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CONTABILIDADE BASICA LIVRO

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autores
VANESSA ANELI BORGES
JOSÉ MARCOS DA SILVA
JOSÉ LEANDRO CIOF
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
CONTABILIDADE
BÁSICA
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; marta chaves
Autores do original vanessa aneli borges, josé marcos da silva e josé leandro ciof
Projeto editorial roberto paes
Coordenação de produção gladis linhares
Projeto gráfico paulo vitor bastos
Diagramação bfs media
Revisão linguística bfs media
Revisão de conteúdo marta chaves
Imagem de capa martin maun | dreamstime.com
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida 
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em 
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)
B732c Borges, Vanessa Aneli
 Contabilidade básica / Vanessa Aneli Borges ; José Leandro Ciof ; 
 José Marcos da Silva.. 
 Rio de Janeiro : SESES, 2015.
 128 p. : il.
 isbn: 978-85-5548-014-0
 1. Contabilidade. 2. Patrimônio. 3. Escrituração contábil. 4. Resultado. 
 I. SESES. II. Estácio.
cdd 657
Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento
Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário
1. Fundamentos de Contabilidade Geral 7
1.1 Introdução 9
1.2 Definição de Contabilidade 10
1.2.1 Objetivo do estudo 11
1.2.2 Funções 12
1.2.3 Finalidade 12
1.3 Campo de atuação da Contabilidade 13
1.4 Usuários da Contabilidade 14
1.5 Princípios de Contabilidade 15
1.5.1 Princípio da Entidade 17
1.5.2 Princípio da Continuidade 18
1.5.3 Princípio da Oportunidade 19
1.5.4 Princípio do Registro pelo Valor Original 19
1.5.5 Princípio da Competência 22
1.5.6 Princípio da Prudência 22
1.6 Características qualitativas da informação contábil 23
2. Patrimônio: Conceitos e Aplicações 31
2.1 Representação gráfica do Patrimônio 34
2.2 Equação patrimonial 36
2.2.1 Situações líquidas patrimoniais possíveis 37
2.3 Conceitos de contas contábeis 39
2.4 Plano de contas 40
2.4.1 Plano de contas – Balanço Patrimonial 42
2.4.2 Plano de contas – Demonstração de resultado do exercício 43
2.5 Noções débito e crédito 45
2.6 Regime de caixa x Regime de competência 46
2.6.1 Regime de caixa 46
2.6.2 Regime de competência 47
2.6.3 Análise comparativa 48
2.6.3.1 Exemplo 49
3. Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido 55
3.1 Introdução 57
3.2 Ativo 59
3.2.1 Ativo Circulante 61
3.2.2 Ativo Não-Circulante 66
3.3 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 69
3.3.1 Valor em uso 70
3.3.2 Reconhecimento e mensuração de perda por desvalorização 72
3.4 Passivo 73
3.4.1 Passivo circulante 74
3.4.2 Passivo não circulante 76
3.5 Patrimônio líquido 76
3.5.1 Capital Social 77
3.5.2 Reservas de Capital 78
3.5.3 Ajustes de avaliação patrimonial 78
3.5.4 Reservas de Lucro 80
3.5.4.1 Reserva Legal 80
3.5.4.2 Reservas Estatutárias 80
3.5.4.3 Reserva para Contingências 81
3.5.4.4 Reservas de Lucros a Realizar 81
3.5.4.5 Reserva de Lucros para Expansão (retenção de lucros) 81
3.5.4.6 Reserva de incentivos fiscais 82
3.5.4.7 Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído 82
3.5.4.8 Reserva de lucros – Benefícios fiscais 82
3.5.4.9 Dividendos Propostos 83
3.5.4.10 Ações em Tesouraria 83
3.6 Prejuízos Acumulados 84
3.6.1 Lucros acumulados 84
3.7 Outras contas do patrimônio líquido 85
3.8 Dividendos 85
3.9 Juros sobre o capital próprio 86
4. Registro de Informações: Processo de Lançamentos 
e Escrituração Contábil 91
4.1 Introdução 93
4.2 Formalidades na escrituração contábil 95
4.2.1 Razão Contábil 96
4.2.2 Retificação de lançamento contábil 97
4.3 Contas contábeis: natureza e movimentação 97
4.3.1 O razonete 98
4.4 Método das Partidas Dobradas 99
4.4.1 Exemplos de registros de operações no razonete 100
5. Apuração de Resultado 109
5.1 Apuração de Resultado 111
5.1.1 Reconhecimento das Contas de Resultado - Custo 115
5.1.1.1 Momento Inicial 115
5.1.1.2 Registro da Venda 116
5.1.1.3 Lançamentos Contábeis 116
5.1.2 Reconhecimento das Contas de Resultado – Receitas 117
5.1.3 Reconhecimento das Contas de Resultado – Despesas 118
5.1.4 Custos e Despesas – Qual a Diferença? 119
5.1.5 Demonstração de Resultado do Exercício – DRE 121
Fundamentos de 
Contabilidade Geral
1
8 • capítulo 1
Neste primeiro capítulo são apresentados os aspectos introdutórios da Ciên-
cia Contábil, partindo da origem da Contabilidade, seu objetivo de estudo, 
campo de atuação e usuários, para finalizar com a abordagem das carreiras 
profissionais que se envolvem com a função contábil.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo você será capaz de:
•  Conhecer a origem da Ciência Contábil;
•  Compreender a necessidade da Contabilidade como linguagem homogênea no atual am-
biente globalizado de negócios;
•  Conhecer o campo de atuação e os principais usuários da informação contábil;
•  Conhecer postulados contábeis, princípios e convenções (e características qualitativas da 
informação contábil). 
capítulo 1 • 9
1.1 Introdução
O homem atual tornou-se vítima da sua própria evolução em relação aos 
números: horário para todo tipo de atividade, salários, contas a pagar, telefones, 
impostos, produção, transportes, informática, mercado financeiro, balanços, 
câmbio etc. A partir de um ponto de vista lógico, perguntamo-nos: alguém 
conseguiria viver sem números no mundo? 
Com o passar do tempo, a sociedade se desenvolveu e surgiram novos tipos 
de relações econômicas e também a propriedade privada, o que exigiu a criação 
de novas formas de controle empresarial. As primeiras notícias que se tem em 
relação a sistemas de controle remontam à Antiga Mesopotâmia, onde os regis-
tros eram grafados em pequenos tijolos. 
A Contabilidade mais próxima da que se conhece hoje surgiu na Idade Média, 
mais precisamente no século XV, por volta de 1494, quando o Frei Franciscano 
Luca Pacioli, a pedido do Papa, foi encarregado de organizar uma enciclopédia 
que continha o conhecimento humano relativo à época, inclusive um sistema que 
era usado pelos mercadores de Veneza e que consistia na escrituração de livro cai-
xa, de livro de inventário e no uso da Partida Dobrado. Coube a ele a divulgação 
dos primeiros princípios contábeis – princípios básicos do Método das Partidas 
Dobradas. Por esse método, cada crédito corresponde a um débito de igual valor.
Grandes nomes, como o de Vicenzo Mazi (Teoria Patrimonialista – que refle-
te o pensamento mais moderno sobre a classificação das contas), Fábio Besta e 
Gino Zappa (Teoria Materialista), Francesco Marci e Giuseppe Cerboni (Teoria 
Personalista), estão ligados à origem e evolução da Contabilidade, cabendo a 
Luca Pacioli o mérito de preconizador.
Figura 1.1 – Frei Luca Pacioli
10 • capítulo 1
A Contabilidade tem por objeto o patrimônio e por finalidade registrar os 
fatos e produzir informações, propiciando possibilidades de planejamento e 
controle dele.
A partir dessa definição, propõe-se a questão: se a Contabilidade tem por ob-
jeto o patrimônio e sua finalidade, o registro dos fatos e a produção de informa-
ções visando ao controle, ao desempenharem suas atividades os pastores não 
estavam, de forma primitiva, controlando seu patrimônio? Não foi inevitável a 
contagem e o controle de objetos? Pode-se expor com precisão que tal circuns-
tância, apesar de primitiva, consiste nos primeiros passos da Contabilidade?
Da mesma forma que a matemática utilizou os números, a Contabilidadetambém o fez. Assim, pode-se afirmar que a Contabilidade surgiu paralela à 
matemática, ou seja, de uma necessidade do homem de contar e controlar o 
produto de seu trabalho.
1.2 Definição de Contabilidade
No Brasil, de 17 a 27 de agosto de 1924, foi realizado o lº CBC – Congresso Bra-
sileiro de Contabilidade, na cidade do Rio de Janeiro. Naquela oportunidade, a 
Contabilidade foi definida da seguinte forma:
Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e 
de registro relativas à administração econômica.
Nesse mesmo sentido, Osni Moura Ribeiro, no seu livro Contabilidade 
básica, Editora Saraiva, definiu a Contabilidade do seguinte modo:
A Contabilidade é uma ciência que permite, por meio de suas técnicas, manter um 
controle permanente do patrimônio da sociedade.
capítulo 1 • 11
Por outro lado, Hilário Franco, no seu livro Contabilidade geral, assim a 
definiu:
É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos 
ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva 
e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do 
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza 
patrimonial. A Contabilidade permite o controle da movimentação do patrimônio das 
sociedades. O patrimônio de uma sociedade é movimentado em função dos aconteci-
mentos diários, tais como compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc.
