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Sistema imunológico

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Thaiane Barros – Medicina P2 1 
Problema: Cicatrizes da infância 
Tutor: Marcos Ely 
Relator: Mauro Vital 
Coordenador: Ana Cecília 
PASSO 5- LISTANDO OS OBJETIVOS: 
♡ Identificar os mecanismos de defesa 
do nosso organismo e seus 
componentes (barreiras e células); 
♡ Esclarecer os tipos de imunoglobulinas 
e suas funções; 
♡ Conhecer o Sistema Complemento; 
♡ Compreender os tipos de imunidade e 
suas respostas imunes do organismo; 
 
PASSO 6- DESCREVENDO OS OBJETIVOS: 
 
1 Mecanismos de defesa do nosso 
organismo e seus componentes (barreiras e 
células): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1°) PRIMEIRA LINHA DE BARREIA/ DEFESA: 
A imunidade natural é representada por barreiras 
naturais, por células especializadas e por moléculas 
solúveis, presentes em todos os indivíduos, não 
necessitando de contato prévio com moléculas 
imunogênicas ou agentes agressores, apresentando a 
característica importante de não se alterar qualitativa 
ou quantitativamente após o contato com estes 
estímulos. Ela é representada por múltiplas camadas 
de defesa, como as: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARREIRAS FÍSICAS: são responsáveis por 
impedir que o microrganismo consiga atingir 
regiões mais internas, representadas pelos 
tecidos e, assim, impedir o desenvolvimento 
de doenças. Essas barreiras são compostas 
por três (3) diferentes tipos: 
 
BARREIRA MECÂNICA/ANATÔMICA: é 
representada pela pele íntegra e composta 
pela epiderme, rica em queratina e impede e 
retarda a entrada de microorganismos 
diversos. O pH da pele é muito importante 
também para essa proteção pois, por ela ser 
levemente ácida, em torno de 4,6 e 5,8, 
contribui para que ocorra proteção bactericida 
e fungicida na superfície da pele. Isso é 
bastante interessante porque com o avançar 
da idade, o pH da pele torna-se cada vez mais 
neutro, isso contribui para que ela fique mais 
suscetível a exposição de bactérias devido à 
acidez reduzida, que antes atuava como 
proteção da pele. Os cílios e mucos nasais 
também são exemplos de barreira mecânica, 
 Thaiane Barros – Medicina P2 
2 
que auxiliam a filtrar o ar, fazendo com que os 
microorganismos fiquem aderidos a estes 
cílios e muco, e impedindo que entrem no 
corpo. 
 
BARREIRA MICROBIOLÓGICA: é 
representada pela microbiota intestinal, 
estomacal, pulmonar, genital, que agem por 
exclusão competitiva, impedindo que 
agentes patogênicos se liguem aos 
receptores, impedindo que eles se 
multipliquem e acarretem em doenças. 
 
BARREIRA QUÍMICA/SECREÇÕES: 
A temperatura basal, o pH dos fluidos orgânicos e 
as diversas secreções previnem o crescimento de 
diversos microrganismos causadores de doença. 
Entre as diversas barreiras fisiológicas existem: 
a) o ácido gástrico, o qual aniquila a maior 
parte dos microrganismos ingeridos, porque os 
ácidos graxos impedem que os microrganismos 
consigam atingir regiões alvo para desencadear 
doença por possuírem pH ácido; 
b) o bílis, que atua como antisséptico 
impedindo o crescimento de diversos 
microrganismos; 
c) o cerúmen (cera de ouvido), capaz de 
aprisionar partículas de pó, apresenta ação 
antimicrobiana e repelente de insetos; 
d) a lisozima, presente em diversos fluidos 
(especialmente na saliva e lágrimas) e em 
quase todas as secreções (exceto cérebro 
espinal, urina e suor), o qual é capaz de atacar 
as bactérias dissolvendo as suas paredes 
celulares; 
e) as vibrissas (pelos nasais), filtram micróbios e 
pó; 
f) a urina. Que além de fazer assepsia da uretra, 
elimina agentes patogénicos; 
g) as secreções vaginais, relativamente acidas, 
tornam o meio menos propício ao crescimento 
bacteriano ao mesmo tempo que empurram os 
microrganismos para fora da vagina 
h) o sebo, o qual forma uma barreira protetora 
ácida sobre a superfície da pele que inibe 
crescimento microbiano. 
 
 
 
 
- MECANISMO: 
A imunidade natural é uma resposta 
rápida e estereotipada a um número 
grande, mas limitado, de estímulos e 
os seus principais mecanismos são 
fagocitose, liberação de mediadores 
inflamatórios, ativação do sistema 
complemento, síntese de proteínas 
de fase aguda, quimiocinas e 
citocinas. Para realizar tais funções, 
a imunidade natural conta com 
macrófagos, neutrófilos, células 
dendríticas e células Natural Killer 
(NK), como células efetoras. 
 
Os mecanismos da imunidade inata reconhecem os 
produtos de células danificadas e mortas do 
hospedeiro e servem para eliminar tais células, 
iniciando o processo de reparo tecidual. 
- A imunidade inata aos micro-organismos estimula 
as respostas imunológicas adaptativas e pode 
influenciar a natureza das respostas específicas, 
tornando-as mais eficazes contra diferentes tipos de 
patógenos: dessa forma, ela não apenas tem 
funções defensivas como serve para alertar o 
sistema imune adaptativo da presença de uma 
infecção. Funções dão origem a dos principais 
tipos de respostas do sistema imune inato: 
inflamação e defesa antiviral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Thaiane Barros – Medicina P2 
3 
BARREIRAS CELULARES 
Composta por alguns tipos de leucócitos, 
macrófagos, células NK, sistema do 
complemento, inflamação, febre e 
substâncias antimicrobianas. 
 
