Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
e-Tec rede. .Brasil Geologia Ambiental Eliane Pinheiro de Sousa São luís - MA 2013 São luís - MA Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Ficha catalográfica © Universidade Estadual do Maranhão Este caderno foi elaborado pela Universidade Estadual do Maranhão por meio do Núcleo de Tecnologias para Educação - UemaNet, para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (Rede e-Tec Brasil). Coordenadora de Tecnologias Educacionais Profa. Maria de Fátima Serra Rios Coordenador de Design Instrucional Prof. Mauro Enrique Carozzo Todaro Professora-autora Eliane Pinheiro de Sousa Responsável pela Produção de Material Didático UemaNet Cristiane Costa Peixoto Designer Educacional Ciro Leonardo Trindade Quirino Revisão Ane Beatriz Duailibe Lucirene Ferreira Lopes Diagramação Josimar de Jesus Costa Almeida Luis Macartney Serejo dos Santos Tonho Lemos Martins Designer Aerton Oliveira Annik Azevedo Helayny Farias Rômulo Santos Coelho Reitor da UEMA Prof. José Augusto Silva Oliveira Vice-reitor da UEMA Prof. Gustavo Pereira da Costa Diretora do Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais - CECEN Profa. Andréa de Araújo Coordenador Geral do UemaNet Prof. Dr. Antonio Roberto Coelho Serra Coordenadora Geral do e-Tec/UemaNet Profa. Eliza Flora Muniz Araújo Coordenadora do Curso Técnico em Meio Ambiente Profa. Dra. Andréa de Araújo Sousa, Eliane Pinheiro de. Geologia ambiental / Eliane Pinheiro de Sousa. – São Luís: UemaNet, 2013. 94 p. Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (Rede e-Tec Brasil). 1. Geologia. 2. Meio ambiente. 3. Planeta terra. 4. Rochas. I. Título CDU: 551 Apresentação e-Tec Brasil Prezado estudante, Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Rede e-Tec Brasil, instituída pelo Decreto nº 7.589/2011, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. A Rede e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica –, é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Saiba Mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Atividades de Aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, filmes, músicas, sites, programas de TV. Sumário Palavra da professora-autora .................................................................................... 11 Apresentação da disciplina ........................................................................................ 13 Projeto Instrucional ....................................................................................................... 15 Aula 1 - Geologia no contexto ambiental ............................................................ 17 1.1 O que é Geologia? ................................................................................................. 18 1.2 Qual a relação da Geologia com o Meio Ambiente ................................... 20 1.3 O impacto humano ao Meio Ambiente ......................................................... 23 1.4 A Geologia Ambiental e os recursos energéticos ...................................... 25 1.5 A aplicação da Geologia ao conceito de desenvolvimento sustentável ...... 27 Referências .............................................................................................................. 30 Aula 2 – O Planeta Terra ................................................................................................ 31 2.1 Apresentando nosso planeta ......................................................................... 32 2.2 Estrutura interna da Terra ................................................................................ 33 2.2.1 Crosta ..................................................................................................................... 34 2.2.2 Manto ..................................................................................................................... 34 2.2.3 Núcleo .................................................................................................................... 35 2.3 A origem do planeta ......................................................................................... 35 2.4 Como conhecer o interior da Terra se não podemos chegar até lá? .......... 37 2.4.1 Sismologia ............................................................................................................ 38 2.4.2 Planetologia comparada ................................................................................. 39 2.5 As placas tectônicas .......................................................................................... 40 2.5.1 A teoria da Deriva Continetal ......................................................................... 41 2.5.2 A teoria da Tectônica de Placas ...................................................................... 42 2.5.3 De que são formadas as placas tectônicas ................................................ 43 2.5.4 Os limites das placas tectônicas .................................................................... 43 2.5.5 A dança do continente e os seres vivos ...................................................... 45 2.6 Os processos geológicos sobre o meio ambiente ................................... 46 2.6.1 Vulcanismo ........................................................................................................... 47 2.6.2 Terremotos ........................................................................................................... 48 2.6.3 Escorregamentos ............................................................................................... 49 Referências ........................................................................................................... 51 Aula 3 – Caracterizando mineraias e rochas ........................................................ 53 3.1 O que são minerais? ........................................................................................... 53 3.1.1 Propriedadesdos minerais ............................................................................. 55 3.1.2 Formando cristais e gemas ............................................................................. 58 3.1.3 Recursos Minerais .............................................................................................. 59 3.2 O que são rochas? .............................................................................................. 62 3.2.1 Classificação das rochas ................................................................................... 63 3.2.2 Ciclo das rochas .................................................................................................. 63 Referências ........................................................................................................... 66 Aula 4 – Rocha ígneas e rochas metamórficas ................................................... 67 4.1 Rochas ígneas ...................................................................................................... 67 4.1.1 Classificação das rochas ígneas ..................................................................... 69 4.1.2 Tipos de atividades magmáticas ................................................................... 70 4.1.3 Principais rochas ígneas ................................................................................... 72 4.2 Rochas Metamórficas ....................................................................................... 74 4.2.1 Classificação das rochas metamórficas ...................................................... 75 4.2.2 Tipos de metamorfismo ................................................................................... 75 4.2.3 Principais rochas metamórficas .................................................................... 77 Referências ........................................................................................................... 80 Aula 5 – Rochas sedimentares ................................................................................... 81 5.1 O que é uma bacia sedimentar? .................................................................... 82 5.2 Sedimentos: elementos formadores de rochas e solos ......................... 84 5.3 Classificação das rochas sedimentares ....................................................... 86 5.4 Recursos hídricos ............................................................................................... 89 5.4.1 Águas subterrâneas ........................................................................................... 91 5.4.2 A influência da ação antrópica sobre os recursos hídricos ................... 92 Referências ........................................................................................................... 