Registrando esses acontecimentos, a Contabilidade terá condições de for-
necer informações sobre a situação do patrimônio, sempre que solicitada.
Observa-se que os autores até aqui citados deram contribuições significati-
vas, pontuando os diferentes estágios da evolução do conceito da Contabilidade. 
Entretanto, o estágio atual dos cenários econômico, político e sociológico nos 
quais a Contabilidade tem de atuar, exigiu que os seus profissionais pudessem 
prover os diferentes tipos de usuários com informações seguras e eficazes que 
servissem de base para o processo decisório.
Com essa visão foi que o Ibracon, em seu pronunciamento aprovado pela 
CVM, através da Deliberação CVM nº 29/86, definiu Contabilidade da seguinte 
maneira:
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a 
prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, 
física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.
A seguir será discutido o objetivo do estudo da Contabilidade.
1.2.1 Objetivo do estudo
O objetivo do estudo da Contabilidade é o patrimônio da entidade contábil. O 
patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pes-
soa física ou jurídica. É o elemento sobre o qual se exercitará a função contábil.
12 • capítulo 1
Sobre esse conjunto de valores é que a Contabilidade atuará acompanhan-
do sua evolução, suas variações e os efeitos da ação administrativa.
1.2.2 Funções
As principais funções da Contabilidade são: captar, registrar, acumular, resu-
mir e interpretar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econô-
mica ou social que a sociedade exerce no contexto econômico.
Captar Registrar Acumular Resumir Interpretar
Figura 1.2 – Funções da Contabilidade
•  Captar informações de todas as transações realizadas pela empresa;
•  Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor 
monetário;
•  Acumular, por meio de sistema de controle adequado, informações para 
atender aos usuários da Contabilidade;
•  Resumir, com base nos registros realizados, periodicamente, por meio de 
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da sociedade;
•  Interpretar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos resul-
tados obtidos pela sociedade e executar os planos econômicos, prevendo os 
pagamentos a serem realizados e as quantias a serem recebidas de terceiros, 
alertando para eventuais problemas.
1.2.3 Finalidade
A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das atividades reali-
zadas pela sociedade, no sentido indispensável de controlar o comportamento 
de seu patrimônio, avaliando e comparando os resultados obtidos entre perío-
dos analisados.
A Contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados 
e a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classifi-
car e anotar as operações da entidade e de todos os fatos que, de alguma forma, 
afetam sua situação econômica, financeira e patrimonial. 
capítulo 1 • 13
Com esse acúmulo de dados, convenientemente classificados, a Contabilidade 
procura apresentar de forma ordenada o histórico das atividades da sociedade, 
a interpretação dos resultados e produzir, através de relatórios, as informações 
que se fizerem precisas para o atendimento das diferentes necessidades.
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da 
administração das sociedades no exercício de suas funções e tomada de deci-
sões. Portanto, a Contabilidade permite o controle e o planejamento de toda e 
qualquer entidade socioeconômica.
Controle: a administração, através das informações contábeis fornecidas via relatórios, 
pode se certificar, na medida do possível, de que a organização está agindo em confor-
midade com os planos e políticas determinados.
Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabeleci-
mento de padrões, ao inter-relacionamento da Contabilidade e aos planos orçamentá-
rios, é de grande utilidade no processo de decisão sobre que curso de ação deverá ser 
tomado para o futuro.
Todo e qualquer levantamento de informações administrativas e gerenciais 
deve ter como alicerce a Contabilidade. Relatórios baseados em informações, 
as quais não são provenientes dos livros contábeis, são especulativos, pois não 
refletem a realidade da sociedade, não têm consistência, não têm amparo na 
escrituração, não podem ser usados como prova contábil, são inexatos. 
Somente os dados retirados dos livros contábeis merecem boa-fé, tanto 
para fins comerciais, tributários e civis quanto para decisões judiciais.
1.3 Campo de atuação da Contabilidade
O campo de atuação da Contabilidade é muito amplo visto que a complexidade 
das atividades industriais, agrícolas, comerciais, bancárias ou de prestação de 
serviços no mundo de hoje fez com que inúmeros registros e controles fossem 
criados.
A Contabilidade capta, registra e interpreta fatos que afetam as situações 
patrimoniais, financeiras ou econômicas de qualquer entidade.
14 • capítulo 1
Assim, a pessoa física, a sociedade, a entidade de fins não lucrativos, as pes-
soas de direito público como os órgãos pertencentes à administração direta, 
não controlarão seus patrimônios. Não atingirão seus fins e não serão passíveis 
de uma boa administração se não utilizarem a Contabilidade para tal.
CONEXÃO
Para conhecer e utilizar a aplicação das mudanças contábeis, leia o CPC 13 – Adoção 
Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Lei nº. 11941/2009, disponível em: http://www.cpc.org.br/
pronunciamentosIndex.php.
1.4 Usuários da Contabilidade
Os usuários são as pessoas que se utilizam das informações contábeis com al-
gum interesse. Os interesses desses usuários são os mais variados. Dentre eles 
podemos destacar:
•  Proprietários (sócios): têm interesse no futuro e no sucesso da empresa, 
tendem a ser cautelosos nas finanças. Procuram ver como a empresa está em 
comparação aos anos anteriores e a concorrência para garantir que o dinheiro 
que eles aplicaram está seguro.
•  Investidores (acionistas): são agentes que investem seus recursos em 
ações da empresa. A análise das demonstraçõescontábeis pelos investidores 
costuma ser detalhada, pois eles procuram informações sobre a empresa que 
permita comparações com outras companhias, de modo que dê pra escolher 
em qual investir.
•  Instituições financeiras ou credores: fazem empréstimos a serem pagos 
em até 12 meses (curto prazo) ou acima de 12 meses (longo prazo) e procuram 
indícios de que a empresa será capaz de pagar os juros das dívidas e os bens da 
empresa, caso a dívida não seja paga e o negócio sofra uma crise.
•  Concorrentes: estão interessados na atuação financeira da empresa e nas 
estatísticas empresariais dos rivais. Procuram aumento de vendas, da parcela 
de mercado, de lucros líquidos e da eficiência total da empresa e informações 
sobre a estrutura de custos.
capítulo 1 • 15
•  Gerentes/Empregados: são pessoas que trabalham para a empresa e de-
pendem dela para receber os seus salários e procuram garantir que a empresa 
continue a operar com competitividade e números que reflitam o seu esforço e 
competência durante o ano.
•  Clientes/Fornecedores: são aqueles que precisam saber se estão lidando 
com empresas financeiramente sólidas, respeitadas e apresentam condições 
de continuidade em seus negócios, ou seja, se serão capazes de fornecer seus 
produtos e pagar suas contas.
•  Governo: examina os relatórios financeiros para ver se são aceitáveis e 
precisos; verificam o montante de impostos devidos, os quais procuram relató-
rios bem preparados seguindo a legislação e solidez nas contas, quando com-
paradas às de empresas similares.
E, para que todos esses usuários possam tirar informações confiáveis dos re-
latórios, a contabilidade segue as regras básicas apresentadas no tópico a seguir.
1.5 Princípios de Contabilidade
A questão é: quais regras a contabilidade segue para conseguir demonstrar a 
situação patrimonial de uma empresa? 
Os Princípios de Contabilidade, nova denominação dada aos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade pela Resolução CFC nº 1.282/10, foram fixa-
dos pelo Conselho Federal de Contabilidade por meio da Resolução n° 750/93, 
cujos dispositivos passamos a comentar. A Resolução CFC nº 750, de 29 de 
dezembro de 1993 dispõe sobre os Princípios de Contabilidade. O Conselho 
Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, 
considerando a necessidade de prover fundamentação apropriada para inter-
pretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, resolve:
Art. 1º - Constituem Princípios de Contabilidade (PC) os enunciados 
por esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é 
obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimida-
de das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º Na aplicação dos 
Princípios de Contabilidade a situações concretas, a essência das transa-
ções deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
16 • capítulo 1
A referida Resolução, em sua redação original adotava a denominação 
“Princípios Fundamentais de Contabilidade”. Todavia, com a edição da 
Resolução CF C nº 1.282, de 28 de maio de 2010, essa denominação foi subs-
tituída por “Princípios de Contabilidade”, expressão que, segundo o Conselho 
Federal de Contabilidade, é “suficiente para o perfeito entendimento dos usuá-
rios das demonstrações contábeis e dos profissionais da Contabilidade”. 
Conforme informações contidas no Art. 2º da Resolução CFC nº. 1282/10, 
os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias 
relativas à ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominan-
te nos universos científico e profissional de nosso país. Concernem, pois, a 
Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o pa-
trimônio das entidades.