 Eosinófilos/Acidófilos: são células 
fagocíticas, responsáveis pela resposta às 
infecções parasitárias (vermes) e processos 
alérgicos (liberam substâncias anti-
histamínicas). 
 Neutrófilos: Possuem tempo de vida 
relativamente curto e são produzidos em 
grande número durante as respostas 
inflamatórias. São importantes na resposta 
inata, porque são células fagocíticas, muito 
numerosos (60-70%) e de migração rápida. 
 Basófilos: Produz heparina 
(anticoagulante), - Produz histamina (subs. 
Vasodilatadora liberada em processos 
alérgicos). 
 Mastócitos: se diferenciam ao chegar aos 
tecidos. Eles se localizam principalmente à 
margem dos vasos sanguíneos e de 
granulam liberando mediadores quando em 
contato com alérgenos. 
 Macrófagos: são as células fagocitárias 
mais relevantes, sendo a forma diferenciada 
dos monócitos sanguíneos. São células de 
migração lenta e estão dispersos pelos 
tecidos do corpo. Eles se caracterizam pela 
neutralização, ingestão (fagocitose) e 
destruição de antígenos, além de processar 
e apresentar antígenos para os linfócitos T. 
Também secretam várias proteínas 
citotóxicas que ajudam a eliminar os 
patógenos. 
 Monócitos: também responsáveis pela 
fagocitose de antígenos, circulam no sangue 
e migram continuamente nos tecidos, onde 
se diferenciam. 
 Células dendríticas: As células dendríticas 
quando imaturas migram através da 
corrente sanguínea para entrarem nos 
tecidos. Entre suas funções estão a 
fagocitose e a micropinocitose, ingestão 
continua de grandes quantidades de fluído 
extracelular e seu conteúdo. Após o 
encontro com um patógeno, maturam 
rapidamente e migram para os nódulos 
linfáticos, onde realizam a apresentação de 
antígenos para os linfócitos T. 
 
 Células Natural Killer: 
existem células natural killer no organismo que 
são um tipo de linfócitos presentes no baço, 
linfonodos e medula óssea vermelha. Estas 
células NK não apresentam receptores de 
antígenos como os linfócitos T e B, sendo 
capazes de causar destruição celular em pelo 
menos 2 formas: 
a) produzindo perforinas as quais são 
introduzidas na membrana citoplasmática 
dos micróbios, criando poros nesta e 
fazendo-a permeável, facilitando citólise. 
Este aumento da porosidade permite um 
aumento da permeabilidade o que leva a 
um aumento de volume da célula a qual 
incha e explode, sendo o restante desta 
destruição eliminado pelos fagócitos; 
b) Através da estimulação da apoptose, a 
qual ocorre deforma natural como uma 
parte normal do funcionamento celular; 
Assim sendo, as primárias funções das 
células NK são destruir células marcadas 
por citólise e apoptose. Constituem cerca 
de 5 a 10% dos linfócitos periféricos em 
humanos. 
As células naturais killer possuem 
citoplasma granular distinto e são capazes 
de reconhecer e matar algumas células 
anormais, como células tumorais e células 
infectadas com o vírus herpes. 
 
 Complemento: O complemento é um 
grupo de 20 proteínas, muitas das quais são 
precursoras enzimáticas produzidas pelo 
fígado. Estas proteínas estão presentes no 
soro sanguíneo (plasma sem fibrinogénio) e 
na membrana plasmática. Encontram-se em 
circulação e dentro dos tecidos orgânicos. 
Foram denominados de complemento por 
Ehrlich pois complementam as ações de 
 Thaiane Barros – Medicina P2 
4 
outros componentes do sistema imunitário 
(como por exemplo as ações dos anticorpos 
sobre os antígenos) no combate a 
infecções, tendo sido descobertas por Jules 
Bordet. As proteínas do complemento criam 
poros nas membranas plasmáticas dos 
microrganismos permitindo a entrada de 
água a qual aumenta a pressão interna 
resultando numa ruptura e consequente 
morte. O complemento pode atuar através 
de citólise, inflamação e opsonisação, sendo 
ainda capazes de prevenir dano excessivo 
sobre o tecido do hospedeiro. 
 
 Inflamação: A inflamação é uma resposta 
defensiva do organismo ao dano tecidual. As 
condições que podem produzir inflamação são 
agentes patogénicos, abrasão/reações 
químicas, distorções/alterações celulares e 
temperaturas extremas. Os sinais da inflamação 
são rubor, calor, dor, edema e perda de função 
(em alguns casos e dependendo da extensão da 
lesão). A inflamação pretende eliminar 
microrganismos, toxinas e/ou corpos estranhos 
no local da lesão por forma a prevenir a sua 
expansão para outros tecidos e preparar a zona 
para a reparação dos tecidos. Assim sendo, a 
inflamação pretende restaurar homeostase. 
A libertação de histamina pelos mastócitos 
causa vasodilatação dos capilares e vasos 
sanguíneos, o que aumenta o fluxo de sangue 
na área afetada, tornando-a ruborizada e 
quente, ao mesmo tempo que o plasma 
transborda para o espaço intercelular, causando 
edema. A esta reação orgânica chama-se 
inflamação. 
 
 Febre: A febre pode ser resultado da 
produção de toxinas por agentes 
patogénicos e/ou por uma proteína 
pirogénio endógena libertada por 
macrófagos. Quando o cérebro é invadido 
por pirogénios, o hipotálamo dá a ordem 
de aumentar a temperatura orgânica e, 
consequentemente acontece a febre. 
Febres moderadas (e de curta duração – 1 
dia) são portanto um mecanismo que 
aumenta as defesas imunes, ativando 
fagócitos e inibindo o crescimento de 
microrganismos que não devem ser 
suprimidas. Ao contrário, febres elevadas 
podem ser demasiado nocivas para a saúde 
e devem ser controladas por meio de 
mecanismos e agentes antipiréticos. 
 
 Citoquinas: As Citoquinas, que são 
espécies de proteínas de baixo peso 
molecular, funcionam como mensageiros 
químicos que estimulam ou inibem a 
diferenciação, proliferação e função das 
células imunes. Estão envolvidas na 
comunicação celular, existindo diversos 
tipos como interleucinas produzidas por 
leucócitos, linfoquinas produzidas por 
linfócitos, fator de necrose tumoral (TNF) e 
interferon (IFNs) os quais protegem as 
células contra infecções virais. 
 
