e ampliar sua curiosidade, aperfeiçoar sua capacidade de observação, de raciocínio lógico e de criação, [...], tendo como referência os conhecimentos, as linguagens e os procedimentos próprios das Ciências da Natureza. Como estamos trabalhando na perspectiva de possibilitar ao aluno conseguir relacionar a prática com a teoria, veremos a seguir uma sugestão de atividade. Trabalhando com perfumes • Materiais Nesta atividade, o educando deve trazer o perfume da mãe, do irmão, da irmã, do pai ou do avô, ou seja, de alguém que conviva com ele. O professor SAIBA MAIS 44 UNIUBE irá rotular cada perfume com o nome da criança que o levou. Pode ser, também, outro cheiro característico da casa, de coisas com as quais a criança tenha mais convivência. • Como proceder? Para realização da atividade, os frascos de perfumes ou as outras coisas levadas pela criança deverão ser dispostos, todos, sobre a mesa. As crianças de olhos vendados irão, uma a uma, sentindo o odor dos objetos que estão sobre a mesa, até identificar o “cheiro característico daquilo que levou”, ou seja, o perfume que a sua mãe usa – ou o cheiro do objeto levado pela criança (Figura 5). Figura 5: Testando o olfato. Fonte: Acervo EAD-Uniube. A atividade poderá ser realizada para introduzir o conteúdo, bem como para ilustrar o conteúdo estudado. Outras atividades poderão ser realizadas, como levar os alunos para uma praça e pedir que listem os odores percebidos naquele ambiente. • A visão É necessário elucidar aos alunos que por meio dos olhos captamos a luz. A energia luminosa que chega aos nossos olhos traz informações de tudo que nos cerca. Os olhos, por sua vez, enviam esse estímuloluminoso até o cérebro, que transforma essas informações, retiradas do meio, em UNIUBE 45 imagens. É assim que as pessoas que possuem visão normal enxergam. Podemos definir que o órgão responsável pela visão são os olhos. O olho é recoberto por três membranas: esclera, coroide e retina. A esclera ou o “branco do olho” é a parte mais externa do olho. Antes da esclera, temos a córnea, que é uma membrana transparente de formato curvo por onde passa a luz. A coroide é uma membrana que apresenta uma grande quantidade de vasos sanguíneos responsáveis por alimentar as células oculares. Anterior à coroide, debaixo da córnea, está a íris, que é a região colorida do olho. Na região central da íris, existe um orifício, que chamamos de pupila, por onde passa a luz. A cor da íris varia de acordo com a quantidade de melanina que a pessoa possui no corpo. Como sugestão de atividade prática, você poderá solicitar aos alunos que façam o experimento do espelho. Eles deverão observar os olhos deles no espelho (Figura 6) e, durante a observação, irão identificando as partes observadas, esclera, córnea, íris, pupila. AGORA É A SUA VEZ Figura 6: Testando a visão. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 46 UNIUBE Em seguida, os alunos descreverão o que foi observado. Nesse momento, o professor poderá identificar as partes externas que compõem os olhos. Após a observação e descrição, o docente poderá fazer outros questionamentos a partir da seguinte situação: Imagine que você está descansando em seu quarto com a luz apagada e, de repente, acenderam a luz, ou seja, de em um ambiente escuro foi-se para um ambiente claro. Neste momento, você sentiu os olhos ofuscados, sentiu certa dificuldade de enxergar, parece que até doeu. Essa situação já aconteceu com você? Após ouvir os relatos dos alunos, você deve explicar por que essas sensações ocorrem. Isso ocorre porque a íris, região colorida de seus olhos, constitui-se de uma delicada musculatura, que de acordo com a quantidade luz que recebe, faz a pupila ficar grande ou pequena. Nesse caso do ambiente escuro, a quantidade de luz recebida é mínima, ou seja, não estamos enxergando quase nada. A pupila fica dilatada para captar o máximo de luminosidade. E, no momento que a quantidade de luz aumenta, a nossa pupila diminui, para não receber tanta “informação” e com isso o nosso cérebro leva algumas frações de segundos para processar a imagem. É por isso que, em uma situação como essa, no momento que passamos de um ambiente escuro para um ambiente claro, temos por hábito tampar os olhos com as mãos por alguns instantes até acostumarmos com a claridade e, às vezes, até falamos: “A claridade está fazendo os meus olhos doerem!” UNIUBE 47 Você pode citar esse exemplo para as crianças! Agora veja a sugestão de atividade prática a seguir. A luz e a visão • Problematização Em que situação enxergamos melhor: com muita luz ou com pouca luz? A luz interfere na identificação das cores? • Objetivo Identificar se a luz interfere na visão das cores. • Materiais 1 caixa de sapatos Folhas de papel preto ou tinta Guache preta Fita adesiva e cola 4 tampinhas de garrafa Tintas nas cores: verde, vermelha, azul e amarela Tesoura sem ponta • Como proceder? 1. Forre a parte interna da caixa com papel preto, ou pinte com a tinta preta. No caso de utilizar o papel, prenda as bordas com a fita adesiva ou com a cola. 2. Pinte o interior de cada tampinha com uma cor diferente. 3. Utilizando cola ou fita adesiva, fixe as tampinhas no interior da caixa de sapatos no lado menor. 4. Faça um furo com a tesoura no lado oposto às tampinhas. 5. Tampe a caixa (Figura 7) e olhe pelo furo. (MOREIRA, 2017). EXEMPLIFICANDO! 48 UNIUBE Figura 7: Testando a luz. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Depois da atividade realizada, pergunte aos alunos: • Você conseguiu identificar as cores das tampinhas com nitidez? • A luminosidade interfere na visão? Depois, repita a atividade com a caixa destampada. As respostas dos alunos devem ser registradas no caderno e, em seguida, discutida com todos. O professor deve explicar que existem pessoas que não enxergam, ou seja, não possuem visão. São as pessoas cegas. Para identificar os objetos e as coisas, os cegos utilizam o tato, que é um sentido apurado para essas pessoas. A leitura dos cegos é realizada por meio de textos escritos ou transcritos em Braille. O mesmo acontece com a escrita, eles escrevem em Braille. UNIUBE 49 O código Braille surgiu a partir da invenção de Charles Barbier, que criou um código de pontos e traços em relevo feitos em papelão. Esse código tinha como finalidade levar informações e ordens aos militares em sentinela. Estes deveriam decodificá-lo até no escuro. Porém, essa invenção não deu muito certo e Barbier fez adaptação para a leitura dos cegos, essa adaptação recebeu o nome de grafia sonora. O sistema, apesar de permitir a comunicação entre os cegos, era muito complicado, porque possuía muitos sinais para escrever uma única palavra. Foi, então, que o francês Louis Braille, cego, desde os cinco anos, em decorrência de um acidente que perfurou uma das vistas e que ocasionou infecção nos dois olhos, passou a pesquisar a fundo a grafia sonora proposta por Barbier. Frente às limitações da grafia sonora, Louis Braille passou a aperfeiçoá-la. Em 1824, o novo método estava pronto e ficou conhecido como método Braille (JUNQUEIRA, 2017). Este foi adotado como método de leitura e escrita pelos cegos. SAIBA MAIS Para o caso de o professor receber um aluno cego ou com pouca visão em sua sala de aula, ele deve diagnosticar se esse aluno faz leitura em Braille. Se positivo, caso o professor não tenha habilidade para ajudar esse aluno, deverá solicitar um intérprete. • A audição Como sugestão para trabalhar esse tema, o professor pode dar início a uma atividade usando a música “Tindolelê”, da cantora Xuxa. 50 UNIUBE Veja a letra da música: Tindolelê Xuxa Todo mundo tá feliz? Tá feliz! Todo mundo quer dançar? Quer dançar! Todo mundo pede bis, todo mundo pede bis Quando para de tocar! Mais um! Mais um! (BIS) Batendo palma E dando um grito, Hei! Levanta a mão passando energia.[...] Para visualizar a letra da canção, na íntegra, acesse: https://www.letras.mus.br Na roda de conversa, o docente pode perguntar aos alunos como eles ouviram o som e a letra da música apresentada. Assim, a partir da conversa informal, pode-se dar início à introdução do conteúdo. EXEMPLIFICANDO! A audição e a visão são sentidos importantes para que o homem e os outros animais percebam o meio que os cerca. Na audição, os estímulos sonoros vindos do meio externo são maiores que os estímulos da visão. Os sons nos alertam sobre a aproximação dos riscos que corremos e, também, por meio deles podemos perceber a sensação de tranquilidade. Observe a Figura 8 a seguir. UNIUBE 51 Figura 8: Sistema auditivo. Fonte: Acervo EAD-Uniube. O som é uma vibração do ar que é captada pela orelha externa. Ela é formada pelo pavilhão auricular, a parte côncava da orelha, ligada ao meato acústico externo. Nessa parte, o som é captado para podermos ouvi-lo, ou seja, o formato côncavo permite que o som entre e não se espalhe com facilidade. O meato acústico externo é um túnel que se inicia na orelha, com cerca de 2,5 cm de comprimento, e termina no tímpano. (TOMITA, 2012). O tímpano é formado por uma membrana fina que vibra com a entrada do som. O som é provocado pela vibração da membrana timpânica, que fica na orelha média. Nesse local, existem vários ossículos: o martelo, a bigorna e o estribo. Assim, quando o tímpano vibra, essa vibração irá passar pelo martelo, em seguida, pela bigorna, que fará vibrar o estribo. O estribo fica preso em uma pequena membrana que fecha um orifício que tem o tamanho aproximado da cabeça de um alfinete, a janela oval. As vibrações, depois de passarem pela janela oval, fazem vibrar a janelaredonda que se inicia na orelha interna, na qual se encontra o vestículo, 52 UNIUBE a cóclea e os canais semicirculares. O vestículo comunica com a orelha média através da janela oval. As vibrações, após passarem pela orelha média, vão para uma região membranosa na orelha interna, que tem o formato de um caracol (Figura 6). Para compreensão de como ouvimos os sons, Tomita (2012, p. 118) descreve que “essas vibrações estimulam as células especiais que transformam as vibrações em impulsos elétricos para os nervos auditivos”. Esses impulsos, ao chegarem na superfície cerebral, em uma região denominada centro auditivo, são interpretados, e é, dessa forma, que ouvimos os sons. Algumas pessoas não possuem audição, ou a audição é comprometida. Essas pessoas são chamadas de surdas. A comunidade surda utiliza como meio de comunicação a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Para o caso de o professor receber um aluno surdo ou com pouca audição em sua sala de aula, ele deve diagnosticar se esse aluno faz leitura em Libras. Se positivo, caso o professor não tenha habilidade para ajudar o aluno, ele deverá solicitar um intérprete. Os materiais2.2 O professor pode começar esse conteúdo, propondo algumas reflexões para o aprendiz. O docente pode começar refletindo com os alunos, acerca da seguinte questão “De que os materiais são feitos?” e pode mediar as discussões pedindo para que os alunos falem e desenhem alguns materiais que conhecem (Figura 9). EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 53 Figura 9: Materiais. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Vale a pena ressaltar que estamos tão costumados a certos objetos e utensílios em nosso dia a dia que nem nos damos conta de observar de que material são feitos e que eles foram inventados pelo ser humano ou se encontram na natureza! Esses objetos e utensílios são feitos de diferentes materiais e cada um tem característica própria. Todos eles ocupam lugar no espaço e nem todos têm a mesma massa. O peso das massas dos corpos é medido por meio da balança. O professor pode indagar aos aprendizes acerca das balanças que eles conhecem. (Figura 10). EXEMPLIFICANDO! 54 UNIUBE Figura 10: Balanças. Fonte: Acervo EAD-Uniube É importante oportunizar um momento para que os alunos explicitem seus conhecimentos! Essas balanças podem medir grandes e pequenas quantidades de massas, como é o caso, por exemplo, das balanças que existem nas farmácias e da balança que compara a massa de dois objetos. Para trabalhar essa temática, o professor pode realizar a seguinte atividade prática com a turma. Construindo uma balança • Materiais 1 cabide 2 copos de plásticos 2 pedaços de cordão de 40 cm cada 1 cabo de vassoura Fita adesiva EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 55 Objetos diferentes que possam ser pesados, como: massa de modelar, parafusos, moedas, botões etc • Como fazer? 1. Faça dois furos em cada copo. 2. Passe um pedaço de cordão pelo meio do cabide de forma que as metades desse cordão fiquem cada uma para cada lado. 3. Amarre uma ponta do cordão em um furo do copo e a outra ponta no outro furo. 4. Prenda o cordão nas extremidades do cabide com a fita adesiva. 5. Pendure o cabide no cabo de vassoura. 6. Apoie o cabo de vassoura em duas mesas ou carteiras dos alunos. 7. A balança está pronta! (Figura 11) Coloque os objetos para serem pesados. Figura 11: Experimento sobre balança. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Com essa balança os alunos podem medir objetos diferentes e fazer a análise. É relevante propor o registro das observações no caderno. As atividades práticas consistem em uma metodologia de trabalho que possibilita ao aluno observação, interpretação e argumentação sobre os fenômenos ocorridos durante o experimento. A atividade proposta comprovará que todos os corpos possuem massa, ou seja, peso, e ocupam lugar no espaço. 56 UNIUBE 2.2.1 Os materiais em nosso dia a dia O ser humano retira da natureza tudo o que precisa para alimentar, vestir, construir sua casa e fabricar seus objetos. Todas essas coisas são feitas de diferentes materiais, como: madeira, plástico, papel, couro e vidro. O professor pode conversar com os alunos mostrando que cada material apresenta características que lhe são próprias. O papel pode ser dobrado, amassado, rasgado. As lentes dos óculos são feitas de material transparente e, em grande parte, são feitas de vidro. O vidro é frágil e quebra facilmente. Os objetos como lápis, cadeiras e mesas são feitos de madeira. A madeira pode ser cortada e esculpida no formato desejado. Outro exemplo de material é o metal. Os materiais como talheres e chaves são feitas de metal. Esse material é resistente e não pode ser amassado facilmente. Veja, a seguir, a sugestão de uma atividade prática. Para comprovar a resistência desses materiais, o professor poderá solicitar aos alunos que amassem papéis e tentem dobrar um talher de metal para comprovar a resistência de cada tipo de material. Em seguida, os alunos devem fazer o registro no caderno da observação acerca de cada material do experimento. EXEMPLIFICANDO! O ensino de Ciências Naturais tem solicitado um grande desempenho do professor na sua forma de ensinar. O planejamento das atividades não pode ser reduzido apenas a experimentações e observações. No que tange ao ensino de Ciências Naturais, a observação e a busca por explicações são aspectos metodológicos desenvolvidos para o acesso ao conhecimento científico, tendo em vista que tais aspectos são fatores de essencial importância, pois é na observação e na construção de fatos que o conhecimento científico se manifesta. (ARMSTRONG, 2012. p.108). UNIUBE 57 Ao propor atividades experimentais na sala de aula, é fundamental levantar hipóteses antes do experimento, isso porque a teoria não pode ser induzida. A aprendizagem acontecerá pelo diálogo entre professor e alunos, aluno e conhecimento. 2.2.2 Origem dos materiais Em relação a esse conteúdo, o professor deve explicar que na natureza existe uma grande quantidade de materiais. Estes podem ser classificados em naturais ou sintéticos. Os materiais naturais são aqueles que são utilizados da forma como são extraídos da natureza, como, areia, lã, madeira, petróleo, algodão, carvão, látex. Os materiais naturais podem apresentar-se de duas formas: os manufaturados e os não manufaturados. Os materiais manufaturados são aqueles materiais que quando extraídos da natureza são transformados em outros materiais, mas que mantêm a origem natural, por exemplo: papel e vidro. Os materiais não manufaturados podem ser extraídos diretamente da natureza e consumidos. Os materiais sintéticos são produzidos de forma artificial pelo homem em laboratórios a partir de outros materiais, como: o nylon, usado nas capas de chuva, as tintas, o vidro e o plástico. Você sabe dizer de que são feitas as bolas de bilhar? Até o final do século XIX, elas eram feitas de marfim, retirado das presas dos elefantes. Porém, a caça a esses animais colocou a espécie em risco. Em decorrência desse fato, os fabricantes de bolas do bilhar ficaram sensibilizados e, em meados do século XVII, ofereceram uma fortuna para quem encontrasse um material que substituísse o marfim CURIOSIDADE 58 UNIUBE de forma satisfatória. Por volta de 1870, John Hyatt conseguiu elaborar certo tipo de plástico, que recebeu o nome de celuloide. Era resultado de uma mistura de nitrato de celulose e álcool. Hyatt descobriu que essa mistura, se aquecida e compactada, seria fácil de moldar, o que resolveria o problema das bolas de bilhar. Ela poderia também ser utilizada na fabricação de outros produtos, como: filmes fotográficos, pentes, bolas de pingue-pongue, escovas de dente etc., mas é preciso cuidado, pois este material é altamente inflamável! Em 1909, conseguiram produzir outro plástico menos inflamável, escuro e rígido, denominado baquelite. Com ele, passaram a ser feitas as bolas de bilhar, cabos de panela e interruptores elétricos.(SANTANA, FONSECA, 2006, p. 291). 2.2.3 As propriedades da matéria A matéria é tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço. Com base nessa afirmação, você, enquanto professor (a), pode iniciar esse conteúdo propondo a seguinte reflexão. Proponha aos alunos a experiência de adicionar óleo em um copo com água (Figura 12) e observar o que acontece. EXEMPLIFICANDO! Figura 12: Experimento sobre mistura. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 59 Ao misturarmos óleo e água, mesmo quando ambos estão no estado líquido, eles não irão se misturar. Quando paramos de mexer os líquidos, eles, rapidamente, vão se separando e cada um ocupa o seu lugar no recipiente. Com essa experiência, observamos que a água sempre ficará no fundo e o óleo por cima da água. Esse feito demonstra que cada matéria apresenta uma ou mais características diferentes entre si. No caso da água, ela apresenta características diferentes do óleo. A essas características damos o nome de propriedades da matéria. Com essa experiência, percebemos uma das propriedades da matéria: a solubilidade porque a água não se misturou com o óleo e a densidade, porque a água e o óleo se posicionaram de forma diferente. Propriedades da matéria • Materiais Copo Água Óleo Açúcar ou sal • Como proceder? 1. Colocar água e óleo no copo e tentar misturar. 2. Colocar uma grande quantidade de açúcar ou sal em um copo com água e tentar misturar. 3. Colocar uma colher de sopa de açúcar ou sal em um copo de água e misturar. EXEMPLIFICANDO! Essa atividade propiciará ao aluno analisar o que ocorreu com cada mistura, servindo como referência para o conteúdo a ser estudado. Essa 60 UNIUBE atividade poderá ser realizada antes de introduzir o conteúdo, ou para comprová-lo. 2.2.3.1 As propriedades gerais da matéria As propriedades gerais da matéria são as características físicas ou químicas que as compõem. Elas independem do seu estado físico, por exemplo, no experimento do óleo e da água, ambos estão no estado líquido e, devido à densidade da água e à densidade do óleo, eles não se misturam. Veja, a seguir, as propriedades da matéria. Inércia – independentemente da matéria estar em repouso ou em movimento, ela mantém o seu estado. Neste caso, a matéria só mudará se sofrer uma força externa. Para entender melhor a inércia, imagine uma pessoa andando de skate. Nesse caso, temos o skate que está em movimento e a pessoa que está o conduzindo está parada em cima dele. Nesta situação, o condutor representa o corpo que está em repouso e o skate representa o corpo em movimento. Independentemente do skate andar ou parar, o condutor permanecerá em repouso – INÉRCIA. Para trabalhar esse assunto, sugerimos a atividade prática a seguir. Apontando o lápis • Material Lápis Apontador EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 61 • Como proceder? Solicitar aos alunos que apontem o lápis e observem essa ação. Perguntar: Quem ficou parado o lápis ou o apontador? Quem ficou em movimento? Ao pontar o lápis, o lápis ficará parado dentro do apontador, que vai girar em torno do lápis, ou seja, o apontador é que se movimenta. É importante solicitar aos alunos que registrem essas informações. Massa – é a grandeza que indica a quantidade de matéria de um corpo. Por meio das balanças, podemos saber a massa de uma pessoa. Por exemplo, a massa corporal de uma pessoa pode ser 60 Kg. Para trabalhar esse assunto, sugerimos a atividade prática a seguir. Antes de lê-la, é importante ressaltar que a antropometria é um ramo da antropologia que estuda as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano. Balança • Material Balança antropométrica • Como proceder? 1. Partindo do próprio corpo da criança, o professor poderá iniciar o estudo sobre “massa” tomando como referência o peso dos alunos. 2. Em um segundo momento, o professor orientará os alunos na montagem de uma tabela com o nome de cada aluno e os dados coletados. EXEMPLIFICANDO! 62 UNIUBE 3. Posteriormente, com a tabela pronta, os alunos irão analisar o peso maior, o menor e a diferença de peso das meninas em relação aos meninos. É importante solicitar aos alunos que registrem essas informações. Essa vivência propiciará a formulação do conceito de massa pelos alunos. Volume – é o espaço ocupado por um corpo, ou seja, é o espaço que uma matéria ocupa independentemente do seu estado físico. O volume do suco de limão contido na jarra permanecerá o mesmo se o colocarmos em outro recipiente, diferente da jarra. Para trabalhar esse assunto, sugerimos a atividade prática a seguir. Trabalhando o volume • Materiais Dois ou mais recipientes transparentes e diferentes no tamanho ou largura Água Areia • Como proceder? O professor irá apresentar aos alunos os recipientes. Em seguida, irá pedir a eles que descrevam a característica de cada um dos recipientes. Após as análises e os registros, o professor deverá solicitar aos alunos que escolham um dos recipientes e coloquem dentro dele uma certa quantidade de água ou de areia. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 63 O passo seguinte consiste em trocar a água ou a areia do recipiente em que estão para outro de formato diferente, sem deixar cair nenhum pouco desses materiais. Uma vez realizada a troca, os alunos deverão verificar o que ocorreu com as quantidades, isto é, se modificaram ou se permaneceram as mesmas. Outras trocas poderão ser feitas de acordo com a quantidade de recipientes. Com essa atividade, os alunos poderão comprovar o significado de peso e que ele está ligado à quantidade de massa, visto que pode ter seu peso quantificado. Impenetrabilidade – duas matérias não ocupam o mesmo lugar no espaço. Na sala de aula, o professor pode propor que os alunos coloquem lápis e canetas em um mesmo recipiente. Como ilustra a Figura 13, o espaço ocupado pelos lápis não poderá ser ocupado ao mesmo tempo por outro objeto. EXEMPLIFICANDO! Figura 13: Experimento sobre impenetrabilidade. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 64 UNIUBE Outro exemplo é quando enchemos uma garrafa de água: o ar que está dentro da garrafa sai para dar lugar à água. O professor poderá utilizar a atividade do volume para comprovar a impenetrabilidade. Quando a água ou a areia é colocada nos recipientes, o ar que está dentro do recipiente sai à medida que o material vai preenchendo todos espaços. Compressibilidade – a matéria tende a diminuir o espaço que estava quando submetida a uma força externa, como é o caso do ar que pode ser comprimido ou expandido. Isto é, ele pode diminuir de volume. Podemos ilustrar esse conceito, realizando o experimento da seringa de injeção, como ilustra a Figura 14 a seguir. Observe. EXEMPLIFICANDO! Figura 14: Experimento sobre compressibilidade. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Ao tamparmos a ponta de uma seringa com o dedo e empurrarmos ou puxarmos o êmbolo (tubo que fica dentro da seringa), o ar que está em seu interior faz movimento de vai e vem, ou seja, ele comprime e expande. UNIUBE 65 Elasticidade – é a capacidade da matéria de voltar à sua forma original sob efeito de uma força externa. Observe a Figura 15: EXEMPLIFICANDO! Figura 15: Experimento sobre a elasticidade do ar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Vemos a elasticidade ocorrer quando tampamos a ponta de uma seringa e empurramos o ar que está em seu interior com o êmbolo e, em seguida, puxamos o êmbolo fazendo com que o ar volte ao normal, dentro da seringa. Divisibilidade – neste caso, a matéria pode ser dividida em várias partes sem alterar sua composição. Podemos comprovar essa propriedade se tomarmos como exemplo um bolo. Esse bolo pode ser dividido de diversas formas e tamanhos, os quais a sua composição não irá alterar. EXEMPLIFICANDO! 