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1 Registro de Medicamentos Fitoterápicos 2 3 Jhonnathã R. H. E. De A. Vendramini Farmacêutico, graduado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Farmácia pela Faculdade UNIAN e Especialista em Plantas Medicinais e Fitoterápicos pela Faculdade Oswaldo Cruz. Possui 6 anos de experiência em assuntos regulatórios, atuando como Gerente da Qualidade e Farmacêutico Responsável Técnico, em empresas como Pharmacopeia CIL. Atualmente é Consultor da empresa Cerqueira Leite. Docente da disciplina de Assuntos Regulatórios em Fitoterapia na Faculdade Oswaldo Cruz. Docente do Instituto Racine. Programação – Introdução – Definições – P & D De Medicamentos Fitoterápicos – Registro – Legislação – Pós-Registro 4 INTRODUÇÃO - FITOTERAPIA 5 INTRODUÇÃO • 1 – FITOTERAPIA �Define-se como a utilização de plantas com fins terapêuticos • Preventivos, auxiliares e curativos – Pratica Milenar – Documentada desde a origem do homem – Presente nas culturas tradicionais em todo o mundo 6 INTRODUÇÃO • Presença Cultural da Fitoterapia 7 INTRODUÇÃO • Presença Caseira da Fitoterapia 8 INTRODUÇÃO • Presença Comercial da Fitoterapia 9 INTRODUÇÃO • Por que estudar a fitoterapia??? – Demanda crescente de “produtos de origem natural” pelos pacientes e consumidores • Busca por vida mais saudável • Menores efeitos colaterais – Abertura de mercado para novos produtos • Crescimento nascional e internacional – Biodiversidade Brasileira • Fonte potencial para PDI 10 INTRODUÇÃO 11 IMS 06/2012 INTRODUÇÃO 12 • MERCADO MUNDIAL FITOTERAPICO – Europa • Tradição e origem das principais espécies • Relevante trabalho da Comissão E – Ásia • Valorização da cultura de hábitos saudáveis – EUA • Legislação Liberal – ‘dietary supplements’ INTRODUÇÃO 13 • MERCADO BRASILEIRO 2003 - 2006 IMS 06/2012 INTRODUÇÃO 14 • RANKING PRINCIPAIS PRODUTOS Rk Produto % milh/R$ Rk Produto % milh/R$ 1 Tamarine 13,85 74,8 1 Vecasten 2,29 12,4 2 Eparema 6,37 34,4 2 Tanakan 2,04 11,0 3 Naturetti 6,06 32,7 3 Equitam 1,90 10,3 4 Tebonim 4,55 24,6 4 Giamebil 1,81 9,8 5 Plantaben 4,24 22,9 5 Serenus 1,72 9,3 6 Abrilar 3,39 18,3 6 Novarrutina 1,68 9,1 7 Metamucil 3,21 17,3 7 Valeriane 1,68 9,1 8 Pasalix 3,19 17,2 8 Climadil 1,53 8,3 9 Passiflorine 2,57 13,9 9 Calman 1,52 8,2 10 Maracugina 2,45 13,2 10 Hemovirtus 1,41 7,6 20 principais produtos Faturamento de 67,4% Demais produtos (± 340) Faturamento de 32,6% INTRODUÇÃO 15 IMS 2008 INTRODUÇÃO 16 DEFINIÇÕES 17 DEFINIÇÕES a) Plantas medicinais – Especie vegetal empregada popularmente b) Classes químicas vegetais – Grupo de substâncias de uma mesma classe presente na planta medicinal c) Fitofármaco – Substância química isolada d) Fitoterápico – Preparação farmacêutica à base da planta 18 DEFINIÇÕES e) Droga Vegetal -Termo originado do holandês ‘droog’= SECO - “planta medicinal ou suas partes que após processo de coleta, estabilização e secagem, guarda os ativos medicinais” 19 DEFINIÇÕES • EXEMPLO – papoula – látex seco dos frutos – alcalóides – morfina – Elixir Paregórico® 20 DEFINIÇÕES f) Fitoterapia – Terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a tulização de substâncias ativas isoladas ainda que de origem vegetal g) Produtos ‘Naturais” – Lavoisier: nada se cria, tudo se transforma • Tudo é natural, inclusive o sintético 21 DEFINIÇÕES h) Nome botânico – Informação obrigatória • Gênero + epíteto específico – Autor do nome e família botânica g) Parte da planta – Informação obrigatória 22 DEFINIÇÕES i) Fitocomplexo – “Conjunto de substâncias químicas, originárias tanto do metabolismo primário quanto secundário, responsáveis em conjunto pelos efeitos terapêuticos tradicionais de uma determinada droga vegetal ou fitoterápico” • Princípio ativo principal • Princípios ativos secundários • Outras substâncias de outras classes químicas • Substâncias pouco ativas ou inertes – exs.: clorofila, proteínas, açúcares, lipídios 23 DEFINIÇÕES Exemplo de fitocomplexo • Ópio: – Látex dos frutos verdes da papoula – 40 alcalóides • 20% de morfina, 2% codeína, 0,5% tebaína e outros – Flavonóides – Mucilagens – proteínas, etc. 24 DEFINIÇÕES Quebra do fitocomplexo: aumento da toxicidade Ex.: DL50 da carqueja em ratos 25 Caracteristicas farmacologicas • Amplo espectro de ações – característica dos fitoterápicos – Ex. Alecrim: • estimulante cardíaco, hipotensor, calmante, carminativo, antipirético, colerético e colagogo, antiespasmódico, anticonvulsivante, antimicrobiano, diurético, analgésico, sudorífico, emenagogo, e em uso externo revulsivo, antinevrálgico, anticaspa e cicatrizante 26 Não Confundir • Terapêuticas energéticas – homeopatia • criado por S. Hanemann no séc. 18 • tem forte base experimental • ação medicamentosa energética – florais • de Bach - Inglaterra • similares – do Canadá, da Austrália, brasileiros, etc. 27 Controle de Qualidade 28 P&D de Medicamentos Fitoterápicos 29 P & D de Medicamentos Fitoterápicos • FITOTERÁPICO é medicamento! 30 P & D de Medicamentos Fitoterápicos • Seria realmente possível desenvolvermos medicamentos no Brasil? – Estimativa de custos altos • Faixas de 300-800 milhões de dólares – SERÁ TUDO ISSO MESMO??? 31 P & D de Medicamentos Fitoterápicos • Kandil (2004) – “O exagero no custo do desenvolvimento de medicamentos serve aos interesses internacionais de duas formas: • para justificar os altos preços de seus medicamentos • e para desencorajar companhias farmacêuticas de países em desenvolvimento a investir na descoberta de novas drogas devido aos custos proibitivos”. KANDIL, O. The pharmaceutical industry in the Arab world challenger, controversies and future outlook. Drug Discovery Today, v.9, n.13. p. 543-545, 2004 32 P & D de Medicamentos Fitoterápicos • FITOTERAPICOS BRASILEIROS MODERNOS • Recentemente – Divulgação do registro o ‘primeiro’ Fitomedicamento nacional – Erva baleeira • Oleo essencial de ação antiinflamatória – 7 anos e 5 milhões de dólares de custo 33 P & D de Medicamentos Fitoterápicos • Outros casos igualmente importantes – 1. Mentha crispa (hortelã miúda) • giardíase – 2. Cascas de aroeira • para vaginoses bacterianas – 3. gel de Uncaria tomentosa • herpes labial – 4. Ginseng brasileiro • memória – etc... 34 P & D de Medicamentos Fitoterápicos - Faturamento 35 IMS 2007 REGISTRO 36 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Etapas de P&D: – Coleta e identificação botânica – Extração e estudos fitoquímicos – Estudo de toxicologia em animais – Estudo de farmacologia pré-clinica – Estudos clínicos • Fase I • Fase II • Fase III 37 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Produtos Tradicionais – Uso ancestral de plantas e suas formulações • Tradição = segurança e eficácia – OMS. Pautas para la evaluacion de medicamentos herbarios. Ginebra, 1991 • Critérios – Tempo de uso, amplitude, relatos de toxicidade, ausência de alguns grupos químicos, uso preventivo ou para patologias leves 38 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Legislação de Fitoterápicos – RDC Anvisa n°26 de 2014 • Aceitação de registro com base na tradicionalidade 39 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • COMPARAÇÃO: Estudos Clínicos versus Tradicionalidade – Estudo Clínico fase I = 20 – 30 voluntários – Estudo Clínico fase II = ± 20 – 100 voluntários – Estudo Clínico fase III = algumas centenas a alguns milhares de pacientes – Estudo Clínico fase IV = alguns milhares a centenas de milhares de pacientes • Uso tradicional –Milhões de usuarios, por muitos anos, em extensas regiões 40 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Segurança e eficácia: • Lei 6360 de 1976 – ausência de regras para fitoterápicos – situação de petições e protocolos • atividades da CRAME em 1994 – objetivos de rever os principais grupos de medicamentos