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Modulação da liberação de renina: A secreção da renina é controlada predominantemente por 3 vias: 1. Via barorreceptora intrarrenal: a diminuição da tensão na arteríola aferente ativa o mecanismo sensor de pressão direto da arteríola aferente (barorreceptor intrarrenal), e faz com que haja liberação de renina pelas células justaglomerulares. 2. Via do receptor Beta 1 adrenérgico: é envolvida no aumento da liberação da renina. Nas células justaglomerulares há receptores Beta 1, que serão ativados por ligantes que modula a função da célula. Essa ativação aumenta a liberação de AMP cíclico que estimula a liberação de renina. 3. Via da mácula densa: é uma região do néfron, na qual percebe a diminuição da entrada de NaCl e ativa e aumenta a atividade da enzima COX-2, capaz de degradar ácido araquidônico em prostaglandina, aumentando sua concentração. A prostaglandina(PG) ativa receptores de PG que ativam os AMP cíclicos que vai aumentar a liberação da renina. Sistema Renina – Angiotensina - Aldosterona: O pró-hormônio hepático Angiotensinogênio se liga à moléculas de renina secretadas pelos rins. Essa ligação forma a Angiotensina I. Enzimas conversoras de Angiotensina – ECA, agem sobre a Angiotensina I e a transforma em angiotensina II. Essa Ang. II é capaz de estimular a produção e liberação da aldosterona, que é produzida e liberada no córtex suprarrenal, na zona glomerulosa do córtex. A aldosterona atua na alça néfrica, no túbulo contorcido distal e no ducto coletor estimulando o aumento da reabsorção. A Ang. II é capaz também de aumentar de forma direta a absorção de NaCl no túbulo distal. Nas arteríolas renal a angiotensina II faz a vasoconstrição. No hipotálamo, age estimulando a sede, aumenta a secreção de ADH. Farmacologia I 15/09 Marília Lino Fármacos inibidores da ECA e bloqueadores dos receptores angiotensina (BRA) Classes e agentes farmacológicos: Estratégias farmacológicas para a interrupção do sistema renina-angiotensina-aldosterona são uso de: • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) • Bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) • Antagonistas do receptor de mineralocorticoides Atuação dos fármacos no sistema renina-angiotensina: Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): Fármacos redutores de PA Exemplos: Captopril Enalapril Ramipril Benazepril Fosinopril Moexipril Perindopril Quinapril Trandolapril Lisinopril Mecanismo de ação: inibem a ECA, reduzindo a produção de Angiotensina II Efeitos: Reduzem a resistência vascular sistêmica (vasodilatação) e pressão arterial, Aumenta a dilatação de grandes artérias, Reduz o volume sanguíneo, Aumenta a liberação da bradicinina (cinina relacionada ao controle da PA e mediador da resposta inflamatória) que promove a vasodilatação. Efeitos Adversos: • Hipotensão na 1° dose, devido a rápida dilatação pela redução da Ang. II. Recomenda-se iniciar com doses menores. • Tosse seca, há acúmulo de bradicinina no pulmão. Efeito mais proeminente com o captopril. • Hiperpotassemia, retendo potássio nos vasos sanguíneos, pode causar arritmia cardíaca. • Gravidez não é recomendado pois causa hipotensão no feto, retarda o crescimento e pode até levar a morte fetal. • Contraindicado em caso de estenose bilateral, devem usar bloqueadores de canal de cálcio, como Verapamil, Diatasene, Anlodipina e Nifedipina. Vantagens dos iECAs Causam pouca hipotensão artostática; Podem ser administrados em pacientes com Asma. Existe um receptor beta 2 pulmonar que ativado causa bronquiodilatação e desativado causa bronquioconstrição, essa situação não acontecem com iECAs; Não produzem hipocalemia ou hipoglicemia Não causam letargia, fraqueza ou disfunção sexual. Bloqueadores dos receptores de angiotensina II – BRA Exemplos: Candesartana Irbesartana Losartana Telmisartana Valsartana Mecanismo de ação: Bloqueiam os receptores AT1 da angiotensina II. Efeitos: Redução na ação da Ang. II Vasodilatação Redução do volume sanguíneo Efeitos Adversos: Edema, mecanismo desconhecido Não é recomendado nem na gestação e nem na amamentação. Pode causar hipoplasia cranial, hipoplasia pulmonar, morte fetal, retardo no crescimento e morte neonatal. Vantagens em relação aos iECAs: Não causam tosse seca, pois não tem relação com a bradicinina e seu acúmulo no pulmão. Bloqueia completamente o efeito da Angiotensina (existem vias além da ECA que sintetizam Ang. II). Efeitos dos inibidores do sistema renina-angiotensina sobre a pressão arterial: Os inibidores da renina impedem a conversão do angiotensinogênio em angiotensina I. Os inibidores da ECA evitam a conversão da angiotensina I em angiotensina II (ambas existentes nos pulmões e localmente nos vasos sanguíneos e tecidos) e inibem a inativação da bradicinina. Ambas as ações dos inibidores da ECA levam à vasodilatação. A inibição da conversão da angiotensina I diminui a vasoconstrição mediada por AT1 e reduz a secreção de aldosterona; ambos os efeitos atuam para diminuir a pressão arterial. A inibição da atividade da cininase II resulta em níveis mais elevados de bradicinina, promovendo vasodilatação. A vasodilatação aumentada diminui a resistência vascular periférica, que reduz a pressão arterial. Em contrapartida, os antagonistas de AT1 (também conhecidos como bloqueadores dos receptores de angiotensina ou BRA) diminuem a síntese de aldosterona e interrompem a vasoconstrição, mediadas pelos receptores AT1, porém não alteram os níveis de bradicinina.
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