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Artigo Unic- Bengala Automatizada

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ANAIS INOVAÇÃO, TECNOLOGIA, GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 
V. 04 – 2018 - ISSN: 2447- 8830 
Tangará da Serra – MT Revista Eletrônica disponível em https://www.even3.com.br/Anais/Volume4 
DESENVOLVIMENTO DE UMA BENGALA AUTOMATIZADA PARA 
DEFICIENTES VISUAIS UTILIZANDO ARDUINO 
 
CABRAL COSTA, RAYSSA1; 
COELHO DOS SANTOS, DIOGO2; 
REBELLATTO ROQUETI, VINICIUS3; 
ANDERSON PROFILIO DOS SANTOS, CLEITON4; 
SILVA FRUTUOSO DE SOUZA, SIMONE5; 
PARRA DOS ANJOS LIMA, FERNANDO6; 
 
RESUMO 
Este artigo tem como objetivo apresentar o processo de desenvolvimento, construção e 
testes de um protótipo de uma bengala automatizada para deficientes visuais, com ênfase 
nos sistemas de sensoriamento e controle utilizando componentes eletrônicos e arduino. O 
projeto foi idealizado com o intuito de criar uma ferramenta automatizada para auxiliar os 
deficientes visuais nas suas atividades diárias, de modo a identificar obstáculos e evitar 
colisões, garantindo maior acessibilidade e qualidade de vida. Para a montagem do 
protótipo modelo, foram utilizados materiais de baixo custo e arduino. Durante a elaboração 
do protótipo, foi realizada uma pesquisa de campo no Centro Municipal de Educação 
Especial Prof. Isoldi Storck na cidade de Tangará da Serra-MT, onde quatro alunos cegos 
foram entrevistados e realizaram testes com o protótipo. Através da participação e avaliação 
dos deficientes, pode-se destacar que os resultados obtidos são satisfatórios, e o protótipo 
desenvolvido neste trabalho além de seguro e confiável, atende as necessidades 
identificando obstáculos com precisão. 
PALAVRAS-CHAVE: Bengala, Automação, Microprocessadores, Protótipo, Acessibilidade. 
ABSTRACT 
This paper aims to present the process of development, construction and testing of a 
prototype of an automated walking stick for the visually impaired, with an emphasis on 
sensing and control systems using electronic and arduino components. The project was 
designed with the aim of creating an automated tool to assist the visually impaired in their 
daily activities, in order to identify obstacles and avoid collisions, guaranteeing greater 
accessibility and quality of life. For the assembly of the model prototype, low cost materials 
and arduino were used. During the elaboration of the prototype, a field research was carried 
out at the Municipal Center of Special Education Prof. Isoldi Storck in the city of Tangará da 
Serra-MT, where four impaired students were interviewed, and evaluated the prototype. 
Through the participation and evaluation of the disabled, it can be highlighted that the results 
obtained are satisfactory, and the prototype developed in this work, besides being safe and 
reliable, meets the needs by accurately identifying obstacles. 
Keywords: Walking Stick, Automation, Microprocessors, Prototype, Accessibility. 
 