comercializados noBrasil • antidiarrêicos, anorexígenos • hepatoprotetores, antibióticos, etc. – em cada grupo havia algum fitoterápico 41 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Segurança e eficácia: • Gepfito – Portaria 31 de 1994 – professores universitários, Ceme e MS • reuniões – nivelamento de informações e conceitos – coletânea dos documentos existentes • minuta submetida ao Conselho Nacional de Saúde • consulta pública em outubro 1994 – edição da norma final em janeiro de 1995 • Portaria SVS nº 6 42 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Segurança e eficácia: • a) Portaria SVS nº 06 de 1995 • principais aspectos – fitoterápico é medicamento ! – padronização de conceitos técnicos • exs.: marcadores, proibição de misturas com sintéticos 43 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Segurança e eficácia: • a) Portaria SVS nº 06 de 1995 • principais aspectos – critérios de qualidade das matérias primas e do produto acabado – segurança e eficácia nos moldes modernos • sem flexibilidades ou alternativas 44 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Segurança e eficácia: • Situação à época – milhares de produtos protocolados – centenas de produtos antigos registrados • via da isenção ou pelo conceito de oficinais – mudança drástica • regras frouxas => exigências rigorosas – PROPOSIÇÃO DE UMA TRANSIÇÃO 45 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Segurança e eficácia: • 10 ANOS para adaptação às novas normas – 5 anos: • 1995 a 2000= estudos de segurança – 5 anos: • 2000 a 2005= estudos de eficácia clínica – 6 meses após publicação • informações sobre a qualidade botânica e química das matérias primas 46 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Segurança e eficácia: • mudanças políticas no MS em 1996 – interesse em modificar a norma recém-editada – nova comissão e nova fase de discussões • 1996 até 1999 sem solução – empresas ficaram indecisas – criação da Anvisa e novos rumos • reuniões em novembro/dezembro de 1999 47 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • RDC nº 17 de 2000 • Manutenção do corpo básico da anterior • mecanismo de flexibilização – medicamento fitoterápico tradicional • elaborado com plantas de uso alicerçado no uso popular, sem evidências de risco e cuja eficácia é validada por levantamentos bibliográficos, étnicos, de uso, documentações, etc. – aceitação de um conceito da OMS de 1992 • não incorporado na norma anterior 48 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • RDC nº 17 de 2000 • Formas de obtenção do tradicional I. lista de 13 plantas oficialmente citadas • alcachofra, alho, babosa, boldo, calêndula, camomila, confrei, erva-doce, gengibre, hortelã pimenta, melissa, maracujá, sene II. livros recomendados (pontuação mínima de 6) • OMS, ESCOP, COMISSÃO E= 3 pontos • Am. Herbal Pharm,. British Herbal Pharm., Les med. a base de plantas (Fr.), farmacopéia caribenha= 2 pontos • Norma argentina, Vademecun, PDR, Farmácias vivas, plantas iberoamericanas= 1 ponto – 0,5 ponto para cada publicação avulsa 49 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • RDC nº 17 de 2000 • Formas de registro tradicional – item 3.2.1 • Receberá pontuação ‘6’ o medicamento fitoterápico tradicional que apresentar estudos clínicos de eficácia terapêutica e segurança de uso, realizados por centros credenciados pelo CNS III. Levantamento bibliográfico amplo • ausência de risco • ausência de grupos químicos potencialmente tóxicos • indicações de uso episódicas ou curtas • coerência de indicações • doenças leves ou com finalidade profilática • comprovação de uso seguro 50 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Normas de 2004 • RDC 48 – regulamento técnico similar à anterior • exceção= proibição do registro da droga vegetal – reação ao ‘padrão herbarium’ de comercialização – eliminação do conceito de tradicional • criação do registro simplificado – dúvidas • eliminação do item 3.2.1 da RDC 17 – estudo clínico fase II= pontuação 6 51 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Normas de 2004 – RE 89 - Registro Simplificado 52 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Normas vigentes até 2014 • RDC 14 de 2010 – poucas alterações em relação à RDC 48/2004 • aceitação da droga vegetal – com segurança e eficácia • conceito de fitocomplexo: – conjunto de substâncias, originadas no metabolismo primário e/ou secundário, responsáveis, em conjunto, pelos efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de seus derivados. • correções de algumas exigências • flexibilização em controle de qualidade de formulações mistas 53 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Normas vigentes até 2014 • Instrução Normativa 5 de 2008 • lista de plantas de registro simplificado – correção de alguns detalhes – inclusão de duas novas drogas • alcaçuz • sabugueiro – perspectivas de contínua ampliação da lista • é interessante? 54 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • RDC 26 de 2014 • Características principais – duas categorias • medicamento fitoterápico (MF) • produto tradicional fitoterápico (PTF) 55 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • RDC 26 de 2014 – conceito de PTF • São considerados PTF os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. • Os PTF não podem se referir a doenças, distúrbios, condições ou ações consideradas graves, não podem conter matérias-primas em concentração de risco tóxico conhecido e não devem ser administrados pelas vias injetável e oftálmica 56 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • RDC 26 de 2014 • Características principais – outros conceitos relevantes • Os medicamentos fitoterápicos são passíveis de registro e os produtos tradicionais fitoterápicos são passíveis de registro ou notificação. • Conforme previsto no art. 22 do Decreto nº 8.077, de 14 de agosto de 2013, as plantas medicinais sob a forma de droga vegetal, doravante denominadas chás medicinais, serão dispensadas de registro, devendo ser notificadas de acordo com o descrito nesta Resolução na categoria de PTF • Os chás medicinais notificados não podem conter excipientes em suas formulações, sendo constituídos apenas de drogas vegetais 57 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Normas aplicáveis ao registro e notificação de fitoterápicos 58 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Documentação necessária para solicitar registro 59 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Modelo de formulário de Petição Fl1 60 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Modelo de formulário de Petição Fl2 61 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Requisitos a serem apresentados no laudo de analise da droga vegetal 62 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Processo de análise de petição de registro 63 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Processo de análise de recurso 64 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Sumário para apresentação de documentação tecnico-cientifica 65 REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS • Os PROBLEMAS – Legislação fraca – Assunto moderno e ainda controverso – Dúvidas a serem esclarecidas na prática de sua aplicação 66 LEGISLAÇÃO - ALIMENTOS 67 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS FUNCIONAIS, ALIMENTOS E NOVOS ALIMENTOS • Ausência absoluta de normas, crescimento do mercado a partir de 1960 • Crescimento anomalo, produtos sem registro 68 LEGISLAÇÃO • Em 1996 = Onda de denuncias de medicamentos falsificados • Onda fiscalizatória no Brasil, confirmação de que 905 dos ‘produtos naturais’não tinham registro 69 LEGISLAÇÃO • Anvisa editou uma norma ‘tapa-buraco’ – Portaria 741 de 16.10.98 – criava um registro provisório a partir do protocolo dos produtos – validade por 30 dias – emissão de listagem de produtos • alguns casos absolutamenteinéditos – ...até que as normas específicas fossem concluídas... 