94 Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 11 Palavra da professora-autora Caro aluno, Primeiramente, parabéns pela escolha do curso de Técnico em Meio Ambiente. Esperamos que você se torne um profissional que contribua para esta causa tão nobre, que é conservar nossa casa, o planeta Terra, para as futuras gerações. Você deve estar curioso sobre o tema abordado neste curso. Afinal, qual a relação entre rochas, minerais e as discussões sobre a problemática ambiental? Os estudos geológicos fornecem uma série de ferramentas para entender de onde viemos e para onde vamos. O mundo já viveu outras crises ambientais, porém não tão dramática quanto a que vivemos atualmente. A espécie humana é a primeira na história do planeta que altera o meio de forma tão intensa, ao ponto de alguns ecossistemas não conseguirem se recuperar. Espero que os temas aqui abordados sejam uma ferramenta, a mais, para auxiliar seus estudos em busca do conhecimento sobre nosso planeta que você possa aplicá-los em sua futura profissão. Existe uma literatura vasta sobre o assunto, na qual você poderá aprofundar seus estudos. Além disso, você poderá buscar informações em outras fontes, como internet, jornais e revistas que trazem reportagens que abordam as questões ambientais. E não deixe de ver as dicas de textos e vídeos citados neste caderno. Bons estudos! Professora Eliane Pinheiro de Sousa Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 13 Apresentação da disciplina Caro estudante, A disciplina Geologia Ambiental faz parte do segundo módulo do curso técnico em Meio Ambiente. Neste curso vamos estudar características do planeta Terra. A disciplina Geologia Ambiental lhe dará informações sobre uma parte de nosso planeta com o qual não temos contato direto. Os temas aqui abordados fornecerão um maior conhecimento a respeito dos processos que regem a dinâmica deste planeta e que, consequentemente, influenciam e determinam as condições ambientais na superfície. Nestes tempos em que a problemática ambiental está presente em todas as áreas, a Geologia, enquanto ciência que estuda a Terra, tem uma importante contribuição na aplicação de seus conceitos. Os estudos geológicos fornecem uma série de elementos para entender o porquê das mudanças e como o sistema se comporta diante dos impactos ambientais. Este conhecimento também fundamenta as ações ambientais que visam restaurar e/ou recuperar o ambiente, além de fundamentar projetos de prevenção de acidentes geológicos. As paisagens que encontramos na superfície da Terra são produtos de fenômenos internos do planeta e envolvem interações complexas que existem desde o início de formação da Terra. Os seres vivos respondem a estas variações. Os constituintes da terra sólida, os minerais e as rochas, são elementos explorados pelo homem economicamente, pois cada um apresenta características e propriedades distintas, podendo ser aplicados em usos diferentes para a sociedade. Alguns termos geológicos podem ser novos. Não se preocupe em decorar cada um deles. Na medida em que você analisa os conceitos e aplica nas atividades propostas, estes termos naturalmente serão assimilados. Não se esqueça, há uma equipe de profissionais, interagindo com você neste percurso. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 15 Projeto instrucional Disciplina: Geologia Ambiental Carga horária: 30 horas Ementa: Geologia: conceituação, objetivos e campo de atuação. O planeta Terra: composição, estrutura e a descontinuidade de Mohorovicic. Minerais e Rochas. Rochas Ígneas ou Magmáticas. Rochas Sedimentares. AulA OBjETIvOS DE APREnDIzAGEM MATERIAIS CARGA hORáRIA (hORAS) Aula 01 - Geologia no contexto ambiental Reconhecer o alvo de estudo da geologia; Identificar o campo de atuação das ciências geológicas voltados para análise do meio ambiente; Identificar a importância dos estudos geológicos para solucionar os problemas ambientais. Caderno impresso, sala virtual no Moodle, computadores com acesso à Internet (no Polo). 4 hs Aula 02 - O planeta Terra Reconhecer as estruturas que compõe o interior da Terra; Identificar a tectônica de placas como agente modificador do ambiente em superfície; Definir a importância da sísmica para as interpretações da dinâmica interna do planeta. Caderno impresso, sala virtual no Moodle, computadores com acesso à Internet (no Polo). 8 hs Aula 03 - Caracterizando Minerais e Rochas Diferenciar minerais e rochas; Reconhecer a importância de rochas e minerais como fonte de recursos naturais; Definir o conceito de ciclo das rochas. Caderno impresso, sala virtual no Moodle, computadores com acesso à Internet (no Polo). 5 hs Aula 04 - As rochas ígneas e rochas metamórficas Diferenciar rochas ígneas e metamórficas; Compreender a formação de rochas ígneas e metamórficas; Identificar os principais tipos de rochas ígneas e metamórficas. Caderno impresso, sala virtual no Moodle, computadores com acesso à Internet (no Polo). 5 hs Aula 05 - Asrochas sedimentares Diferenciar sedimento, solo e rocha sedimentar; Identificar os tipos de rochas sedimentares; Relatar os principais problemas ambientais relacionados aos recursos hídricos. Caderno impresso, sala virtual no Moodle, computadores com acesso à Internet (no Polo). 8 hs Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 17 Aula 1 - Geologia no contexto ambiental Objetivos • Reconhecer o alvo de estudo da Geologia; • Identificar os campos de atuação das ciências geológicas voltados para análise do meio ambiente; • Identificar a importância dos estudos geológicos para solucionar os problemas ambientais. “A responsabilidade social e a preservação ambiental significa um compromisso com a vida.” João Bosco da Silva A Geologia Ambiental é uma subárea das geociências que apresentou grande desenvolvimento nos últimos anos graças à preocupação com as questões ambientais e a uma legislação que exige a exploração consciente do meio. Neste quesito, o geólogo tem papel fundamental. No noticiário, acompanhamos vários conflitos que envolvem o funcionamento do nosso planeta e as sociedades humanas. A ocupação humana torna esses conflitos cada vez mais complexos. Aula 1 - Geologia no contexto ambiental18 Estudo que trata da história ou origem das palavras e de seu signifi cado através da análise dos elementos que as constituem. Processo de formação de montanhas por colisão de placas tectônicas. Ex: Cordilheira do Himalaia e Cordilheira dos Andes A Geomorfologia é a ciência que estuda o surgimento e a evolução dos relevos sobre a superfície terrestre. A evolução dos relevos seguem fatores de processos exógenos (modeladores) e endógenos (formadores de relevo). Os processos endógenos são referentes às placas tectônicas e à geologia. 1.1 O que é Geologia? Se analisarmos a etimologia do termo geologia, veremos a união dos termos gregos GEO, que signifi ca Terra, e LOGOS, que signifi ca estudo. Assim, temos uma ciência cujo objeto de estudo é o planeta Terra. A Geologia é uma ciência que estuda a composição, a origem, as propriedades e as estruturas das rochas e de seus componentes. Rochas e minerais são os constituintes da terra sólida. Também analisa o aspecto histórico de evolução das características do planeta, representada pelas rochas ígneas, metamórfi cas e sedimentares. Estruturas geomorfológicas como, por exemplo, a formação de montanhas, abertura de oceanos, formação de planícies etc., surgem e desaparecem em um processo contínuo de mudanças. Vários são os exemplos da dinâmica de nosso planeta. Os rios podem mudar seu curso, alterações climáticas infl uenciam na distribuição de espécies. Estas mudanças, ao longo de um intervalo de tempo, são objetos de estudo da geologia histórica. As paisagens observadas, atualmente, na cidade do Rio de Janeiro são conhecidas mundialmente. Nesta região encontramos vários exemplos de estruturas geomorfológicas, resultado da interação de fatores externos (Ex: intemperismo e erosão) e internos (Ex: orogênese) do planeta. Cada uma destas estruturas surgiu em função das condições geológicas vigentes para esta localidade. Figura 1- Representação de feições geomorfológicas da cidade do Rio de Janeiro Fonte: http://univentos.com.br Montanhas, lagoas, praias, a baia de Guanabara e outros elementos constituem a paisagem. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 19 O planeta Terra tem 4,6 bilhões de anos. Esta datação foi realizada pelo método radiométrico das rochas e minerais mais antigos encontrados em nosso planeta. A datação radiométrica se baseia na transformação de um elemento químico em outro através do decaimento radioativo. Essa transformação acontece porque esses elementos são instáveis e, para se tornar estável, seu núcleo atômico emite partículas de forma espontânea. Ex: Método de radiocarbono (TEIXEIRA et al, 2000). Você poderia perguntar a uma pessoa de mais idade, como era a sua cidade há vinte, trinta, quarenta anos. Provavelmente, seu entrevistado irá descrever características um pouco diferentes do que você observa agora. Para a espécie humana, quarenta anos é muito tempo. Porém, os processos dinâmicos que envolvem o surgimento destas estruturas geomorfológicas, seja em superfície, em ambiente costeiro ou em ambiente submarino acontecem em uma escala de milhares e, muitas vezes, milhões de anos. Uma forma de apresentar a história da Terra é através da Tabela de Tempo Geológica, que resume 4,6 bilhões de anos, a idade do nosso planeta. Esta é subdividida em éons, eras, períodos, épocas etc., que são dispostos em colunas, com os tempos mais antigos na base e os mais novos no topo. A tabela de tempo geológico auxilia a reconhecer quão antigo é determinado evento geológico. Por exemplo, sabemos que a América do Sul, África, Austrália, Índia e Antártica já estiveram unidas, formando um único continente, que se chamava Gondwana. Também sabemos que isto aconteceu no Triássico (veremos mais detalhadamente este assunto na aula 2). Quando você assiste aos fi lmes do diretor Steven Spielberg, sobre dinossauros (Jurassic Park, Parque Jurássico em português) sabe em que período geológico estes animais viveram? Observe na fi gura a seguir onde está posicionado o período Jurássico. Figura 2- Vista aérea dos lençóis maranhenses Outro exemplo interessante são os nossos tão famosos Lençóis Maranhenses. Este