1 Discente do Curso Técnico Integrado de Manutenção e Suporte em Informática; IFMT; Tangará da Serra-MT; 
e-mail: rayssaacc@gmail.com 
2 Discente do Curso Técnico Integrado de Manutenção e Suporte em Informática; IFMT; Tangará da Serra-MT; 
e-mail: diogocoelho747@gmail.com 
3 Discente do Curso Técnico Integrado de Manutenção e Suporte em Informática; IFMT; Tangará da Serra-MT; 
e-mail: vinicius.roqueti4412@gmail.com 
4 Especialização em Segurança de Redes de Computadores; UNIC/IFMT; Tangará da Serra-MT; e-mail: 
cleiton.santos@tga.ifmt.edu.br 
5 Pós-doutora em Engenharia; UNIC/UNEMAT; Tangará da Serra-MT; e-mail: simonefrutuoso.mat@gmail.com 
6 Pós-doutor em Engenharia; IFMT; Tangará da Serra-MT; e-mail: fernando.lima@tga.ifmt.edu.br 
mailto:rayssaacc@gmail.com
mailto:diogocoelho747@gmail.com
mailto:vinicius.roqueti4412@gmail.com
mailto:cleiton.santos@tga.ifmt.edu.br
mailto:simonefrutuoso.mat@gmail.com
mailto:fernando.lima@tga.ifmt.edu.br
ANAIS INOVAÇÃO, TECNOLOGIA, GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 
V. 04 – 2018 - ISSN: 2447- 8830 
Tangará da Serra – MT Revista Eletrônica disponível em https://www.even3.com.br/Anais/Volume4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 As inovações tecnológicas e os avanços na área de saúde têm proporcionado 
mudanças no comportamento da sociedade e interferido em um novo conceito e visão no 
fazer destas pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, favorecendo uma 
transformação e um olhar mais humano na forma de lidar com esta especificidade na vida 
destas pessoas. 
A expressão “deficiência” é um termo utilizado para denominar a disfunção ou 
ausência da capacidade intelectiva ou fisiológica do indivíduo (HOUAISS, 2001). Porém, 
este conceito em sua acepção mais profunda vem se modificando ao longo dos tempos. Na 
medida em que a interação destas pessoas nos diversos setores da economia vem 
promovendo mudanças econômicas, sociais e políticas, estas vêm sendo vistas e 
respeitadas em todas as suas potencialidades, transformando ao longo do tempo a forma de 
pensar e atuar dos demais. 
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Deficiências (2011): 
Cegueira é uma severa deficiência visual, incorrigível por óculos 
tradicionais, lentes de contato, remédio ou cirurgia. Ela interfere com 
a habilidade de uma pessoa na execução de suas atividades diárias. 
“Cegueira Legal” é definida como visão cuja melhor correção no 
melhor olho é pior ou igual a 20/200 ou um campo visual menor do 
que 20 graus em diâmetro. 
Contudo, segundo Houaiss (2001), a deficiência pode ser definida dentro de duas 
acepções: uma que envolve aspectos de funcionalidade motora e outra dentro de uma 
perspectiva psíquica. Dentro de uma perspectiva na área médica, significa que há uma má 
funcionalidade ou insuficiência de um órgão; dentro de uma definição em termos 
psiquiátricos, significa insuficiência intelectiva ou psíquica. De acordo com o Planalto 
Brasileiro (2009), na convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência no seu artigo 
1º define a pessoa com deficiência como: 
[...] aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas 
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. 
Em 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passa a entender através da 
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que a 
incapacidade está relacionada tanto com a questão de limitação de estruturas e funções 
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corporais como também de fatores sociais e ambientais que exercem uma grande influência 
sobre esta incapacidade. 
Com isso, este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de uma tecnologia 
assistiva associada a um determinado grupo de pessoas que apresentam como deficiência 
a cegueira. Segundo BRASIL (2007), a cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou 
mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de 
perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou 
menos abrangente. 
De acordo com a OMS, estima-se que existem cerca de 285 milhões de deficientes 
visuais em todo o mundo, dos quais 39 milhões são cegos e os demais 246 milhões 
possuem baixa visão. O Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), realizado em 2010, revela que haviam no Brasil 506.377 cegos e 6.056.533 pessoas 
que apresentavam grande dificuldade para enxergar. 
Para o melhor embasamento técnico/científico, e justificativa social deste trabalho, 
utilizamos uma pesquisa realizada pelo Instituto Paranaense de Cegos em Curitiba, que foi 
realizada em 2010 com o Sr. Irineu Chiamolera, coordenador do IPC (Instituto Paranaense 
de Cegos. Esta pesquisa traz levantamentos relevantes que justificam o desenvolvimento 
deste protótipo, tais como a realnecessidade dos deficientes em utilizar uma bengala com 
estes recursos, qual valor estes deficientes estariam dispostos a pagar num produto deste 
tipo, quais as fontes de desconforto na utilização das atuais bengalas e qual o recurso mais 
eficaz existente hoje para promover a locomoção de um deficiente visual de maneira segura 
(CHIAMOLERA, 2010). 
Além desta pesquisa, foi realizado um levantamento no site do S.U.S. (Sistema 
Único de Saúde), e pode-se observar que são realizados significativos internamentos nos 
hospitais públicos de acidentes envolvendo deficientes visuais. Estes acidentes basicamente 
ocorrem quando existe a colisão com objetos existentes nas calçadas e até mesmo em 
carros nas ruas. Estes deficientes dão entrada nos hospitais principalmente com ferimentos 
na região da cabeça. Este fato mostra que as bengalas utilizadas hoje pelos cegos não são 
totalmente eficazes, pois não têm a capacidade de identificar objetos acima da linha da 
cintura. O deficiente visual ao se locomover leva a bengala à frente do corpo para que ela 
toque o obstáculo antes de tocar seu corpo, porém da cintura para cima não existe nenhuma 
proteção. 
Voltando a pesquisa realizada no IPC, soube-se que o melhor e mais seguro meio de 
locomoção de deficientes visuais no país, é o cão guia, porém, não existem muitos canis 
que fazem o adestramento do animal, e além disso para se adestrar um animal para este fim 
de maneira particular custa muito dinheiro. 
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No Brasil existe a disponibilidade de apenas 50 cães guias pelo governo para todos 
os deficientes legais existentes. Neste sentido, visando propor uma alternativa para este 
problema, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver uma bengala automatizada 
com Arduino e sensores para estes deficientes. Ressaltamos ainda que o desenvolvimento 
desse projeto se torna eficaz na medida que este serve como um meio de proporcionar a 
este grupo de pessoas (deficientes visuais) igualdade de condições com as demais, através 
da promoção de oportunidades. 
Adicionalmente, durante o processo de desenvolvimento deste projeto no Campus 
Avançado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em Tangará da Serra-MT, 
foi realizada uma pesquisa de campo no Centro Municipal de Educação Especial Prof. Isoldi 
Storck, onde foi possível realizar entrevistas e testes do protótipo com alunos que apresenta 
deficiência visual. Esta pesquisa de campo proporcionou informações e dados relevantes 
para justificar, e direcionar a construção de um protótipo eficiente e seguro para atender as 
necessidades dos mesmos. 
 