2 TIPOS DE IMUNOGLOBULINAS E 
SUAS FUNÇÕES; Anticorpos (Ac), 
imunoglobulinas (Ig) ou 
gamaglobulinas, são glicoproteínas 
sintetizadas e excretadas por células 
plasmáticas derivadas dos linfócitos B, os 
plasmócitos, presentes no plasma, 
tecidos e secreções, que atacam 
proteínas estranhas ao corpo, 
chamadas de antígenos, realizando 
assim a defesa do organismo 
(imunidade humoral). Depois que o 
sistema imunológico entra em contato 
com um antígeno (proveniente de 
bactérias, fungos, etc.), são produzidos 
anticorpos específicos contra ele. Há 
cinco classes de imunoglobulina com 
função de anticorpo: Ig A, IgD, IgE, IgG e IgM. 
Os diferentes tipos se diferenciam pela 
suas propriedades biológicas, 
localizações funcionais e habilidade para 
lidar com diferentes antígenos. As 
principais ações dos anticorpos são a 
neutralização de toxinas, opsonização 
 Thaiane Barros – Medicina P2 
5 
(Recobrimento) de antígenos, destruição 
celular e fagocitose auxiliada pelo sistema 
complemento 
 
Estrutura: As imunoglobulinas são moléculas e 
possuem estrutura tridimensional. Qualquer 
imunoglobulina possui duas cadeias 
pesadas. Cada uma das cadeias pesadas está 
unida a uma cadeia leve por duas pontes de 
enxofre e as duas cadeias pesadas estão 
unidas entre si. Existem cinco tipos de 
cadeias pesadas e estes tipos são 
caracterizados pela sequência de aminoácidos 
na cadeia. Para cada tipo de cadeia pesada 
há uma classe de Ig. 
Existem dois tipos de cadeia leve. Em cada 
molécula de Ig as duas cadeias são idênticas. 
A região constante determina as funções 
efetoras do Anticorpo, enquanto a Região 
variável determina a especificidade para cada 
antígeno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS DE IMUNOGLOBULINAS: 
 
A IgG/Cadeias pesadas gama: é a 
imunoglobulina da imunidade, após termos 
contato com uma doença ou vacina, ela fica 
sempre circulando no nosso corpo, dando o 
resultado Reagente no exame. Isso significa 
que se o corpo entrar em contato novamente 
com essa doença, irá fazer uma rápida 
resposta imunológica; também significa que 
não está em estado agudo da doença – já se 
tem imunidade. Além disso, o igG participa da 
opsonização, que é um processo em que 
anticorpos são fixados na superfície dos 
microrganismos que devem ser eliminados e 
os recobrem, facilitando o reconhecimento e 
posterior destruição pelas células responsáveis 
por essas ações (os fagócitos, na maioria das 
vezes). Também atua na ativação do sistema 
complemento (inflamação e fagocitose), e é o 
único anticorpo que ultrapassa a barreira 
placentária. (MOLINARO, 2009); 
 
CLASSIFICAÇÃO: As imunoglobulinas podem ser 
divididas em cinco classes diferentes, com base 
nas diferenças em sequências de aminoácidos na 
região constante das cadeias pesadas. Todas as ig 
de uma mesma classe têm regiões constantes de 
cadeia pesada muito similares. Essas diferenças 
podem ser detectadas por estudos de sequências 
ou mais comumente por meios sorológicos (i.e. 
pelo uso de anticorpos dirigidos a essas 
diferenças). 
 
IgM/Cadeias pesadas mu: é a primeira a 
apresentar níveis que possibilitam a detecção 
de estímulo imunogênico, assim, apresenta a 
fase inicial das infecções – fase aguda da 
doença. Além disso, é encontrada na superfície 
de células B naive, elimina patógenos no 
estado inicial da imunidade mediada das 
células B antes que haja IgG suficiente. A tua 
na ativação do sistema complemento. (Mayer, 
2010); 
 
IgA/Cadeias pesadas alfa: faz a imunidade 
das secreções (saliva, suor, suco gástrico, etc) 
estas previnem a invasão de bactérias ou a 
penetração de toxinas nas células epiteliais e a 
colonização de patógenos. Ela é passada para 
o neonato via aleitamento. (MOLINARO, 2009); 
 
IgD/Cadeias pesadas delta: não se conhece 
muito bem seu papel, mas atua na 
diferenciação dos linfócitos B, como um 
receptor para o antígeno nas células B naive. 
(MOLINARO, 2009; Mayer 2010); 
 
IgE/Cadeias pesadas épsilon: tem como 
principal função a sensibilização de mastócitos 
e basófilos, promovendo reação inflamatória –Thaiane Barros – Medicina P2 
6 
recrutam fagócitos e estão ligados ao 
processo alérgico e doenças por parasitas. 
Além disso, A imunoglobulina E está associada 
a respostas alérgicas, incluindo asma e, com 
menos intensidade, à imunidade contra 
parasitas. No caso de alergias, o organismo 
apresenta uma reação excessiva a uma ou 
mais substâncias no ambiente, denominadas 
alérgenos, que não costumam causar resposta 
em outras pessoas. Durante a exposição inicial, 
também denominada sensibilização, a pessoa 
alérgica produz um tipo de IgE que ataca 
especificamente aquele alérgeno. A IgE se liga a 
glóbulos brancos especializados, o que resulta na 
liberação de várias substâncias, incluindo a 
histamina. Isso pode causar uma constrição dos 
brônquios nos pulmões de pessoas 
alérgica/asmáticas. Essas substâncias também são 
responsáveis pelos sintomas de coriza, coceiras 
nos olhos e coceira na pele, que ocorrem nas 
pessoas alérgicas. 
A IgE é produzida rapidamente toda vez que a 
pessoa alérgica é exposta a um ou mais 
alérgenos específicos após a primeira 
exposição, o que faz com que sua 
concentração aumente a ponto de causar uma 
reação alérgica. (MOLINARO, 2009; Mayer 
2010). 
 
