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21. Conteúdos e Metod ensino de ciências-CORTE

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Prévia do material em texto

Lucia Helena Nunes Junqueira
Conteúdos e metodologias
 do ensino de Ciências
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central Uniube
 Junqueira, Lucia Helena Nunes. 
J968c Conteúdos e metodologias do ensino de ciências / Lucia Helena 
 Nunes Junqueira. – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2018.
 228 p. : il.
 Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba.
	 							Inclui	bibliografia.																					
 ISBN 978-85-7777-847-8
 
 1. Ciências (Ensino fundamental). 2. Ciências naturais. 3. 
 Ciências – Estudo e ensino. I. Universidade de Uberaba. Programa 
 de Educação a Distância. II. Título. 
 
 CDD 372.35 
© 2018 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, 
da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Coordenação de Graduação a Distância
Sílvia Denise dos Santos Bisinotto
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Editoração
Márcia Regina Pires
Revisão textual
Érika Fabiana Mendes Salvador
Diagramação
Douglas Silva Ribeiro
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Lucia Helena Nunes Junqueira
Mestre em educação pela Universidade de Uberaba (Uniube); 
especialista em Metodologia do Ensino-Aprendizagem de Matemática 
no Processo Educativo, pela Faculdade de Educação São Luís; graduada 
em Licenciatura Plena em Matemática, pela Uniube. É docente do curso 
de Pedagogia desta universidade e participa dos projetos de pesquisa: 
Estudos acadêmicos sobre o professor no Centro Oeste/FAPEMIG, em 
parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade 
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal do Mato 
Grosso (UFMT), Universidade Federal do Tocantins (UFT), Universidade 
de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Uniube e do 
Observatório da Educação e Interdisciplinaridade na Educação Básica 
(CAPES-OBEDUC e FAPEMIG).
Sobre a autora
Sumário
Apresentação .............................................................................................................. IX
Capítulo 1 Aprender e ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental ...................................................... 1
1.1 Por que ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental? ..... 5
1.1.1	Conhecimento	científico	e	senso	comum ...................................................... 9
1.1.2	Classificação	das	Ciências .......................................................................... 11
1.2 Compreensão de Ciências e do processo de ensino e de aprendizagem em 
Ciências Naturais no Ensino Fundamental ........................................................... 13
1.3	Competências	específicas	de	Ciências	da	Natureza	para	o	
Ensino Fundamental ............................................................................................. 18
1.3.1 Unidade temática – Matéria e energia ......................................................... 19
1.3.2 Unidade temática – Vida e evolução ........................................................... 20
1.3.3 Unidade temática – Terra e Universo .......................................................... 20
1.4	Considerações	finais.............................................................................................. 21
Capítulo 2 Os conteúdos de Ciências Naturais no Ensino 
Fundamental – 1º e 2º anos ...............................................25
2.1 O corpo humano .................................................................................................... 27
2.1.1 O corpo em movimento ................................................................................ 28
2.1.2 O nosso corpo .............................................................................................. 30
2.1.3 Órgãos dos sentidos .................................................................................... 34
2.2 Os materiais ........................................................................................................... 52
2.2.1 Os materiais em nosso dia a dia ................................................................. 56
2.2.2 Origem dos materiais ................................................................................... 57
2.2.3 As propriedades da matéria ......................................................................... 58
2.2.4 Os estados físicos dos materiais ................................................................. 66
2.2.5 A mudança do estado físico dos materiais .................................................. 67
2.2.6 Materiais que se transformam ..................................................................... 69
2.3 Escalas de tempo – os dias e as noites ................................................................ 70
2.3.1 As estações do ano .................................................................................... 72
2.4 O ambiente à nossa volta ...................................................................................... 74
2.4.1 Os seres vivos e a relação com o ambiente ................................................ 77
2.5 Os animais ............................................................................................................. 78
2.5.1 O tamanho dos animais ............................................................................... 79
2.5.2 Como os animais se alimentam ................................................................... 81
2.5.3 O ciclo de vida dos animais ......................................................................... 82
2.5.4 Animais domésticos e animais silvestres ..................................................... 83
2.5.5 Animais terrestres e animais aquáticos ...................................................... 85
2.5.6 Animais mamíferos ....................................................................................... 88
2.6 As plantas ............................................................................................................... 90
2.6.1 Partes da planta ........................................................................................... 90
2.7	Considerações	finais.............................................................................................. 92
Capítulo 3 Os conteúdos de Ciências Naturais nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental – 3º e 4º anos ................................... 99
3.1 O ar ...................................................................................................................... 101
3.1.1 A elasticidade e compressão do ar ............................................................ 105
3.1.2 A pressão do ar .......................................................................................... 109
3.2 O som ................................................................................................................... 112
3.3 Corpos luminosos e iluminados ........................................................................... 114
3.3.1 Efeitos da luz nos materiais ....................................................................... 115
3.3.2 As sombras ................................................................................................ 117
3.3.3 A decomposição da luz ..............................................................................118
3.4 Características da Terra ....................................................................................... 121
3.4.1 A Terra ........................................................................................................ 123
3.4.2 Pontos cardeais ......................................................................................... 125
3.5 Tipos de solo ........................................................................................................ 127
3.5.1 Formação do solo ...................................................................................... 127
3.5.2 A degradação do solo ................................................................................ 129
3.6 Os animais ........................................................................................................... 130
3.6.1 Características e desenvolvimento dos animais ...................................... 133
3.6.2 Animais vertebrados ................................................................................... 142
3.6.3 Animais invertebrados ................................................................................ 153
3.7 Cadeia alimentar .................................................................................................. 161
3.7.1 A energia na cadeia alimentar .................................................................... 165
3.8	Considerações	finais............................................................................................ 170
Capítulo 4 Os conteúdos de Ciências Naturais nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental – 5º ano .....................................175
4.1 Propriedades físicas da água .............................................................................. 177
4.1.1 Estado sólido .............................................................................................. 178
4.1.2 Estado líquido ............................................................................................. 179
4.1.3 Estado gasoso........................................................................................... 179
4.1.4 A água como solvente ................................................................................ 180
4.2 Separação de materiais da água ......................................................................... 182
4.2.1 Evaporação ................................................................................................ 182
4.2.2 Filtração ...................................................................................................... 182
4.2.3 Decantação ................................................................................................ 184
4.3 Ciclo hidrológico ................................................................................................... 185
4.4 Consumo consciente da água ............................................................................. 191
4.5 Reciclagem .......................................................................................................... 194
4.5.1 Coleta seletiva e reciclagem de materiais ................................................ 196
4.6 Nutrição do organismo ......................................................................................... 198
4.6.1 As funções dos nutrientes no organismo ................................................... 200
4.6.2 Os alimentos .............................................................................................. 200
4.6.3 Hábitos alimentares .................................................................................. 201
4.7 Integração entre os sistemas digestório, respiratório e circulatório .................... 202
4.7.1 Sistema digestório ...................................................................................... 203
4.7.2 Sistema respiratório ................................................................................... 205
4.7.3 Sistema circulatório .................................................................................... 208
4.8	Considerações	finais............................................................................................ 213
Prezado(a) aluno(a).
O presente livro dispõe de quatro capítulos com temas articulados entre 
si que introduzem os futuros pedagogos no conhecimento acerca das 
metodologias de ensino-aprendizagem de Ciências Naturais nos anos 
iniciais do Ensino Fundamental. 
Para a efetivação do nosso estudo, propomos o seguinte desenvolvimento: 
Apresentação
O livro apresenta uma linguagem simples sobre os conceitos e temas 
propostos nesta etapa de ensino. Além disso, propõe atividades práticas, 
que o futuro professor poderá explorar no dia a dia de sua sala de aula. 
No decorrer do livro, buscamos relacionar teoria e prática, articulando-as 
às	propostas	dos	documentos	oficiais	que	regem	a	educação	no	Brasil.
X UNIUBE
O objetivo principal deste estudo consiste em proporcionar aos 
licenciandos a compreensão sobre o ensino de Ciências Naturais nos 
anos	iniciais	do	Ensino	Fundamental.	Para	isso,	propõe	uma	reflexão	
sobre a didática, a metodologia, o planejamento, bem como a execução 
das práticas educativas. 
Tal como propomos, o estudo sobre o ensino de Ciências Naturais 
vislumbra a possibilidade de articular a teoria e a prática, tendo como 
finalidade	a	formação	do	licenciando.	Para	Libâneo	(2017,	p.17),	a	relação	
entre a educação e a prática educativa compreende “os processos 
formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão 
envolvidos de modo necessário e inevitavel pelo simples fato de existirem 
socialmente”. Assim, entendemos que o processo educativo deve ser 
contextualizado e de acordo com a realidade do aluno. 
Mediante esta análise, o livro que aqui propomos refere-se ao estudo de 
temáticas relevantes para o ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental, objetivando, inclusive, abordar a metodologia do 
professor. Contribuindo, assim, para a apropriação, pelos licenciandos, 
de subsídios teóricos e práticos necessários para o exercício da docência 
nesta etapa do ensino. 
Bons estudos!
Introdução
Aprender e ensinar Ciências 
Naturais nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental
Capítulo
1
O ensino de Ciências Naturais no Ensino Fundamental, no 
decorrer de sua história, passou por diversas tendências, que 
se	refl	etiram	em	ações	docentes	tomadas	em	sala	de	aula,	visto	
que a educação tradicional dominava o cenário escolar, embora 
já eram notados alguns esforços de renovação desse processo. 
As aulas eram expositivas, os professores eram os detentores do 
conhecimento e os alunos tinham que absorver as informações 
passadas por esse professor. Para esses cursos serem 
considerados bons, tomava-se como base a quantidade de 
conteúdos trabalhados. O questionário era o principal recurso de 
avaliação e estudo, os alunos, em suas respostas, reproduziam 
exatamente a fala dos professores em sala de aula ou a do 
conteúdo do livro-texto. Mediante o exposto, percebeu-se a 
necessidade de uma revisão no ensino de Ciências Naturais.