2. TECNOLOGIA ASSISTIVA 
A tecnologia assistiva (TA) é um termo ainda pouco difundido por profissionais da 
área de educação tecnológica e em áreas do conhecimento, porém bastante presente em 
todos os processos que envolvem a inclusão de deficientes no âmbito educacional, 
sociocultural, político, socioeconômico e religioso. Para Pinto (2016) esta é: 
[...] a tecnologia destinada a dar suporte (mecânico, elétrico, 
eletrônico, computadorizado etc.) a pessoas com deficiência física, 
visual, auditiva, mental ou múltipla. Esses suportes, então, podem 
ser uma cadeira de rodas de todos os tipos, uma prótese, uma 
órtese, uma série infindável de adaptações, aparelhos e 
equipamentos nas mais diversas áreas de necessidade pessoal 
(comunicação, alimentação, mobilidade, transporte, educação, lazer, 
esporte, trabalho e outras). 
A TA favorece a independência do deficiente e facilita a sua acessibilidade, 
ampliação da comunicabilidade, mobilidade, integração social e familiar e melhoria da 
qualidade e eficiência dos sistemas públicos de ensino. A Tecnologia Assistiva é também 
chamada de “Ajudas Técnicas”, “Tecnologia de Apoio” ou “Tecnologia Adaptativa”. A 
portaria n° 142 de 16 de novembro de 2006 instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) no 
Brasil e definiu Tecnologia Assistiva (TA) como: 
[...] uma área do conhecimento de característica interdisciplinar, que 
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e 
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serviços que objetivam promover a funcionalidade relacionada à 
atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades 
ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, 
qualidade de vida e inclusão social. (ATA VII - Comitê de Ajudas 
Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos 
Humanos - Presidência da República). 
Todo recurso e serviço que favoreça a independência e autonomia de pessoas com 
deficiência, ampliando as suas potencialidades para a sua inclusão na sociedade é 
considerado uma tecnologia assistiva. Os recursos estão diretamente ligados a todos os 
equipamentos ou dispositivos que possam auxiliar e facilitar a mobilidade, independência e 
autonomia do deficiente. 
 
3. MATERIAIS UTILIZADOS 
Nesta seção são apresentados os materiais utilizados para construção do protótipo 
da bengala automatizada apresentada neste artigo. 
 
3.1 ESTRUTURA DA BENGALA 
Visando utilizar materiais de baixo custo, e construir um protótipo de baixo custo, foi 
utilizado um pau de selfie para montar a estrutura da bengala. O pau de selfie atende o 
requisito de ser leve e resistente, além de possuir o comprimento adequado. Como o 
objetivo do projeto é o desenvolvimento de um protótipo, este item se adequou plenamente 
ao desenvolvimento. A figura a seguir ilustra o modelo de pau de selfie utilizado. 
 