66 UNIUBE 2.2.4 Os estados físicos dos materiais Em consequência das mudanças de temperatura no planeta, a água pode passar de um estado físico para outro. Estes estados físicos são: sólido, líquido e gasoso. • Estado sólido Os materiais quando estãono estado sólido têm forma definida e dependem dos recipientes em que estão. Em alguns lugares do planeta, por exemplo a Antártida, a temperatura é muito baixa, chegando a ficar abaixo de zero. A Antártida, cuja superfície é de 14 milhões de quilômetros quadrados, aproximadamente duas vezes o tamanho da Austrália, é um território frio e com muito vento. A temperatura média anual oscila entre 10 graus abaixo de zero no litoral e 60 graus abaixo de zero nas zonas mais altas do interior. (CLIMATEMPO, 2017, p. 1). Quando a temperatura está muito baixa, ela congela os rios, a água da chuva, os mares e até mesmo as montanhas. • Estado líquido Quando estão no estado líquido, os materiais não têm forma definida. Eles mudam de formato conforme o recipiente em que se encontram. No caso da água e de outros líquidos, eles escorrem mais facilmente que os outros. No caso do mel, ele é líquido, porém não escorre tão facilmente quanto a água. • Estado gasoso Os materiais no estado gasoso também adquirem o formato do recipiente em que se encontram, mas eles ocupam todo espaço possível, isto é, eles preenchem completamente todo o recipiente. UNIUBE 67 A água em estado gasoso não é visível. Um exemplo de água em estado gasoso é a fumaça que sai da panela quando abrimos a tampa. 2.2.5 A mudança do estado físico dos materiais Para discorrer acerca dessa temática, o professor pode propor a seguinte experiência: Geladinho de mousse de maracujá • Ingredientes 1 e 1/2 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite 1 lata de suco de maracujá (a mesma do leite) 1/2 litro de leite • Como fazer? 1. Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata por, no mínimo, 10 minutos, quanto mais bater, mais ficará cremoso. 2. Despeje o líquido em saquinhos próprios para geladinho. 3. Leve ao freezer ou congelador (MARQUES, 2018). EXEMPLIFICANDO! Quando colocamos líquidos no congelador, como no caso da receita do geladinho, ele passa do estado líquido para o estado sólido. Os materiais podem mudar de um estado físico para o outro, como demonstra a Figura 16 a seguir. 68 UNIUBE Figura 16: Mudanças do estado físico. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Essa mudança do estado líquido para o sólido nós chamamos de solidificação. Quando o gelo derrete e volta para o estado líquido, nós temos o processo de fusão. Na passagem de vapor para água temos o processo de condensação, por exemplo, quando as nuvens se transformam em chuva. Quando o gelo que está no estado sólido evapora, chamamos esse processo de sublimação. O mesmo vale para quando o vapor de água resfria e se solidifica – arrefecimento também temos aí o processo de sublimação. São exemplo de sublimação, o gelo seco, a naftalina. A água quando aquecida evapora, esse processo é chamado evaporação. E no vapor que vira água, temos o processo de condensação. São as UNIUBE 69 gotinhas de água que ficam na tampa da panela quando o alimento é aquecido. 2.2.6 Materiais que se transformam Os materiais sofrem transformações. O trabalho humano, o calor e a luz podem transformar os materiais. Veja: • o papel fica amarelado se passar algum tempo em contato direto com a luz e com o oxigênio; • o metal enferruja em contato com o oxigênio e com a umidade do ar; • o ovo que está no estado líquido, quando é cozido, passa para o estado sólido; • o ferro, aquecido em alta temperatura, derrete e passa do estado sólido para líquido. Para trabalhar esse assunto, sugerimos a atividade prática a seguir. Transformando a água • Materiais Bacia Água Panela. • Como proceder? 1. Colocar água em uma bacia e colocar no sol. 2. Depois de algum tempo verificar se a quantidade de água está a mesma. 3. Colocar água em uma panela para ferver e verificar as gotinhas de água que ficam na tampa. 4. Após cada análise, em uma roda de conversa, o professor deverá solicitar que os alunos argumentem sobre o que observaram. Os registros após as observações são necessários. EXEMPLIFICANDO! 70 UNIUBE À medida que as atividades práticas são desenvolvidas e os conceitos construídos, há uma ampliação do conteúdo e consequentemente dos conceitos construídos com significados pelos alunos. Escalas de tempo – os dias e as noites2.3 O professor pode iniciar esse assunto, em uma roda de conversa, sobre como os alunos percebem os dias e as noites. Durante a conversa explicar que durante o dia a Terra é iluminada pelo Sol e que a parte que não está iluminada é noite. O giro que a Terra dá em torno de si mesma, como um pião, tem como consequência o dia e a noite. Esse movimento da Terra em volta de si mesma é chamado de rotação. Por causa dele, a parte da Terra que fica iluminada muda ao longo do dia. Para dar uma volta completa ao redor de si mesma, a Terra leva 24 horas, ou seja, um dia, por isso é que dizemos que um dia tem 24 horas. Para trabalhar esse assunto, sugerimos a atividade prática a seguir. Projetando o dia e a noite Esta experiência deve ser feita na penumbra. • Materiais 1 lanterna 1 bola de isopor ou de pingue-pongue 1 pedaço de barbante, medindo 30 centímetros 1 pedaço de fita adesiva • Como proceder? Fixe, primeiramente, a bola na extremidade de um dos barbantes. Use para isso a fita adesiva. Da mesma forma, fixe a moeda na extremidade do outro EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 71 barbante. Depois, segurando a extremidade livre do barbante, deixe a bola pendurada. Usando uma lanterna, ilumine um lado da bola e observe o que aconteceu (Figura 17). Figura 17: Experiência sobre rotação. Fonte: Acervo EAD-Uniube. O lado iluminado representará o dia e a parte oposta que não recebeu luz será a noite. Neste caso a lanterna faz o efeito do Sol e a bola será a Terra. Daqui da Terra, quando olhamos para o céu, podemos ver o Sol em posições diferentes, ora de um lado, ora no centro da Terra, ora do outro lado. Essas mudanças nos dão a impressão que ele se movimenta, visto que nasce de manhã de um lado e se põe no final da tarde em outro lado. Na verdade, o Sol não se movimenta, a Terra é que gira em torno de si mesma e, à medida que ela gira, vemos o Sol em posições diferentes. O Sol é uma estrela e por ele estar perto da Terra percebemos a sua luz e sentimos o calor que ele libera. A variação da luz solar atinge a Terra de formas diferentes e esse fator determina as quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. As estações do ano são determinadas devido à posição da Terra em relação ao Sol. A Terra, além de girar em torno de si mesma, gira em torno do Sol e esse movimento chamamos de translação (Figura 18). 72 UNIUBE Figura 18: Translação. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Quando a Terra gira em torno do Sol, ela faz inclinações e, com isso, em um período do ano ela recebe luz solar com mais intensidade e em outros com menos intensidade. 2.3.1 As estações do ano Nem sempre as estações do ano se manifestam de forma definida. Assim, o professor pode mostrar que nos países da Europa, em algumas regiões da Ásia, nos Estados Unidos e no Canadá, as quatro estações do ano são dessa forma. No inverno a temperatura é muito baixa chegando a cair neve, já o verão é quente e os dias são mais longos, no outono as folhas de muitas árvores ficam amareladas e depois caem. Na primavera, as plantas florescem e as noites vão se tornando mais curtas do que o dia. No Brasil, em suas regiões, as estações do ano não são tão definidas. Na Região Nordeste, a temperatura varia muito pouco durante o ano, porém as chuvas são bem definidas, há um período certo em que elas UNIUBE 73 ocorrem. Por isso, para os nordestinos, as estações do ano são definidas em estação das chuvas e estação da seca. Oficialmente as estações do ano, em qualquer lugar do planeta, são primavera, verão, outono e inverno. O que ocorre é a diferença do clima em cada região. Na antiguidade, o povo egípcio usava as cheias do rio Nilo para estabelecer os períodos de cada estação do ano, pois elaseram fundamentais para a sobrevivência. Quando a cheia acabava e as águas do rio baixavam, os agricultores iniciavam o cultivo de suas plantações. O período de semear as sementes tinha que ser preciso, para que eles conseguissem realizar a colheita antes da próxima cheia. Assim, os egípcios dividiam as estações do ano em: a cheia, o plantio e a colheita. (TRIVELLATO et al., 2006.) CURIOSIDADE 2.3.1.1 As estações do ano no Brasil A primavera é a estação mais florida do ano. Ela inicia em 23 de setembro, logo após o inverno, e vai até 21 de dezembro. A temperatura durante a primavera é bastante agradável. O verão é a estação que vem depois da primavera. Inicia em 22 dezembro e vai até 20 de março. Nesse período do ano, a Terra está mais próxima do Sol, o que torna a estação mais quente. No verão, é comum ocorrer algumas chuvas, devido à evaporação das águas por causa do calor. O outono é a estação de transição entre o verão e o inverno. A característica dessa estação é a diminuição gradativa da luz solar. Dessa forma, nesse período, os dias tornam-se menores que as noites. Nessa 74 UNIUBE época as árvores trocam de folhas. O outono tem início em 21 de março e vai até 20 junho e o inverno, estação mais fria do ano, inicia em 21 de junho e vai até 20 de setembro. No Brasil, a região que apresenta maior queda de temperatura durante o inverno é a Região Sul e algumas áreas do Sudeste. No Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país, os efeitos do inverno se apresentam pela falta de umidade do ar, o clima torna-se mais seco e um pouco frio. O ambiente à nossa volta2.4 O estudo do ambiente é importante para que o aluno compreenda a importância da preservação do meio em que vive. Cuidar da natureza é responder de forma positiva aos problemas causados pelos desmatamentos, queimadas, poluição, entre outros. Para trabalhar esse assunto, sugerimos a atividade prática a seguir. Visitando uma área externa • Material Caderno Lápis de escrever preto Lápis de cores variadas Lupa de mão. • Como proceder? Forme grupo de dois a quatro alunos. Escolha um lugar para iniciar a observação. Procure um lugar que tenha vários elementos, para que se possa observar tudo que estiver ao redor, plantas, animais, o solo, se o tempo está frio ou quente, chuvoso ou ensolarado. Visite uma praça, um jardim, um zoológico e observe o que existe nestes locais. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 75 Durante a observação os alunos deverão utilizar diversos sentidos para que possam perceber os cheiros, as cores, as texturas e os sons do ambiente. Eles deverão anotar tudo que acharem interessante para ser lembrado depois. Obs.: os alunos não devem tocar nos animais que estiverem no local, pois eles podem picar ou morder. Quando retornarem à sala de aula, solicitar aos alunos que façam o registro no caderno de tudo que observaram. Solicite que escrevam uma frase sobre esse lugar e os elementos que eles encontraram. A atividade proposta levará o aluno a perceber que o ambiente é formado por tudo que está ao nosso redor, os seres vivos e os componentes não vivos, que podem ser naturais ou artificiais. Na Terra existem muitos ambientes e em cada ambiente habitam seres vivos próprios do local. Nos ambientes frios, com muito gelo, vivem os pinguins. Por outro lado, temos, também, ambientes muito quentes onde vivem girafa, elefante, tigre, entre outros, estes ambientes apresentam muita chuva e diversas plantas. Para trabalhar esse assunto, sugerimos a atividade prática a seguir. Terrário • Objetivo Construir um terrário para usar como modelo de ambiente terrestre. EXEMPLIFICANDO! 76 UNIUBE • Material Aquário vazio ou qualquer recipiente transparente e de boca larga – vidros de conserva 1 ou 2 xícaras de pedrinhas ou argila expandida, dependendo do tamanho do recipiente 1 xícara de carvão ativado Terra de jardim, o suficiente para completar cerca de um terço de altura do recipiente Mudas de plantas ou sementes Animais de jardim 1 a 2 xícaras de água 1 pedaço de plástico transparente, maior que a boca do recipiente; Fita adesiva e luvas • Como proceder? 1. Vista as luvas e forre o fundo do recipiente com as pedrinhas ou a argila expandida. Nivele essa camada. 2. Cubra a camada de pedrinhas com areia e depois com carvão ativado. Deixe a camada nivelada. 3. Coloque a terra de jardim por cima de todas as camadas. Coloque no mínimo três dedos de terra. 4. Faça furos na terra com os dedos e plante as sementes ou mudas de plantas. Atente para que as plantas fiquem bem firmes. 5. Molhe a terra com a água e coloque nela os animaizinhos de jardim, por exemplo, minhoca, tatu-bola, caracóis, formigas... 6. Por último, tampe, vede o recipiente com o plástico transparente e feche com fita adesiva. 7. O terrário (Figura 19) deve ser mantido em um local bem iluminado, mas não deve ser exposto à luz do Sol. UNIUBE 77 Figura 19: Terrário. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Com essa atividade, os alunos poderão acompanhar como a natureza funciona sem a interferência do homem. Eles poderão rever conceitos já vistos e, também, fazer novos registros e se conscientizarem da importância da preservação do meio ambiente. 2.4.1 Os seres vivos e a relação com o ambiente Vale a pena evidenciar aos alunos que, no meio ambiente, todos os seres vivos se relacionam com outros seres vivos e, também, com os componentes naturais. O ser humano além de se relacionar com outros seres vivos e com os componentes naturais relaciona-se, também, com componentes artificiais. Na relação entre os seres vivos e outros seres vivos, tomamos como exemplo a borboleta, que para se alimentar busca o néctar das flores. EXEMPLIFICANDO! 78 UNIUBE Na relação entre os seres vivos e os componentes naturais, temos as minhocas que cavam buracos no solo, deixando-o arejado. Para comprovar a relação entre o ser humano com os componentes artificiais, usaremos como exemplo os objetos construídos pelo homem. É importante destacar que desta relação ser humano e componentes artificiais podem ser criados objetos que afetam a vida de vários seres vivos. Por exemplo, o lixo causado pelo homem, uma vez que jogado no mar, ele pode prejudicar e até matar alguns seres vivos. Os animais2.5 O professor pode iniciar essa temática mostrando que os animais são seres vivos: eles nascem, crescem, reproduzem, envelhecem e morrem. Essas são as características de todos os seres vivos. Em seguida, o docente pode problematizar o tema, para levar os alunos a refletirem. Veja o exemplo a seguir. O professor pode iniciar uma discussão na sala de aula, perguntando aos alunos se eles são ou não animais. Sendo assim, pode ajudá-los a levantar hipóteses acerca das características dos animais, levando-os a compararem- nas com suas próprias características. A partir das reflexões dos alunos e da mediação docente, o professor deve levar a turma a entender que o homem é um animal e o que o diferencia dos outros animais é que ele é racional! EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 79 Cada animal tem um formato diferente, pode ser no tamanho, em sua estrutura, na locomoção, ou na forma de viver, ou seja, possui características próprias. 2.5.1 O tamanho dos animais Considerando a variedade de animais que existem no planeta, o tamanho e a forma deles variam muito. O professor pode exemplificar, mostrando que temos animais de porte grande, como o elefante, a baleia, o rinoceronte, o hipopótamo, a vaca etc. Em relação aos animais de porte pequeno, temos a pulga, mosquitos, tatu-bolinha, joaninha. Entre os animais de porte médio, destacam-se o cachorro, gato, arara, sapo etc. Os animais que vivem na terra e os animais que podem voar são chamados animais terrestres. São exemplos de animas terrestres a cobra, o macaco, os pássaros, os insetos, o homem etc. Já os animais que vivem na água de mares, rios e lagos são chamados animais aquáticos, como a estrela-do-mar, peixes, baleia, camarão etc. Todos os animaisprecisam respirar, eles respiram uma substância chamada gás oxigênio, que está presente no ar, no solo ou misturado na água. Sem esse gás os animais morrem. A minhoca respira o oxigênio que está no solo, os peixes respiram o oxigênio presente na água e os animais terrestres respiram o oxigênio encontrado no ar. Para trabalhar este conteúdo, o professor pode propor aos alunos pesquisas na internet. Para isso, é necessário, antes, elaborar conjuntamente com a turma um roteiro de pesquisa, com os questionamentos mais relevantes acerca da temática. Em seguida, o docente pode levá-los ao laboratório de informática e mediar as 80 UNIUBE investigações. Há muitos materiais que podem ser investigados e serem como efetivas fontes de conhecimento, tanto para o aluno como para o professor, como o artigo a seguir. No artigo “5 Curiosidades que talvez você não saiba sobre as minhocas”, Magno Oliver explica que Elas são amadas por muitas pessoas e odiadas também. São o principal atrativo de pescadores, pois são utilizadas como iscas para pescarem peixes, além disso são seres que se reproduzem de uma forma curiosa e são muito úteis para o solo. Existem embaixo da terra onde você pisa aos montes, de todos os tamanhos, e possuem uma forma de vida bem diferente. As minhocas são animais bem curiosos, pois não possuem uma carinha, como nas outras espécies de animais, não vemos suas bocas e nem sabemos como se reproduzem. É muito comum partir a minhoca em pedaços pequenos para se colocar em um anzol para pesca, por exemplo. Mas o que você não sabe dessa parte arrebentada é que ela pode se regenerar. Em 1972 foi comprovado que algumas espécies podem se regenerar em duas minhocas diferentes, se cortadas na metade. Mesmo que dependa do dano e da espécie, elas podem regenerar a maior parte de seus corpos e o pedaço que sobrevive é a parte em que fica a cabeça. As minhocas existem há cerca de milhões de anos, pois sobreviveram a tragédias como a que matou os dinossauros e a da famosa divisão dos continentes. Atualmente, mesmo parecendo serem todas iguais, existem cerca de 6 mil espécies em todo o mundo. 120 delas variam de tamanho e comportamento. As minhocas são seres que não possuem pulmões para a respiração. O meio de respiração delas é por meio da pele. Fato esse é o exemplo de quando acontece uma chuva forte, por exemplo, elas chegam a sair da terra e ficam na superfície. As minhocas se alimentam de pequenas pedras que possuem material orgânico, lixo e matéria orgânica. Só por ano, elas processam 4,5 quilos e consomem, todos os dias, a metade de seu peso para mais. (OLIVER, 2017, p.5). PESQUISANDO NA WEB UNIUBE 81 Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/5-curiosidades-que-talvez-voce-nao- saiba-sobre-as-minhocas/ Enquanto professor, não “abra mão” do uso das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs) na sala de aula!!! 2.5.2 Como os animais se alimentam Todos os animais precisam se alimentar. Cada um deles come um determinado tipo de alimento. De acordo com o alimento, nós os classificamos em: carnívoros, herbívoros e onívoros. Os animais que se alimentam de outros animais são chamados carnívoros. O homem é um animal carnívoro, pois ele se alimenta de carne de boi, vaca, frango e peixes. O tuiuiú é um pássaro do pantanal, e é um exemplo de animal carnívoro. Ele se alimenta de peixes. Os animais herbívoros se alimentam somente de plantas. São exemplos de animais herbívoros, cavalo, zebra, gafanhoto, girafa, macaco, boi, vaca, elefante e algumas espécies de peixes que se alimentam de algas. Os animais que comem plantas e outros animais são chamados onívoros. São exemplo desses animais o gambá e o urso, entre outros. Neste momento, o professor pode propor aos alunos refletirem acerca da seguinte questão: “E nós, seres humanos, que tipo de animais somos, considerando nossa alimentação?” De acordo com as mediações, o professor pode levá-los a entender que o homem é um animal onívoro. Ele se alimenta de carne e de plantas! 82 UNIUBE 2.5.3 O ciclo de vida dos animais Como já vimos, os animais nascem de outros animais, crescem, desenvolvem e morrem. Por isso, podemos dizer que eles têm um ciclo de vida. Existem animais que, ao nascerem, não apresentam características semelhantes às dos pais. O organismo desses animais sofre modificações durante o seu desenvolvimento até chegar à fase adulta. Essas transformações recebem o nome de metamorfose. Nesse sentido, o professor pode mostrar o ciclo de vida de algum animal que sofre metamorfose, como o exemplo a seguir. Ciclo de vida da rã. A rã adulta coloca os ovos fecundados nas plantas aquáticas. Esses ovos vão se tornar girinos. Quando o girino sai do ovo, ele tem apenas cabeça e cauda e respira por meio de brânquias, que se localizam na cabeça. Com mais ou menos dois meses, ele apresenta quatro pernas e uma cauda, nesta etapa, desenvolvem-se os pulmões e ele precisa ir à superfície da água para respirar. Com aproximadamente três meses, o girino já apresenta as características da rã adulta, porém ainda tem cauda. Quando a cauda cai, a rã já está na fase adulta, logo poderá reproduzir e dar origem a outras rãs. Como experimento prático, o professor poderá, juntamente com os alunos, colocar alguns girinos dentro de um aquário, com condições de vida para esses animais, e observar as transformações que eles irão sofrer. É importante que os alunos façam os registros dos períodos e as transformações sofridas, sempre com a mediação do professor. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 83 Os filhotes podem nascer de diferentes formas. Alguns animais são gerados e ficam na barriga da mãe. Como é o caso dos seres humanos, do cachorro, do gato, da baleia, entre outros. Outros animais nascem de ovos, como a galinha, tartaruga, pato, pássaros em geral etc. 2.5.4 Animais domésticos e animais silvestres O professor pode iniciar esse tópico perguntando aos alunos se eles sabem o que são animais domésticos. Neste momento, pode questionar se as crianças possuem esse tipo de animal, como são, quais são seus nomes, entre outras características, mediando as discussões na sala de aula. Depois é importante explicitar que os animais domésticos são aqueles que convivem em harmonia com o homem. Eles, apesar de serem criados para viverem soltos e livres na natureza, adaptam-se ao convívio familiar, como o cachorro e o gato. Muitas pessoas criam esses animais para companhia, outros para o trabalho, como é o caso do cavalo. Cuidar desses animais requer muita responsabilidade. Eles precisam de espaço, alimentação adequada, higiene, cuidados de um médico-veterinário e de atenção. Para trabalhar esse assunto com os alunos, sugerimos a atividade prática a seguir. Trabalhar os cuidados com os animais. • Objetivo Criar uma história que fale dos cuidados que os animais domésticos devem receber de seus donos. EXEMPLIFICANDO! 84 UNIUBE Confeccionar um animal (gato ou cachorro) de papel com os alunos para, posteriormente, cuidarem dele em casa e na escola. • Material Lã Agulha grossa sem ponta Retalhos de papel Tesoura sem ponta Cola Lápis de cor ou canetinhas coloridas Folhas avulsas • Como proceder? Observe a Figura 20, a seguir: Figura 20: Processo de confecção do animal. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Proponha aos alunos a atividade com os seguintes passos. • Recortar, na folha avulsa, um retângulo de dezoito centímetros de comprimento e quatro centímetros de largura. • Escolher o animal que deseja retratar. • Fazer o desenho da cara dele no papel. • Recortar a cabeça do animal e decorar usando a criatividade. • Colar a cabeça do animal em uma das extremidades do retângulo. • Introduzir um fio de lã bem comprido na agulha e dar um nó. • Espetar a agulha embaixo do nariz do animal e na outra extremidade do retângulo. • Esticar a linha de modo a curvar a tira, formando um semicírculo. • Para finalizar, dê umnó no fio para conservar a forma obtida. UNIUBE 85 A atividade despertará no aluno, além do interesse pelo conteúdo estudado, o sentimento de responsabilidade e respeito pelos animais. 