Há uma pequena diferença de conceituação 
entre Imunoglobulinas e Anticorpo por uma 
questão de ação; se dá, pois, as 
Imunoglobulinas são aquelas expressas na 
membrana da célula B, que consegue produzir 
imunoglobulinas de diferentes isotipos; assim, 
anticorpo é a forma secretada da 
Imunoglobulina que “ataca” o patógeno 
(MONTASSIER). 
 
SUBCLASSES DE IMUNOGLOBULINAS: 
As classes de imunoglobulinas podem ser 
divididas em subclasses baseadas em 
pequenas diferenças nas sequências de 
aminoácidos na região constante das cadeias 
pesadas. Todas as imunoglobulinas de uma 
subclasse têm sequências de aminoácidos de 
região constante de cadeia pesada muito 
similares. Novamente essas diferenças são 
mais comumente detectadas por meios 
sorológicos. 
1. Subclasses de IgG: 
a) IgG1 – Cadeias pesadas gama 1 
b) IgG2 - Cadeias pesadas gama 2 
c) IgG3 - Cadeias pesadas gama 3 
d) IgG4 - Cadeias pesadas gama 4 
 
2. Subclasses de IgA: 
a) IgA1 - Cadeias pesadas alfa 1 
b) IgA2 - Cadeias pesadas alfa 2 
 
TIPOS DE IMUNOGLOBULINAS 
CLASSIFICADAS PELO TIPO DE CADEIA 
LEVE QUE POSSUEM: Tipos de cadeia leve 
são baseados na diferença de sequência de 
aminoácidos na região constante da cadeia 
leve. Essas diferenças são detectadas por 
meios sorológicos. 
1. Cadeias leves kappa 
2. Cadeias leves lambda 
 
SUBTIPOS DE IMUNOGLOBULINA LEVES: 
As cadeias leves podem ser também 
divididas em subtipos baseados nas 
diferenças de sequência de aminoácidos da 
região constante de cadeia leve. 
1. Subtipos de lambda 
a) Lambda 1; b) Lambda 2 ;c) Lambda 3; d) 
Lambda 4. 
 
Nomenclatura Imunoglobulinas: são 
nomeadas com base na classe, ou na 
subclasse de cadeia pesada e tipo ou subtipo 
de cadeia leve. A menos que seja 
precisamente declarado você deve assumir 
que todas as subclasses, tipos e subtipos 
estão presentes. IgG significa que todas as 
subclasses e tipos estão presentes. 
Heterogeneidade: Imunoglobulinas 
consideradas como uma população de 
moléculas são normalmente muito 
heterogêneas porque elas são compostas de 
diferentes classes e subclasses cada uma 
com diferentes tipos e subtipos de cadeias 
leves. Além disso, diferentes moléculas de 
imunoglobulinas podem ter diferentes 
propriedades de ligação a antígenos devido 
às diferentes regiões VH e VL. 
 
 Thaiane Barros – Medicina P2 
7 
3 SISTEMA COMPLEMENTO: 
 
Sistema complemento: esse sistema é 
composto por várias proteínas 
plasmáticas que trabalham juntas na 
opsonização de micro-organismos, na 
promoção do recrutamento de fagócitos 
para o sítio de infecção e, em alguns 
casos, na morte direta de patógenos. 
Essas proteínas do sistema complemento 
possuem várias funções biológicas (p. ex., 
estimulam a quimiotaxia e a 
desgranulação dos mastócitos 
independente da IgE). Além disso, a 
ativação do sistema complemento é 
baseado em uma cascata proteolítica 
que resulta na amplificação da 
quantidade de produtos proteolíticos 
gerados. Esses produtos realizam as 
funções efetoras do sistema 
complemento. O complemento pode se 
ligar em receptores do complemento na 
superfície bacteriana, opsonizando para a 
fagocitose. Algumas proteínas do 
complemento podem atuar como 
quimiocinas, recrutando fagócitos para o 
ponto de inflamação. ! Componentes da via 
final de ativação do complemento podem 
danificar bactérias pela formação de poros na 
superfície. 
 
Nomenclatura: os componentes do 
complemento são numerados de acordo 
com a ordem de sua descoberta 
(C1, C4, C2, C3, etc.). Os produtos de 
clivagem (fragmentos) das moléculas do 
complemento levam uma letra 
minúscula, ex. o C3 é clivado em C3a e 
C3b. 
 
O sistema complemento é constituído por: 
uma “cascata” enzimática que ajuda na 
defesa contra infecções. Muitas proteínas do 
sistema complemento ocorrem no soro 
como precursores enzimáticos inativos 
(zimógenos); outros são encontrados nas 
superfícies celulares. 
! Esse sistema faz uma “ponte” entre a 
imunidade inata e a adquirida pois, 
aumenta a resposta por anticorpos (Ac) e 
a memória imunológica, quebra/faz o 
rompimento (lise) de células estranhas e 
também remove imunocomplexos e 
células apoptóticas. 
 
As vias de ativação do sistema 
complemento são: 
 
-Via clássica: A via clássica é mais 
frequentemente desencadeada por 
anticorpos que se ligam os 
microrganismos ou outros antígenos e é, 
portanto, um componente da via 
humoral da imunidade adaptativa. Essa 
via usa uma proteína denominada de 
C1q para detectar anticorpos ligados à 
superfície de um micro-organismo ou 
outra estrutura. Mesmo com a via 
clássica sendo um dos principais 
mecanismos efetores do braço humoral 
das respostas imunes adaptativas, uma 
vez que anticorpos IgM são muito 
eficientes na ligação a C1q, a via 
clássica também participa da 
imunidade inata. 
 
-Via alternativa: É desencadeada 
quando uma proteína do sistema 
complemento chamada C3 reconhece 
diretamente certas estruturas da 
superfície microbiana, como o LPS 
bacteriano, e não podem ser controladas, 
porque as proteínas reguladoras do 
complemento não estão presentes nos 
microrganismos (mas estão presentes 
nas células hospedeiras). A via alternativa 
é um componente da imunidade inata. 
 
