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Raquel da Silva Rogaciano Ferreira – Medicina Unime Drogas anti hipertensivas A crise hipertensiva é dividida em urgência e emergência, correspondem a 0,5% dos atendimentos em unidades de emergências. Urgência hipertensiva é definida como a elevação da PaD >/= 120mmHg, assintomática e sem lesão a órgão alvo. Esse paciente possui maior risco cardiovascular, o alvo é a redução da PA em até 24 horas. São utilizados medicamentos via oral. Captopril 25mg VO no momento , pode repetir após 1h se necessário. Nifedipino 10 - 20 mg VO Clonidina 100-200mg VO Emergência hipertensiva é definida como elevação da PA em que há lesão a órgão alvo. Deve haver redução de 10 - 20% na 1ª hora e 5 - 15% nas próximas 23 horas. Medicações orais são iniciadas com 8 - 24h de PA controlada. Os alvos são diferentes em caso de ACVi e dissecção de aorta aguda. Utiliza- se solução padrão de nitroprussiato de sódio EV em bolus. Outras opções: Hidralazina 10-20mg EV de 6-6h ou 10 - 40 mg IM de 6/6h ou Metoprolol 5mg EV no momento podendo repetir a cada 10 min até maximo de 20mg. Pseudocrise hipertensiva é a presença de sintomas específicos associados a discreto aumento da PA (cervicalgia). nível de PAD < 120mmHg. Orientar a benignidade do quadro, repouso, considerar analgésico e tranquilizante caso necessário. tratamento na prática 1° PASSO : identifica o paciente, realiza anamnese,faz rastreio clínico e laboratorial, avalia classificação de P.A, avalia a presença de LOA, estratifica o paciente em risco cardiovascular. Isso irá determinar qual a terapia pode ser escolhida. Estágio pré hipertensão de risco alto / estágio 1 de risco baixo/ idosos frágeis → Monoterapia (DIU tiazídico, se não atingir a meta pode combinar com outra droga, que no caso dos diuréticos não é bom que faça aumento de dose;BCC,IECA ou BRA,BB = sempre em condições especiais = cardiopatias, infartos < 2 anos), caso necessário, realizar a terapia combinada abaixo. Estágio 1 de risco moderado e alto / estagio 2 e 3 → TERAPIA COMBINADA (combinação de dois fármacos nas menores doses: IECA ou BRA +BCC ou DIU) Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 Só não pode associar IECA +BRA. Caso não atinja a meta pode associar mais uma terapia (um terceiro fármaco) ou aumento de dose. Um quarto fármaco pode ser associado = espironolactona. DIURÉTICOS: Efeitos: natriuréticos com diminuição do volume circulante e do volume extracelular, reduzindo a P.A. A longo prazo faz aumento da resistencia vascular.] Para controle de P.A. são preferíveis os diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida) ou similares em doses baixas, por serem mais suaves e com maior tempo de ação. Os diuréticos de alça (furosemida e bumetanida) são reservados para situações de HAS associada a Insuficiência Renal (com taxa de filtração glomerular menor ou igual a 30mL/min/1,73m² ou creatinina maior que 2 mg/dL) e insuficiência cardíaca ou síndrome nefrítica com retenção de volume. Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 A espironolactona tem sido habitualmente utilizada como o quarto medicamento a ser associado aos pacientes com HA resistente e refratária, eles são poupadores de potássio. Não é indicado em pacientes com disfunção renal grave, pois os pacientes de insuf. renal já sao poupadores de potássio, podendo assim ter aumento de potássio. Efeito colateral: distúrbio hidroeletrolítico, hipopotassemia, hipomagnesemia, disturbios cardiacos. quanto menor a dose menor os efeitos colaterais alguns podem promover intolerância à glicose (podendo torna-lo diabético) Pode interferir nos triglicérides. BETABLOQUEADOR AÇÃO: Promovem a diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, com a readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas uso em situações especificas: CORONARIOPATIAS, INSUF. CARDIACA CONGESTIVA os de 3° geração possuem também efeito de vasodilatação (antagonista alfa adrenérgicos) Efeito benéfico secundário Efeitos adversos: broncoespasmos, bradicardia, distúrbios de condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão, astenia e disfunção sexual. Os BB são contraindicados em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus. Podem levar a intolerância a glicose (1 e 2 geração, porém não são contraindicados para diabéticos, mas também não são o de primeira escolha). BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas das arteríolas, reduz a disponibilidade de cálcio no interior das células dificultando a contração muscular e, consequentemente, diminui