2.5.5 Animais terrestres e animais aquáticos Para uma aula sobre o habitat dos animais, nada como um passeio no zoológico, fotografando os animais para fazer um álbum com os grupos de animais. Inicialmente, o professor deverá mostrar aos alunos o objetivo do passeio, compondo, com eles, o roteiro da atividade. Deverá também propor a divisão dos grupos de alunos. Durante o passeio, cada grupo de alunos deverá observar os animais e classificá-los de acordo com seu habitat e suas características, agrupando- os. Deve, inclusive, fotografá-los. Observe que a escolha do agrupamento dos animais ficará a critério dos alunos, pois, no momento da apresentação do álbum para a turma, cada grupo discente deverá explicar a forma que escolheu para classificação dos animais, usando as fotos. Neste momento, o professor irá aproveitar as explicações dadas pelos alunos para iniciar o estudo sobre cada forma de classificação. Assim, a partir do álbum, o docente deve mediar as discussões, possibilitando que reflitam acerca das classificações realizadas, mediante as identificações do habitat e das características observadas, presencialmente e nas fotos analisadas. EXEMPLIFICANDO! Os alunos irão confeccionar o animal e cuidar dele, em casa, durante alguns dias. Esse será seu animal de estimação. 86 UNIUBE Os animais aquáticos são aqueles que vivem na água do mar, nos rios e nas lagoas, retirando da água os alimentos que necessitam para sobreviver. A respiração desses animais é feita dentro da água, eles, como já mencionamos, absorvem o gás oxigênio presente nela, como é o caso dos peixes. Para trabalhar esse assunto, o professor pode usar a estratégia a seguir. Construindo o brinquedo peixe • Material Garrafa pet Canetinhas Tesoura Papel liso • Como proceder? Construir com os alunos um peixinho de garrafa pet, como ilustra a Figura 21: EXEMPLIFICANDO! Figura 21: Peixe de garrafa pet. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Os alunos irão confeccionar o animal artificial e cuidar dele, em casa, durante alguns dias. Esse será seu animal de estimação. A atividade despertará no aluno, além do interesse pelo conteúdo estudado, o sentimento de responsabilidade e respeito pelos animais. Os animais terrestres vivem na terra, andando, saltando, correndo ou rastejando. Eles retiram do lugar onde estão os alimentos de que UNIUBE 87 precisam para sobreviver. Como já falamos, utilizam o gás oxigênio do ar para respiração. São animais terrestres cachorro, gato, porco, cobra, macaco, ema, homem etc. Para trabalhar esse assunto, o professor pode propor a atividade prática a seguir. Construindo o brinquedo porco • Material Garrafa pet Canetinhas Tesoura Papel liso • Como proceder? Construir com os alunos um porquinho de garrafa pet, como ilustra a Figura 22 a seguir. EXEMPLIFICANDO! Figura 22: Porquinho de garrafa pet. Fonte: Acervo EAD-Uniube. À medida que os animais são confeccionados, faça a leitura das características de cada um. 88 UNIUBE A atividade despertará no aluno, além do interesse pelo conteúdo estudado, o sentimento de responsabilidade e respeito pelos animais. Alguns animais, como os insetos e as aves, têm a capacidade de voar. Eles usam as asas para locomover-se em busca de alimento, água e abrigo. Esses animais passam a maior parte do tempo voando, mas, para descansarem, eles pousam em terra, por isso estão na relação dos animais terrestres. 2.5.6 Animais mamíferos O professor pode iniciar a conversa explicitando que os animais mamíferos, antes de nascer, ficam na barriga da mãe. São chamados assim porque mamam quando filhotes. As mães, por sua vez, possuem glândulas mamárias. Como exemplos de animais mamíferos, temos o homem, o cachorro, o gato, o bezerro, a baleia, o morcego, o golfinho, entre outros. Tais animais possuem o corpo totalmente ou parcialmente coberto por pelos, possuem ossos e são endotérmicos ou de “sangue quente”, ou seja, a temperatura do seu corpo é estável independentemente da temperatura exterior. Mais uma vez, o professor pode propor aos alunos uma pesquisa na internet. Como sugestão, pode propor que os aprendizes procurem e encontrem artigos como “Animais Mamíferos” do site Toda Biologia, que mostra o seguinte. O grupo dos animais mamíferos é bastante vasto, fazem parte deste grupo os Marsupiais (exemplos: gambá, canguru e coala), espécies na qual ocorre o desenvolvimento da cria principalmente na parte PESQUISANDO NA WEB UNIUBE 89 externa do corpo da fêmea, dentro de uma bolsa chamada marsúpio. Também se incluem neste grupo animais carnívoros terrestres, por exemplo, gato, cachorro e urso, assim como animais aquáticos, como foca, leão marinho e morsa. Há ainda outros mamíferos aquáticos como as baleias, os golfinhos, que fazem parte da ordem cetácea (animais marinhos pertencentes à classe dos mamíferos), peixes-boi, dugongos, que são os menores membros da ordem Sirenia (ordem de mamíferos marinhos). Os elefantes (da ordem proboscídea) são mamíferos placentários, que se caracterizam pela presença de um nariz desenvolvido em forma de tromba; os morcegos, que são os únicos animais mamíferos (ordem Chiroptera) capazes de voar, representam um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo. Há ainda outros mamíferos pertencentes a outras diferentes ordens como a preguiça, o tatu e o tamanduá (ordem Edentata); o castor, a marmota, o porco-espinho e o esquilo (ordem Rodentia). Há dois grupos de animais mamíferos de casco, sendo eles a maior parte dos membros da ordem dos Perissodactyla (grupo de mamíferos terrestres ungulados com um número ímpar de dedos nas patas, que inclui os cavalos, os tapires e os rinocerontes) e a ordem Artiodactyla (os artiodátilos formam uma ordem de animais mamíferos ungulados com um número par de dedos nas patas, é um grupo muito variado, com cerca de 220 espécies descritas, que incluem muitos animais com grande importância econômica para o homem, como o boi, a cabra, o camelo, o hipopótamo, o porco, etc.). Os Humanos também pertencem ao grupo dos animais mamíferos (ordem dos Primatas) e os macacos também seguem esta mesma ordem. (REIS, et al, 2017, p.1). A sugestão dos apontamentos acima e da sugestão de leitura visa enriquecer os conhecimentos dos aprendizes acerca desses animais. Esse grupo de animais é grande e possui um representante para quase todos os portes. 90 UNIUBE Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://www.todabiologia.com/zoologia/animais_mamiferos.htm. As plantas2.6 Na natureza, há plantas de muitas cores, tamanhos e formas. A maioria delas vivem fixadas no solo, como as plantas terrestres: ipê, bananeira, mangueira; outras são encontradas na água, nos rios e lagos, como vitória-régia, olho-de-santa-luzia, aguapé; há também as que não se fixam diretamente no solo, e, sim, sobre outras plantas, como as bromélias, samambaias e orquídeas. 2.6.1 Partes da planta O estudo das plantas é fundamental, visto que elas, juntamente com as algas, são as responsáveis pela eliminação do oxigênio necessário para a vida dos seres vivos. As plantas constituem a base da cadeia alimentar. Para iniciar os estudos, o professor poderá propor aos alunos que assistam a um vídeo acerca dessa temática. Na internet, há vídeos interessantes para serem pesquisados e trabalhados com as crianças, sugerimos o vídeo “Plantas – suas partes e funções”, ou vídeos similares. O vídeo mostra como as plantas se desenvolvem, como são suas partes, como realizam a fotossíntese e, especialmente, aborda as plantas medicinais. Para assistir a ele, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=3PaqJfQzuo0&t=48s. PESQUISANDO NA WEB UNIUBE 91 A raiz fixa a planta no solo e retira dele a água e os sais minerais que servem de alimento para ela. O caulesustenta as folhas, as flores e os frutos. Ele conduz a água e os sais minerais até as folhas para produção do alimento para a planta. As flores são os órgãos reprodutores da planta. Delas nascem os frutos. O perfume e o néctar das flores atraem insetos e aves, que, por sua vez, possuem sementes, que darão origem a uma nova planta. Para trabalhar o conteúdo plantas, o professor pode propor a atividade prática a seguir. Plantar feijão no copo • Material Copo de vidro Filtro de café de papel Algodão Grãos de feijão Água • Como plantar? Esse procedimento é muito simples, basta colocar o filtro aberto dentro do copo. Arrume os grãos de feijão entre as paredes laterais do copo e o filtro. Em seguida, preencha o filtro, que está dentro do copo, com o algodão bem umedecido e coloque 2 ou 3 sementes, pois nem todas podem germinar. O cuidado básico se resume a levar o copo com feijão para um lugar iluminado e cuidar para que o algodão não fique seco. Em três dias as raízes já começam a aparecer. A cada dois dias, o aluno deve representar, no caderno, por meio de desenhos, o que observou na experiência. EXEMPLIFICANDO! 92 UNIUBE A atividade proposta envolve, além do plantio da semente, o cultivo para que ela germine, abordando a relação entre o aluno e objeto do conhecimento. O professor pode questionar acerca do que as plantas precisam para viver, mediando as discussões. Assim, o aluno irá observar, facilmente, que as plantas nascem, crescem, podem se reproduzir e morrem. Isso significa que elas têm um ciclo de vida! O docente pode, ainda, fomentar as reflexões mostrando que, para viver, as plantas precisam de ar, água, solo e luz. Muitas podem viver por muitos anos, como a mangueira e o jequitibá. Outras vivem muito pouco, como é o caso das margaridas. Muitas plantas nascem de sementes, como é o caso da laranjeira. Por meio desse aprendizado, o professor poderá motivar os alunos a ter uma postura ativa em relação à preservação do meio ambiente. Considerações finais2.7 Acreditamos que ensinar Ciências Naturais é contribuir para a formação de professores capazes de reconhecer que a compreensão dos conteúdos é de grande importância para a formação do professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Entendemos que, ao aprender Ciências Naturais, os alunos estarão conhecendo diferentes formas de expressão da criatividade. Neste capítulo, tentamos possibilitar uma ampliação do conhecimento sobre os conteúdos estudados: o corpo humano, os materiais, as escalas de tempo – os dias e as noites, o ambiente à nossa volta, os animais e as plantas. Assim, esperamos que você tenha construído conhecimentos sistematizados e compreendido cada temática. UNIUBE 93 No item “O corpo humano”, foram abordados o corpo em movimento e as características dos órgãos dos sentidos. Ao discorrermos sobre os materiais, estudamos sobre como encontrados em nosso dia a dia a origem desses materiais e suas propriedades e, também, que os materiais podem transformar o seu estado físico.Estudamos como são definidas as estações do ano no Brasil e a relação dos seres vivos com o ambiente.Para finalizar nosso estudo neste capítulo, abordamos sobre as características dos animais e das plantas. A proposta deste estudo é, principalmente, proporcionar, além do conhecimento do nível de ensino do 1º e 2º anos, uma reflexão da metodologia a ser trabalhada na sala de aula. Referências ANATOMIA DO CORPO HUMANO. Aparelho auditivo – Sistema de audição. Disponível em <http://www.anatomiadocorpo.com/aparelho-auditivo/> Acesso em: 02 jun. 2018. ARMSTRONG, Diane Lucia de Paula. Fundamentos filosóficos do ensino de ciências naturais. Curitiba: InterSaberes, 2012. ____________. Diane Lucia de Paula; BARBOSA, Liane Maria Vargas. Metodologia do ensino de ciências biológicas e da natureza. Curitiba: Inersaberes. 2012. Série Metodológica. AUSUBEL, D.P.; HANESIAN, H.; NOVAK, J.D. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Editora Interamericana, 1980. BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. Ciências. São Paulo: Atica, 2007. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Segunda versão revista. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: base nacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em: 02 set. 2017. 94 UNIUBE BRASIL ESCOLA. Paladar. Disponível em: <brasilescola.uol.com.br/oscinco sentidos/paladar.htm>. Acesso em: 10 out. 2017. _____. Olfato. Disponível em: <brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/olfato.htm>. Acesso em: 17 nov. 2018. BIÓLOGO. Documentário as células. Bioética. 27 set 2016. Disponível em <biologo. com.br/bio/documentario-as-celulas>. Acesso em: 12 nov. 2017. CIÊNCIA Hoje. Beija-flores: balé no ar. Disponível em:<chc.org.br/beija-flores- bale-no-ar/>. Acesso em: 05 nov. 2017. CLIMATEMPO. Registrados recordes de temperatura na Antártida. 01 mar.2017. Disponível em <https://www.climatempo.com.br/noticia/2017/03/01/registrados- recordes-de-temperatura-na-antartida-9166>. Acesso em 02 nov. 2017. COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Ciências: conteúdos essências para o ensino Fundamental de 1ª a 4ª série. São Paulo: Ática, 2002. DALZOTO, Gilsani. Fundamentos e metodologia de ensino de ciências biológicas. Curitiba: InteSaberes, 2004. DELASIG. Disponível em: <http://delas.ig.com.br/filhos/brincadeiras/morto-vivo/ 4e3d82875cf358183f000013.html>. Acesso em: 11 out. 2017. DINELLO, Raimundo Angel. Expressão ludocriativa. Uberaba:Universidade de Uberaba. 2007. EDUCAREDE. . Disponível em: <www.aberta.org.br/educarede/2013/05/22/a-luz-e-a- visao>. Acesso em: 17 nov. 2017. EDUCAÇÃO, mundo. Inverno. Disponível em: mundoeducacao.bol.uol.com.br/ geografia/inverno.htm. Acesso em: 10 nov. 2017. FIGUEIREDO, Maria Teresinha. O admirável corpo humano. São Paulo. Ática, 2002. GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o ensino fundamental. São Paulo. Ática, 2005. UNIUBE 95 GONÇAVES, Kelly Claudia. Editora Riedell. Projeto Aprendendo com Videoaulas: Ciências: Plantas. Plantas suas partes e funções. 07 abr. 2017. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=3PaqJfQzuo0&t=48s>. Acesso em 05 jul. 2018. GUGUDADA, Canal oficial do GUGU DADA. As Partes do Corpo (animação infantil), publicado em 10 out 2013. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=_ NSkoWouWME>. Acesso em: 26 out. 2017. JUNQUEIRA, Lucia Helena Nunes. Didática aplicada no ensino superior. [livro eletrônico] Programa de Educação a Distância. Uberaba: Universidade de Uberaba.2017. LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até os 6 anos. Trad. Ana Guardiola Brizolara. 7ª ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992. LEONADI, Tereza Grassi, Teresa; LEONARDI, Cristina. A dinâmica do corpo humano. São Paulo. Atual, 2000. LETRAS. MUS.BR. Tindolelê - Xuxa. Disponível em https://www.letras.mus.br › Infantil › Xuxa › Tindolelê. Acesso em 17 nov. 2017. LETRAS.MUS.BR. Cabeça, ombro, joelho e pé. Disponível em: <https://www.letras. mus.br/xuxa/769665>. Acesso em: 16 mai. 2018. LIPPE. Eliza Márcia Oliveira. Metodologia do ensino da ciência. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006. MARTHO, Gilberto. Pequenos seres vivos – viagem ao mundo dos microorganismos. São Paulo. Ática, 1998. MORAES, Paula Louredo. Olfato. Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola. uol.com.br/oscincosentidos/olfato.htm>. Acesso em: 17 nov 2017. MOREIRA, Vera Lúcia. A luz e a visão. Disponível em: <http://www.aberta.org.br/ educarede/2013/05/22/a-luz-e-a-visao/>. Acesso em: 17 nov. 2017. OLIVER, Magno. Fatos desconhecidos. 5 Curiosidades que talvez você não saiba sobre as minhocas. Disponível em: <https://www.fatosdesconhecidos.com.br/5- curiosidades-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-as-minhocas/>. Disponível em: 05 maio 2017. 96 UNIUBE PIAGET, J. A construção do real na criança. 3.ed. São Paulo: Ática, 1996. RANGEL, MARY. Métodos de ensino para a aprendizagem e a dinamização das aulas. Campinas, São Paulo:Papirus, 2005. REIS, Nélio Roberto dos et al. Toda Biologia.com. Animais mamíferos. Disponível em <https://www.todabiologia.com/zoologia/animais_mamiferos.htm>. Acesso em: 05 nov. 2017). SANTANA, Olga; FONSECA, Anibal. Ciências Naturais. São Paulo, Saraiva, 2006. SECRETARIA, da Educação do Paraná. Pavilhão auditivo . Disponível em: www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=351&evento=3. Acesso em: 21 nov. 2017. SIGNIFICADOS. Disponível em: <https://www.significados.com.br/umami/> Acesso em: 27 out. 2017. SILVA Jr, César da; SASSON, Sezar. Biologia. São Paulo. Saraiva, 2004. SILVA, Karlla Patricia. Diário de biologia. Por que não sentimos o gosto dos alimentos gripados? Disponível em <http://diariodebiologia.com/2014/03/por-que-nao-sentimos- o-gosto-dos-alimentos-quando-estamos-gripados/>. Acesso em: 02 maio 2018. SÓ Biologia, Audição. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2018. Disponível em: <www.sobiologia.com.br/conteúdos/Corpo/sentido4.php>. Acesso em: 21 out. 2017 ______. Olfato. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2018. Disponível em em <https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sentido5.php>. Acesso em: 02 jun. 2018. TRIVELLATO, José et al. Ciências, natureza & cotidiano: criatividade e pesquisa, conhecimento. 1ª ed. São Paulo: FDT, 2006. TOMITA, Rúbia Yuri. Atlas visual compacto do corpo humano. 3. ed. São Paulo: Ridell, 2012. MARQUES, Carla Donati. TUDOGOSTOSO. Doces e sobremesas, sorvetes. Gelinho de mousse de maracujá. Disponível em <http://www.tudogostoso.com.br/receita/ 104407-gelinho-mousse-de-maracuja.html. Acesso em: 05 jun 2018. UNIUBE 97 WARD, Hellen; et al. Ensino de Ciências. 2 ed. São Paulo: Artmed, 2009. ZIRALDO, Alves Pinto. Pelegrino e Petrônio. 3 ed. São Paulo: Melhoramentos, 2008. (Coleção Corpim). ______. Os dez amigos. 40 ed. São Paulo: Melhoramentos, 2005. (Coleção Corpim). _______. Um sorriso chamado Luiz. São Paulo: Melhoramentos, 1987. (Coleção Corpim). _______. Dodô. 2 ed. São Paulo: Melhoramentos, 2009. (Coleção Corpim). _______. O Joelho Juvenal. 2 ed. São Paulo: Melhoramentos, 2009. (Coleção Corpim). _______. Rolim. 2 ed. São Paulo: Melhoramentos, 2009. (Coleção Corpim). Introdução Os conteúdos de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental – 3º e 4º anos Capítulo 3 Neste capítulo serão abordados os conteúdos do 3º e 4º ano do Ensino Fundamental. Os temas apresentados estão de acordo com a proposta da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017). Vale ressaltar que as atividades práticas que serão exemplifi cadas e sugeridas, no decorrer deste texto, necessitam de sua análise crítica, haja vista que você, enquanto professor, deverá perceber a sua viabilidade, em seu exercício docente, de acordo com a realidade dos alunos que terá. Elas são apenas sugestões e esperamos que você use a pesquisa e criatividade para adaptá- las e, também, para criar outras atividades. Assim, a proposta deste estudo visa ao desenvolvimento de seu letramento científi co e prático da área de Ciências da Natureza. Isso envolve o desenvolvimento de sua capacidade para atuação nas aulas, enquanto professor (a), com base nos aportes teóricos e processuais da ciência. 100 UNIUBE 3.1 O ar 3.1.1 A elasticidade e a compressão do ar 3.1.2 A pressão do ar 3.2 O som 3.3 Corpos luminosos e iluminados 3.3.1 Efeitos da luz nos materiais 3.3.2 As sombras 3.3.3 A decomposição da luz Esquema Após a leitura deste capítulo, você deverá ser capaz de: • explicar o sons; • mostrar diferentes sons a partir da vibração de variados objetos e ressaltar as variáveis que influenciam esse fenômeno; • explicar corpos luminosos e iluminados; • demonstrar o que ocorre com a passagem de luz através dos objetos transparentes; • explicar as características da Terra e os pontos cardeais; • demonstrar diferentes tipos de solo, sua formação e degradação; • analisar a cadeia alimentar, reconhecendo a posição ocupada pelos seres vivos nessas cadeias; • explicar as características e o desenvolvimento dos animais; • desenvolver metodologias, possibilitando o processo de ensino-aprendizagem desses conteúdos pelos educandos. Objetivos UNIUBE 101 3.4 Características da Terra 3.4.1 A Terra 3.4.2 Pontos cardeais 3.5 Tipos de solo 3.5.1 Formação do solo 3.5.2 A degradação do solo 3.6 Os animais 3.6.1 Características e desenvolvimento dos animais 3.6.2 Animais vertebrados 3.6.3 Animais invertebrados 3.7 Cadeia alimentar 3.7.1 A energia na cadeia alimentar 3.8 Considerações finais O ar3.1 O professor pode começar a trabalhar essa temática afirmando que o ar está presente em todas as partes e que, mesmo que não seja visto, podemos senti-lo ao respirarmos. Em nosso dia a dia, percebemos a sua presença quando venta forte e balança as folhas das árvores, quando o sentimos tocando no nosso rosto. Em seguida, pode continuar a discussão mostrando que muitos esportes só podem ser praticados com a presença de vento, como a simples atividade de soltar pipa, voar de parapente, a prática do Kitesurf e do Windsurf. Ao discorrer acerca dos esportes, o docente pode questionar o aprendiz sobre quais deles utilizam o ar. Em seguida, propor uma pesquisa na internet, por meio do laboratório de informática, sobre essa temática, descobrindo EXEMPLIFICANDO! 102 UNIUBE diferentes modalidades, como o Kitsurf e o Windsurf. Assim, o aluno pode encontrar artigos, como o do site In Paradise, que explica “[...] Kitesurf se baseia em uma prancha que é puxada por uma pipa grande. O Windsurf é mais conhecido como prancha com vela e este esporte é mais conhecido e antigo no Brasil”. (PARADISE, 2017, p. 1). Muitas vezes observamos as nuvens se movendo, ou seja, “andando” no céu e é o ar que faz as nuvens se moverem. O ar está, também, nos pneus dos carros e bicicletas. O ar não pode ser visto nem tocado, por isso dizemos que ele é incolor e invisível. E mais, o ar não tem cheiro, mas tem peso! Mas como? Se o ar não tem cheiro, não podemos vê-lo, como podemos dizer que ele tem peso? O ar tem peso. Ele é uma matéria e ocupa lugar no espaço e, por ocupar lugar no espaço, possui massa. Em consequência da ação da gravidade sobre a massa, o ar apresenta peso. Vale lembrar que massa é o volume de matéria existente em um corpo e peso é a ação da força gravitacional – da gravidade – sobre a matéria do corpo. Como atividade prática, o professor pode propor a realização da experiência a seguir. Para verificar a massa do ar, oriente o aluno a pesar duas bolas ou duas bexigas vazias e anotar o que ocorreu na balança. Em seguida, ele deverá encher uma das bolas ou uma das bexigas de ar e pesar novamente e comparar os pesos (Figura 1). EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 103 Figura 1: Massa do ar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. A diferença de peso, entre as duas pesagens, corresponde à massa de ar que está dentro da bola. O ar é mistura de gases, que são: nitrogênio, oxigênio e gás carbônico. O gás de maior quantidade é o gás nitrogênio ou azoto, que forma cerca de 78% do ar. Isso quer dizer que, em 100 litros de ar, há 78 litros de nitrogênio. Depois vem o oxigênio com cerca de 21%. O 1% restante inclui argônio, o gás carbônico e outros gases. Esta é a proporção de gases no ar seco. Mas, normalmente, há também vapor de água (em quantidade variável) e poeira. Certos gases vindos das indústrias ou de outras fontes podem também estar presentes. (SÓ, 2017, p.1). É importante que o aluno perceba que a proporção de oxigênio no ar é menor que a quantidade de nitrogênio também no ar. Essa comparação poderá ser analisada por meio de gráficos como ilustra a Figura 2. 104 UNIUBE Figura 2: Distribuição natural de gases no ar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. O gráfico ilustra que a quantidade de gás carbônico e vapor d’água é 77% menor que a quantidade de nitrogênio na atmosfera, e que a quantidade de oxigênio é maior que o gás carbônico, porém menor que o nitrogênio.Na verdade, esses gases envolvem toda a Terra e formam uma camada chamada atmosfera, como ilustra a Figura 3: Figura 3: Raios solares. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 105 Como representado na Figura 3, uma parte dos raios solares penetra na atmosfera e fica presa e a outra parte volta para a superfície da atmosfera. Os raios solares que não entram na atmosfera voltam para o espaço. O espaço é toda região que fica fora da atmosfera. Nessa região não existe ar e a maior parte dela é gelada. Em virtude disso, os astronautas precisam de roupas e equipamentos para sobreviver nesse local. A atmosfera é muito importante para a vida no planeta. Como vimos, nela se encontra o gás oxigênio, que precisamos para respirar. É também na atmosfera que os raios solares são filtrados para não fazerem mal à nossa saúde. Com isso, a atmosfera mantém a temperatura da Terra. Sem ela, faria muito calor durante o dia e muito frio durante a noite. 3.1.1 A elasticidade e a compressão do ar O ar pode se comprimir, apertar ou expandir. Quando o ar se expande, ele ocupa um lugar maior. Para ocupar esse lugar, ele tem que movimentar e esse movimento ou deslocamento forma uma corrente de ar, que chamamos de vento. A capacidade dos materiais de sofrerem compressão e descompressão e voltar ao estado inicial é chamada de elasticidade. Podemos citar, como exemplo, o que ocorre com os balões de ar quente. Esse tipo de balão sobe por causa do ar quente dentro dele. Esse ar é aquecido pela chama de fogo e se expande formando uma corrente que eleva o balão. Você deve estar fazendo uma pergunta: por que o balão sobe e não desce? O ar quente é menos denso, menos espesso, ou seja, é mais concentrado que o ar frio. O ar aquecido se expande, suas partículas ficam mais 106 UNIUBE espalhadas e ocupam mais espaço que o ar frio. Como ilustra a Figura 4 a seguir: Figura 4: Ar quente e ar frio. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Partículas mais próximas Partículas mais afastadas Ar quente Ar frio Quando o deslocamento do ar é na horizontal ou paralelo à superfície terrestre, é chamado de vento, e quando ele é na vertical o chamamos de corrente de ar. No caso do balão ele sobe porque formou uma corrente de ar. O professor pode questionar os alunos sobre a seguinte pergunta: “Por que o congelador fica na parte superior da geladeira?” Pode, inclusive, mediar a discussão, deixando que os alunos levantem hipóteses, pensem acerca delas e tentem entrar em consenso. Depois, o docente deve explicar que o motivo de o congelador ficar na parte superior da geladeira é porque o ar que está na parte superior da geladeira é esfriado pelo congelador. Assim, esse ar se torna mais denso e tende a PARADA PARA REFLEXÃO UNIUBE 107 descer e o ar quente que está dentro da geladeira sobe e esfria em contato com o congelador. Dessa forma, todo ar que está no interior da geladeira vai se manter frio. Por isso, quando a geladeira é aberta, entra ar quente dentro dela e o processo se repete, gastando energia! Conforme legisla a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, o professor deve considerar e valorizar as vivências, os saberes e a curiosidade que o aluno já possui sobre o mundo natural e tecnológico. Assim, [...] não basta que os conhecimentos científicos sejam apresentados aos alunos. É preciso oferecer oportunidades para que eles, de fato, envolvam- se em processos de aprendizagem nos quais possam vivenciar momentos de investigação que lhes possibilitem exercitar e ampliar sua curiosidade, aperfeiçoar sua capacidade de observação, de raciocínio lógico e de criação, desenvolver posturas mais colaborativas e sistematizar suas primeiras explicações sobre o mundo natural e tecnológico, e sobre seu corpo, sua saúde e seu bem-estar, tendo como referência os conhecimentos, as linguagens e os procedimentos próprios das Ciências da Natureza (BRASIL, 2017, p. 329). O aluno, na proposta da BNCC (BRASIL,2017), tem o papel fundamental na construção do conhecimento. Os momentos de investigação, além de estimular sua curiosidade, fazem com que a aprendizagem seja expressiva, pois mostra o conhecimento científico de forma sistematizada. Seguindo essa proposta de trazer para sala de aula a atividade prática, para trabalhar essa temática, sugerimos a seguinte. 108 UNIUBE Volume do ar quente e frio Material: Balão de ar (bexiga) Caneta colorida Pedaço de cordão Régua Geladeira • Como fazer? Você vai encher o balão e amarrar. Com a caneta, faça um contorno no balão (Figura 5) mais ou menos no meio dele. EXEMPLIFICANDO! Figura 5: Bexiga cortada. Fonte: EAD- Uniube. Passe o cordão sobre a marcação da linha até que as extremidades se encontrem. Com a caneta marque, no cordão, o ponto onde as extremidades se encontram (Figura 6). Figura 6: Bexiga com cordão. Fonte: EAD- Uniube. UNIUBE 109 Meça (Figura 7) esse comprimento com a régua. Reserve o cordão. Figura 7: Marcação. Fonte: EAD- Uniube. Coloque o balão no congelador da geladeira e aguarde por, aproximadamente, três horas. Retire o balão do congelador e meça, novamente, o comprimento da linha feita com a caneta. Compare o pedaço de cordão com o contorno do balão. O que vai acontecer? O aluno irá perceber que o comprimento do cordão ficou maior que o contorno do balão, ou seja, o balão, ao ser retirado da geladeira, apresentou um volume menor. Neste momento, o professor irá trazer o conhecimento científico para os alunos, explicando que o fato ocorreu porque o volume de ar no balão é proporcional à temperatura, e como a temperatura do congelador é mais baixa, menor, em relação à temperatura ambiente, o volume de ar no balão também irá diminuir. 3.1.2 A pressão do ar O ar que está na atmosfera exerce pressão sobre os corpos que estão nela. Essa pressão é chamada pressão atmosférica. Como atividade prática para trabalhar essa temática na sala de aula, sugerimos a atividade da página seguinte. 110 UNIUBE Pressão atmosférica • Material Copo com água Uma folha de papel chamex ou de caderno • Como fazer? Inicialmente deve-se encher o copo com água. Em seguida, colocar a folha de papel sobre o copo, como mostra a ilustração a seguir. Mantenha a folha de papel presa sobre a boca do copo por algum tempo (Figura 8). EXEMPLIFICANDO! Figura 8: Folha sobre o copo. Fonte: EAD- Uniube. Depois de alguns segundos, vire o copo totalmente, deixando-o com a boca virada para baixo (Figura 9). Figura 9: Marcação. Fonte: EAD- Uniube. Essa atividade é um exemplo que comprova que o ar exerce pressão por todos os lados ao redor do copo, até mesmo de baixo para cima, segurando o papel na boca do copo. UNIUBE 111 Uma outra atividade, que comprova a pressão do ar e que o professor pode oportunizar aos alunos na escola, é imergir um copo, de boca para baixo, dentro de uma bacia com água. Com a atividade os alunos perceberão que o ar que está dentro do copo impede que a água entre nele. O físico e matemático italiano Evangelista Torricelli (1608-1647), amigo de Galileu Galilei, realizou diversas experiências procurando medir a pressão atmosférica. Para enriquecer seus conhecimentos, enquanto professor, indicamos a leitura do artigo “Experimento de Torricelli”, disponível no site Profes. Para isso, acesse: https://profes.com.br/Rafaela.a.f/blog/experimento-de-torricelli. PESQUISANDO NA WEB Os cientistas sempre estiveram atentos sobre os efeitos causados pela pressão atmosférica. Eles queriam saber se essa pressão variava de um lugar para o outro ou se ela se mantinha sempre a mesma. Foi no século XVII que encontraram a resposta para essa questão, por meio de pesquisas do cientista Torricelli. Ele conseguiu experimentalmente descobrir como medir a pressão atmosférica. O professor pode mostrar que essa variação de pressão atmosférica é percebida pelas pessoas quando elas sobemou descem uma serra, quando andam de avião, pois ficam com a sensação auditiva diferente. Costumamos dizer: “Meu ouvido está tampado”. Isso acontece devido à diferença de pressão que ocorre quando estamos ao nível do mar ou no topo da montanha. Para medir a pressão do ar, é utilizado um instrumento chamado barômetro. Existem diversos modelos de barômetros, que são utilizados 112 UNIUBE pelos meteorologistas para medir a pressão atmosférica e auxiliar na previsão do tempo. O som3.2 No ambiente, percebemos diferentes sons. O que nos permite percebermos esses sons é a vibração de uma membrana que existe dentro da orelha. Para iniciar essa temática, o professor pode fazer os seguintes questionamentos e mediar as discussões: Afinal, o que é som? Como ele faz a membrana do ouvido vibrar? Existe uma relação entre o ar e o som? EXEMPLIFICANDO! Para responder a esses questionamentos, o professor pode propor uma atividade prática, ou seja, um experimento. Veja a seguir. Membrana vibratória • Material 1 vasilhame redondo 1 pedaço de elástico 1 bexiga de ar Grãos de arroz ou feijão 2 tampas de panela de metal 1 tesoura com pontas arredondadas EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 113 • Como fazer? Cortar a bexiga, dividindo-a ao meio. Desprezando o seu bico, utilize o fundo da bexiga para tampar a boca do vasilhame. Prenda as laterais com o elástico. A borracha do balão cortado deve ficar bem esticada, pois ela fará o papel da membrana do ouvido. Em seguida, espalhe os grãos de arroz ou feijão sobre o balão. Chegou a hora de fazer a membrana vibrar! Pegue as tampas de panela de metal e bata uma na outra, como se fossem pratos de uma bandinha. Tente fazer o ruído mais alto que puder! Observação! Não toque na borracha (membrana), pois para provocar ruído poderão ser utilizadas apenas as tampas de panelas. O objetivo da atividade é perceber que o barulho forte, provocado ao bater as tampas, possibilitará um deslocamento do ar, ocasionando uma onda sonora que irá fazer vibrar a borracha e, com isso, os grãos que estão em sua superfície se deslocarão sem serem tocados. Ao final, mostre ao aluno que um fenômeno semelhante a esse acontece com a membrana dentro de nossas orelhas, fazendo com que os sons sejam percebidos! Para Espinoza (2010), ao propomos uma atividade prática ou um experimento, na escola, para o aluno, estamos trabalhando com um “artifício didático” que não tem como objetivo principal motivar e reproduzir conhecimentos científicos, mas, sim, lidar com estratégias que proporcionam o aprendizado do aprendiz. A proposta do experimento oferece vivências e possibilidades de relações teórico-práticas que podem ativar novas ideias e atitudes relevantes à prática pedagógica. E, com isso, possibilitar ao professor repensar a metodologia aplicada na sala de aula, levando-o a buscar, sempre, novos métodos e técnicas para ensinar. 114 UNIUBE Corpos luminosos e iluminados3.3 O professor pode iniciar essa temática mostrando que os corpos podem ser classificados em luminosos e iluminados, depois, definindo-os. Os corpos luminosos são aqueles que possuem luz própria. As fontes de luz, tanto naturais ou artificiais, emitem luz, que ilumina o ambiente que nos rodeia. A lâmpada é um corpo luminoso. Os corpos iluminados são aqueles que não possuem luz própria e somente podem ser vistos porque refletem a luz emitida pelos corpos luminosos. Os objetos que recebem a luz da lâmpada, usada como exemplo, são corpos iluminados. Observe a Figura 10: Figura 10: Corpos luminosos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Na ilustração acima (Figura 10), a luz emitida pelo corpo luminoso é refletida pelo corpo iluminado e atinge o olho, o que possibilita enxergar. É por esse processo que durante o dia conseguimos enxergar tudo ao nosso redor. O Sol é um corpo luminoso e, durante o dia, irradia luz em tudo, tornando os objetos iluminados, e é por isso que conseguimos vê-los. UNIUBE 115 3.3.1 Efeitos da luz nos materiais Para iniciar esse estudo, você pode propor aos alunos a brincadeira das sombras. Para realizar a brincadeira, você deverá escolher uma fonte de luz, que pode ser uma lâmpada, uma lanterna ou um abajur. É importante que o local esteja escuro ou com pouca luz. Uma vez escolhido o local nessas condições, você deverá acender a fonte de luz escolhida. Posicione as mãos entre a fonte de luz e a parede. A partir desse momento, deve-se usar a imaginação e criar formas, mexendo com as mãos de maneiras diferentes para formá-las. Depois de mostrar essa estratégia aos alunos, proponha para que façam o mesmo (Figura 11)! EXEMPLIFICANDO! Figura 11: Sombras. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Espinoza (2010) aponta que os indivíduos, ao olharem para um mesmo objeto ou fenômeno, podem ter diferentes sensações e pensamentos. O que difere esses olhares é a interpretação espontânea do indivíduo. 116 UNIUBE Porém, nesses mesmos olhares, existe um ponto em comum, que é o conhecimento científico acerca do objeto ou do fenômeno. Esse tipo de conhecimento, pelo fato de ter sido construído por meio de investigações e pesquisas, permite ao estudioso fazer perguntas e encontrar respostas que não sejam do senso comum. Dessa forma, todo experimento deve ser fundamentado em um conhecimento científico. Sendo assim, convido você para realizar a leitura da seguinte história sobre a iluminação. Uma breve história da iluminação Você já se perguntou sobre como os ambientes eram iluminados quando não existiam as lâmpadas? O homem utilizava a luz proveniente do fogo. Esse era o princípio básico de funcionamento de velas e de lampiões. A vela é um invento muito antigo. Acredita-se que as primeiras velas funcionavam com gordura animal, que ficava em algum recipiente. A gordura penetrava em fibras de vegetais, que serviam de pavio, e daí era queimada. Velas feitas de parafina existem desde o século XIX. Só que, nessa época, os lampiões a gás ou a óleo eram mais usados nos lares. Os lampiões a querosene começaram a existir a partir de 1860. Pouco tempo depois, em 1879, sugiram as primeiras lâmpadas. Atualmente, as lâmpadas incandescentes têm um bulbo de vidro, dentro do qual há um filamento de um metal chamado tungstênio. O filamento é todo enrolado, formando uma espécie de mola, que aumenta a eficácia da lâmpada. A luz elétrica sempre foi considerada mais segura e mais brilhante que a iluminação a gás ou a óleo. (NIGRO, 2015, p. 97). PARADA PARA REFLEXÃO UNIUBE 117 O efeito da luz vai depender do corpo sobre o qual a luz vai incidir. Se a luz incidir sobre um corpo opaco, como parede ou chapa de madeira, ela não atravessará esses corpos opacos. Ela incide sobre ele e volta. Se a luz incidir sobre um corpo transparente, como vidro ou plástico, ela vai atravessar esse corpo, então nos corpos transparentes a luz passa por eles. Se a luz incidir sobre um corpo translúcido, aquele que nem é transparente e nem opaco, como a folha de papel vegetal, ela não o atravessará muito bem. Um exemplo são as cúpulas dos abajures. Algumas delas são leitosas, isso ocorre para que a luz não seja muito forte ao passar por elas. Esse exemplo pode ser dado aos alunos, instigando suas reflexões. 3.3.2 As sombras Como vimos, a luz não ultrapassa os corpos opacos. No caso das paredes, ela incide na parede e volta iluminando o entorno daquela parede, como a claridade da luz na sala, no quarto etc. Somente produziremos sombras se colocarmos um corpo opaco um pouco distante de outro corpo opaco e incidir luz sobre eles. Quando iluminamos o corpo opaco, que está na frente da luz, a parte de trás dele fica escura e a sua imagem, a sombra, é refletida no corpo opaco que está atrás dele. Neste momento da explicação, você pode exemplificar relembrando o que ocorreu na atividade prática da brincadeira das sombras, realizada anteriormente. Também pode exemplificar a partir do uso do guarda-sol, EXEMPLIFICANDO! 118 UNIUBE mostrandoque, nesse caso, o sol incide na parte de cima do guarda-sol e reflete a sua sombra no chão. 3.3.3 A decomposição da luz Antes de abordarmos a decomposição da luz, vamos entender o que é luz. No século XVII, o físico Isaac Newton propõe a teoria do “modelo corpuscular da luz”, que busca explicar o que é a luz. Esse modelo dizia que a luz era constituída de partículas pequenas, que são emitidas pela fonte luminosa e que se propagam em linha reta e com velocidades muito grandes. Ao atingir o olho, essas partículas estimulavam uma determinada região que dava origem à visão (SANTOS, 2018a, p.1). Quando falamos em decomposição da luz, estamos nos referindo a dividir a luz. Você deve estar perguntando: como eu posso dividir a luz, se eu não posso tocá-la? Vejamos como essa decomposição acontece: “Um objeto transparente com o formato de um prisma tem a propriedade de decompor a luz branca nas cores do arco-íris”. (PESSOA et al., 2011, p.162). O físico e matemático inglês, Isaac Newton, com o auxílio de um prisma de vidro, decompôs a luz solar nas cores do arco-íris. UNIUBE 119 Prisma é um sólido geométrico tridimensional. Ele é formado por duas bases e um número limitado de faces (Figura 12). RELEMBRANDO Figura 12: Prisma. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Você deve estar perguntando: por que esse experimento foi realizado com o prisma? Se Newton estivesse aqui, ele diria: porque o prisma possui uma propriedade, uma característica própria, de decompor a luz branca em várias cores.Veja como ocorre a refração da luz branca dentro do prisma, na Figura 13: Figura 13: Refração da luz branca dentro do prisma. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 120 UNIUBE Para exemplificar a refração da luz, podemos lembrar o arco-íris. O arco-íris ocorre porque a luz branca, proveniente do Sol, que sai depois da chuva, atravessa as gotas de água que estão na atmosfera, sobre refração, sendo decomposta em infinitos raios de luzes de vários tons, formando as cores do arco-íris. Nós conhecemos algumas destas cores: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Esse processo físico constitui, portanto, a decomposição da luz branca. Para demonstrar a refração da luz, o professor pode propor a seguinte atividade prática aos alunos. Formando o arco-íris Para realização dessa atividade, o dia deve estar ensolarado. Leve os alunos para o pátio, um pode realizar a ação a seguir, enquanto os outros a observam. Você deverá fazer a mediação por meio de questionamentos em relação a essa temática, apresentada anteriormente na sala de aula. Proponha a um aluno que pegue uma mangueira de água, ligada a uma torneira, e esguiche água para cima, de modo que ela se torne pequenas gotas suspensas no ar. Ele deverá esguichar a água formando um leque aberto. Você e os alunos observarão que surgirá um pequeno arco-íris. A partir das mediações e intervenções feitas por você, pelos questionamentos e respostas dos alunos, é importante observar que essa atividade comprova a refração da luz, ou seja, é possível perceber o que ocorre quando a luz branca passa de um meio de propagação para outro. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 121 Esse procedimento comprova que a luz branca é composta por uma infinidade de cores. Essas cores mudam de um meio de propagação para outros, isto é, elas variam de acordo com o meio propagação. Não são rigorosamente da mesma cor sempre. A que mais se aproxima da cor que conhecemos é a violeta; seguida das cores anil, azul, verde, amarela, laranja e vermelha. Características da Terra3.4 Para entender sobre as características da Terra, temos que situá-la no Sistema Solar. Assim, é importante apresentar aos alunos os planetas do Sistema Solar. O Sol é a estrela mais próxima da Terra. Ela é o terceiro dos oito planetas do nosso sistema solar. Em relação à proximidade com o Sol, temos: 1º Mercúrio, 2º Vênus, 3º Terra, 4º Marte, 5º Júpiter, 6º Saturno, 7º Urano e 8º Netuno. O Sol, os oito planetas, outros astros e a poeira cósmica formam o Sistema Solar. Veja a ordem dos planetas em relação ao Sol, observe também algumas de suas características. 1º Mercúrio – mais próximo do Sol. De acordo com estudos realizados, constatou-se que nesse planeta não há água. 2º Vênus – popularmente chamado de estrela-d’alva. De acordo com estudos realizados, constatou-se que nesse planeta, também, não há água; ele é considerado o planeta mais quente do Sistema Solar. 3º Terra – nosso planeta. Nele existem condições necessárias para existência de vida. 4º Marte – conhecido como planeta vermelho, ele pode ser visto do céu, a “olho nu”, como astro vermelho. 122 UNIUBE 5º Júpiter – o maior planeta do nosso Sistema Solar. 6º Saturno – possui anéis à sua volta, que podem ser vistos com a ajuda do telescópio. 7º Urano – gira de modo diferente dos demais planetas (Figura 14). Figura 14: Giro de Urano. Fonte: EAD-Uniube. 8º Netuno – foi o primeiro planeta a ser descoberto, por meio de cálculos matemáticos, e depois observado em telescópio. Veja, a seguir, uma atividade prática que pode ser proposta pelo professor para que os alunos compreendam melhor esse conteúdo. Maquete do Sistema Solar Com já temos lido sobre a importância do experimento para a construção da aprendizagem, após a explicação do conteúdo, o professor poderá solicitar aos alunos que construam uma maquete do Sistema Solar. Materiais Bolas de isopor de diferentes tamanhos Cordão Fita crepe Tinta guache Alfinetes EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 123 • Como proceder? Para a construção do Sistema Solar os alunos deverão, primeiro, pesquisar as características dos diferentes planetas e seus satélites, por exemplo: cor, tamanho, temperatura e distância em relação à Terra. Diante das informações colhidas por meio da pesquisa, os alunos irão pintar cada planeta na sua cor, atentando para suas características. Segundo momento da atividade: depois que todos os planetas estiverem pintados, os alunos irão prender esses planetas no teto da sala de aula utilizando os cordões, a fita crepe e os alfinetes. Para estabelecer a disposição dos planetas, os alunos deverão primeiro posicionar o Sol no centro da sala. Para depois, de acordo com a distância dos planetas em relação ao Sol, ir posicionado cada um deles. 3.4.1 A Terra É importante elucidar aos alunos que a Terra (Figura 15) é o único planeta que possui água no estado líquido. Em sua atmosfera, encontramos oxigênio e nitrogênio, além de vários outros gases. Figura 15: Planeta Terra. Fonte: Acervo Getty Images 186019678. 124 UNIUBE Comparando a Terra com os outros planetas localizados na órbita do Sol, ou seja, no entorno do Sol, a Terra é o quinto maior planeta e tem aproximadamente 12,5 mil quilômetros de diâmetro. É o único planeta que tem vida. A superfície da Terra é composta por 70% de água, formando a chamada hidrosfera e 30% são terras emersas e terras recobertas pelas águas dos oceanos, formando, assim, a litosfera ou crosta terrestre. A crosta terrestre pode atingir cerca de 80 quilômetros de profundidade. Abaixo da crosta terrestre, temos mais duas camadas: o manto, que é a camada que está logo abaixo da crosta, que tem aproximadamente 80 até 2.900 quilômetros de profundidade. É no manto que fica o magma, massa mineral pastosa, em estado de fusão, que ao se movimentar dá origem ao vulcão. Assim, o magma é a massa “quente” da cor de fogo que sai de dentro do vulcão. Abaixo do manto encontra-se o núcleo, ou seja, o centro da Terra. No núcleo, a temperatura é altíssima sendo considerada a temperatura mais alta do planeta. Ele possui cerca de 7000 quilômetros de diâmetro. A temperatura no interior da Terra varia de acordo com a profundidade. Quanto mais próxima do núcleo, mais quente. Segundo Baratella (2012. p. 211), “o Sol e os planetas se originaram juntos a partir de uma vasta nuvem de poeira e gases. Inicialmente, a nuvem foi comprimida pela luz das estrelas e o processo foiacelerado por forças gravitacionais”, ou seja, pela força da gravidade que tende a puxar para o centro. Nesse caso, é quando um astro gira em torno de outro astro e é atraído por ele, por meio dessa força gravitacional. Como exemplo, temos a Terra que gira em torno de si mesma e vai girando em torno do Sol. A força gravitacional do Sol impede a Terra de sair do lugar e o mesmo acontece com todos os astros. UNIUBE 125 3.4.2 Pontos cardeais O estudo dos pontos cardeais nos auxiliam na compreensão da localização e orientação geográfica, ou seja, a partir de um ponto de referência, esses pontos indicam a direção a seguir para qualquer lugar do planeta. São eles: Norte, Sul, Leste e Oeste. Por meio do Sol, é possível identificar esses pontos. Considerando que o Sol nasce a leste e se põe a oeste, ao apontar o braço direito para o nascente, temos a referência da região leste, e ao apontar o braço esquerdo para o poente encontramos a região oeste. À frente temos a região oeste e atrás a região Sul. Para desenvolver o tema, proponha a atividade prática a seguir. Para identificar esses pontos, proponha aos alunos a atividade a seguir (Figura 16). Cada aluno deverá esticar o braço direito na direção em que o Sol nasce. Nesse ponto, temos o Leste. Sem sair do lugar, esticará o braço esquerdo na direção oposta, dessa forma, encontraremos o Oeste. O ponto Norte é o que ficará em sua frente e, consequentemente, o ponto Sul ficará em suas costas, ou seja, atrás do educando. EXEMPLIFICANDO! Figura 16: Pontos cardeais. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 126 UNIUBE Os pontos cardeais não indicam as localizações exatas dos polos Norte e Sul e dos pontos em que o Sol nasce ou se põe, porque, [...] durante o ano, o Sol nasce em pontos distintos. Sendo assim, não podemos afirmar que o Sol nasce sempre no ponto cardeal Leste. Portanto, essa metodologia indica os pontos cardeais em relação ao lugar em que estamos. (ESCOLA, 2017, p.1). Para encontrar os pontos Norte, Sul, Leste e Oeste por meio do Sol é importante lembrar que ele nasce a leste e se põe a oeste. Devendo assim, apontar o braço direito em direção ao nascente e o esquerdo em direção ao poente, independentemente da posição em que o Sol esteja. 3.4.2.1 Pontos cardeais e colaterais e subcolaterais Os pontos cardeais indicam a posição que ocupamos no espaço terrestre. A observação dessa posição pode ser feita por meio de instrumentos, como a bússola e os mapas. Além dos pontos cardeais, temos outros pontos, como os colaterais e os subcolaterais. Os colaterais são pontos mais específicos e os subcolaterais são mais precisos e consistem na combinação entre os cardeais e os colaterais. Esses pontos foram criados a partir da movimentação dos astros em relação à Terra. Veja estes pontos na Tabela 1: Tabela 1: Pontos cardeais, colaterais e subcolaterais Pontos cardeais 4 Pontos colaterais 4 Pontos subcolaterais 8 Norte Nordeste Norte-nordeste, Leste-nordeste Sul Sudeste Leste-sudeste, Sul-sudeste Leste Noroeste Sul-sudoeste, Oeste-sudoeste Oeste Sudoeste Oeste-noroeste e Norte-noroeste UNIUBE 127 Tipos de solo3.5 O professor deve esclarecer aos alunos que o solo é a camada superficial do nosso planeta. Nós a chamamos de chão ou de terra. É o local onde pisamos. Essa camada é formada por vários componentes, como água, ar, rochas e seres vivos. Um dos seres vivos que vivem debaixo da terra e que são nossos conhecidos são as minhocas. Abaixo da camada que pisamos, existem outras camadas que são diferentes umas das outras. Elas variam de acordo com os elementos pelos quais são formadas. Observe a Figura 17, a seguir. Figura 17: Estrutura da Terra. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Quando um solo é muito, muito velho, ou seja, possui centenas de anos, ele pode apresentar todas as camadas ilustradas na imagem acima. Porém, temos solos jovens que se formaram a menos tempo e que não possuem algumas dessas camadas. Outra curiosidade é em relação à espessura de cada camada do solo: ela vai depender da idade dele. 128 UNIUBE 3.5.1 Formação do solo A formação do solo vai depender das transformações que ocorrem na superfície terrestre devido às ações dos agentes naturais, como o calor e a água. Vale mostrar aos aprendizes que, durante muitos anos, os agentes naturais, como a água das chuvas, os ventos e as mudanças de temperaturas, contribuem para o desgaste das rochas. Com esse desgaste, algumas rochas transformam-se em partículas. Essas partículas junto com o ar, a água, os restos de vegetais, animais em decomposição e alguns seres vivos formam o solo. Para ilustrar esse estudo, você pode propor aos alunos que assistam ao vídeo “Erosão é problema que ameaça o solo do Nordeste”, do site Globoplay. Para isso, acesse: http://g1.globo.com/pernambuco/nordeste-viver-e-preservar/videos/t/edicoes/ v/1-bloco-a-erosao-e-problema-que-ameaca-o-solo-do-nordeste/2052017/ Lembre-se de mediar as discussões! EXEMPLIFICANDO! É do solo que o ser humano retira muitos dos alimentos de que necessita para sobreviver. Para isso, o homem faz plantações, cultiva pomares e hortaliças. Para o plantio dos vegetais, o solo tem que ser fértil, ou seja, o solo deve conter água, ar e matéria orgânica em quantidades adequadas para o bom desenvolvimento das plantas. Quando o solo não é bom para o plantio, existem técnicas que podem melhorar a qualidade desse solo, por exemplo, a aração e a irrigação. Aração A aração é um recurso utilizado para facilitar a penetração de água e ar no solo. Com auxílio de um trator, ou animal como o cavalo, o arado é puxado e o solo vai sendo revirado. Essa aragem pode ser feita, também, com a enxada. UNIUBE 129 Irrigação Quando temos um solo muito seco, ou quando a quantidade de água não é suficiente para irrigar a plantação, é preciso utilizar a técnica de irrigação. Com essa técnica o solo recebe a quantidade de água favorável para o desenvolvimento dos vegetais. 3.5.2 A degradação do solo Degradação do solo é o desgaste desse solo causado por fatores naturais em que há a perda de nutrientes. Ela ocorre, também, pela ação do homem, como o desmatamento, retirada da vegetação das margens dos rios causando inundações e práticas agrícolas incorretas que exploram excessivamente o solo, sem tratamento. Veja, a seguir, uma atividade prática para trabalhar essa temática com os alunos. Simulando um deslizamento de terras • Materiais Caixa de papelão ou forma retangular de bolo Terra Sementes de alpiste (porque germinam rapidamente) Regador com água • Como fazer? Coloque a terra dentro da caixa ou da forma, acerte a terra com as mãos ou com uma colher. Em seguida, espalhe o alpiste sobre a terra. Coloque a vasilha com o alpiste já espalhado, de forma inclinada, ou seja, encoste um dos lados da caixa na parede e o outro apoiado no chão. Regue a terra com a água. EXEMPLIFICANDO! 130 UNIUBE Com essa atividade, os alunos irão perceber, ao regar as sementes, que muitas delas foram carregadas pela água em virtude da posição inclinada da caixa. Isso comprova que, dependendo do terreno, a ação da natureza interfere em sua formação. Um exemplo concreto são os deslizamentos de terras dos morros, em época de chuva. A atividade proposta tem como objetivo fazer com que o aluno compreenda a importância do cuidado e da preservação não só do solo, mas também de todo meio ambiente. Isso porque as queimadas e a poluição do solo matam os pequenos seres vivos que ajudam a manter a terra fértil, além de provocar perda de parte de seus nutrientes. Para caracterizar algo, precisamos classificar as semelhanças e diferenças entre o que está sendo observado. Quando vamos a um supermercado, podemos achar o produto que procuramos rapidamente porque ele está organizado, colocado em locais apropriados conforme critérios de cada produto. Dessa forma, se está procurando um shampoo, não irá procurá-lo nas gôndolas onde ficam os cereais. Essa organizaçãoé feita de acordo com critérios de classificação. Não podemos misturar produtos de limpeza com gêneros alimentícios. Nesse momento, vale a pena oportunizar aos alunos que explicitem suas experiências em relação ao supermercado e à identificação desses produtos, pelos critérios de sua classificação, ajudando-os a entender esse conceito. Quando pensamos na classificação dos animais, da mesma forma que o exemplo acima, temos que atribuir critérios de acordo com as suas características. Os animais3.6 UNIUBE 131 O sueco Carl von Linné (Lineu), cientista que criou a base para a classificação dos seres vivos, propôs um sistema de classificação e nomenclatura em que todos os seres vivos são agrupados em reinos diferentes. Segundo Gowdak e Martins (2002. p. 95), [...] Cada reino é subdividido em diversos filos. Cada filo é subdividido em diversas classes. Cada classe é subdividida em ordens. Cada ordem é subdividida em famílias. Cada família é subdividida em diversos gêneros. Cada gênero é subdividido em diversas espécies, vide imagem abaixo das “Categoria taxonômicas”. Observe a Figura 18 a seguir: Figura 18: Reino e filos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Os animais pertencem ao reino dos animais, ou seja, ao reino Animalia ou Metazoa. Esse reino é formado por organismos heterótrofos, ou seja, pelos organismos que não produzem o próprio alimento. Essa característica é que os difere dos vegetais, que, também, são seres vivos. 132 UNIUBE A seguir, veremos a classificação do reino Animalia ou Metazoa, mas antes convidamos você para ler e analisar a seguinte sugestão de atividade prática. Aula de campo: visita ao zoológico Quando olhamos a natureza em nossa volta, percebemos a quantidade de animais que nos cercam. Nada melhor que uma visita a um zoológico para observar os animais mais de perto. • Objetivo Identificar e classificar algumas das diferentes espécies de animais. • Como proceder? Antes da visita, é imprescindível que o professor, juntamente aos aprendizes, elabore um roteiro de observação. Durante a visita, os alunos devem observar as características dos animais e realizar coletas de dados, previamente determinadas no roteiro de observação. Deverão, também, tirar fotos para registrar cada momento. Ao final da visita, os alunos e o professor devem socializar os dados colhidos para, posteriormente, montarem um painel com as fotos e a descrição dos animais. Ratificamos que a mediação do professor é necessária em todos os momentos! EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 133 A observação é muito comum para os seres humanos. Olhamos tudo que nos cerca, mas, na maioria das vezes, não vemos os detalhes, talvez porque o objeto observado não despertou interesse. Dessa forma, o professor, antes de propor uma atividade que requer observação, deve elencar os itens que deverão ser identificados e analisados. Ao propor uma observação criteriosa, o docente está desenvolvendo o olhar crítico do aprendiz!!! 3.6.1 Características e desenvolvimento dos animais Observe, na Figura 19, a seguinte classificação: Figura 19: Classificação da Animalia. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Agora, discorreremos detalhadamente acerca de cada conceito. 3.6.1.1 Os protistas Os protistas não são animais. São seres vivos unicelulares eucariontes, isto é, apresentam uma única célula com núcleo organizado e organelas membranosas no citoplasma. Podem ser representados pelas algas e pelos protozoários. Eucariontes: são seres unicelulares e pluricelulares que possuem membrana celular, ou seja, essa membrana separa o núcleo do citoplasma. Caracterizam-se pela riqueza da quantidade de membranas. Organelas: são partes do citoplasma que possuem funções distintas. São responsáveis pela característica de vida das células, ou seja, do material genético, o DNA da célula. 134 UNIUBE Antes de estudarmos os animais, retrataremos sobre as características dos protistas: algas e protozoários. 3.6.1.2 As algas As algas (Figura 20) são seres uni e pluricelulares, eucariontes e autótrofos. Elas realizam fotossíntese e são compostas por clorofila. Assim, são responsáveis pela liberação de oxigênio no planeta. Figura 20: Algas. Fonte: Acervo Getty Images 488722843. As algas pluricelulares se organizam em diferentes tipos de colônias, por exemplo, na água doce, no mar, onde elas formam uma floresta. No mundo aquático existe uma variedade desses organismos. Eles apresentam diversas formas, cores e tamanhos. As algas pluricelulares possuem o formato de um talo, não possuem raiz, caule ou folha. Na água, de acordo com o local em que vivem, podem formar populações conhecidas como fitoplâncton e fitobentos. O fitoplâncton constitui-se em um grande volume de microalgas que flutuam no mar. Elas são produtoras de alimento orgânico e são UNIUBE 135 responsáveis pela liberação do oxigênio na água e na atmosfera. Considerando a cadeia alimentar aquática, elas representam os produtores, ou seja, a base da cadeia. Os fitobentos são algas, em geral, macroscópicas que ficam fixas, principalmente, em rochas no fundo do mar. As algas podem ser encontradas, também, em solos úmidos e em superfícies úmidas como troncos de árvores. Nos troncos das árvores elas aparecem como uma mancha branca, que é chamada de líquen. O líquen é formado pela associação de algas e fungos. Essa associação se dá por meio do processo de simbiose, em que a alga fornece matéria orgânica para o fungo e o fungo fornece água e sais minerais para a alga. 3.6.1.3 Protozoários Os protozoários são seres microscópios e não realizam fotossíntese. Sua reprodução pode ser assexuada ou sexuada. Os protozoários podem ser encontrados em diferentes ambientes aquáticos ou úmidos. Eles podem se locomover de um lugar para outro, por isso são considerados de vida livre. Podemos classificar os protozoários de acordo com o seu modo de locomoção. Dessa forma, temos os sarcodíneos, flagelados, ciliados e esporozoários. • Sarcodíneos Os sarcodíneos vivem em ambiente aquático e podem atingir até meio milímetro de comprimento. Sobre a sua locomoção, ela é realizada por meio de “falsos pés”, que são estruturas denominadas pseudópodes (pseudo – falso, podos – pés). Eles, também, são de vida livre e são comensais. Isso quer dizer que eles se alimentam de restos de alimentos 136 UNIUBE de outros seres. Um exemplo de sarcodíneo comensal é Entamoeba coli encontrada no tudo digestivo e a Entamoeba gengivalis encontrada em nossa boca, em animais como cão e gato e nas placas dentárias. Além do que já mostramos, os sarcodíneos podem ser parasitas, ou seja, dependem de outros organismos para sobreviver. Os parasitas retiram o alimento para sua sobrevivência de outro ser vivo que é parasitado, como os carrapatos, os piolhos e as lombrigas. Vários desses parasitas provocam doenças no homem, como é o caso da Entamoeba histolytica, conhecida como Ameba, que causa a amebíase. A Entamoeba localiza-se no intestino grosso do ser humano, onde causa lesões que provocam fortes cólicas intestinais. Devido a lesões na parede do intestino, também ocorrem diarreias com sangue, uma vez que a Entamoeba “ingere” glóbulos vermelhos ou hemácias. (GOWDAK; MARTINS, 2002. p.130). Observe o ciclo evolutivo da ameba no intestino grosso (Figura 21): Figura 21: Entamoeba no intestino grosso. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 137 Sintomas, como fadiga, apatia, cólica intestinal e diarreias, servem de alerta para uma possível presença de vermes no organismo. A transmissão desse verme é feita pelas fezes. A pessoa que está infectada elimina o parasita nas fezes e outra pessoa, de certa forma, acaba engolindo-o ao ingerir água e alimentos contaminados. A transmissão pode ocorrer, também, quando uma pessoa evacua, não lava as mãos e, depois, encosta nos alimentos. A presença desses vermes no organismo é detectada por meio de exames laboratoriais. • Flagelados Os flagelados possuemfilamentos longos denominados flagelos. A imagem a seguir é uma representação de um flagelado (Figura 22). Figura 22: Flagelados. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Os flagelados, para se locomoverem, impulsionam seus filamentos que funcionam como chicotes, assim, a cada “chicotada”, o flagelo se locomove. Existem flagelados parasitas (sésseis) e de vida livre. Os de vida livre utilizam os filamentos para nadar, os parasitas “vivem fixados a objetos submersos, utilizando o movimento do flagelo para criar correntezas líquidas que arrastam partículas alimentares para perto de si” (AMABIS; MARTHO, 2002, apud BARATELLA 2018, p.240). 138 UNIUBE O Trichonympha collaris é um flagelado que vive em mutualismo, isto é, em mútuo auxílio com o cupim. Enquanto este a abriga, a triconifa faz a digestão da celulose, já que o inseto se alimenta de madeira. (GOWDAK, MARTINS, 2002. p. 129). Mutualismo – ligação entre dois organismos em que ambos são beneficiados. Cupim – inseto que digere a madeira. Nos seres humanos esse filo pode causar: - Leishmania braziliensis: Causa a leishmaniose tegumentar ou úlcera de Bauru ('ferida brava'). Vive no interior das células da pele e é transmitida pelo Mosquito-palha (birigui). - Trypanosoma cruzi: Causa a doença de Chagas, comum em nosso país e na América do Sul. Ela é transmitida por percevejos, popularmente conhecidos como barbeiros. - Giardia lamblia: Causa a giardíase intestinal. - Trichomonas vaginalis: Causa a tricomoníase (no aparelho genital). (SÓ, 2018, p.1). • Ciliados Os ciliados recebem esse nome devido à grande quantidade de minúsculos filamentos denominados cílios, que auxiliam na sua locomoção. São considerados os protozoários que se locomovem mais rápido. A sua maioria é de vida livre. Segundo Gowdak e Martins (2002), o ciliado mais conhecido é o paramécio (Figura 23). UNIUBE 139 Figura 23: Paramécio do filo Ciliophora. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Os cílios do paramécio, além de promover a locomoção, fazem uma espécie de rodamoinho na água para atrair o alimento até o interior da célula. Para que serve cada um dos órgãos do paramécio? Cílios – responsáveis pela locomoção. Vacúolo digestivo – responsável pela digestão das substâncias ingeridas. Vacúolo contrátil – responsável por eliminar o excesso de água que entra na célula, impedindo-a de estourar. Núcleo – Contém a informação genética da célula. SAIBA MAIS • Esporozoários São protozoários que não conseguem se locomover porque não possuem flagelos, cílios ou falsos pés (pseudópodes). Dessa forma, são todos os parasitas comuns de animais, tal como os esporozoários, o plasmódio é o esporozoário causador da malária. Os sintomas da malária são: febre, vômitos, fadiga e dores de cabeça. 140 UNIUBE Gowdak e Martins (2002, p.132) explicam que A malária é causada por um esporozoário do gênero Plasmodium, transmitido pela picada do mosquito- prego. A fêmea do mosquito injeta saliva antecoagulante quando pica. Entretanto com a saliva, os protozoários atingem a corrente sanguínea, passam por uma fase no fígado e depois voltam ao sangue, onde penetram nos glóbulos vermelhos. Observe, na Figura 24, a fêmea do mosquito transmissor da malária: Figura 24: Mosquito transmissor da Malária. Fonte: Acervo Getty images 31078506. Os parasitas quando já estão nos glóbulos vermelhos multiplicam-se por um determinado tempo e, ao saírem do plasma, parte líquida e coagulável do sangue, causam febre alta. Esse processo vai se repetindo toda vez que os esporozoários encontram outros glóbulos vermelhos. Com isso, ocorrem outros acessos de febre, que, se não for tratada, pode levar à morte. Observe a Figura 25: UNIUBE 141 Figura 25: Vírus da malária. Fonte: Acervo Getty Images 914145490. A Figura 25 ilustra alguns glóbulos vermelhos já tomados pelo parasita esporozoário. Sugiro que acesse o link: http://www.planetabio.com/planetabio.html. Esse site é livre e poderá ser utilizado para ilustrar as aulas. Para essa aula, será necessário Data Show e Internet. Siga os passos ilustrados abaixo: Passo 01. Você deve acessar o guia “Biodiversidade 2” e, depois, acesse “Reino Protista”. Passo 02. Em seguida vá à primeira página e leia sobre os protozoários. Em seguida, acesse cada item: 1, 2, 3, 4 e 5. Nesses números, você encontrará a ilustração com animação e explicação sobre cada espécie do reino protista. PESQUISANDO NA WEB 142 UNIUBE 3.6.2 Animais vertebrados Os animais vertebrados possuem um esqueleto que forma a sua estrutura. Para sermos mais específicos, podemos dizer que eles possuem coluna vertebral, sistema nervoso central, isto é, medula espinhal e cérebro. Possuem, também, um sistema muscular (músculos). Ainda sobre os vertebrados, eles podem ser divididos em 5 classes. Veja-as, a seguir. 3.6.2.1 Classe dos mamíferos Você deve explicar aos alunos que os mamíferos mamam logo após o nascimento. Geralmente têm o corpo coberto por pelos e a sua respiração é pulmonar. Eles são vivíparos, ou seja, o embrião se desenvolve dentro do útero da mãe. A temperatura do corpo desses animais, normalmente, não varia em relação à temperatura ambiente. No grupo dos mamíferos temos os seres humanos, o cachorro, os felinos, o elefante, a girafa, a baleia, o golfinho, o morcego, entre outros. Para que possam perceber o que acontecem ao seu redor, os mamíferos são dotados de cinco sentidos: visão, audição, olfação, gustação e tato. No entanto, nem todos os sentidos são igualmente desenvolvidos. Cada espécie desenvolve seus órgãos dos sentidos, de acordo com a sua necessidade de sobrevivência. Os cães, por exemplo, têm o olfato muito desenvolvido. Eles distinguem o seu dono pelo cheiro. Outros mamíferos enxergam e ouvem muito bem, como é o caso do gato, da onça, do tigre, animais predadores muito espertos. (PORTAL, 2018, p.1). Como dissemos, os animais mamíferos respiram por pulmões. É interessante saber que esses animais sobem até a superfície da água para respirar. O professor pode problematizar a questão com a seguinte pergunta: “A baleia, o golfinho, o boto, a ariranha, a lontra e o peixe-boi, que UNIUBE 143 são mamíferos marinhos, respiram?”, fazendo sempre as mediações necessárias. A Figura 26, a seguir, ilustra um exemplar de peixe-boi, que é um mamífero aquático. Esses mamíferos podem pesar aproximadamente 450 quilos e medir até 3 metros de comprimento. Figura 26: Peixe-boi. Fonte: Acervo Getty Images 183769735. As fêmeas, ao dar “de mamar” a seus filhotes, seguram estes “nos braços”, ou seja, embaixo das nadadeiras. Pesquisa na internet ou em outras fontes O professor poderá solicitar aos alunos que pesquisem, na Internet ou em revistas, imagens de diferentes tipos de animais mamíferos e escolham a imagem de um representante desses animais. Com ela, o aluno irá construir um quebra-cabeça para brincar com os colegas. EXEMPLIFICANDO! 144 UNIUBE • Como proceder? O docente deve orientar o aluno a fazer o seguinte: • Cole a imagem escolhida em uma cartolina e deixe secar. Depois de seca, recorte a imagem em, mais ou menos, dez pedaços. Os recortes irão depender do tamanho da imagem e deverão assemelhar-se às peças de um quebra-cabeça. • Em sala de aula, junte-se a seus colegas e troque os quebra-cabeças. • Depois do quebra-cabeça montado, os alunos deverão observar as semelhanças e as diferenças entre os animais, identificando as características comuns entre eles. O professor deverá orientar e mediar as observações dos alunos e, com isso, rever o conteúdo estudado. Na visão de Dinello (2004), por meio das atividades lúdicas, as crianças demonstram a aprendizagem e a habilidade de argumentar, despertando a imaginação e a socialização. 3.6.2.2 Classe das aves As aves possuem o corpo coberto por penas, possuem bico, duas asas e são ovíparas, ou seja, nascem de ovos. A temperatura do seu corpo, assim como os animais mamíferos, não altera em relação à temperaturaambiente. O beija-flor, o gavião, a galinha, a ema e outros são exemplos de aves. A maioria delas é capaz de voar, como o gavião, o sabiá, o canarinho, o papagaio, a pomba, o beija-flor, entre outros. Porém, existem espécies que não voam, como é o caso da ema, do pinguim, da avestruz, da galinha, entre outras. UNIUBE 145 Para problematizar a questão e mediar as discussões, o professor pode perguntar aos alunos: Vocês sabem por que algumas aves não voam? Aos poucos, o docente pode levar os alunos a concluírem que isso ocorre devido à estrutura do corpo de algumas aves não ser adaptada para o voo. EXEMPLIFICANDO! Para que uma ave possa voar é preciso adaptações em seu corpo que favoreçam o voo. Por exemplo, o seu esqueleto deve ser leve e ter um formato que facilite a passagem do ar. Em relação às penas que cobrem o corpo das aves, elas são leves e o seu formato facilita o voo. As aves possuem, também, sacos aéreos. Esses sacos são bolsas cheias de ar, que, além de auxiliar na respiração e no controle da temperatura corporal, ocupam espaço no corpo das aves, deixando-as mais leves. Elas possuem a cabeça leve, pelo fato da ausência de dentes. A respiração das aves é pulmonar. A ema é um exemplar de ave que não voa e o beija-flor representa as aves que voam. As aves apresentam diferentes tipos de plumagens ao longo de seu desenvolvimento. Algumas espécies nascem nuas, outras apresentam poucas penas, o que chamamos de penugem. Após certo período, aparece outra plumagem, que poderá ser substituída na fase adulta. O professor pode suscitar a discussão indagando os alunos acerca da maior e da menor ave que conhecem. Nesse momento, deve oportunizar aos aprendizes que contêm suas experiências, mostrando como essas aves são, como as conheceram, bem como todas suas percepções. EXEMPLIFICANDO! 146 UNIUBE Depois, pode mostrar algumas curiosidades, por exemplo, que o tuiuiú é uma das maiores aves capazes de voar que vivem no Brasil. De asas abertas, mede aproximadamente 2 metros e 60 centímetros e o beija-flor é uma das menores aves do mundo. Essa ave é a única que tem capacidade de voar par trás. 3.6.2.3 Classe dos répteis Os répteis são animais vertebrados que têm o corpo coberto por escamas, carapaças ou placas. O jacaré-do-pantanal e a tartaruga-da- amazônia são exemplos de répteis. O corpo do jacaré é formado por placas e o da tartaruga por carapaça. Os répteis apresentam respiração pulmonar e geralmente são ovíparos. Assim, como os peixes, a temperatura do corpo desses animais varia de acordo com a temperatura ambiente. Eles adaptam-se à vida fora da água, em ambientes secos. A cobra e os lagartos também são répteis. Entre eles existem espécies ovovivíparas, ou seja, o filhote desenvolve-se dentro do ovo e o ovo desenvolve-se dentro do corpo da mãe. Segundo Cruz (2004), a temperatura na nossa mão é de aproximadamente 36,5º C e a temperatura dos répteis é inferior a 36º C. Assim, a temperatura do corpo dos répteis é inferior à temperatura de nossa mão. Mediante essa diferença, quando encostamos ou pegamos um réptil, por exemplo, uma lagartixa, sentimos o seu corpo frio. Por isso, falamos que os répteis são animais de sangue frio. UNIUBE 147 3.6.2.4 Classe dos anfíbios Os anfíbios são animais vertebrados que durante o seu ciclo de vida passam por duas fases: aquática e terrestre. Eles geralmente têm pele lisa e úmida, o que os torna uma presa fácil aos predadores. Eles contam com duas formas de defesa: a camuflagem e a produção de uma substância venenosa. Quanto à camuflagem, a pele desses animais exibe desenhos ou cores, que se assemelham às cores do ambiente em que vivem. Dessa forma, eles podem passar despercebidos pelos predadores. Os que são venenosos, apresentam na sua pele substâncias que podem intoxicar o predador ao tentar comê-los. (BARATELLA, 2012). A classe dos anfíbios pode ser dividida em três grupos: 01 - Anura: o grupo dos anuros compreendem os sapos, as rãs e as pererecas. Esses animais nascem na água e respiram através das brânquias. Enquanto larvas assemelham-se com os peixes e possuem cauda e a linha lateral. Eles passam por metamorfose, que é a transformação no seu desenvolvimento físico e morfológico. Vale a pena ressaltar a importância de o professor suscitar as reflexões dos alunos a partir do que já conhecem a respeito da temática. O docente pode perguntar aos alunos se já ouviram falar sobre metamorfose. Pode começar perguntando se já viram a metamorfose de uma borboleta, ressaltando o processo de sua transformação: ovo – lagarta – pupa – borboleta. Com certeza, os alunos terão algo a dizer, assim, pouco a pouco, o professor vai ajudando-os a construir esse conceito e a estendê-lo à metamorfose do grupo anura. EXEMPLIFICANDO! 