Figura 1. Modelo de pau e selfie. 
 
 
3.2 ARDUINO UNO R3 
O Arduino é uma plataforma de hardware open source desenvolvida para promover 
interações com o ambiente, de forma simples, por meio de dispositivos eletrônicos mediante 
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programação. A placa de circuitos dessa plataforma apresenta diversos tipos de entradas e 
saídas e um microcontrolador que possui um software bootloader previamente gravado 
(AMORIN, 2011). 
Isso permite um ambiente de desenvolvimento amigável no computador, exigindo um 
conhecimento básico em eletrônica e de programação por parte do usuário. Sua linguagem 
de programação, denominada de Processing, é derivada da linguagem C/C++. Assim, ele 
pode utilizar de dados de entrada provenientes de diversos sensores a fim de controlar 
vários atuadores para determinada aplicação. 
Por exemplo, podem-se conectar diversos sensores como de temperatura, de luz, de 
som etc, a fim de controlar diversos atuadores como LEDs, motores, displays, alto-falantes 
etc. Existem, no mercado, vários módulos de periféricos que podem ser acoplados sem a 
necessidade de ligações mediante cabos ou fios. Diante dessas características, o Arduino 
tem-se popularizado, sendo utilizado em funções específicas, como na telemetria, no 
controle de máquinas, e em diferentes automatizações (CAVALCANTE et al., 2011). 
Outro atrativo é o baixo custo do hardware, e a possibilidade de serem realizadas 
inúmeras gravações e a flexibilidade dessa ferramenta permitem aplicações ilimitadas 
(SOUZA et al., 2011). 
A Figura 2 ilustra o modelo de placa controladora de Arduino utilizada no projeto da 
lixeira apresentado neste trabalho. 
 
Figura 2. Placa Arduino UNO R3. 
 
 
No mercado existem diversos modelos de placas Arduino, desde as que utilizam de 
microcontroladores de 8 bits até as que utilizam da tecnologia de 32 bits. O presente 
trabalho utiliza a placa do Arduino UNOR3, indicado na Figura 2. O dispositivo baseia-se no 
microcontrolador de 8 bits ATmega328 da família AVR (fabricante Atmel). Sua placa pode 
ser alimentada em 5 Vcc por meio da interface de gravação por USB, ou por uma bateria, ou 
fonte adaptadora de 9 Vcc. 
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Este modelo possui, 14 portas digitais (conexões elétricas externas) bidirecionais e 
que podem ser utilizadas como entrada ou saída, dependendo da programação. Seis 
desses pinos podem ser utilizados como saída PWM (Modulação por Largura de Pulso), o 
que permite controlar, por exemplo, um servo motor. A placa também possui 6 portas 
analógicas que aceitam conectar sensores como potenciômetros, etc. 
 
3.3 SENSOR DE ULTRASSOM 
O Sensor Ultrassônico HC-SR04 Ilustrado na Figura 3, é um componente muito 
comum em projetos com Arduino, e permite que você faça leituras de distâncias entre 2 cm 
e 4 metros, com precisão de 3 mm. Pode ser utilizado simplesmente para medir a distância 
entre o sensor e um objeto, como para acionar portas do microcontrolador, por exemplo, 
desviando um robô de obstáculos, acionando um motor, etc. O funcionamento do HC-SR04 
se baseia no envio de sinais ultrassônicos pelo sensor, que aguarda o retorno (echo) do 
sinal, e com base no tempo entre envio e retorno, calcula a distância entre o sensor e o 
objeto detectado (BRAGA, 2002). A Figura 4 a seguir ilustra esse processo. 
 
Figura 3. Sensor de Ultrassom. 
 
 
Figura 4. Processo de funcionamento do sensor de ultrassom. 
 
 
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Primeiramente é enviado um pulso de 10µs, indicando o início da transmissão de 
dados. Depois disso, são enviados 8 pulsos de 40 KHz e o sensor então aguarda o retorno 
(em nível alto/high), para determinar a distância entre o sensor e o objeto, utilizando a 
seguinte equação: 
 
Distância = (Tempo echo em nível alto * velocidade do som) /2 (1) 
 
A Figura 5 ilustra as etapas de envio e recepção dos sinais pelo ultrassom. 
 
