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Geoologia Ambiental

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e-Tec
rede.
.Brasil
Geologia Ambiental
Eliane Pinheiro de Sousa
São luís - MA
2013
São luís - MA
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Ficha catalográfica 
© Universidade Estadual do Maranhão
Este caderno foi elaborado pela Universidade Estadual do Maranhão por meio do 
Núcleo de Tecnologias para Educação - UemaNet, para o Sistema Escola Técnica 
Aberta do Brasil (Rede e-Tec Brasil).
Coordenadora de Tecnologias Educacionais
Profa. Maria de Fátima Serra Rios
Coordenador de Design Instrucional
Prof. Mauro Enrique Carozzo Todaro
Professora-autora
Eliane Pinheiro de Sousa
Responsável pela Produção de Material 
Didático UemaNet
Cristiane Costa Peixoto
Designer Educacional
Ciro Leonardo Trindade Quirino
Revisão
Ane Beatriz Duailibe
Lucirene Ferreira Lopes
Diagramação
Josimar de Jesus Costa Almeida
Luis Macartney Serejo dos Santos
Tonho Lemos Martins
Designer
Aerton Oliveira
Annik Azevedo
Helayny Farias
Rômulo Santos Coelho
Reitor da UEMA
Prof. José Augusto Silva Oliveira
Vice-reitor da UEMA
Prof. Gustavo Pereira da Costa
Diretora do Centro de Educação, Ciências Exatas e 
Naturais - CECEN
Profa. Andréa de Araújo
Coordenador Geral do UemaNet
Prof. Dr. Antonio Roberto Coelho Serra
Coordenadora Geral do e-Tec/UemaNet
Profa. Eliza Flora Muniz Araújo
Coordenadora do Curso Técnico em Meio Ambiente
Profa. Dra. Andréa de Araújo
Sousa, Eliane Pinheiro de.
 Geologia ambiental / Eliane Pinheiro de Sousa. – São Luís: UemaNet, 2013.
 94 p. 
 Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (Rede e-Tec Brasil).
 1. Geologia. 2. Meio ambiente. 3. Planeta terra. 4. Rochas. I. Título
CDU: 551
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Rede e-Tec Brasil, instituída pelo 
Decreto nº 7.589/2011, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, 
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério 
da Educação, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as 
universidades e escolas técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade 
regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação 
de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões 
distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para 
a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos 
são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado 
em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos 
e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino 
médio e educação técnica –, é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, 
mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, 
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
 
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de 
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Saiba Mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto 
ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.
Atividades de Aprendizagem: apresenta atividades em diferentes 
níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e 
conferir o seu domínio do tema estudado.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão 
utilizada no texto.
Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, 
filmes, músicas, sites, programas de TV.
 
Sumário
Palavra da professora-autora .................................................................................... 11
Apresentação da disciplina ........................................................................................ 13
Projeto Instrucional ....................................................................................................... 15
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental ............................................................ 17
1.1 O que é Geologia? ................................................................................................. 18
1.2 Qual a relação da Geologia com o Meio Ambiente ................................... 20
1.3 O impacto humano ao Meio Ambiente ......................................................... 23
1.4 A Geologia Ambiental e os recursos energéticos ...................................... 25
1.5 A aplicação da Geologia ao conceito de desenvolvimento sustentável ...... 27
 Referências .............................................................................................................. 30
Aula 2 – O Planeta Terra ................................................................................................ 31
2.1 Apresentando nosso planeta ......................................................................... 32
2.2 Estrutura interna da Terra ................................................................................ 33
2.2.1 Crosta ..................................................................................................................... 34
2.2.2 Manto ..................................................................................................................... 34
2.2.3 Núcleo .................................................................................................................... 35
2.3 A origem do planeta ......................................................................................... 35
2.4 Como conhecer o interior da Terra se não podemos chegar até lá? .......... 37
2.4.1 Sismologia ............................................................................................................ 38
2.4.2 Planetologia comparada ................................................................................. 39
2.5 As placas tectônicas .......................................................................................... 40
2.5.1 A teoria da Deriva Continetal ......................................................................... 41
2.5.2 A teoria da Tectônica de Placas ...................................................................... 42
2.5.3 De que são formadas as placas tectônicas ................................................ 43
2.5.4 Os limites das placas tectônicas .................................................................... 43
2.5.5 A dança do continente e os seres vivos ...................................................... 45
2.6 Os processos geológicos sobre o meio ambiente ................................... 46
2.6.1 Vulcanismo ........................................................................................................... 47
2.6.2 Terremotos ........................................................................................................... 48
2.6.3 Escorregamentos ............................................................................................... 49
 Referências ........................................................................................................... 51
Aula 3 – Caracterizando mineraias e rochas ........................................................ 53
3.1 O que são minerais? ........................................................................................... 53
3.1.1 Propriedadesdos minerais ............................................................................. 55
3.1.2 Formando cristais e gemas ............................................................................. 58
3.1.3 Recursos Minerais .............................................................................................. 59
3.2 O que são rochas? .............................................................................................. 62
3.2.1 Classificação das rochas ................................................................................... 63
3.2.2 Ciclo das rochas .................................................................................................. 63
 Referências ........................................................................................................... 66
Aula 4 – Rocha ígneas e rochas metamórficas ................................................... 67
4.1 Rochas ígneas ...................................................................................................... 67
4.1.1 Classificação das rochas ígneas ..................................................................... 69
4.1.2 Tipos de atividades magmáticas ................................................................... 70
4.1.3 Principais rochas ígneas ................................................................................... 72
4.2 Rochas Metamórficas ....................................................................................... 74
4.2.1 Classificação das rochas metamórficas ...................................................... 75
4.2.2 Tipos de metamorfismo ................................................................................... 75
4.2.3 Principais rochas metamórficas .................................................................... 77
 Referências ........................................................................................................... 80
Aula 5 – Rochas sedimentares ................................................................................... 81
5.1 O que é uma bacia sedimentar? .................................................................... 82
5.2 Sedimentos: elementos formadores de rochas e solos ......................... 84
5.3 Classificação das rochas sedimentares ....................................................... 86
5.4 Recursos hídricos ............................................................................................... 89
5.4.1 Águas subterrâneas ........................................................................................... 91
5.4.2 A influência da ação antrópica sobre os recursos hídricos ................... 92
 Referências ........................................................................................................... 94
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 11
Palavra da professora-autora
Caro aluno,
Primeiramente, parabéns pela escolha do curso de Técnico em Meio Ambiente. 
Esperamos que você se torne um profissional que contribua para esta causa tão 
nobre, que é conservar nossa casa, o planeta Terra, para as futuras gerações.
Você deve estar curioso sobre o tema abordado neste curso. Afinal, qual a 
relação entre rochas, minerais e as discussões sobre a problemática ambiental?
Os estudos geológicos fornecem uma série de ferramentas para entender de 
onde viemos e para onde vamos. O mundo já viveu outras crises ambientais, 
porém não tão dramática quanto a que vivemos atualmente. A espécie humana 
é a primeira na história do planeta que altera o meio de forma tão intensa, ao 
ponto de alguns ecossistemas não conseguirem se recuperar.
Espero que os temas aqui abordados sejam uma ferramenta, a mais, para auxiliar 
seus estudos em busca do conhecimento sobre nosso planeta que você possa 
aplicá-los em sua futura profissão. 
Existe uma literatura vasta sobre o assunto, na qual você poderá aprofundar seus 
estudos. Além disso, você poderá buscar informações em outras fontes, como 
internet, jornais e revistas que trazem reportagens que abordam as questões 
ambientais. E não deixe de ver as dicas de textos e vídeos citados neste caderno.
Bons estudos!
Professora Eliane Pinheiro de Sousa
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 13
Apresentação da disciplina
Caro estudante,
A disciplina Geologia Ambiental faz parte do segundo módulo do curso 
técnico em Meio Ambiente. Neste curso vamos estudar características do 
planeta Terra. 
A disciplina Geologia Ambiental lhe dará informações sobre uma parte de 
nosso planeta com o qual não temos contato direto. Os temas aqui abordados 
fornecerão um maior conhecimento a respeito dos processos que regem a 
dinâmica deste planeta e que, consequentemente, influenciam e determinam 
as condições ambientais na superfície. 
Nestes tempos em que a problemática ambiental está presente em todas as 
áreas, a Geologia, enquanto ciência que estuda a Terra, tem uma importante 
contribuição na aplicação de seus conceitos. Os estudos geológicos fornecem 
uma série de elementos para entender o porquê das mudanças e como o 
sistema se comporta diante dos impactos ambientais. Este conhecimento 
também fundamenta as ações ambientais que visam restaurar e/ou recuperar 
o ambiente, além de fundamentar projetos de prevenção de acidentes 
geológicos.
As paisagens que encontramos na superfície da Terra são produtos de 
fenômenos internos do planeta e envolvem interações complexas que 
existem desde o início de formação da Terra. Os seres vivos respondem a estas 
variações.
Os constituintes da terra sólida, os minerais e as rochas, são elementos 
explorados pelo homem economicamente, pois cada um apresenta 
características e propriedades distintas, podendo ser aplicados em usos 
diferentes para a sociedade.
Alguns termos geológicos podem ser novos. Não se preocupe em decorar cada 
um deles. Na medida em que você analisa os conceitos e aplica nas atividades 
propostas, estes termos naturalmente serão assimilados. 
Não se esqueça, há uma equipe de profissionais, interagindo com você neste 
percurso.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 15
Projeto instrucional
Disciplina: Geologia Ambiental
Carga horária: 30 horas
Ementa: Geologia: conceituação, objetivos e campo de atuação. O planeta 
Terra: composição, estrutura e a descontinuidade de Mohorovicic. Minerais e 
Rochas. Rochas Ígneas ou Magmáticas. Rochas Sedimentares. 