Pelo Art. 3º são Princípios de Contabilidade:
I. o da entidade;
II. o da continuidade;
III. o da oportunidade;
IV. o do registro pelo valor original;
V. o da atualização monetária;
VI. o da competência; e
VII. o da prudência.
CONEXÃO
Para você se atualizar e conhecer a aplicação das mudanças contábeis, acesse o site do 
CRC do seu estado e veja a adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Lei nº. 11941/2009, 
disponível em: http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php
Por ser uma ciência social, portanto não exata, a Contabilidade necessita 
de princípios por meio dos quais sejam convencionados critérios uniformes 
de adoção obrigatória na sua execução. Se, por exemplo, uma empresa ado-
tasse o regime de competência e outra o regime de caixa, seria impraticável a 
comparação de seus resultados nos períodos considerados. Assim, os princí-
pios funcionam como um padrão a ser seguido por todos os que se ocupam da 
Contabilidade, pois possibilitam que as técnicas contábeis sejam desenvolvi-
das uniformemente.
capítulo 1 • 17
Os princípios são decorrentes da observância da aplicação das técnicas con-
tábeis, da prática contábil e têm como objetivo tornar as informações contábeis 
divulgadas uniformes, confiáveis e úteis para o público nelas interessado.
1.5.1 Princípio da Entidade
Conforme Art. 4º da Resolução CFC nº. 1282/10, o Princípio da Entidade reco-
nhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patri-
monial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no univer-
so dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, 
um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza 
ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nessa acepção, o 
patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no 
caso de sociedade ou instituição.
O objeto da Contabilidade ou assunto do qual ela trata é o patrimônio. É 
preciso, porém, delimitar-se o patrimônio que será objeto da orientação, do 
controle e do registro contábil. Em se tratando de sociedade, é necessário re-
conhecer diferenças entre o patrimônio dos sócios e o da pessoa jurídica, pois 
esta e aqueles são sujeitos de direitos e obrigações legais diferentes. Uma ação 
trabalhista, por exemplo, deve ser proposta pelo empregado contra a pessoa 
jurídica empregadora, e não contra seus sócios, ainda que eles, por disposição 
contratual, pratiquem atos em nome da pessoa jurídica.
No caso da pessoa física que desenvolve atividades comerciais, industriais, 
de produção rural etc., há necessidade da segregação dos bens, direitos e obri-
gações afetadas por essas atividades. A pessoa física que utiliza parte de sua 
residência na exploração de atividade comercial, a rigor, deve manter registros 
contábeis separados para o controle dos bens, direitos e obrigações vinculados 
à atividade empresarial.
Por determinação do Código Civil, o titular de um patrimônio é, necessaria-
mente, pessoa física ou jurídica, uma vez que só quem tem personalidade pode 
ser titular de direitos e obrigações jurídicas. Isso explica o fato de o patrimônio 
pertencer à entidade, mas a entidade não pertencer ao patrimônio. 
A entidade é o sujeito dos direitos e obrigações que constituem o patrimô-
nio. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em 
nova entidade. Da consolidação das demonstrações da controladora e de suas 
controladas, por exemplo, não surge uma nova entidade, mas apenas uma 
18 • capítulo 1
unidade de natureza econômico-contábil. A unidade decorre do fato de as enti-
dades envolvidas pertencerem a uma mesma pessoa (a sociedade controlado-
ra), apesar de serem pessoas distintas do ponto de vista legal, cada uma com 
seus direitos e obrigações.
1.5.2 Princípio da Continuidade
Segundo Art. 5º da Resolução CFC nº. 1282/10, o Princípio da Continuidade 
pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto,a 
mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta 
esta circunstância.
Salvo disposição legal, contratual ou evidências em contrário, presume-se 
que a vida da entidade é contínua e que ela deverá desempenhar suas ativida-
des por um período indeterminado. Pode ocorrer de o contrato ou a lei, em 
caso excepcional, determinarem o prazo de duração da entidade, ou de as evi-
dências nos levarem à conclusão de que ela não continuará a desenvolver suas 
operações por muito tempo. É o caso de uma entidade com falência decretada 
ou em fase de liquidação (situação anterior à extinção da sociedade, em que 
se promove a realização do ativo e o pagamento do passivo exigível – o acervo 
líquido, se houver, será dividido entre os acionistas).
Os ativos de uma entidade normalmente sofrem efeitos negativos em fun-
ção da descontinuidade das suas operações. Para ilustrar se uma companhia 
entra em liquidação, como regra o valor apurado por seus ativos é significati-
vamente menor que o valor normal de realização dos bens, em virtude das cir-
cunstâncias em que estão sendo vendidos. O passivo também pode ser afetado. 
Na liquidação, por exemplo, não há distinção entre dívidas vencidas e vin-
cendas, exceto pelo desconto aplicável ao valor dessas. Se uma entidade traba-
lha com a presunção de descontinuidade de suas operações, não há sentido 
na aplicação do princípio da competência no registro das suas transações. O 
diferimento de uma receita por vários exercícios, por exemplo, não pode ser 
aplicado a uma entidade que terá suas atividades encerradas no curto prazo. O 
mais adequado, nesse caso, será a adoção do regime de caixa e a avaliação pelo 
valor presente. 
capítulo 1 • 19
1.5.3 Princípio da Oportunidade
Pelo Art. 6º da Resolução CFC nº. 1282/10, o Princípio da Oportunidade refere-
se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais 
para produzir informações íntegras e tempestivas.
O princípio da oportunidade exige o registro de todas as variações sofridas 
pelo patrimônio da entidade no momento em que elas ocorrerem, ainda que 
sejam considerados valores estimados. Um exemplo é o registro da deprecia-
ção. O tempo de vida útil de um bem é baseado numa hipótese mais ou menos 
fundamentada tecnicamente e dependente de diversos fatores aleatórios. 
Apesar disso, a depreciação deve ser registrada no momento em que há a 
perda de valor do bem. Como é difícil determinar o valor exato dessa perda, os 
cálculos são feitos por estimativas. A integridade diz respeito à necessidade de 
os registros serem confiáveis, isto é, sem faltas ou excessos. A tempestividade 
determina que as variações sejam registradas no momento oportuno, mesmo 
na hipótese de alguma incerteza de valor. 
A informação divulgada fora do momento adequado e/ou que não seja confiável nor-
malmente deixa de ser importante para o público nela interessado. Por exemplo, no 
mercado de ações o investidor não pode esperar um relatório contábil por muito tempo 
antes de tomar decisões. Portanto, é preciso haver agilidade na divulgação da informa-
ção, sem se perder de vista a segurança quanto a sua veracidade.
1.5.4 Princípio do Registro pelo Valor Original
O Art. 7º da Resolução CFC nº. 1282/10 traz que o Princípio do Registro pelo 
Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicial-
mente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda 
nacional.
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos 
e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:
I. Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que 
20 • capítulo 1
são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados 
pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em al-
gumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais 
serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e
II. Variação do custo histórico. Uma vez integrados ao patrimônio, os com-
ponentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes 
dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos 
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações con-
tábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de 
caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na 
data ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equi-
valentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma 
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de 
caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspon-
dentes obrigações no curso normal das operações da entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado 
do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item 
no curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo va-
lor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espe-
ra seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da 
entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um pas-
sivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação 
sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da 
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o 
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
Uma vez integrado ao ativo, o valor do bem (seu custo histórico) pode sofrer 
variações em razão destes fatores:
I. Custo corrente. O ativo (um equipamento, por exemplo) inicialmente 
registrado pelo custo histórico terá seu valor corrente representado pelo de-
sembolso necessário para adquiri-lo no mercado caso seja tomada como base 
capítulo 1 • 21
a data das demonstrações. Todavia, é preciso considerar o ativo no estado em 
que se encontra, e não o custo de um bem novo igual ou semelhante. De forma 
idêntica, um passivo registrado contabilmente pelo custo histórico terá valor 
corrente equivalente ao que seria desembolsado para quitá-lo na data das de-
monstrações, sem desconto a valor presente.
II. Valor realizável. Consiste no valor que seria apurado na hipótese de o 
ativo ser vendido em condições normais. Já o valor realizável (ou exigível) de 
um passivo é o que seria desembolsado, sem desconto a valor presente, para 
quitá-lo.
III. Valor presente. É o valor atual do fluxo futuro de caixa que o ativo vai 
gerar. É o que acontece, por exemplo, no caso do ajuste a valor presente de con-
tas a receber realizáveis a longo prazo. No caso do passivo é o valor atual dos 
pagamentos que serão necessários para saldá-lo.
IV. Valor justo. Trata-se do valor pelo qual o ativo poderia ser trocado ou 
o passivo quitado sem favorecimento entre as partes. Assim, não pode ser um 
preço acima ou abaixo do mercado, em benefício ou prejuízo de uma das par-
tes, como é possível acontecer nas transações entre pessoas ligadas.
V. Atualização monetária. Eis aqui o extinto princípio do registro pelo 
valor original, agora como um dos critérios para registro das variações do 
custo histórico. A atualização monetária não representa aumento real de va-
lor, e sim um mecanismo de manutenção do poder aquisitivo original dos 
valores registradoscontabilmente. Com os efeitos da inflação, se não for 
adotada a atualização monetária, os valores registrados pela Contabilidade 
deixam de representar o poder de compra original. Se considerarmos um de-
terminado valor em moeda em duas datas diferentes, teoricamente, o valor 
em moeda na data 1 terá poder de compra igual a esse valor em moeda na 
data 2 acrescido da correção monetária. Isso significa que o valor na data 1 e 
o valor corrigido monetariamente na data 2 deveriam possibilitar a compra 
dos mesmos bens.
