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MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO UNIDADE 3

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UNIDADE 3. 
A ciência dos materiais de construção: concreto 
Meriellen Nuvolari Pereira Mizutani 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
• Apresentar os conceitos dos materiais aglomerantes e agregados relacionados 
ao concreto; 
• Apontar as propriedades predominantes do concreto e do concreto armado; 
• Conhecer origens e processos dos materiais estudados; 
• Apresentar as técnicas de construção mais adequadas a esses materiais para 
construção com qualidade, desempenho e durabilidade; 
• Familiarizar-se com os termos técnicos e desenvolver postura crítica na escolha 
dos materiais e técnicas construtivas; 
• Identificar patologias e falhas resultantes do emprego e do manuseio 
inadequados dos materiais. 
TÓPICOS DE ESTUDO 
Clique nos botões para saber mais 
Concreto: o resultado a partir de um aglomerante 
 Agregados 
// Propriedades 
// Tipos de concreto 
// Cura do concreto 
 
Concreto armado na construção civil 
Propriedades 
// Execução 
// Ensaios 
// Patologias 
// Normativas 
 
Concreto: o resultado a partir de um aglomerante 
Seção 2 de 3 
O concreto era produzido com a junção de apenas três materiais: cimento, que quase 
sempre era o cimento Portland, agregados e água. 
Com o passar do tempo, na busca por aumentar as propriedades do concreto, foram 
acrescidas à mistura alguns aditivos químicos. Segundo Neville (2016), além dos aditivos, 
outros materiais de natureza inorgânica foram introduzidos nessa mistura por serem 
materiais mais baratos que o cimento Portland, trazendo não apenas redução de custos 
na elaboração do concreto, mas também a opção de uma alternativa mais sustentável, 
pois reduz a proporção da exploração das jazidas para a produção do cimento Portland. 
Essa atribuição de outros materiais ao concreto também confere inúmeras propriedades 
benéficas ao material, não apenas em seu estado fresco, mas principalmente em seu 
estado endurecido. 
AGREGADOS 
Conforme Bauer (1992, p. 63), “agregado é um material particulado, incoesivo, de 
atividade química praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo 
extensa gama de tamanhos”. Na construção civil, a definição de agregado pode ser 
resumida como um material inerte e granuloso, utilizado na formação de argamassas e 
concretos, contribuindo para o aumento da resistência à compressão e auxiliando na 
redução dos custos da obra. São materiais minerais sólidos e inertes que de acordo com 
sua granulometria serão utilizados para a fabricação de produtos artificiais resistentes 
mediante mistura com materiais aglomerantes com ativação hidráulica. Os agregados 
são geralmente granular, sem forma e volume definidos, com dimensões e 
características adequadas para a preparação de argamassas e concretos. 
EXPLICANDO 
Granulometria é o estudo da distribuição das dimensões dos grãos, determinando as 
dimensões das partículas do agregado e de suas porcentagens. A análise granulométrica 
é representada por uma curva que permite a determinação das características físicas do 
agregado. 
Primeiramente, os agregados eram considerados materiais inertes, soltos na pasta de 
cimento e usados exclusivamente para a redução econômica. Porém, Neville (2016) nos 
conta que os agregados não são totalmente inertes, pois suas propriedades físicas, 
térmicas e químicas influenciam diretamente o desempenho do concreto. 
Do volume do concreto, 3/4 são compostos pelos agregados. Sendo assim, sua 
qualidade é de suma importância para a composição da mistura, pois são os agregados 
que podem limitar a resistência do concreto e suas características afetam diretamente 
na durabilidade e no desempenho estrutural do concreto. Os agregados podem ser 
classificados conforme nos mostra o Diagrama 1. 
 
Diagrama 1. Classificação dos agregados. 
Conforme o Diagrama 1, os agregados classificados por sua origem podem ser 
os naturais, que são agregados encontrados na natureza sob a forma definitiva de 
utilização (por exemplo cascalhos, areia de rios, seixos rolados, pedregulhos, entre 
outros); os artificiais são obtidos pelo britamento de rochas (por exemplo pedrisco e 
pedra britada); e por fim, os industrializados são obtidos por processos industriais, 
resultando em argila expandida, escória britada etc. 
O uso da areia natural se dá no preparo de argamassas, sendo que a areia natural é um 
aglomerado de origem natural, originária de rios, cavas, praias e dunas, porém, as areias 
das praias e das dunas não são utilizadas na construção civil para o preparo do concreto 
por conta de sua finura e de seu teor de cloreto de sódio. Ela é usada também no 
concreto betuminoso juntamente com o fíler e possui importante função de impedir o 
amolecimento do concreto usado nos pavimentos de ruas em dias de intenso calor. A 
areia natural pode ser utilizada no concreto de cimento e no pavimento rodoviário na 
correção do solo (também chamado de sub-base). Dependendo da granulometria da 
areia, ela é classificada conforme as especificidades do Quadro 1. 
 
Quadro 1. Classificação e uso da areia na construção. 
Dos agregados de origem artificial, a pedra brita é um dos mais utilizados e é originada 
a partir da britagem ou da redução de tamanho de uma rocha maior, que pode ser 
basalto, granito, gnaisse, entre outros. Os agregados são classificados de acordo com a 
dimensão da pedra após a britagem. Acompanhe no Quadro 2. 
 
Quadro 2. Classificação das pedras (agregado de origem artificial) após processo de 
britagem. Fonte: BAUER, 1992, p. 64. (Adaptado). 
A pedra brita tem seu processo de fabricação através da extração dos blocos 
(fragmentos de rochas retirado de jazidas com proporções superiores a um metro), que 
passam pelo britador primário e cujo subproduto é a bica corrida. Posteriormente, o 
material passa pelo britador secundário, atingindo tamanhos menores, e, na sequência, 
pelo terceiro britador. Os fragmentos de rocha que acabam ficando retidos nas peneiras 
são separados conforme o tamanho de seus grãos e transportados por meio de correias 
aos espaços de estocagem, resultando nos produtos comumente utilizados na 
construção civil: o pedrisco, a brita 1, brita 2, brita 3 e brita 4, e, de acordo com a NBR 
7225 (ABNT, 1993), os tamanhos dos grãos são determinados a partir das faixas de 
abertura de peneiras, conforme acompanhamos pelo Quadro 3. 
 