-Via das lectinas: É ativada quando uma 
proteína plasmática ligadora de 
carboidratos, a lectina ligadora de 
manose (MBL) se liga aos resíduos 
terminais de manose na superfície das 
 Thaiane Barros – Medicina P2 
8 
glicoproteínas dos microrganismos. Essa 
lectina ativa as proteínas da via clássica, 
mas, uma vez iniciada por um produto 
microbiano na ausência de anticorpos, é 
considerada um componente da 
imunidade inata. O reconhecimento de 
microrganismos por qualquer uma das 
três vias do sistema complemento 
resulta no recrutamento sequencial e 
na montagem de outras proteínas 
deste sistema: 
Pentraxinas: grupo filogeneticamente 
antigo de proteínas plasmáticas com 
estruturas homólogas. Elas se ligam a 
diversas espécies de bactérias e fungos e 
ativam o sistema complemento pela via 
clássica. 
Colectinas e Ficolinas: As colectinas 
pertencem a uma família de proteínas 
em que cada subunidade contém uma 
cauda colagenosa conectada à região do 
pescoço por uma cabeça de lectina 
ligante de manose (MBL). A MBL pode 
servir como receptor de reconhecimento 
de padrões ou atuar como opsonina por 
se ligar a micro-organismos e aumentar 
sua fagocitose. As ficolinas são proteínasplasmáticas que são estruturalmente 
similares às colectinas, apresentando um 
domínio colagenoso e um domínio de 
reconhecimento de carboidratos 
semelhante ao fibrinogênio. Essas 
proteínas se ligam a diversas espécies de 
bactérias, opsonizando-as e ativando o 
sistema complemento de maneira similar 
à MBL (lectina ligante de manose). 
FONTE: ABBAS, Imunologia, 7ª Ed. 
 
Todos os mecanismos de atuação do 
sistema imune inato citados 
anteriormente têm como objetivo final o 
desenvolvimento de uma resposta 
inflamatória, que é a principal forma 
pela qual o sistema imune inato lida com 
infecções e lesões teciduais, gerando o 
acúmulo de leucócitos, proteínas 
plasmáticas e fluidos derivados do 
sangue em um sítio de infecção ou lesão. 
 
Moléculas do sistema do complemento 
ligam-se aos receptores celulares. Os 
principais receptores de complemento 
são: 
• CR1: liga C3b e C4b (opsoninas); 
expresso nas APCs (fagocitose), 
polimorfonucleares, 
eritrócitos. 
• CR2: liga C3b, vírus Epstein-Barr (EBV, 
causa a mononucleose infecciosa); 
expresso em 
linfócitos B e células dendríticas. 
• C1qR: liga C1q; expresso em linfócitos 
B, macrófagos, plaquetas, e células 
endoteliais; 
 
♡ Opsonização: Processo de ligação das 
opsoninas, tais como IgG ou fragmentos 
do complemento. 
É o processo onde os anticorpos tornam 
os microrganismos mais fácil de serem 
ingeridos pelas células fagocitárias. Isso 
pode ocorrer por uma das seguintes 
reações: (1) a porção Fc da IgG interage 
com seu receptor na superfície de 
fagócitos, o que facilita sua ingestão, ou 
(2) IgG ou IgM ativam o complemento e 
a produção de C3b, que, por sua vez, 
interage com seu receptor na superfície 
dos fagócitos. A opsonização é 
provavelmente a função mais importante 
do complemento na defesa contra 
microrganismos. 
 
Anafilotoxinas: São pequenos 
fragmentos do complemento podem 
atuar como anafilotoxinas, que possuem 
a função de recrutar fagócitos e 
aumentar a permeabilidade local. 
 
*Anafilaxia sistêmica (choque anafilático) 
pode ser letal pois provoca um aumento 
da permeabilidade vascular disseminado, 
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levando a perda de pressão sanguínea, 
constrição das vias respiratórias, e 
fechamento de epiglote que causa o 
sufocamento. Geralmente ocorre em 
indivíduos hipersensíveis a picada de 
insetos, alimentos ou ainda 
medicamentos (quando ocorre liberação 
exagerada de histamina). 
 
COMO O COMPLEMENTO LISA OS 
PATÓGENOS: 
• A lise (quebra) ocorre através das proteínas 
terminais (C5- C9) do sistema do complemento 
que se polimerizam, formando poros na 
membrana dos patógenos. O primeiro passo na 
formação do complexo de ataque à membrana 
(CAM/MAC) é a ativação de uma C5 convertase 
que cliva C5. 
• O CAM é semelhante aos poros da perforina 
que é produzida por células T citotóxicas 
(CD8+) e células NK. 
 
REGULAÇÃO: As moléculas do complemento 
podem danificar qualquer célula do hospedeiro – 
pois estão livres no plasma quando ativadas. Com 
isso, como forma de evitar esse dano, as células 
do hospedeiro são poupadas através da 
expressão de proteínas regulatórias do 
complemento na superfície celular. 
• Exemplos: O Inibidor do C1 (C1INH): Uma 
proteína reguladora chamada inibidor C1 (C1 
INH) interrompe a ativação do complemento na 
fase inicial, na fase de ativação de C1. A 
deficiência de C1 INH é a causa de uma doença 
chamada angioedema hereditário, em que a 
ativação excessiva de C1 e a produção de 
proteínas vasoativas levam ao vazamento de 
líquidos (edema) na laringe e muitos outros 
tecidos. Sua importância pode ser vista em 
pacientes deficientes desta proteína inibidora 
(angioedema hereditário). Ativação crônica do 
complemento leva acumulação dos fragmentos 
C4 e C2 que se torna C2a e C2 cinina. Esta última 
causa edemas generalizados e inchamento da 
traqueia (levando a sufocação). 
 
 
 
Em amarelo a via clássica: 
• Na segunda linha horizontal estão os pré-
requisitos de cada via: 
• Para formar a via clássica imunocomplexo 
• A sequência das primeiras 3 proteínas da via 
clássica; • O pré-requisito sendo formado, ou 
seja, os imunocomplexos sendo formados vai 
ativar a proteína C1 que é a primeira proteína da 
via clássica, que por consequência vai ativar C4 
que vai ativar C2, seguindo sempre essa ordem 
sequencial. 
 
