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CREDITO RURAL E SEGURO AGRÍCOLA

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CREDITO RURAL E SEGURO AGRÍCOLA
1. Definição e diferenciação
O crédito rural é regido pela Lei nº 4.829/65 e consiste em financiamento destinado ao segmento rural, utilizado principalmente nas atividades agropecuárias. As verbas podem ser direcionadas a diversas finalidades à critério dos beneficiários, obedecendo as condições e como investimento em novos equipamentos, animais ou custear matéria prima para o cultivo, desde que obedeçam às condições estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR)[footnoteRef:1] e na legislação específica. [1: Guia do Crédito Rural – CNA. Triênio 2014-2017, versão online. Disponível em: <https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/bibliotecas/guia_do_credito_rural_versaoonline.pdf> Acesso em 02 de setembro de 2021.] 
Os objetivos constantes no referido manual são: estimular os investimentos de produtores rurais e suas cooperativas; favorecer o custeio e a comercialização da produção em época oportuna; fortalecer o setor rural; incentivar a adoção de novas tecnologias no setor rural e o aumento da produtividade; viabilizar a aquisição e a regularização de terras pelos pequenos produtores; estimular a geração de renda e o melhor uso da mão de obra familiar; dentre outros mencionados no art 3º do diploma legal anteriormente mencionado[footnoteRef:2]. [2: Art. 3º São objetivos específicos do crédito rural: I - estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para armazenamento beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários, quando efetuado por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural; II - favorecer o custeio oportuno e adequado da produção e a comercialização de produtos agropecuários; III - possibilitar o fortalecimento econômico dos produtores rurais, notadamente pequenos e médios; IV - incentivar a introdução de métodos racionais de produção, visando ao aumento da produtividade e à melhoria do padrão de vida das populações rurais, e à adequada defesa do solo;
] 
Suas finalidades poderão ser de custeio, investimento, comercialização ou de industrialização. O crédito de custeio serve para cobrir despesas ordinárias dos ciclos produtivos, enquanto o de investimento tem como função a aplicação em bens ou serviços que serão utilizados em vários períodos de produção.
O crédito de comercialização é destinado a viabilização ao produtor de recursos necessários à comercialização de seus produtos no mercado, enquanto o de industrialização se destina ao que o próprio nome explica, sendo utilizado para garantir a industrialização dos produtos agropecuários.
Por outro lado, o seguro rural é instrumento de política agrícola destinado a outorgar proteção ao produtor contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos oriundos da natureza. É abrangente, cobrindo inclusive o patrimônio do produtor, seus produtos, o crédito para comercialização destes, seguro de vida e a atividade pecuária[footnoteRef:3]. [3: Guia Online de Seguro Rural, pelo SUSEP – versão online. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/seguros/seguro-rural>. Acesso em 01 de setembro de 2021.] 
O objetivo principal é oferecer coberturas que diluam ao máximo os possíveis riscos oriundos da atividade agrícola e agropecuária, atendendo também às necessidades do produtor e à sua produção, à sua família, à geração de garantias a seus financiadores, investidores, parceiros de negócios e demais interessados.
As modalidades do seguro rural são: agrícola; pecuário; aquícola; benfeitorias e produtos agropecuários; penhor rural; florestas; de vida do produtor rural; de cédula do produtor rural.
O principal e objeto de estudo no presente trabalho é o seguro agrícola, espécie de seguro rural, que cobre as explorações agrícolas contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos meteorológicos. Cobre basicamente a vida da planta, desde sua emergência até a colheita, contra a maioria dos riscos de origem externa, tais como, incêndio e raio, tromba d'água, ventos fortes, granizo, geada, chuvas excessivas, seca e variação excessiva de temperatura[footnoteRef:4]. [4: Ibidem.] 
Dentro das espécies de seguro dentro do seguro agrícola, temos o de custeio, que cobre a despesa de custeio da safra, do preparo do solo até o momento da colheita. Se a produção se perder, o produtor angaria recursos para o replantio ou, pelo menos, para manter-se na atividade. Ainda, o de produtividade física, que cobre a perda de produção, indenizando a diferença da produção na quantidade estimada entre o que consta na apólice e o efetivamente colhido.  
Já o seguro de renda diz respeito a perda de receita por hectare cultivado, sendo compreendida como a diferença entre a receita esperada e a receita realizada com a venda da produção. Fatores como produtividade da lavoura e preço do produto influem no resultado final, sendo dotados de fortes oscilações. 
Mas A diferença principal entre ambos institutos é que, enquanto o crédito rural se destina ao financiamento das atividades agropecuárias, o seguro agrário visa a conferir proteção financeira ao produtor rural nos casos em que sua plantação é afetada por eventos da natureza.
2. Agentes envolvidos
Conforme ditado pelo art. 4º da Lei nº 4.829/65, cabe ao Conselho Monetário Nacional disciplinar o crédito rural e estabelecer as normas operativas relacionadas aos seguintes tópicos: avaliação, origem e dotação dos recursos a serem aplicados no crédito rural; diretrizes e instruções relacionadas com a aplicação e controle do crédito rural; critérios seletivos e de prioridade para a distribuição do crédito rural; fixação e ampliação dos programas de crédito rural, abrangendo todas as formas de suplementação de recursos, inclusive refinanciamento.
	Já o art. 5º da mesma lei, outorga ao Banco Central da República do Brasil agir como órgão de controle, responsável por coordenar, dirigir, fiscalizar e cumprir as deliberações formadas pelo CMN referentes aos tópicos anteriores.