a RVP por vasodilatação. Os BCC são classificados em dois tipos básicos: os di-hidropiridínicos e os não di-hidropiridínicos. Os dihidropiridínicos (anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino, levanlodipino, lercanidipino, lacidipino) exercem efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como medicamentos anti-hipertensivos. Os BCC não di-hidropiridínicos, como as difenilalquilaminas (verapamila) e as benzotiazepinas (diltiazem), têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução cardíacos. Por isso, reduzem a FC, exercem efeitos antiarrítmicos e podem deprimir a função sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção miocárdica, devendo ser evitados nessa condição. Estão na primeira classe de escolha por reduzir a mortalidade e devem ser priorizados os de ação prolongada afim de evitar oscilações na frequência cardíaca e na pressão arterial. Efeitos adversos: cefaleia, tontura, rubor facial (+ nos diidropiridínicos de curta ação), edema de extremidades (maleolar = em tornozelo), são dose dependentes. Verapamil podem levar a obstipação intestinal. Retardam o declínio da função renal. INIBIDORES CONVERSORES DA ENZIMA ANGIOTENSINA Ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, responsável a um só tempo pela transformação de angiotensina I em angiotensina II (vasoconstritora) e pela redução da degradação da bradicinina (vasodilatadora). São eficazes no tratamento da HA, reduzindo a morbidade e mortalidade CV. Também retardam o declínio da função renal em pacientes com doença renal do diabetes ou de outras etiologias, especialmente na presença de albuminúria. São os fármacos de primeira linha por reduzir mortalidade e morbidade. Tem efeito secundário importante como em ICFEr e antirremodelamento cardíaco pós-IAM, além de possíveis propriedades antiateroscleróticas. Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 Efeitos colaterais: o principal é a tosse seca irritativa (liberação de bradicinina), alterações de paladar. Hiperpotassemia em Insuf. renal crônica. creatininemia em 30% dos pacientes com função renal reduzida, porém a longo prazo prevalece o efeito nefroprotetor. contraindicado na gravidez por risco fetal. Deve ser usado com cautela em adolescentes e mulheres em idade fértil. BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DA ANGIOTENSINA (BRA) Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações próprias da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação de aldosterona). No tratamento da HA, especialmente em populações de alto risco CV ou com comorbidades, proporcionam a redução da morbidade e da mortalidade CV e renal (doença renal do diabetes). Efeitos adversos: exantema (raro), redução inicial da filtração glomerular, a longo prazo tem efeito nefroprotetor. Associado a menor incidência de novos casos de diabetes melito tipo 2.AÇÃO CENTRAL Agem de forma adjuvantes Sozinhos não há efeito hipotensor. Os alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores alfa-2 que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. Os medicamentos dessa classe não apresentam efeitos metabólicos e não interferem na resistência periférica à insulina nem no perfil lipídico. A metildopa encontra sua principal indicação na HA durante a gestação, pois é usada por um curto período da vida, com grande experiência clínica em sua utilização nesse tempo, e apresenta o melhor perfil de segurança para a gestante e para o feto. Efeito adverso: efeito rebote, importante para retirada gradual e recomendar não atrasar. HAS + DM: nos hipertensos diabéticos sem nefropatia, todos os anti hipertensivos podem ser utilizados; Se há nefropatia, é preferencial o uso de inibidores do SRAA (IECA ou BRA); Betabloqueadores são úteis no controle pressórico dos diabéticos. SÍNDROME METABÓLICA: MEV + medidas farmacológicas se Hipertensão em estagio 1 já adiciona droga (IECA ou BRA) DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA preferencialmente BB, IECA ou BRA, além de estatinas e aspirinas. Acidente Vascular cerebral prévio: PA<130x80mmHg; qualquer anti hipertensivo poderá ser utilizado; Idosos * já tem valores pressóricos diferentes, por causa do aumento da resistência vascular; REFERÊNCIAS: Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 • Diretriz de Hipertensão. Este material foi produzido para estudo pessoal, com referência bibliográfica das diretrizes, imagens do google e informações e dicas de aulas, obtidas através de curso para residência médica.
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