Quadro 3. Classificação de acordo com as dimensões nominais. Fonte: BAUER, 1992, p. 
64. (Adaptado). 
A brita é produzida industrialmente nas pedreiras, onde as rochas são submetidas a 
diversos processos de cominuição, reduzindo seus fragmentos conforme demonstrado 
na Figura 1. 
 
Figura 1. Fluxograma típico de pedreiras. Fonte: BAUER, 1992, p. 73. (Adaptado). 
A rocha da jazida é fragmentada por meio de explosivos e, em seguida, essas 
fragmentações são levadas a britadores, que por meio de mandíbulas efetuam a 
redução desses fragmentos em dimensões ainda menores, gerando assim os agregados 
utilizados na produção do concreto. 
O resultado dessa britagem é utilizado no concreto de cimento, que emprega o pedrisco, 
a pedra 1 e a pedra 2; nos concretos ciclópicos, que empregam a pedra 4 e o rachão; no 
concreto asfáltico, que emprega o fíler, a areia, a pedra 1, a pedra 2 e a pedra 3; nas 
argamassas de enchimento, que empregam a brita, a areia e o pó de pedra; na correção 
de solos, com o emprego de proporções de pó de pedra; nos pavimentos rodoviários, 
que empregam em seus subleitos a bica corrida e o pó de pedra, sendo que, para a base, 
é usada pedra britada com granulometria maior que 6 mm; no concreto betuminoso, 
que utiliza várias faixas granulométricas de brita e fíler. 
A classificação NBR 7211 (ABNT, 2009) separa os agregados conforme a dimensão das 
partículas em agregados miúdos ou em agregados graúdos. Agregados miúdos são 
compostos por areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, 
ou a mistura de ambas. Seus grãos passam pela peneira 4,8 mm ABNT (peneira com 
malha quadrada com abertura nominal de 4,8 mm) ficandoretido na peneira 0,15 mm 
ABNT. Já materiais como pedregulho natural ou pedra britada proveniente do 
britamento de rochas estáveis, ou mistura de ambos, são chamados de agregados 
graúdos, cujos grãos passam pela peneira 152 mm ABNT e ficam retidos na peneira 4,8 
mm ABNT. As especificações das peneiras são feitas de acordo com suas aberturas, 
atendendo à NBR 5734 (ABNT, 1989) e auxiliando na classificação dos agregados. Veja o 
Quadro 4. 
 
Quadro 4. Classificação dos agregados segundo a dimensão das partículas e os conjuntos 
de peneiras. 
Quanto à classificação pela massa específica, os agregados podem ser classificados 
em leves, onde a massa específica é menor que 1000 kg/m³, tendo temos como exemplo 
o isopor e a argila expandida; médios, com massa específica entre 1000 e 2000 kg/m³, 
e como exemplos o basalto e o granito; e pesados, com massa específica acima de 2000 
kg/m³, sendo o minério de ferro um exemplo. 
Os agregados classificados por meio da composição mineralógica podem 
ser sedimentares, ígneas ou metamórficas. 
A aderência do agregado com a pasta de cimento é um importante fator de resistência 
do concreto, especialmente em se tratando da resistência à flexão. Segundo Neville 
(2016), a aderência ocorre em boa parte pelo intertravamento dos agregados e da pasta 
de cimento hidratada adequada à rugosidade da sua superfície. A superfície rugosa das 
partículas britadas resulta em maior aderência devido ao intertravamento mecânico. 
PROPRIEDADES 
As propriedades do concreto são determinadas por meio de ensaios executados em 
condições específicas e realizados com controle de qualidade e atendimento às 
especificações. As principais propriedades mecânicas do concreto, segundo Neville 
(2016), Silva (1991), Mehta e Monteiro (2014) são: 
// Resistência à compressão 
 
É a característica mecânica mais importante do concreto e é denominada de fc. Sua 
análise é feita a partir da moldagem e ensaio de corpos de prova seguindo os critérios 
da NBR 5738 (ABNT, 2015a) de moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou 
prismáticos de concreto, e da NBR 5739 (ABNT, 2018) de ensaio de compressão de 
corpos de prova cilíndricos para concreto. 
Pelo padrão brasileiro, os corpos de prova são cilíndricos com 15 cm de diâmetro e 30 
cm de altura, e as idades de referência normalmente estudadas são de 7 e 28 dias. Sendo 
que aos sete dias já é possível verificar se haverá algum problema com relação à 
resistência desse concreto, pois nesse período ele já deve atingir em média 70% da 
resistência mínima. 
DICA 
A moldagem do corpo de prova é fundamental para verificar se o concreto atendeu à 
resistência mínima necessária, e acontece dentro do canteiro de obra, durante a 
concretagem. 
Após um ensaio com número elevado de corpos de prova obtém-se um gráfico com os 
valores obtidos de fc versus a quantidade de corpos de prova relativos e determinados, 
gerando assim a densidade de frequência e uma curva denominada curva estatística de 
Gauss, ou curva de distribuição normal. Confira o Gráfico 1, que apresenta a resistência 
do concreto à compressão. 
 