ambiente ímpar formou-se na costa norte do Estado do Maranhão pela junção de um conjunto de fatores, como o regime de chuvas mais frequente entre os meses de janeiro a julho e a intensidade dos ventos vindos do mar. Na estação chuvosa, o nível do lençol freático sobe, fi cando acima do chão, enchendo as lagoas e mantendo as dunas mais fi xas em função da alta umidade. No segundo semestre, as lagoas secam, pois quase não chove. O nível do lençol freático baixa e aumenta a intensidade dos ventos, que deslocam as dunas continente adentro. Fonte: http://www.inf.ufpr.br/ É comum focarmos nosso estudo nos processos que ocorrem na superfície, pois temos um contato mais direto e seus efeitos são sentidos mais rapidamente pela população. Porém é importante lembrar que os mares e oceanos apresentam relevo acidentado e também são afetados pelas mudanças do meio. Aula 1 - Geologia no contexto ambiental20 1.2 Qual a relação da Geologia com o Meio Ambiente? Primeiramente, vamos avaliar o que entendemos por meio ambiente. Veja algumas defi nições a seguir: • No dicionário Aurélio: “aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas”; • No Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais (Lima; Silva, 2000): “Conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um indivíduo e com os quais ele interage, infl uenciando e sendo infl uenciado por eles”; • Na Lei 6.938, de 31/08/1981 sobre a Política Nacional do Meio Ambiente: “Conjunto de condições, leis, infl uências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. A distribuição, a densidade e as adaptações que estudamos nos seres vivos são respostas diretas de sua relação com o meio. Como as feições físicas do meio são respostas dos eventos geológicos, compreender determinado ambiente é essencial ao conhecimento da Geologia. Figura 3 - Resumo da tabela de tempo geológico Fonte: do Autor Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 21 Os conceitos de sistema são muito aplicados em ecologia, e analisa as questões de interação entre fatores bióticos e abióticos. Os estudos geológicos utilizam uma série de ferramentas de outras áreas da ciência, como a Matemática, a Física e a Química para entender os processos naturais que acontecem em nosso planeta. Por sua vez, estes processos interferem diretamente nos organismos que habitam uma determinada região. Assim, se estabeleceuma relação dinâmica entre as condições físicas do meio e as formas de vida que ali existem. Neste contexto, a Geologia Ambiental é necessariamente interdisciplinar, envolvendo, não somente o conhecimento de várias disciplinas geológicas, mas, também, de outras áreas, tais como a biologia, a conservação dos solos, a meteorologia, a geografia, a química, a legislação ambiental, a arquitetura e a engenharia, além de aspectos culturais e socioeconômicos. A Terra consiste num ecossistema complexo e de precário equilíbrio, sujeito à influência de diversas forças da natureza. Nosso planeta funciona como um sistema único, onde podemos observar todas as suas esferas (hidrosfera, atmosfera, pedosfera, litosfera e biosfera), interagindo em um delicado equilíbrio para manter o bem estar de todas as formas de vida e a sobrevivência de todas as espécies (POPP, 1999). O termo esfera vem do grego e significa camada. Este sistema é interligado e qualquer modificação em uma das esferas afeta as demais, por exemplo, o desmatamento de uma área verde, pode alterar o clima, e expõe os solos ao processo erosivo. Estas informações se baseiam na Teoria de Gaia, que definem a vida e o ambiente terrestre como um sistema único e inseparável (SUGUIO; SUZUKI, 2010). A Teoria de Gaia, em homenagem a deusa da Terra Gaia, na mitologia grega, foi apresentada por james lovelock, em 1979. Segundo esse pesquisador inglês, o planeta Terra funcionaria como um imenso organismo vivo, capaz de obter energia para seu funcionamento (sol), regular seu clima e temperatura, eliminar seus detritos e combater suas próprias doenças, ou seja, assim como os outros seres vivos, um organismo capaz de se autorregular. De acordo com a hipótese, os organismos bióticos controlam os organismos abióticos, de forma que a Terra se mantém em equilíbrio e em condições propícias de sustentar a vida. Um dos pontos observados nesta teoria sugere também que os seres vivos são capazes de modificar o ambiente em que vivem, tornando-o mais adequado para sua sobrevivência. Dessa forma, a Terra seria um planeta cuja vida controlaria a manutenção da própria vida através de mecanismos de feedback e de interações diversas. Aula 1 - Geologia no contexto ambiental22 Tabela 1 - As esferas que compõe o sistema Terra. Esferas Defi nição Hidrosfera Parte da superfície terrestre composta de água. É formada pelos oceanos, mares, rios, lagos, águas do subsolo e geleiras. Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra é o único que possui água em seus três estados: sólido, líquido e gasoso. A presença de água em estado líquido é indispensável para a existência da vida. Atmosfera Camada gasosa que envolve os planetas. No caso da atmosfera terrestre (outros planetas também têm atmosfera), ela é composta por inúmeros gases que fi cam retidos por causa da força da gravidade e do campo magnético que envolve nosso planeta. Litosfera Camada mais externa da Terra, composta pelos solos e pelas rochas. Composta por grandes quantidades de minerais. Pedosfera Camada mais externa da Terra, composta pelo solo. Biosfera Conjunto dos seres vivos encontrados na Terra Um sistema é uma parte de um todo selecionada para estudo. Por exemplo, uma fl oresta, um rio, um planeta. Fonte: do Autor A Geologia Ambiental utiliza-se das informações sobre o meio físico para analisar, compreender e solucionar problemas relacionados à ocupação humana, assim como, o estudo da melhor exploração de recursos naturais (que não são renováveis), visando amenizar os impactos ambientais e a possível recuperação de áreas já impactadas. A geologia ambiental aplica os conhecimentos geológicos para a resolução de problemas ambientais decorrentes da interação entre o meio físico e o Homem. Observe a fi gura a seguir. Figura 4 - Relação entre as diversas esferas que compõe o sistema Terra Fonte: http://www.cnps.embrapa.br/noticias/banco_noticias/20121205.html Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 23 1.3 O impacto humano ao Meio Ambiente A Terra é um planeta dinâmico. Seu relevo e suas paisagens estão em constante transformação. Há uma série de agentes naturais que atuam nesse processo. Porém, nas últimas décadas, são crescentes os debates sobre o impacto da humanidade como agente modifi cador do meio. As manchetes que apresentamos a seguir são fi ctícias, mas são baseadas em fatos que comumente vemos nos telejornais e em jornais impressos. Observe: 1- “Terremoto mata centenas de pessoas”; 2- “Enchente do rio Itapecuru deixa desabrigadas dezenas de famílias”; 3- “Fortes chuvas causam duas mortes por soterramento em deslocamento de encosta”; 4- “Órgãos da saúde alertam para contaminação do lençol freático”. Agora vamos analisar alguns aspectos. Todas essas situações afetam a população humana? Quais destes fatos têm origem na ação antrópica (modifi cações causadas pelo homem)? Figura 5 - Geologia Ambiental Fonte: www.rc.unesp.br/igce Aula 1 - Geologia no contexto ambiental24 Vamos analisar quatro situações a seguir: Na primeira, temos um evento de atividade sísmica, que sempre aconteceram na história da Terra, mesmo antes do surgimento da espécie humana. (Veremos com mais detalhes os aspectos que envolvem as atividades sísmicas na aula 2). Estas atividades não têm nenhuma relação com a ação antrópica. É importante entender todos os aspectos que envolvem um acidente geológico. As causas podem ser um conjunto de fatores. Esse conhecimento fornece ferramentas para prevenção. Figura 6 - Destruição no Haiti por terremoto em janeiro de 2010 Fonte: Foto: Jewel Samad/AFP em www.g1.globo.com/notícias) Na segunda, temos o caso das enchentes, ilustradas no item dois, também são independentes da ação humana. Os rios têm uma área defi nida como planície de inundação, que é ocupada pelas águas dos rios nos períodos de cheia. Como o maior volume de água é infl uenciado pelo regime de chuva, nem sempre os rios preenchem sua área total de inundação. Assim, as pessoas tendem a construir suas casas nestas áreas, sem um estudo prévio. Figura 7 - Avenida na cidade de Itapecuru-mirim tomada pelas águas do rio Itapecuru Fonte: www.jornal pequeno.com.br Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 25 Na terceira e na quarta situação, podemos identifi car ação antrópica. Na terceira, além da ocupação sem estudo prévio de áreas de risco, é comum a retirada da cobertura vegetal que auxilia a manutenção do solo e evita os casos de deslizamentos de encosta. No exemplo número quatro, o uso de substâncias poluentes sem o devido controle podem infi ltrar no solo e contaminar o lençol freático que, muitas vezes, abastece parte da população com água potável. Figura 8 - Deslizamento de terra na cidade de La Paz, Bolívia Fonte: AFP em www.g1.globo.com.br Como podemos observar, mesmo as problemáticas ambientais que não envolvem diretamente a interferência humana na dinâmica natural do meio podem afetar a vida das pessoas. Os sistemas como um rio, um lago, uma fl oresta podem ser modifi cados por processo naturais como inundações, terremotos, atividades vulcânicas etc., ou mesmo, pela ação humana. A Geologia enquanto ciência traz informações sobre como prevenir acontecimentos trágicos que podem matar centenas e, às vezes, milhares de pessoas e auxiliam a adoção de medidas de controle de ocupação. 