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Portifolio O conceito de fascismo

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Richard da silva Bastos
macaé-rj
2021
Conceito de Fascismo
HISTÓRIA
																			
Portifólio Interdisciplinar Individual - O CONCEITO DE FASCISMO
MACAÉ RJ
Portifólio interdisciplinar individual 
Tutora e Prof. Janaina dos Santos Correia Rodrigues
SUMÁRIO 
· INTRODUÇÃO 1/2
· 
· O CONCEITO DE FASCISMO 2/3/4
· 
· SITUAÇÃO PROBLEMA 4 
· 
· REFERÊNCIAS 5
INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve por objetivo analisar duas obras sobre o conceito do fascismo, as quais são: A anatomia do fascismo, de Robert Patton, e Fascistas, de Michael Mann. Através da comparação das interpretações defendidas pelos autores, fez-se importante identificar quais os pontos semelhantes e em quais momentos as obras se diferem. 
Ao apontar seis aspectos específicos, buscou-se aprofundar nas perspectivas de cada livro, observando as metodologias de pesquisa e as formas pelas quais sustentam suas argumentações. A análise crítica dos textos em questão permitiu a percepção de questões complexas voltadas à compreensão do fascismo, além das diferenças entre perspectivas analíticas de um tema complexo.
Em um campo caracterizado por diversos estudos, as obras de Robert Patton e Michael Mann possuem destaque por apresentarem análises relevantes e definirem parâmetros conceituais sobre o fascismo, tanto em suas ocorrências particulares quanto como um fenômeno geral. Ambos buscam explicar as origens do movimento fascista a partir de elementos ideológicos, sociais, econômicos e políticos que influenciaram seu surgimento e possibilitaram sua ascensão ao poder; e ainda, procuram construir uma explicação abrangente que envolva os casos observados na Itália, na Alemanha e em outros países via comparação entre os contextos selecionados. Apesar de observarem o mesmo tema, algumas diferenças podem ser apontadas nas questões postas, bem como nas abordagens de cada autor, tornando suas interpretações únicas e, em determinados casos, divergentes entre si. Tais particularidades são derivadas, em parte, dos modos de pesquisa, sendo que Mann faz uso de métodos da Sociologia Política enquanto Patton desenvolve um estudo histórico do fascismo; ou seja, tem-se a apresentação de análises em diferentes fundamentações teóricas e empíricas. Paralelamente, outros aspectos são provenientes das formas pelas quais ambos apresentaram as suas questões e buscaram respondê-las. Assim, ainda que eles partam de objetivos gerais semelhantes, a perspectiva utilizada por cada estudo contribui para a formação de interpretações específicas, que desenvolvem as análises conforme as observações estabelecidas.
O CONCEITO DE FASCISMO
 O fascismo é um conceito que gera muito debate por sua complexidade, já que é um movimento político que se adapta a diferentes circunstâncias e apropria-se de ideais de diferentes ideologias. De toda forma, o fascismo, enquanto movimento político e social, possui uma retórica populista que explora assuntos como a corrupção endêmica da nação, crises na economia ou “declínio dos valores tradicionais e morais” da sociedade. Além disso, defende que mudanças radicais no status quo (expressão em latim para referir-se ao “estado atual das coisas”) devem acontecer.
