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DIREITO CIVIL VI – SUCESSÕES PROFESSORA – CRISTINA RIPARDO CAMPUS TOM JOBIM Aula de 14/09/2021 Sucessões ➢ Constituição Federal – Art. 5º, incisos XXX e XXXI ➢ Codigo Civil /2002 – Arts. 1784 a 2027 ➢ CPC/2015 – Art. 48 e Arts. 610 a 745 RENÚNCIA DA HERANÇA Renúncia – é ato unilateral manifestado pelo herdeiro ou legatário renunciante, no sentido de abdicar, repelir, não aceitar o direito de receber a herança ou o legado. CARACTERÍSTICAS DA RENÚNCIA 1ª- O herdeiro renunciante é tratado como se nunca tivesse sido sucessor; 2ª- O efeito também, como na aceitação é “EX TUNC”; 3ª – Na sucessão legítima, os filhos do renunciante não podem aceitar a herança, salvo se todos os herdeiros tiverem renunciado a herança. A Renúncia pode ser: a) ABDICATIVA - é o ato unilateral simples e puro repelir a herança, ocorre quando o declarante se manifesta de maneira simples, no sentido de não aceitar a herança ou do legado, sendo a sua cota parte devolvida ao monte hereditário para posterior a partilha entre os herdeiros restantes na mesma classe. A renúncia retroage ao momento da abertura da sucessão de forma que o renunciante é considerado como se jamais houvesse recebido herança e, em vista disso, não se equipara a uma transmissão de bens, motivo pelo qual a renúncia gratuita não se equipara a alienação. b) TRANSLATIVA - “em favor de”, ou seja, beneficiando alguém específico A hipótese da renúncia translativa se dá quando o renunciante indica para quem deverá ser transmitido o bem ou direito. A regra, portanto, é que o renunciante não pode eleger um beneficiário específico, pois o quinhão que lhe pertenceria retorna para o monte mor, sendo transferido aos outros herdeiros da mesma classe. E isto porque, quem renúncia, renuncia a tudo, não pode renunciar parte, conforme limitação do art. 1808 CC, não podendo apontar uma pessoa específica para se beneficiar do seu quinhão. HERANÇA JACENTE Artigos – 1819 a 1823 do Código Civil 2002 Artigos – 738 a 743 do NCPC/2015 CONCEITO - A herança jacente é aquela que ocorre quando alguém falece e não é deixado nenhum herdeiro, e nenhum testamento, tornando-a assim uma herança sem nenhuma destinação. É prevista no Código Civil, mediante o artigo 1.819, que quando falece alguém sem deixar nenhum testamento indicando quais são os herdeiros legítimos ou os legatários para receber a herança do falecido, ou ainda na hipótese de que quando os herdeiros são indicados pelo testamento, mas não existem ou não aceitaram a herança e ainda se o falecido não deixar nenhum cônjuge ou companheiro. Art. 1819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. HERANÇA JACENTE E A SUA NATUREZA JURÍDICA - A herança jacente é um patrimônio autônomo que não possui nenhum sujeito, o que acontece, é que devido esse fato, esta não possui personalidade jurídica. A herança jacente não pode ser confundida com o instituto do espólio, pois se entende que na herança jacente os herdeiros não são conhecidos, indeterminados e incertos no momento da abertura da sucessão, já no espólio os herdeiros legítimos ou os herdeiros testamentários são conhecidos e determinados. Podemos chegar à conclusão, de que a herança jacente é considerada como uma sucessão sem dono atual. É o estado da herança que não sabe se será adida ou repudiada. A transitoriedade é característica da herança jacente, visto que os bens dessa herança serão entregues aos herdeiros que se habilitarem, ou então será declarada a herança vacante onde, diferentemente, haverá uma certeza jurídica, o que a torna definitiva. HERANÇA VACANTE CONCEITO - A herança vacante é aquela em que o bem é devolvido ao patrimônio público, por não haver herdeiros que se habilitassem no período da jacência. É a herança em que é declarada ser de ninguém. Art. 1.820 – Código Civil: praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. Após ser declarada essa vacância, se existir algum herdeiro colateral, estes ficam excluídos, sem direito a sucessão. Já os outros herdeiros, que são os ascendentes e descendentes, tem o prazo de cinco anos contados da abertura da sucessão para dar início a ação de petição de herança. E, se nenhum herdeiro der início a ação e passar o prazo de cinco anos da abertura da sucessão, o acervo hereditário será em definitivo do poder público. Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal. Podemos ainda nota que, o prazo estabelecido no artigo 1.822 é decadencial (que é aquele prazo que gera a extinção de um direito por não ter sido exercido no prazo legal), visto que não está sendo dirigida pretensão alguma contra o Estado, mas tão somente há a fixação de prazo para o exercício de um direito. HERANÇA VACANTE E A SUA NATUREZA JURÍDICA - É feita uma sentença que faz a transferência da herança jacente para a herança vacante que irá destinar os bens para o Poder Público, tornando obrigatório que o curador entregue assim que completar um ano da primeira publicação dos editais, mas o prazo de aquisição definitiva não vai ser contado desse fato, mas sim da abertura da sucessão. Assim, a herança possui dois efeitos, o primeiro deles é o resolutivo que ocorre quando ainda não se passou cinco anos da morte até a sentença. E o outro, é o efeito definitivo que acontece quando completa cinco anos da morte até a sentença. Vale lembrar que, após o trânsito em julgado da sentença declaratória da vacância, não mais será possível haver habilitação do testamento. O código ainda assegura aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança, habilitando- se ao inventário ou por meio de ação ordinária de cobrança. Agora, com o novo código de Processo Civil, tem a novidade de regulamentar que a notificação também seja via internet, dando assim uma oportunidade maior para que surja legitimados a receberem a herança, o que é um meio mais acessível para essa procura dos herdeiros. O patrimônio público, depois que recebida a herança, irá destiná-la para fins universitários.
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