1.4 A Geologia ambiental e os recursos energéticos A população humana cresce em ritmo acelerado, formando grandes centros urbanos, marcando sua presença em praticamente todo o planeta. Atrelado a este crescimento populacional, temos a demanda crescente da exploração Aula 1 - Geologia no contexto ambiental26 dos recursos naturais para atender ao ritmo de vida da sociedade cosmopolita. Esse modelo de desenvolvimento exige grande consumo de energia que sustente uma cadeia de alta produtividade. As principais fontes de energia utilizadas pelas grandes naçõessão os combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural, a energia das hidrelétricas, energia nuclear. Com menor utilização em menor escala temos a geotérmica, solar, eólica, proveniente de biomassa, de marés e de ondas. Biomassa foi o primeiro recurso energético utilizado pelo homem. A queima de lenha foi responsável pelo fornecimento de energia para as primeiras civilizações e, ainda, é muito utilizada em países subdesenvolvidos (TEIXEIRA et al., 2000). Gráfi co 1 - Fonte de recursos energéticos no Mundo para o ano de 2002 Fonte: Adaptado de Agência Internacional de Energia Gráfi co 2 - Fonte de energia utilizadas no Brasil em 2003 Fonte: Adaptado de Ministério de Minas e Energia Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 27 Cada uma das alternativas de energia apresenta um impacto para o meio. A queima dos combustíveis fósseis está diretamente relacionada com o efeito estufa. O mundo fi cou assustado com a perspectiva de mais um acidente nuclear, desta vez, na Usina de Fukushima no Japão no ano de 2011. As construções de hidrelétricas afetam a paisagem natural das localidades onde são estabelecidas, interferindo na fauna e fl ora da região, assim como em populações humanas vizinhas. Até quando o planeta suportará o modelo de exploração vigente? Mesmo que a questão energética não seja tão preocupante, pois a cada dia surgem novas fontes alternativas de energia, com maior ou menor efi ciência, ainda temos o problema da degradação ambiental. Em geral, a própria dinâmica integrada entre as esferas permite que o sistema possa se recuperar dos danos provocados, porém, em um ritmo lento e gradual, que talvez não seja sufi ciente para recuperar todos os efeitos cumulativos de anos de exploração inconsciente (TEIXEIRA et al., 2000). 1.5 A aplicação da Geologia ao conceito de desenvolvimento sustentável A humanidade expande seus domínios e explora os recursos do ambiente geológico. O planeta Terra é a nossa casa. É desse planeta que extraímos tudo o que é necessário para a manutenção de nossa espécie, como água, alimentos, assim como a matéria prima para produção de energia e para a fabricação de todos os produtos que consumimos e usamos. Este também é o nosso local de depósito de resíduos. Todas as nossas atividades produzem resíduos, até mesmo nossos processos metabólicos, como respiração (libera CO2), digestão (fezes e urina) etc. O destino dos resíduos é um problema real para a maioria das cidades, que não possuem estações de tratamento de efl uentes (esgotos) e apresentam lixões a céu aberto, que trazem uma série de problemas ambientais, de saúde e de infraestrutura. Metabolismo é a soma de processos químicos e físicos que ocorrem dentro de um organismo vivo. Um bom exemplo de função metabólica é o processo de respiração celular que ocorre nos organismos aeróbicos, onde a mitocôndria quebra a glicose, introduzindo oxigênio no carbono, retirando, assim, sua energia. Aula 1 - Geologia no contexto ambiental28 São diversas as questões que envolvem a exploração de recursos naturais de forma indiscriminada. A extração de minerais, de água, de petróleo, de carvão mineral, de espécies animais (Ex: recursos pesqueiros) e de espécies vegetais (Ex: monoculturas) são exemplos de recursos superexplorados em velocidade superior à capacidade de recuperação do meio, levando a problemas como a desertifi cação, extinção de espécies, assoreamento, contaminação de águas, salinização etc. Ainda assim a população mundial continua crescendo, o que leva a previsões de aumento na demanda por mais recursos naturais. Figura 9 - O Impacto da informação sobre o número de habitantes do planeta, quando alcançou a marca de 7 bilhões de pessoas Fonte: www.publiabril.com.br/noticias/429 Desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento que engloba os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Esses aspectos podem coexistir de forma harmônica, visando a melhoria da qualidade de vida, através do uso adequado dos recursos naturais (TEIXEIRA et al., 2000). Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 29 Podemos elencar como contribuição da geologia ambiental para o desenvolvimento sustentável: monitoramento contínuo dos processos evolutivos do planeta, pois a geologia fornece ferramentas para entender a dinâmica e transformações naturais da Terra; descoberta de novas fontes de recursos naturais, além do gerenciamento adequado destes recursos, visando diminuir os impactos da exploração e buscando soluções criativas como a reciclagem, por exemplo; desenvolvimento de fontes alternativas de energia, assim como o melhor gerenciamento destas e também dos recursos energéticos já explorados; conservação e o gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente das águas subterrâneas; conservação e o gerenciamento dos solos destinados a agricultura, diminuindo problemas como a esterilização por falta de nutrientes, a contaminação pelo uso de agrotóxicos, erosão etc.; redução de desastres naturais, como os escorregamentos de encostas e enchentes; e destinação mais adequada dos resíduos. Resumo Nesta aula conhecemos o objeto de estudo da Geologia. Como uma ciência que estuda a Terra, seu campo de atuação é vasto. Analisamos como as aplicações do conhecimento nesta ciência benefi ciam os estudos ambientais. As populações ainda crescem em ritmo acelerado e a demanda por espaço e por recursos para manter as necessidades de mais de 7 bilhões de pessoas tornam os conceitos geológicos aplicados a questão ambiental indispensáveis para solucionar os problemas, que são consequências do uso inadequado dos recursos. Aula 1 - Geologia no contexto ambiental30 Mesmo o ser humano sendo um importante elemento das alterações do meio, observamos que alguns acidentes geológicos fazem parte da dinâmica natural do planeta. Também analisamos que mesmo alguns eventos não tendo interferência da ação antrópica, podem afetar populações humanas. Nas próximas aulas, continuaremos analisando a dinâmica do planeta e conheceremos a sua estrutura e composição. Atividade de aprendizagem 1. Sabendo qual é o objeto de estudo da geologia, cite quatro exemplos de onde um geólogo poderia trabalhar. 2. Pesquise em jornais ou revistas um exemplo de problema ambiental em que a questão sobre aspectos geológicos esteja presente. 3. Faça uma breve descrição sobre a relação dos estudos geológicos e dos problemas ambientais. Procure exemplos na sua cidade. Referências POPP, José Henrique. Geologia Geral. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999. SUGUIO, Kenitiro; SUZUKI, Uko. A evolução Geológica da Terra e a fragilidade da vida. São Paulo, Editora: Blucher, 2010. TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, Maria Cristina M.; FAIRCHILD, Thomas Rich de (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 31 Aula 2 - O Planeta Terra Objetivos • Reconhecer as estruturas que compõe o interior da Terra; • Identifi car a tectônica de placas como agente modifi cador do ambiente em superfície; • Defi nir a importância da sísmica para as interpretações da dinâmica interna do planeta. Quando a humanidade viu pela primeira vez a Terra vista do espaço, passamos a perceber quão frágil é nosso planeta. Em meados da década de 60, esta visão alavancou os debates sobre a problemática ambiental, principalmente por oferecer uma visão mais humilde em relação ao infi nito do espaço. Fonte: NASA Figura 1 – Imagem da Terra, vista do espaço em cores reais A imagem foi tirada pelo satélite Terra (EOS SER-2), que orbita o planeta Terra a 700 km de altitude. Aula 2 - O Planeta Terra32 Comentamos na primeira aula que nosso planeta tem 4,6 bilhões de anos. Ao longo deste tempo, a Terra passou por vários processos até apresentar a confi guração atual, mas não se engane, pois asmudanças continuam. Vamos conhecer um pouco mais? 2.1 Apresentando nosso planeta A Terra é o terceiro planeta do sistema solar em relação à proximidade com o sol. Terra e sol estão a uma distância de aproximadamente 150.000 km, sendo que, a cada ano, o planeta completa uma volta completa ao redor da estrela, a uma velocidade média de 29,8 km/segundo (POPP, 1999). Os dias e as noites são defi nidos pelo movimento de rotação da Terra em torno do seu próprio eixo. Ficha Técnica Forma: Esferoide (suavemente achatado nos polos e levemente dilatado no equador). Esta condição deve-se aos movimentos de rotação; Raio: 6.371 km (Medida da superfície até o centro da Terra); Massa (Peso): 5,6 setilhões (ou 5,6 x 1021 toneladas); Temperatura máxima: 58 0C; Temperatura mínima: -88 0C; Satélites naturais: 1 (a lua). Figura 2 - O sol e os planetas que compõe o nosso sistema solar Fonte: www.if.ufrgs.br Compare as proporções entre os planetas e o sol. Os nomes dos planetas estão em inglês. Earth é o nome de nosso planeta em inglês. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 33 Vamos lembrar que nosso planeta é um sistema, com suas esferas, interagindo em um processo dinâmico. Alguns destes ambientes são acessados pelo ser humano como a atmosfera, a hidrosfera (rios, mares, lagos, águas subterrâneas etc.), e até mesmo a biosfera (com todas as formas de vida) encontradas na superfície. Porém, o acesso ao interior do planeta é limitado. A tecnologia atual permite fazer furos de sondagem de, no máximo, 8 a 10 km (volte e veja o raio da Terra), ou seja, para as dimensões do planeta é somente um arranhão em sua superfície (SUGUIO; SUZUKI, 2010). 2.2 Estrutura interna da Terra Sabemos que a Terra, em sua face interna, é dividida em camadas. Essas camadas apresentam características distintas de densidade, temperatura, pressão, composição. São defi nidas em três principais: Crosta, Manto e Núcleo (SUERTEGARAY, 2003). Figura 3 - A estrutura interna da Terra Fonte: www.cprm.gov.br Aula 2 - O Planeta Terra34 Se você ainda tiver dúvidas sobre o conceito de densidade faça uma vista rápida ao site http:// educacao.uol.com.br/ disciplinas/ciencias/ densidade-densidade-e- uma-relacao-entre-massa- e-volume.htm 2.2.1 Crosta Camada mais externa que fica em contato com a superfície. É a de menor espessura (varia entre 8-40 km). A espessura média nos continentes é de 30 km e nos oceanos é de 5 km. Formada principalmente por rochas ígneas, e em menor proporção rochas sedimentares e metamórficas. Assim temos uma camada heterogênea, que apresenta características distintas em relação à porção que forma os continentes e a porção submersa nos oceanos. A crosta continental é formada por rochas graníticas (tipo de rocha ígnea) e metamórficas, apresentando menor densidade e maior espessura. Crosta oceânica é formada por rochas basálticas (tipo de rocha ígnea) e é mais fina. Apresenta maior densidade em relação à crosta continental. 2.2.2 Manto É a camada mais espessa e situa-se abaixo da Crosta. Apresenta uma espessura de 2.950 km. O manto divide-se em manto superior e manto inferior. A parte do manto superior que fica em contato com a crosta, tem uma temperatura relativamente baixa (100 °C) e uma consistência similar à da crosta. Assim a crosta, juntamente com a porção rígida do manto, é chamada de litosfera (esfera rochosa). Já a parte do manto superior abaixo da litosfera é bem mais quente (até 870º C) é chamada de astenosfera (esfera sem força). A astenosfera é uma camada plástica (mais maleável) e macia situada abaixo da litosfera. As rochas desta camada estão quase em ponto de fusão, apresentando mais resistência à medida que aumenta a profundidade e tem aproximadamente 300 km. Abaixo da astenosfera temos a manto inferior formado principalmente pelos minerais silicatos de ferro e magnésio fundidos e de grande plasticidade. Esta camada tem aproximadamente 2.900 km e envolve o núcleo (SUERTEGARAY, 2003). Você verá muito a aplicação do conceito densidade. Em física, a densidade de um corpo (ou objeto) é a razão entre sua massa e seu volume. Uma relação interessante são objetos com a mesma forma e mesma dimensão, mas feitos com materiais diferentes, possuindo massas e densidades diferentes. Um quilo de ferro ocupa o mesmo espaço de um quilo de algodão? Com certeza o algodão vai ocupar um espaço muito maior. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 35 2.2.3 Núcleo É a estrutura mais interna da Terra com aproximadamente 3.500 km de raio. É constituído basicamente por ferro e níquel, como visto anteriormente. Este é dividido em núcleo interno, que é sólido e uma camada externa líquida, que esta em contato com o manto. 2.3 Origem do planeta Para entendermos por que nosso planeta é dividido em camadas precisamos começar a analisar a partir de sua formação. Nosso sistema solar (Sol, planetas, cometas, asteroides etc.) formou-se a partir de uma nebulosa (nuvem de gás e poeira cósmica). É comum ter dúvidas em relação a este conteúdo, mas é importante que você entenda bem como estas camadas estão organizadas e suas características para compreender a dinâmica da tectônica de placas. Figura 4 - Esquema sobre a organização das camadas crosta e manto superior Fonte: da Autora Aula 2 - O Planeta Terra36 Para formar planetas há duas grandezas fundamentais. Ação da gravidade e movimento rotacional. Desde os primórdios a Terra apresenta um movimento rotacional. A presença desta grandeza desde o início da formação do sistema solar explica a forma esférica dos corpos e também a distribuição dos planetas, em torno do Sol, cada um com sua órbita específi ca. A força da gravidade existe em todo o universo e fez com que as partículas maiores (maior densidade) atraíssem as partículas menores, onde se iniciou um processo de acresção. Estes corpos começam a aumentar em volume, formando inicialmente protoplanetas, com alguns quilômetros de diâmetro (SUGUIO; SUZUKI, 2010). A maior parte da matéria da nebulosa acumulou-se na região central, que era extremamente quente, formando primeiro uma protoestrela, que depois se transformou em estrela, no caso, o Sol. Os protoplanetas (ainda não podem ser considerados planetas verdadeiros) aumentaram gradativamente em volume, a altas temperaturas. Acredita-se que esses elementos tenham demorado centenas e até milhares de anos para resfriar. Então, imagine nosso planeta como uma imensa bola de fogo. Figura 5 - Imagem da nebulosa de Lagoon, também conhecida como M8, está localizada na constelação de sagitário Fonte: NASA Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 37 Quando começou o resfriamento, iniciou-se internamente a divisão em camadas. Os elementos químicos mais densos e, consequentemente, mais pesados migraram para o centro do planeta, por isso, temos um núcleo metálico composto principalmente por ferro e níquel. Os compostos menos densos, como os silicatos formaram o manto e os menos pesados na periferia, formando a crosta. Figura 6 - Esquema resumindo os eventos para a formação de planetas Fonte: da Autora 2.4 Como conhecer o interior da Terra se não podemos chegar até lá? O escritor Júlio Verne, famoso por seus trabalhos que envolvem fi cção científi ca, lançou seu livro Viagem ao Centro da Terra em 1864. O autor criou um submundo fantástico na narrativa de seus personagens em uma incursão ao núcleo do planeta, descrevendo fl orestas de cogumelos, homens primitivos e monstros da pré-história. Apesar de fascinante, sabemos que o interior da Terra não pode ser habitado por qualquer forma de vida devido às condições extremas, como temperatura e pressão. Mesmo assim, como veremos mais adiante, a dinâmica interna infl uência muito a vida dos habitantes da superfície. Sabemos que a Terra é dividida em camadas. Também temos informaçõessobre a espessura das camadas. Mesmo o homem não tendo acesso direto a estas camadas, muitas das informações podem ser obtidas de forma indireta, através de alguns mecanismos, como veremos a seguir. Aula 2 - O Planeta Terra38 2.4.1 Sismologia Estuda a propagação das ondas sísmicas originadas dos terremotos. Quando acontecem os terremotos a energia liberada é sentida como tremores, que podem ser sentidos a grandes distâncias do ponto de origem, conhecido como hipocentro. É necessário um meio físico para que essa energia, que é transmitida por ondas, se propague. Quando estudamos as camadas que compõe a Terra observamos que cada uma tem suas características próprias. Sendo assim as ondas se comportam de forma distinta quando atravessam uma camada para outra, alterando velocidade e direção, quando há mudanças químicas ou físicas no meio (TEIXEIRA et al., 2000). As ondas sísmicas podem ser verticais (tipo P) e horizontais (tipo S) e sua velocidade de propagação varia de acordo com o tipo e dureza das rochas. As ondas verticais são transmitidas através de qualquer material, enquanto as horizontais são absorvidas pelos fluidos. O aparelho que mede as condições de propagação é o sismógrafo. Existem várias estações sismográficas no mundo, assim quando há um terremoto em algum lugar, somam-se várias informações sobre intensidade e o ponto de origem do tremor. As descontinuidades O estudo de ondas sísmicas permite avaliar, por exemplo, quando termina a camada crosta (seja continental ou oceânica), e inicia o manto. Como essas camadas apresentam composição química distinta à velocidade de propagação neste ponto muda de 6,8 - 7,2 km/s para 8,0 - 8,2 km/s, assim, neste ponto, encontramos uma descontinuidade conhecida como de Mohorovicic ou Moho, em homenagem ao cientista que a descobriu. A cada limite entre camadas definimos uma descontinuidade pelos mesmos princípios (SUGUIO; SUZUKI, 2010). Nos estudos de física, analisamos as ondas como perturbação ou abalo que se propaga no meio, transportando somente energia, sem transporte de matéria. O fenômeno de propagação, as ondas podem encontrar barreiras e sofrer reflexão ou refração. Na refração a onda continua se propagando, porém com diferença de velocidade e direção. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 39 As empresas de prospecção utilizam o conhecimento da sísmica para avaliar as características das rochas que estão em subsuperfície e identifi car possíveis fontes de petróleo, ou outro recurso mineral. São utilizadas ondas artifi ciais produzidas por detonação de explosivos, por exemplo. 