70 LEGISLAÇÃO • Portaria 741 de 16/10/1998 • O Secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições, resolve: – I. Na ausência de estudos conclusivos atribuídos pela SVS/MS a especialistas e representantes do setor produtivo, os alimentos constantes da relação anexa, uma vez que não necessitam de um padrão de identidade e qualidade específico por serem considerados como "naturais", podem ser comercializados em todo o território nacional pelas empresas responsáveis, produtoras e importadoras, mediante prévia protocolização nas Vigilâncias Sanitárias Estaduais de documentos exigidos conforme a natureza, composição e finalidades dos seus produtos, inclusive acompanhados da justificação técnico-científica pertinente à sua segurança e inocuidade à saúde humana. • II. Os dizeres da rotulagem desses produtos deverão atender ao disposto no Decreto-lei nº 986 de 1969 e Port. nº 27 de 1998. • III. Esta Portaria vigorará pelo prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua publicação. • GONZALO VECINA NETO 71 LEGISLAÇÃO • Em paralelo à essa condição temporária – edição da legislação fitoterápica – formulação de normas para regular produtos que não se encaixassem em fitoterápicos • alimentos funcionais • novos alimentos / ingredientes • probióticos 72 LEGISLAÇÃO • Resolução RDC nº 26 de 2014 – considera o ‘produto natural’ como um medicamento ou produto tradicional • com segurança, eficácia e qualidade – formas de avaliação de segurança/eficácia • anexo: pontuação para livros de bom padrão • levantamentos bibliográficos amplos • IN 2: listagem de plantas 73 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS • Conjunto complexo de normas para registro – conforme RDC 27 de 2010 obedecendo duas opções: • a) com registro prévio obrigatório • b) com dispensa de registro obrigatório mas obrigados a informar data de início de fabricação à Visa local • c) com dispensa de registro obrigatório e sem obrigação de informar data de início de fabricação 74 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS - Classes • 3.2.1- Alimentos funcionais – ou ‘nutracêuticos’ • ingredientes nutricionais que apresentam, complementarmente, propriedades extra-nutricionais, ou funcionais • 3.2.2- Novos alimentos ou novos ingredientes – sem histórico de consumo no país • caminho usual das ‘novidades’ • 3.2.3- Substâncias bioativas e probióticos isolados com alegação de propriedades funcional e ou de saúde 75 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS FUNCIONAIS • Submeter a registro – avaliação das alegações será realizada mediante a comprovação de segurança de uso e de eficácia, segundo Resoluções nº 17, 18 e 19 de 2000 – produtos serão avaliados caso a caso e seus processos devem apresentar as documentações necessárias para a comprovação de sua segurança e eficácia na área de alimentos • podem ocorrer variações na ação do nutriente ou não nutriente em função da matriz ou formulação do produto – as alegações aprovadas relacionam a propriedade funcional e ou de saúde a um nutriente ou não nutriente do alimento 76 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS FUNCIONAIS • a) Resolução nº 17 de 03.12.1999 – diretrizes para avaliação de risco e segurança • 4.1- Segurança – finalidade e condições de uso do alimento ou ingrediente – avaliação de risco fundamentada em uma ou mais evidências científicas • 4.2. Evidências científicas aplicáveis – composição química e/ou formulação do produto – ensaios bioquímicos – ensaios nutricionais e/ou fisiológicos e/ou toxicológicos em animais – estudos epidemiológicos – ensaios clínicos – evidências abrangentes da literatura científica – comprovação de uso tradicional na população • 4.3. Informações sobre aprovação de uso do alimento ou ingrediente em outros países ... – comissão acompanhará caso a caso 77 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS FUNCIONAIS • b) Resolução nº 18 de 03.12.1999 – Aprova regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos – “Alegação de propriedade funcional” • é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não-nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano. – “Alegação de propriedade de saúde” • é aquela que afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. 