AulA OBjETIvOS DE APREnDIzAGEM MATERIAIS
CARGA hORáRIA 
(hORAS)
Aula 01 - Geologia no 
contexto ambiental
Reconhecer o alvo de estudo da 
geologia;
Identificar o campo de atuação das 
ciências geológicas voltados para 
análise do meio ambiente;
Identificar a importância dos 
estudos geológicos para solucionar 
os problemas ambientais.
Caderno impresso,
sala virtual no Moodle,
computadores com acesso
à Internet (no Polo).
4 hs
Aula 02 - O planeta 
Terra
Reconhecer as estruturas que 
compõe o interior da Terra;
Identificar a tectônica de placas 
como agente modificador do 
ambiente em superfície;
Definir a importância da sísmica 
para as interpretações da dinâmica 
interna do planeta.
Caderno impresso,
sala virtual no Moodle,
computadores com acesso
à Internet (no Polo).
8 hs
Aula 03 - 
Caracterizando 
Minerais e Rochas
Diferenciar minerais e rochas;
Reconhecer a importância de rochas 
e minerais como fonte de recursos 
naturais;
Definir o conceito de ciclo das 
rochas.
Caderno impresso,
sala virtual no Moodle,
computadores com acesso
à Internet (no Polo).
5 hs
Aula 04 - As rochas 
ígneas e rochas 
metamórficas
Diferenciar rochas ígneas e 
metamórficas;
Compreender a formação de rochas 
ígneas e metamórficas;
Identificar os principais tipos de 
rochas ígneas e metamórficas.
Caderno impresso,
sala virtual no Moodle,
computadores com acesso
à Internet (no Polo).
5 hs
Aula 05 - Asrochas 
sedimentares
Diferenciar sedimento, solo e rocha 
sedimentar;
Identificar os tipos de rochas 
sedimentares;
Relatar os principais problemas 
ambientais relacionados aos 
recursos hídricos.
Caderno impresso,
sala virtual no Moodle,
computadores com acesso
à Internet (no Polo).
8 hs
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 17
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental
Objetivos
•	 Reconhecer o alvo de estudo da Geologia;
•	 Identificar os campos de atuação das ciências geológicas voltados 
para análise do meio ambiente;
•	 Identificar a importância dos estudos geológicos para solucionar os 
problemas ambientais.
“A responsabilidade social e a preservação ambiental 
significa um compromisso com a vida.” 
João Bosco da Silva 
A Geologia Ambiental é uma subárea das geociências que apresentou grande 
desenvolvimento nos últimos anos graças à preocupação com as questões 
ambientais e a uma legislação que exige a exploração consciente do meio. 
Neste quesito, o geólogo tem papel fundamental.
No noticiário, acompanhamos vários conflitos que envolvem o funcionamento 
do nosso planeta e as sociedades humanas. A ocupação humana torna esses 
conflitos cada vez mais complexos. 
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental18
Estudo que trata da história 
ou origem das palavras e de 
seu signifi cado através da 
análise dos elementos que 
as constituem.
Processo de formação de 
montanhas por colisão 
de placas tectônicas. Ex: 
Cordilheira do Himalaia e 
Cordilheira dos Andes
A Geomorfologia é a 
ciência que estuda o 
surgimento e a evolução 
dos relevos sobre a 
superfície terrestre. A 
evolução dos relevos 
seguem fatores de 
processos exógenos 
(modeladores) e endógenos 
(formadores de relevo). 
Os processos endógenos 
são referentes às placas 
tectônicas e à geologia.
1.1 O que é Geologia?
Se analisarmos a etimologia do termo geologia, veremos a união dos termos 
gregos GEO, que signifi ca Terra, e LOGOS, que signifi ca estudo. Assim, temos 
uma ciência cujo objeto de estudo é o planeta Terra.
A Geologia é uma ciência que estuda a composição, a origem, as propriedades 
e as estruturas das rochas e de seus componentes. Rochas e minerais são os 
constituintes da terra sólida. Também analisa o aspecto histórico de evolução 
das características do planeta, representada pelas rochas ígneas, metamórfi cas 
e sedimentares. 
Estruturas geomorfológicas como, por exemplo, a formação de montanhas, 
abertura de oceanos, formação de planícies etc., surgem e desaparecem em 
um processo contínuo de mudanças.
Vários são os exemplos da dinâmica de nosso planeta. Os rios podem mudar 
seu curso, alterações climáticas infl uenciam na distribuição de espécies. Estas 
mudanças, ao longo de um intervalo de tempo, são objetos de estudo da 
geologia histórica.
As paisagens observadas, atualmente, na cidade do Rio de Janeiro são conhecidas 
mundialmente. Nesta região encontramos vários exemplos de estruturas 
geomorfológicas, resultado da interação de fatores externos (Ex: intemperismo 
e erosão) e internos (Ex: orogênese) do planeta. Cada uma destas estruturas 
surgiu em função das condições geológicas vigentes para esta localidade.
Figura 1- Representação de feições geomorfológicas 
da cidade do Rio de Janeiro
Fonte: http://univentos.com.br
Montanhas, lagoas, praias, a 
baia de Guanabara e outros 
elementos constituem a 
paisagem.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 19
O planeta Terra tem 4,6 
bilhões de anos. Esta 
datação foi realizada pelo 
método radiométrico das 
rochas e minerais mais 
antigos encontrados em 
nosso planeta. A datação 
radiométrica se baseia 
na transformação de 
um elemento químico 
em outro através do 
decaimento radioativo. Essa 
transformação acontece 
porque esses elementos são 
instáveis e, para se tornar 
estável, seu núcleo atômico 
emite partículas de forma 
espontânea. Ex: Método de 
radiocarbono (TEIXEIRA et 
al, 2000).
Você poderia perguntar a uma pessoa de mais idade, como era a sua cidade 
há vinte, trinta, quarenta anos. Provavelmente, seu entrevistado irá descrever 
características um pouco diferentes do que você observa agora.
Para a espécie humana, quarenta anos é muito tempo. Porém, os processos 
dinâmicos que envolvem o surgimento destas estruturas geomorfológicas, 
seja em superfície, em ambiente costeiro ou em ambiente submarino 
acontecem em uma escala de milhares e, muitas vezes, milhões de anos. 
Uma forma de apresentar a história da Terra é através da Tabela de Tempo 
Geológica, que resume 4,6 bilhões de anos, a idade do nosso planeta. Esta 
é subdividida em éons, eras, períodos, épocas etc., que são dispostos em 
colunas, com os tempos mais antigos na base e os mais novos no topo. 
A tabela de tempo geológico auxilia a reconhecer quão antigo é determinado 
evento geológico. Por exemplo, sabemos que a América do Sul, África, Austrália, 
Índia e Antártica já estiveram unidas, formando um único continente, que 
se chamava Gondwana. Também sabemos que isto aconteceu no Triássico 
(veremos mais detalhadamente este assunto na aula 2). 
Quando você assiste aos fi lmes do diretor Steven Spielberg, sobre dinossauros 
(Jurassic Park, Parque Jurássico em português) sabe em que período geológico 
estes animais viveram? Observe na fi gura a seguir onde está posicionado o 
período Jurássico.
Figura 2- Vista aérea dos lençóis maranhenses
Outro exemplo interessante são os nossos 
tão famosos Lençóis Maranhenses. Este 
ambiente ímpar formou-se na costa norte 
do Estado do Maranhão pela junção de 
um conjunto de fatores, como o regime de 
chuvas mais frequente entre os meses de 
janeiro a julho e a intensidade dos ventos 
vindos do mar. Na estação chuvosa, o 
nível do lençol freático sobe, fi cando 
acima do chão, enchendo as lagoas e 
mantendo as dunas mais fi xas em função 
da alta umidade. No segundo semestre, 
as lagoas secam, pois quase não chove. O 
nível do lençol freático baixa e aumenta a 
intensidade dos ventos, que deslocam as 
dunas continente adentro.
Fonte: http://www.inf.ufpr.br/
É comum focarmos nosso 
estudo nos processos que 
ocorrem na superfície, pois 
temos um contato mais 
direto e seus efeitos são 
sentidos mais rapidamente 
pela população. Porém 
é importante lembrar 
que os mares e oceanos 
apresentam relevo 
acidentado e também são 
afetados pelas mudanças 
do meio.
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental20
1.2 Qual a relação da Geologia com o Meio Ambiente?
Primeiramente, vamos avaliar o que entendemos por meio ambiente. Veja 
algumas defi nições a seguir:
• No dicionário Aurélio: “aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as 
coisas”;
• No Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais (Lima; Silva, 2000): 
“Conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um 
indivíduo e com os quais ele interage, infl uenciando e sendo infl uenciado 
por eles”;
• Na Lei 6.938, de 31/08/1981 sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente: “Conjunto de condições, leis, infl uências e interações de ordem 
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as 
suas formas”.
A distribuição, a densidade e as adaptações que estudamos nos seres vivos são 
respostas diretas de sua relação com o meio. Como as feições físicas do meio 
são respostas dos eventos geológicos, compreender determinado ambiente é 
essencial ao conhecimento da Geologia.
Figura 3 - Resumo da tabela de tempo geológico 
Fonte: do Autor
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 21
Os conceitos de sistema 
são muito aplicados em 
ecologia, e analisa as 
questões de interação entre 
fatores bióticos e abióticos. 