2.4.2 Planetologia comparada No início de 2013 um meteoro caiu na Rússia e chamou atenção do mundo pelos danos estruturais e físicos causados na cidade de Tcheliabinsk. Mais de mil pessoas fi caram feridas. Apesar do susto, este é um fenômeno comum na história da Terra. Posteriormente, houve uma verdadeira caça aos fragmentos deste meteoro. Figura 7 - A descontinuidade de Mohorovicic Fonte: da Autora Determina o fi m da crosta e início do manto Figura 8 - Cientistas procuram fragmentos do meteoro que caiu na Rússia Fonte: http://www.primeirahora.com.br/noticia Corpos celestes que chegam ao nosso planeta trazem informações importantes sobre a Terra. Devemos lembrar que todos os elementos do nosso sistema solar têm a mesma idade e formaram-se por um mesmo processo, como vimos anteriormente (a partir de uma nebulosa há 4.6 milhões de anos). Aula 2 - O Planeta Terra40 Entre os planetas de Marte e Júpiter temos o conhecido Cinturão de Asteroides. Esses corpos celestes são associados a um planeta que provavelmente, por um impacto muito forte, foi fragmentado. Quando um desses fragmentos chega até a atmosfera terrestre chama-se meteoro (as conhecidas estrelas cadentes) e quando colidem com a superfície terrestre são denominados meteoritos. Se os meteoritos são compostos somente por metal podemos associar que fazia parte do núcleo do planeta que se fragmentou, que como a Terra apresentava núcleo metálico. Analisar a estrutura e composição dos demais elementos que formam o sistema solar traz uma série de informações sobre nosso planeta. 2.5 As placas tectônicas Se observarmos o Mapa Mundi veremos que a superfície terrestre é toda entrecortada e que essas peças se encaixam como um quebra-cabeça. Algumas peças apresentam limites nos fundos oceânicos, como mostra a fi gura a seguir. Essas peças são as placas tectônicas. Figura 9 - Mapa Mundi Fonte: NASA A fi gura ao lado está mostrando os limites das placas tectônicas os pontos em amarelo indica atividades sísmica e os triângulos em vermelho indicam atividade vulcânica. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 41 2.5.1 A teoria da Deriva Continental Alfred Wegener foi um meteorologista alemão que em 1915 propôs ao meio científi co a teoria da Deriva continental. Basicamente, a proposta explicava que há 180 milhões anos todos os blocos continentais estavam unidos em uma única massa denominada Pangea, que posteriormente se fragmentou em pequenos continentes que se deslocaram em direção oeste ou para o equador até apresentar a confi guração atual. Wegener fundamentou sua teoria no contorno dos continentes, principalmente América do Sul e África, que apresentavam um encaixe como um quebra cabeça. Também registrou a presença de fósseis de alguns organismos que são encontrados em continentes distintos e que só poderiam ser explicados se estes blocos um dia estivessem unidos. Wegener também descreveu evidências geomorfológicas e paleoclimáticas. Fósseis são restos ou evidências da presença de organismos que foram soterradas e passaram por um processo de fossilização (petrifi cação), garantindo a preservação nas rochas. São encontrados inseridos nas rochas do tipo sedimentar. Figura 10 - Encaixe dos continentes observados por Alfred Wegener Fonte: Mazing, P. C. 2012 Apesar de todas as evidências coerentes apresentadas pro Wegener, o pesquisador não conseguiu explicar como uma massa tão rígida quanto os continentes deslizaria sem se fragmentar sobre os oceanos. Que forças seriam capazes de promover este deslocamento? Sem respostas, Wegener acabou desacreditado e sua teoria esquecida até a década de 60. Aula 2 - O Planeta Terra42 2.5.2 A teoria da Tectônica de placas Durante a segunda guerra mundial houve uma necessidade de conhecer o fundo oceânico para o deslocamento mais efi ciente de submarinos, assim foi vislumbrado em relevo muito acidentado, com verdadeiras cadeias de montanhas submersas (conhecidas como Dorsais Mesoceânicas) e intensa atividade térmica e sísmica. Essa e outras evidências retomam na década de 60 as propostas de Wegener, assim, a antiga teoria da Deriva continental é reformulada como teoria da Tectônica de Placas. Essa teoria afi rma que a superfície terrestre é fragmentada em sete grandes placas e outras menores. Cada uma dessas é uma placa tectônica. Os limites dessas placas não necessariamente coincidem com as bordas dos continentes. As placas podem ser constituídas por crosta continental e crosta oceânica, em proporções variáveis e se deslocam a uma velocidade de alguns centímetros por ano (2-7 cm/ano em média). Essas placas deslizam sobre a Astenosfera, em função das células de convecção que se formam nesta região do manto. À medida que as correntes de convecção levam os materiais mais quentes para cima, perto da base da litosfera, há a movimentação em sentido lateral do material mais frio. Na proporção que o material se desloca, lateralmente, para depois descer, ele entra em atrito com as placas da litosfera rígida, em sua parte inferior, levando-as ao movimento (POPP, 1999). Exemplos de correntes de convecção podem ser encontrados em fenômenos naturais. Por exemplo, o deslocamento de massas de ar que geram ventos e correntes dear. O ar se aquece em contato com o mar ou continente, aquecido o ar é menos denso, assim tende a subir (o mesmo princípio que faz o balão subir). Quando essa massa de ar sobe o ar frio ocupa o espaço deixado pela massa de ar aquecido. O ar frio, então, também será aquecido e, assim temos um processo contínuo. O mesmo princípio forma as correntes oceânicas. Figura 11 - Correntes de convecção que movimentam as placas tectônicas Fonte: Decifrando a Terra (TEIXEIRA et al, 2009) Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 43 2.5.3 De que são formadas as placas tectônicas Como vimos anteriormente, as placas tectônicas estão na superfície e podem ser constituídas por crosta continental e crosta oceânica. Assim temos defi nido que a crosta faz parte das placas. Também faz parte da placa a parte mais superior e mais rígida do manto, que está em contato direto com a crosta. A junção dessas duas estruturas (crosta + camada superior do manto) forma a litosfera. A litosfera apresenta espessura entre 60 e 150 km, com maior espessura nos continentes e mais delgada nos oceanos. 2.5.4 Os limites das placas tectônicas As bordas das placas tectônicas são áreas de intensa atividade geológica e tectônica, onde podemos encontrar terremotos, vulcões, cadeias montanhosas e fossas submarinas. Todas essas estruturas estão relacionadas à movimentação das placas. Esses limites podem ser divergentes, quando duas placas estão separando e há formação de crosta oceânica pela deposição de magma proveniente da astenosfera, que se solidifi ca rapidamente formando uma rocha ígnea chamada basalto. Nesses limites temos a formação das dorsais meso-ocêanica. Podemos dizer que o fundo oceânico é formado por acreção de magma (TEIXEIRA et al., 2000). Este tópico reforça o que foi comentado anteriormente. Na tectônica de placas os continentes são como passageiros em cima de um barco, este barco é a litosfera. A separação entre a península Arábica e o Continente Africano. Figura 12 - Limite divergente Fonte: Manzig, P. C, 2012 Aula 2 - O Planeta Terra44 Os limites convergentes acontecem quando há colisão entre duas placas. Nesse tipo de limite há observa-se a subducção da placa mais densa sob a outra placa, formando as fossas submarinas. A placa que submerge será consumida, degradada e incorporada novamente a astenosfera. Também nesse tipo de limite podemos observar o surgimento de cadeias de montanhas (Orogênese). Figura 13 - Exemplo de limite convergente Fonte: Manzig, P. C, 2012 Temos também os limites conservativos. Não há formação de crosta, nem destruição. As placas com esse contato deslizam de forma paralela uma contra outra. Esse atrito gera intensa atividade sísmica. A Índia já foi um bloco isolado que se deslocou e chocou-se com a Ásia. Deste choque formou-se a Cordilheira do Himalaia. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 45 Figura 14 - Os limites entre placas litosféricas Fonte: Adaptado de Manzig, P. C, 2012 Se você tem um tempo livre e gosta de assistir documentários, recomendamos o vídeo, que apresenta a primeira parte de um documentário da BBC. Você vai se surpreender como a geologia pode ser fascinante. http:// www.youtube.com/ watch?v=Ys_4gUNj5QQ 2.5.5 A dança dos continentes e os seres vivos O processo de deslocamento das placas tectônicas é contínuo. Daqui a milhões de anos todos os continentes atuais irão se fundir e formar um supercontinente como aconteceu algumas vezes na história do planeta. Para na sequência, fragmentar-se novamente. Essa é a dança dos continentes. Ao longo deste processo, a paisagem da superfície modifi ca-se em resposta a estas variações. Surgem barreiras geográfi cas para os organismos, como montanhas instransponíveis para algumas espécies. Também, pode acontecer o contrário. Os blocos continentais separados podem ligar-se por pontes de terra, a exemplo da América Central, e permitir a troca faunística entre comunidades biológicas antes isoladas. Oceanos podem surgir, assim como desaparecer. Rios e lagos também. Aula 2 - O Planeta Terra46 Nosso planeta apresenta indícios de vida há pelo menos 3,5 bilhões de anos. Como será que as espécies biológicas podem responder a essas alterações? Devemos lembrar que estes processos são lentos, quase imperceptíveis quando comparamos com a nossa escala de vida humana. Veja esta comparação. Se considerarmos que o tempo transcorrido desde o surgimento da vida no planeta seja, o equivalente ao tempo de um ano do nosso calendário, nossa espécie (humana) surgiu na Terra no início da noite do dia 31 de dezembro. Interessante, não é? O ser humano está há pouco tempo neste planeta. Há todo um histórico de registro de vida que se relaciona, diretamente, com as mudanças pelo qual o planeta passou e, ainda, vai passar. O registro fóssil oferece inúmeros exemplos de espécies que estiveram aqui, mas foram extintas. Provavelmente, não conseguiram se adaptar às mudanças. Como por exemplo, dinossauros, grupo dominante ao longo do Mesozoico (ver Figura 3 da aula 1), hoje são objetos de estudo relacionados diretamente com o passado. Será que o homem conseguirá com toda sua tecnologia, se manter neste planeta mesmo com todas as modificações que a própria ação antrópica está causando? Quão inteligente é nossa espécie quando ela danifica sua própria casa e fonte de alimento? São questões para refletirmos. 