Quanto a alguns bens, o mercado possui mecanismos de atualização. Uma 
parte significativa da alteração dos preços dos bens no mercado corresponde à 
correção de seus valores em virtude da inflação. Se imaginarmos essa correção 
aplicada a todos os bens, verificaremos que ela não representa um aumento 
real de valor, mas a atualização dos preços em virtude dos efeitos da inflação. 
O problema é que alguns grupos sociais não conseguem repassar os efeitos da 
inflação para os preços de seus bens e serviços.
22 • capítulo 1
1.5.5 Princípio da Competência
Já o Art. 9º da Resolução CFC nº. 1282/10 define que o Princípio da Competên-
cia determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhe-
cidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou 
pagamento.
Conforme o princípio da competência, as receitas e despesas devem ser re-
gistradas no período ao qual pertencem, ainda que não tenham sido recebidas 
ou pagas. Segundo esse raciocínio, a receita de venda é realizada quando da 
efetiva entrega da mercadoria e a receita de serviço, quando da sua efetiva pres-
tação. Os valores recebidos antecipadamente, por conta da entrega de merca-
doria ou prestação futura de serviço, devem ser registrados no passivo exigível.
Por definição, despesa é um sacrifício patrimonial necessário à realização 
de receita. Trata-se da redução de um ativo ou do aumento de um passivo com 
a finalidade de gerar receita. Portanto, o resultado deve ser formado pelas re-
ceitas realizadas, segundo o regime de competência, e pelas despesas neces-
sárias à geração das receitas correspondentes, vale dizer, pela confrontação 
das receitas e despesas correlatas. Por exemplo, realizada a receita da venda 
de mercadoria ou da prestação de serviços, devem ser consideradas incorridas, 
simultaneamente, as despesas relativas aos custos das mercadorias vendidas 
ou serviços prestados.
1.5.6 Princípio da Prudência
Conforme Art. 10 da Resolução CFC nº. 1282/10 o Princípio da Prudência deter-
mina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para 
os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para 
a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
O Princípio da Prudência deve ser considerado quando o contador tiver de 
avaliar o provável efeito de um evento sobre o patrimônio, diante de duas ou 
mais alternativas que ele julgue igualmente possíveis de se materializar. Nesse 
caso, deve ser adotada a opção da qual resulte menor valor para o ativo ou 
maior valor para o passivo exigível. É importante observar que as alternativas 
consideradas devem ser equivalentes, ou seja, envolver um grau semelhante de 
incerteza.
capítulo 1 • 23
Se uma for mais provável que a outra, não será o caso da aplicação da opção 
que resulte em menor ou maior valor, e sim da mais provável. Por exemplo, se 
a companhia é acionada judicialmente, isso não é suficiente para seu contabi-
lista constituir provisão. Com base na avaliação de casos semelhantes, caso se 
conclua que a Justiça tende a dar ganho de causa para a empresa, não deverá ser 
lançada provisão. A adoção de uma postura prudente na avaliação das hipóte-
ses de incerteza é necessária para se evitar a superavaliação de ativos e receitas, 
bem como a subavaliação de passivos e despesas.
1.6 Características qualitativas da informação 
contábil
Com o advento do CPC 00, conhecido como Framework ou “Pronunciamento 
Conceitual Básico (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro”, a informação contábil passou a ter que manter 
certas características qualitativas para melhor atender seus usuários.
Segundo esta norma, as informações dos relatórios se destinam, primaria-
mente a: investidores, financiadores e outros credores, sem hierarquia de prio-
ridade. Assim, ficou firmada a posição de que prover prontamente informação 
fidedigna e relevante pode melhorar a confiança do usuário e assim contribuir 
para a promoção da estabilidade econômica.
Por que essa preocupação em definir as características qualitativas das in-
formações contábeis? 
Isso porque, os usuários podem utilizar dessa informação para vários as-
pectos com relação as decisões econômicas, segundo a norma CPC 00, como:
•  Decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações;
•  Avaliar a administração quanto à responsabilidade, qualidade de seu de-
sempenho e prestação de contas;
•  Avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados;
•  Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros em-
prestados à entidade;
•  Determinar a distribuição de lucros e dividendos.
24 • capítulo 1
Assim, as principais características são divididas em 2 grandes grupos com 
suas subcategorias:
1. Características Fundamentais
•  Relevância;
•  Materialidade;
•  Representação fidedigna.
2. Características de Melhoria
•  Comparabilidade;
•  Verificabilidade;
•  Tempestividade;
•  Compreensibilidade.
Vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas na tabela a seguir.
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS
RELEVÂNCIA
É a informação capaz de fazer diferença nas decisões que pos-
sam ser tomadas pelos usuários.
MATERIALIDADE
A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida 
(misstating) puder influenciar decisões.
REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA
Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade 
retratada precisa ter três atributos, ser:
 a) Completa.
 b) Neutra.
 c) Livre de erro.
CARACTERÍSTICAS DE MELHORIA
COMPARABILIDADE
Permite que os usuários identifiquem e compreendam similarida-
des dos itens e diferenças entre eles.
A comparação requer no mínimo 2 itens.
VERIFICABILIDADE
Significa que diferentes observadores podem chegar a um 
consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo 
acordo.
TEMPESTIVIDADE
Ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de 
poder influenciá-los em suas decisões.
COMPREENSIBILIDADE
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e 
concisão.
Tabela 1.1 – Características qualitativas da informação contábil. Fonte: CPC 00 (2011) – 
Estrutura Conceitual (www.cpc.org.br).
Assim, as empresas que divulgam sua contabilidade seguindo essas carac-
terísticas qualitativas estão dando maior subsídio aos usuários para tomada de 
decisão.
capítulo 1 • 25
ATIVIDADES
01. Com relação às características qualitativas da informação contábil, defina as seguintes: 
verificabilidade, compreensibilidade, verificação direta e verificação indireta.
02. Para que a contabilidade cumpra seu objetivo de informar aos usuários internos e exter-
nos a posição econômica e financeira da empresa suas informações devem ter característi-
cas como: relevância, representação fidedigna, comparabilidade e tempestividade. Com suas 
palavras explique o que seriam cada uma dessas características a luz da informação contábil.
03. Preencha o quadro a seguir com as principais informações e interesses que os respec-
tivos usuários tem sobre a contabilidade de uma empresa.
USUÁRIO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL INFORMAÇÃO UTILIZADA 
Acionista minoritário 
Acionistamajoritário ou com grande parti-
cipação 
Acionista preferencial 
Fontes de Empréstimo 
Governo 
Funcionários
Administração
REFLEXÃO
Nesse primeiro capítulo você conheceu a importância e os objetivos da contabilidade com 
foco na obtenção de informações úteis no processo de tomada de decisão; conheceu os 
usuários e o que eles procuram na contabilidade; e quais as características qualitativas da 
informação contábil. Muitos profissionais da área não conhecem os aspectos introdutórios da 
profissão contábil, bem como a origem da ciência, seu objeto de estudo, campo de atuação 
e carreira profissional. Tais aspectos são bases para compreender a evolução da profissão.
26 • capítulo 1
Com o advento da convergência contábil, o país passa por um processo de transição em 
que o profissional precisa atualizar-se – o que já era da natureza das Ciências Contábeis –, 
porém, nesta fase, com maior afinco. Neste processo e diante das mudanças que surgem, a 
profissão contábil torna-se mais valorizada, e o profissional com mais domínio do conheci-
mento contábil mais procurado.
Desse modo, é importante que esse profissional conheça a origem da Ciência Contábil; 
compreenda a necessidade da contabilidade como linguagem homogênea no atual ambiente 
de negócios globalizado e conheça os diversos fatores que impactam na diversidade das 
práticas contábeis de país para país.
LEITURA
IUDÍCIBUS, S. de. MARION, J. C. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de 
administração, economia, direito e engenharia. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
IUDÍCIBUS, S. de. MARION, J. C. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de 
administração, economia, direito e engenharia. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
PRONUNCIAMENTO BÁSICO (R1) – CPC 00 – Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.
br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. Acesso em junho de 2015.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2009.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
 
Patrimônio: 
Conceitos e 
Aplicações
2
32 • capítulo 2
No presente capítulo são estudados conceitos primordiais para o processo de 
execução da escrituração contábil. São apresentados os mecanismos de lan-
çamentos contábeis, estruturação de contas e grupos de contas, natureza das 
contas, bem como o plano de contas.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo você será capaz de:
•  Compreender a estruturação das contas contábeis; 
•  Aprender a aplicabilidade e a utilidade de cada conta contábil e dos grupos de contas; 
•  Conhecer as principais modificações da legislação brasileira pertinentes à Contabilidade 
brasileira na atualidade.
capítulo 2 • 33
Introdução
O termo patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens pertencentes a 
uma pessoa ou a uma empresa. 