Os estudos geológicos utilizam uma série de ferramentas de outras áreas da 
ciência, como a Matemática, a Física e a Química para entender os processos 
naturais que acontecem em nosso planeta. Por sua vez, estes processos 
interferem diretamente nos organismos que habitam uma determinada 
região. Assim, se estabeleceuma relação dinâmica entre as condições físicas 
do meio e as formas de vida que ali existem.
Neste contexto, a Geologia Ambiental é necessariamente interdisciplinar, 
envolvendo, não somente o conhecimento de várias disciplinas geológicas, 
mas, também, de outras áreas, tais como a biologia, a conservação dos solos, 
a meteorologia, a geografia, a química, a legislação ambiental, a arquitetura e 
a engenharia, além de aspectos culturais e socioeconômicos.
A Terra consiste num ecossistema complexo e de precário equilíbrio, sujeito 
à influência de diversas forças da natureza. Nosso planeta funciona como 
um sistema único, onde podemos observar todas as suas esferas (hidrosfera, 
atmosfera, pedosfera, litosfera e biosfera), interagindo em um delicado 
equilíbrio para manter o bem estar de todas as formas de vida e a sobrevivência 
de todas as espécies (POPP, 1999).
O termo esfera vem do grego e significa camada.
Este sistema é interligado e qualquer modificação em uma das esferas afeta 
as demais, por exemplo, o desmatamento de uma área verde, pode alterar o 
clima, e expõe os solos ao processo erosivo. Estas informações se baseiam na 
Teoria de Gaia, que definem a vida e o ambiente terrestre como um sistema 
único e inseparável (SUGUIO; SUZUKI, 2010).
A Teoria de Gaia, em homenagem a deusa da Terra Gaia, na mitologia 
grega, foi apresentada por james lovelock, em 1979. Segundo esse 
pesquisador inglês, o planeta Terra funcionaria como um imenso 
organismo vivo, capaz de obter energia para seu funcionamento (sol), 
regular seu clima e temperatura, eliminar seus detritos e combater suas 
próprias doenças, ou seja, assim como os outros seres vivos, um organismo 
capaz de se autorregular. De acordo com a hipótese, os organismos bióticos 
controlam os organismos abióticos, de forma que a Terra se mantém em 
equilíbrio e em condições propícias de sustentar a vida.
Um dos pontos observados nesta teoria sugere também que os seres vivos são 
capazes de modificar o ambiente em que vivem, tornando-o mais adequado 
para sua sobrevivência. Dessa forma, a Terra seria um planeta cuja vida 
controlaria a manutenção da própria vida através de mecanismos de 
feedback e de interações diversas.
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental22
Tabela 1 - As esferas que compõe o sistema Terra.
Esferas Defi nição
Hidrosfera
Parte da superfície terrestre composta de água. É formada pelos oceanos, mares, rios, 
lagos, águas do subsolo e geleiras. Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra é o único que 
possui água em seus três estados: sólido, líquido e gasoso. A presença de água em estado 
líquido é indispensável para a existência da vida.
Atmosfera
Camada gasosa que envolve os planetas. No caso da atmosfera terrestre (outros planetas 
também têm atmosfera), ela é composta por inúmeros gases que fi cam retidos por causa 
da força da gravidade e do campo magnético que envolve nosso planeta.
Litosfera
Camada mais externa da Terra, composta pelos solos e pelas rochas. Composta por grandes 
quantidades de minerais.
Pedosfera Camada mais externa da Terra, composta pelo solo.
Biosfera Conjunto dos seres vivos encontrados na Terra 
Um sistema é uma parte de 
um todo selecionada para 
estudo. Por exemplo, uma 
fl oresta, um rio, um planeta.
Fonte: do Autor
A Geologia Ambiental utiliza-se das informações sobre o meio físico para 
analisar, compreender e solucionar problemas relacionados à ocupação 
humana, assim como, o estudo da melhor exploração de recursos naturais 
(que não são renováveis), visando amenizar os impactos ambientais e a 
possível recuperação de áreas já impactadas.
A geologia ambiental aplica os conhecimentos geológicos para a resolução 
de problemas ambientais decorrentes da interação entre o meio físico e o 
Homem. Observe a fi gura a seguir.
Figura 4 - Relação entre as diversas esferas que compõe o sistema Terra
Fonte: http://www.cnps.embrapa.br/noticias/banco_noticias/20121205.html
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 23
1.3 O impacto humano ao Meio Ambiente
A Terra é um planeta dinâmico. Seu relevo e suas paisagens estão em constante 
transformação. Há uma série de agentes naturais que atuam nesse processo. 
Porém, nas últimas décadas, são crescentes os debates sobre o impacto da 
humanidade como agente modifi cador do meio.
As manchetes que apresentamos a seguir são fi ctícias, mas são baseadas em 
fatos que comumente vemos nos telejornais e em jornais impressos. Observe:
1- “Terremoto mata centenas de pessoas”;
2- “Enchente do rio Itapecuru deixa desabrigadas dezenas de famílias”;
3- “Fortes chuvas causam duas mortes por soterramento em deslocamento de 
encosta”;
4- “Órgãos da saúde alertam para contaminação do lençol freático”.
Agora vamos analisar alguns aspectos. Todas essas situações afetam a 
população humana? Quais destes fatos têm origem na ação antrópica 
(modifi cações causadas pelo homem)?
Figura 5 - Geologia Ambiental
Fonte: www.rc.unesp.br/igce
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental24
Vamos analisar quatro situações a seguir: 
Na primeira, temos um evento de atividade sísmica, que sempre aconteceram 
na história da Terra, mesmo antes do surgimento da espécie humana. (Veremos 
com mais detalhes os aspectos que envolvem as atividades sísmicas na aula 
2). Estas atividades não têm nenhuma relação com a ação antrópica.
É importante entender 
todos os aspectos que 
envolvem um acidente 
geológico. As causas 
podem ser um conjunto de 
fatores. Esse conhecimento 
fornece ferramentas para 
prevenção. 
Figura 6 - Destruição no Haiti por terremoto em janeiro de 2010
Fonte: Foto: Jewel Samad/AFP em www.g1.globo.com/notícias)
Na segunda, temos o caso das enchentes, ilustradas no item dois, também 
são independentes da ação humana. Os rios têm uma área defi nida como 
planície de inundação, que é ocupada pelas águas dos rios nos períodos de 
cheia. Como o maior volume de água é infl uenciado pelo regime de chuva, 
nem sempre os rios preenchem sua área total de inundação. Assim, as pessoas 
tendem a construir suas casas nestas áreas, sem um estudo prévio.
Figura 7 - Avenida na cidade de Itapecuru-mirim tomada pelas águas do rio Itapecuru
Fonte: www.jornal pequeno.com.br
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 25
Na terceira e na quarta situação, podemos identifi car ação antrópica. Na terceira, 
além da ocupação sem estudo prévio de áreas de risco, é comum a retirada 
da cobertura vegetal que auxilia a manutenção do solo e evita os casos de 
deslizamentos de encosta. No exemplo número quatro, o uso de substâncias 
poluentes sem o devido controle podem infi ltrar no solo e contaminar o lençol 
freático que, muitas vezes, abastece parte da população com água potável.
Figura 8 - Deslizamento de terra na cidade de La Paz, Bolívia
Fonte: AFP em www.g1.globo.com.br
Como podemos observar, mesmo as problemáticas ambientais que não 
envolvem diretamente a interferência humana na dinâmica natural do meio 
podem afetar a vida das pessoas. Os sistemas como um rio, um lago, uma 
fl oresta podem ser modifi cados por processo naturais como inundações, 
terremotos, atividades vulcânicas etc., ou mesmo, pela ação humana.
A Geologia enquanto ciência traz informações sobre como prevenir 
acontecimentos trágicos que podem matar centenas e, às vezes, milhares de 
pessoas e auxiliam a adoção de medidas de controle de ocupação.
1.4 A Geologia ambiental e os recursos energéticos
A população humana cresce em ritmo acelerado, formando grandes centros 
urbanos, marcando sua presença em praticamente todo o planeta. Atrelado 
a este crescimento populacional, temos a demanda crescente da exploração 
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental26
dos recursos naturais para atender ao ritmo de vida da sociedade cosmopolita. 
Esse modelo de desenvolvimento exige grande consumo de energia que 
sustente uma cadeia de alta produtividade. 
As principais fontes de energia utilizadas pelas grandes naçõessão os 
combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural, a energia das 
hidrelétricas, energia nuclear. Com menor utilização em menor escala temos a 
geotérmica, solar, eólica, proveniente de biomassa, de marés e de ondas.
Biomassa foi o primeiro 
recurso energético utilizado 
pelo homem. A queima 
de lenha foi responsável 
pelo fornecimento de 
energia para as primeiras 
civilizações e, ainda, é 
muito utilizada em países 
subdesenvolvidos (TEIXEIRA 
et al., 2000).
Gráfi co 1 - Fonte de recursos energéticos no Mundo para o ano de 2002
Fonte: Adaptado de Agência Internacional de Energia
Gráfi co 2 - Fonte de energia utilizadas no Brasil em 2003
Fonte: Adaptado de Ministério de Minas e Energia
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 27
Cada uma das alternativas de energia apresenta um impacto para o meio. A 
queima dos combustíveis fósseis está diretamente relacionada com o efeito 
estufa. O mundo fi cou assustado com a perspectiva de mais um acidente 
nuclear, desta vez, na Usina de Fukushima no Japão no ano de 2011. As 
construções de hidrelétricas afetam a paisagem natural das localidades onde 
são estabelecidas, interferindo na fauna e fl ora da região, assim como em 
populações humanas vizinhas.
Até quando o planeta suportará o modelo de exploração vigente? 