Gráfico 1. Curva de Gauss para a resistência do concerto à compressão. Fonte: NEVILLE, 
2016, p. 321. (Adaptado). 
É na curva de Gauss que encontramos dois valores de grande importância, a resistência 
média do concreto à compressão, ou fcm, e a resistência característica do concreto à 
compressão, ou fck. O valor de fcm é a média aritmética dos valores de fc ao conjunto 
de corpos de prova ensaiados, utilizando a resistência característica de fck por 
intermédio da fórmula fck = fcm - 1,65 s, sendo o desvio de s a distância entre a abscissa 
de fcm e o ponto de inflexão da curva (ponto que ocorre a mudança de concavidade). O 
valor 1,65 representa o quantil de 5%, ou seja, apenas 5% dos corpos de prova 
possuem fc < fck, ou que 95% dos corpos de prova possuem fc ≥ fck. 
Nas obras, devido ao pequeno número de corpos de prova ensaiados, o fck é calculado 
por um valor estimado da resistência característica do concreto à compressão. 
Vários fatores interferem na resistência mecânica do concreto, por exemplo, a relação 
entre água e cimento, onde a resistência do concreto é tanto menor quanto maior a 
quantidade de água adicionada à mistura. O tipo de cimento também influencia na 
evolução da resistência com o tempo, e a idade do concreto normalmente é ensaiada 
em 3, 7 e 28 dias, sendo a idade adotada como padrão a de 28 dias. A forma e a 
graduação dos agregados também interferem na resistência do concreto, pois a 
resistência do agregado geralmente é superior à da pasta, portanto, quanto maior a 
proporção no emprego do agregado, maior será a resistência do concreto. 
// Resistência à tração: Os conceitos são iguais aos da resistência à compressão, com a 
resistência média do concreto a tração, ou fctm, obtido por meio de média aritmética 
dos resultados. A resistência característica do concreto à tração, ou fctk, ou também ftk, 
e a probabilidade de não alcançar os resultados é de 5%, semelhante ao ensaio de 
resistência à compressão. 
// Módulo de elasticidade: A relação entre as tensões e as deformações em um projeto 
de estruturas do concreto chama-se módulo de elasticidade. Dentro da resistência dos 
materiais, a relação entre a tensão e a deformação em determinados intervalos pode 
ser considerada linear, também nomeada de lei de Hooke, ou seja, σ = Eε, onde σ é a 
tensão, ε é a deformação específica e E é o módulo de elasticidade ou módulo de 
deformação longitudinal. 
// Trabalhabilidade: É a facilidade e a homogeneidade do concreto ao ser manipulado, 
desde a mistura até o acabamento, sem uma segregação nociva. Um concreto que seja 
difícil de lançar e adensar aumenta o custo da manipulação, mas também interfere na 
resistência, na durabilidade e na aparência. A trabalhabilidade está associada à 
facilidade na redução de vazios e do adensamento do concreto, na moldagem 
relacionada com o preenchimento da fôrma e dos espaços entre as barras de aço e na 
resistência à segregação e manutenção da homogeneidade da mistura durante seu 
manuseio e vibração. Fatores que afetam na trabalhabilidade do concreto são o 
consumo de água, consumo de cimento, aditivos e agregados. 
// Coesão: É a facilidade de adensamento e de acabamento, geralmente avaliada pela 
facilidade de desempenhar o visual da resistência à segregação e está muito ligada à 
trabalhabilidade, pois a falta de coesão da mistura pode acarretar a desagregação do 
concreto em estado fresco, alternando assim sua composição física e sua 
homogeneidade. 
// Segregação: É a separação dos componentes do concreto fresco de forma que sua 
distribuição não seja uniforme, sendo muito típica em concretos pobres e secos, onde 
os grãos maiores do agregado tendem a se separar durante o lançamento do concreto 
por conta de energia demasiada ou de uma vibração excessiva. 
// Massa específica: Quanto mais poroso for o concreto, mais rapidamente esses 
agentes prejudicam a integridade da peça por ação de agentes agressivos, como o gás 
carbônico (presente no ar), o sal da água do mar, os gases sulfurosos da rede de esgoto, 
entre diversos outros agentes. 
Assim, os fatores que influenciam nas propriedades do concreto são: tipo e quantidade 
de cimento empregado; qualidade da água e a proporção de água/cimento; tipos de 
agregados utilizados, sua granulometria e a proporção agregado/cimento; presença de 
aditivos na mistura; procedimento e duração do processo da mistura; condições e 
duração do transporte e do lançamento do concreto; condições de adensamento e de 
cura; forma e dimensões dos corpos de prova; tipo e duração do carregamento; idade 
do concreto; umidade e temperatura. 
TIPOS DE CONCRETO 
O concreto é um dos materiais mais utilizados e importantes dentro da construção civil, 
e segundo a NBR 12655 (ABNT, 2015c), temos os seguintes tipos de concreto: 
Concreto de cimento Portland 
É um material formado por meio da mistura homogênea de cimento, agregadomiúdo, 
agregado graúdo e água, com ou sem a incorporação de aditivos, desenvolvendo suas 
propriedades mediante endurecimento da pasta de cimento; 
Concreto fresco 
Completamente misturado, e em estado plástico, sendo capaz de ser adensado por um 
método escolhido; 
Concreto endurecido 
Encontrado no estado sólido e que já desenvolveu resistência mecânica; 
Concreto preparado pelo executante da obra 
Quando sua dosagem e sua elaboração são realizadas no canteiro de obras pelo 
construtor; 
Concreto pré-moldado 
Elemento moldado previamente e fora do local de instalação; 
Concreto pré-fabricado 
Elemento pré-moldado industrialmente em locais permanentes destinados a este fim; 
Concreto normal 
Com massa específica seca determinada conforme NBR 9778 (ABNT, 2005) entre 2000 
kg/m³ e 2800 kg/m³; 
Concreto leve 
Com massa específica seca determinada conforme NBR 9778 (ABNT, 2005) inferior a 
2000 kg/m³; 
Concreto pesado ou denso 
Com massa específica seca determinada conforme ABNT NBR 9778 (ABNT, 2005) 
superior 2800 kg/m³; 
Concreto de alta resistência 
Com uma classe de resistência à compressão do grupo II da NBR 8953 (ABNT, 2015b); 
Concreto dosado em central 
Dosado em instalações específicas ou em central instalada no canteiro de obra em 
conformidade com a NBR 7212 (ABNT, 2012a) e misturado em equipamento 
estacionário ou em caminhão betoneira. Transportado por caminhão betoneira ou outro 
tipo de equipamento equipado com dispositivo de agitação; 
Concreto prescrito 
Composto por materiais definidos pelo usuário. 
Ainda sobre tipos de concreto, Oliveira (2008) traz definições mais usuais dentro do dia 
