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Bens Jurídicos

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TEORIA DOS BENS JURÍDICOS
É o objeto de direito.
Arts 79 a 103 do CC.
Bem jurídico → É um bem que o Estado considera relevante e o qualifica como tal, levando-o para o mundo do Direito. O bem jurídico é o objeto da relação jurídica. 
PRESSUPOSTOS PARA ANÁLISE DA TEORIA DOS BENS JURÍDICOS
- Saber vincular a teoria dos bens jurídicos com a noção de relação jurídica
- Saber qual o critério para qualificar o bem como jurídicos.
- Qual é o critério para classificar os bens jurídicos.
CRITÉRIOS PARA QUALIFICAÇÃO COMO BEM JURÍDICO
Bem – qualquer coisa que existe no mundo, fora do mundo do direito e não pode ser objeto de relações jurídicas. Ao receber uma qualificação, passa a ser considerado bem jurídico.
Critério positivismo – economicidade, utilidade, suscetibilidade de apropriação e exterioridade. 
Obs. é possível que um bem não tenha todas as características e tenha qualidade de bem jurídico.
Conceito. Bem jurídico pode ser bens materiais ou imateriais, corpóreos ou incorpóreos, econômicos ou excepcionalmente não econômicos, suscetíveis de apropriação, úteis social e individualmente relevantes, que podem ser objetos de relação jurídica entre os sujeitos de direito. São parte componente de relações jurídicas entre sujeitos, criando direitos subjetivos e deveres jurídicos sobre os mesmos.
BEM JURÍDICO e PATRIMÔNIO
Teoria do bem jurídico.
A TEORIA DO PATRIMÔNIO MÍNIMO NO CÓDIGO CIVIL 
Teoria subjetiva do patrimônio – Majoritária. Patrimônio é uma projeção econômica da personalidade, ou seja, decorre da personalidade, envolve o aspecto econômico da personalidade. Da personalidade decorrem direitos existenciais e patrimoniais. Nessa concepção, o patrimônio não é um bem jurídico e sequer pode ser objeto de relações jurídicas. Patrimônio e personalidade estão associados, de modo que sempre que houver personalidade, haverá patrimônio.
Nessa teoria, o patrimônio é uma universalidade de direito. 
São características do patrimônio: Universalidade, Não cessão, a unidade e a indivisibilidade.
Bem jurídico até pode ser integrante do patrimônio, mas patrimônio não se confunde com os bem jurídicos. 
O patrimônio é meio, é instrumento para a concretização da dignidade da pessoa humana porque está associado à personalidade, daí vem a teoria do patrimônio mínimo. 
Teoria do Patrimônio Mínimo – Toda pessoa, em razão de sua personalidade, tem direito ao mínimo necessário, no âmbito material para ter uma vida digna. 
Patrimônio funcionalizado ao mínimo essencial → dignidade da pessoa humana.
Patrimônio como instrumento ou meio e não como fim.
Exemplos da teoria do patrimônio mínimo no Código Civil:
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Obs. a responsabilidade civil do incapaz é subsidiária e afasta o princípio da restituição integral para permitir uma indenização de forma justa, equânime.
Teoria Objetiva do Patrimônio – O patrimônio se associa à teoria dos bens jurídicos. Afasta o patrimônio da personalidade e trata o patrimônio não como uma universalidade de direito, mas como mero ativo. 
A pessoa pode ter uma multiplicidade de patrimônio, que é divisível. Assim, não há como relacionar o patrimônio à personalidade.
Também chamada de teoria realista.
Extremamente minoritária.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS JURÍDICOS
O Código Civil traz três classificações. 
1 - Em si considerados
Analisa o bem isoladamente.
Busca saber se o bem é móvel ou imóvel, fungível ou infungível, divisível ou indivisível.
Objetiva descobrir a natureza do bem para saber qual o regime jurídico será aplicado.
É uma classificação estática, ou seja, não muda. 