 Na Itália, Mussolini e na Alemanha, Hitler formavam organizações paramilitares que utilizavam a violência para dissolver comícios e manifestações operárias e socialistas, com a conivência das autoridades, que viam no apoio discreto ao fascismo um meio de esmagar o "perigo vermelho", representado por organizações de extrema-esquerda, mesmo as moderadas como os socialistas. De início, esses grupos que eram mais ou menos marginalizados se valiam de tentativas golpistas para a tomada do poder como foi o caso do "putsh" de Munique, dado pelo Partido Nazista na Alemanha. [5] Durante a Segunda Guerra Mundial, Ludwig von Mises escreveu: Os marxistas não estão prontos para admitir que os nazistas também são socialistas. Na visão deles, o nazismo é o maior mal possível causado pelo capitalismo. Por outro lado, os nazistas descrevem o sistema russo como o pior dos tipos de exploração capitalista e conspiração dos judeus para a dominação dos gentios. E, é claro que ambos os sistemas, russo o alemão, devem ser considerados de um ponto de vista econômico como socialistas. [6] Frise-se que ainda não existe uma definição universal sobre o fascismo, e que o termo é entendido sobretudo por meio da análise de características em comum encontradas nas experiências fascistas ocorridas na história. Por isso, torna-se difícil situar o fascismo dentro do espectro ideológico. Comumente, o fascismo é tido como parte da extrema-direita, principalmente pela sua notável oposição ao socialismo. As experiências fascistas contaram com amplo apoio dos banqueiros e industriais, tanto na Itália quanto na Alemanha. O fascismo, contudo, também se opôs ao liberalismo, sobretudo na defesa do Estado forte e dos interesses de massa em detrimento dos interesses individuais. De acordo com Norberto Bobbio, as divergências entre o fascismo italiano e o alemão aparecem ao se notar que o primeiro apresentou um caráter revolucionário e radical de esquerda, enquanto o segundo foi essencialmente reacionário e radical de direita. (Dicionário de Política, pág. 468). [7] Os regimes fascistas valorizam de forma intensa o sentimento de nacionalismo. Assim, é comum que os governos fascistas utilizem, de forma exacerbada, propagandas nacionalistas através de lemas, símbolos, músicas e bandeiras. Em nome no nacionalismo, os governos fascistas utilizam todas as formas possíveis de manipulação da população, seja através da mídia, da religião ou mesmo da violência. Além disso, os regimes fascistas estabelecidos na Itália e na Alemanha buscavam constantemente a expansão do seu território. Mussolini, em 1928, insistia na ideia de que o fascismo não era "um artigo de exportação", realçando o nacionalismo contra o internacionalismo bolchevique. Nos anos seguintes, matizou a ideia, cogitando da universalidade do fascismo. Em 1934 afirmou, sem hesitar, que "desde 1929 até hoje, o fascismo, de fenômeno italiano passou a fenômeno universal" (Mussolini, 1934). Uma declaração certamente inspirada na ascensão do nacional socialismo ao poder na Alemanha, porém baseado em sua própria doutrina, que vinha de longe. Mas não residiria, esta oscilação vocabular, em alguma nostalgia do internacionalismo socialista, porém travestida de universalismo? O conceito de revolução, de todo modo, parece ter sido o nexo entre a militância socialista e o projeto fascista mussoliniano. [8] George Orwell (1903-1950) é o pseudônimo de Eric Arthur Blair, escritor e jornalista inglês, conhecido pelo livro “1984”, cujo enredo se passa num país fictício onde há um regime político totalitário. O personagem principal do livro é um funcionário público consciente da opressão que vivia. George Orwell nasceu em Motihari, na Índia Britânica, no dia 25 de junho de 1903. Era filho de um funcionário público a serviço da coroa e sua mãe era filha de um comerciante francês. Em 1911 mudou-se com a família para Sussex, Inglaterra, época em que foi matriculado em um internato, onde se destacou por sua inteligência. Aprovado no Elton College, escola de elite, ali permaneceu entre 1917 e 1921, graças a uma bolsa de estudos. Sobre o Elton, Orwell escreveu mais tarde no prefácio do livro “A Revolução dos Bichos”. Lembremos de célebres frases de George Orwell: "A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la.”; “Pensamento duplo indica a capacidade de ter na mente, ao mesmo tempo, duas opiniões contraditórias e aceitar ambas."; "Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário."; "Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todoo