2.6 Os processos geológicos sobre o Meio Ambiente Podemos distinguir dois tipos de processos geológicos, os de sub-superfície, relacionados à dinâmica interna da Terra e os de superfícies, que modelam as paisagens através de agentes de outras esferas como a água, os ventos, gelo etc., lembrando novamente a constante interação entre todas as esferas. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 47 A fi gura apresenta as cinzas vulcânicas lançadas na atmosfera pela erupção do vulcão islandês Eyjafj allajökull. Este evento fechou aeroportos da Europa e Norte da África em 2010. Nos tópicos anteriores desta aula foi discutido um pouco sobre a dinâmica interna da Terra. Vamos, agora, ilustrar alguns tipos de acidentes geológicos que têm muita infl uência na vida dos seres humanos. 2.6.1 Vulcanismo Constitui-se de um processo que envolve atividades de sub-superfície e superfície. O material que constitui o manto pode chegar à superfície por fi ssuras e fendas ou erupção central (vulcões) na crosta e extravasar a lava, gases e cinzas na superfície. A lava resfria rapidamente em contato com o ar. Erupções em áreas submersas podem formar ilhas vulcânicas, como o arquipélago do Havaí ou Fernando de Noronha. Atualmente, vulcões ativos têm monitoração constante para evitar desastres como o que ocorreu na Ilha da Martinica no dia 8 de maio de 1902, quando o vulcão do Monte Pelée entrou em erupção e matou todos os moradores da ilha, com exceção de um único sobrevivente. Mesmo com o índice pequeno de mortes pequeno, graças à monitoração, alguns casos recentes de atividade vulcânica têm causado transtornos. Como as erupções podem lançar um grande número de cinzas na atmosfera e as correntes de ar podem transportar essas cinzas a grandes distâncias, é comum nestes casos o fechamento de aeroportos de várias regiões, difi cultando a circulação de aeronaves. Figura 15 - Cinzas vulcânicas Fonte: NASA Aula 2 - O Planeta Terra48 No Brasil não temos vulcões ativos, porém há registros geológicos de atividade vulcânica no passado, preservados como rochas vulcânicas (veremos alguns exemplos na aula 4). 2.6.2 Terremotos Vimos um pouco sobre atividade sísmica. Os terremotos são causados pela liberação repentina de energia acumulada nas placas tectônicas por esforços do deslocamento. Podem apresentar variação de intensidade, duração e frequência (SUGUIO; SUZUKI, 2010). É comum registros de grandes números de mortesassociadas a abalos sísmicos. Denominamos epicentro as projeções laterais do abalo que se propagam em todas as direções a partir do hipocentro, que é o ponto de origem do terremoto. O cinturão de fogo do Pacífi co é conhecido como uma faixa de intensa atividade sísmica relacionada às atividades geológicas de limites de placas tectônicas seja limites convergentes, divergentes ou conservativos. Apesar do Brasil não estar localizado em bordas de placas tectônicas, há alguns registros de abalos de baixa intensidade. Estes são associados a esforços intraplacas (falhas que se formam nas placas durante seu deslocamento), que são menos frequentes, menos intensos e em geral relacionados a reativação de falhas muito antigas da crosta. Figura 16 – Terremoto na Amazônia Fonte: http://g1.globo.com/Noticias Um tremor de 6,2 graus de magnitude ocorreu em 2007 próximo a cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre. O Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB) informou que o hipocentro foi a grande profundidade, 600 quilômetros, não tendo grandes consequências. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 49 2.6.3 Escorregamentos São descidas rápidas do solo ou massas de rochas decompostas, em geral por efeito da gravidade em estruturas inclinadas. Pode acontecer em minutos e prolongar-se por algumas horas. Além da ação natural da gravidade, alguns fatores infl uenciam este processo como a própria declividade do terreno, o tipo de rocha da encosta, a cobertura vegetal, o clima, e a intensidade das chuvas. São acidentes geológicos comuns no Brasil. Comumente vemos nos jornais casos de mortes em períodos chuvosos que envolvem esta situação. É função da defesa civil coibir a construção em áreas de risco, assim como determinar a retiradas das famílias que já estejam estabelecidas nestas áreas. Figura 17 - Casas em áreas de risco na cidade de Manaus, estado do Amazonas Fonte: http://www.portalamazonia.com.br/editoria/atualidades Aula 2 - O Planeta Terra50 Resumo Nesta aula analisamos a composição do planeta Terra. Também estudamos que a Terra que está estruturada em camadas, assim como as características físicas e químicas que influenciaram essa divisão em crosta, manto e núcleo. Analisando o fenômeno da tectônica de placas podemos ver que o planeta internamente não é estático. Apesar de estes eventos serem extremamente lentos, podendo durar milhões de anos. E as mudanças continuam, influenciando todo o relevo na superfície terrestre, pois a tectônica influência o surgimento de montanhas, aberturas de oceanos, formação de rios, lagos etc. A tectônica de placas também interfere na vida de populações humanas quando ocorrem os acidentes geológicos, como terremotos e vulcões, que são respostas diretas das atividades internas do planeta. Atividade de aprendizagem 1. Faça um desenho, esquematizando todas as camadas que compõe o planeta Terra. Não esqueça de incluir em seu esquema a diferenciação entre crosta continental e crosta oceânica e de definir a litosfera. 2. Na América do Sul temos uma feição geomorfológica formada a partir do choque entre placas que são a Cordilheira dos Andes. Pesquise qual a relação entre os Andes e o rio Amazonas. 3. Defina como o estudo das ondas sísmicas auxilia na interpretação das camadas internas da Terra. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 51 Referências POPP, José Henrique. Geologia Geral. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999. SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes (Org.). Terra feições ilustradas. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003. SUGUIO, Kenitiro; SUZUKI, Uko. A evolução Geológica da Terra e a fragilidade da vida. São Paulo: Editora Blucher, 2010. TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, Maria Cristina M.; FAIRCHILD, Thomas Rich de (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 53 Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas Objetivos • Diferenciar minerais e rochas; • Reconhecer a importância de rochas e minerais como fonte de recur- sos naturais; • Definir o conceito de ciclo das rochas. “Planeta Terra, conhecer para preservar” Autor desconhecido Minerais e rochas são elementos constituintes da superfície terrestre. Apresentam características e propriedades diversas. E têm muita importância para as atividades humanas na superfície. A origem destes elementos está diretamente relacionada à dinâmica interna que estudamos na aula anterior. 3.1 O que são minerais? São elementos ou compostos inorgânicos, encontrados naturalmente na crosta terrestre, em estado sólido (com exceção do elemento mercúrio). Os elementos puros ou nativos são formados por um único elemento químico, como o ouro, a prata, o carbono e o cobre. Os compostos são formados pela Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas54 combinação de mais de um elemento. Na Terra o maior grupo de minerais são os conhecidos como silicatos (TEIXEIRA et al., 2000). A água apresenta uma série de características dos minerais, porém, a temperatura e pressão ambiente se encontram em estado líquido, não sendo, portanto um mineral. Você já deve ter ouvido falar que em nosso corpo existem estruturas mineralizadas, que são nossos ossos e dentes. Essa condição também é observada em outros seres vivos, como animais que formam conchas, por exemplo. Substâncias que têm origem por atividades ou processos biológicos (animal ou vegetal), a exemplo do carvão mineral, o âmbar (resina vegetal), marfi m, pérola, petróleo são denominados pelos geólogos de mineralóides. Conhecendo as características dos minerais o homem conseguiu produzir substâncias similares, porém, artifi ciais, em laboratório. Apesar de apresentarem propriedades similares essas substâncias sintéticas não são consideradas minerais. Assim, é possível adquirir diamantes, safi ras, rubis e outras gemas a um preço inferior que as gemas naturais (POPP, 1999). São conhecidas cerca de 5.000 espécies minerais no mundo. Aproximadamente 50 são comuns na superfície terrestre. Como vimos anteriormente, a maior ocorrência é do grupo dos silicatos. Os dois minerais mais comuns são o quartzo, que pode formar cristais bem desenvolvidos e é muito resistente ao intemperismo e o feldspato, que é menos resistente às intempéries quando comparado ao quartzo. Alguns autores consideram o gelo formado de forma natural (nas calotas polares) como mineral, pois nessas condições o elemento água preenche as características da defi nição de um mineral. Figura 1 - Minerais mais comuns na superfície Fonte: http://www.dicionario.pro.br Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 55 Podemos encontrar os minerais compondo materiais inconsolados como os solos, as areias de uma praia ou de um rio, ou consolidados, compondo as rochas. Veja abaixo alguns exemplos de minerais: Figura 2 - Minerais formados por um único elemento químico ou compostos por mais de um elemento Fonte: CPRM, Dicionário livre de geociências e Museu DPM (UNESP, 2011) 3.1.1 Propriedades dos minerais A maioria dos minerais apresenta composição química defi nida e propriedade morfológicas e físicas características. O conjunto de propriedade de um mineral o identifi cam e o classifi cam. Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas56 háBITO CRISTAlInO Uma das propriedades dos minerais é apresentar estrutura cristalina defi nida, ou seja, os átomos que formam o mineral apresentam organização defi nida, formando uma estrutura geométrica, tridimensional. A organização dos átomos defi ne a forma do mineral. Veja este exemplo: diamante e grafi te são dois minerais formados somente pelo elemento químico carbono. Porém, apresentam estrutura cristalina diferente. Assim temos duas substâncias distintas com propriedades especifi cas. Neste caso dizemos que são minerais polimórfi cos. Figura 3 - Duas diferentes organizações dos átomosdo carbono, formando dois minerais diferentes diamante e grafi te Fonte: Dicionário livre de geociências, AnO Esses minerais apresentam propriedades diferentes. ClIvAGEM Outra propriedade física dos minerais é a clivagem. Também é refl exo da estrutura cristalina interna do mineral. É a forma como os minerais quebram segundo planos da sua estrutura molecular interna. Se sofrer um impacto o mineral pode se quebrar em superfícies planas e lisas. Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 57 DuREzA A dureza é uma propriedade física que os minerais apresentam. É a propriedade que o mineral tem de riscar a superfície de outro mineral. Utilizamos a escala de Mohs para avaliar o grau de dureza de um mineral, sendo que o mais duro é o diamante, que risca todos os outros minerais e o talco, o de menor dureza, é riscado por todos os outros. Essa característica é importante para definir a utilidade e uso de determinado mineral. Por exemplo, existem diversos tipos de revestimento que podem ser utilizados em uma casa, alguns são recomendados para áreas de intensa circulação de pessoas, outros não. A resistência do material utilizado depende das propriedades do mineral do qual ele é feito. Tabela 1 - Escala de Mohs Material Dureza Materiais que não são minerais, mas podem ser utilizados para avaliar grau de dureza de um mineral. Talco 1 Gesso 2 Unha grau de dureza 2,5 Calcita 3 Fluorita 4 Apatita 5 Vidro grau de dureza 5,0; 5,5 Ortoclásio 6 Canivete grau de dureza 6,0; 6,5 Quartzo 7 Topázio 8 Coríndon 9 Diamante 10 Fonte: da Autora COR A cor é um elemento a mais para identificar e classificar um mineral. Se houver impurezas a coloração original pode ser alterada. Um mineral muito comum é o quartzo, que pode ser incolor, branco, cinza, amarelo, rosa e roxo. A cor é um caráter importante para o valor comercial de pedras preciosas como rubi, esmeralda etc. BRIlhO O caráter brilho de um mineral depende da sua capacidade de absorção, reflexão ou refração da luz. São usadas algumas expressões para definir o brilho, vítreo (para semelhante ao vidro), perláceo (semelhante à pérola), graxo ou gorduroso (semelhante às substâncias gordurosas), sedoso (como o brilho da seda); adamantino, brilho similar ao diamante. Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas58 MAGnETISMO Alguns minerais podem ser atraídos por ímã: são a pirrotita e a magnetita. Outros minerais apresentam propriedade magnética menos intensa, sendo o caso do manganês, níquel etc. Tabela 2 - Principais grupos de minerais Grupo Exemplos Elementos nativos Diamante C, Ouro Au Sulfetos Pirita FeS2 Óxidos e hidróxidos Hematita Fe2O3, Gibbsita Al(OH)3 Halóides Halita NaCl, Fluorita CaF2 Carbonatos Calcita CaCO3 Sulfatos Barita BaSO4 Fosfatos Apatita Ca5(PO4)3OH Silicatos Quartzo SiO2 Fonte: da Autora Os estudos em mineralogia são extensos, os conceitos abordados nesta aula apresentam a você apenas uma parte de toda a diversidade encontrada no reino mineral. Existem manuais de mineralogia para quem quiser se aprofundar no assunto. 3.1.2 Formando cristais e gemas Cristais Quando um mineral apresenta na sua forma externa a mesma organização tridimensional da organização de seus átomos (habito cristalino) este mineral é conhecido como cristal. Assim podem ter a forma de agulha, um prisma, um paralelepípedo, um cubo, um octaedro etc. Neste site você encontrará uma versão divertida sobre os conceitos que envolvem um mineral através da história de cinco pedrinhas diferentes http://www. ofitexto.com.br/5pedrinhas/ links.htm Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 59 O cristal se forma quando o mineral encontra ambientes com as condições físicas ideais, assim os átomos se organizam em forma tridimensional lentamente. Cristais perfeitos são muito raros. Gemas As gemas são caracterizadas pela beleza, durabilidade e raridade, sendo termos mais adequados para as chamadas pedras preciosas e semipreciosas. Existem materiais sintéticos que apresentam as mesmas propriedades, porém, com menor valor de mercado. Para valor de mercado são utilizados os critérios cor, limpidez, lapidação e peso. A lapidação é um processo criterioso que envolve técnicas específi cas que valorizem as características naturais da gema. Figura 4 - Etapas do processo de lapidação de uma gema Fonte: http://www.lapidart.com.br 3.1.3 Recursos Minerais Recursos minerais qualifi cam materiais de origem mineral que efetivamente possam ser utilizados pelo ser humano. Podem ser a rochas e seus constituintes, os minerais. Quando um mineral ou rocha apresenta interesse econômico usa-se a designação minério. O material que é extraído da jazida associado ao mineral, mas que não tem valor econômico é chamado de ganga. A exploração destes recursos se dá pela atividade de mineração. Para saber mais visite o museu virtual de mineralogia da Universidade Estadual Paulista http://www.rc.unesp.br/ museudpm/ Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas60 Na mineração utilizamos a divisão dos minerais em metálicos (ex: cobre, ferro, alumínio, prata, zinco etc.) e não metálico (areia, argila, calcário etc.). O uso de minerais tem grande importância para o desenvolvimento tecnológico. A humanidade faz uso de minerais desde a idade da pedra lascada. Vamos pensar um pouco? Olhe ao seu redor? Quais elementos que usamos no nosso dia a dia tem origem nos minerais? A alta produção na agricultura depende da riqueza do solo em minerais. O diamante é utilizado para cortes de elementos que exigem alta precisão. Todo ser vivo precisa de minerais para suas funções vitais, e é a partir dos minerais que a humanidade conseguiu construir esta sociedade industrial na qual vivemos, baseada na transformação das matérias naturais. Tabela 3 - Utilidade de algumas substâncias minerais Metálicos Ferrosos Ferroligas Ferro, manganês, cromo, molibdênio, níquel, cobalto e vanádio Não ferrosos Básicos Cobre, chumbo, zinco e estanho Leves Alumínio, magnésio, titânio e berílio Preciosos Ouro, prata e platina Raros Berílio, césio e lítio não metálicos Materiais de construção Areia, cascalho, rochas industriais e brita Materiais para indústria química Enxofre, fluorita, sais, pirita e cromita Fertilizantes Fosfato, potássio e nitrato Cimento Calcário, argila e gipsita Cerâmica Argilas, felsdspato e sílica Refratários Cromita, Magnesita, argilas e sílica Abrasivos Córindon, diamante, granada e quartzito Isolantes Amianto e mica Fundentes Carbonatos e fluorita Pigmentos Barita, ocre e titânio Gemas Diamante, rubi e turmalina Fonte: Adaptado de Teixeira et al., 2000 (Decifrando a Terra) O Brasil é um grande exportador de minério de ferro, bauxita, rochas ornamentais, manganês, caulim, amianto, diamante e magnesita. Porém, ainda é dependente de outros países para obter outros recursos como carvão Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 61 mineral, cobre, fertilizante potássico, enxofre, gás natural, fosfato, titânio e chumbo (TEIXEIRA et al., 2000). Tabela 4 - Principais produções minerais brasileiras Bem mineral Produção (103t) Produção mundial (%) Posição nióbio (nb2O5) 26,0 92,9 1 Ferro 186.700,0 18,1 2 Manganês 956,0 12,5 4 Magnesita calcinada 295,0 10,4 3 Alumínio (bauxita) 11.671,0 9,9 4 Amianto (fibra) 208,0 9,1 5 Estanho 18,0 9,0 4 Caulim 1.280,0 6,7 3 Talco 452,0 5,5 6 vermiculita 23,0 5,3 4 Cal 6.469,0 5,2 6 Grafita 27,0 4,8 4 Fonte: Adaptado de Teixeira et al., 2000 (Decifrando a Terra) A atividade de mineração é um fator básico para o desenvolvimento de um país, seja pela questão econômica, seja pelos benefícios que pode trazer para o bem estar da população. Porém, a mineração causa um impacto ambiental considerável, alterando intensamente a área minerada e as áreas vizinhas, onde é depositada a ganga. Também está associada à mineração a presença de substâncias químicas nocivas utilizadas nos processos de beneficiamento
Compartilhar