De acordo com Saviani (2010), apresentadas pelo modelo 
Escola Nova ou Escola Ativa, de 1932 a 1964, as demandas 
para revisão do ensino de Ciências Naturais orientaram-se 
para	um	currículo	que	atendesse	ao	conhecimento	científi	co	
e às propostas pedagógicas, que visavam à renovação do 
2 UNIUBE
ensino. Essa tendência, apresentada pela Escola Nova, mudou 
o foco da questão pedagógica da escola tradicional e passou a 
valorizar a participação ativa do estudante no processo de ensino 
aprendizagem. 
Em relação à Escola Nova, Menezes (2001, p.1) explica
É um movimento de educadores europeus e 
norte-americanos,	organizado	em	fins	do	século	
XIX, que propunha uma nova compreensão 
das necessidades da infância e questionava 
a passividade na qual a criança estava 
condenada pela escola tradicional. [...] No 
Brasil, a Escola Nova buscava a modernização, 
a democratização,a industrialização e 
urbanização da sociedade. Os educadores 
que apoiavam suas ideias entendiam que a 
educação seria a responsável por inserir as 
pessoas na ordem social. Também conhecido 
como escolanovismo, a Escola Nova chegou ao 
País na década de 1920 com as Reformas do 
Ensino de vários Estados brasileiros.
Nesse sentido, as atividades práticas começaram a fazer parte 
dos projetos de ensino e dos cursos de formação de professores, 
em que os materiais didáticos passaram a ser utilizados de forma 
a atender a esse tipo de atividade.
Com a Escola Nova, o ensino de Ciências Naturais passa a dar 
condições para o aluno vivenciar e observar as situações e, a 
partir dessa observação, levantar hipóteses, testá-las, refutá-
las e abandoná-las se necessário e, dessa forma, construir 
conhecimentos. Com base nessa perspectiva, buscava-se a 
democratização do ensino, com vistas à mudança de mentalidade 
do professor, que começava a assimilar os novos objetivos, as 
metodologias para o ensino aprendizagem de Ciências Naturais.
 UNIUBE 3
Na década de 80, a reestruturação do processo educacional 
tem	 como	 objetivo	 a	 construção	 do	 conhecimento	 científico	
pelo aluno. Desde esta época até hoje, as investigações sobre 
as preconcepções (ideias que se formam antecipadamente) 
das crianças e dos adolescentes sobre os fenômenos naturais 
e	as	suas	relações	com	os	conceitos	científicos	são	temas	de	
pesquisas e produções acadêmicas.
A metodologia do ensino das Ciências Naturais não se limita mais 
ao fornecimento de informações e de estruturas, baseia-se no 
modelo de aprendizagem com foco em experimentações e na 
construção do conhecimento, a partir da competência dos alunos.
Dessa forma, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017), 
“que	é	um	documento	de	caráter	normativo	e	que	define	o	conjunto	
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os 
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades 
da Educação Básica”, que passa a vigorar em 2018, tem como 
objetivo
[...] superar a fragmentação das políticas 
educacionais, enseje o fortalecimento do 
regime de colaboração entre as três esferas 
de governo e seja balizadora da qualidade da 
educação. Assim, para além da garantia de 
acesso e permanência na escola, é necessário 
que sistemas, redes e escolas garantam um 
patamar comum de aprendizagens a todos 
os estudantes, tarefa para a qual a BNCC é 
instrumento fundamental. (BRASIL, 2017, p.8).
A BNCC propõe que as aprendizagens essenciais efetivem a 
construção do conhecimento. E, na área de Ciências, os alunos 
desenvolvam habilidades de compreensão, interpretação e 
avaliação sobre o ambiente em que estão inserido. 
4 UNIUBE
As ideias prévias dos alunos têm papel 
fundamental no processo de aprendizagem que 
só é possível embasada naquilo que ele já sabe 
e [...] o que o torna responsável tanto pelo saber 
produzido quanto pelo controle dos fenômenos 
naturais e históricos dos quais é agente (BNCC, 
2017, p. 352). 
Todo esse estudo não invalida o processo de construção conceitual 
e seus pressupostos. Ele serve para redimensionar as práticas 
sobre a metodologia do ensino das Ciências Naturais.
Em consonância com o exposto, pretendemos que os objetivos 
explicitados a seguir estejam de acordo com as propostas da Base 
Nacional Comum Curricular - BNCC.
Após a leitura deste capítulo, você deverá ser capaz de:
• explicar a importância de estudar Ciências Naturais nos anos 
iniciais do Ensino Fundamental; 
• demonstrar as diferentes terminologias e características da 
Ciência;
• distinguir	senso	comum	de	conhecimento	científico;
• esclarecer a transição dos conhecimentos propostos para a 
Educação Infantil da área de Ciências para os anos iniciais 
do Ensino Fundamental.
1.1 Por que ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do Ensino 
Fundamental?
1.1.1	Conhecimento	científico	e	senso	comum
1.1.2	Classificação	das	Ciências
Objetivos
Esquema
 UNIUBE 5
1.2 Compreensão de ciência e de processo de ensino e de 
aprendizagem em ciências nos anos iniciais do Ensino 
Fundamental
1.3	Competências	específicas	de	Ciências	da	Natureza	para	os	
anos inciais do Ensino Fundamental
1.3.1 Unidade temática – Matéria e energia
1.3.2 Unidade temática – Vida e evolução
1.3.3 Unidade temática – Terra e Universo
1.4	Considerações	finais
1.1 Por que ensinar Ciências Naturais nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental?
Na sociedade contemporânea, com a supervalorização do conhecimento 
científico	e	acesso	à	tecnologia,	não	é	mais	possível	pensar	na	formação	
de	um	indivíduo	crítico	e		reflexivo	à		margem	do	saber	científico.	Dessa	
forma, 
[...]	apreender	ciência	não	é	a	finalidade	última	do	
letramento, mas, sim, o desenvolvimento da capacidade 
de atuação no e sobre o mundo, importante ao exercício 
pleno da cidadania. (BRASIL, p.317, 2017).
O objetivo do ensino de Ciências é reconhecer os valores humanos e 
estabelecer associações entre o aprendizado de como compreender 
o mundo e, nele, promover transformações. Visa reconstruir a relação 
homem-natureza e, com isso, desenvolver a consciência social do 
indivíduo.
O estudo das Ciências, no contexto das séries iniciais do Ensino 
Fundamental, irá ampliar a capacidade da criança, como cidadã, de 
compreender as ações, as reações, as composições das coisas e os 
objetos que constituem o mundo que a cerca, viabilizando sua capacidade 
de exercer a cidadania.
6 UNIUBE
Isso	 posto,	 faz-se	 necessário	 superar	 a	 postura	 cientifista	 que	
compreende	definitivos	os	conhecimentos	científicos	e	que,	por	muito	
tempo, fez com que o ensino de Ciências da Natureza fosse instrumental, 
teórico	ou	experimental,	dissociado	da	reflexão	sobre	os	conteúdos	das	
Ciências e de suas relações com o mundo de trabalho. 
Nessa perspectiva, a área de Ciências da Natureza, 
por meio de um olhar articulado de diversos campos 
do saber, precisa assegurar aos alunos do Ensino 
Fundamental o acesso à diversidade de conhecimentos 
científicos	produzidos	ao	longo	da	história,	bem	como	
a aproximação gradativa aos principais processos, 
práticas	e	procedimentos	da	investigação	científica. 
(BRASIL, 2017, p.317).
De	acordo	com	o	documentos	oficiais	do	MEC,	o	estudo	da	Ciência	da	
Natureza pode contribuir para a relação entre o homem e o ambiente em 
que	vive.	Dessa	forma,	é	importante	ensinar	o	conhecimento	científico	
para as crianças desde os anos iniciais do Ensino Fundamental.
Pense: como podemos relacionar o que vemos nos jornais, o que assistimos 
na televisão, sobre assuntos relacionados à natureza e aos grandes temas 
das Ciências, com os nossos objetos de estudo e com a dinâmica das 
nossas aulas?
PARADA PARA REFLEXÃO
Muitos dos assuntos que encontramos nos noticiários abordam os 
nossos temas sugeridos para estudo: desastres ambientais, poluição, 
epidemia, técnicas agrícolas, entre outras temáticas comuns ao nosso dia 
a dia. Isso deixa claro que as implicações das ciências estão inseridas na 
sociedade, na vida de cada um de nós. Assim, proporcionar às crianças 
o	acesso	aos	conhecimentos	científicos	tornou-se	fundamental	para	que	
elas possam compreender e fazer a leitura do mundo em que vivem e, 
com isso, poder intervir conscientemente na preservação do mundo. O 
ensino de Ciências nos anos inicias do Ensino Fundamental precisa dar 
 UNIUBE 7
condições para que as crianças desenvolvam a sua cidadania, tornando-
se cidadãos ativos e responsáveis.
Neste sentido, o ensino de Ciências é fundamental 
para a população não só ter a capacidade de desfrutar 
dos	 conhecimentos	 científicos	 e	 tecnológicos,	
mas	para	despertar	vocações,	a	fim	de	criar	estes	
conhecimentos. O ensino de Ciências é fundamental 
para a plena realização do ser humano e a sua 
integração social. Continuar aceitando que grande 
parte	da	população	não	receba	formação	científica	e	
tecnológica de qualidade agravará as desigualdades 
do	país	e	significará	seu	atraso	no	mundo	globalizado.	
Investir	para	constituir	uma	populaçãocientificamente	
preparada é cultivar para receber de volta cidadania e 
produtividade, que melhoram as condições de vida de 
todo o povo. (UNESCO, 2005, p.2).
Para entendermos a importância de estudar Ciências Naturais, temos de 
compreender a Ciência em si.
Reflita	acerca	da	Figura	1	a	seguir:
PARADA PARA REFLEXÃO
Figura 1: O que é ciência?
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
8 UNIUBE
Os conhecimentos das ciências devem ser incorporados à vida dos 
cidadãos, de modo que estes saberes possam ser aplicados e, com isso, 
auxiliarem nas mais diversas situações do cotidiano. Nessa perspectiva, 
é fundamental iniciarmos essas discussões na sala de aula.