Bens – Satisfazem as necessidades de uma entidade contábil, podendo ser mensura-
dos economicamente. Contabilmente, eles podem ser de dois tipos: tangíveis e intan-
gíveis.
O Código Civil Brasileiro distingue, ainda, os bens em:
•  Imóveis: vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição 
ou danos, como edifícios, construções, árvores etc. 
•  Móveis: que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas, 
como animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias etc.
Compõe-se também de valores a receber (ou dinheiro a receber). Por isso, 
em Contabilidade esses títulos são denominados direitos a receber ou, sim-
plesmente, direitos.
Direitos – São todos valores que a entidade contábil tem para receber de terceiros, 
como duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis a receber etc.
Relacionando-se, todavia, bens e direitos não se pode identificar a verdadei-
ra situação de uma pessoa ou empresa. É necessário evidenciar as obrigações 
(dívidas) referentes aos bens ou direitos. Por exemplo, se você disser que tem 
como patrimônio um apartamento e não fizer referência à dívida com o banco 
financiador (em caso de ter sido adquirido por meio desse sistema de crédito), 
sua informação será incompleta e pouco esclarecedora (MARION, 2009, p. 37).
Obrigações – Abrangem os valores que a sociedade tem de pagar a terceiros, isto é, 
compromissos que serão exigidos no futuro, como resultado de eventos ou transações 
passadas.
34 • capítulo 2
O patrimônio, portanto, constitui-se objeto da Contabilidade e pode ser re-
presentado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações mensuradas em moe-
da corrente e pertencente a uma entidade contábil.
2.1 Representação gráfica do Patrimônio
A figura 2.1 a seguir apresenta a forma como o patrimônio deve ser representa-
do graficamente.
PATRIMÔNIO DE UMA ENTIDADE
Bens e direitos Obrigações
Figura 2.1 – Patrimônio de uma entidade Fonte: elaborado pelo autor.
Pela análise da figura acima é possível inferir que, no lado esquerdo, tam-
bém denominado ativo, são classificados os elementos positivos do patrimô-
nio, ou seja, os bens e os direitos. No lado direito, denominado passivo, são clas-
sificados os elementos negativos, ou seja, as obrigações. Veja figura a seguir:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
Bens e direitos
PASSIVO
Obrigações
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital e suas variações
Figura 2.2 – Balanço Patrimonial de uma entidade. Fonte: elaborado pelo autor.
Para compreender o Balanço Patrimonial, inicialmente é necessário co-
nhecer um conceito básico demonstrado nesse relatório: origens = aplicações. 
Todas as vezes que recebemos um dinheiro que se originou do nosso trabalho 
ou de um empréstimo que fizemos no banco, utilizamos esse valor em alguma 
coisa, ou seja, nenhuma parte desse dinheiro fica perdida sem que você saiba 
capítulo 2 • 35
onde foi utilizada. Na empresa também é assim, todo o recurso que entra é apli-
cado nela mesma e, por meio da Contabilidade, é feito esse controle. Enfim, a 
Contabilidade controla o patrimônio da empresa. 
Você pode estar pensando:
— Mas, se o dinheiro para a abertura da empresa ainda não foi utilizado 
para comprar ou pagar nada, onde ele está aplicado? 
No disponível da empresa. O disponível também é uma forma de aplicação 
do recurso, isso porque, quando nos referimos ao Balanço Patrimonial, o termo 
aplicação indica onde o dinheiro foi colocado ou no que ele foi usado, portan-
to, não precisa propriamente ter sido feita uma aplicação financeira que renda 
juros.
Retomando o conceito de que todas as origens de recursos possuem aplica-
ções, graficamente podemos ilustrar esse conceito na seguinte figura, demons-
trando o patrimônio de uma entidade.
PATRIMÔNIO DE UMA ENTIDADE
Aplicações de recursos Origens de recursos
Figura 2.3 – Origens e aplicações de recursos. Fonte: elaborado pelo autor.
No Balanço Patrimonial está demonstrado exatamente de onde veio o di-
nheiro da empresa, ou seja, as origens dos recursos e onde esses recursos foram 
aplicados. Os tipos de origens de recursos ou de capital são capitais de terceiros 
(pessoas que não são as proprietárias do negócio) e capital próprio (proprietá-
rios da empresa e os lucros gerados por ela).
Esses recursos obtidos de terceiros e dos sócios/empresa são aplicados em 
bens e direitos da empresa. Os bens são as instalações, máquinas, equipamen-tos, veículos, dinheiro (moeda no caixa), estoques, entre outros. Os direitos 
são as contas a receber dos clientes, investimentos em ações que a empresa 
possua, depósitos em contas bancárias (direito do saque), entre outras. Ambos 
possuem a característica de ser mensuráveis monetariamente.
Quando uma empresa faz um financiamento e compra uma máquina, a 
origem do recurso é o capital de terceiros, banco que fez o financiamento, e a 
36 • capítulo 2
aplicação é a máquina, considerado um bem da empresa. No caso da empresa 
que usa o capital inicial e os lucros para compra de novas instalações, a origem 
do recurso é o capital próprio e a aplicação é o prédio adquirido. 
A seguir são apresentadas as equações patrimoniais.
2.2 Equação patrimonial
A expressão Balanço Patrimonial pressupõe uma situação de igualdade, ou 
seja, de equilíbrio entre o total do ativo e o total do passivo. Entretanto, na vida 
real, nem sempre a soma dos bens e direitos é igual à soma das obrigações. A 
diferença apurada entre o ativo (bens e direitos) e o passivo (obrigações), que 
se denomina situação líquida, ou patrimônio líquido, será evidenciada sempre 
do lado do passivo, como se fosse um peso no prato da balança para manter o 
equilíbrio entre os dois lados. Veja:
Total das aplicações recursos = Total das origens de recursos
Ativo = passivo + patrimônio líquido
Se:
Então...
Figura 2.4 – Equação patrimonial. Fonte: elaborado pelo autor.
Conforme já tivemos a oportunidade de discutir, os bens, direitos e obriga-
ções que compõem o patrimônio são avaliados em moeda e, quando do seu re-
gistro, serão contabilizados pelo valor correspondente da moeda do local onde 
a entidade contábil estiver funcionando.
Portanto, adicionando os valores dos bens e dos direitos, teremos o total 
do ativo. Por outro lado, somando os valores das obrigações, teremos o total do 
passivo. A diferença entre o total de bens e direitos, das obrigações, representa 
o valor do patrimônio líquido. Veja:
capítulo 2 • 37
Balanço patrimonial
O que
eu tenho
O que
eu devo
Ativo:
Aplicação de
recursos
$ 100
Passivo:
Origem de recursos
$ 20
Patrimônio
líquido:
Origem de recursos
$ 80
Figura 2.5 – Balanço Patrimonial. Fonte: elaborado pelo autor.
O Balanço Patrimonial é uma demonstração resumida e estática, como uma 
foto, da situação financeira e patrimonial da empresa em um determinado mo-
mento. A maioria dos países adota essa forma de representação: valores ativos 
do lado esquerdo e passivo (dívidas com terceiros ou capital de terceiros) com o 
patrimônio líquido (capital próprio) do lado direito. Essa demonstração contá-
bil será estudada com mais detalhes nos próximos capítulos.
2.2.1 Situações líquidas patrimoniais possíveis
Os componentes patrimoniais devidamente equacionados poderão apresentar 
três situações líquidas patrimoniais diferentes:
I. Ativo maior que o passivo
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 90 Obrigações 100
Direitos 60 Situação líquida 50
TOTAL 150 TOTAL 150
SITUAÇÃO LÍQUIDA = (R$ 150 – R$ 100) = R$ 50
Diferentes formas de se referir a essa situação líquida: Situação líquida posi-
tiva; Situação líquida ativa; Situação líquida superavitária; A = P + SL; P = A – SL; 
SL = A – P; Ativo maior que zero e passivo maior que zero: situação líquida maior 
que zero.
38 • capítulo 2
II. Ativo menor que passivo
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 90 Obrigações 170
Direitos 60 Situação líquida 20
TOTAL 150 TOTAL 150
SITUAÇÃO LÍQUIDA = (R$ 150 – R$ 170) = (R$ 20)
Diferentes formas de se referir a essa situação líquida: Situação líquida ne-
gativa; Situação líquida passiva; Situação líquida deficitária; Passivo a desco-
berto; A = P – SL; P = A + SL; SL = P – A; Ativo maior que zero, passivo maior 
que zero e situação líquida menor que zero (desde que o ativo seja menor que 
o passivo).
III. Ativo igual ao passivo
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 90 Obrigações 150
Direitos 60 Situação líquida 0
TOTAL 150 TOTAL 150
SITUAÇÃO LÍQUIDA = (R$ 150 – R$ 150) = R$ 0
Diferentes formas de se referir a essa situação líquida: Situação líquida 
nula; Situação líquida inexistente; A = P; P = A; SL = Zero; Ativo maior que zero, 
passivo maior que zero e situação líquida igual a zero (desde que o ativo seja 
igual ao passivo).
IV. Outros casos
Observa-se que, nas três situações apresentadas, ativo e passivo sempre 
foram maiores que zero. Em raras ocasiões, porém, poderão ser iguais a zero. 