a dia da obra, que são descritas em: 
Concreto convencional 
É o tipo mais usado nas obras brasileiras, é utilizado diretamente no solo, nas fundações, 
ou lançado em fôrmas para lajes e pisos. Sua mistura é feita com um vibrador, 
garantindo o adensamento correto da mistura. Tem como base da mistura padrão água, 
cimento, areia e brita sem aditivos, por isso mesmo denominado convencional, e sua 
resistência pode variar de 10 a 40 MPa; 
Concreto bombeável 
É uma variação do concreto convencional, e por ter mais fluidez, é possível realizar seu 
emprego por bombeadoras. A tubulação pode variar de 3 a 5,5 polegadas de diâmetro, 
saindo do caminhão betoneira diretamente ao local de aplicação final. A fluidez para o 
lançamento é obtida através do aumento do fator de água e da diminuição da 
granulometria do agregado, permitindo a passagem pelo diâmetro da tubulação. 
Geralmente são utilizados aditivos para se obter as características necessárias; 
Concreto armado 
Este é um concreto mais comum em nosso dia a dia, e a diferença entre ele o concreto 
convencional é a presença de armaduras de barras de aço que garantem ao concreto a 
resistência à flexão e tração, sendo empregados nas estruturas de vigas, pilares e lajes; 
Concreto protendido 
Tem como técnica a inserção de cabos de aço de alta resistência no concreto, processo 
chamado de ancoramento. As partes tracionadas, com as aplicações de tensões de 
compressão prévia realizadas na peça permitem melhor desempenho da estrutura e 
oferecem boa capacidade em resistir aos esforços de flexão. Sendo assim, a utilização 
do concreto protendido permite a realização de vãos livres um pouco maiores que os de 
concreto armado convencional, podendo se obter vãos ainda maiores se ao mesmo 
tempo for usada a estrutura de laje nervurada ao invés da maciça; 
Concreto leve 
Empregado com agregado leve, sua massa específica é aproximadamente dois terços da 
densidade de um concreto tradicional, gerando assim uma redução de custos e 
oferecendo baixa permeabilidade. Apesar da redução no peso das estruturas, seu 
objetivo é a redução da massa específica e não da resistência. Possui uma porosidade 
maior em seus agregados, o que gera maior uso de água e riscos de segregação. É mais 
empregado em peças pré-moldadas, fabricação de blocos, regularização de superfícies 
e enchimento de lajes; 
Concreto celular 
Tem maior leveza que o concreto convencional e possui uma massa específica entre 300 
kg/m³ a 1850 kg/m³, sua diferença em relação ao concreto leve é por ser obtido através 
de um aditivo especial de espuma. É muito utilizado em paredes, divisórias e 
nivelamento de pisos; 
Concreto pré-fabricado 
É produzido industrialmente fora da obra. São peças encaixadas no local de execução da 
laje tornando a obra mais ágil; 
Concreto de alta resistência inicial 
Possui resistência inicial maior, obtida por meio de aditivos especiais que garantem 
grande resistência em um pequeno intervalo de tempo, agilizando a obra ou atendendo 
a emergências; 
Concreto pesado 
Emprega agregados de maior massa específica para atingir valores superiores a 2800 
kg/m³, e é muito utilizado na construção de câmaras de raio X ou gama, ou mesmo em 
ambientes que lidam com energia atômica, como usinas, pois os agregados ajudam na 
proteção contra a radiação; 
Concreto projetado 
Também conhecido como concreto jateado, é aplicado por mangueiras de ar 
comprimido que possuem aditivos que garantem maior aderência, sendo muito 
utilizado em encostas para evitar deslizamentos; 
Concreto autoadensável 
Possui alta fluidez através da ação de aditivos superplastificantes que facilitam o 
bombeamento. É utilizado em peças armadas, estruturas pré-moldadas, fôrmas em alto 
relevo e acabamentos em concreto aparente. Tem como vantagem o autonivelamento, 
eliminando a necessidade de vibradores na concretagem, porém, suas propriedades 
possuem menor homogeneidade, resistência e durabilidade; 
Concreto de alto desempenho 
Também conhecido como CAD, é empregado em obras que necessitam de elevada 
resistência e durabilidade, por meio de aditivos especiais que diminuem os índices de 
porosidade e permeabilidade, tornando as estruturas mais resistentes à ação de 
cloretos, sulfatos, gás carbônico e maresia, apresentando uma resistência superior a 40 
MPa. Outra característica do CAD é a possibilidade de desformas rápidas e uma maior 
agilidade na obra; 
Concreto rolado 
Muito utilizado na base inferior das obras, como pisos de estacionamentos e barragens, 
e sua aplicação é realizada com a compactação por rolos compressores devido aos 
baixos consumos de cimento e trabalhabilidade. Não tem um acabamento muito bom e 
por isso é mais empregado como sub-base para concretos que apresentam melhor 
aparência. 
CURA DO CONCRETO 
A cura do concreto tem como objetivo retardar a evaporação da água empregada no 
preparo da mistura e auxiliar na hidratação completa do cimento, segundo Petrucci 
(2007). 
As condições de umidade e de temperatura têm grande influência, principalmente nas 
primeiras idades do concreto. O processo de cura é realizado nas etapas iniciais do 
endurecimento e pode ser executado de diversas formas. 
A NB 1/77 pede para que a proteção das peças se faça nos sete primeiros dias a partir 
do lançamento do concreto, podendo ser então imersas em água, molhando 
continuamente as peças concretadas com dispositivos apropriados, para depois cobrir 
com sacos de aniagem mantidos sempre úmidos. A atenção maior à cura é em lajes e 
pisos, pois costumam ser ambientes expostos, sem proteção e formas, como no caso de 
vigas e pilares. 
De todas as técnicas, a mais empregada é a cura com molhagem constante, porém vale 
lembrar que isso não significa ter um operário com uma mangueira na mão molhando 
uma área enquanto outra área vai secando; a cura deve estar sempre 100% saturada de 
umidade relativa (UR). 
Outros métodos de cura são: por aspersão, que envolve sistemas de ar-comprimido, 
mantendo uma névoa próxima à peça de concreto; cura química, que é a aplicação de 
produto na superfície do concreto por aspersão, com sustâncias como WAX, ceras, 
parafinas, PVA, acrílicos, estilenos, entre outros elementos que impedem a evaporação 
da água; cura a vapor, que é muito empregada em ambientes frios, como a região Sul 
do país, que tem como procedimento usaro princípio da maturidade para alcançar altas 
resistências em baixas idades; e, por fim, temos a cura térmica, que tem o mesmo 
princípio da cura a vapor pela maturidade, mas é empregada em peças pré-moldadas. 
 