É importante perguntarmos aos alunos como eles imaginam o cientista e 
sua forma de trabalho. Provavelmente, eles responderão que é um homem 
vestido de branco, que trabalha em um laboratório repleto de instrumentos 
e que provoca explosões, realizando descobertas inéditas. E, ainda, que 
esses cientistas são gênios! Certamente, eles são retratados da forma como 
são	vistos	nos	filmes,	desenhos	animados	e	programas	de	TV.	Como	Dr.	
Emmett	Brown,	do	filme	“De	volta	Para	o	Futuro”,	Profº	Sherman,	do	filme	“O	
Professor Aloprado”, o Franjinha da “Turma da Mônica”, “Dr.Frankenstein”, 
entre outros.
Vale	 a	 pena	 continuar	 a	 discussão	 refletindo	 sobre	 o	 seguinte	
questionamento:
Mas será que é assim mesmo?
O cientista é um homem vestido de jaleco branco, que trabalha em um 
laboratório repleto de instrumentos, que provoca explosões e que realiza 
descobertas inéditas?
EXEMPLIFICANDO!
Para	entender	o	trabalho	do	cientista,	temos	que	primeiro	definir	Ciência.		
Existem	várias	definições	acerca	deste	conceito,	sendo	assim,	podemos	
dizer que Ciência é um conjunto de conhecimentos que descrevem a 
natureza e seus fenômenos; é também a atividade humana traduzida 
Você saberia responder o que é ciência? Quais são as diferentes concepções 
a que essa terminologia nos remete?
 UNIUBE 9
em saberes, teorias e leis; é a interação entre os fatos e as ideias. Os 
fatos são acontecimentos, por exemplo, um terremoto, a chuva forte que 
caiu ou o desastre ambiental e as ideias são as formas de interpretar e 
explicar cada fato, ou seja, o nosso olhar, nossa leitura acerca do que 
“estamos vendo”. 
Sobre a interação entre os fatos e as ideias, a Base Comum Curricular 
aponta que: 
Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a respeito 
de si mesmas, da diversidade e dos processos de 
evolução e manutenção da vida, do mundo material – 
com os seus recursos naturais, suas transformações 
e fontes de energia –, do nosso planeta no Sistema 
Solar e no Universo e da aplicação dos conhecimentos 
científicos	nas	várias	esferas	da	vida	humana.	(BRASIL, 
2017, p.321).
Assim, a interação entre os fatos e fenômenos do dia a dia é vista como 
um princípio de aprendizagem e um fator de desenvolvimento da Ciência.
1.1.1 Conhecimento científico e senso comum
Saber	ciência	vai	além	de	conhecer	o	método	científico	e	ter	habilidade	
para investigação. Aprender ciência é entender a ciência; é fazer ciência! 
O	conhecimento	científico,	aquele	que	envolve	pesquisa,	vai	além	do	
senso comum.
O	professor	pode	instigar	as	reflexões	dos	alunos	a	partir	de	uma	imagem,	
como a Figura 2 a seguir:
EXEMPLIFICANDO!
10 UNIUBE
Figura 2: Ciência ou senso comum?
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
O docente deve mediar as discussões dos educandos, que, provavelmente, 
já ouviram muitos casos de reações de pessoas que têm medo de 
encontrar um gato preto à noite, porque acreditam que “dá azar”. Para 
que	essa	crença	se	torne	um	conhecimento	científico,	ela	deve	ser	testada,	
pesquisada,	comprovada	e	certificada,	por	meio	de	pesquisas	científicas,	
que comprovem, realmente, que encontrar um gato preto dá azar. Assim, 
a crença deixaria de ser apenas senso comum, ou seja, um conhecimento 
popular.
Ao falarmos que o medicamento Novalgina é analgésico e antitérmico, não 
estamos	utilizando	o	senso	comum.	Isso	é	um	conhecimento	científico.	Sabe	
por quê? O medicamento Novalgina foi pesquisado, testado e comprovado 
cienticamente! 
Dessa forma, a escola tem papel relevante na condução do processo 
de ensino e aprendizagem. Isso implica importância e responsabilidade 
do professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental de estimular o 
conhecimento	científico	em	seus	alunos.
 UNIUBE 11
Para que isso ocorra, o professor deve deixar de lado o ensino livresco 
e descontextualizado, que faz com que o aluno decore conceitos sem 
compreender a aplicabilidade do que está sendo estudado.
1.1.2 Classificação das Ciências
Considerando	a	necessidade	de	identificar	as	características	comuns	de	
cada ciência, Marcone e Lakatos (2000, p. 28) apresentam as seguintes 
classificações	das	ciências:
Para Marcone e Lakatos (2000), as ciências formais são compostas 
pela lógica e pela matemática. Elas preocupam-se com a demonstração 
de números, demonstração de enunciados, símbolos, ou seja, estudam 
as ideias. 
12 UNIUBE
Em relação às ciências factuais, elas são compostas pelas ciências 
naturais e sociais, que têm como subitens a Física, a Biologia, a 
Química, a Antropologia, entre outras, e estudam os fatos que estão 
ao	nosso	entorno,	seus	significados	e	processos	por	meio	dos	quais	se	
desenvolvem. 
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, estudaremos as Ciências 
Biológicas e os seres vivos que fazem parte da natureza (bios, em grego, 
significa	vida),	mediante	isso,	estaremos	realizando	um	estudo	sobre	
as Ciências da Natureza das ciências factuais. Observe a Figura 3 a 
seguir.
Figura 3: Como ensinar Ciências?
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
Sobre o ensino de Ciências Naturais, a Base Nacional Comum 
Curricular – BNCC (2017) aponta que devemos organizar situações de 
aprendizagem	significativas	para	os	alunos,	partindo	de	questões	que	
sejam	desafiadoras,	que	estimulem	o	interesse	e	a	curiosidade	científica	
e	que	possibilitem	definir	problemas,	levantar	hipótese,	analisar,	tirar	
conclusões e propor soluções.
 UNIUBE 13
1.2 Compreensão de Ciência e de processo de ensino e de 
aprendizagem em Ciências Naturais no Ensino Fundamental
Observe a Figura 4 a seguir:
Figura 4: Ciência ou Ciências? 
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
Para você, é correto aula de Ciência ou aula de Ciências?
• A	palavra	ciência	e	ciências	não	possuem	o	mesmo	significado.		
Segundo o Dicionário Houaiss (2007),
Segundo Armstrong e Barbosa (2012, p. 24), 
Podemos dizer que a ciência é uma forma de 
conhecimento sistemática que busca explicar os 
14 UNIUBE
fundamentos da natureza por meio de um trabalho 
racional, possui créditos metodológicos para 
demonstrar a veracidade dos fatos observados e tem 
como	 finalidade	 atingir	 fatos	 concretos,	mediante	
instrumentos, técnicas e procedimentos de observação 
fundamentados em diferentes métodos experimentais.
Dessa	forma,	podemos	definir	que	a	expressão	“ciência”,		escrita	no	
singular, diz respeito a conhecimento. 
Reflita	acerca	da	Figura	5	a	seguir:
PARADA PARA REFLEXÃO
Figura 5: Ciência ou Ciências? 
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
Você já pensou sobre isso?
A disciplina Ciências já teve várias denominações como: Ciências Naturais, 
Ciências Biológicas, Ciências Físicas, Ciências Exatas. Atualmente é 
chamada	de	Ciências	Naturais,	mais	conhecida,	na	escrita	simplificada,	por	
Ciências. 
 UNIUBE 15
Como	vimos,	a	expressão	“ciências”	está	no	plural.	Isso	significa	que	ela	
abrange	um	grande	campo	do	conhecimento	científico	e	não	apenas	um	
campo de estudo de pesquisa. O estudo da área de ciências envolve 
conhecimentos	relativos	a	diversas	disciplinas	como:	Geografia,	Biologia,	
Química, Astronomia. Dessa forma, percebe-se que o campo das ciências 
é vasto, o que torna o trabalho complexo. No que se refere ao nosso 
estudo,	estaremos	utilizando	a	denominação	simplificada:	Ciências.
Em relação ao ensino de Ciências, nos anos iniciais do Ensino 
Fundamental, assim como nas demais disciplinas, a BNCC valoriza as 
situações lúdicas de aprendizageme propõe uma transição natural dos 
conceitos que foram ensinados na Educação Infantil com o que o aluno 
vai estudar nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Essa interação 
visa garantir segundo BNCC (BRASIL, 2017, p. 49) a “[...] integração e 
continuidade dos processos de aprendizagem das crianças, respeitando 
suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com 
os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada 
etapa”.
A título de conhecimento, apresentaremos, a seguir, os Campos de 
Experiências, propostos pela BNCC, para a Educação Infantil, que 
deverão dar continuidade ao trabalho a ser desenvolvido nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental.
Eu, o outro e o nós
• Respeitar e expressar sentimentos e emoções, 
atuando com progressiva autonomia emocional.
• Atuar em grupo e demonstrar interesse em construir 
novas relações, respeitando a diversidade e 
solidarizando-se com os outros.
• Agir com progressiva autonomia em relação 
ao próprio corpo e ao espaço que ocupa, 
apresentando independência e iniciativa.
• Conhecer, respeitar e cumprir regras de cunho 
social, manifestando respeito pelo outro ao lidar 
com	conflitos.
16 UNIUBE
Corpo, gestos e movimentos
• Reconhecer a importância de ações e situações 
do cotidiano que contribuem para o cuidado de sua 
saúde e a manutenção de ambientes saudáveis.
• Apresentar autonomia nas práticas de higiene, 
alimentação, vestir-se e no cuidado com seu 
bem-estar, valorizando o próprio corpo.
• Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, 
controle e adequação) como instrumento de 
interação com os outros e com o meio.
• Coordenar	suas	habilidades	psicomotoras	finas.
• Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e 
interagir com a música, percebendo-a como forma 
de expressão individual e coletiva.
• Reconhecer as artes visuais como meio de 
comunicação, expressão e construção do 
conhecimento.
• Relacionar-se com o outro empregando gestos, 
palavras, brincadeiras, jogos, imitações, 
observações e expressão corporal.