Mesmo que a questão energética não seja tão preocupante, pois a cada dia 
surgem novas fontes alternativas de energia, com maior ou menor efi ciência, 
ainda temos o problema da degradação ambiental. Em geral, a própria 
dinâmica integrada entre as esferas permite que o sistema possa se recuperar 
dos danos provocados, porém, em um ritmo lento e gradual, que talvez 
não seja sufi ciente para recuperar todos os efeitos cumulativos de anos de 
exploração inconsciente (TEIXEIRA et al., 2000).
1.5 A aplicação da Geologia ao conceito de 
desenvolvimento sustentável
A humanidade expande seus domínios e explora os recursos do ambiente 
geológico. O planeta Terra é a nossa casa. É desse planeta que extraímos tudo o 
que é necessário para a manutenção de nossa espécie, como água, alimentos, 
assim como a matéria prima para produção de energia e para a fabricação de 
todos os produtos que consumimos e usamos. 
Este também é o nosso local de depósito de resíduos. Todas as nossas 
atividades produzem resíduos, até mesmo nossos processos metabólicos, 
como respiração (libera CO2), digestão (fezes e urina) etc.
O destino dos resíduos é um problema real para a maioria das cidades, que 
não possuem estações de tratamento de efl uentes (esgotos) e apresentam 
lixões a céu aberto, que trazem uma série de problemas ambientais, de saúde 
e de infraestrutura.
Metabolismo é a soma 
de processos químicos 
e físicos que ocorrem 
dentro de um organismo 
vivo. Um bom exemplo 
de função metabólica é 
o processo de respiração 
celular que ocorre nos 
organismos aeróbicos, 
onde a mitocôndria quebra 
a glicose, introduzindo 
oxigênio no carbono, 
retirando, assim, sua 
energia.
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental28
São diversas as questões que envolvem a exploração de recursos naturais de 
forma indiscriminada. A extração de minerais, de água, de petróleo, de carvão 
mineral, de espécies animais (Ex: recursos pesqueiros) e de espécies vegetais 
(Ex: monoculturas) são exemplos de recursos superexplorados em velocidade 
superior à capacidade de recuperação do meio, levando a problemas como a 
desertifi cação, extinção de espécies, assoreamento, contaminação de águas, 
salinização etc.
Ainda assim a população mundial continua crescendo, o que leva a previsões 
de aumento na demanda por mais recursos naturais.
Figura 9 - O Impacto da informação sobre o número de habitantes do planeta, quando 
alcançou a marca de 7 bilhões de pessoas
Fonte: www.publiabril.com.br/noticias/429
Desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento que engloba 
os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Esses aspectos podem coexistir 
de forma harmônica, visando a melhoria da qualidade de vida, através do uso 
adequado dos recursos naturais (TEIXEIRA et al., 2000).
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 29
Podemos elencar como contribuição da geologia ambiental para o 
desenvolvimento sustentável:
	monitoramento contínuo dos processos evolutivos do planeta, 
pois a geologia fornece ferramentas para entender a dinâmica e 
transformações naturais da Terra;
	descoberta de novas fontes de recursos naturais, além do gerenciamento 
adequado destes recursos, visando diminuir os impactos da exploração 
e buscando soluções criativas como a reciclagem, por exemplo;
	desenvolvimento de fontes alternativas de energia, assim como o 
melhor gerenciamento destas e também dos recursos energéticos já 
explorados;
	conservação e o gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente 
das águas subterrâneas;
	conservação e o gerenciamento dos solos destinados a agricultura, 
diminuindo problemas como a esterilização por falta de nutrientes, a 
contaminação pelo uso de agrotóxicos, erosão etc.;
	redução de desastres naturais, como os escorregamentos de encostas 
e enchentes; e
	destinação mais adequada dos resíduos.
Resumo
Nesta aula conhecemos o objeto de estudo da Geologia. Como uma ciência 
que estuda a Terra, seu campo de atuação é vasto. Analisamos como as 
aplicações do conhecimento nesta ciência benefi ciam os estudos ambientais. 
As populações ainda crescem em ritmo acelerado e a demanda por espaço 
e por recursos para manter as necessidades de mais de 7 bilhões de pessoas 
tornam os conceitos geológicos aplicados a questão ambiental indispensáveis 
para solucionar os problemas, que são consequências do uso inadequado dos 
recursos.
Aula 1 - Geologia no contexto ambiental30
Mesmo o ser humano sendo um importante elemento das alterações do 
meio, observamos que alguns acidentes geológicos fazem parte da dinâmica 
natural do planeta. Também analisamos que mesmo alguns eventos não 
tendo interferência da ação antrópica, podem afetar populações humanas. 
Nas próximas aulas, continuaremos analisando a dinâmica do planeta e 
conheceremos a sua estrutura e composição.
 
 
 Atividade de aprendizagem
1. Sabendo qual é o objeto de estudo da geologia, cite quatro exemplos 
de onde um geólogo poderia trabalhar.
2. Pesquise em jornais ou revistas um exemplo de problema ambiental em 
que a questão sobre aspectos geológicos esteja presente.
3. Faça uma breve descrição sobre a relação dos estudos geológicos e dos 
problemas ambientais. Procure exemplos na sua cidade.
Referências
POPP, José Henrique. Geologia Geral. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999.
SUGUIO, Kenitiro; SUZUKI, Uko. A evolução Geológica da Terra e a fragilidade 
da vida. São Paulo, Editora: Blucher, 2010. 
TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, Maria Cristina M.; FAIRCHILD, Thomas Rich de 
(Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 31
Aula 2 - O Planeta Terra
Objetivos
•	 Reconhecer as estruturas que compõe o interior da Terra;
•	 Identifi car a tectônica de placas como agente modifi cador do 
ambiente em superfície;
•	 Defi nir a importância da sísmica para as interpretações da dinâmica 
interna do planeta.
Quando a humanidade viu pela primeira vez a Terra vista do espaço, passamos 
a perceber quão frágil é nosso planeta. Em meados da década de 60, esta 
visão alavancou os debates sobre a problemática ambiental, principalmente 
por oferecer uma visão mais humilde em relação ao infi nito do espaço.
Fonte: NASA
Figura 1 – Imagem da Terra, vista do espaço em cores reais
A imagem foi tirada pelo 
satélite Terra (EOS SER-2), 
que orbita o planeta Terra a 
700 km de altitude.
Aula 2 - O Planeta Terra32
Comentamos na primeira aula que nosso planeta tem 4,6 bilhões de anos. 
Ao longo deste tempo, a Terra passou por vários processos até apresentar a 
confi guração atual, mas não se engane, pois asmudanças continuam. Vamos 
conhecer um pouco mais? 
2.1 Apresentando nosso planeta
 
A Terra é o terceiro planeta do sistema solar em relação à proximidade com o 
sol. Terra e sol estão a uma distância de aproximadamente 150.000 km, sendo 
que, a cada ano, o planeta completa uma volta completa ao redor da estrela, a 
uma velocidade média de 29,8 km/segundo (POPP, 1999). 
Os dias e as noites são defi nidos pelo movimento de rotação da Terra em torno 
do seu próprio eixo.
Ficha Técnica
	Forma: Esferoide (suavemente achatado nos polos e levemente dilatado 
no equador). Esta condição deve-se aos movimentos de rotação;
	Raio: 6.371 km (Medida da superfície até o centro da Terra);
	Massa (Peso): 5,6 setilhões (ou 5,6 x 1021 toneladas);
	Temperatura máxima: 58 0C;
	Temperatura mínima: -88 0C;
	Satélites naturais: 1 (a lua).
Figura 2 - O sol e os planetas que compõe o nosso sistema solar
Fonte: www.if.ufrgs.br
Compare as proporções 
entre os planetas e o sol. Os 
nomes dos planetas estão 
em inglês. Earth é o nome 
de nosso planeta em inglês.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 33
Vamos lembrar que nosso planeta é um sistema, com suas esferas, interagindo 
em um processo dinâmico. Alguns destes ambientes são acessados pelo ser 
humano como a atmosfera, a hidrosfera (rios, mares, lagos, águas subterrâneas 
etc.), e até mesmo a biosfera (com todas as formas de vida) encontradas na 
superfície. 
Porém, o acesso ao interior do planeta é limitado. A tecnologia atual permite 
fazer furos de sondagem de, no máximo, 8 a 10 km (volte e veja o raio da 
Terra), ou seja, para as dimensões do planeta é somente um arranhão em sua 
superfície (SUGUIO; SUZUKI, 2010).
2.2 Estrutura interna da Terra
Sabemos que a Terra, em sua face interna, é dividida em camadas. Essas 
camadas apresentam características distintas de densidade, temperatura, 
pressão, composição. São defi nidas em três principais: Crosta, Manto e Núcleo 
(SUERTEGARAY, 2003).
Figura 3 - A estrutura interna da Terra
Fonte: www.cprm.gov.br
Aula 2 - O Planeta Terra34
Se você ainda tiver 
dúvidas sobre o conceito 
de densidade faça uma 
vista rápida ao site http://
educacao.uol.com.br/
disciplinas/ciencias/
densidade-densidade-e-
uma-relacao-entre-massa-
e-volume.htm
 
2.2.1 Crosta
Camada mais externa que fica em contato com a superfície. É a de menor 
espessura (varia entre 8-40 km). A espessura média nos continentes é de 30 
km e nos oceanos é de 5 km. Formada principalmente por rochas ígneas, e 
em menor proporção rochas sedimentares e metamórficas. Assim temos uma 
camada heterogênea, que apresenta características distintas em relação à 
porção que forma os continentes e a porção submersa nos oceanos.