 
Concreto armado na construção civil 
 
 
Como o concreto possui baixa resistência à tração, surgiu a necessidade de inserir 
materiais mais resistentes: as barras de aço. 
O concreto armado é a associação do concreto simples com uma armadura, e os dois 
materiais devem resistir solidariamente aos esforços solicitantes, sendo essa 
solidariedade garantida pela aderência. Dentre as vantagens do uso do concreto 
armado, Petrucci (2007) aponta algumas características: 
• Moldável, permitindo grande variabilidade de formas e de estilos 
arquitetônicos; 
• Apresenta boa resistência em relação à grande parte dos tipos de solicitação de 
esforços, desde que seja feito um dimensionamento correto e um detalhamento 
adequado das armaduras; 
• A estrutura do concreto armado é monolítica, possibilitando que todo o 
conjunto trabalhe em associação quando a peça é solicitada; 
• Possui baixo custo de mão de obra, não exigindo profissionais com elevado nível 
de qualificação e formação; 
• Os processos construtivos são bastante conhecidos e difundidos em todo o país, 
sendo fácil seu emprego e utilização; 
• Sua execução é fácil e rápida, em especial nas peças pré-moldadas; 
• O concreto armado é durável e protege a armação contra a corrosão e as ações 
de intempéries; 
• A manutenção tem gastos menores quando a estrutura é projetada e construída 
adequadamente; 
• É pouco permeável à água, seguindo as corretas condições de plasticidade, 
adensamento e cura; 
• É seguro contra o fogo, seguindo o cobrimento de acordo; 
• É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos e atmosféricos e a desgastes 
mecânicos. 
O concreto armado traz como grande diferencial e benefício a melhoria na resistência à 
tração do concreto com o emprego das armaduras na estrutura, atribuindo 
também ductibilidade e um aumento na resistência à compressão em relação ao 
concreto simples. 
Porém, existem algumas desvantagens no emprego do concreto armado, como o grande 
peso do próprio material, pois em média temos 2500 kg/m³, um valor impactante para 
o cálculo estrutural. Quando reformas e demolições são necessárias, são muito difíceis 
de serem executadas por causa da dureza do material, além do baixo grau de proteção 
térmica que apresenta, criando assim espaços mais frios. Outra breve desvantagem é 
quanto ao prazo na utilização do concreto sem o uso de aditivos, sendo necessário 
aguardar o tempo de cura e secagem da peça. 
PROPRIEDADES 
Em uma estrutura de concreto armado, além do uso do concreto, o emprego de 
armações de barras de aço é fundamental, permitindo uma melhoria na resistência aos 
esforços de tração da estrutura. 
Na região tracionada onde o concreto possui resistência praticamente nula, ele acaba 
sofrendo fissuração e se deformando, graças à aderência das barras de aço, que auxiliam 
no trabalho e absorção dos esforços de tração da região comprimida. 
Os coeficientes de dilatação térmica do aço e do concreto são muito próximos, o que 
auxilia que o trabalho ou que a movimentação do conjunto aconteça uniformemente 
com as variações de temperatura. 
O coeficiente de dilatação do concreto é de (0,9 a 1,4) ∙ 10-5/℃ (mais frequentemente 
1,0 · 10-5/℃). No caso do aço, o coeficiente é de 1,2 ∙ 10-5/℃. Se observarem, essa 
diferença entre o aço e o concreto é insignificante, tanto que para o concreto armado é 
adotado o coeficiente de 1,0 ∙ 10-5/℃. 
Como já mencionamos, o concreto protege o aço da oxidação, garantindo durabilidade 
à estrutura. Auxilia, também, na proteção física por meio do cobrimento das barras e 
protegendo-as do exterior, além da proteção química, pois durante a pega do concreto 
cria-se uma camada quimicamente inibidora em torno da ferragem. 
É possível encontrar em alguns livros a diferença entre armadura passiva e armadura 
ativa. A armadura passiva é utilizada na terminologia em referência ao concreto armado, 
enquanto a armadura ativa designa o concreto protendido por conta dos esforços de 
tração direta pelos quais ele é submetido. 
EXECUÇÃO 
Antes de iniciar a mistura para a produção do concreto, é necessário efetuar a separação 
dos utensílios de medição, bem como os materiais que serão utilizados. Normalmente 
os agregados miúdos e graúdos são medidos em padiolas de madeira, sempre levando 
em consideração a umidade. O cimento é sempre medido em peso, podendo utilizar a 
dosagem de 50 kg (tamanho de um saco de cimento), e a água geralmente é medida em 
latas. 
A mistura do concreto poderá ocorrer de forma manual ou mecânica, sendo que o 
amassamento manual é empregado apenas em pequenos volumes ou em obras mais 
simples, pois a garantia no atingimento final da resistência quase sempre é imprecisa. 
Para esses casos, a execução é feita sobre estrados ou superfícies planas impermeáveis 
e resistentes, com dimensões máximas de 3 m x 3 m. Misturam-se primeiramente os 
itens secos (agregados miúdos, graúdos e o cimento) homogeneizando-os, e em seguida 
é feito um buraco no centro da massa e adiciona-se aos poucos a água, continuando a 
misturar toda a massa até atingir uma pasta uniforme. 
No caso do amassamento mecânico, a mistura é realizada por máquinas chamadas de 
betoneiras. Costuma-se colocar na betoneira uma parte da água, o agregado graúdo, o 
cimento, o agregado miúdo e o restante da água. O tempo de mistura contado após 
todos os materiais serem introduzidos na betoneira é feito através das rotações da 
máquina, geralmente 20 rotações ou aproximadamente um minuto. 
Uma outra forma de se obter o concreto é através do uso do concreto usinado, que é 
entregue por caminhões betoneiras, já misturado conforme a resistência necessária ao 
projeto. Nesse caso, o caminhão betoneira trabalha com 8 m³, sendo indicado, portanto, 
para volumes maiores do que pequenas reformas. 
Durante o transporte, lançamento e adensamento do concreto é importante observar 
se ocorre a separação do agregado graúdo, ou segregação, pois isso pode impedir a 
qualidade final do concreto. E para isso, é indicado que o transporte do local do 
amassamento até o lançamento seja o mais rápido possível, e o sistema de transporte 
adotado deve permitir o lançamento direto nas fôrmas, evitando assim um depósito 
intermediário. Na direção horizontal, o transporte é feito por carrinhos com rodas de 
pneus (carriolas) e no transporte vertical, por estrados acionados por guinchos. 
DICA 
Para evitar a segregação do agregado graúdo do concreto durante o transporte, o ideal 
é reprimir a trepidação durante seu manuseio e o excesso de vibração durante o 
processo de adensamento e lançamento em alturas elevadas. 
No caso do lançamento do concreto, a norma NB 1 recomenda que o concreto seja 
lançado logo após sua mistura, não criando um intervalo maior que uma hora, e em 
nenhuma hipótese se fará o lançamento do concreto após o início da pega. 
O adensamento ou vibração do concreto tem como objetivo preencher os vazios 
formados durante o lançamento, eliminando o ar aprisionado e os riscos de bicheiras. 
Esse adensamento poderá ser realizado manualmente por meio de golpes de haste 
(vergalhão) ou apiloamento com soquete. Para adensamento mecânico são utilizados 
vibradores de imersão, permitindo assim maior homogeneidade e durabilidade, levando 
a uma redução na retração e na permeabilidade da mistura. 
O uso de aço em vigas, pilares e lajes é indispensável em estruturas de concreto armado, 
e seu dimensionamento deve ser bem calculado dentro do projeto estrutural. Nesse 
cálculo será dimensionado a bitola da barra a ser utilizada e os elementos relacionados 
na estrutura. 
Os elementos estruturais em concreto armado podem ser identificados de acordo com 
sua geometria e comparando a grandeza das trêsdimensões principais, que são 
comprimento, altura e espessura. 
Os elementos lineares possuem comprimento longitudinal maior que o comprimento 
transversal em ao menos três vezes; como exemplos temos as vigas e pilares, que 
também podem ser chamados de barras. 
As vigas são elementos que, segundo Mehta, Monteiro (2014) e Coêlho (2008), possuem 
flexão preponderante, e suas funções básicas são vencer os vãos e transmitir as cargas 
aos apoios, conforme vemos na Figura 2. No eixo longitudinal, as vigas podem ser curvas, 
mas em sua grande maioria sua execução é reta e horizontal. 
 