• Recriar,	a	partir	de	imagens,	figuras	e	objetos,	
usando materiais simples e ensaiando algumas 
produções expressivas.
Traços, sons, cores e formas
• Expressar ideias, desejos e sentimentos em 
distintas situações de interação, por diferentes 
meios. 
• Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência 
temporal e causal, organizando e adequando sua 
fala ao contexto em que é produzida.
Oralidade e escrita
• Ouvir, compreender, contar, recontar e criar 
narrativas.
• Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, 
demonstrando compreensão da função social da 
escrita e reconhecendo a leitura como fonte de 
prazer e informação.
 UNIUBE 17
• Identificar,	nomear	adequadamente	e	comparar	as	
propriedades dos objetos, estabelecendo relações 
entre eles para a formulação, o raciocínio e a 
resolução de problemas.
• Interagir com o meio ambiente e com fenômenos 
naturais	ou	artificiais,	demonstrando	atitudes	de	
investigação, respeito e preservação.
• Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza 
(maior, menor, igual etc.), espaço (dentro e fora) e 
medidas	(comprido,	curto,	grosso,	fino)	como	meio	
de comunicação de suas experiências.
Espaços, tempos, quantidades, relações e 
transformações
• Resolver, criar e registrar situações-problema do 
cotidiano e estratégias de resolução. Utilizar 
unidades de medida (dia / noite, dias / semanas / 
meses / ano) e noções de tempo (presente / 
passado / futuro, antes / agora / depois), para 
responder à necessidades e a questões do cotidiano.
• Identificar	e	registrar	quantidades	por	meio	de	
diferentes formas de representação (contagens, 
desenhos, símbolos, escrita de números, 
organização	de	gráficos	básicos	etc.).	(BRASIL,	
2017, p. 50-51).
Assim, entendemos que o ensino das Ciências é processo dinâmico, 
é ação e movimento. As alternativas que tornam o ensino de Ciências 
mais	dinâmico	são,	em	sua	maioria,	voltadas	para	o	aspecto	reflexivo-
experimental,	para	a	importância	da	contextualização	histórico-científica,	
com	o	desafio	dos	alunos	em	resolver	situações-problema,	de	forma	que	
eles	possam	construir	o	pensamento	reflexivo,	lógico	e	científico.
 
Se	o	desenvolvimento	do	pensamento	lógico,	reflexivo	e	científico	é	a	
tônica do mundo cultural para o ensino escolar, neste cenário, em relação 
a	Ciências	no	Ensino	Fundamental,	professores	e	alunos	são	desafiados	
a romper com a abordagem do ensino linear, teórico, conteudista e 
18 UNIUBE
cientificista	do	ensino	de	Ciências	e	reestabelecer	relações	entre	o	
conhecer e pensar. 
1.3 Competências específicas de Ciências da Natureza para 
o Ensino Fundamental
O ensino aprendizagem de Ciências visa valorizar o compromisso com 
os saberes historicamente produzidos e proporcionar aos alunos um novo 
olhar sobre o mundo em que vivem, bem como a conscientização sobre 
a preservação da natureza.
Dessa	 forma,	 pautado	 nos	 documentos	 oficiais	 que	 organizam	 essa	
disciplina, espera-se que, com o ensino de Ciências, os alunos desenvolvam 
as seguintes competências.
 
1. Compreender as ciências como empreendimento 
humano, reconhecendo que o conhecimento 
científico	é	provisório,	cultural	e	histórico.
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas 
explicativas das Ciências da Natureza, bem como 
dominar processos, práticas e procedimentos da 
investigação	científica,	de	modo	a	sentir	segurança	
no	debate	de	questões	científicas,	tecnológicas	e	
socioambientais e do mundo do trabalho. 
3. Analisar, compreender e explicar características, 
fenômenos e processos relativos ao mundo 
natural, tecnológico e social, como também 
as relações que se estabelecem entre eles, 
exercitando a curiosidade para fazer perguntas e 
buscar respostas. 
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, 
socioambientais e culturais da ciência e da 
tecnologia	e	propor	alternativas	aos	desafios	
do mundo contemporâneo, incluindo aqueles 
relativos ao mundo do trabalho. 
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
 UNIUBE 19
5. Construir argumentos com base em dados, 
evidências	e	informações	confiáveis	e	negociar	
e defender ideias e pontos de vista que respeitem 
e promovam a consciência socioambiental 
e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo 
e valorizando a diversidade de indivíduos e de 
grupos sociais, sem preconceitos de qualquer 
natureza.
6. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo 
e bem-estar, recorrendo aos conhecimentos das 
Ciências da Natureza. 
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, 
autonomia,	 responsabilidade,	 flexibilidade,	
resiliência e determinação, recorrendo aos 
conhecimentos das Ciências da Natureza para 
tomar	 decisões	 frente	 a	 questões	 científico-
tecnológicas e socioambientais e a respeito 
da saúde individual e coletiva, com base em 
princípios éticos, democráticos, sustentáveis e 
solidários (BRASIL, BNCC, 2017, p. 276).
Segundo a BNCC (2017), a estrutura dos currículos de Ciências é 
organizada com base em três unidades temáticas Matéria e energia; 
Vida e evolução, Terra e Universo, que se repetem no decorrer dos 
anos	iniciais	do	Ensino	Fundamental	até	os	anos	finais.
Para melhor compreensão dessas unidades temáticas, veremos alguns 
trechos da BNCC. 
1.3.1 Unidade temática – Matéria e energia
Veja o que o BNCC assevera:
Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com 
uma série de objetos, materiais e fenômenos, em 
sua vivência diária e na relação com o entorno. Tais 
experiências são o ponto de partida para possibilitar a 
construção das primeiras noções sobre os materiais, 
seus usos e propriedades, bem como suas interações 
com luz, som, calor, eletricidade e umidade, entre 
outros elementos, estimulando a construção de hábitos 
20 UNIUBE
saudáveis e sustentáveis por meio da preservação 
da saúde a partir dos cuidados e riscos associados 
à integridade física e à qualidade auditiva e visual e 
da construção coletiva de propostas de reciclagem e 
reutilização de materiais. Espera-se também que os 
alunospossam reconhecer a importância, por exemplo, 
da água, em seus diferentes estados, para a agricultura, 
o clima, a preservação do solo, a geração de energia 
elétrica, a qualidade do ar atmosférico e o equilíbrio dos 
ecossistemas. Em síntese, valorizam-se, nessa fase, 
os elementos mais concretos e os ambientes que o 
cercam (casa, escola e bairro), oferecendo aos alunos a 
oportunidade de interação, compreensão e ação no seu 
entorno. (BRASIL, 2017, p. 321).
1.3.2 Unidade temática – Vida e evolução
Observe o que o BNCC explica:
Nos anos iniciais, as características dos seres vivos 
são trabalhadas a partir das ideias, representações, 
disposições emocionais e afetivas que os alunos trazem 
para a escola. Esses saberes dos alunos vão sendo 
organizados a partir de observações orientadas, com 
ênfase na compreensão dos seres vivos do entorno, 
como também dos elos nutricionais que se estabelecem 
entre eles no ambiente natural. [...]Nos anos iniciais, 
pretende-se que, em continuidade às abordagens 
na Educação Infantil, as crianças ampliem os seus 
conhecimentos	e	apreço	pelo	seu	corpo,	identifiquem	
os cuidados necessários para a manutenção da saúde 
e integridade do organismo e desenvolvam atitudes 
de respeito e acolhimento pelas diferenças individuais, 
tanto no que diz respeito à diversidade étnico-cultural 
quanto em relação à inclusão de alunos da educação 
especial. (BRASIL, 2017, p. 322).
1.3.3 Unidade temática – Terra e Universo 
Observe o que diz o BNCC:
Os estudantes dos anos iniciais se interessam com 
facilidade pelos objetos celestes, muito por conta da 
exploração e valorização dessa temática pelos meios 
de comunicação, brinquedos, desenhos animados e 
livros infantis. Dessa forma, a intenção é aguçar ainda 
 UNIUBE 21
mais a curiosidade das crianças pelos fenômenos 
naturais e desenvolver o pensamento espacial a partir 
das experiências cotidianas de observação do céu e 
dos fenômenos a elas relacionados. A sistematização 
dessas observações e o uso adequado dos sistemas 
de	referência	permitem	a	identificação	de	fenômenos	e	
regularidades que deram à humanidade, em diferentes 
culturas, maior autonomia na regulação da agricultura, 
na conquista de novos espaços, na construção de 
calendários etc. (BRASIL, BNCC, 2017, p. 324).
O documento destaca que essas três unidades temáticas devem ser 
trabalhadas de forma contínua nas aprendizagens e na integração com 
os objetos de conhecimento durante todas as séries inicias do Ensino 
Fundamental. É muito importante que o professor não fragmente esses 
processos, visto que essas temáticas não se desenvolvem isoladamente.
Considerações finais1.4
Com a leitura deste capítulo, esperamos que tenha construído 
conhecimentos fundamentais sobre o que é proposto para o ensino de 
Ciências da Natureza nos anos iniciais do Ensino Fundamental propostos 
pela Base Comum Curricular Nacional – BNCC.
 
A concepção atual de educação nos diz que, para aprender, o aluno 
precisa participar da construção do seu conhecimento como sujeito. 
Assim, a aprendizagem passa a ser o foco de todo o processo 
educacional, sendo a aprendizagem o modo com que indivíduos 
desenvolvem competências e constroem seus conhecimentos.
Neste cenário, o ensino das Ciências da Natureza, desde a Educação 
Infantil, deve perpassar todo o Ensino Fundamental criando 
possibilidades para que o aluno desenvolva a curiosidade, as habilidades 
de experimentação, a investigação sobre fatos e fenômenos da natureza.
22 UNIUBE
Para isso, faz-se necessário que o professor dos anos iniciais do Ensino 
Fundamental compreenda a importância do ensino de Ciências, bem 
como suas questões conceituais e suas abrangências socioambientais 
para propor atividades estimulantes com práticas que promovam a 
criatividade, a cidadania e o pensamento crítico acerca dos conteúdos 
estudados, gerando mudanças de atitudes. 