Ex. Se for um bem imóvel, será aplicado o regime jurídico imobiliário. 
2 - Reciprocamente considerados
Subsídio da primeira classificação.
Há situações em que a análise do bem deve ser feita em conjunto. Desse modo, deve-se identificar entre esses bens todos qual é o preponderante, sendo que se for retirado do conjunto desconsidera a relação jurídica. Esse bem é chamado de bem principal e todos os demais serão acessórios.
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. 
Como se nota, o Código Civil não dá o critério para diferenciar o principal do acessório. A doutrina, porém, utiliza o critério da autonomia funcional, que, no caso concreto, verifica se aquele bem é o mais importante, preponderante. 
Autonomia Funcional → O bem principal é aquele que, dentro de um conjunto de bens, consegue cumprir a função daquela relação jurídica. Sem ele a relação jurídica se inviabiliza.
Por ficção jurídica, a natureza jurídica do bem principal será estendida aos demais.
Portanto, o acessório assume a natureza jurídica do principal e o titular do principal passa a ser o do acessório. 
Tal classificação é dinâmica, de modo que o bem será principal ou acessório a depender do bem com que se relaciona.
Ex. O trator é principal em relação ao arado. Já em relação a fazenda, o trator será acessório.
Esta regra possui duas exceções:
a) Quando a lei, mesmo reconhecendo a acessoriedade, dispõe que o acessório não segue o principal;
b) Quando as partes, em razão do seu poder de autodeterminação, tem o poder de afastar a regra da acessoriedade por meio de ato de vontade.
Ex. Venda de um carro, porém sem incluir o sistema de som.
3 - Bens Públicos e Privados
Objetiva definir se o bem será submetido ao regime jurídico de direito público ou de direito privado.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito pú­blico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
Art. 99. São bens públicos: 
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob­jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. 
Como se nota, o CC adotou o critério da titularidade para diferenciar bens públicos e privados.
Novidade trazida pelo Código Civil → Supressão dos imóveis por acessão intelectual, que eram aqueles imobilizados por vontade humana.
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Obs. o espaço jurídico que era ocupado pelos imóveis por acessão intelectual hoje é ocupado pelas pertenças.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II – o direito à sucessão aberta. 
Tendo em vista que há regimes jurídicos que trazem mais segurança jurídica, como no caso do regime jurídico imobiliário, há situações em que o bem, para fins legais, é considerado imóvel. 
Por exemplo, o direito à sucessão aberta é considerado imóvel, mesmo que todos os bens da herança sejam bens móveis.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; 
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I –as energias que tenham valor econômico; 
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conser­vam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
Da mesma forma, visando dar maior dinamismo às relações jurídicas, alguns bens, por efeito legal, são submetidos ao regime jurídico mobiliário.
PERTENÇA
Doutrina majoritária. Considera que pertença é um bem acessório.
Conceito. É uma qualificação que se dá ao bem. É um bem que necessariamente está destinado para servir ou ao uso ou para embelezar outro bem e essa destinação tem que ser duradoura, o que significa que tem que ter certa estabilidade.
A relação é entre coisas.
Relevância. O bem classificado como pertença tem um regime jurídico próprio. Tem autonomia jurídica.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Obs. Não é possível considerar como pertença frações do todo.
Ex. Peças de um carro não pode ser considerado pertença, o carro pode.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. 
Enunciado n. 11– Art. 79: não persiste no novo sistema legislativo a categoria dos bens imóveis por acessão intelectual, não obstante a expressão “tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”, constante da parte final do art. 79 do CC. 
Enunciado 535 – Para a existência da pertença, o art. 93 do Código Civil não exige ele­mento subjetivo como requisito para o ato de destinação. 
Doutrina majoritária. Pertenças são bens móveis.
IMÓVEIS: Lei do país em que estão situados. Competência absoluta do judiciário brasileiro;
MÓVEIS: Domicílio do proprietário.

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