resto é publicidade."; "Se o pensamento corrompe a linguagem, a linguagem também pode corromper o pensamento.". [9] Bertold Brecht (1898 – 1956) foi um poeta e dramaturgo alemão. Suas primeiras obras foram marcadas pelo Expressionismo com grande ênfase à estética musical. Mais tarde desenvolve o seu teatro épico, em que os acontecimentos não são narrados, com o objetivo de provocar um certo “despertar” diante das mazelas sociais. Em 1933, com a perseguição nazista, Brecht exilou-se na Suíça, depois em Paris e na Dinamarca. Nessa época escreveu “Terror e Miséria do Terceiro Reich” (1935) e “A Vida de Galileu” (1937), onde tem seu trabalho amadurecido, conseguindo fundir a análise sociológica com a psicologia do ser humano. [10] Embora o fascismo na Itália e na Alemanha sejam as experiências mais conhecidas, as experiências fascistas não se restringiram a elas. Em Portugal, por exemplo, o regime fascista foi comandado por Antônio de Oliveira Salazar entre 1932 e 1968. Já na Espanha, apareceu durante o governo de Francisco Franco, de 1939 a 1976. A influência dos regimes fascistas chegou até mesmo ao Brasil. Logo após a Revolução de 1930 surge o integralismo, que influenciado pelo fascismo italiano combatia os defensores do pensamento de esquerda. Sua principal liderança foi Plínio Salgado. [11] Domenico De Masi (Rotello, 1 de fevereiro de 1938) é um sociólogo italiano. Tornou-se famoso pelo conceito de "ócio criativo" segundo o qual o ócio, longe de ser negativo, é um fator que estimula a criatividade pessoal. De Masi residiu em 3 cidades italianas: Nápoles, Milão e Roma. Aos dezenove anos, já escrevia, para a revista Nord e Sud, artigos de sociologia urbana e do trabalho. Aos 22 anos, lecionava na Universidade de Nápoles. Mais recentemente, assumiu o posto de professor de sociologia do trabalho na Universidade de Roma "La Sapienza". Entre 1978 e 2000, dirigiu a S3.Studium, escola de especialização em ciências organizacionais que fundou. Escreveu diversos livros, alguns deles tidos como revolucionários. Entre eles, se destacam: "Desenvolvimento Sem Trabalho", "A Emoção e a Regra", "O Ócio Criativo" e "O Futuro do Trabalho". Em 2010, tornou-se cidadão honorário da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. [12] Curiosamente, aqui no Brasil, 0s integralistas também ficaram conhecidos como camisas-verdes ou, pejorativamente, como galinhas-verdes por seus opositores, em referência à cor dos uniformes que utilizavam. Salgado desenvolveu o que viria a ser a AIB, com a Sociedade de Estudos Paulista (SEP), um grupo de estudo sobre os problemas gerais da nação. O encontro de Plinio Salgado com Mussolini em 1930 foi um momento de epifania para o líder brasileiro, o que desencadeou os passos seguintes que levaram à formação da Ação Integralista Brasileira. A ideia de que os intelectuais ligados ao seu projeto nacionalista devessem tomar à frente dos rumos do país foi um dos elementos do imaginário de Salgado, que pensava em “romper com a tradição medíocre da política”. Plinio Salgado foi seduzido profundamente pela política fascista e sua crítica à democracia, ao liberalismo e ao comunismo. No entanto, acreditava ser capaz de construir um caminho único, afirmando que não era inspirado pelas ideias de Mussolini, querendo fazer acreditar que construía bases inéditas para a sua ação política. Além do encontro direto com o Duce, com quem estabeleceu acordos financeiros, enviando dinheiro para o movimento em vistas de expandir sua doutrina pela América Latina, o Integralismo brasileiro teve relações próximas com organizações fascistas e conservadoras internacionais. Pode-se citar, entre eles, o Integralismo Lusitano e a Action Française de Charles Maurras, um dos grupos mais importantes da direita francesa no início do século XX. Maurras, diga-se de passagem, é geralmente rememorado e cultuado pelos neointegralistas contemporâneos. Os autores apontam também o interesse de Plínio Salgado em se aproximar da Alemanha nazista, o que ocorre de fato, em reuniões com representantes do regime de Hitler na Europa. [13] O culto à personalidade era intenso no país, e Mussolini era chamado pela população italiana e pelos fascistas de “líder” — Il duce, em italiano. Duce é uma palavra italiana que significa "líder". Também pode ser um derivado da palavra latina dux, que possui o mesmo significado e de onde se deriva o título de nobreza duca (“duque”). Outros