Como apresenta os estudos de Delors (1999), “O objetivo da Educação 
não é somente transmitir conhecimentos, mas criar um espírito para toda 
a vida, onde ensinar é viver em transformações consigo próprio e com 
os outros”.
Referências
ARMSTRONG. Diane Lucia de Paula; BARBOSA, Liane Maria Vargas. Metodologia 
do ensino de ciências biológicas e da natureza. Curitiba: Inersaberes. 2012. 
(Série Metodológica).
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta 
preliminar. Segunda versão revista. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: < http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79601-
anexo-texto-bncc-reexportado-pdf-2&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=
30192>. Acesso em: 02 set. 2017.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: 
ciências naturais (1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental). Brasília: Ministério da 
Educação e do Desporto, 1998.
DALZOTO, Gilsani. Fundamentos e metodologia de ensino de ciências 
biológicas. Curitiba: InterSaberes, 2004.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1999.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2017.
LIPPE. Eliza Márcia Oliveira. Metodologia do ensino da ciência. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2006.
 UNIUBE 23
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 
3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
MENEZES, Ebenezer Takuno. Escola Nova. Disponível em: <http://www.educabrasil.
com.br/escola-nova/.>. Acesso em: 09 nov. 2017.
MINAS, Gerais. Secretaria de Estado da Educação. Caderno de Ciências. Ciclos 
Básicos e Intermediários/Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Consultoria e 
elaboração: Iria Luiza e Castro Vieira, Inês Luci Machado, Maria Inês Melo de Toledo, 
Delma Faria Shimamoto. Belo Horizonte, junlho de 2000.
UNESCO BRASIL. Ensino de Ciências:o futuro em risco. 2005. Disponível em: 
<http://unesdoc.unesco.org/imagens/0013/001399/139948por.pdf>. Acesso em: 
27 abr. 2018.
ZAVBALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Art-med, 1998.
Introdução
Os conteúdos de Ciências 
Naturais no Ensino 
Fundamental – 1º e 2º anos
Capítulo
2
Dando continuidade aos nossos estudos, este capítulo foi 
elaborado pensando em ajudá-lo a compreender os conteúdos 
de	Ciências	Naturais	propostos	no	documento	ofi	cial	BNCC,	que	
orienta o ensino no 1º e 2º anos do Ensino Fundamental.
Buscaremos [...] contextualizar os conteúdos 
dos	componentes	curriculares,	identifi	cando	
estratégias para apresentá-los, representá-
los,	exemplifi	cá-los,	conectá-los	e	 torná-los	
signifi	cativos,	com	base	na	realidade	do	lugar	
e do tempo nos quais as aprendizagens estão 
situadas. (BRASIL, 2017, p. 12).
Nessa perspectiva, ao longo do capítulo, procuramos estabelecer 
uma relação entre a teoria e a prática, de forma a contextualizar 
os conteúdos de Ciências Naturais, evidenciando estratégias de 
ensino-aprendizagem. Os textos deste livro apresentam uma 
linguagem simples, adequada ao 1º e 2º anos, mas contemplando 
práticas docentes que possibilitam a construção do conhecimento 
pedagógico do aluno – futuro-professor. Assim, procurou-se 
conectá-las	e	 tornar	os	conteúdos	signifi	cativos	para	melhor	
compreensão e estudo. 
26 UNIUBE
Dessa forma, esperamos que o seu aprendizado transcorra de 
forma	prazerosa	e	que	estimule	a	atitude	investigativa	e	reflexiva,	
fomentando soluções para a prática docente.
Objetivos
Após a leitura deste capítulo, você deverá ser capaz de:
• selecionar os conteúdos de Ciências Naturais, adequados 
ao 1º e 2º anos; 
• aplicar metodologias para o ensino destes conteúdos. 
Esquema
2.1 O corpo humano 
2.1.1 O corpo em movimento 
2.1.2 O nosso corpo
2.1.3 Órgãos dos sentidos
2.2 Os materiais
2.2.1 Os materiais no nosso dia 
2.2.2 Origem dos materiais
2.2.3 As propriedades gerais da matéria
2.2.4 Os estados físicos dos materiais
2.2.5 A mudança do estado físico dos materiais
2.2.6 Materiais que se transformam
2.3 Escalas de tempo – os dias e as noites
2.3.1 As estações do ano
2.4 O ambiente à nossa volta
2.4.1 Os seres vivos e a relaçãocom o ambiente
2.5 Os animais
2.5.1 O tamanho dos animais
2.5.2 Como os animais se alimentam
2.5.3 O ciclo de vida dos animais
 UNIUBE 27
2.5.4 Animais domésticos e animais silvestres
2.5.5 Animais terrestres e animais aquáticos
2.5.6 Animais mamíferos
2.6 As plantas
2.6.1 Partes das plantas
2.7	Considerações	finais
O corpo humano2.1
O trabalho com o corpo humano chama a atenção das crianças. São 
várias as perguntas que permeiam esse assunto:
• Por que a gente bebe água?
• Para que servem os cílios?
• Por que as unhas não param de crescer?
• Por que sentimos fome, frio e calor?
• Como eu nasci?
• Por que quando eu choro sai água dos meus olhos?
• Quanto	tempo	podemos	ficar	sem	piscar?
• Por que quando espetamos o dedo na agulha tiramos a mão bem 
rápido sem pensar?
Muitas	crianças,	antes	de	iniciar	o	conhecimento	científico	na	escola	já	
têm respostas prontas para essas perguntas. São os conhecimentos que 
elas	trazem	de	casa.	Isso	significa	que,	mesmo	antes	de	ter	acesso	às	
informações sobre a composição de seu corpo, elas formulam hipóteses 
para essas perguntas independentemente dos equívocos ocasionados 
pelo senso comum.
Cabe ao professor aproveitar os conhecimentos que as crianças já 
possuem sobre determinado assunto e propor novas questões e ajudá-las 
a	construir	o	conhecimento	científico	sobre	o	tema	em	questão.
28 UNIUBE
Nesse cenário, o professor não deve se aprofundar nas explicações, 
utilizando	uma	linguagem	complexa	com	termos	científicos	sobre	o	corpo	
humano. É importante compreender o que é fundamental à criança saber, 
quais	as	definições	básicas,	ou	seja,	utilizando	uma	linguagem	clara	
e objetiva, o professor ajudará a criança a entender as funções dos 
diversos órgãos. 
O estudo do corpo humano no primeiro ano do Ensino Fundamental, 
implica levar as crianças a compreender o seu corpo como um todo 
integrado, mostrando que cada parte desse corpo exerce funções 
específicas,	que	o	fazem	“funcionar	da	melhor	forma	possível”.
2.1.1 O corpo em movimento
Para	refletir	acerca	do	corpo	em	movimento,	as	brincadeiras	são	recursos	
divertidos que mexem com o corpo e estimulam o relacionamento entre 
as crianças. 
Veja a brincadeira proposta a seguir, possivelmente, ela é do tempo em 
que sua mãe, pai e tias eram crianças.
MORTO-VIVO
A brincadeira que descrevemos a seguir foi adaptada do original de Delasig 
(2017). Ela poderá ser realizada com um grupo de crianças. Não há limites 
de participantes. No momento da brincadeira, será sorteado um elemento 
do grupo para controlar a brincadeira. Ele será o guia do grupo.
• O	guia	fica	no	centro	da	roda	e	os	demais	participantes	caminham	
livremente pela sala de aula (ou em outro espaço). 
• Sem avisar ninguém, o guia interrompe a caminhada com o comando 
morto. Todos têm que agachar. Rapidamente o guia fala vivo, e os 
participantes levantam e continuam a caminhada.
EXEMPLIFICANDO!
 UNIUBE 29
• Os comandos podem ser alterados, como vivo, em seguida, vivo, 
morto, vivo, morto...
• A cada erro, a criança sai e “paga” uma prenda. A última criança que 
ficar	ganha	a	brincadeira!
Obs. outras brincadeiras poderão ser exploradas, como: cabra-cega, estátua, 
dança das cadeiras etc. 
Após a brincadeira, é importante que o professor faça perguntas aos 
alunos, instigando a análise dos movimentos que foram realizados e 
as sensações que cada movimento proporcionou, bem como quais as 
partes do corpo que foram utilizadas. É relevante explorar a coordenação 
motora, os sentidos, a atenção e a concentração. 
O	professor	pode	propor	que	os	alunos	se	sentem	em	roda	e	reflitam	a	partir	
dos seguintes questionamentos:
• É possível praticar a brincadeira com as orelhas tampadas?
• Quando estava na posição de morto, desequilibrou e quase caiu?
• Durante a brincadeira qual foi a sensação de agachar e levantar toda 
hora?
• Qual posição foi mais confortável: morto ou vivo?
O professor poderá pedir aos alunos que registrem as respostas e, 
posteriormente, todos poderão discuti-las em grupo. 
EXEMPLIFICANDO!
Considerando que o ser criança está relacionado com o brincar, as 
brincadeiras são recursos que fornecem, a elas, a experiência necessária 
para o seu desenvolvimento e a construção da aprendizagem (Figura 1).
30 UNIUBE
Figura 1: Crianças brincando.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
A criança, desde o nascimento, aprende por meio do corpo no momento 
em que realiza as primeiras ações. Segundo Le Boulch (1992, p. 70), “é 
através da atividade prática que a criança vai descobrir sua existência 
e, como pessoa, ela vai conquistar sua unidade através da experiência 
vivenciada	com	o	corpo	eficazmente”.	A	partir	das	atividades	práticas,	das	
experimentações,	as	crianças	realizam	ações	significativas	no	processo	
de aprendizagem.
2.1.2 O nosso corpo
O trabalho com o corpo é fundamental para as crianças. Ele é concreto e 
familiar para elas, visto que elas exploram seu corpo desde o nascimento. 
Para Piaget (1996), a criança descobre o mundo por meio de seu corpo. 