Nesses casos, teremos:
a) Ativo igual a situação líquida (passivo = zero)
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 10 Obrigações 0
Direitos 20 Situação líquida 30
TOTAL 30 TOTAL 30
SITUAÇÃO LÍQUIDA = (R$ 30 – R$ 0) = R$ 30
capítulo 2 • 39
Na prática, o momento da constituição da entidade contábil é uma das raras 
ocasiões em que essa situação poderá ocorrer.  
b) Situação líquida igual ao passivo (ativo = zero)
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 0 Obrigações 25
Direitos 0 (-) Situação líquida (25)
TOTAL 0 TOTAL 0
SITUAÇÃO LÍQUIDA = (R$ 0 – R$ 25) = (R$ 25)
O momento do encerramento de atividades é uma das raras ocasiões em 
essa situação poderá ocorrer. 
2.3 Conceitos de contas contábeis
Em sua linguagem cotidiana você pode imaginar que a palavra conta pode tra-
duzir uma série de conceitos diferentes:
•  Uma operação matemática de soma, subtração, etc.;
•  A conta de energia elétrica, de internet ou telefone que temos que pagar;
•  Uma conta corrente que temos em um banco;
•  Um valor a pagar em uma loja, um supermercado, etc.
Acontece, porém, que do ponto de vista contábil, a conta representa a des-
crição dos componentes patrimoniais (contas de ativo e passivo), assim, como 
elementos do resultado (despesas e receitas, que serão vistas a frente). O título 
de uma conta deve expressar o significado adequado das operações nela regis-
tradas. Seguem alguns exemplos: contas a receber, caixa, salários a pagar, fi-
nanciamentos a longo prazo, etc.
De acordo com o editorial da IOB, a importância da adequada denomina-
ção das contas decorre do fato de que as demonstrações contábeis não são de 
utilização apenas da própria empresa; são também analisadas por auditores, 
fornecedores, instituições financeiras, e, é claro, pelo fisco. 
Além disso, se a empresa for uma sociedade anônima de capital aberto (com 
ações negociadas em bolsas de valores), é fundamental que suas demonstrações 
40 • capítulo 2
tenham uma linguagem precisa e, tanto quanto possível, clara, para facilidade 
de seus acionistas em particular e do mercado em geral. Resumindo, como pes-
soas diferentes e, principalmente, pessoas fora da Contabilidade da empresa 
e mesmo do dia a dia da empresa devem entender os relatórios contábeis, é 
essencial que saibam e confiem nos conteúdos de cada conta contábil.
Na realidade, pode-se representar elementos de características semelhan-
tes em uma mesma conta, a qual receberá o nome que melhor represente os 
elementos agrupados. Exemplificando tal situação:
a) O conjunto formado por cadeiras, mesas, máquinas de escrever, má-
quinas de somar, etc., poderia ser registrado em uma única conta, que teria por 
nome: Móveis e utensílios (a não ser é claro, em se tratando de um comércio de 
móveis que vise vender esses itens, onde, nessa situação, deveriam ser alocados 
na Conta estoques).
b) Todos os grupos de materiais que são comprados ou produzidos com 
finalidade de venda ou obtenção de receita poderiam ser registrados na conta 
de Estoque de produtos acabados.
c) Diversos valores a receber de diversos clientes, sem necessidade de re-
presentação (e não registro) isolada, poderiam ser registrados na mesma conta 
Contas a receberou Valores a receber.
d) Diversos valores a pagar de diversos fornecedores, sem a necessidade 
de representação (e não registro) isolada, poderiam ser registrados na mesma 
conta “Contas a pagar” ou “Valores a pagar.
2.4 Plano de contas
O conjunto de todas as contas contábeis de uma empresa forma o chamado 
plano de contas. Trata-se de um conjunto de contas e normas que disciplina as 
tarefas do setor de Contabilidade focando a uniformidade dos registros contá-
beis, ou seja, é instrumento de grande importância no processo contábil.
Cada organização deve elaborar um plano de contas específico que obedeça 
aos seus objetivos e a legislação da atividade que a mesma exerce. Obviamente 
que um plano de contas contábil deve seguir a ordenação e a codificação bási-
ca, sendo modificado em cada empresa apenas com suas especificidades, ou 
seja, toda empresa deverá ter em seu plano de contas, um grupo chamado ativo 
e um grupo chamado passivo, porém empresas de serviços talvez não precisem 
da conta de estoques de mercadorias, por exemplo. 
capítulo 2 • 41
Na realidade, na confecção do plano de contas temos dois tipos contas con-
tábeis relacionadas ao seu cadastro ou lançamento: contas sintéticas e contas 
analíticas.
Imagine que você tenha em sua casa um almoxarifado de materiais gerais 
que esteja dividido em: materiais de escritório, materiais de copa e cozinha, 
materiais de limpeza, etc. Ao comprar, por exemplo, uma caneta, você saberá 
que ela pertence ao grupo de materiais de escritório e poderá lançar no controle 
específico de canetas (esse controle específico seria uma ficha de estoque). 
Perceba, neste caso, que mesmo não classificando o gasto como material 
de escritório e sim como caneta, o valor ou a quantidade do grupo material de 
escritório também aumentou, afinal ninguém compra material de escritório, 
mas sim canetas, papéis, lápis, borracha, etc., sendo que estes itens comprados 
podem se classificar como materiais. Caso você queira saber quanto em dinhei-
ro ou mesmo em valor está estocado de materiais de escritório, você deveria 
somar as canetas, lápis, borrachas, papel, etc.
É como se o grupo material de escritório fizesse parte das contas sintéticas, 
aquelas que concentram os bens, direitos e obrigações de acordo com a sua 
natureza em comum (exemplo: 1.1.2.01 contas a receber) e que não recebem 
lançamento, apenas sumarizam ou totalizam grupos de contas de natureza 
similar.
As canetas, lápis, borrachas, etc., seriam as contas contábeis  analíticas, 
aquelas que descrevem cada direito, bem ou obrigação específica, sendo alo-
cadas dentro da conta contábil sintética que pertence, ou seja, as contas que 
recebem os lançamentos (exemplo: 1.1.2.001 Cia Outorgada S S/A – contas a 
receber). Abaixo segue exemplo que ilustra esta situação:
1.1.1.02. Caixa / Bancos → Conta sintética
1.1.1.02.001 Banco. Papa Juros S/A 
1.1.1.02.002 Banco Faz-Me Rir S/A 
1.1.1.02.003 Banco Colorado → Contas analiticas
1.1.1.02.004 Fundo Fixo De Caixa – Matriz
Figura 2.6 – Plano de contas Caixa e Bancos. Fonte: elaborado pelo autor.
A seguir é apresentado o Plano de contas para elaboração do Balanço 
Patrimonial.
42 • capítulo 2
2.4.1 Plano de contas – Balanço Patrimonial
Por definição, as contas do Balanço Patrimonial da empresa recebem numera-
ção 1 para o grupo de ativos e numeração 2 para o grupo de passivos e patrimô-
nio líquido. Na sequência, as demais contas de ativos, passivos e patrimônio 
líquido são numeradas. A título de exemplo vamos conhecer as possíveis divi-
sões em um grupo de ativos:
BALANÇO PATRIMONIAL
1.1 Ativo circulante
1.1.1 Caixa/Banco
1.1.1.1 Banco do Brasil
1.1.1.2 Santander
1.1.2 Aplicações financeiras
1.1.3 Contas a receber
1.1.3.1 Cliente A
1.1.3.2 Cliente B
1.1.4 Estoque de mercadorias
1.2 Ativo não circulante
1.2.1 Investimentos
1.2.1.1 Cia A
1.2.1.2 Cia B
1.2.2 Imobilizado
1.2.2.1 Máquinas
1.2.2.1.1 Máquinas 4 válvulas
1.2.2.1.2 Máquinas 8 válvulas
1.2.2.2 Equipamentos
1.2.2.3 Terreno
Figura 2.7 – Plano de Contas para Ativo. Fonte: elaborado pelo autor.
Percebam o seguinte, o grupo de ativo é 1; este grupo é dividido em ati-
vo circulante (1.1) e ativo não circulante (1.2). Se pegarmos o ativo circulante 
como exemplo, vamos ver que a próxima conta é de banco (1.1.1), a qual se abre 
em mais duas contas, recebendo mais um dígito no código: Banco do Brasil 
(1.1.1.1) e Santander (1.1.1.2) e assim sucessivamente.
capítulo 2 • 43
No grupo de passivo e patrimônio líquido temos a mesma lógica, contudo, o 
número dominante e inicial passa a ser o “2”. Vamos ver um exemplo:
BALANÇO PATRIMONIAL
2.1 Passivo circulante
2.1.1 Fornecedores
2.1.1.1 Fornecedores X (CP)
2.1.1.2 Fornecedores Y (CP)
2.1.2 Salários a pagar (CP)
2.1.3 Empréstimos de CP
2.2 Passivo não circulante
2.2.1 Debêntures LP
2.2.2 Empréstimos LP
2.3 Patrimônio líquido
2.3.1 Capital social
2.3.2 Reserva de lucro
Total passivo + PL
Figura 2.8 – Plano de Contas para Passivo e PL. Fonte: elaborado pelo autor.