148 UNIUBE A metamorfose do sapo (Figura 27) é um importante exemplo nesse sentido, por isso é relevante explicá-la. Figura 27: Metamorfose do sapo. Quando termina a metamorfose, o sapo deixa de viver só na água e começa a sobreviver também na terra em ambientes úmidos. 02 – Ápoda: são anfíbios que não possuem patas, para sua locomoção eles rastejam como as cobras, as cobras-cegas ou cobra-de-duas- cabeças. A cobra-cega e a cobra-de-duas-cabeças, na verdade, não são cobras, são assim chamadas pela sua estrutura e locomoção. Elas possuem a pele úmida. 03 – Urodela: esses animais, que têm o corpo alongado, possuem caudas e quatro pernas curtas. A cauda e as pernas quando cortadas podem regenerar. A fecundação é interna, isto é, ocorre dentro do organismo da fêmea. Aparentemente se parecem com os lagartos, a diferença é a pele que é lisa, e não com escamas como a dos lagartos. Devido à presença da cauda, também, são conhecidos como caudados. São animais raros, como a salamandra e o tritão. Quanto à respiração, os anfíbios possuem pulmões, mas esses pulmões não conseguem fazer toda a troca gasosa necessária para sobrevivência UNIUBE 149 do animal. Em consequência disso, a respiração não é realizada apenas pelos pulmões, mas também pela pele, que é fina e adaptada para a respiração. Dessa forma, a respiração dos anfíbios é pulmonar e cutânea. Vale a pena lembrar que os anfíbios enquanto larvas ficam apenas na água. Nesta fase eles respiram por brânquias, que desaparecem na fase adulta. 3.6.2.5 Classe dos Peixes Os peixes são animais vertebrados que vivem em ambientes aquáticos, como rios, lagos, rios ou mares. Eles têm o corpo coberto por escamas ou por uma pele grossa. De modo geral, eles respiram por brânquias ou guelras. Os peixes toleram grandes variações de temperatura. Algumas espécies sobrevivem em fontes de águas termais, onde a água pode atingir mais de 42º C. Outras podem viver a temperaturas muito próximas da congelação. Contudo, numa mesma espécie, o limite de tolerância, geralmente, é muito restrito. (BARATELLA, 2012, p. 63). Dessa forma, a temperatura do corpo dos peixes, diferentemente da dos mamíferos e das aves, varia de acordo com a temperatura ambiente. Para possibilitar a construção desses conhecimentos pelo aluno, o professor pode propor a seguinte atividade prática. Propomos que professor e alunos adotem um peixe betta, utilizando um pequeno aquário, e cuidem do animal na sala de aula, para que o observem. Como esse peixe é bem pequeno, ele poderá ser facilmente cuidado pela EXEMPLIFICANDO! 150 UNIUBE turma de alunos, assim, além de conhecerem melhor acerca da temática, eles terão a oportunidade de cuidar de um ser vivo, desenvolvendo habilidades altruístas. O professor poderá iniciar as discussões solicitando aos alunos que citem o nome de peixes que conhecem. Depois, pode propor que anotem todas as observações durante o estudo das características desses animais. É imprescindível que os alunos consigam identificar algumas delas no peixe que está sendo observado no aquário, registrando-as no caderno. Os peixes podem apresentar estrutura cartilaginosa ou óssea.O docente deve explicar que a cartilagem é uma estrutura mais leve que o osso de cor branca ou acinzentada, como a cartilagem das nossas orelhas. Podemos citar, como exemplo de peixes que possuem cartilagem, o tubarão e as raias. Essas espécies vivem nos mares, em águas profundas. Os peixes ósseos são mais numerosos e podem viver em rios, lagoas e mares. As nadadeiras são caraterísticas comuns nos peixes. Elas são importantes para sua locomoção no ambiente aquático e possibilitam que os peixes locomovam-se para frente, para cima e para baixo e que parem rapidamente e acelerem a sua locomoção. UNIUBE 151 Figura 28: Acanthopagrus butcheri. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Observe as nadadeiras na Figura 28: Segundo Baratella (2012), os peixes, como todos os vertebrados, possuem órgãos dos sentidos. Além desses órgãos, eles possuem um órgão específico, que é a linha lateral, que serve para orientação na água. Possuem células que são capazes de captar as mudanças de pressão e as vibrações de baixa frequência da água do ambiente em que estão e, dessa forma, eles poderão perceber a aproximação de uma presa ou de um predador. Os peixes ósseos dispõem de bexiga natatória, ou seja, uma bolsa com gases, que tem a função de fazer com que eles flutuem. Essas bolsas controlam a densidade do corpo dos peixes. Quando eles se aproximam da superfície da água, os gases que estão no sangue passam para a bexiga natatória, enchendo e diminuindo a densidade corporal desses peixes, adequando-os a pequenas profundidades. O inverso acontece quando os peixes se deslocam para lugares mais profundos, os gases que estão na bexiga natatória passam para o sangue, aumentando a densidade corporal (AMABIS; MARTHO, 2002). 152 UNIUBE Quanto à alimentação dos peixes, alguns são carnívoros e outros são herbívoros. Eles possuem tubo digestório completo com pâncreas e fígado. Nos peixes ósseos esse tubo termina no ânus. Já nos peixes cartilaginosos, o tubo digestório termina em uma única abertura, que funciona como órgão excretor e reprodutor. Essa abertura é chamada de cloaca. Tais conteúdos são complexos para as crianças, por isso o professor deve usar sua criatividade para realizar uma tradução didática, usando exemplos, comparações, isto é, recursos diversos que possibilitem a compreensão dos aprendizes!!! Sobre a reprodução dos peixes, ela varia de acordo com a forma como os filhotes nascem. Podendo ser: • ovíparos: a fêmea põe os ovos e os filhotes se desenvolvem fora do corpo da mãe. • vivíparos: a fêmea não põe ovos e os filhotes se desenvolvem dentro do corpo da mãe. • ovovivíparos: é quando os filhotes se desenvolvem dentro do ovo e esse ovo fica guardado dentro do corpo da mãe até o nascimento. Para possibilitar a construção de conhecimentos pelo aluno acerca desse tema, o professor pode propor a seguinte atividade prática. O professor pode promover uma “Sessão Cinema”, solicitando, previamente, aos alunos que tragam pipoca e suco para sala de aula e, então, oportunizar que assistam a filmes infantis, cujos personagens são do universo aquático. Sugerimos um dos filmes a seguir: • Procurando Nemo EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 153 • A Pequena Sereia • Peixonauta, O Filme entre outros. Depois de assistirem ao filme, o docente deve instigar e mediar as discussões acerca da história, das características de cada personagem, o que puderam identificar nos peixes após o estudo feito. Pode, inclusive, propor aos alunos que escrevam uma resenha do filme no caderno para socializar com a turma, posteriormente. 3.6.3 Animais invertebrados Para iniciar esse estudo, o professor poderá propor a seguinte atividade. O docente deve mostrar a imagem de um animal invertebrado, por exemplo, uma borboleta ou outro animal. Posteriormente, deve perguntar aos alunos: “O animal “X” tem coluna vertebral? Em seguida, após observação dos alunos, eles devem construir em consenso o conceito de animais invertebrados. EXEMPLIFICANDO! Os animais invertebrados são aqueles que não possuem coluna vertebral nem crânio em sua estrutura. Normalmente o corpo desses animais é mole. Porém, o grupo dos artrópodes possuem exoesqueleto, ou seja, esqueleto externo que serve para proteger os órgãos internos e serve de suporte para os músculos do animal. São animais invertebrados: besouro, minhoca, borboleta, caracol, lesma, água-viva, as esponjas-do-mar, escorpião, os vermes, entre outros. Eles podem viver em diversos lugares, em terra firme e na água, em lugares muito frios e muito quentes. Mediante isso, a maioria 154 UNIUBE dos animais, que existem em nosso planeta, são invertebrados. Esse grupo pode ser dividido em: celenterados ou cnidários, platelmintos, nematelmintos, poríferos, moluscos, equinodermos, artrópodes e anelídeos. 3.6.3.1 Os poríferos Esses animais vivem apenas na água, fixos nas rochas mais rasas e nas rochas encontradas em grandes profundidades. São encontrados, também, em objetos submersos. O corpo desses animais não possui tecido e nem órgãos, ele é formado por fibras. Podem formar colônias de cores variadas. A alimentação desses animais baseia-se em restos orgânicos e em micro-organismos que encontram. Ao se alimentarem, filtram a água, pois ela passa pelo seu organismo, que é formado por poros. Um exemplo de animal porífero é a esponja-do-mar. O professor pode indagar os alunos acerca do personagem de um desenho infantil que vive no fundo do oceano e é uma esponja-do-mar – o Bob Esponja. Ao levantarem hipóteses, espera-se que os alunos se lembrem do personagem. Mas, vale destacar que, no desenho animado, o Bob Esponja tem características e habilidades que uma esponja-do-mar real não teria. Seria interessante propor aos aprendizes que eles elenquem tais características e realizem comparações com as características de esponja-do-mar real. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 155 3.6.3.2 Os celenterados ou cnidários Fazem parte desse grupo as águas-vivas, as hidras, as anêmonas-do- mar e os corais. Esses animais destacam-se pela beleza de suas cores e por terem o corpo simetricamente dividido, ou seja, terem o corpo dividido em partes iguais. 3.6.3.3 Os platelmintos São vermes que possuem o corpo mole e achatado e que podem apresentar diferenciações quanto à sua adaptação ao meio ambiente. Uns podem ser de vida livre encontrados na água. Os vermes encontrados na água são pequenos e medem poucos centímetros. Os vermes maiores, também de vida livre, podem ser encontrados em terra úmida, como as planárias (Figura 34), esquistossomos e a tênia. Os esquistossomos são parasitas causadores da esquistossomose ou barriga d’água. Eles alojam-se nos caramujos que vivem em águas paradas. O contato com essa água provoca a contaminação por meio da pele provocando vermelhidão e prurido. Se não procurar um médico para tratar, a doença pode se agravar comprometendo o fígado e levando à morte. A Taenia solium ou Taenia saginata, popularmente chamada de Tênia, é um verme parasita que fica no tubo digestivo. Ele é muito conhecido como solitária, porque vive sozinho no intestino. Esse verme é hermafrodita, ou seja, realiza autofecundação e libera seus ovos nas fezes. Observe o ciclo evolutivo da Taenia solium (Figura 29): 156 UNIUBE Figura 29: Ciclo evolutivo da Taenia solium. Fonte: Acervo EAD-Uniube. O ciclo evolutivo da Taenia (Figura 29) ocorre da seguinte forma. O homem que possui essa verminose tem alojada em seu intestino a Taenia solium ou Taenia saginata em seu estado adulto. Os ovos desse verme são eliminados junto às fezes. Os animais que se alimentam de fezes, chamados de coprófagos, como o porco, ingerem esses ovos, que, quando já estão no intestino do porco, perfuram a parede do intestino e vão para a corrente sanguínea, alojando-se nos tecidos (na carne). Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou mal cozida, ingere os ovos da Taenia, que acaba se alojando no intestino do indivíduo.Se o homem não se tratar, o ciclo se repete e acaba contaminando mais pessoas. A tênia pode medir aproximadamente quinze metros, podendo ser encontrada na carne de boi (Taenia suginata) e na carne de porco (Taenia solium). A contaminação se faz pela ingestão de carne crua ou mal passada, visto que ela pode estar contaminada. UNIUBE 157 3.6.3.4 Os nematelmintos São vermes de corpo cilíndrico e afilado (fino) nas extremidades. Alguns são de vida livre e podem ser encontrados na água e na terra. Podem ser herbívoros ou carnívoros. O ancilóstomo, as lombrigas, a filaria (verme da elefantíase) e o oxiúro são exemplos de nematelmintos. Esses vermes podem variar de tamanho. Para compreender melhor o que é a elefantíase, sugiro o vídeo Filariose ou Elefantíase, de Vanessa Araújo, categoria Ciência e tecnologia de 24 jul. 2016. Para isso, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=yKkF8RMk9Es O vídeo explica de forma simples o que é a elefantíase, como ela é transmitida e as prevenções que devem ser adotadas para se prevenir a doença. PESQUISANDO NA WEB 3.6.3.5 Os Anelídeos São exemplos de anelídeo a minhoca e a sanguessuga. O corpo dos anelídeos é dividido em anéis. Possuem aproximadamente quinze mil espécies e podem ser encontradas em água doce, nos mares e em terra úmida. Eles podem ser de vida livre como é o caso da minhoca ou parasita como a sanguessuga. 3.6.3.6 Os Moluscos Os moluscos constituem-se em mais de 150 mil espécies, algumas muito conhecidas, como as ostras, os caramujos, as lesmas, as lulas, 158 UNIUBE os polvos, entre outros. Eles podem ser encontrados em água doce, no mar e em terra. Os moluscos como as ostras, as lulas e os polvos vivem no mar e estão entre os mais rápidos e maiores invertebrados. Entre os moluscos temos o grupo dos cefalópodes e gastrópodes. Os cefalópodes são animais marinhos. Eles são animais carnívoros e, ao se deslocarem de um lugar para outro, expelem (jogam) jato de água, que sai dos tentáculos, que apresentam ventosas que ficam presas na cabeça. O polvo e a lula são exemplos de cefalópodes. A diferença entre a lula e o polvo é que a lula tem dez tentáculos e o polvo tem oito. Os gastrópodes são animais encontrados na água e na terra. Como exemplos de gastrópodes temos os caramujos (aquáticos), os caracóis (geralmente terrestres) e as lesmas. Os caracóis possuem concha como os caramujos, porém, a sua concha é mais fina, no entanto a lesma é desprovida de concha. Na cabeça, esses animais possuem tentáculos entre os olhos. Na região do ventre fica localizado o pé, que os impulsiona para a locomoção. A respiração dos gastrópodes aquáticos é branquial e dos terrestres é pulmonar. 3.6.3.7 Os artrópodes A principal característica dos artrópodes são as suas patas articuladas. As estruturas das patas fazem com que esses animais possam se movimentar de diversas formas. Além da locomoção, as patas articuladas auxiliam na captura de alimentos e na defesa desses animais. Eles possuem esqueleto externo, ou seja, exoesqueleto. UNIUBE 159 Como podemos ver, na imagem anterior, a formiga está utilizando as patas para carregar o seu alimento. Isso é muito comum em nosso dia a dia. O grupo dos artrópodes pode ser dividido, considerando a divisão do corpo e o número de patas. Dessa forma, temos: Crustáceos: podemos encontrar esses animais nos mares (camarão, lagosta, siri, caranguejo), em água doce e na terra (tatuzinho de jardim). O corpo dos crustáceos é dividido em cabeça e tórax juntos, sem separação, e abdome. Eles possuem cinco pares de patas e duas antenas. Veja, na Figura 30, a estrutura de uma lagosta: Figura 30: Lagosta – Cefalotórax. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Aracnídeos: não possuem antenas e nem mandíbulas. Seu corpo é formado por cabeça e tórax juntos (cefalotórax), abdome, quatro pares de pernas ligadas no cefalotórax e apêndices sensoriais chamados de pente localizados no pré-abdômen. São exemplos de aracnídeos (Figura 31), o escorpião, as aranhas, os ácaros e os carrapatos. 160 UNIUBE Figura 31: Aranha – Cefalotórax. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Quilópodes: no corpo desses aninais, o esqueleto não é calcificado e os segmentos do seu corpo não são juntos. O par de pernas localizado no primeiro segmento é modificado em presas venenosas, que alojam o veneno desses animais. A sua locomoção é feita em ziguezague, considerando que as suas pernas estão muito próximas do chão. Gostam de ficar em lugares escuros e úmidos, por exemplo, embaixo de pedras, madeiras e entulhos. São exemplos de quilópodes: lacraia, centopeias e geofilomorfos. Diplópodes: esse grupo vive na terra, em lugares escuros e úmidos. A sua locomoção é lenta. O seu corpo é dividido em três segmentos: cabeça, tórax e abdome segmentado. Possuem um par de antenas e pelos táteis. O seu corpo tem o formato cilíndrico, como é o caso do piolho de cobra. Insetos: a estrutura dos insetos é formada por asas, cabeça, tórax, abdome e três pares de pernas. Os insetos apresentam uma grande variedade de espécies. Algumas delas são muito conhecidas, como: borboletas, mosquitos, besouros, abelhas, moscas, gafanhoto, entre outros. UNIUBE 161 O professor e alunos poderão visitar um jardim e observar os animais invertebrados que encontrarem. Em seguida, eles deverão escrever o nome dos animais encontrados, analisando suas características e classificando-os. EXEMPLIFICANDO! 3.6.3.8 Os equinodermos São animais marinhos que possuem tentáculos flexíveis que partem do corpo. Os equinodermos, para se locomover, utilizam a água do mar, que circula por canais em seu corpo e sai pelos pequenos tubos musculares que se projetam para fora do corpo, agindo como se fossem pés. Além da locomoção, esse sistema auxilia na respiração, circulação e excreção do animal. A estrela-do-mar e o pepino-do-mar são exemplos de animais equinodermos. Baratella (2012) descreve que a estrela do mar possui a capacidade de regeneração. Se ela tiver um dos seus braços cortado, depois de um tempo, nascerá outro no mesmo lugar. CURIOSIDADE O processo respiratório dos animais equinodermos é realizado por brânquias ou pela superfície fina dos tentáculos. Cadeia alimentar3.7 Antes de iniciar nossos estudos, temos que entender o que é cadeia alimentar! Para possibilitar a construção desses conhecimentos pelo aluno, o professor pode propor a seguinte atividade prática. 162 UNIUBE A cadeia alimentar é uma sequência que liga organismos através das relações de alimentação. Essa cadeia é formada por produtores, consumidores e decompositores. (SOUZA, 2018, p.1). Na cadeia alimentar, os seres vivos se alimentam de outros seres vivos. Nesse momento, o professor pode questionar aos alunos sobre a sequência hierárquica, perguntando sobre “quem se alimenta de quem?” Na cadeia alimentar, os seres vivos são classificados de acordo com suas formas de alimentação. Vejamos a representação de uma cadeia alimentar na figura a seguir: Figura 32: Cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Nessa cadeia, na base, nós temos os seres que são produtores, ou seja, que produzem seu próprio alimento. Esses seres são chamados de AUTÓTROFOS e são eles que iniciam a cadeia alimentar. Esses seres são representados pelas plantas, algas azuis e verdes. Observe os produtores (Figura 33): UNIUBE 163 Figura 33: Produtores. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Mas, como os seres autótrofos produzem seu próprio alimento? Por meio da fotossíntese, que é realizada pelas plantas. A fotossintese, termo que significa “síntese utilizando a luz”, é geralmente definida como o processo em que a energia solar é capturada e transformada em energia química. Por meio dela, muitos organismos autotróficos conseguem sintetizar material orgânico, ou seja, produzir seu próprio alimento. (SANTOS, 2018, p.1). Observe a Figura 34 a seguir: Figura 34: Fotossíntese. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Além dos seres produtores, nós temos os seres que são consumidores,ou seja, não são capazes de produzir seu próprio alimento. Eles precisam caçar para procurar seu alimento. Esses indivíduos são chamados 164 UNIUBE de HETERÓTROFOS, que são: todos os animais e os fungos. Nesta classificação vamos incluir os animais herbívoros, carnívoros e os decompositores. Podemos ordenar esses indivíduos, que não são produtores, em: • Consumidor primário: é o indivíduo que se alimenta do produtor. São todos os animais herbívoros, ou seja, que se alimentam de plantas (Figura 35). Figura 35: Consumidores primários da cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. • Consumidor secundário: alimenta-se dos consumidores primários, assim, podemos dizer que eles são carnívoros. Por exemplo: a cobra que se alimenta do rato (Figura 36). Figura 36: Consumidores secundários da cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 165 • Consumidor terciário: alimenta-se do consumidor secundário e é também um animal carnívoro (Figura 37). A partir do consumidor secundário, todos os outros consumidores serão carnívoros. Figura 37: Consumidor terciário da cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. • Decompositores: os decompositores são seres microscópicos que se alimentam de matéria morta, como: fungos e bactérias. Eles são muito importantes para a cadeia alimentar, porque são eles que irão fazer a reciclagem da matéria orgânica. Essa reciclagem consiste na transformação da matéria orgânica, retirada do solo (restos de animais mortos), para transformá-la em outros compostos, que acabam voltando para a cadeia alimentar. Por exemplo, as proteínas, os carboidratos, que quando decompostos irão se transformar em outras substâncias. 3.7.1 A energia na cadeia alimentar O professor pode iniciar a discussão perguntando aos alunos (Figura 38) o que é energia na cadeia alimentar? 166 UNIUBE Figura 38: Aluna questionando. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Assim, após a mediação das discussões, ele poderia elucidar que nós retiramos do alimento a energia que precisamos para sobreviver. No caso da cadeia alimentar representada a seguir, temos o coelho, que se alimenta de capim (vegetal), e, com essa ação, ele está retirando a energia do capim. Vejamos o esquema (Figura 39): Figura 39: Passagem de energia na cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Analisando a Figura 39, temos as setas que apontam a direção da energia dentro da cadeia alimentar. O fluxo dessa energia na cadeia alimentar é unidirecional, ou seja, essa energia segue em uma única direção. Isso significa que ela passa de um animal para outro. Nesse processo, não há volta ou aumento de energia no meio do “caminho”. O UNIUBE 167 que isso quer dizer? A energia consumida pelo coelho não volta para o capim, para o produtor. Esse fluxo de energia cada vez que é repassado de um animal para outro vai diminuindo. Para entender como ocorre essa diminuição de energia de um indivíduo para o outro, vamos estudar uma outra classificação, NÍVEL TRÓFICO - NT. O nível trófico é a ordem em que o indivíduo aparece na cadeia alimentar. Veja o esquema novamente (Figura 40). Figura 40: Passagem de energia na cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Observe os passos do processo: 1. O produtor tem muita energia, o consumidor primário pegará um pouco da energia do produtor. 2. O consumidor secundário pegará uma quantidade menor de energia do consumidor primário. 3. O consumidor terciário pegará uma quantidade menor de energia do consumidor secundário. Veja, na Figura 41, o esquema de distribuição de energia no processo: 168 UNIUBE Figura 41: Distribuição de energia na cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Nessa lógica, quem tem mais energia é O PRODUTOR. Dos consumidores, quem tem mais energia é o consumidor primário e o que tem menos energia é o último da cadeia alimentar. Neste momento, o professor pode questionar os alunos sobre por que isso acontece, mediando as discussões. Depois, pode iniciar as análises, considerando, primeiramente, o produtor. Para sobreviver, os vegetais precisam de energia e para isso eles produzem, por meio da fotossíntese, seu próprio alimento. Assim, o vegetal produz energia suficiente para sua sobrevivência. Quando o coelho se alimenta do vegetal, ele pega apenas uma parte dessa energia. No processo hierárquico da cadeia alimentar, cada animal que se alimenta de outro animal vai consumindo uma quantidade cada vez menor de energia. Para possibilitar a construção desses conhecimentos pelo aluno, o professor pode propor a seguinte atividade prática. UNIUBE 169 Cadeia alimentar A atividade deverá ser realizada durante os estudos sobre a cadeia alimentar. • Materiais Quatro rolos de barbante ou novelo de lã Fichas com os nomes ou imagens de diferentes animais encontrados na natureza Quatro fichas ou imagens de representantes de produtores • Como proceder? Organizar os alunos em um círculo. O professor deve posicionar-se dentro do círculo. Em seguida, irá escolher quatro alunos para representar os produtores. Cada um desses alunos receberá, além da foto ou placa com o nome do produtor, um rolo de barbante. Quem está com o barbante irá escolher uma pessoa do círculo para entregar o rolo. O aluno escolhido escolherá um componente da natureza (ficha ou imagem) que se relaciona com o consumidor anterior na cadeia. Isso será realizado com todos os alunos e, no final, se formará uma teia com o barbante (Figura 42), simulando uma teia alimentar e um ecossistema. EXEMPLIFICANDO! Figura 42: Teia da cadeia alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 170 UNIUBE O professor deverá escolher um aluno a ser retirado do círculo. Esse aluno não poderá soltar o cordão ou barbante e, com isso, ao sair irá arrastar outros alunos que estão segurando o barbante. Iniciar uma discussão sobre a interdependência dos componentes da natureza, enfatizando o efeito negativo da interferência humana nos ecossistemas, quando agredimos o meio ambiente. Essa atividade deverá ser realizada em espaços livres e as análises e conclusões deverão ser registradas no caderno. (GONÇALVES, 2013). Considerações finais3.8 Ao longo do capítulo, conhecemos um pouco dos conteúdos propostos para o terceiro e quarto ano do Ensino Fundamental, com base na proposta da BNCC. Vimos que se trata de conteúdos de fácil compreensão e que necessitam ser pesquisados para serem aprofundados e utilizados em sala de aula. Esses conteúdos podem e devem ser articulados com a realidade dos alunos e da escola, promovendo a discussão com os estudantes, com base nos conhecimentos adquiridos. Referências AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo: Moderna, 2002. V. 2. ______. Conceitos de Biologia. São Paulo: Moderna, 2002. V. 3. ARMSTRONG. Diane Lucia de Paula; BARBOSA, Liane Maria Vargas. Metodologia do ensino de ciências biológicas e da natureza. Curitiba: Inersaberes. 