Ela tem sensações e, por meio dessas sensações, vai desenvolvendo 
a coordenação de informações visuais e motoras sobre o mundo que a 
cerca	e	apropriando-se	do	significado	dessas	ações.	Assim,	percebemos	
a importância de retomar alguns conceitos sobre o corpo humano e, a 
 UNIUBE 31
partir deles, sugerir atividades lúdicas, experimentos que os docentes 
poderão utilizar como metodologia de ensino para a compreensão das 
crianças. 
Para entendermos melhor este trabalho, vejamos o exemplo a seguir.
Vejamos, agora, a sugestão de uma atividade para ser desenvolvida com 
crianças do primeiro e segundo ano do Ensino Fundamental. Podemos 
iniciar	o	estudo	sobre	o	nosso	corpo	refletindo	acerca	da	música	“Cabeça,	
ombro, joelho e pé”, da cantora Xuxa. 
Cabeça ombro, joelho e pé
Xuxa
Cabeça, ombro, joelho e pé 
Joelho e pé 
Cabeça, ombro, joelho e pé 
Joelho e pé 
Olhos, ouvidos, boca e nariz 
Cabeça, ombro, joelho e pé 
Joelho e pé [...]. (LETRA.MUS.BR, 2018).
Para ouvir a canção na íntegra, acesse:
https://www.letras.mus.br/xuxa/769665>
A proposta é de que os alunos cantem e encenem a música. Partindo dessa 
atividade,	eles	irão	identificar	as	partes	do	corpo	humano	mencionadas	na	
letra da música. Sendo assim, deverão perceber que o corpo possui três 
partes distintas: cabeça, tronco e membros. Em seguida, deve-se dar início 
à exploração de novos conceitos.
EXEMPLIFICANDO!
32 UNIUBE
É	importante	possibilitar	ao	aluno	realizar	esse	percurso	de	identificação	
da cabeça, do ombro, do joelho e do pé, para que compreenda que 
há órgãos importantes, que atuam em conjunto para nos manter vivos 
e saudáveis. Assim, eles também verão que, em nosso corpo, temos, 
também, dois pares de membros, que são: os membros inferiores, 
que correspondem às pernas, e os membros superiores, que são os 
braços. O professor pode explorar com as crianças o fato de que, com 
esses órgãos, podemos locomover, segurar objetos, entre outras ações.
Como atividade prática, o professor pode propor a realização do mapa 
do corpo, como veremos a seguir.
Mapa do corpo
Nesta atividade, o aluno deverá desenhar o contorno do corpo do colega 
no chão ou na folha de papel pardo. Depois do desenho feito, cada criança 
irá	identificar	as	partes	do	corpo	escrevendo	o	nome	de	cada	uma	delas	em	
seu respectivo local e irá recortar formando um móbile (Figura 2). 
EXEMPLIFICANDO!
Figura 2: Móbile do corpo humano.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
 UNIUBE 33
Esse móbile (Figura 2) poderá ser levado para casa como estudo, ou até 
mesmo	ficar	fixado	na	sala	de	aula,	podendo	ser	retomado	quando	for	
necessário.
A	atividade	lúdica	é	parte	da	realidade	do	aluno	e	torna-se	significativa	
à medida que ele exercita a imaginação e revela sua importância. 
Toma-se, como hipótese, que a atividade lúdica, realizada pela criança, 
surge a partir da realidade e assume um papel junto à sua imaginação. 
Assim, o educando se relaciona com a atividade criadora, podendo 
ser entendida nas diferentesformas de vinculação entre a fantasia e 
o real. Segundo Dinello (2007), o brincar e o jogar não têm nenhum 
interesse fora de si mesmos. O jogo propõe a alegria, o prazer da 
criança realizar a brincadeira. “A atividade lúdica da criança contém as 
máximas possibilidades de expressão criativa e comunicativa, portanto 
é a base das aprendizagens e da construção tanto de sua inteligência 
como de sua personalidade total (DINELLO, 2007. p. 87). Isso posto, 
o diálogo entre a criança e o objeto de estudo constitui-se como uma 
aprendizagem	significativa.	Isto	é	aprender	por	meio	de	atividades	lúdicas	
é enriquecedor e atrai a atenção dos alunos. 
Para trabalhar o tema corpo com as crianças, sugerimos a coleção Corpim, 
do autor Ziraldo: 
• Pelegrino e Petrônio.
• Os dez amigos.
• Um sorriso chamado Luiz.
• Rolim.
• Dodô.
• O Joelho Juvenal.
 
INDICAÇÃO DE LEITURA
34 UNIUBE
A série Corpim retrata de forma criativa e alegre diferentes partes do corpo, 
como:
• Pelegrino e Petrônio é a história de dois pés “irmãos”. 
• Os dez amigos é uma história dos dedos da mão. Cada dedo tem um 
apelido engraçado e, quando as duas mãos se encontram, elas fazem 
uma grande descoberta! 
• Um sorriso chamado Luiz conta a história de um menino que gostava 
muito de sorrir. Sorria o tempo todo e para todo mundo! 
• Dodô é o nome do bumbum de Dolores. Ele viveu o tempo todo coberto 
e só via as coisas depois que elas passavam e, com isso, resolveu 
protestar!
• O Joelho Juvenal traz a história engraçada de um joelho que viveu 
momentos felizes, embora sempre machucado!
• Rolim era um umbigo redondinho, que se julgava o centro do mundo!
2.1.3 Órgãos dos sentidos
O sistema sensorial é o sistema do corpo humano responsável por 
mandar as informações recebidas pelos órgãos (tato, olfato, paladar e 
visão)	ao	sistema	nervoso,	que	decodifica	essas	informações	e	envia-as	
para todo o corpo. Esse estudo permite à criança perceber a importância 
desses órgãos para sua sobrevivência. É por meio deles que o indivíduo 
percebe o ambiente em sua volta e os perigos que o cercam. 
Em relação aos órgãos de sentidos, enquanto docentes, podemos iniciar e 
mediar as discussões esclarecendo às crianças que os nossos sentidos nos 
permitem observar o mundo em que vivemos. Por exemplo: com os olhos 
podemos	ver	a	beleza	das	flores.	Ouvimos	o	canto	dos	pássaros	por	meio	
das orelhas, sentimos o que nos toca pela pele. E a língua? Ela nos permite 
EXEMPLIFICANDO!
 UNIUBE 35
sentir o gosto das coisas. Já com o nariz sentimos os cheiros. Podemos 
usar vários desses sentidos ao mesmo tempo, quando observamos o mundo 
que nos cerca.
Neste momento, enquanto professor, você deve trazer o conteúdo o 
mais próximo da criança, com uma linguagem clara e comum para ela. 
Segundo Rangel (2005. p. 22), “[...] os métodos individualizados procuram 
atender a condições e interesses dos alunos, suas motivações e aptidões, 
numa	perspectiva	de	fortalecimento	da	disposição,	da	confiança,	das	
escolhas próprias, das decisões e das convicções”. O professor deve 
utilizar metodologias e técnicas que proporcionam a autonomia do aluno, 
levando-o à compreensão e à aprendizagem. 
Lembre-se de que a aprendizagem só se efetiva se o aluno 
reconstrói seu conhecimento!!!
Também,	sugerimos	os	filmes	e	os	vídeos	como	estratégia	de	ensino.	
Eles são fontes ricas de relação entre o conteúdo da aprendizagem e a 
realidade, pois apresentam uma linguagem mais próxima e diferente das 
utilizadas pelos professores nas aulas (BARROS; PAULINO, 2007). A 
escolha do vídeo depende do objetivo que o professor pretende alcançar 
com o seu uso. É importante que o professor faça um trabalho prévio e 
outro	posterior	com	os	alunos	sobre	a	temática	do	filme	ou	vídeo,	caso	
contrário	essa	atividade	poderá	configurar-se	em	apenas	diversão.
Para ilustrar o tema estudado, sugerimos o vídeo GUGUDADA – As partes 
do corpo.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=_NSkoWouWME>. 
Acesso em: 26 out. 2017. Poderá usar vídeos similares.
PESQUISANDO NA WEB
36 UNIUBE
O tato
O professor pode começar explicando que o tato é um dos sentidos 
percebidos pela pele. Ao sermos tocados, sentimos o toque. Sentimos 
a textura e as formas dos objetos. É também, pela pele, que sentimos 
dor, calor e frio. O nosso corpo é coberto de pele, dessa forma, temos 
sensibilidade em todas as partes do corpo, porém essas sensibilidades 
não são todas iguais. Por exemplo, a pele da ponta dos dedos é mais 
sensível que a pele da sola dos pés.
Você sabia que a testa e a ponta dos dedos das mãos são as partes mais 
sensíveis do nosso corpo?
CURIOSIDADE
Há algumas atividades práticas que podem ser trabalhadas para que a 
crianças compreenda o tato. Veja a sugestão a seguir.
Caixa tátil 
• Materiais
Caixa de papelão 
Materiais diversos (Figura 3)
EXEMPLIFICANDO!
Figura 3: Caixa tátil.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
 UNIUBE 37
• Como proceder?
Em um momento anterior à aula, o professor deve colocar dentro da caixa 
objetos de diferentes texturas. 
Na hora da aula, o professor deve solicitar a cada aluno que pegue 
aleatoriamente um objeto na caixa e passe esse objeto em diferentes partes do 
corpo, como: na sola do pé, nos braços, nas pernas, no rosto, na barriga etc.
Em seguida, o aluno deverá relatar qual foi a sensação que sentiu ao passar 
o objeto pelo corpo e se as sensações foram as mesmas independentemente 
da parte do corpo. Depois deverá descobrir que objeto é.
Os alunos deverão fazer o registro das respostas no caderno. 
Outras atividades práticas experimentais podem ser exploradas, como 
pisar, tocar em diferentes texturas: areia, pedras, grãos, lixas, algodão, 
espuma etc. Vai depender da criatividade do professor!
As atividades práticas experimentais são admitidas, segundo Gaspar 
(2005),	como	recursos	pedagógicos	eficientes	para	o	processo	de	
interações sociais. Porém, são poucos os professores que conseguem 
desenvolvê-las constantemente, visto que esse tipo de atividade requer 
escolhas e toda escolha implica critérios. O critério é a adequação do 
conteúdo da atividade ao planejamento da disciplina.