78 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS FUNCIONAIS • c) Resolução nº 19 de 03.12.1999 – Aprova o regulamento técnico de procedimentos para registro de alimento com alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde em sua rotulagem. • roteiro de documentações para peticionamento de registro 79 LEGISLAÇÃO • ALIMENTOS FUNCIONAIS - APROVADOS 80 Ingrediente Alegação Ômega 3 auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, desde que associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis Licopeno tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres Luteína ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres Zeaxantina ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres Fibras alimentares auxiliam o funcionamento do intestino Beta glucana auxilia na redução da absorção de colesterol Dextrina resistente auxiliam o funcionamento do intestino Frutooligossacarídeo contribuem para o equilíbrio da flora intestinal Goma guar parcialmente hidrolisada auxiliam o funcionamento do intestino Inulina inulina contribui para o equilíbrio da flora intestinal Lactulose auxilia o funcionamento do intestino Polidextrose auxiliam o funcionamento do intestino Psyllium auxilia na redução da absorção de gordura Quitosana auxilia na redução da absorção de gordura e colesterol LEGISLAÇÃO • NOVOS ALIMENTOS • Orientações – alimentos que não tragam alegações de propriedade funcional e ou de saúde • alimentos sem tradição de consumo no país • alimentos que contenham novos ingredientes – exceto os listados no quadro 1 (alimentos funcionais) • alimentos contendo substâncias já consumidas e que venham a ser adicionadas ou utilizadas em níveis muito superiores aos atualmente observados nos alimentos que compõem uma dieta regular • alimentos apresentados nas formas de cápsulas, comprimidos, tabletes e outros similares 81 LEGISLAÇÃO • NOVOS ALIMENTOS • Orientações (cont.) – extratos vegetais não são considerados alimentos • exceções: extratos de tomate e aromas – alimentos apresentados em cápsula, comprimidos e tabletes constituídos de partes comestíveis de frutas e vegetais submetidos a processamento de secagem ou desidratação • devem ser avaliados como novos alimentos 82 LEGISLAÇÃO • NOVOS ALIMENTOS • Resolução nº 16 de 03.12.1999 – regulamento referente a procedimentos para registro de alimentos e/ou novos ingredientes • identificação botânica e composição química • descrição da metodologia analítica para o produto • ensaios nutricionais, fisiológicos ou toxicológicos em animais • ensaios bioquímicos, epidemiológicos ou clínicos • comprovação de uso tradicional 83 LEGISLAÇÃO • ‘PRODUTOS NATURAIS' • Normas definidas – para as classes pertinentes aos produtos naturais • alimentos (normais), funcionais, fitoterápicos • porém – não há impedimento para que um determinado ingrediente seja direcionado para uma classe e não à outra • depende do interesse e foco do produtor • e se há documentação suficiente para tal 84 LEGISLAÇÃO • ROTULAGEM • Não é especifica, mas complenta itens que versam sobre o assunto – Obrigação da inclusão da nomenclatura botânica – Texto: FITOTERÁPICO (Caixa alta, tamanho de 30% do nome e marca do produto – Não induzir consumidor a erro (nomes semelhantes) 85 PÓS-REGISTRO 86 SUBITEM DE AULA PÓS-REGISTRO • Farmacovigilância • Atenção as renovações 87 88