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Política nacional de humanização

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SF
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
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Julia Ladeira de Moraes
23/08/2021
- “Humanizar se traduz, então, como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho”- Portal da Saúde
- Humanização é a ação ou o efeito de humanizar, ou seja, de tornar humano ou mais humano, tornar benévolo (bondoso) e afável (agradável). É a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde (gestores, trabalhadores e usuários), resgatando o respeitos à vida humana, levando em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presentes em todo relacionamento humano
. Para se efetivar a humanização é fundamental que os sujeitos participantes dos processos em saúde se reconheçam como protagonistas e corresponsáveis de suas práticas, buscando garantir a universalidade do acesso, a integridade do cuidado e a equidade das ofertas em saúde
- Lançada em 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) busca colocar em prática os princípios do SUS (universalidade, integridade e equidade) no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar, sendo criada para transformar a relação entre gestores, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde
- A PNH objetiva cuidar do cuidador; a valorização dos profissionais de saúde e equipes; a qualificação e os locais adequados para construção; contagiar trabalhado-res, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização; fortalecer iniciativas de humanização existentes; desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de gestão e de atenção; aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão; e implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-sucedidas
OBS: Cuidado é uma ação integral entre pessoas com efeitos e repercussões de interações positivas entre usuários, profissionais e instituições, traduzidas em atitudes, como tratamento digno e respeitoso, com qualidade, acolhimento e vínculo. O cuidado pode contribuir para a redução do impacto do adoecimento e a falta dele tende a contribuir para o sofrimento dos pacientes e aumentar o isolamento social
- Os princípios da PNH são: 
. Transversalidade: Significa reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido, sendo que juntos esses saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável. Tem como objetivo transformar as relações de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas, ou seja, aumentar o grau de comunicação intra e intergrupos
. Indissociabilidade entre atenção e gestão: Objetiva que os trabalhadores e usuários busquem conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, e como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de saúde coletiva; e objetiva que haja uma alteração dos modos de cuidar inseparável dos modos de gerir e se apropriar do trabalho
. Protagonismo: Determina que qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com a ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvidas que compartilham responsabilidades; e que os usuários não são só pacientes e os trabalhadores não só cumprem ordens, sendo que as mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um
- Diretrizes para implementação da PNH: 
. Acolhimento: É reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde; deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede sócio afetiva. Com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das práticas de saúde, o que assegura, por exemplo, que todos sejam atendidos com prioridades a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco. O acolhimento não é um espaço ou um local, mas sim uma postura ética, não pressupondo hora ou profissional específico para fazê-lo, implicando compartilhamento de saberes, necessidades, possibilidades, angústias e invenções. Desse modo é que o diferenciamos de triagem, pois ele não se constitui como uma etapa do processo, mas sim como uma ação que deve ocorrer em todos os locais e momentos do serviço de saúde
. Gestão participativa e cogestão: A cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão
que se transforma também em espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em particular, em lugar de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo. A organização e experimentação de rodas (mecanismos que garantem a participação ativa de usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde) é uma importante orientação da cogestão. Colegiados gestores, mesas de negociação, contratos internos de gestão, Câmara Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Gerência de Porta Aberta são arranjos de trabalho que permitem a experimentação da cogestão no cotidiano da saúde
. Ambiência: Tem como objetivos criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas. A discussão compartilhada do projeto arquitetônico, das reformas e do uso dos espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores de cada serviço é uma orientação que pode melhorar o trabalho em saúde
. Clínica ampliada e compartilhada: É uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde doença, permitindo o enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus respectivos danos e ineficácia. Deve ser feita utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento quanto destes como usuário), de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS
. Valorização do trabalhador: É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho. Para isso, deve-se assegurar a participação dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão e agir nos serviços de saúde
. Defesa dos direitos dos usuários: Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre sua saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com suarede social
- Acolhimento com classificação de risco:
. A classificação de risco é um processo dinâmico de identificação dos pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos 
à saúde ou grau de sofrimento
. O fato de haver indivíduos que ganhem preferência na fila de atendimento pode gerar questionamentos por aqueles que sentem-se prejudicados, no entanto isso pode ser minimizado com divulgação ampla aos usuários na sala de espera do processo utilizado
. Os objetivos do acolhimento com classificação de risco são avaliar o paciente logo na sua chegada ao pronto-socorro humanizando o atendimento; descongestionar o pronto-socorro; reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade; determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades (ex: ortopedia e ambulatório) conforme protocolo; informar os tempos de espera; promover ampla informação sobre o serviço aos usuários; e retornar informações a familiares
. A classificação de risco se dará nos seguintes níveis: vermelho (prioridade 0, que significa emergência, ou seja, necessidade de atendimento imediato), amarelo (prioridade 1, que significa urgência, ou seja, atendimento o mais rápido possível), verde (prioridade 2, que significa prioridade não urgente) e azul (prioridade 3, que significa consultas de baixa complexidade com atendimento de acordo com o horário de chegada)
- Na prática, os resultados que a Política Nacional de Humanização busca são a redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; o atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; a implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo; a garantia dos direitos dos usuários; a valorização do trabalho na saúde; e a gestão participativa nos serviços

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