• O paladar
Ao trabalhar o paladar, o professor deve mostrar que este é o sentido 
que nos possibilita sentir o sabor dos alimentos. É importante informar 
ao aluno que o principal órgão do paladar é a língua. Por meio dela 
podemos diferenciar os quatro gostos básicos do paladar: doce, salgado, 
38 UNIUBE
azedo e amargo. Ainda temos um quinto gosto do 
paladar, o umami, sabor sentido pela presença de 
aminoácidos contidos nos alimentos, que é ainda 
desconhecido de muitos. 
Umami “(palavra 
de origem japonesa 
que	significa	
‘delicioso e 
apetitoso’) é o nome 
do quinto sabor 
básico descoberto 
pelo pesquisador 
japonês Kikunae 
Ikeda, no ano 
de 1908”. 
(SIGNIFICADOS, 
2017, p. 1).
Você sabe quais estruturas são responsáveis pela percepção dos sabores?
Observe a Figura 4:
CURIOSIDADE
Figura 4: Botões gustativos. 
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
Como ilustra a Figura 4, “na língua encontramos estruturas chamadas de 
botões gustativos formados por células epiteliais com propriedades neurais, 
que, por sua vez, são responsáveis pela percepção dos sabores”. (BRASIL 
ESCOLA, 2017, p. 10). 
 UNIUBE 39
Gosto e sabor são palavras sinônimas, ou seja, possuem o 
mesmo	significado?
É muito comum usarmos essas palavras como sinônimas, mas não 
são. Usamos a palavra gosto para expressar o sentido do paladar, por 
exemplo, o limão tem um gosto azedo. 
A palavra sabor é utilizada quando percebemos o gosto e o aroma dos 
alimentos. Neste caso, usamos os dois sentidos: o paladar e o olfato, 
quando, por exemplo, dizemos: o sabor da feijoada é muito bom!
Os sabores dos alimentos não são sentidos apenas pelo 
paladar!
Veja que, quando sentimos o “cheiro” de uma feijoada, nossa boca enche 
de água! Que vontade de comer! Sentimos até o gostinho dela na boca! 
Essa relação entre olfato e o paladar se dá porque os alimentos, quandoingeridos, liberam moléculas olfativas que são detectadas pela mucosa 
olfativa e que nos remetem à combinação de aroma e sabores.
Você já reparou que quando estamos resfriados não sentimos muito bem o 
sabor dos alimentos?
Sabe por quê? 
Porque	nosso	nariz	fica	entupido	e	com	isso	não	conseguimos	sentir	o	odor	
dos alimentos!
PARADA PARA REFLEXÃO
Aprender Ciências da Natureza implica despertar no aluno a investigação, 
a construção e a reconstrução dos conhecimentos a partir do que eles 
já	possuem.	Sobre	essa	afirmação,	a	BNCC	(2017,	p.	317)	aponta	que:
40 UNIUBE
[...] a área de Ciências da Natureza, por meio de um 
olhar articulado de diversos campos do saber, precisa 
assegurar aos alunos do Ensino Fundamental o acesso 
à	diversidade	de	conhecimentos	científicos	produzidos	
ao longo da história, bem como a aproximação 
gradativa aos principais processos, práticas e 
procedimentos	da	investigação	científica.
Com o objetivo de despertar esse olhar investigativo no aluno, sugerimos 
uma atividade prática para trabalhar de forma concreta essa temática 
com as crianças. Ela poderá ser realizada para iniciar o conteúdo ou 
durante o estudo, para os alunos analisarem e fazerem os registros.
Gosto e sabor
• Materiais
Suco de laranja (pode ser qualquer outro tipo de alimento)
Uma venda para os olhos
• Como proceder?
O professor irá vendar os olhos do aluno, em seguida, irá solicitar que esse 
aluno tampe o nariz com os dedos, mas bem forte, de forma que não consiga 
respirar. Nesse momento, o professor irá dar o suco para o aluno beber. O 
aluno	deverá	identificar	o	sabor	do	suco.
 
Em outra tentativa, ainda de olhos vendados, o aluno irá soltar a respiração 
e, em seguida, beber mais um pouco do suco. Do mesmo modo que o 
anterior, ele irá tentar descobrir o sabor do suco. 
EXEMPLIFICANDO!
 UNIUBE 41
• Resultado esperado:
Acredita-se que o aluno, no momento em que bebeu o suco com o nariz 
tampado, apenas tenha conseguido sentir o doce ou azedo do suco da 
laranja,	sem	identificar	a	fruta	que	o	originou.	Certamente,	assim	que	soltou	
a respiração, ele conseguiu perceber o sabor do suco e fez a relação com 
a fruta. 
Esse experimento é importante porque a criança terá sua atenção voltada 
para percepção do paladar, o que tornará mais fácil a compreensão do 
conteúdo	científico.	O	contato	da	criança	com	o	objeto	do	conhecimento	
torna	a	aprendizagem	significativa.	Para	Ausubel	e	Hanesian	(1980,	
p.34),	“a	essência	do	processo	de	aprendizagem	significativa	é	que	
as ideias expressas simbolicamente são relacionadas às informações 
previamente adquiridas pelo aluno através de uma relação não arbitrária 
e substantiva (não literal)”.
Para os autores, para que a aprendizagem ocorra, é necessário que o 
novo conhecimento esteja ancorado no conhecimento existente. Somente 
assim,	ele	terá	significado.	O	novo	conhecimento	deve	ter	significativo	
para o aluno, e não ser apresentado de forma aleatória. Dessa forma, a 
ação do professor deve ser planejada, inclusive, propondo para o aluno 
o contato com o objeto de estudo.
 
• O olfato
O professor deve mostrar que o olfato é o sentido por meio do qual 
reconhecemos odores (cheiros). Os odores estão no ar que respiramos. 
O principal órgão do corpo humano responsável pelo olfato é o nariz. Ele 
apresenta duas cavidades, que são chamadas de cavidades nasais. Nas 
cavidades nasais, encontramos um muco pegajoso, que tem a função 
de	ajudar	a	purificar	as	impurezas	encontradas	no	ar	que	respiramos,	
42 UNIUBE
isso porque, no ar, estão presentes minúsculos seres vivos, poeira, que 
grudam no muco (catarro, meleca) e não vão para os pulmões.
Partículas	saídas	dos	alimentos,	de	líquidos,	de	flores,	
etc. chegam ao nosso nariz e se dissolvem no tecido 
que reveste a região interna do teto da cavidade nasal, 
a mucosa olfatória. Ali a informação é transformada, para 
ser conduzida, através do nervo olfatório, até o cérebro, 
onde	será	decodificada.	(SÓ	BIOLOGIA,	2018,	p.1).
No teto da cavidade nasal encontra-se a mucosa olfativa ou mucosa 
amarela,	que	é	formada	por	células	olfativas,	cujos	prolongamentos	ficam	
envolvidos pelo muco. Quando o ar entra pelo nariz e atinge a cavidade 
nasal, ele se dissolve no muco e atinge os prolongamentos das células 
olfativas, que por sua vez, enviam impulsos para o sistema nervoso, no 
qual as sensações olfativas são interpretadas e produzidas.
A palavra “célula” vem do latim: cellula (quarto pequeno). As células são as 
unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. 
Para saber mais acerca desse tema, sugerimos que acesse o documentário 
“As Células”, do site Biólogo, no endereço a seguir:
biologo.com.br/bio/documentario-as-celulas 
PESQUISANDO NA WEB
É importante informar à criança que o sentido da palavra odor não está 
ligado a cheiro ruim, pois pode, também, ser um cheiro bom. O olfato está 
ligado ao paladar, por isso quando sentimos o cheiro de uma comida, 
se	esse	nos	agradar,	nossa	boca	fica	cheia	de	saliva.	Ocorre	da	mesma	
forma quando estamos gripados e não conseguimos sentir o aroma dos 
alimentos, pois consequentemente também não iremos sentir o sabor 
deles. Isso porque “durante a mastigação os aromas da comida se 
tornam ainda mais intensos. O cérebro utiliza as informações do olfato e 
do paladar para criar o ‘sabor’ da comida”. (SILVA, 2018, p.1).
 UNIUBE 43
No texto Olfato, do site Brasil Escola, temos que “O nosso olfato possui uma 
grande capacidade adaptativa, pois quando somos expostos a um forte 
odor temos uma sensação olfativa bem intensa, mas, depois de um minuto, 
a sensação já se tornou praticamente imperceptível” (BRASIL, 2018, p.1). 
Para ler o texto na íntegra, acesse:
https://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/olfato.htm
SAIBA MAIS
Comparado a outros animais, o ser humano é o que possui o olfato 
menos apurado, ou seja, menos desenvolvido. O cachorro e o gato, 
por exemplo, possuem o olfato mais aguçado. O aluno não pode ser 
impedido, durante o processo de aprendizagem, de conhecer teorias e 
vivenciar novas metodologias de ensino. Nessa perspectiva, a BNCC 
(2017, p. 327) aponta que
é preciso oferecer oportunidades para que eles, de 
fato, envolvam-se em processos de aprendizagem nos 
quais possam vivenciar momentos de investigação que 
lhes possibilitem exercitar e ampliar sua curiosidade, 
aperfeiçoar sua capacidade de observação, de 
raciocínio lógico e de criação, [...], tendo como 
referência os conhecimentos, as linguagens e os 
procedimentos próprios das Ciências da Natureza.
Como estamos trabalhando na perspectiva de possibilitar ao aluno 
conseguir relacionar a prática com a teoria, veremos a seguir uma 
sugestão de atividade.
Trabalhando com perfumes
• Materiais
Nesta atividade, o educando deve trazer o perfume da mãe, do irmão, da 
irmã, do pai ou do avô, ou seja, de alguém que conviva com ele. O professor 
SAIBA MAIS
44 UNIUBE
irá rotular cada perfume com o nome da criança que o levou. Pode ser, 
também, outro cheiro característico da casa, de coisas com as quais a 
criança tenha mais convivência.