Figura 5. Processo de funcionamento do sensor de ultrassom. 
 
 
3.4 BUZZER 
Para sinalizar aos deficientes que um obstáculo foi identificado a sua frente, foi 
utilizado o buzzer. Este componente eletrônico tem como função emitir um som de apito, e 
foi utilizado com pulsos de apito intermitente para indicar proximidade do obstáculo ao 
deficiente de forma auditiva. A figura a seguir ilustra o buzzer utilizado. 
 
Figura 6. Buzzer. 
 
 
4. DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO DA BENGALA 
Nesta seção apresenta-se as informações sobre o desenvolvimento do protótipo da 
bengala automatizada. 
 
4.1 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE MONTAGEM DO PROTÓTIPO 
No desenvolvimento do protótipo, foram considerados dois fatores essenciais: um 
sistema de sensoriamento capaz de realizar a detecção de obstáculos ao redor do deficiente 
visual e um sistema de alarme capaz de alertar à esta pessoa sobre a presença desses 
obstáculos. 
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Para a etapa do sensoriamento, foram utilizados sensores ultrassônicos, cujo 
funcionamento pode ser descrito como um oscilador que emite ondas ultrassônicas (em 
torno de 42kHz) que resultam em um comprimento de onda na ordem de alguns 
centímetros, o que permite detectar objetos relativamente pequenos. As ondas refletidas 
pelo objeto são captadas pelo sensor, fornecendo assim um sinal que pode ser processado 
trazendo informações sobre o objeto no qual ocorreu a reflexão (WENDLING, 2010). 
Sendo assim, os sensores ultrassônicos podem ser utilizados para detectar a 
presença de objetos ou pessoas. Para este projeto os sensores ultrassônicos foram 
acoplados no corpo da bengala, como pode ser observado na Figura 7. 
 
Figura 7: Modelo do Protótipo da Bengala. 
 
 
Eles estão dispostos em duas posições, cada um com um objetivo: o sensor da base 
detecta obstáculos próximo ao solo e o sensor do topo, detecta obstáculos em um plano 
superior, um pouco inclinado para cima, onde detecta obstáculos que possam colidir com a 
cabeça do deficiente visual, a fim de protegê-lo de alguns obstáculos peculiares, como 
cabines telefônicas, caçambas elevadas de caminhões e caixas de correio, cujos objetos 
não podem ser percebidos apenas pelo método tátil, havendo assim a possibilidade de 
acidentes. 
Além disso, as bengalas convencionais possuem um alcance de apenas 0,5 metros, 
o que viabiliza ainda mais a necessidade de novos tipos de bengalas como as bengalas 
eletrônicas similares ao projeto em questão, que vêm sido desenvolvidas visando diminuir 
esses tipos de acidentes, que por mais leves que sejam podem causar danos ao usuário da 
bengala (SANTOS et al., 2010). 
Dessa forma, no sistema de sensoriamento da bengala existe uma ampla angulação 
de possíveis obstáculos a serem detectados, já que existe um sensor ultrassônico 
perpendicular ao chão atuando em diferentes sentidos. Somando-se todas essas medições 
oferecidas pelos sensores, essa angulação seria aproximadamente de 90º, raio considerado 
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ideal para que o usuário do projeto possa reduzir o risco de colidir com objetos/pessoas ao 
utilizar a bengala em suas atividades. Abaixo, a Figura 8 mostra o gráfico do padrão de 
radiação do sensor ultrassônico HC-SR04, utilizado no projeto. Este padrão indica 
propriedades importantes com base nas coordenadas espaciais deste tipo de sensor, 
geralmente esféricas. A propriedade mais importante neste gráfico é a distribuição de 
energia, que significa dizer quantos decibéis (unidade de ondas ultrassônicas) temos em 
função de um ponto de referência, juntamente a um raio constante. Neste caso, é definida a 
que distância se pode detectar um objeto em função do ângulo. 
 
Figura 8. Distribuição de onda do sensor de ultrassom. 
 
 
Na sequência, uma vez identificado um objeto através do sensor de ultrassom, o 
arduino faz o processamento da informação, apresentando uma sinalização através do 
buzzer, indicando a proximidade. 
 