A crosta continental é formada por rochas graníticas (tipo de rocha ígnea) e 
metamórficas, apresentando menor densidade e maior espessura.
Crosta oceânica é formada por rochas basálticas (tipo de rocha ígnea) e é mais 
fina. Apresenta maior densidade em relação à crosta continental. 
2.2.2 Manto
É a camada mais espessa e situa-se abaixo da Crosta. Apresenta uma espessura 
de 2.950 km. 
O manto divide-se em manto superior e manto inferior. 
A parte do manto superior que fica em contato com a crosta, tem uma 
temperatura relativamente baixa (100 °C) e uma consistência similar à da 
crosta. Assim a crosta, juntamente com a porção rígida do manto, é chamada 
de litosfera (esfera rochosa). Já a parte do manto superior abaixo da litosfera 
é bem mais quente (até 870º C) é chamada de astenosfera (esfera sem força). 
A astenosfera é uma camada plástica (mais maleável) e macia situada 
abaixo da litosfera. As rochas desta camada estão quase em ponto de fusão, 
apresentando mais resistência à medida que aumenta a profundidade e tem 
aproximadamente 300 km.
Abaixo da astenosfera temos a manto inferior formado principalmente pelos 
minerais silicatos de ferro e magnésio fundidos e de grande plasticidade. Esta 
camada tem aproximadamente 2.900 km e envolve o núcleo (SUERTEGARAY, 2003).
Você verá muito a aplicação 
do conceito densidade. 
Em física, a densidade de 
um corpo (ou objeto) é a 
razão entre sua massa e 
seu volume. Uma relação 
interessante são objetos 
com a mesma forma e 
mesma dimensão, mas 
feitos com materiais 
diferentes, possuindo 
massas e densidades 
diferentes. Um quilo de 
ferro ocupa o mesmo 
espaço de um quilo de 
algodão? Com certeza o 
algodão vai ocupar um 
espaço muito maior. 
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 35
2.2.3 Núcleo
É a estrutura mais interna da Terra com aproximadamente 3.500 km de raio. É 
constituído basicamente por ferro e níquel, como visto anteriormente. Este é 
dividido em núcleo interno, que é sólido e uma camada externa líquida, que 
esta em contato com o manto. 
2.3 Origem do planeta
Para entendermos por que nosso planeta é dividido em camadas precisamos 
começar a analisar a partir de sua formação. 
Nosso sistema solar (Sol, planetas, cometas, asteroides etc.) formou-se a partir 
de uma nebulosa (nuvem de gás e poeira cósmica).
É comum ter dúvidas em 
relação a este conteúdo, 
mas é importante que você 
entenda bem como estas 
camadas estão organizadas 
e suas características para 
compreender a dinâmica da 
tectônica de placas.
Figura 4 - Esquema sobre a organização das camadas crosta e manto superior
Fonte: da Autora
Aula 2 - O Planeta Terra36
Para formar planetas há duas grandezas fundamentais. Ação da gravidade e 
movimento rotacional.
Desde os primórdios a Terra apresenta um movimento rotacional. A presença 
desta grandeza desde o início da formação do sistema solar explica a forma 
esférica dos corpos e também a distribuição dos planetas, em torno do Sol, 
cada um com sua órbita específi ca. 
A força da gravidade existe em todo o universo e fez com que as partículas 
maiores (maior densidade) atraíssem as partículas menores, onde se iniciou 
um processo de acresção. Estes corpos começam a aumentar em volume, 
formando inicialmente protoplanetas, com alguns quilômetros de diâmetro 
(SUGUIO; SUZUKI, 2010). 
A maior parte da matéria da nebulosa acumulou-se na região central, que era 
extremamente quente, formando primeiro uma protoestrela, que depois se 
transformou em estrela, no caso, o Sol.
Os protoplanetas (ainda não podem ser considerados planetas verdadeiros) 
aumentaram gradativamente em volume, a altas temperaturas. Acredita-se 
que esses elementos tenham demorado centenas e até milhares de anos para 
resfriar. Então, imagine nosso planeta como uma imensa bola de fogo.
Figura 5 - Imagem da nebulosa de Lagoon, também conhecida 
como M8, está localizada na constelação de sagitário
Fonte: NASA
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 37
Quando começou o resfriamento, iniciou-se internamente a divisão em 
camadas. Os elementos químicos mais densos e, consequentemente, mais 
pesados migraram para o centro do planeta, por isso, temos um núcleo 
metálico composto principalmente por ferro e níquel. Os compostos menos 
densos, como os silicatos formaram o manto e os menos pesados na periferia, 
formando a crosta.
Figura 6 - Esquema resumindo os eventos para a formação de planetas
Fonte: da Autora
2.4 Como conhecer o interior da Terra se não podemos 
chegar até lá?
O escritor Júlio Verne, famoso por seus trabalhos que envolvem fi cção 
científi ca, lançou seu livro Viagem ao Centro da Terra em 1864. O autor criou 
um submundo fantástico na narrativa de seus personagens em uma incursão 
ao núcleo do planeta, descrevendo fl orestas de cogumelos, homens primitivos 
e monstros da pré-história. Apesar de fascinante, sabemos que o interior da 
Terra não pode ser habitado por qualquer forma de vida devido às condições 
extremas, como temperatura e pressão. Mesmo assim, como veremos mais 
adiante, a dinâmica interna infl uência muito a vida dos habitantes da superfície. 
Sabemos que a Terra é dividida em camadas. Também temos informaçõessobre a espessura das camadas. Mesmo o homem não tendo acesso direto a 
estas camadas, muitas das informações podem ser obtidas de forma indireta, 
através de alguns mecanismos, como veremos a seguir.
Aula 2 - O Planeta Terra38
2.4.1 Sismologia
Estuda a propagação das ondas sísmicas originadas dos terremotos. Quando 
acontecem os terremotos a energia liberada é sentida como tremores, que 
podem ser sentidos a grandes distâncias do ponto de origem, conhecido 
como hipocentro. É necessário um meio físico para que essa energia, que é 
transmitida por ondas, se propague. 
Quando estudamos as camadas que compõe a Terra observamos que cada 
uma tem suas características próprias. Sendo assim as ondas se comportam 
de forma distinta quando atravessam uma camada para outra, alterando 
velocidade e direção, quando há mudanças químicas ou físicas no meio 
(TEIXEIRA et al., 2000). 
As ondas sísmicas podem ser verticais (tipo P) e horizontais (tipo S) e sua 
velocidade de propagação varia de acordo com o tipo e dureza das rochas. 
As ondas verticais são transmitidas através de qualquer material, enquanto as 
horizontais são absorvidas pelos fluidos. 
O aparelho que mede as condições de propagação é o sismógrafo. Existem 
várias estações sismográficas no mundo, assim quando há um terremoto em 
algum lugar, somam-se várias informações sobre intensidade e o ponto de 
origem do tremor. 
As descontinuidades
O estudo de ondas sísmicas permite avaliar, por exemplo, quando termina 
a camada crosta (seja continental ou oceânica), e inicia o manto. Como 
essas camadas apresentam composição química distinta à velocidade de 
propagação neste ponto muda de 6,8 - 7,2 km/s para 8,0 - 8,2 km/s, assim, neste 
ponto, encontramos uma descontinuidade conhecida como de Mohorovicic 
ou Moho, em homenagem ao cientista que a descobriu. A cada limite entre 
camadas definimos uma descontinuidade pelos mesmos princípios (SUGUIO; 
SUZUKI, 2010).
Nos estudos de física, 
analisamos as ondas como 
perturbação ou abalo 
que se propaga no meio, 
transportando somente 
energia, sem transporte 
de matéria. O fenômeno 
de propagação, as ondas 
podem encontrar barreiras 
e sofrer reflexão ou refração. 
Na refração a onda continua 
se propagando, porém com 
diferença de velocidade e 
direção.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 39
As empresas de prospecção 
utilizam o conhecimento 
da sísmica para avaliar as 
características das rochas 
que estão em subsuperfície 
e identifi car possíveis 
fontes de petróleo, ou 
outro recurso mineral. São 
utilizadas ondas artifi ciais 
produzidas por detonação 
de explosivos, por exemplo.
2.4.2 Planetologia comparada
No início de 2013 um meteoro caiu na Rússia e chamou atenção do mundo 
pelos danos estruturais e físicos causados na cidade de Tcheliabinsk. Mais de 
mil pessoas fi caram feridas. Apesar do susto, este é um fenômeno comum na 
história da Terra. 
Posteriormente, houve uma verdadeira caça aos fragmentos deste meteoro. 
Figura 7 - A descontinuidade de Mohorovicic
Fonte: da Autora
Determina o fi m da crosta e 
início do manto
Figura 8 - Cientistas procuram fragmentos do meteoro que caiu na Rússia
Fonte: http://www.primeirahora.com.br/noticia
Corpos celestes que chegam ao nosso planeta trazem informações importantes 
sobre a Terra. Devemos lembrar que todos os elementos do nosso sistema 
solar têm a mesma idade e formaram-se por um mesmo processo, como vimos 
anteriormente (a partir de uma nebulosa há 4.6 milhões de anos). 
Aula 2 - O Planeta Terra40
Entre os planetas de Marte e Júpiter temos o conhecido Cinturão de Asteroides. 
Esses corpos celestes são associados a um planeta que provavelmente, por um 
impacto muito forte, foi fragmentado. Quando um desses fragmentos chega 
até a atmosfera terrestre chama-se meteoro (as conhecidas estrelas cadentes) 
e quando colidem com a superfície terrestre são denominados meteoritos. Se 
os meteoritos são compostos somente por metal podemos associar que fazia 
parte do núcleo do planeta que se fragmentou, que como a Terra apresentava 
núcleo metálico. 