Em vermelho a via lectina: 
• Na segunda linha horizontal estão os pré-
requisitos de cada via: 
• Pra ativar a via lectina tem quer manose na 
superfície do patógeno; • Na via lectina a 
presença de manose na superfície do patógeno 
as primeiras proteínas são obviamente lectinas, 
proteínas que vão se ligar a esse açúcar MASP e 
MBL, na sequência elas vão ativar C4 que vão 
ativar C2, seguindo sempre essa ordem. 
Em azul a via alternativa 
• Na segunda linha horizontal estão os pré-
requisitos de cada via: 
• Sempre será ativada para a defesa do paciente, 
pois basta a infecção acontecer 
• E a superfície do patógeno sendo pé requisito 
da via alternativa; • Na via alternativa a presença 
do patógeno vai ativar C3, como consequência B 
que irá ativar D; • O autor da imagem convergiu 
todas para proteína C3 convertase, porque em 
algum momento na via clássica e na via lectina, 
vai haver a presença da C3 e a via alternativa 
sempre será ativada para a defesa do paciente. 
Então o autor representou as convertases todas 
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na caixinha do meio, a C3 convertase vai agir no 
substrato C3 que é a proteína C3, gerando C3a e 
C3b. 
 
Do lado esquerdo inferior na caixa lilás: 
• O autor colocou todos os fragmentos ( A ) : C4a, 
C3a e C5a • Os fragmentos (A) do sistema 
complemento são chamados de anafilotoxinas, 
são proteínas do complemento inflamatórias 
• Que então ativa duas funções das anafilotoxinas 
que são Processos inflamatórios e também 
aumenta a fagocitose. 
 
No meio na parte inferior ele colocou o C3b: 
• Na caixa do meio, independente, observa que 
não tem seta nenhuma ligando as anafilotoxinas 
a C3b independente, isso é função do C3b, o C3b 
é uma molécula tão importante que o autor da 
figura colocou ele no centro • Porque a partir do 
C3b lateralmente à direita a gente vai ver a 
formação das proteínas finais do complemento 
da C9 • E da caixinha azul pra baixo tem ações 
que o C3b participa, como: 
• Liga aos receptores em fagócitos 
• Opsonização de patógenos 
• Remoção de imunocomplexos 
 
E do lado direito inferior: 
• Uma seta saindo do C3b , saindo lateralmente 
pela direita , componentes terminais do 
complemento , C5b, C6 , C7, C8 e C9 
• Formação do Complexo de Ataque a Membrana 
(CAM). 
 
4 TIPOS DE IMUNIDADE E SUAS RESPOSTAS 
IMUNES DO ORGANISMO: 
 
♡ Imunidade Inata/Natural 
 
Esta forma de imunidade é herdada pelo 
organismo através dos progenitores e 
protege-nos desde o nascimento. Ela é 
garantida por mecanismos e processos 
fisiológicos que existem praticamente em todo 
o Reino Animal sendo o suporte do seu 
funcionamento apoiado nos seguintes fatores: 
 
• Papel desempenhado pelos fatores 
mecânicos, químicos e fisiológicos 
• Papel desempenhado pelas células 
fagocíticas 
• Papel dos fatores humorais 
• Papel doutras células: 
dendríticas/mastócitos/basófilos 
 
Tal como o seu nome sugere, ela é 
inespecífica, ou seja, não está particularmente 
associada a um agente invasor, sendo 
inclusive providenciada por diferentes 
barreiras que servem como impedimentos à 
entrada de agentes estranhos ao organismo. 
 
A imunidade inata consiste então em 4 tipos de 
barreiras: 
• Físicas;• Fisiológicas; • Celulares;• Citoquinas. 
 
♡ Imunidade Adaptativa (Imunidade Específica 
ouAdquirida) 
A imunidade que um indivíduo adquire após o 
nascimento é chamada de adaptativa, adquirida ou 
imunidade específica. É específica e mediada por 
anticorpos, linfócitos, ou ambos e neutraliza os 
antígenos. Tem por objetivo aliviar doença 
infecciosa, mas também prevenir infecções futuras. 
As células de memória formadas pelos linfócitos T 
e B são a base da imunidade adquirida a qual 
consiste em linfócitos T e B especializados bem 
como anticorpos. 
 
Características da Imunidade Adaptativa 
 Especificidade: É a capacidade de 
diferenciar entre diversas moléculas/antígenos 
estranhas. 
 Diversidade: Capacidade de reconhecer 
uma vasta variedade de antígenos/moléculas 
estranhas. 
 Capacidade Discriminatória entre 
Próprio/Não-Próprio: O sistema imune deve 
ser capaz de responder a moléculas estranhas 
(não-próprias) evitando resposta a moléculas 
orgânicas suas (próprias). 
 Memória: Quando o sistema imunitário 
encontra um agente estranho específico 
(como por exemplo um micróbio) pela 
primeira vez, este gera uma resposta imune no 
sentido de eliminar o invasor – a isto 
chamamos o primeiro encontro 
ou sensibilização. Após este, os sistemas 
imunitários retêm a memória deste primeiro 
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contato e, como resultado, num segundo 
encontro a resposta imune é mais rápida e 
abundante. As células do sistema imunitário 
são derivadas de células estaminais 
pluripotentes da medula óssea, as quais 
podem diferenciar-se em diversos tipos 
células teciduais, sejam células estaminais 
mielóides ou linfóides. 
As células mielóides podem dar origem a 
monócitos, macrófagos e granulócitos 
(neutrófilos, eosinófilos e basófilos). As células 
estaminais linfóides originam linfócitos B, T e 
NK. 
 
Componentes da Imunidade Adaptativa 
A imunidade adquirida apresenta 2 
componentes: 
• imunidade humoral, também chamado de 
sistema imune mediado por anticorpos (AMI) 
• e a imunidade celular, também chamada de 
imunidade mediada pelo sistema imunitário 
(CMI). 
 