líderes italianos cujos nomes derivam de dux são os Doges de Veneza e Gênova. [14] Emilio Gentile (Bojano, 31 de agosto de 1946) é um historiador italiano especializado na ideologia e cultura do fascismo. Gentile é considerado um dos mais importantes historiadores da cultura da Itália de ideologia fascista. Ele estudou com Renzo De Felice e escreveu um livro sobre ele. Gentile é professor na Universidade de Roma "La Sapienza". Para Gentile, o fascismo é uma forma de religião política. Ele aplicou também a sua teoria da religião política aos Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro de 2001. [15] Pio Eugenio Di Rienzo (1952) em 2004 publicou o ensaio Un post-war historiography , no qual são examinados os acontecimentos humanos e profissionais dos historiadores italianos após a transição do fascismo à República, com particular atenção para a figura de Gioacchino Volpe , que foi o principal expoente da historiografia nos anos do regime foi impedido de lecionar em 1945, embora também tenha sido reconhecido como professor por várias personalidades do antifascismo (Gaetano Salvemini o chamou de "o melhor historiador da minha geração"). De acordo com Di Rienzo, Volpe foi o bode expiatório de uma geração de historiadores comprometidos de várias maneiras com o fascismo. Na segunda parte do volume, os vãos esforços de Federico Chabod - aluno e amigo de Volpe apesar do afastamento das respectivas posições político-ideológicas (Chabod tinha sido presidente do CLN do Vale de Aosta) - pretendia obter a reintegração do professor.
SITUAÇÃO - PROBLEMA 
O Conceito de fascismo - O fascismo é movimento político, econômico e social desenvolvido em alguns países europeus no período depois da Primeira Grande Guerra Mundial. Diferentemente, de outras correntes de pensamento político, é de difícil definição, por apresentar diversos significados e, conforme o enfoque escolhido e, segundo as suas características acentuadas, nos leva a concluir, portanto, que não existe um conceito de fascismo universalmente aceito. O texto percorre a história, a sociologia e a filosofia na tentativa de demonstrar quão perigoso é esse mecanismo autoritário de concentração de poder em mãos de um líder de governo.
Análise banalidade do mal - A banalidade do mal é, para a filósofa, a mediocridade do não pensar, e não exatamente o desejo ou a premeditação do mal, personificado e alinhado ao sujeito demente ou demoníaco. Como postura política e histórica, e não ontológica, a banalidade do mal se instala por encontrar o espaço institucional, criado pelo não pensar. Em Eichmann, Arendt via não alguém perverso ou doentio, sequer alguém antissemita ou raivoso, mas tão somente alguém que cumpre ordens, incapaz de pensar no que realmente fazia, mantendo o foco somente no cumprimento de ordens. Diante de destrato e violências físicas e verbais a que testemunhamos, e que certamente alguns leitores protagonizam, cotidianamente, em redes sociais e pelos jornais, não há como negar que daríamos farto material para a discussão da filósofa, nesses momentos críticos da eleição presidencial brasileira. Ao extremismo não falta apenas alteridade - a capacidade de se colocar no lugar do outro -, mas falta o pensar. As posições políticas e históricas assumidas banalizam o bullying, a violência e a ação, sejam elas uma replicação de post, um compartilhamento de fake News ou a realização de comentários agressivos contra seus opositores políticos, que se sobrepõem a amizades, à família e a crenças religiosas.
 Ainda existem governos fascistas no mundo - Além da Itália e Alemanha, registraram-se movimentos fascistas de destaque naÁustria, Bélgica, Grã-Bretanha, Finlândia, Hungria, Romênia, Espanha bem como na África do Sul e Brasil. Na década de trinta, surgiram regimes fascistas na Itália e Alemanha, e isso ocasionou a Segunda Guerra Mundial. ... A partir da alegação de que após a Segunda Grande Guerra se obteve consequências jurídicas positivas que, hoje, defendem a vida e evitam guerras, como a declaração dos direitos humanos e a ONU.
REFERÊNCIA
SCHOPENHAUER, A. Sobre o fundamento da moral. Tradução de Maria Lúcia Cacciola. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ECO, Umberto. O fascismo eterno. In.: Cinco escritos morais. 3. ed. Rio de Janeiro: Record,1998. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio Séc. XXI. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2002.
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