De modo semelhante à análise do ativo, percebam o seguinte, o grupo de 
passivo e patrimônio líquido é 2; este grupo é dividido em passivo circulante 
(2.1), passivo não circulante (2.2) e patrimônio líquido (2.3). Se pegarmos o pas-
sivo circulante como exemplo, vamos ver que a próxima conta é de fornecedo-
res (2.1.1), a qual se abre em mais duas contas, recebendo mais um dígito no 
código: fornecedor X (2.1.1.1) e fornecedor Y (2.1.1.2) e assim sucessivamente.
2.4.2 Plano de contas – Demonstração de resultado do exercício
De maneira semelhante às contas do Balanço Patrimonial, as contas da De-
monstração de Resultados do Exercício apresentam uma numeração, no caso 3 
para todas as contas. A título de exemplo vamos conhecer as possíveis divisões 
em uma demonstração de resultados do exercício:
44 • capítulo 2
DRE
3.1 Receita de vendas
3.2 (–) Custo das mercadorias vendidas
3.3 Lucro bruto
3.4 Administrativas e gerais
3.4.1 Despesa com salários
3.4.2 Despesa de férias
3.4.3 Despesa com encargos
3.4.4 Despesa com aluguel
3.4.5 Despesa com energia
3.4.6 Despesa de manutenção
3.4.7 Despesa de propaganda
3.4.8 Despesa com jornais e revistas
3.4.9 Despesa de fretes
3.5 Financeiras
3.5.1 Despesas financeiras
3.5.2 Receitas financeiras
3.6 Outras receitas e despesas
3.6.1 Outras receitas
3.7 (=) Lucro antes do imposto de renda (LAIR)
3.8 (–) IR e CS
3.9 (=) Resultado do período
Figura 2.9 – Plano de Contas para contas de resultado. Fonte: elaborado pelo autor.
Grande destaque e atenção na elaboração de uma Demonstração de 
Resultados do Exercício é para as contas de maior código, como: receitas de 
vendas, custo da mercadoria vendida, lucro bruto, despesas administrativas e 
gerais, financeiras, outras receitas e despesas, lucro antes do imposto de renda 
(LAIR) e resultado do período.
CONEXÃO
Leia mais sobre Plano de Contas em http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/plano-
decontas.htm.
capítulo 2 • 45
2.5 Noções débito e crédito
Em nosso cotidiano, nos termos de nossa linguagem comum, conceituamos a 
palavra débito como algo ruim, relacionando a dívidas, situação negativa, ter 
saldo negativo na conta corrente do banco. De forma análoga, crédito é con-
ceituado como algo bom, relacionado à possibilidade de comprar a prazo, ter 
crédito na praça, saldo positivo na conta do banco. 
Na realidade contábil, precisamos desmistificar estes conceitos e extrapolá-
-los para o seu significado quando de sua criação pela Contabilidade. Isso não 
quer dizerque você possa, a partir daqui, achar que uma conta devedora no 
banco seja fantástico, ok? Esses conceitos são da Contabilidade e não de sua 
vida particular.
Para facilitar o entendimento desses conceitos, vamos pensar no enquadra-
mento do débito em relação ao gráfico em forma de “T”, ou seja, o razonete, que 
será estudado em detalhes nos próximos capítulos.
Pelo razonete, o lado esquerdo de uma conta é chamado de débito e o lado 
direito de uma conta é chamado de crédito. Quando lançamos no lado esquer-
do de uma conta denominamos lançamento a débito ou debitando. Abaixo a 
figura demonstra esta situação:
(Título da Conta)
Lado do 
Débito
Lado do 
Crédito
A diferença que deve ocorrer entre a totalidade de débitos e créditos feitos 
em uma determinada conta contábil e em determinado período, é denominado 
saldo. Se o valor de débitos for maior que o valor de créditos, a conta terá um 
saldo devedor. Se o valor de créditos for maior que o valor de débitos, a conta 
terá um saldo credor. Exemplo de saldo devedor:
Caixa
(1) 50 30 (2)
 20
46 • capítulo 2
Os principiantes em Contabilidade são levados a pensar muitas vezes que 
débito significa algo desfavorável e crédito algo favorável. Na verdade, isto não 
ocorre, pois tais denominações são simplesmente convenções contábeis, com 
uma função específica em cada conta.
As contas possuem dois lados – esquerdo e direito – dessa forma, os aumen-
tos podem ser registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da 
conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para 
as diminuições. A regra, que como qualquer regra, tem suas exceções, coloca 
que:
GRUPO NATUREZA
Ativo Devedora
Passivo Credora
PL CREDORA
Os grupos de contas contábeis serão detalhados no Capítulo 3, a seguir.
2.6 Regime de caixa x Regime de 
competência
A seguir são apresentados os regimes de caixa e competência, destacando-se 
suas utilidades e principais diferenças.
2.6.1 Regime de caixa 
O regime de caixa, conhecido também como regime financeiro, apura o re-
sultado da empresa considerando como receita aquela efetivamente recebida 
(havendo a entrada de dinheiro na empresa) e gastos (custos/despesas) quando 
forem realmente pagos no período (havendo a saída de dinheiro). 
Esse regime é adotado para que os gestores possam ter um controle geren-
cial do caixa da empresa, vital para a continuidade e manutenção da situação fi-
nanceira da empresa, e é apresentado na demonstração do fluxo de caixa (DFC). 
Contudo, esta metodologia não é permitida por lei para elaboração das de-
monstrações financeiras (Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados 
capítulo 2 • 47
do Exercício). Para elaboração destas demonstrações a norma contábil exige a 
utilização do regime de competência, cujo conceito será visto no tópico a seguir.
Assim, características do regime de caixa podem ser resumidas em: 
•  Não aceito oficialmente;
•  Desenvolvido nas empresas como Contabilidade auxiliar.
Deste modo podemos resumir o registro das receitas e das despesas como 
sendo:
•  Receita – considera a receita do exercício aquela efetivamente recebida, 
ou seja, quando houver a entrada de dinheiro;
•  Despesa – considera a despesa do exercício aquela efetivamente paga, ou 
seja, quando houver a saída de dinheiro.
2.6.2 Regime de competência
A Contabilidade é formada e desenvolvida considerando-se alguns princípios 
ou regras gerais, as quais são base e fundamento para criação das demais nor-
mas. Um desses princípios é o chamado regime de competência.
O regime de competência é a outra forma de registro das operações da em-
presa, mais propriamente das receitas e das despesas, sendo que, diferente-
mente do regime caixa, este é aceito e exigido pelas normas contábeis.
Então a divulgação das demonstrações financeiras das empresas quando 
elaboradas e divulgadas aos usuários externos estão sob bases do regime de 
competência. Além disso, o conceito do regime de competência está atrela-
do à necessidade do fato gerador, ou seja, ocorrendo o fato gerador as recei-
tas e despesas podem ser reconhecidas. Mas o que seria o fato gerador das 
receitas e despesas que permite o reconhecimento das mesmas pelo regime 
competência?
Resumidamente teríamos:
•  Receita  – a Contabilidade considera a receita gerada em determinado 
exercício social, não importando seu recebimento, mas considera o período em 
que a receita foi ganha, ou seja, o fato gerador, não o seu recebimento. Assim, 
reconhece a Receita quando os serviços forem entregue ao cliente, ou estiver 
pronto para entrega ou quando todos os esforços da empresa para deixar o 
48 • capítulo 2
produto em condições de venda estiverem sido cumpridos, mesmo que não 
haja o recebimento do dinheiro propriamente dito.
•  Despesa  – a Contabilidade considera a despesa consumida, incorrida, 
em determinado período contábil, sendo irrelevante o período de pagamento. 
Portanto, basta ter havido o consumo, sem necessidade de ter tido o pagamen-
to ou a saída do dinheiro da empresa.
Assim, o regime de competência, também conhecido por regime econô-
mico, é uma forma de se contabilizar o resultado da empresa, registrando as 
receitas no momento em que elas são geradas e os gastos (despesas e custos) 
no momento em que são consumidos, independentes de seus recebimentos ou 
pagamentos. 
Não se contabiliza somente a receita recebida, e sim a receita gerada. Os 
gastos são contabilizados conforme o consumo ocorrido no período (compe-
tentes àquele período) e não conforme o pagamento desses gastos. Este regi-
me de competência é indicado pela Teoria da Contabilidade e pelo Imposto de 
Renda (Legislação Fiscal) e deve ser adotado na apuração do resultado.
2.6.3 Análise comparativa
Os tipos de registro da Contabilidade (regime de caixa e regime de competên-
cia) apresentam diferentes regras para reconhecimento das receitas e despe-
sas, além da exigência ou não pelas normas contábeis. Resumidamente pode-
mos destacar as seguintes características de cada um desses regimes:
REGIME CAIXA REGIME COMPETÊNCIA
RECONHECIMENTO DA 
RECEITA
Apenas quando houver o recebimen-
to do dinheiro pela empresa. Há uma 
entrada de dinheiro.
Quando houver o fato gerador: 
receita incorrida.