 Imunidade Humoral (AMI) 
Consiste em anticorpos (proteínas 
especializadas na resposta orgânica a 
antígenos) que circulam nos fluidos corporais 
como plasma e linfa sendo a palavra humor 
relacionada com fluido. Os linfócitos B 
produzem anticorpos que regulam a 
imunidade humoral e, apesar dos linfócitos T 
não produzirem por si anticorpos, ajudam à 
sua produção pelos linfócitos B. Algumas 
células da medula óssea produzem e maturam 
linfócitos B os quais por sua vez produzem os 
anticorpos e, por isso, este tipo de imunidade 
é chamada de mediada por anticorpos ou humoral. 
Este tipo de imunidade garante defesas contra 
a maior parte dos agentes patogénicos 
microbianos e virais que atacam os sistemas 
respiratório e intestinal. 
 
Formação de células plasmáticas B e células 
memória B 
Quando os anticorpos presentes na superfície dos 
linfócitos B se ligam aos antígenos (sendo este 
qualquer substância que cause formação de 
anticorpos), a célula B é ativada, produzindo um 
clone de células B-filhas. Estes clones levam a um 
aumento de células B plasmáticas e células B de 
memória sendo este evento chamado de seleção 
clonal. 
a) Células B efetoras (Linfócitos B 
Plasmáticos): Algumas das células B 
ativadas aumentam o seu tamanho, 
dividem-se e diferenciam-se em clones das 
células plasmáticas as quais, apesar de 
viverem apenas alguns dias, segregam 
grandes quantidades de anticorpos 
durante esse período. 
 
b) Células B de memória (Linfócitos B 
Memória): Algumas das células B ativadas 
não se diferenciam em células plasmáticas 
mas mantêm-se como células de memória, 
apresentando uma durabilidade superior. 
Estas podem permanecer dormentes até 
serem novamente ativadas na presença do 
mesmo antígeno. 
 
Papel da Imunidade Humoral 
Proteger o organismo de vírus, algumas 
bactérias e toxinas que entram nos fluidos 
orgânicos como sangue ou linfa. 
 
 Imunidade Mediada por Células/ 
Imunidade celular (CMI): 
Existem linfócitos de 2 tipos: 
• Linfócitos T 
• Linfócitos B 
Ambos são produzidos pela medula óssea 
num processo chamado de hematopoese.
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Os linfócitos T, são assim designados pois 
maturam no timo, sendo a imunidade conferida 
por esta chamada de imunidade T (ou mediada 
por células T). Estes representam 2 
importantes funções: 
• Efetor – nas quais se incluem citólise de 
células infectadas e produção de linfoquinas 
• de regulação – aumentando ou suprimindo 
outros linfócitos e células acessórias. 
 
 
Tipos de Linfócitos T e Funções: 
 
Linfócitos T-helper (TH), São os mais 
numerosos dos linfócitos T e ajudam nas 
funções do sistema imunitário. Produzem fator 
de crescimento que estimula a proliferação e 
diferenciação dos linfócitos B e estimulam 
produção de anticorpos pelas células 
plasmáticas, ao mesmo tempo que potenciam 
atividade dos linfócitos T citotóxicos. 
 
Linfócitos T-citotóxicos (TC ou Linfócito T-
Killer): Estes são capazes de eliminar 
diretamente microrganismos e até algumas 
células próprias, daí a sua denominação 
de killer. Os receptores de antígenos à 
superfície das células citotóxicas realizam uma 
ligação específica com antígenos presentes na 
superfície das células estranhas. Após esta 
ligação, os linfócitos TC segregam proteínas 
formadoras de buracos, chamadas de 
perforinas, que abrem grandes lacunas na 
membrana, permitindo a entrada rápida de 
fluidos na célula estranha do espaço 
intersticial. Ao mesmo tempo, os LTC libertam 
substâncias citotóxicas diretamente dentro do 
citoplasma da célula estranha. Neste contexto 
acontece um quase imediato aumento da 
pressão e volume, seguido de uma dissolução 
do conteúdo da célula que resulta na 
destruição dos corpúsculos infectados pelo 
vírus/bactérias/fungos/parasitas ou 
oncológicos. 
 
LINFÓCITOS T-MEMÓRIA (OU CÉLULAS T DE 
MEMÓRIA): Estes linfócitos T são resultantes da 
exposição a antígeno e permanecem no tecido 
linfático (baço, nódulos linfáticos), reconhecendo 
antígenos invasores mesmo anos após o primeiro 
encontro. Estão prontas a atacar assim que o 
identificam e proliferam e diferenciam-se em 
linfócitos T-citotóxicos, T-helper e em células de 
memória adicionais. 
LINFÓCITOS T-REGULADORES (OU CÉLULAS 
SUPRESSORAS TR): Estes são capazes de 
suprimir a função das células T-citotóxicas e T-
helper, além de inibirem o sistema imunitário 
de atacar o próprio. Acredita-se que estes TR 
regulam a atividade de outras células e, por 
essa razão, são chamados de reguladores. 
 
Células Natural Killer (NK): As células NK 
atacam e destroem células previamente 
marcadas, participando na citotoxicidade 
dependente de antígeno, podendo também 
atacar parasitas (os quais são de muito maior 
dimensão que bactérias). 
 
Tipos de Imunidade Adaptativa: 
A imunidade adquirida é de 2 tipos: 
• Ativa 
• Passiva 
 
Imunidade Ativa 
Neste tipo de imunidade as próprias células 
do organismo produzem anticorpos em 
resposta a infecção (natural) ou vacinação 
(artificial). É usualmente lenta e demorada na 
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produção de anticorpos, mas é duradoura e 
inócua. 
Imunidade Passiva 
Quando anticorpos prontos-a-usar são 
diretamente injetados na pessoa por forma a 
proteger o corpo contra agentes patogénicos. 
Providencia imediata ação (e alívio de 
sintomatologia) mas não é duradoura e pode 
apresentar efeitos nefastos. Pode ser natural 
ou artificial. 
a) Natural: resistência transferida de forma 
passiva da mãe para o feto através da 
placenta.Os anticorpos IgG podem passar a 
barreira placentária e chegar ao feto. Após o 
nascimento, imunoglobulinas são passadas ao 
bebê através do leite materno. O colostro é 
muito rico em anticorpos IgA e o leite materno 
contem anticorpos que protegem eficazmente 
a criança pelo menos durante 3 meses. 
b) Artificial: resistência transferida de forma 
passiva através da administração de 
anticorpos através de sérum híper-imunizado 
animal ou humano, o qual contêm anticorpos. 
Exemplo: o sérum tetânico ou o anti-diftérico. 
 