• Como proceder?
Para realização da atividade, os frascos de perfumes ou as outras coisas 
levadas pela criança deverão ser dispostos, todos, sobre a mesa. As 
crianças de olhos vendados irão, uma a uma, sentindo o odor dos objetos 
que	estão	sobre	a	mesa,	até	identificar	o	“cheiro	característico	daquilo	que	
levou”, ou seja, o perfume que a sua mãe usa – ou o cheiro do objeto levado 
pela criança (Figura 5).
Figura 5: Testando o olfato.
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
A atividade poderá ser realizada para introduzir o conteúdo, bem como para 
ilustrar o conteúdo estudado.
Outras atividades poderão ser realizadas, como levar os alunos para 
uma praça e pedir que listem os odores percebidos naquele ambiente. 
• A visão
É necessário elucidar aos alunos que por meio dos olhos captamos a luz. 
A energia luminosa que chega aos nossos olhos traz informações de tudo 
que nos cerca. Os olhos, por sua vez, enviam esse estímuloluminoso 
até o cérebro, que transforma essas informações, retiradas do meio, em 
 UNIUBE 45
imagens. É assim que as pessoas que possuem visão normal enxergam. 
Podemos	definir	que	o	órgão	responsável	pela	visão	são	os	olhos.	O	
olho é recoberto por três membranas: esclera, coroide e retina. A esclera 
ou o “branco do olho” é a parte mais externa do olho. Antes da esclera, 
temos a córnea, que é uma membrana transparente de formato curvo 
por onde passa a luz. 
A coroide é uma membrana que apresenta uma grande quantidade 
de vasos sanguíneos responsáveis por alimentar as células oculares. 
Anterior à coroide, debaixo da córnea, está a íris, que é a região colorida 
do olho. Na região central da íris, existe um orifício, que chamamos 
de pupila, por onde passa a luz. A cor da íris varia de acordo com a 
quantidade de melanina que a pessoa possui no corpo.
Como sugestão de atividade prática, você poderá solicitar aos alunos que 
façam o experimento do espelho. Eles deverão observar os olhos deles 
no	espelho	(Figura	6)	e,	durante	a	observação,	irão	identificando	as	partes	
observadas, esclera, córnea, íris, pupila.
AGORA É A SUA VEZ
Figura 6: Testando a visão.
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
46 UNIUBE
Em seguida, os alunos descreverão o que foi observado. Nesse 
momento,	o	professor	poderá	 identificar	as	partes	externas	que	
compõem os olhos.
Após a observação e descrição, o docente poderá fazer outros 
questionamentos a partir da seguinte situação:
Imagine que você está descansando em seu quarto com a luz apagada 
e, de repente, acenderam a luz, ou seja, de em um ambiente escuro 
foi-se para um ambiente claro. Neste momento, você sentiu os olhos 
ofuscados,	sentiu	certa	dificuldade	de	enxergar,	parece	que	até	doeu.
Essa situação já aconteceu com você?
Após ouvir os relatos dos alunos, você deve explicar por que essas 
sensações ocorrem. 
Isso ocorre porque a íris, região colorida de seus olhos, constitui-se 
de uma delicada musculatura, que de acordo com a quantidade luz que 
recebe,	faz	a	pupila	ficar	grande	ou	pequena.
Nesse caso do ambiente escuro, a quantidade de luz recebida é mínima, 
ou	seja,	não	estamos	enxergando	quase	nada.	A	pupila	fica	dilatada	para	
captar o máximo de luminosidade. E, no momento que a quantidade de 
luz aumenta, a nossa pupila diminui, para não receber tanta “informação” 
e com isso o nosso cérebro leva algumas frações de segundos para 
processar a imagem.
É por isso que, em uma situação como essa, no momento que passamos 
de um ambiente escuro para um ambiente claro, temos por hábito tampar 
os olhos com as mãos por alguns instantes até acostumarmos com a 
claridade e, às vezes, até falamos: “A claridade está fazendo os meus 
olhos doerem!” 
 UNIUBE 47
Você pode citar esse exemplo para as crianças!
Agora veja a sugestão de atividade prática a seguir.
A luz e a visão
• Problematização
Em que situação enxergamos melhor: com muita luz ou com pouca luz? A 
luz	interfere	na	identificação	das	cores?	
• Objetivo
Identificar	se	a	luz	interfere	na	visão	das	cores.
• Materiais
1 caixa de sapatos
Folhas de papel preto ou tinta 
Guache preta
Fita adesiva e cola
4 tampinhas de garrafa
Tintas nas cores: verde, vermelha, azul e amarela
Tesoura sem ponta
• Como proceder?
1. Forre a parte interna da caixa com papel preto, ou pinte com a tinta preta. 
No	caso	de	utilizar	o	papel,	prenda	as	bordas	com	a	fita	adesiva	ou	com	
a cola.
2. Pinte o interior de cada tampinha com uma cor diferente.
3.	Utilizando	cola	ou	fita	adesiva,	fixe	as	tampinhas	no	interior	da	caixa	de	
sapatos no lado menor.
4. Faça um furo com a tesoura no lado oposto às tampinhas.
5. Tampe a caixa (Figura 7) e olhe pelo furo. (MOREIRA, 2017).
EXEMPLIFICANDO!
48 UNIUBE
Figura 7: Testando a luz.
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
Depois da atividade realizada, pergunte aos alunos:
• Você	conseguiu	identificar	as	cores	das	tampinhas	com	nitidez?
• A luminosidade interfere na visão?
Depois, repita a atividade com a caixa destampada.
As respostas dos alunos devem ser registradas no caderno e, em seguida, 
discutida com todos.
O professor deve explicar que existem pessoas que não enxergam, ou 
seja,	não	possuem	visão.	São	as	pessoas	cegas.	Para	identificar	os	
objetos e as coisas, os cegos utilizam o tato, que é um sentido apurado 
para essas pessoas. A leitura dos cegos é realizada por meio de textos 
escritos ou transcritos em Braille. O mesmo acontece com a escrita, eles 
escrevem em Braille.
 UNIUBE 49
O código Braille surgiu a partir da invenção de Charles Barbier, que criou 
um código de pontos e traços em relevo feitos em papelão. Esse código 
tinha	como	finalidade	levar	informações	e	ordens	aos	militares	em	sentinela.	
Estes	deveriam	decodificá-lo	até	no	escuro.	Porém,	essa	invenção	não	
deu muito certo e Barbier fez adaptação para a leitura dos cegos, essa 
adaptação	recebeu	o	nome	de	grafia	sonora.	O	sistema,	apesar	de	permitir	
a comunicação entre os cegos, era muito complicado, porque possuía muitos 
sinais para escrever uma única palavra. 
Foi, então, que o francês Louis Braille, cego, desde os cinco anos, em 
decorrência de um acidente que perfurou uma das vistas e que ocasionou 
infecção	nos	dois	olhos,	passou	a	pesquisar	a	fundo	a	grafia	sonora	proposta	
por	Barbier.	Frente	às	limitações	da	grafia	sonora,	Louis	Braille	passou	a	
aperfeiçoá-la.	Em	1824,	o	novo	método	estava	pronto	e	ficou	conhecido	
como método Braille (JUNQUEIRA, 2017). Este foi adotado como método 
de leitura e escrita pelos cegos.
SAIBA MAIS
Para o caso de o professor receber um aluno cego ou com pouca visão 
em sua sala de aula, ele deve diagnosticar se esse aluno faz leitura em 
Braille. Se positivo, caso o professor não tenha habilidade para ajudar 
esse aluno, deverá solicitar um intérprete.
• A audição
Como sugestão para trabalhar esse tema, o professor pode dar início a 
uma atividade usando a música “Tindolelê”, da cantora Xuxa.
50 UNIUBE
Veja a letra da música:
 Tindolelê
 Xuxa
Todo mundo tá feliz? Tá feliz!
Todo mundo quer dançar? Quer dançar!
Todo mundo pede bis, todo mundo pede bis
Quando para de tocar! Mais um! Mais um! (BIS)
Batendo palma
E dando um grito, Hei!
Levanta a mão passando energia.[...]
Para visualizar a letra da canção, na íntegra, acesse:
https://www.letras.mus.br
Na roda de conversa, o docente pode perguntar aos alunos como eles 
ouviram o som e a letra da música apresentada. Assim, a partir da conversa 
informal, pode-se dar início à introdução do conteúdo. 
EXEMPLIFICANDO!
A audição e a visão são sentidos importantes para que o homem e os 
outros animais percebam o meio que os cerca. Na audição, os estímulos 
sonoros vindos do meio externo são maiores que os estímulos da visão. 
Os sons nos alertam sobre a aproximação dos riscos que corremos e, 
também, por meio deles podemos perceber a sensação de tranquilidade. 
Observe a Figura 8 a seguir.
 UNIUBE 51
Figura 8: Sistema auditivo.
Fonte: Acervo EAD-Uniube. 
O som é uma vibração do ar que é captada pela orelha externa. Ela é 
formada pelo pavilhão auricular, a parte côncava da orelha, ligada ao meato 
acústico externo. Nessa parte, o som é captado para podermos ouvi-lo, ou 
seja, o formato côncavo permite que o som entre e não se espalhe com 
facilidade. O meato acústico externo é um túnel que se inicia na orelha, com 
cerca de 2,5 cm de comprimento, e termina no tímpano. (TOMITA, 2012).
O	tímpano	é	formado	por	uma	membrana	fina	que	vibra	com	a	entrada	
do som. O som é provocado pela vibração da membrana timpânica, que 
fica	na	orelha	média.	Nesse	local,	existem	vários	ossículos:	o	martelo,	
a bigorna e o estribo. Assim, quando o tímpano vibra, essa vibração irá 
passar pelo martelo, em seguida, pela bigorna, que fará vibrar o estribo. 
O	estribo	fica	preso	em	uma	pequena	membrana	que	fecha	um	orifício	
que	tem	o	tamanho	aproximado	da	cabeça	de	um	alfinete,	a	janela	oval.	
As vibrações, depois de passarem pela janela oval, fazem vibrar a janela

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