Analisar a estrutura e composição dos demais elementos que formam o 
sistema solar traz uma série de informações sobre nosso planeta.
2.5 As placas tectônicas
Se observarmos o Mapa Mundi veremos que a superfície terrestre é toda 
entrecortada e que essas peças se encaixam como um quebra-cabeça. 
Algumas peças apresentam limites nos fundos oceânicos, como mostra a 
fi gura a seguir. Essas peças são as placas tectônicas.
Figura 9 - Mapa Mundi
Fonte: NASA
A fi gura ao lado está 
mostrando os limites 
das placas tectônicas os 
pontos em amarelo indica 
atividades sísmica e os 
triângulos em vermelho 
indicam atividade 
vulcânica.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 41
2.5.1 A teoria da Deriva Continental 
Alfred Wegener foi um meteorologista alemão que em 1915 propôs ao meio 
científi co a teoria da Deriva continental. Basicamente, a proposta explicava 
que há 180 milhões anos todos os blocos continentais estavam unidos em 
uma única massa denominada Pangea, que posteriormente se fragmentou 
em pequenos continentes que se deslocaram em direção oeste ou para o 
equador até apresentar a confi guração atual.
Wegener fundamentou sua teoria no contorno dos continentes, principalmente 
América do Sul e África, que apresentavam um encaixe como um quebra 
cabeça. Também registrou a presença de fósseis de alguns organismos que 
são encontrados em continentes distintos e que só poderiam ser explicados 
se estes blocos um dia estivessem unidos. Wegener também descreveu 
evidências geomorfológicas e paleoclimáticas.
Fósseis são restos ou 
evidências da presença 
de organismos que foram 
soterradas e passaram por 
um processo de fossilização 
(petrifi cação), garantindo a 
preservação nas rochas. São 
encontrados inseridos nas 
rochas do tipo sedimentar.
Figura 10 - Encaixe dos continentes observados por Alfred Wegener
Fonte: Mazing, P. C. 2012
Apesar de todas as evidências coerentes apresentadas pro Wegener, o 
pesquisador não conseguiu explicar como uma massa tão rígida quanto os 
continentes deslizaria sem se fragmentar sobre os oceanos. Que forças seriam 
capazes de promover este deslocamento? 
Sem respostas, Wegener acabou desacreditado e sua teoria esquecida até a 
década de 60.
Aula 2 - O Planeta Terra42
2.5.2 A teoria da Tectônica de placas
Durante a segunda guerra mundial houve uma necessidade de conhecer o 
fundo oceânico para o deslocamento mais efi ciente de submarinos, assim 
foi vislumbrado em relevo muito acidentado, com verdadeiras cadeias de 
montanhas submersas (conhecidas como Dorsais Mesoceânicas) e intensa 
atividade térmica e sísmica. Essa e outras evidências retomam na década de 
60 as propostas de Wegener, assim, a antiga teoria da Deriva continental é 
reformulada como teoria da Tectônica de Placas.
Essa teoria afi rma que a superfície terrestre é fragmentada em sete grandes 
placas e outras menores. Cada uma dessas é uma placa tectônica. Os limites 
dessas placas não necessariamente coincidem com as bordas dos continentes.
As placas podem ser constituídas por crosta continental e crosta oceânica, em 
proporções variáveis e se deslocam a uma velocidade de alguns centímetros 
por ano (2-7 cm/ano em média).
Essas placas deslizam sobre a Astenosfera, em função das células de convecção que 
se formam nesta região do manto. À medida que as correntes de convecção levam 
os materiais mais quentes para cima, perto da base da litosfera, há a movimentação 
em sentido lateral do material mais frio. Na proporção que o material se desloca, 
lateralmente, para depois descer, ele entra em atrito com as placas da litosfera rígida, 
em sua parte inferior, levando-as ao movimento (POPP, 1999).
Exemplos de correntes 
de convecção podem ser 
encontrados em fenômenos 
naturais. Por exemplo, o 
deslocamento de massas 
de ar que geram ventos 
e correntes dear. O ar se 
aquece em contato com 
o mar ou continente, 
aquecido o ar é menos 
denso, assim tende a subir 
(o mesmo princípio que 
faz o balão subir). Quando 
essa massa de ar sobe o 
ar frio ocupa o espaço 
deixado pela massa de ar 
aquecido. O ar frio, então, 
também será aquecido e, 
assim temos um processo 
contínuo. 
O mesmo princípio forma 
as correntes oceânicas. Figura 11 - Correntes de convecção que movimentam as placas tectônicas
Fonte: Decifrando a Terra (TEIXEIRA et al, 2009)
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 43
2.5.3 De que são formadas as placas tectônicas
Como vimos anteriormente, as placas tectônicas estão na superfície e podem ser 
constituídas por crosta continental e crosta oceânica. Assim temos defi nido que 
a crosta faz parte das placas. Também faz parte da placa a parte mais superior e 
mais rígida do manto, que está em contato direto com a crosta. A junção dessas 
duas estruturas (crosta + camada superior do manto) forma a litosfera. 
A litosfera apresenta espessura entre 60 e 150 km, com maior espessura nos 
continentes e mais delgada nos oceanos.
2.5.4 Os limites das placas tectônicas
As bordas das placas tectônicas são áreas de intensa atividade geológica 
e tectônica, onde podemos encontrar terremotos, vulcões, cadeias 
montanhosas e fossas submarinas. Todas essas estruturas estão relacionadas 
à movimentação das placas.
Esses limites podem ser divergentes, quando duas placas estão separando e há 
formação de crosta oceânica pela deposição de magma proveniente da astenosfera, 
que se solidifi ca rapidamente formando uma rocha ígnea chamada basalto. Nesses 
limites temos a formação das dorsais meso-ocêanica. Podemos dizer que o fundo 
oceânico é formado por acreção de magma (TEIXEIRA et al., 2000).
Este tópico reforça o que foi 
comentado anteriormente. 
Na tectônica de placas 
os continentes são como 
passageiros em cima de 
um barco, este barco é a 
litosfera. 
A separação entre a 
península Arábica e o 
Continente Africano.
Figura 12 - Limite divergente
Fonte: Manzig, P. C, 2012
Aula 2 - O Planeta Terra44
Os limites convergentes acontecem quando há colisão entre duas placas. 
Nesse tipo de limite há observa-se a subducção da placa mais densa sob a outra 
placa, formando as fossas submarinas. A placa que submerge será consumida, 
degradada e incorporada novamente a astenosfera. Também nesse tipo de 
limite podemos observar o surgimento de cadeias de montanhas (Orogênese).
Figura 13 - Exemplo de limite convergente
Fonte: Manzig, P. C, 2012
Temos também os limites conservativos. Não há formação de crosta, nem 
destruição. As placas com esse contato deslizam de forma paralela uma contra 
outra. Esse atrito gera intensa atividade sísmica.
A Índia já foi um bloco 
isolado que se deslocou 
e chocou-se com a Ásia. 
Deste choque formou-se a 
Cordilheira do Himalaia.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 45
Figura 14 - Os limites entre placas litosféricas
Fonte: Adaptado de Manzig, P. C, 2012
Se você tem um 
tempo livre e gosta de 
assistir documentários, 
recomendamos o vídeo, que 
apresenta a primeira parte 
de um documentário da 
BBC. Você vai se surpreender 
como a geologia pode 
ser fascinante. http://
www.youtube.com/
watch?v=Ys_4gUNj5QQ
 
2.5.5 A dança dos continentes e os seres vivos
O processo de deslocamento das placas tectônicas é contínuo. Daqui a 
milhões de anos todos os continentes atuais irão se fundir e formar um 
supercontinente como aconteceu algumas vezes na história do planeta. Para 
na sequência, fragmentar-se novamente. Essa é a dança dos continentes. 
Ao longo deste processo, a paisagem da superfície modifi ca-se em resposta 
a estas variações. Surgem barreiras geográfi cas para os organismos, como 
montanhas instransponíveis para algumas espécies. Também, pode acontecer 
o contrário. Os blocos continentais separados podem ligar-se por pontes 
de terra, a exemplo da América Central, e permitir a troca faunística entre 
comunidades biológicas antes isoladas. Oceanos podem surgir, assim como 
desaparecer. Rios e lagos também. 
Aula 2 - O Planeta Terra46
Nosso planeta apresenta indícios de vida há pelo menos 3,5 bilhões de anos. 
Como será que as espécies biológicas podem responder a essas alterações? 
Devemos lembrar que estes processos são lentos, quase imperceptíveis quando 
comparamos com a nossa escala de vida humana. Veja esta comparação. Se 
considerarmos que o tempo transcorrido desde o surgimento da vida no 
planeta seja, o equivalente ao tempo de um ano do nosso calendário, nossa 
espécie (humana) surgiu na Terra no início da noite do dia 31 de dezembro. 
Interessante, não é? 
O ser humano está há pouco tempo neste planeta. Há todo um histórico de 
registro de vida que se relaciona, diretamente, com as mudanças pelo qual o 
planeta passou e, ainda, vai passar.
O registro fóssil oferece inúmeros exemplos de espécies que estiveram aqui, 
mas foram extintas. Provavelmente, não conseguiram se adaptar às mudanças. 
Como por exemplo, dinossauros, grupo dominante ao longo do Mesozoico 
(ver Figura 3 da aula 1), hoje são objetos de estudo relacionados diretamente 
com o passado. 
Será que o homem conseguirá com toda sua tecnologia, se manter neste 
planeta mesmo com todas as modificações que a própria ação antrópica está 
causando? 