Figura 2. Viga reta de concreto. Fonte: COÊLHO, 2008, p. 156. (Adaptado). 
A carga recebida é originária das lajes, das paredes de alvenaria e de outras vigas e 
pilares, que normalmente são perpendiculares ao eixo longitudinal. As vigas, em 
conjunto com pilares e lajes, formam a estrutura de contraventamento que é 
responsável por oferecer estabilidade ao edifício, sob ações verticais e horizontais. Sua 
construção usualmente possui duas armaduras diferentes, uma na longitudinal e outra 
na transversal, compostas de barras longitudinais e estribos. 
Segundo Coêlho (2008), a seção transversal da viga não poderá ter largura inferior a 12 
cm, e, no caso das vigas das parede inferior, 15 cm. Em casos excepcionais, esse mínimo 
poderá chegar a 10 cm, mas, respeitando a NBR 6118 (ABNT, 2014) em relação ao 
alojamento da armadura e suas interferências, e a NBR 14931 (ABNT, 2004) referente 
ao lançamento e vibração do concreto. Temos como exemplificação de execução de 
vigas a Figura 3, apresentando os tipos de viga mais utilizados na construção, sendo vigas 
baldrames para o apoio de paredes da construção (1); vigas invertidas na base de uma 
parede (2); vigas em múltiplos pavimentos (3) e vigas em sobrado residencial (4). 
 
Figura 3. Exemplos de uso e tipos de vigas. Fonte: BASTOS, 2019, p. 75-76. (Adaptado). 
Os pilares também são elementos lineares, porém de eixo reto e usualmente executados 
na vertical, onde as forças normais de compressão são preponderantes e as ações 
recebidas são transmitidas às fundações da construção. Os pilares são elementos 
estruturais de grande relevância, tanto do ponto de vista da capacidade de resistência 
como no aspecto de segurança, e garantem a estabilidade da construção compondo o 
sistema de contraventamento juntamente com as vigas e lajes, conforme observado na 
Figura 4. 
 