2012. Série Metodológica. UNIUBE 171 ARAÚJO, Vanessa. Filariose ou Elefantíase. Ciência e tecnologia. 24 jul. 2016. Disponível em: <http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_vertebrados_ mamiferos.htm>. Acesso em: Acesso em: 18 de jul. 2018. BARATELLA, Ricardo et al. Conteúdos e procedimentos didático-metodológicos para os anos iniciais do Ensino Fundamental, vol. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. BARNES, Robert D; RUPPERT, Edward E. Zoologia dos invertebrados. 7 ed. São Paulo: Roca, 2005. CRUZ, Daniel. Os seres vivos. 2 ed. São PAULO: Ática, 2004. BRASIL, Escola. Fotossíntese. Disponível em: > Acesso em: 25 jan. 2018. ______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Segunda versão revista. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em: 02 set. 2017. CHAVES, Fátima Garcia et al. Conteúdos e procedimentos didático- metodológicos para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Vol. 02. São Paulo: Pearson Education doBrasil, 2012. COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Ciências: conteúdos essenciais para o ensino Fundamental de 1ª a 4ª série. São Paulo: Ática, 2002. CURIOSIDADES que talvez você não saiba sobre as minhocas. Disponível em: <https://www.fatosdesconhecidos.com.br/5-curiosidades-que-talvez-voce-nao- saiba-sob>. Acesso em: 10 nov. 2017. DINELLO, R. Os jogos e as ludotecas. Santa Maria: Pallotti, 2004 ESCOLA Kids. Pontos Cardeais. Disponível em: <http://escolakids.uol.com.br/ pontos-cardeais.htm>. Acesso em: 07.dez. 2017. ESPINOZA, Ana Maria. Ciências na escola: novas perspectivas para a formação de alunos. 1ª ed. São Paulo: Ática. 2010. 172 UNIUBE FARIAS, Rafaela de Araújo. Experimento de Torricelli. 01 de mar. 2015. Disponível em: <https://profes.com.br/Rafaela.a.f/blog/experimento-de-torricelli>. Acesso em: 16 mai. 2018. GASPAR, Alberto. Experiências para o ensino fundamental. São Paulo: Ática, 2005. GEWANDSZNAJDER, Fernando. A vida na Terra. 2 ed. São Paulo: Ática, 2002. GLOBO Play. Disponível em: <http://g1.globo.com/pernambuco/nordeste-viver-e- preservar/videos/t/edicoes/v/1-bloco-a-erosao-e-problema-que-ameaca-o-solo-do- nordeste/2052017>. Acesso em: 01 ago. 2018. GONÇALVES, Vanessa Fonseca. Cadeia e teias alimentares: interferência humana. Portal do professor. 19 jun. 2013. Disponível em: http://portaldoprofessor. mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=49697. Acesso em: 21 dez.2018. GOWDSK, Demétrio; MARTINS, Eduardo. Coleção Ciências, novo pensar, São Paulo: FDT, 2002. INFOESCOLA. Cadeia alimentar – Ecologia. Disponível em: https://www.infoescola. com/biologia/cadeia-alimentar/. Acesso em: 02 fev. 2018. REIS, Nélio Roberto dos et al. Mamíferos - características, o que são, foto de animais mamíferos Disponível em: ttps://www.todabiologia.com/zoologia/animais_ mamiferos.htm. Acesso em: 21 nov. 2017. MD.Saúde. AMEBA (Entamoeba histolytica) - Sintomas e Tratamento. Disponível em: https://www.mdsaude.com/2013/08/ameba-entamoeba-histolytica.html. Acesso em: 03 jan. 2018. NIGRO, Rogério G. Ciências. São Paulo: Ática, 2015. ORR, Robert T. Biologia dos vertebrados. 5 ed. São Paulo: Roca, 1999. PARADISE. WIND SURF. Disponível em: <http://inparadise.com.br/kite-surf-e-wind- surf-esportes- vento/>. Acesso em: 10 nov. 2017. PESSOA, Karina Alessandra; FAVALLI, Leonel Favalli. Escola é nossa. São Paulo: Scipione, 2011. UNIUBE 173 PLANETABIO. Disponível em: <http://www.planetabio.com/planetabio.html>. Acesso em: 01 ago. 2018. PORTAL BRASIL. Disponível em: <http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_ vertebrados_mamiferos.htm>. Acesso em: 18 de jul. 2018. UFSM, Base de dados do Portal Brasil. "Os seres vivos". Disponível em: www.portal brasil.net/educacao_seresvivos_vertebrados_mamiferos.htm. Acesso em: 24 jan. 2018. SANTOS, Marco Aurélio da Silva. "Luz"; Brasil Escola. Disponível em <https:// brasilescola.uol.com.br/fisica/luz.htm>. Acesso em: 16 julh. 2018a. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Fotossíntese; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/fotossintese.htm>. Acesso em: 24 de julho de 2018. SÓ Biologia. O ar. Disponível em: <https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ar/>. Acesso em: 18 dez. 2017. ______. Flagelados, Ciliados, Esporozoários. Virtuos Tecnologia da Informação, 2008. Disponível em: <https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/bioprotista3.php>. Acesso em: 18 jul. 2018. ______. Tipos de células. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2018 Disponível em: Internetem https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/ Caracteristicasgerais1.php. Acesso em: 18 de julh. 2018. SOUZA, Yara Lais. Cadeia Alimentar. Ecologia. Info Escola. 2006. Disponível em: <http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_vertebrados_mamiferos.htm>). Acesso em: Acesso em: 18 de jul. 2018. Introdução Os conteúdos de Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental – 5º ano Capítulo 4 Neste capítulo, trataremos da construção de conceitos estudados no quinto ano do Ensino Fundamental. Serão estudadas as propriedades físicas da água, o ciclo hidrológico, a nutrição do organismo, os hábitos alimentares e a integração entre os sistemas digestório, respiratório e circulatório. A linguagem usada na descrição dos conceitos científi cos é clara e objetiva. Além dos conceitos, no decorrer das leituras, serão apresentadas sugestões de atividades práticas. Segundo a Base Comum Curricular Nacional, Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com uma série de objetos, materiais e fenômenos em sua vivência diária e na relação com o entorno. Tais experiências são o ponto de partida para possibilitar a construção das primeiras noções sobre os materiais, seus usos e suas propriedades, bem como sobre suas interações com luz, som, calor, eletricidade e umidade, entre outros elementos. (BRASIL, 2017, p. 323). Dessa forma, buscaremos redescobrir o processo de ensino aprendizagem a partir da inter-relação estabelecida entre o leitor 176 UNIUBE 4.1 Propriedades físicas da água 4.1.1 Estado sólido 4.1.2 Estado líquido Esquema Ao final do estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: • possibilitar a construção de conhecimentos sobre as mudanças de estado físico da água; • promover a elaboração de argumentos que justifiquem a importância da preservação e conservação da água na natureza; • mediar propostas coletivas para um consumo mais consciente, descarte adequado e ampliação de hábitos de reciclagem de materiais consumidos; • explicar como se processa a digestão e os órgãos do sistema digestório; • demonstrar como se processa a circulação do sangue no corpo e os órgãos do sistema circulatório; • mostrar como se processa a circulação do sangue no corpo e nos órgãos do sistema circulatório; • explicar a relação entre o funcionamento sistema circulatório, distribuição dos nutrientes pelo organismo e a eliminação dos resíduos produzidos; • aplicar metodologias para o ensino-aprendizagem desses conhecimentos. Objetivos e o texto, com vistas à construção de aprendizagens sólidas, para que conhecimentos possam ser multiplicados. UNIUBE 177 4.1.3 Estado gasoso 4.1.4 A água como solvente 4.2 Separação de materiais da água 4.2.1 Evaporação 4.2.2 Filtração 4.2.3 Decantação 4.3 Ciclo hidrológico 4.4 Consumo consciente da água 4.5 Reciclagem 4.5.1 Coleta seletiva e reciclagem de materiais 4.6 Nutrição do organismo 4.6.1 As funções dos nutrientes no organismo 4.6.2 Os alimentos 4.6.3 Hábitos alimentares 4.7 Integração entre os sistemas digestório, respiratório e circulatório 4.7.1 Sistema digestório 4.7.2 Sistema respiratório 4.7.3 Sistema circulatório 4.8 Considerações finais Propriedades físicas da água4.1 Grande parte da água encontrada no planeta está na fase líquida! Em consequência das mudanças de temperatura no planeta, a água pode passar de um estado físico para o outro. Estes estados físicos são: sólido, líquido e gasoso. 178 UNIUBE A água é indispensável à vida dos seres vivos no planeta. Uma das caraterísticas da água é a possibilidade de encontrá-la em três estados em nosso ambiente: líquido, sólido e gasoso. 4.1.1 Estado sólido Os materiais, quando estão no estado sólido, têm forma definida, que depende do recipiente em que estão. Se não existisse água no estado sólido não teríamos as geleiras e a neve. A existência da água sólida é responsável pelo clima no planeta, adequado à vida da forma como a conhecemos. Para possibilitar a construção desse conhecimento pelo aluno, o professor pode propor a seguinte atividade prática. Ao iniciar as discussões, o professor pode mostrar um pequeno exemplo articulado à realidade dos aprendizes. Pode questioná-los se já perceberam as nuvens e as fumaças brancas que saem das chaleiras com água fervente ou durante o banho quente. Depois de mediar o levantamento de hipótese sobre por que isso ocorre e mediar as discussões, pode mostrar que estes são exemplos de vapor de água.Na realidade, esses fenômenos são exemplos de água líquida sob a forma de minúsculas gotículas de água em suspensão no ar. O vapor de água é invisível como o ar que respiramos. Podemos visualizá-lo, apenas, por meio de uma névoa ou fumaça. Por exemplo, quando a água ferve na chaleira e exala uma fumaça. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 179 Para comprovar a passagem da água do estado líquido para o estado sólido, o professor pode propor aos aprendizes colocarem água no congelador em forminhas ou copinhos de plástico, aguardarem aproximadamente quatro horas e verificarem o que ocorreu. EXEMPLIFICANDO! 4.1.2 Estado líquido A água, quando está no estado líquido, não tem forma definida. Ela muda de formato conforme o recipiente em que se encontra. Há diferenças entre os líquidos, no caso da água, ela escorre mais facilmente; no caso do mel, ele é líquido, porém não escorre tão facilmente quanto a água. Podemos encontrar água no estado líquido nos lagos, nos rios, nas nuvens etc. Para possibilitar a experiência que comprova a passagem da água do estado sólido para o estado líquido, o professor deve, apenas, solicitar que as crianças retirem o gelo do congelador e o coloquem fora da geladeira. Elas irão perceber o gelo derretendo, ou seja, a água voltando para o estado líquido. EXEMPLIFICANDO! 4.1.3 Estado gasoso No estado gasoso, a água é invisível aos nossos olhos. Nesse estado, ela é responsável pela umidade do ar. Também, nesse estado, todos 180 UNIUBE os materiais adquirem o formato do recipiente em que se encontram, preenchendo-o completamente. Um exemplo de água no estado gasoso é o ar que respiramos, uma vez que ele tem gotinhas de água. Atualmente, a quantidade de umidade do ar é caso de alerta, pois, sem ela, não conseguiríamos sobreviver por muito tempo. Buscando despertar o interesse dos alunos sobre a importância de respirar ar puro, sem poeira e sem fumaça, o professor poderá propor que assistam ao vídeo “Saiba a importância do ar puro para sua saúde”, publicado pelo site Viver Saudável. Para isso, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=wU0kjWvd5Xc Esse vídeo ilustra a realidade do ar na cidade e o ar puro dos campos. EXEMPLIFICANDO! 4.1.4 A água como solvente Para iniciar essa temática, orientamos a realização de uma atividade prática, para ser desenvolvida com os aprendizes. O professor pode orientar a seguinte experiência. Primeiramente, providenciar dois copos; um com água e açúcar e o outro com água e óleo (Figura 1). Com uma colher, deve mexer bem o conteúdo dos dois copos. Em seguida, deixar os copos em repouso por alguns minutos. EXEMPLIFICANDO! UNIUBE 181 Figura 1: Copos: água e açúcar – água e óleo. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Os alunos deverão explicar o que aconteceu com o conteúdo dos dois copos. Após as discussões acerca da experiência, o professor deve explicar que a água é capaz de dissolver várias substâncias. Mediante isso, ela é chamada de solvente universal. Como vimos na atividade acima, a água dissolveu o açúcar, mas não foi possível dissolver o óleo. Sabe por quê? A água é formada por moléculas, da mesma forma que o óleo, porém as moléculas de uma determinada substância ficam unidas umas às outras, quando entram em contato com as moléculas de uma substância diferente, elas podem romper as ligações que as unem e formarem outras moléculas (água com açúcar), porém elas podem não romper a ligação, permanecendo como duas moléculas diferentes, que é o caso da água e do óleo. No exemplo da água e do óleo, as ligações das moléculas da água são mais fortes do que as ligações que existiriam entre uma molécula de água e uma molécula de óleo. Dessa forma, as duas substâncias não se misturam, diferente da água com açúcar. Outro exemplo em que não é possível a mistura é o caso da água com o pó de café ou da água com a terra. 182 UNIUBE Separação de materiais da água4.2 Existem três técnicas que permitem separar alguns materiais que foram misturados com a água, que são evaporação, filtração e decantação. 4.2.1 Evaporação Para iniciar essa discussão, o professor pode perguntar aos alunos: de onde vem o sal que chega à nossa casa? Quem saberia explicar? Após o levantamento de hipóteses dos aprendizes e a mediação da discussão, o professor pode continuar a explicação, mostrando que se analisarmos a água do mar, veremos que ela é salgada. O sal que chega à nossa casa vem da água do mar. Depois, o docente pode lançar outro questionamento aos alunos: como separar o sal da água? A água salgada é armazenada em tanques e, com o calor do sol, ela evapora, restando apenas o material sólido, nesse caso, o sal. O importante é que o docente leve os aprendizes a refletirem sobre os fenômenos ocorridos. 4.2.2 Filtração O ato de filtrar significa coar, ou seja, separar a parte líquida da sólida. É o processo que retira as impurezas da água. Por exemplo, quando coamos o café, a água passa pelo coador, que representa o filtro, e o pó do café fica retido dentro do filtro. Isso vale também para os filtros usados para purificar a água que bebemos. A água passa por um filtro poroso, geralmente, formado de areia fina, areia grossa e pedriscos. A passagem da água por esse material filtrante remove as impurezas contidas nela. UNIUBE 183 Construção de um filtro caseiro O professor poderá construir, junto aos alunos, um filtro caseiro e verificar como ocorre a filtração da água. • Materiais: Vasilhame de plástico transparente com tampa Areia fina Areia grossa Pedrisco Pedaço de canudo de aproximadamente 10 cm • Como proceder? O professor deve orientar os alunos a realizarem o seguinte: • Na lateral do vasilhame, a aproximadamente 1,5 cm acima do fundo, faça um orifício e encaixe o canudo. • Vede as laterais do canudo no vasilhame. • Meça, debaixo para cima, 8 cm e coloque o pedrisco nesse local. • Logo acima do pedrisco, meça 5 cm e coloque a areia grossa. • Por último, coloque 50 cm de areia fina. • Depois das camadas prontas, cubra o vasilhame com água suja. • Tampe o vasilhame e espere a água filtrar. EXEMPLIFICANDO! 184 UNIUBE Observe a Figura 2 a seguir: Figura 2: Filtro caseiro. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 4.2.3 Decantação A decantação é um processo de separação de misturas homogêneas (iguais), líquidos mais sólidos e líquidos imiscíveis (líquidos que não se misturam). Nessa técnica, a mistura é deixada em repouso e, após certo tempo, parte do material sólido ficará depositado no fundo do recipiente (Figura 3) ou flutuará na água, dependendo da sua densidade. UNIUBE 185 Figura 3: Decantação. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Por exemplo, se misturarmos água, areia e serragem, quando a mistura estiver em repouso, a areia, que é mais densa, irá para o fundo do recipiente e a serragem, por ser mais leve, flutuará na água. A técnica de decantação é utilizada nos reservatórios de água, na limpeza de piscinas. Entretanto, nesses casos, utilizam-se produtos específicos, como sulfato de alumínio, para decantar as impurezas da água. Ciclo hidrológico4.3 A água no ambiente não fica parada no mesmo lugar, ela se movimenta o tempo todo, basta observar o movimento da água no mar e nos rios e, como vimos anteriormente, ela muda de estado físico. 186 UNIUBE Observe a Figura 4 a seguir: Figura 4: Ciclo da água no ambiente natural. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Vejamos como essas mudanças acontecem no planeta: a água no estado líquido que está no ambiente evapora e se transforma em gasosa, misturando-se no ar. O calor do Sol que chega até o mar, aos rios e aos lagos faz com que a água, que está no estado líquido, passe para o estado gasoso. Esse vapor de água movimenta-se e, ao alcançar as regiões frias da atmosfera, faz com que esse vapor se transforme em pequenas gotas de água no estado líquido ou em cristais de gelo, que formam as nuvens. Quando a temperatura é abaixo de 0º C, a água no estado líquido se transforma em água sólida, formando asgeleiras. Esse movimento da água e suas mudanças de estado físico é que possibilitam a circulação da água no planeta, o que chamamos de ciclo hidrológico (Figura 4). UNIUBE 187 Para possibilitar a construção deste conhecimento pelo aluno, orientamos que proponha, primeiramente, a atividade prática a seguir. Geladinho de mousse de maracujá (Figura 5) EXEMPLIFICANDO! Figura 5: Geladinhos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. • Ingredientes 1 e 1/2 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite 1 lata de suco de maracujá (a mesma do leite) 1/2 litro de leite • Como fazer? Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata por, no mínimo, 10 minutos. Quanto mais bater, mais cremoso ele ficará. Despeje o líquido em saquinhos próprios para geladinho. Leve-os ao freezer ou congelador. Oportunize e medeie a discussão acerca do seguinte questionamento. Qual era o estado dos ingredientes que foram usados na receita? Depois que foram levados ao freezer, como eles ficaram? Com esse exemplo, podemos verificar que os materiais podem mudar de um estado físico para o outro. 188 UNIUBE Quando colocamos líquidos no congelador, como no caso da receita do geladinho, ele passa do estado líquido para o estado sólido. O professor deve esclarecer que essa mudança de estado chamamos de solidificação. Quando o gelo derrete e volta para o estado líquido, temos nesse caso um processo de fusão. Nessas transformações, Em ambas, a temperatura permanece constante enquanto está ocorrendo a mudança de fase. Essa temperatura constante é próxima de 0º C, tanto para a solidificação como para a fusão. (TRIVELLATO et al., 2006, p. 75). No caso do gelo, quando ele começa a derreter, a sua temperatura começa a subir, e isso acontece quando ele é retirado do congelador e colocado no ambiente natural. Ao iniciar a fusão, isto é, o gelo começar a derreter, até derreter completamente, a temperatura se manterá próxima a 0º C. Essa temperatura só começa a subir quando o gelo tiver derretido totalmente e voltar a ser água líquida. Outro fenômeno a ser elucidado aos alunos é a evaporação. Para possibilitar a construção deste conhecimento pelo educando, orientamos que proponha, primeiramente, a atividade prática a seguir. UNIUBE 189 Observando a evaporação • Materiais Água Álcool Óleo Três pires iguais • Como fazer? Distribuir a água, o álcool e o óleo, cada um em um pires diferente. Deve ser colocada a mesma quantidade de líquido em todos os pires, aproximadamente 10 ml. Deixar os pires expostos em local ao sol e com ventilação, de um dia para outro. No dia seguinte, observar o que aconteceu com os líquidos. Após o experimento, o professor deve mediar a discussão com os alunos, a partir dos seguintes questionamentos. Os líquidos ficaram da mesma forma ou houve evaporação? Em caso afirmativo, qual evaporou mais? Por quê? EXEMPLIFICANDO! Neste experimento, os alunos irão perceber que a evaporação não acontece na mesma intensidade em todos os líquidos. Há aqueles que evaporam mais facilmente e aqueles que demoram muito a evaporar. Esse fato comprova a volatilidade da água e de outros líquidos. Isto é, a facilidade que os líquidos têm de evaporar e os fatores que influenciam essa evaporação. A água e os outros líquidos podem também passar do estado gasoso para o estado líquido. 190 UNIUBE Para iniciar as reflexões acerca do tema liquefação, a seguir, orientamos a realização da seguinte atividade prática. Abordando a liquefação • Materiais Saco plástico transparente ou garrafa pet vazia, com tampa e seca. • Como fazer? Colocar o saco plástico ou a garrafa pet tampada em um local ao sol. Depois de algum tempo, verificar o que ocorreu com eles. Você e os alunos irão perceber que gotinhas de água foram formadas dentro da garrafa, que estava seca, e no saco plástico. EXEMPLIFICANDO! Figura 6: Gotas de água no saco plástico. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 191 Esse fato se deu porque o ar, que estava dentro de cada recipiente, foi aquecido e a água, que estava no estado gasoso, voltou ao estado líquido. A esse processo damos o nome de Liquefação. Consumo consciente da água4.4 Análogo aos experimentos e à construção de conhecimento realizados em relação ao tema água, é imprescindível que o professor desenvolva com os aprendizes a conscientização de seu uso social e suas repercussões. No Brasil e em diversos países a produção e utilização da energia elétrica tem chamado a atenção. Sabemos que a falta de energia elétrica prejudica não apenas nossas casas, mas o prejuízo é grande inclusive para as indústrias e para o comércio. Segundo Trivellato (2012), pensar que a grande quantidade de água, na construção de barragens, favorece a produção de energia não está correto, isso traz problemas para o ambiente e para a população local. Dessa forma, temos que refletir, com urgência, acerca da necessidade de controlar o consumo de energia elétrica. O professor pode instigar a discussão, perguntando aos alunos sobre como podemos fazer o controle da energia sem desperdícios. Certamente, os alunos irão responder algumas das possibilidades a seguir: não deixando luzes acesas e a televisão ligada sem que ninguém esteja assistindo; não tomar banhos demorados; não abrir, a todo o momento, a geladeira. É importante que concluam que, se cada um de nós fizer a sua parte, todos poderão aproveitar a energia elétrica por mais tempo. EXEMPLIFICANDO! 