Quão inteligente é nossa espécie quando ela danifica sua própria casa e fonte 
de alimento?
São questões para refletirmos.
2.6 Os processos geológicos sobre o Meio Ambiente
Podemos distinguir dois tipos de processos geológicos, os de sub-superfície, 
relacionados à dinâmica interna da Terra e os de superfícies, que modelam as 
paisagens através de agentes de outras esferas como a água, os ventos, gelo 
etc., lembrando novamente a constante interação entre todas as esferas. 
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 47
A fi gura apresenta as cinzas 
vulcânicas lançadas na 
atmosfera pela erupção 
do vulcão islandês 
Eyjafj allajökull. Este evento 
fechou aeroportos da 
Europa e Norte da África 
em 2010.
Nos tópicos anteriores desta aula foi discutido um pouco sobre a dinâmica 
interna da Terra. Vamos, agora, ilustrar alguns tipos de acidentes geológicos 
que têm muita infl uência na vida dos seres humanos.
2.6.1 Vulcanismo
Constitui-se de um processo que envolve atividades de sub-superfície e 
superfície. O material que constitui o manto pode chegar à superfície por 
fi ssuras e fendas ou erupção central (vulcões) na crosta e extravasar a lava, 
gases e cinzas na superfície. A lava resfria rapidamente em contato com o ar.
Erupções em áreas submersas podem formar ilhas vulcânicas, como o 
arquipélago do Havaí ou Fernando de Noronha.
Atualmente, vulcões ativos têm monitoração constante para evitar desastres 
como o que ocorreu na Ilha da Martinica no dia 8 de maio de 1902, quando 
o vulcão do Monte Pelée entrou em erupção e matou todos os moradores da 
ilha, com exceção de um único sobrevivente. 
Mesmo com o índice pequeno de mortes pequeno, graças à monitoração, 
alguns casos recentes de atividade vulcânica têm causado transtornos. Como 
as erupções podem lançar um grande número de cinzas na atmosfera e as 
correntes de ar podem transportar essas cinzas a grandes distâncias, é comum 
nestes casos o fechamento de aeroportos de várias regiões, difi cultando a 
circulação de aeronaves.
Figura 15 - Cinzas vulcânicas
Fonte: NASA
Aula 2 - O Planeta Terra48
No Brasil não temos vulcões ativos, porém há registros geológicos de atividade 
vulcânica no passado, preservados como rochas vulcânicas (veremos alguns 
exemplos na aula 4). 
2.6.2 Terremotos
Vimos um pouco sobre atividade sísmica. Os terremotos são causados pela 
liberação repentina de energia acumulada nas placas tectônicas por esforços 
do deslocamento. Podem apresentar variação de intensidade, duração e 
frequência (SUGUIO; SUZUKI, 2010). 
É comum registros de grandes números de mortesassociadas a abalos 
sísmicos. Denominamos epicentro as projeções laterais do abalo que se 
propagam em todas as direções a partir do hipocentro, que é o ponto de 
origem do terremoto.
O cinturão de fogo do Pacífi co é conhecido como uma faixa de intensa 
atividade sísmica relacionada às atividades geológicas de limites de placas 
tectônicas seja limites convergentes, divergentes ou conservativos.
Apesar do Brasil não estar localizado em bordas de placas tectônicas, há alguns 
registros de abalos de baixa intensidade. Estes são associados a esforços 
intraplacas (falhas que se formam nas placas durante seu deslocamento), que 
são menos frequentes, menos intensos e em geral relacionados a reativação 
de falhas muito antigas da crosta.
Figura 16 – Terremoto na Amazônia
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias
Um tremor de 6,2 graus 
de magnitude ocorreu em 
2007 próximo a cidade 
de Cruzeiro do Sul, no 
Acre. O Observatório de 
Sismologia da Universidade 
de Brasília (UnB) informou 
que o hipocentro foi a 
grande profundidade, 600 
quilômetros, não tendo 
grandes consequências.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 49
2.6.3 Escorregamentos
São descidas rápidas do solo ou massas de rochas decompostas, em geral por 
efeito da gravidade em estruturas inclinadas. Pode acontecer em minutos e 
prolongar-se por algumas horas.
Além da ação natural da gravidade, alguns fatores infl uenciam este processo 
como a própria declividade do terreno, o tipo de rocha da encosta, a cobertura 
vegetal, o clima, e a intensidade das chuvas.
São acidentes geológicos comuns no Brasil. Comumente vemos nos jornais 
casos de mortes em períodos chuvosos que envolvem esta situação. É função 
da defesa civil coibir a construção em áreas de risco, assim como determinar a 
retiradas das famílias que já estejam estabelecidas nestas áreas.
Figura 17 - Casas em áreas de risco na cidade de Manaus, estado do Amazonas
Fonte: http://www.portalamazonia.com.br/editoria/atualidades
Aula 2 - O Planeta Terra50
Resumo
Nesta aula analisamos a composição do planeta Terra. Também estudamos 
que a Terra que está estruturada em camadas, assim como as características 
físicas e químicas que influenciaram essa divisão em crosta, manto e núcleo. 
Analisando o fenômeno da tectônica de placas podemos ver que o planeta 
internamente não é estático. Apesar de estes eventos serem extremamente 
lentos, podendo durar milhões de anos. E as mudanças continuam, 
influenciando todo o relevo na superfície terrestre, pois a tectônica influência 
o surgimento de montanhas, aberturas de oceanos, formação de rios, lagos 
etc.
A tectônica de placas também interfere na vida de populações humanas 
quando ocorrem os acidentes geológicos, como terremotos e vulcões, que 
são respostas diretas das atividades internas do planeta.
 
 Atividade de aprendizagem
1. Faça um desenho, esquematizando todas as camadas que compõe o 
planeta Terra. Não esqueça de incluir em seu esquema a diferenciação 
entre crosta continental e crosta oceânica e de definir a litosfera.
2. Na América do Sul temos uma feição geomorfológica formada a partir 
do choque entre placas que são a Cordilheira dos Andes. Pesquise qual 
a relação entre os Andes e o rio Amazonas.
3. Defina como o estudo das ondas sísmicas auxilia na interpretação das 
camadas internas da Terra.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 51
Referências
POPP, José Henrique. Geologia Geral. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999.
SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes (Org.). Terra feições ilustradas. Porto 
Alegre: Editora da UFRGS, 2003.
SUGUIO, Kenitiro; SUZUKI, Uko. A evolução Geológica da Terra e a fragilidade 
da vida. São Paulo: Editora Blucher, 2010. 
TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, Maria Cristina M.; FAIRCHILD, Thomas Rich de (Org.). 
Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 53
Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas
Objetivos
•	 Diferenciar minerais e rochas;
•	 Reconhecer a importância de rochas e minerais como fonte de recur-
sos naturais;
•	 Definir o conceito de ciclo das rochas.
“Planeta Terra, conhecer para preservar”
Autor desconhecido
Minerais e rochas são elementos constituintes da superfície terrestre. 
Apresentam características e propriedades diversas. E têm muita importância 
para as atividades humanas na superfície. A origem destes elementos está 
diretamente relacionada à dinâmica interna que estudamos na aula anterior.
3.1 O que são minerais?
São elementos ou compostos inorgânicos, encontrados naturalmente na 
crosta terrestre, em estado sólido (com exceção do elemento mercúrio). 
Os elementos puros ou nativos são formados por um único elemento químico, 
como o ouro, a prata, o carbono e o cobre. Os compostos são formados pela 
Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas54
combinação de mais de um elemento. Na Terra o maior grupo de minerais são 
os conhecidos como silicatos (TEIXEIRA et al., 2000). 
A água apresenta uma série de características dos minerais, porém, a 
temperatura e pressão ambiente se encontram em estado líquido, não sendo, 
portanto um mineral. 
Você já deve ter ouvido falar que em nosso corpo existem estruturas 
mineralizadas, que são nossos ossos e dentes. Essa condição também é 
observada em outros seres vivos, como animais que formam conchas, por 
exemplo. Substâncias que têm origem por atividades ou processos biológicos 
(animal ou vegetal), a exemplo do carvão mineral, o âmbar (resina vegetal), 
marfi m, pérola, petróleo são denominados pelos geólogos de mineralóides. 
Conhecendo as características dos minerais o homem conseguiu produzir 
substâncias similares, porém, artifi ciais, em laboratório. Apesar de 
apresentarem propriedades similares essas substâncias sintéticas não são 
consideradas minerais. Assim, é possível adquirir diamantes, safi ras, rubis e 
outras gemas a um preço inferior que as gemas naturais (POPP, 1999).
São conhecidas cerca de 5.000 espécies minerais no mundo. Aproximadamente 
50 são comuns na superfície terrestre. Como vimos anteriormente, a maior 
ocorrência é do grupo dos silicatos. 
Os dois minerais mais comuns são o quartzo, que pode formar cristais bem 
desenvolvidos e é muito resistente ao intemperismo e o feldspato, que é 
menos resistente às intempéries quando comparado ao quartzo.
Alguns autores consideram 
o gelo formado de forma 
natural (nas calotas polares) 
como mineral, pois nessas 
condições o elemento água 
preenche as características 
da defi nição de um mineral.
Figura 1 - Minerais mais comuns na superfície
Fonte: http://www.dicionario.pro.br
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 55
Podemos encontrar os minerais compondo materiais inconsolados como os 
solos, as areias de uma praia ou de um rio, ou consolidados, compondo as 
rochas. 