Figura 4. Pilar de concreto. Fonte: COÊLHO, 2008, p. 191. (Adaptado). 
Acompanhamos na Figura 5 exemplos de execução de pilar, apresentando os tipos mais 
utilizados na construção: pilares de fachada (1); pilares em edifícios de múltiplos 
pavimentos (2); detalhe da montagem da forma (3) e detalhe do encontro do pilar com 
a parede de vedação (4). 
 
Figura 5. Exemplos de uso e tipos de pilar. Fonte: BASTOS, 2019, p. 77-78. (Adaptado). 
As lajes são elementos bidimensionais planos que têm função principal servir de piso ou 
cobertura nas edificações, e geralmente recebem ações verticais aplicadas provenientes 
da utilização da laje em função arquitetônica. As ações perpendiculares do plano da laje 
são separadas em: distribuída na área, peso próprio, contrapiso e revestimento na borda 
inferior. São distribuídas linearmente em carga de parede apoiada na laje e distribuída 
de forma concentrada nos pilares apoiados na laje. As cargas e ações são transmitidas 
para as vigas de apoio conforme demonstrado na Figura 6, porém, eventualmente as 
cargas podem ser transmitidas diretamente aos pilares, conforme estabelece a NBR 
6118 (ABNT, 2014). 
 
Figura 6. Planta e corte de forma simples com duas lajes maciças. Fonte: COÊLHO, 2008, 
p. 33. (Adaptado). 
Observe os tipos de lajes na Figura 7, onde podemos encontrar lajes maciças (1), 
nervuradas (2), lisas (3), treliçadas (4) e pré-moldadas (5). 
 
Figura 7. Exemplos de uso e tipos de lajes. Fonte: BASTOS, 2019, p. 69-73. (Adaptado). 
As lajes maciças possuem espessura totalmente preenchida em concreto, sem vazios, e 
suas armaduras são embutidas no concreto e apoiadas ao longo de toda a parte do 
perímetro. As lajes nervuradas podem ser moldadas no local ou podem ser pré-
moldadas, e a zona de tração dos momentos positivos está localizada nas nervuras entre 
as quais pode ser colocado material inerte. As lajes nervuradas parecem colmeias ou 
grandes vãos cubos na parte inferior. 
As lajes lisas são apoiadas diretamente nos pilares, são executadas de forma maciça de 
concreto e aço e sem vazios ou enchimentos, porém não são apoiadas nas vigas, 
somente nos pilares, apresentando vantagens de custos menores, com maior rapidez de 
construção, mas são mais suscetíveis a deformações verticais. As lajes treliçadas são 
mais empregadas em construções de pequeno porte devido à facilidade na execução, 
entre as treliças pré-fabricadas instalam-se lajotas cerâmicas ou mesmo isopor, e acima 
dessa estrutura recebe-se a concretagem, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014). 
Já as lajes pré-moldadas são fabricadas industrialmente e são levadas prontas para as 
obras, precisando apenas encaixar nas demais peças. 
A argamassa armada, ou microconcreto, é uma outra possibilidade no emprego do 
concreto armado. Ela possui a mesma origem do concreto armado, apenas com a 
exclusão dos agregados graúdos. Sua armação usualmente é feita através de telas 
soldadas. Os agregados empregados têm a espessura na ordem de 20 mm, em média. 
PATOLOGIAS 
Bauer (1992) explica que a maioria dos danos estruturais são do tipo evolutivo, ou seja, 
poderão comprometer a estabilidade em um prazo mais ou menos curto, e a 
deterioração está relacionada com erros de projeto estrutural, emprego de materiais 
inadequados, erros de execução e agressividade do meio ambiente. Veja algumas 
patologias relacionadas a erros de projeto: 
• A falta de detalhamento ou detalhes mal especificados; 
• Cargas ou tensões não levadas em consideração no cálculo estrutural; 
• Variações bruscas de seção em elementos estruturais; 
• Falta ou projeto deficiente de drenagem; 
• Efeitos da fluência do concreto não levados em consideração. 
Os materiais devem ser criteriosamente conhecidos e ensaiados previamente para 
evitar as patologias, caracterizando-os conforme as normas e procedimentos 
relacionados. Patologias relacionadas a erros de execução podem estar relacionadas 
com: 
• Má interpretação das plantas e/ou detalhes pela equipe de obra; 
• Adoção de métodos executivos e equipamentos inadequados; 
• Deslocamento de formas, prumo e alinhamento durante a montagem; 
• Falta de limpeza das formas; 
• Descolamento de formas durante a concretagem devido a amarrações 
deficientes ou vibração excessiva; 
• Má colocação da armadura com a falta de cobrimento adequado ou má 
distribuição; 
• Desforma antes que o concreto apresente resistência à compressão e módulo de 
deformação suficientes e necessários; 
• Não retirada de materiais construtivos nas juntas de dilatação, como formas, ou 
ausência de vedação elástica ou limpeza; 
• Recalques diferenciais; 
• Segregação do concreto; 
• Retração hidráulica durante a pega do concreto gerando perda d’água; 
• Vibrações produzidas por tráfego intenso ou cravação de estacas nas 
proximidades causando impactos; 
• Conhecimento inadequado de engenharia por parte do construtor. 
Segundo Bauer (1992), os três principais sintomas de patologia de obras em concreto 
armado são as fissuras, a disgregação e a desagregação. São sintomas visíveis e podem 
ser facilmente constatados e diferenciados entre si. 
As fissuras podem surgir após anos, ou mesmo semanas, e as aberturas máximas das 
fissuras, admissíveis pela NBR 6118 (ABNT, 2012), não deve ultrapassar 0,1 mm para 
peças não protegidas em meio agressivo, 0,2 mm para peças não protegidas em meio 
não agressivo, e 0,3 mm para peças protegidas. Acima desses valores, passam a ser 
necessários tratamento e correção das fissuras.As fissuras chamadas “vivas” são as com 
movimentação e ainda em crescimento, e as fissuras chamadas “mortas” são as fissuras 
estabilizadas, sem movimentação ou crescimento. 
Disgregação é a ruptura do concreto, especialmente nas regiões salientes dos elementos 
estruturais. São concretos que conservam sua característica de origem, porém não 
foram capazes de suportar os esforços anormais sobre eles. As desagregações são 
sintomas característicos de ataques químicos, como corrosão de natureza química, 
reação de hidróxido de cálcio da hidratação dos elementos do cimento e as reações. O 
Quadro 5 apresenta um resumo dos principais sintomas e causas de patologias do 
concreto. 
 