RESPOSTA IMUNITÁRIA 
A resposta imune envolve respostas primárias 
e secundárias. 
Resposta primária: 
Após um contato inicial com o antígeno, não 
existem anticorpos durante um período de 
alguns dias. Após este prazo, lentamente, 
existe um aparecimento e aumento de 
anticorpos, primeiro IgM, seguido de IgGs, 
seguido de um decréscimo dos níveis de 
anticorpos circulantes. A isto é 
chamada Resposta Imunitária Primária. 
Resposta secundária: 
As células de memória permanecem no 
organismo por décadas e cada novo encontro 
com o mesmo antígeno resulta numa rápida 
proliferação das células de memória e numa 
produção rápida e elevada de IgGs. 
A resposta dos anticorpos após encontros 
subsequentes é muito maior que durante a 
primeira resposta e consiste maioritariamente 
em IgGs o que acelera e torna mais intensa e 
eficaz a resposta imunitária. Os anticorpos 
produzidos durante a resposta secundária 
apresentam ainda mais afinidade para com o 
antígeno. 
 
 
 
FASES DA RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA. Uma 
resposta imune adaptativa consiste em fases distintas; 
as três primeiras são o reconhecimento do antígeno, a 
ativação dos linfócitos e a eliminação do antígeno (fase 
efetora). A resposta diminui à medida que os linfócitos 
estimulados pelo antígeno morrem por apoptose, 
restaurando o estado de equilíbrio da linha de base 
chamado de homeostase, e as células específicas do 
antígeno que sobrevivem são responsáveis pela 
memória. A duração de cada fase pode variar em 
diferentes respostas imunes. Estes princípios aplicam-se 
tanto à imunidade humoral (mediada pelos linfócitos B) 
quanto à imunidade celular (mediada por linfócitos T). 
 
 
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CÉLULAS QUE CONECTAM O SISTEMAS IMUNES 
INATO E ADAPTATIVO: 
• Uma sub-divisão especializada de células 
chamadas células apresentadoras de 
antígenos (APCs) 
• São leucócitos que têm papel importante na 
imunidade inata e agem como um conector 
para o sistema imune adaptativo ao participar 
na ativação de células T auxiliares (células 
Th): Células dendríticas e macrófagos 
 
A TEORIA DE SELEÇÃO CLONAL: 
• Como, aliás, seu nome indica, é uma teoria sobre 
clones linfocitários, e sua ativação. Ela não 
explica o sistema imune e sua organização. Do ponto 
de vista tradicional (clonal), a atividade 
imunológica só pode pecar por excesso, insuficiência ou 
desvio do desempenho clonal. A Teoria 
não considera importante a variedade (diversidade, 
clonalidade) dos linfócitos envolvidos em um 
dado evento, nem considera que essa pode ser a 
variável que representa a diferença entre uma 
operação fisiológica e a patologia, porque, na realidade, 
na Teoria não se refere à fisiologia do 
sistema. • O sistema imune adaptativo é capaz de 
distinguir entre milhões de diferentes antígenos ou 
porções de antígenos. Especificidade é a capacidade de 
distinguir entre muitos antígenos diferentes. Isso 
implica que o acervo total das especificidades dos 
linfócitos, às vezes chamado de repertório de 
linfócitos, é extremamente diverso. A base para esta 
especificidade e diversidade notável é que os 
linfócitos expressam receptores para antígenos 
clonalmente distribuídos, o que significa que a 
população total de linfócitos consiste em muitos clones 
diferentes (cada um composto por uma célula e por seu 
progenitor), e cada clone exprime um receptor de 
antígenos que é diferente dos receptores de todos os 
outros clones. A hipótese da seleção clonal, formulada 
na década de 1950, previu corretamente que os clones 
de linfocitos específicos para diferentes antígenos se 
desenvolvem antes de um encontro com estes 
antígenos, e cada antígeno provoca uma resposta 
imune, selecionando e ativando os linfócitos de um 
clone específico. Nós agora conhecemos a base 
molecular da maneira que a especificidade e a 
diversidade dos linfócitos são produzidas. • se um 
microrganismo passar pelas defesas iniciais do sistema 
imune inato, o sistema imune adaptativo é alertado e 
responde. 
 
 
O sistema imune adaptativo gera e mantém um 
repertório diverso de clones de linfócitos B e T 
imaturos, com milhões de diferentes especificidades a 
antígenos microbianos, e todos esses clones diferentes 
se desenvolvem antes da exposição aos antígenos. 
Esses linfócitos circulam por todo o corpo, visitando os 
órgãos linfóides secundários (linfonodos, baço, tecidos 
linfóides da mucosa). Dada a sua diversidade, existe 
uma alta probabilidade de que a qualquer momento 
haverá um pequeno número de linfócitos imaturos que 
poderá reconhecer algumas moléculas produzidas pela 
maioria dos microrganismos. Para que a resposta imune 
adaptativa seja iniciada, um antígeno produzido pelos 
microrganismos seleciona um linfócito imaturo 
específico para o antígeno (seleção clonal), e os 
linfócitos respondem proliferando para produzir 
dezenas de milhares de linfócitos efetores com a 
especificidade idêntica capaz de eliminar a infecção 
microbiana. 
 
 
Cada antígeno (X) seleciona um clone preexistente 
de linfócitos específicos e estimula a proliferação e 
diferenciação daquele clone

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