Veja abaixo alguns exemplos de minerais: 
Figura 2 - Minerais formados por um único elemento químico ou compostos por mais de 
um elemento
Fonte: CPRM, Dicionário livre de geociências e Museu DPM (UNESP, 2011)
3.1.1 Propriedades dos minerais 
A maioria dos minerais apresenta composição química defi nida e propriedade 
morfológicas e físicas características. O conjunto de propriedade de um 
mineral o identifi cam e o classifi cam.
Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas56
háBITO CRISTAlInO
Uma das propriedades dos minerais é apresentar estrutura cristalina defi nida, 
ou seja, os átomos que formam o mineral apresentam organização defi nida, 
formando uma estrutura geométrica, tridimensional. A organização dos 
átomos defi ne a forma do mineral.
Veja este exemplo: diamante e grafi te são dois minerais formados somente pelo 
elemento químico carbono. Porém, apresentam estrutura cristalina diferente. 
Assim temos duas substâncias distintas com propriedades especifi cas. Neste 
caso dizemos que são minerais polimórfi cos.
Figura 3 - Duas diferentes organizações dos átomosdo carbono, 
formando dois minerais diferentes diamante e grafi te
Fonte: Dicionário livre de geociências, AnO 
Esses minerais apresentam 
propriedades diferentes.
ClIvAGEM
Outra propriedade física dos minerais é a clivagem. Também é refl exo da 
estrutura cristalina interna do mineral. É a forma como os minerais quebram 
segundo planos da sua estrutura molecular interna. Se sofrer um impacto o 
mineral pode se quebrar em superfícies planas e lisas. 
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 57
DuREzA
A dureza é uma propriedade física que os minerais apresentam. É a propriedade 
que o mineral tem de riscar a superfície de outro mineral. Utilizamos a escala 
de Mohs para avaliar o grau de dureza de um mineral, sendo que o mais duro 
é o diamante, que risca todos os outros minerais e o talco, o de menor dureza, 
é riscado por todos os outros.
Essa característica é importante para definir a utilidade e uso de determinado 
mineral. Por exemplo, existem diversos tipos de revestimento que podem 
ser utilizados em uma casa, alguns são recomendados para áreas de intensa 
circulação de pessoas, outros não. A resistência do material utilizado depende 
das propriedades do mineral do qual ele é feito.
Tabela 1 - Escala de Mohs
Material Dureza
Materiais que não são minerais, mas podem ser utilizados 
para avaliar grau de dureza de um mineral.
Talco 1
Gesso 2 Unha grau de dureza 2,5
Calcita 3
Fluorita 4
Apatita 5 Vidro grau de dureza 5,0; 5,5
Ortoclásio 6 Canivete grau de dureza 6,0; 6,5
Quartzo 7
Topázio 8
Coríndon 9
Diamante 10
Fonte: da Autora
COR
A cor é um elemento a mais para identificar e classificar um mineral. Se houver 
impurezas a coloração original pode ser alterada. Um mineral muito comum é 
o quartzo, que pode ser incolor, branco, cinza, amarelo, rosa e roxo.
A cor é um caráter importante para o valor comercial de pedras preciosas 
como rubi, esmeralda etc.
BRIlhO
O caráter brilho de um mineral depende da sua capacidade de absorção, 
reflexão ou refração da luz. São usadas algumas expressões para definir o 
brilho,  vítreo (para semelhante ao vidro), perláceo (semelhante à pérola), 
graxo ou gorduroso (semelhante às substâncias gordurosas), sedoso (como o 
brilho da seda); adamantino, brilho similar ao diamante. 
Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas58
MAGnETISMO
Alguns minerais podem ser atraídos por ímã: são a pirrotita e a magnetita. 
Outros minerais apresentam propriedade magnética menos intensa, sendo o 
caso do manganês, níquel etc.
Tabela 2 - Principais grupos de minerais
Grupo Exemplos
Elementos nativos Diamante C, Ouro Au 
Sulfetos Pirita FeS2
Óxidos e hidróxidos Hematita Fe2O3, Gibbsita Al(OH)3
Halóides Halita NaCl, Fluorita CaF2
Carbonatos Calcita CaCO3
Sulfatos Barita BaSO4 
Fosfatos Apatita Ca5(PO4)3OH
Silicatos Quartzo SiO2
Fonte: da Autora
Os estudos em mineralogia são extensos, os conceitos abordados nesta aula 
apresentam a você apenas uma parte de toda a diversidade encontrada no 
reino mineral. Existem manuais de mineralogia para quem quiser se aprofundar 
no assunto. 
3.1.2 Formando cristais e gemas
Cristais
Quando um mineral apresenta na sua forma externa a mesma organização 
tridimensional da organização de seus átomos (habito cristalino) este mineral 
é conhecido como cristal. Assim podem ter a forma de agulha, um prisma, um 
paralelepípedo, um cubo, um octaedro etc. 
Neste site você encontrará 
uma versão divertida sobre 
os conceitos que envolvem 
um mineral através da 
história de cinco pedrinhas 
diferentes http://www.
ofitexto.com.br/5pedrinhas/
links.htm
 
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 59
O cristal se forma quando o mineral encontra ambientes com as condições 
físicas ideais, assim os átomos se organizam em forma tridimensional 
lentamente. Cristais perfeitos são muito raros.
Gemas
As gemas são caracterizadas pela beleza, durabilidade e raridade, sendo 
termos mais adequados para as chamadas pedras preciosas e semipreciosas. 
Existem materiais sintéticos que apresentam as mesmas propriedades, porém, 
com menor valor de mercado. Para valor de mercado são utilizados os critérios 
cor, limpidez, lapidação e peso. A lapidação é um processo criterioso que 
envolve técnicas específi cas que valorizem as características naturais da gema. 
Figura 4 - Etapas do processo de lapidação de uma gema
Fonte: http://www.lapidart.com.br
3.1.3 Recursos Minerais
Recursos minerais qualifi cam materiais de origem mineral que efetivamente 
possam ser utilizados pelo ser humano. Podem ser a rochas e seus constituintes, 
os minerais. Quando um mineral ou rocha apresenta interesse econômico 
usa-se a designação minério. O material que é extraído da jazida associado ao 
mineral, mas que não tem valor econômico é chamado de ganga. A exploração 
destes recursos se dá pela atividade de mineração.
Para saber mais visite 
o museu virtual de 
mineralogia da Universidade 
Estadual Paulista
http://www.rc.unesp.br/
museudpm/
 
Aula 3 - Caracterizando minerais e rochas60
Na mineração utilizamos a divisão dos minerais em metálicos (ex: cobre, ferro, 
alumínio, prata, zinco etc.) e não metálico (areia, argila, calcário etc.).
O uso de minerais tem grande importância para o desenvolvimento 
tecnológico. A humanidade faz uso de minerais desde a idade da pedra 
lascada. 
Vamos pensar um pouco? Olhe ao seu redor? Quais elementos que usamos no 
nosso dia a dia tem origem nos minerais?
A alta produção na agricultura depende da riqueza do solo em minerais.
O diamante é utilizado para cortes de elementos que exigem alta precisão.
Todo ser vivo precisa de minerais para suas funções vitais, e é a partir dos 
minerais que a humanidade conseguiu construir esta sociedade industrial na 
qual vivemos, baseada na transformação das matérias naturais. 
Tabela 3 - Utilidade de algumas substâncias minerais
Metálicos
Ferrosos Ferroligas
Ferro, manganês, cromo, molibdênio, 
níquel, cobalto e vanádio
Não ferrosos
Básicos Cobre, chumbo, zinco e estanho
Leves Alumínio, magnésio, titânio e berílio
Preciosos Ouro, prata e platina
Raros Berílio, césio e lítio
não metálicos
Materiais de construção Areia, cascalho, rochas industriais e brita
Materiais para indústria química Enxofre, fluorita, sais, pirita e cromita
Fertilizantes Fosfato, potássio e nitrato
Cimento Calcário, argila e gipsita
Cerâmica Argilas, felsdspato e sílica
Refratários Cromita, Magnesita, argilas e sílica
Abrasivos Córindon, diamante, granada e quartzito
Isolantes Amianto e mica
Fundentes Carbonatos e fluorita
Pigmentos Barita, ocre e titânio
Gemas Diamante, rubi e turmalina
Fonte: Adaptado de Teixeira et al., 2000 (Decifrando a Terra)
O Brasil é um grande exportador de minério de ferro, bauxita, rochas 
ornamentais, manganês, caulim, amianto, diamante e magnesita. Porém, 
ainda é dependente de outros países para obter outros recursos como carvão 
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 61
mineral, cobre, fertilizante potássico, enxofre, gás natural, fosfato, titânio e 
chumbo (TEIXEIRA et al., 2000).
Tabela 4 - Principais produções minerais brasileiras
Bem mineral Produção (103t) Produção mundial (%) Posição
nióbio (nb2O5) 26,0 92,9 1
Ferro 186.700,0 18,1 2
Manganês 956,0 12,5 4
Magnesita calcinada 295,0 10,4 3
Alumínio (bauxita) 11.671,0 9,9 4
Amianto (fibra) 208,0 9,1 5
Estanho 18,0 9,0 4
Caulim 1.280,0 6,7 3
Talco 452,0 5,5 6
vermiculita 23,0 5,3 4
Cal 6.469,0 5,2 6
Grafita 27,0 4,8 4
Fonte: Adaptado de Teixeira et al., 2000 (Decifrando a Terra)
A atividade de mineração é um fator básico para o desenvolvimento de um 
país, seja pela questão econômica, seja pelos benefícios que pode trazer para 
o bem estar da população. Porém, a mineração causa um impacto ambiental 
considerável, alterando intensamente a área minerada e as áreas vizinhas, 
onde é depositada a ganga. Também está associada à mineração a presença 
de substâncias químicas nocivas utilizadas nos processos de beneficiamento

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