Quadro 5. Principais sintomas e suas causas. Fonte: BAUER, 1992, p. 413. 
NORMATIVAS 
Como diversos materiais, o concreto armado também segue normas que asseguram a 
qualidade e a confiabilidade do projeto e obra. 
A principal norma relacionada ao concreto armado é a NBR 6118 (ABNT, 2014), sobre os 
procedimentos do projeto de estrutura de concreto. Além desta NBR, podemos citar 
outras relacionadas ao concreto: 
• NB 1 – NBR 6118 – Projeto e execução de obras de concreto armado; 
• NB 2 – NBR 7187 – Cálculo e execução de pontes de concreto armado; 
• NB 4 – NBR 6119 – Cálculo e execução de lajes mistas; 
• NB 5 – NBR 6120 – Cargas para cálculo de estruturas de edificações; 
• NB 6 – NBR 7188 – Cargas móveis em pontes rodoviárias; 
• NB 7 – NBR 7189 – Cargas móveis em pontes ferroviárias; 
• NB 8 – NBR 5984 – Norma geral do desenho técnico; 
• NB 16 – NBR 7191 – Execução de desenhos para obras de concreto simples ou 
armado; 
• NB 49 – Projeto e execução de obras de concreto simples; 
• NB 51 – Projeto e execução de fundações; 
• NB 116 – NBR 7197 – Cálculo e execução de obras de concreto protendido; 
• NB 599 – NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações; 
• EB 1 – NBR 5732 – Cimento Portland comum; 
• EB 3 – NBR 7480 – Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto 
armado; 
• EB 4 – NBR 7211 – Agregados para concreto armado; 
• EB 565 – Telas de aço soldadas para armaduras de concreto; 
• EB 780 – Fios de aço para concreto protendido; 
• EB 781 – Cordoalhas de aço para concreto protendido; 
• MB-1 – NBR 7215 – Ensaio de cimento Portland; 
• MB-2 – NBR 5738 – Confecção e cura de corpos de prova de concreto cilíndrico 
ou prismáticos; 
• MB-3 – NBR 5739 – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos de 
concreto; 
• MB-4 – NBR 6152 – Determinação das propriedades mecânicas à tração de 
materiais metálicos; 
• MB-215 – Determinação do inchamento de agregados miúdos para concreto; 
• MB-256 – Consistência do concreto pelo abatimento do tronco de cone; 
• NBR 7187 – Cálculo e execução de ponte em concreto armado; 
• NBR 7212 – Execução de concreto dosado em central; 
• NBR 7807 – Símbolo gráfico para projeto de estruturas - simbologias; 
• NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas; 
• NBR 8953 – Concreto para fins estruturais - classificação por grupo de 
resistência; 
• NBR 9062 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado; 
• NBR 11173 – Projeto e execução de argamassas armadas; 
• NBR 12317 – Verificação de desempenho de aditivos para concreto; 
• NBR 12654 – Controle tecnológico dos materiais componentes do concreto; 
• NBR 12655 – Concreto - preparo, controle e recebimento do concreto. 
Existem também algumas normas estrangeiras que podem ser consultadas, como as dos 
órgãos do American Concrete Institute - ACI e do Comité Européen du Beton - CEB. 
SINTETIZANDO 
Como pudemos ver nesta unidade, o concreto é um dos materiais mais utilizados dentro 
da construção civil e da arquitetura, permitindo atribuir mais qualidade e durabilidade 
aos projetos e construções. O concreto é composto por aglomerantes e agregados, 
sendo o cimento o aglomerante da mistura que permite a união de todos os materiais. 
Já os agregados, como visto nessa unidade, podem ser classificados através de sua 
origem, dimensões das partículas, massa específica e composição mineralógica, porém 
a classificação mais usual é a da dimensão de partículas, que são separadas entre 
agregados miúdos (areia fina, média e grossa) e agregados graúdos (brita, pedra britada, 
pó de pedra, rachão, bica corrida e restolho). 
Com relação às propriedades do concreto, é preciso observar a resistência à 
compressão, a resistência à tração, a trabalhabilidade, o módulo de elasticidade, a 
coesão, a segregação e a massa específica. O concreto é um material que resiste muito 
bem à compressão, porém tem baixa resistência à flexão. 
Existem diversos tipos de concretos, e sua escolha ocorre de acordo com o tipo de obra. 
Entre os concretos mais usuais, temos o de cimento Portland (ou concreto 
convencional), o bombeado, o protendido, o celular e o armado. 
Concreto armado é a junção do concreto convencional com armaduras de barra de aço, 
que auxiliam justamente na resistência à flexão da peça que, em conjunto com a mistura 
de concreto (resistente à compressão), permite uma maior durabilidade e qualidade da 
peça. 
Na construção civil, os elementos estruturais mais utilizados na estrutura e 
contraventamento de uma edificação são executados em concreto armado, como as 
vigas, pilares e lajes. Por ser um material bastante empregado, existem vários ensaios e 
normativas para sua fiscalização, garantindo a segurança, durabilidade e qualidade da 
construção final.

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