Há diversos agentes envolvidos, citados no art. 7º do diploma legal. Por oportuno, colaciona-se esquema obtido junto ao guia de crédito rural fornecido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA[footnoteRef:5], que ilustra parte dos envolvidos:
 [5: Guia do Crédito Rural – CNA. Triênio 2014-2017, versão online. Disponível em: <https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/bibliotecas/guia_do_credito_rural_versaoonline.pdf> Acesso em 02 de setembro de 2021.] 
	Como beneficiários, figuram o produtor rural, que pode ser pessoa física ou jurídica, a cooperativa de produtores rurais e a pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se enquadre dedique nas seguintes áreas: pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas/certificadas; pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões; prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para proteção do solo; prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; atividades florestais[footnoteRef:6]. [6: Crédito Rural, Guia online fornecido pelo Banco Central do Brasil. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/creditorural>. Acesso em 01 de setembro de 2021.] 
	Já no que concerne ao seguro, destaca-se a figura das seguradoras, resseguradoras e do Governo Federal. As seguradoras são beneficiárias da subvenção de governo, firmando contrato com os produtores e responsabilizando-se por parte do risco. Os resseguradores assumem parte desse risco, seja por contrato ou negociações facultativas, fornecendo seu know-how ao mercado interno.
	O governo federal tem papel de suma importância, sendo responsável pelo Programa de Subvenção do Prêmio do Seguro Rural (PSR), que paga parte do preço do seguro contratado pelos produtores nas seguradoras. A porcentagem oficial varia entre 20% e 40% do prêmio, conforme a modalidade do seguro e a cultura agrícola. 
 Consta no guia de seguros rurais lista demonstrando quais seguradoras estão devidamente habilitadas para atuarno PSR, dentre elas a Allianz, Mapfer, Fairfax entre diversos outros nomes[footnoteRef:7]. [7: Guia de Seguros Rurais – CNA, versão online. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/riscos-seguro/seguro-rural/publicacoes-seguro-rural/guia-dos-seguros-rurais>. Acesso em 02 de setembro de 2021.] 
Além disso, ressalta-se a figura do PROAGRO, que é “um programa do governo federal que garante o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola quando a lavoura amparada tiver sua receita reduzida por causa de eventos climáticos ou pragas e doenças sem controle. O Proagro tem como foco principalmente os pequenos e os médios produtores, embora esteja aberto a todos dentro do limite de cobertura estabelecido na regulamentação”[footnoteRef:8]. [8: PROAGRO - Programa de Garantia da Atividade Agropecuária: resumo de instruções para o beneficiário, versão online. Atualização nº 6, de 9 de agosto de 2021. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/proagro_docs/resumo_instrucoes_Proagro.pdf> Acesso em 02 de setembro de 2021.] 
Dentro deste programa, as instituições financeiras são responsáveis por fazê-lo funcionar, contratando e enquadrando os empreendimentos para se adequarem ao programa, bem como recepcionando as comunicações de perdas feitas pelo produtor e acionando peritos para auferi-las e calcular o valor das indenizações.
Já o Banco Central é o administrador do programa, responsável pelo pagamento das indenizações e repasse de recursos aos agentes.
3. Fontes
Em relação as fontes, no crédito rural faz-se necessário crédito concedido em condições diferenciadas, o que demanda fontes de recursos específicos. Tais recursos são divididos entre controlados e não controlados. Dentro dos controlados, subdividem-se entre obrigatórios e não obrigatórios.
Os recursos controlados assim se chamam, pois submetem-se a taxas definidas pelo governo federal, sendo que no caso dos obrigatórios, as instituições financeiras envolvidas são brigadas a aplicá-la nas operações envolvendo crédito rural. Dentre eles válido citar os depósitos à vista, a poupança rural e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). 
Além disso, há montante específico de recursos da instituição que devem ser aplicados em crédito rural nas instituições participantes, o chamado caráter de subexigibilidade, que englobam o direcionamento de recursos ao PRONAMP e PRONAF.
Os recursos não obrigatórios são os fundos constitucionais de financiamento regional, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e quaisquer recursos equalizados pelo governo federal, inclusive os administrados pelo BNDES[footnoteRef:9]. [9: BANCO CENTRAL DO BRASIL. MCR – Manual de Crédito Rural – versão online. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/mcr/manual/09021771806f48c9.html> Acesso em 03 de setembro de 2021.] 
Já os recursos não controlados, são todos os que tem as taxas definidas pelo mercado livremente, ao contrário dos controlados em que se aplica a taxa definida pelo governo federal.
No caso do seguro agrícola e rural, as fontes são as mencionadas no tópico anterior, quis sejam: as seguradoras, resseguradoras e o Governo Federal. As seguras e resseguradoras assumem parte do risco, custeando-os, sendo as primeiras beneficiárias da subvenção de governo.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. MCR – Manual de Crédito Rural – versão online. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/mcr/manual/09021771806f48c9.html> Acesso em 03 de setembro de 2021.
CNA. Guia de Seguros Rurais – versão online. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/riscos-seguro/seguro-rural/publicacoes-seguro-rural/guia-dos-seguros-rurais> Acesso em 03 de setembro de 2021.
CRESOL. Tudo que você precisa saber sobre o crédito rural. Disponível em: <https://blog.cresol.com.br/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-credito-rural/>. Acesso em 03 de setembro 2021.
TSS. Tudo sobre seguro rural. Disponível em: <https://www.tudosobreseguros.org.br/tudo-sobre-seguro-rural/> Acesso em 03 de setembro de 2021.
AIRES, Rafaella. Seguro Agrícola: tudo o que você precisa saber. Disponível em: <https://www.myfarm.com.br/seguro-agricola/>. Acesso em 03 de setembro de 2021.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito do agronegócio. 5. Rio de Janeiro Forense 2021 1 recurso online. ISBN 9786559640621.

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