192 UNIUBE Vimos em nossos estudos as propriedades da água e a sua importância para preservação da vida. Vale a pena refletir com os alunos que a água é para todos. Isso significa que devemos cuidar da sua preservação para que possamos manter os reservatórios sempre abastecidos. A quantidade de água no planeta corresponde a dois terços de toda dimensão planetária. Essa quantidade corresponde aos rios, aos oceanos e às geleiras. Isso representa 1,35 milhões de quilômetros cúbicos. Dessa quantidade, apenas uma proporção muito pequena é de água potável, ou seja, disponível para o consumo, exemplificando, o que corresponde à quantidade de água potável em meio a toda quantidade de água no planeta é uma porcentagem muito pequena, é como se a água do planeta coubesse em um copo “americano” e a quantidade disponível para consumo preenchesse apenas uma colher de café! A quantidade de água potável não é inesgotável, dessa forma, devemos ficar atentos e evitar desperdícios. Muitos estados do Brasil têm sofrido com a falta de água para o consumo e, para agravar a situação, a água que ainda resta está sendo contaminada pelas indústrias (TRIVELLATO et al, 2012). Observe a Figura 7: Figura 7: Poluição da água. Fonte: Freepik (2018a). UNIUBE 193 Para continuar desenvolvendo as reflexões acerca do uso da água, orientamos a realização da seguinte atividade prática. Analisando o consumo mensal de água • Material Pedir aos alunos que tragam para a aula um boleto da conta de água de sua casa. • Como fazer? Com os alunos, fazer a análise do boleto da conta de água. Perguntar a eles: • Vocês sabem a quantidade de água consumida na sua casa? Proponha que verifiquem em sua conta de água quanto foi consumido de água no mês anterior. Pergunte: • As contas de água apontam a quantidade de água consumida em m³ (metros cúbicos). Cada metro cúbico corresponde a mil litros. A quanto corresponde o consumo mensal em litros na sua casa? • Quantas pessoas há em sua casa? Qual o consumo médio por pessoa, em litros? • Quanto foi pago por litro de água consumido? À medida que a atividade for sendo realizada, os alunos deverão registrar os dados no caderno e, em seguida, fazer análises sobre os dados coletados. EXEMPLIFICANDO! Depois dessa atividade, o professor deve trabalhar a conscientização quanto ao desperdício e aos cuidados com a água. 194 UNIUBE O professor pode, também, propor leituras e realizar a mediação das discussões em sala de aula. Sugerimos as seguintes obras, de SamuelMurgel Branco, da Editora Moderna: • Iara e a Poluição das Águas Neste livro, Iara, personagem folclórica, protetora dos rios juntamente com o Curupira, protetor das matas e dos animais, conta a história da poluição dos rios. O livro tem como objetivo mostrar que a poluição, além de prejudicar a natureza, é considerada crime ambiental. • Água: origem, uso e preservação Considerando a importância da água para os seres vivos e para toda a natureza, o livro traz um estudo sobre o seus ciclos e fenômenos. Por meio desse estudo, podemos compreeender a importância de se preservar esse recurso mineral. • Aventuras de uma gota d’água O livro traz o diálogo entre um criança e uma gotinha de água do mar. Nesse diálogo, a gotinha relata para a criança todo o seu trajeto de vida, desde que nasceu de uma nuvem. A história é interessante porque mostra, de forma criativa, o ciclo da água na natureza. EXEMPLIFICANDO! Reciclagem4.5 Para iniciar as discussões acerca dessa temática, o professor pode, por exemplo, propor a atividade a seguir. UNIUBE 195 Em sala de aula, proponha aos alunos que elaborem questões sobre a história em quadrinhos a seguir (Figura 8). EXEMPLIFICANDO! Figura 8: Lixo no lixo. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Em seguida, cada aluno deverá entregar a sua questão a um colega para que ele responda oralmente ao que está sendo questionado. O professor deverá iniciar uma conversa informal, com os alunos, sobre as respostas dadas. Faça de suas aulas um momento agradável. Não deixe elas “caírem”, apenas, na reprodução do conhecimento. Essa atividade trabalha com a leitura e a oralidade. Na história em quadrinhos, o contexto é facilmente entendido e as crianças adoram esse tipo de leitura! 196 UNIUBE 4.5.1 Coleta seletiva e recilclagem de materiais É importante esclarecer aos alunos que a coleta seletiva consiste no recolhimento de materiais que foram selecionados e separados do restante do lixo. Ela tem como objetivo encaminhar os materiais selecionados às usinas de reciclagem. Nessas usinas, o material passa por vários processos para poder ser reutilizado. O professor pode refletir com os alunos acerca de objetos que são jogados no lixo e que são materiais recicláveis, por exemplo, papel, plástico, madeira e restos de construção. Pode interrogá-los sobre como a família deles descarta o lixo e mediar as discussões, levando-os a inferir sobre a forma adequada e a inadequada, mostrando a relevância da reciclagem. EXEMPLIFICANDO! Nessa perspectiva, o docente deve esclarecer que a reciclagem diminui a quantidade de resíduos que são encaminhados aos lixões e aterros sanitários e, também, contribui para a devastação da natureza, por meio da retirada de matéria-prima para fabricação de novos materiais. A coleta seletiva pode ser realizada de diferentes formas, podendo, por exemplo, ser coletada na porta da nossa casa. Neste caso, somos nós que realizamos a seleção do lixo em sacos separados para cada tipo: vidro, papel, metal, plástico, baterias e orgânico. Esse lixo é recolhido e colocado em veículos especiais. Outra forma de coleta seletiva são os Pontos de Entrega Voluntária – PEV’s, que consistem em pontos de entregas em diferentes locais na cidade. Neste caso, as pessoas vão até o ponto de entrega mais próximo e fazem o depósito do lixo em caixas apropriadas, como ilustra a Figura 9. UNIUBE 197 Figura 9: Lixeiras coloridas de resíduos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Geralmente, a empresa responsável pela coleta seletiva do lixo conscientiza a população para que ela faça a separação dos materiais que compõem o lixo em casa e depois deposite-os no lugar certo. Essa orientação poderá ser feita por meio de panfletos explicativos. Os materiais, após serem coletados e separados, são avaliados para depois serem encaminhados para as usinas de reciclagem. Uma vez na usina, os materiais dos produtos recicláveis passam por transformações para poderem ser aproveitados na fabricação de novos produtos. Para continuar desenvolvendo as reflexões acerca dessa temática, orientamos a realização da seguinte atividade prática. 198 UNIUBE O professor pode propor aos alunos, em sala de aula, uma atividade de reciclagem de papel. Assim, depois do papel ter sido reciclado, os alunos poderão usar a criatividade e reutilizar esse material de diferentes formas. Para saber como proceder, leia o texto “Receita de papel reciclado passo a passo” do site Revista e Artesanato, para isso, acesse: http://www.revistaartesanato.com.br/receita-de-papel-reciclado-passo-a- passo/ PESQUISANDO NA WEB Os alunos, após participarem da atividade, poderão descrever como foi a sensação de realizar a experiência e a importância de reciclar o papel. O professor pode questioná-los sobre: “Qual a contribuição dessa reciclagem para a natureza?” e mediar as discussões. Nutrição do organismo4.6 Todos os alimentos que comemos são muito importantes para o nosso organismo, poque eles possuem nutrientes que desempenham uma ou mais funções no organismo. Uma dessas funções é fornecer a energia de que necessitamos para o bom funcionamento do nosso corpo e para realizarmos as atividades do dia a dia, como trabalhar, andar, estudar etc. Os principais nutrientes que encontramos nos alimentos são: carboidratos, proteínas, gorduras (lipídios) e sais minerais.Todos os alimentos industrializados trazem, em seu rótulo, as suas informações nuticionais, sendo assim, o professor poderá propor aos alunos a atividade da página seguinte. UNIUBE 199 Para iniciar o estudo, o professor deverá solicitar que os alunos tragam, para a próxima aula, rótulos de alimentos (bolachas, macarrão, sucos em pó, entre outros). No momento da aula, os alunos, sob orientação do professor, irão ler e anotar as informações contidas nesses rótulos, como as da bolacha fictícia “Buono” (Figura 10), por exemplo. EXEMPLIFICANDO! Figura 10: Nutrientes. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Depois, o docente pedirá para que comparem as informações entre os alimentos de uma mesma categoria, por exemplo, entre bolachas, entre macarrões, entre sucos artificiais, mostrando a diferença de quantidade de cada nutriente (carboidratos, açúcares, proteínas etc.). Depois das análises e anotações feitas pelos alunos, o professor irá aprofundar a explicação sobre a quantidade e importância dos nutrientes de cada alimento. 200 UNIUBE 4.6.1 As funções dos nutrientes no organismo A seguir podemos ver alguns nutrientes importantes, sua função em nosso organismo e onde são encontrados. • Carboidratos: principal fonte de energia para o organismo. São encontrados nos pães, cereais (arroz, milho, trigo, aveia) e nos tubérculos e raízes (mandioca, batata, inhame etc.). • Proteínas: têm função construtora e ajudam no crescimento do corpo e na reposição de células e tecidos. São responsáveis pelo sistema imunológico e encontradas nas carnes, ovos, leite e derivados e em leguminosas como feijão, lentilha, grão de bico e soja. • Gorduras ou lipídios: fornecem energia para o corpo e transportam as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). São encontradas na gordua animal, nas sementes como nozes, castanhas, amendoim etc. e em óleos vegetais. • Vitaminas: ajudam na defesa de nosso organismo, protegendo-o contra doenças. São encontradas nas frutas, verduras, legumes, cereais integrais e farelos. • Sais minerais: ajudam na formação dos ossos, dentes e células sanguíneas e no controle dos batimentos cardíacos. São encontradas nas frutas, verduras, legumes, ovos e leite. 4.6.2 Os alimentos De acordo com a predominância de quantidade dos nutrientes que possuem, os alimentos são classificados em construtores, reguladores e energéticos. • Os alimentos construtores são ricos em proteínas. • Os alimentos reguladores são ricos em vitaminas e sais minerais. • Os alimentos energéticos são ricos em carboidratos e gorduras. UNIUBE 201 Todos os alimentos que comemos são importantes e contribuempara que tenhamos uma vida saudável, assim, devemos fazer uma boa alimentação. Para isso ela deve ser balanceada, caso contrário, pode prejudicar a nossa saúde, como é o caso da obesidade, que consiste no acúmulo de gordura no organismo. 4.6.3 Hábitos alimentares Uma maneira de orientarmos uma alimentação saudável é sugerir uma alimentação baseada na pirâmide alimentar (Figura 11). Ela nos auxilia na escolha dos alimentos e na quantidade que devemos comer de cada um deles. Figura 11: Pirâmide alimentar. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 202 UNIUBE Os alimentos que devem ser consumidos em maior quantidade são os do Grupo 1, ricos em carboidratos e, em menor quantidade, os do Grupo 5, ricos em açúcares e gorduras, pois o açúcar e a gordura, consumidos em grande quantidade, são prejudiciais à saúde, visto que alteram o colesterol e a glicose. Mediante o exposto, na pirâmide alimentar, os alimentos são agrupados de acordo com os nutrientes que possuem em maior quantidade. Os alimentos que estão mais próximos da base da pirâmide alimentar devem ser ingeridos em maior quantidade e os que estão mais próximos do topo da pirâmide devem ser ingeridos em menor quantidade. Para ilustrar esse estudo, o professor poderá construir com os alunos uma pírâmide alimentar, partindo dos alimentos que eles estão acostumados a ingerir. Nesse momento, é importante concientizar os alunos acerca da maneira correta de se alimentarem. EXEMPLIFICANDO! 4.7 Integração entre os sistemas digestório, respiratório e circulatório A estrutura do corpo humano é formada por células. As células são as menores estruturas do corpo e podem ser consideradas o primeiro nível de organização do nosso corpo. Além das células, o corpo humano é formado por tecidos, órgãos e sistemas como ilustra a Figura 12 a seguir. UNIUBE 203 Figura 12: Partes do corpo. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 4.7.1 Sistema digestório Na sala de aula, o professor poderá antes de iniciar o estudo do sistema digestório investigar o que os alunos sabem sobre esse sistema. Roda de conversa Proponha uma roda de conversa, utilizando os questionamentos a seguir. Vocês sabem qual o nome do sistema do corpo humano responsável pela digestão dos alimentos? Cite o nome de alguns órgãos que fazem parte desse sistema? Que alimento comeu hoje? Por que precisamos nos alimentar? Espera-se que eles falem que os alimentos possuem substâncias que são muito importantes para o bom funcionamento do corpo. EXEMPLIFICANDO! 204 UNIUBE Em seguida, depois de terminada a roda de conversa, apresente aos alunos a representação do sistema digestório. Para que os nutrientes possam ser absorvidos pelo organismo, o alimento precisa ser transformado em partículas. Esse processo é denominado digestão e é realizado pelo sistema digestório (Figura 13). Figura 13: Sistema digestório. Fonte: Freepik (2018b). Fazem parte do sistema digestório: a boca, os dentes, a língua, as glândulas salivares, a faringe, o fígado, a vesícula biliar, o pâncreas, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o reto e o ânus. A digestão inicia-se pela boca e nela, os alimentos são triturados pelos dentes e movidos pela língua. São misturados à saliva, produzida pelas glândulas salivares, formando o bolo alimentar. Depois da mastigação, a língua empurra o bolo alimentar pela faringe. Da faringe, esse bolo alimentar é enviado para o esôfago por meio de movimentos dos músculos da faringe. O esôfago é um tubo que conduz o bolo alimentar até o estômago por meio de movimentos involuntários. Os movimentos são involuntários porque acontecem independentemente de UNIUBE 205 nossa vontade, ou seja, quando o alimento é engolido, a sua condução até o estômago acontecerá de forma natural. O bolo alimentar, quando chega ao estômago, é misturado ao suco gástrico produzido pelo estômago, formando uma pasta chamada quimo. Do estômago, o quimo vai para o intestino delgado e é misturado a outras substâncias digestivas. As paredes do intestino delgado absorvem as substâncias nutritivas, que serão levadas para as células do corpo por meio da corrente sanguínea. O alimento que não é absorvido vai para o intestino grosso, que é a parte final do tubo digestivo, neste órgão ocorre a absorção da água e sais minerais. Nele, também são formadas as fezes, que serão eliminadas pelo organismo. Vale ressaltar que essa temática é muito complexa para as crianças, por isso é importante que o professor lance mão de variados recursos didáticos que contribuam para a compreensão do aprendiz. Nessa perspectiva, o professor poderá usar vídeos sobre o sistema digestório, facilmente encontrados na Internet, bem como entrevistas com profissionais da biologia ou da saúde, imagens, etc. PONTO-CHAVE 4.7.2 Sistema respiratório Na sala de aula, o professor poderá antes de iniciar o estudo do sistema respiratório, investigar o que os alunos sabem sobre esse sistema. O docente pode realizar uma roda de conversa, perguntando o seguinte: vocês sabem qual o nome do sistema do corpo humano responsável pela EXEMPLIFICANDO! 206 UNIUBE respiração? Cite o nome dos alguns órgãos que fazem parte desse sistema. Que gás é essencial para a vida? Que gás eliminamos no processo de respiração? Qual a importância do ar para os seres humanos? Espera-se que eles falem que a respiração é indispensável para a sobrevivência. Em seguida, depois de terminada a conversa, apresente aos alunos a representação do sistema respiratório. Por meio da respiração, o organismo absorve o oxigênio do ar. Nas células, o oxigênio, combinado com as substâncias nutritivas obtidas pela digestão, possibilita a liberação da energia ao organismo. Durante o processo de liberação de energia, as células produzem o gás carbônico, que é eliminado do organismo. O sistema respiratório auxilia no processo de respiração. Fazem parte do sistema respiratório: a cavidade nasal, a faringe, a laringe, a traqueia, o brônquio e os pulmões ( Figura 14). Figura 14: Sistema respiratório completo. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 207 Na respiração, ocorrem trocas gasosas entre o organismo e o ambiente. Para que isso ocorra, são necessários dois processos: inspiração e expiração. • A inspiração consiste na entrada de ar nos pulmões. • A expiração é a saída do ar dos pulmões para o ambiente. No processo de inspiração, o ar entra pela cavidade nasal e chega à faringe, que consiste em um tudo que vai levar o ar até a laringe. Da laringe, o ar passa pela traqueia. A traqueia é o tubo que conduz o ar que se divide em dois canais chamados de brônquios. Esses canais conduzem o ar até os pulmões, em que ocorrem as trocas gasosas. Nos pulmões, o sangue recebe o oxigênio do ar e transporta para as células do corpo. Da mesma forma que o sangue leva o oxigênio para o corpo, ele leva o gás carbônico para os pulmões para que seja eliminado do organismo por meio da expiração. Para continuar desenvolvendo as reflexões acerca dessa temática, orientamos a realização da seguinte atividade prática. Construir um pulmão com garrafa pet. Na sala de aula, o professor poderá construir, junto aos alunos, um pulmão caseiro e demonstrar como ocorre a entrada e saída de ar nos pulmões (Figura 15). EXEMPLIFICANDO! 208 UNIUBE Figura 15: Pulmão com garrafa pet. Fonte: Acervo EAD-Uniube. O experimento proposto tem como objetivo demonstrar como são os movimentos realizados pelos pulmões, quando respiramos. 4.7.3 Sistema circulatório Para iniciar as discussões acerca desse tema, o professor pode propor a leitura e a interpretação de histórias em quadrinho que contemplam a temática. Para isso, assista ao vídeo disponível em: http://www.manualdomundo.com.br/2014/12/como-fazer-um-pulmao- artificial-caseiro/ UNIUBE 209 Proponha a leitura da história em quadrinhos a seguir: EXEMPLIFICANDO! Figura 16: História em quadrinhos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. O professor pode perguntar ao aluno se ele já vivenciouuma experiência semelhante à da criança da história, ou seja, se tirou sangue para fazer exames em algum laboratório. E em seguida, o professor pode suscitar os seguintes questionamentos, mediando as discussões. • O que é sangue? • Para que ele serve? • Para que o coração e o pulmão servem? 210 UNIUBE Essa atividade permitirá aos alunos levantarem hipóteses acerca do que é o sangue e qual a sua importância, tentando articulá-lo ao que entendem acerca dos órgãos. Assim, o professor poderá suscitar a curiosidade dos aprendizes e fazer um diagnóstico do que os alunos sabem para desenvolver suas intervenções em relação ao conteúdo, partindo do que já conhecem. 4.7.3.1 Os componentes do sistema circulatório O sistema circulatório (Figura 17) é responsável por bombear e transportar o sangue por todo o corpo. Esse sangue transporta para todas as células do organismo as substâncias nutritivas absorvidas durante a digestão e o gás oxigênio absorvido pela respiração. Figura 17: Sistema circulatório. Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 211 O professor pode sugerir aos alunos que segurem com a mão esquerda o pulso do lado direito (pode ser ao contrário) e indagar: “O que sentiram?”. Vocês devem ter sentido a sua pulsação, isso mostra a velocidade com que seu coração está batendo. O coração é o principal órgão do sistema circulatório. É ele que bombeia o sangue que percorre pelos vasos sanguíneos do corpo, por isso vocês conseguiram sentir a velocidade das batidas do coração. EXEMPLIFICANDO! • O sangue O sangue possui outras funções além de transportar as substâncias por todo o corpo. Ele o protege dos agentes nocivos. São componentes do sangue: os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas (Figura 18). Figura 18: Seção de vasos sanguíneos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. 212 UNIUBE Os glóbulos vermelhos, também, chamados de hemácias, são células sanguíneas responsáveis pelo transporte do oxigênio e gás carbônico por todo o corpo. Os glóbulos brancos ou leucócitos também são células sanguíneas. Elas protegem o corpo contra vírus, bactérias e outros corpos estranhos. As plaquetas são pequenos fragmentos celulares que auxiliam na coagulação do sangue, evitando o sangramento. Você já deve ter ouvido falar do plasma. O plasma é um líquido amarelado que constitui aproximadamente a metade do sangue do corpo humano. Nele há substâncias como água, proteínas, nutrientes e hormônios • O coração O coração, como já vimos, é o órgão que bombeia o sangue para todo o corpo. Ele localiza-se entre os pulmões e é protegido pela caixa torácica, formada pelas costelas. • Os vasos sanguíneos Os vasos sanguíneos são tubos pelos quais o sangue percorre por todas as partes do corpo. Esses vasos podem ser de três tipos: • Artérias: transportam o sangue por todo o corpo. O sangue que circula nas artérias é chamado de sangue arterial. Ele é rico em oxigênio. • Veias: trazem o sangue do corpo para o coração. O sangue transportado pelas veias é chamado de sangue venoso. Ele é pobre em oxigênio. • Capilares: são vasos sanguíneos finos. São os capilares que permitem a troca de substâncias entre o sangue e as células. UNIUBE 213 Agora que os alunos estudaram acerca do sistema circulatório, o professor poderá pedir que escrevam uma história em quadrinhos acerca do que eles sabem sobre esse sistema. Em seguida, as histórias deverão ser lidas para a sala. Os alunos deverão anotar os pontos comuns de todas as histórias lidas. Depois, o docente deve comentar sobre essas coincidências e os pontos relevantes em cada história. EXEMPLIFICANDO! Considerações finais4.8 Neste capítulo, estudamos conceitos propostos pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC, que deverão ser trabalhados no quinto ano do Ensino Fundamental. A questão central deste estudo está na sistematização didática que visa aliar as atividades práticas aos conteúdos, com vistas a levar o aluno a refletir sobre as relações existentes entre os fenômenos que ocorrem no planeta e a organização e integração entre os sistemas circulatório, respiratório e digestório no organismo humano. As sugestões metodológicas que foram indicadas estão de acordo com a compreensão das propostas atuais que partem da vivência, do experimento para a construção de novos conhecimentos. Em outras palavras, ao se tratar do trabalho em sala de aula, entendemos que a aprendizagem é algo que não se transmite e que só pode ser construída mediante a participação central do aluno. Dessa forma, procuramos criar situações que o professor possa utilizar para dinamizar suas aulas. A orientação metodológica que dá suporte ao raciocínio é de que, quando se ensina um conhecimento científico, é preciso possibilitar 214 UNIUBE ao aluno percebê-lo como início de um processo que o levará a adquirir conhecimentos mais amplos. Este conhecimento não pode ser fragmentado e apenas decorrente das propostas curriculares. Referências AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Investigando o corpo humano. São Paulo: Scipione, 2004. ARMSTRONG, Diane Lucia de Paula; BARBOSA, Liane Maria Vargas. Metodologia do ensino de ciências biológicas e da natureza. Curitiba: InterSaberes, 2012. BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. O meio ambiente. 3 ed. São Paulo: Ática, 2007. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Segunda versão revista. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: <basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>. Acesso em: 02 set. 2017. Manual do mundo Comunicação. Como fazer um pulmão artificial caseiro. 2008. Disponível em: <http://www.manualdomundo.com.br/2014/12/como-fazer-um-pulmao- artificial-caseiro/>. Acesso em: 02 ago. 2018. COLL, César.; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Ciências: conteúdos essencias para o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série. São Paulo: Ática, 2002. CRUZ, Daniel. O meio ambiente. 2 ed. São Paulo: Ática, 2004. BRANCO, Samuel Murgel. Iara e a Poluição das Águas – Col. Viramundo. 3. ed. São Paulo: Moderna, São Paulo. ______. Samuel Murgel. Água: origem, uso e preservação - Col. Polêmica. 2. ed. São Paulo:Moderna, 2003. ______. Samuel Murgel. Aventuras de uma gota d’água. Col. Viramundo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. UNIUBE 215 DALZOTO, Gilsani. Fundamentos e metodologia de ensino de ciências biológicas. Curitiba: InteSaberes, 2004. FREEPIK. Água vetore. 2018 a. Disponível em: <a href='https://br.freepik.com/ vetores-gratis/colecao-sistem-corpo-humano_840637.htm'>Designed by Freepik</a>. Acesso em: 08 ago. 2018. ______. Sistema digestivo. 2018 b. Disponível em: <https://br.freepik.com/vetores- gratis/colecao-sistem-corpo-humano_840637.htm#term=sistema%20digestivo&page= 1&position=8>. Acesso em: 08 ago. 2018. GASPAR, Alberto. Experiências para o ensino fundamental. São Paulo: Ática, 2005. Manual do mundo. Como fazer um pulmão artificial caseiro. 2008. Disponível em: <http://www.manualdomundo.com.br/2014/12/como-fazer-um-pulmao-artificial- caseiro/> . Acesso em: 07 ago. 2018. PESSOA, Karina Alessandra; FAVALLI, Leonel Favalli. Escola é nossa. São Paulo: Scipione, 2011. Revista Artesanato. Receita de papel reciclado passo a passo. 2009-2017 Disponível em: <http://www.revistaartesanato.com.br/receita-de-papel-reciclado-passo -a-passo/>. Acesso em: 02 ago. 2018. KLAUS, Reichard; TIMM, Luís Carlos. Solo, planta e atmosfera: conceitos, processos e aplicações. 3 ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016. TRIVELLATO, José et al. Ciências, natureza & cotidiano: criatividade e pesquisa, conhecimento. 1ª ed. São Paulo: FDT, 2006. WARD, Hellen; et al. Ensino de Ciências. 2 ed. São Paulo: Artmed, 2009. WELLE.Deutsche. Antártida bate novos recordes de temperatura. 2017. Disponível em: <https://www.climatempo.com.br/noticia/2017/03/01/registrados- recordes-de-temperatura-na-antartida-9166>. Acesso em: 02 nov. 2017. VIVER Saudável. Saiba a importância do ar puro para sua saúde. 27 nov. 2017.Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wU0kjWvd5Xc>. Acesso em: 01 ago. 2018. Anotações _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ Anotações _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ __________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________