4.2 ESQUEMA DE LIGAÇÃO DO CIRCUITO ELÉTRICO 
O circuito elétrico montado com o arduino e os componentes eletrônicos é 
apresentado na figura 9. 
 
Figura 9. Circuito elétrico. 
 
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4.3 CÓDIGO DE PROGRAMAÇÃO 
O código de programação para controle e automatização da bengala através do 
arduino e os componentes eletrônicos é apresentado a seguir: 
#include <Ultrasonic.h> 
#include <NewTone.h> 
#define pinoT1 4 
#define pinoE1 5 
#define pinoT2 8 
#define pinoE2 9 
int buzzer = 3; 
int time = 0; 
Ultrasonic Sensor1(pinoT1, pinoE1); 
Ultrasonic Sensor2(pinoT2, pinoE2); 
void setup() { 
pinMode(buzzer, OUTPUT); 
} 
void loop() { 
long previousMillis = 0; 
float cmMsec1, cmMsec2; 
long microsec1 = Sensor1.timing(); 
long microsec2 = Sensor2.timing(); 
cmMsec1 = Sensor1.convert(microsec1, Ultrasonic::CM); 
cmMsec2 = Sensor2.convert(microsec2, Ultrasonic::CM); 
 
if(((cmMsec1 < 3000)||(cmMsec2 < 3000))&&((cmMsec1 > 1500)||(cmMsec2 > 1500))) { 
 time = 1000; 
} 
else if(((cmMsec1 <= 1500)||(cmMsec2 <= 1500))&&((cmMsec1 > 750)||(cmMsec2 > 750))) { 
 time = 500; 
} 
else if(((cmMsec1 <= 750)||(cmMsec2 <= 750))&&((cmMsec1 > 500)||(cmMsec2 > 500))) { 
 time = 300; 
} 
else if(((cmMsec1<= 300)||(cmMsec2 <= 300))&&((cmMsec1 > 250)||(cmMsec2 > 250))) { 
 time = 100; 
} 
else if((cmMsec1 <= 250)||(cmMsec2 <= 250)) { 
 time = 50; 
} 
NewTone(buzzer, 2000, 100); 
delay(time); 
} 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Após realizar a montagem do protótipo obtive-se os seguintes resultados. As Figuras 
10 e 11 Ilustram fotos do protótipo construído. 
 
Figura 10. Protótipo Concluído. 
 
 
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Figura 11. Protótipo Concluído. 
 
 
Após o desenvolvimento do protótipo foi realizada uma visita no Centro Municipal de 
Educação Especial Prof. Isoldi Storck, que presta serviços a deficientes visuais, a fim de 
compreender melhor as necessidades dos alunos cegos e comprovar a necessidade e 
utilidade da criação de uma bengala automatizada. Foram consultados um número de 
quatro alunos cegos, onde estes responderam algumas perguntas e comentaram sobre 
suas dificuldades enfrentadas em seu cotidiano. Os alunos deficientes fizeram um teste com 
o protótipo e comprovaram a eficiência e segurança do projeto proposto. Algumas melhorias 
são necessárias, no entanto vale ressaltar que a um custo aproximado de R$ 100,00 foi 
possível desenvolver um protótipo para solucionar um problema social utilizando tecnologia, 
inovação acessibilidade. 
 
6. CONCLUSÕES 
O projeto da Bengala Automatizada para Detecção de Obstáculos contribui de forma 
efetiva para a melhora do estilo de vida dos deficientes visuais, pelo fato de otimizar as suas 
atividades diárias ao identificar os obstáculos às suas voltas e os livrar de colisões danosas. 
Além disso, com este protótipo baseado em tecnologia assistiva pretende-se implementar 
outros sistemas, como por exemplo um de detecção de poças d’água e buracos e a 
instalação de um sistema de localização, a fim de diversificar as opções do projeto 
ANAIS INOVAÇÃO, TECNOLOGIA, GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 
V. 04 – 2018 - ISSN: 2447- 8830 
Tangará da Serra – MT Revista Eletrônica disponível em https://www.even3.com.br/Anais/Volume4 
melhorando a vida de quem o utiliza. Dessa forma, a viabilização de dispositivos que 
atendam às necessidades de pessoas com uma determinada deficiência se torna 
necessária, através de tecnologias assistivas que priorizem o bem-estar e o conforto destes 
cidadãos com o propósito de incluí-los, cada vez mais, nos diversos âmbitos sociais. 
 
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