RECONHECIMENTO DA 
DESPESA
Apenas quando houver o pagamento 
da conta pela empresa. Há uma saída 
de dinheiro.
Quando houver o fato gerador: 
despesa consumida.
APROVADO POR LEI OU 
NÃO?
Não é permitido por lei, mas usado 
internamente como contabilidade 
auxiliar.
Exigido por lei
Tabela 1.1 – Regime de caixa x regime de competência. Fonte: elaborado pelo autor.
capítulo 2 • 49
2.6.3.1 Exemplo 
Imagine uma empresa que tem receita de $10 milhões no período (sendo que 
apenas 60% foram recebidos) e despesa totalizando 8 milhões (sendo que 6 mi-
lhões já foram pagos). Como ficaria o resultado desta empresa considerando o 
regime competência e regime caixa?
Poderíamos chegar aos seguintes resultados:
ITENS
REGIME (EM MILHÕES)
COMPETÊNCIA CAIXA
(+) Receita 10 6 Efetivamente recebido
(–) Despesa (8) (6) Efetivamente pago
(=) Resultado 2 0
Portanto, percebemos que o resultado é diferente entre os dois regimes. De 
fato, o resultado tende a ser diferente pois a regra de reconhecimento destes 
dois regimes não é igual.
Contudo, o resultado apurado pelo regime de caixa e pelo regime de com-
petência pode ser igual quando as vendas e despesas ocorrem à vista. Para vi-
sualizar esse efeito, vamos retomar o exemplo anterior alterando o montante 
recebido em caixa e o montante pago.
ATIVIDADES
01. O Sr. J.Z.T está muito satisfeito com sua riqueza acumulada até o momento. Abaixo 
temosum conjunto de “bens e direitos” e “deveres e obrigações”. Leia atentamente e classi-
fique os bens e os deveres.
Automóveis 50.000
Empréstimos 28.000
Fornecedores 34.000
Imóvel 100.000
Financiamento 22.000
Caixa 10.000
Títulos a pagar 8.000
Contas a receber 25.000
Estoque 12.000
Contas a pagar 7.000
Investimentos na Petrobrás 30.000
Salários a pagar 15.000
Apartamento 150.000
Imposto a pagar 6.000
Computadores 2.000
50 • capítulo 2
BENS E DIREITOS DEVERES E OBRIGAÇÕES
02. A empresa Santa Bárbara apurou R$ 200.000,00 de capital de terceiros e 
R$ 186.000,00 de capital próprio. Qual o total do seu ativo?
03. Admitindo-se que o ativo de uma empresa é de R$ 250.000,00 e o passivo 
R$ 230.000,00, qual o patrimônio líquido? Qual o montante de origem e aplicação?
04. A empresa Bemviver S.A possui um capital de terceiros que é exatamente o dobro do 
patrimônio líquido. O capital próprio, por sua vez, é exatamente o montante de bens da em-
presa que é igual a R$ 5.000,00. Preencha o balanço patrimonial abaixo:
BALANÇO PATRIMONIAL
CIA BEMVIVER
ATIVO Valores PASSIVO + PL Valores
Bens Passivo
Direitos Patrimônio Líquido
TOTAL TOTAL
REFLEXÃO
Nesse capítulo foi estudada a composição do patrimônio de uma empresa, que se divide em 
bens, direitos e obrigações. Esses conceitos são essenciais para a composição das equa-
ções patrimoniais, que permitem mensurar o valor do patrimônio líquido da entidade contábil.
capítulo 2 • 51
Aprendemos também a classificação das contas contábeis em contas patrimoniais e 
contas de resultado; o que é plano de contas, a divisão das contas em natureza devedora e 
natureza credora e, por fim, a diferença entre os regimes de caixa e de competência. Conhe-
cendo essas duas metodologias de apuração do resultado do exercício é possível identificar 
as diferenças entre elas e o impacto em uma tomada de decisão. 
LEITURA
Para se aprofundar mais nos estudos de Contabilidade é importante que você acompanhe as 
alterações das normas contábeis por meio do site do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 
Lá você vai encontrar todas as normas atualizadas. Para completar os estudos desta unidade 
vale a pena ler os seguintes pronunciamentos:
•  Pronunciamento Conceitual Básico (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divul-
gação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: http://www.cpc.org.br/pdf/CPC00_
R1.pdf
•  CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medida Provisória nº. 449/08. Dispo-
nível em: http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_13.pdf
•  CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: http://www.
cpc.org.br/pdf/CPC26_R1.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
IUDÍCIBUS, S. de. MARION, J. C. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de 
administração, economia, direito e engenharia. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
PRONUNCIAMENTO BÁSICO (R1) – CPC 00 – Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.
br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. Acesso em junho de 2015.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2009.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
 
52 • capítulo 2
Ativo, Passivo e 
Patrimônio Líquido
3
56 • capítulo 3
O terceiro capítulo apresenta os conceitos primordiais que serão base para 
a escrituração contábil do Balanço Patrimonial: o Ativo, o Passivo e o Patri-
mônio Líquido. Além de apresentar essa distinção, demonstra também como 
eles devem ser classificados em grupos Circulante e Não Circulante.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
•  compreender a estruturação das contas contábeis;
•  aprender a aplicabilidade e a utilidade de cada dos grupos de contas contábeis;
•  apresentar as principais modificações da legislação brasileira pertinentes à contabilidade.
capítulo 3 • 57
3.1 Introdução
Como exposto, essa unidade tem como objetivo o estudo dos grupos de contas 
contábeis: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido e suas subdivisões em Circulan-
te e Não Circulante. Esses grupos de contas são os que compõe o Balanço Patri-
monial e sua apresentação deve seguir as normatizações do Pronunciamento 
Técnico CPC 26: Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovado pelo 
Conselho Federal de Contabilidade sob a NBC TG 26 (R2). Nesse documento 
estão as diretrizes para as bases das demonstrações contábeis, de modo a dar 
uniformização e possibilitar a comparação entre as demonstrações contábeis 
da mesma organização (entre períodos anteriores) e das demonstrações entre 
organizações distintas.
Desse modo, cabe diferenciar inicialmente os grupos do Balanço 
Patrimonial. O Ativo abrange, basicamente, os bens e os direitos da entidade, 
como o dinheiro em Caixa ou disponível nas contas correntes no Banco, além 
das aplicações financeiras, dos estoques, das marcas e patentes, dos imóveis, 
dos veículos, das máquinas e dos equipamentos, das contas a receber de clien-
tes. Todos esses itens são bens e direitos da empresa e que, quando somados, 
compõe o seu Ativo. Lembre-se que as contas do Ativo são apresentadas do lado 
esquerdo do Balanço Patrimonial.
Já o Passivo, também de forma simplificada, abrange as obrigações assumi-
das pela empresa com terceiros, ou seja, é composto pelas dívidas que a empre-
sa possui, como os salários a pagar de seus empregados, os fornecedores, os em-
préstimos e financiamentos, os impostos a pagar, entre outros. Lembre-se que 
as contas do Passivo são apresentadas do lado direito do Balanço Patrimonial.
Por fim, tem-se o Patrimônio Líquido (PL) que pode ser definido como a di-
ferença entre o valor registrado no Ativo e no Passivo em determinado período 
de tempo. Por exemplo, se uma empresa possui R$ 20.000 em ativos e R$ 12.000 
de passivos, logo terá R$ 8.000 de Patrimônio Líquido, respeitando a equa-
ção fundamental da contabilidade. Lembre-se que as contas do Patrimônio 
Líquido são apresentadas do lado direito do Balanço Patrimonial, logo abaixo 
do Passivo.
Porém, isso não significa dizer que o Patrimônio Líquido não possui as 
suas próprias contas, como já visto anteriormente. Inicialmente, o Patrimônio 
Líquido é composto por duas grandes fontes: os investimentos dos sócios e 
os lucros auferidos pela empresa e que não foram distribuídos aos sócios. Por 
58 • capítulo 3
exemplo, nos R$ 8.000 de Patrimônio Líquido que foi encontrado no exemplo 
acima, ele poderia ser distribuído em R$ 6.000 de Capital Social (Investimento 
dos Sócios na Entidade) e de R$ 2.000 de Reservas de Lucros (lucros não distri-
buídos aos sócios). 
Dada essa natureza do Patrimônio Líquido, de ser a diferença entre o Ativo 
e o Passivo, pode ocorrer a situação da empresa possuir mais Passivos do que 
Ativos. Por exemplo: se uma empresa possui R$ 20.000 em ativos e R$ 32.000 de 
passivos, logo terá um valor negativo de R$ 12.000 de Patrimônio Líquido, res-
peitando a equação fundamental da contabilidade, também chamado Passivo 
a Descoberto.
Feita essa primeira distinção, cabe agora separar os Ativos e Passivos entre 
Circulante e Não Circulante. Tanto os Ativos quanto os Passivos devem ser apre-
sentados em ordem de liquidez decrescente no Balanço Patrimonial, iniciando 
com o Ativo ou Passivo mais líquido. Aqui, a “liquidez” é a capacidade do Ativo 
ou do Passivo se converter em dinheiro em determinado

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