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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS - FACULDADE DE DIREITO GRADUAÇÃO EM DIREITO Leandro Fonseca dos Santos Direito Administrativo II Goiânia, 2020 Trabalho de Direito Administrativo II Reformas administrativas e a evolução do regime jurídico dos servidores públicos no Brasil. 1. INTRODUÇÃO A Reforma Administrativa é discutida e debatida em todo o mundo como um processo de adaptação da máquina pública ao ambiente em que se insere. No entanto, cada país apresenta um perfil peculiar, com suas limitações e suas características culturais, que devem ser levadas em consideração ao se propor alguma alteração que interfere na vida social de todos que compõem o Estado. Este, enquanto sistema que engloba outros subsistemas, é composto por diversas partes que se interagem e inter-relacionam e que constituem um todo para a concepção dos objetivos que se pretende alcançar. Nesta concepção, os cidadãos fazem parte deste sistema e, portanto, sofrem influência e influenciam nas decisões estabelecidas. Infelizmente, muitas vezes, a sociedade civil não é convidada a participar do processo de formulação e implementação de uma ação governamental ao propor uma mudança. Como consequência, o Estado se depara com um sistema deficiente, cujas partes não se encontram em perfeita harmonia e, por isso, tem o seu funcionamento prejudicado. O tema Reforma Administrativa está relacionado a mudanças e estas estão ligadas necessariamente à resistência pelo medo do novo, pela impossibilidade de se vislumbrar o resultado final a ser alcançado. Maquiavel (2006:26) alertou que “aquele que a introduz terá por inimigos todos os que da velha ordem extraíam privilégios e por tímidos defensores todos os que das vantagens da nova ordem poderiam usufruir”. O reconhecimento das bases culturais presentes em um Estado permite conhecê-lo melhor e, desta forma, propor medidas condizentes a uma realidade que, na maioria das vezes, necessita de modificações para que a partir de então, outras medidas possam ser estabelecidas e, aos poucos, introduzida uma nova percepção mais flexível às mudanças. Várias reformas são propostas ao longo dos anos por diversos países, porém, na ânsia de querer mudar apenas por mudar, como uma forma de acompanhar as tendências bem sucedidas de outros países, muitos Estados têm suas experiências de reformas frustradas. Modelos que são bem implementados em outros países quando trazidos para uma realidade distinta da qual o mesmo foi elaborado, sem considerar os aspectos das bases culturais que se encontram, se deparam com barreiras que impedem o bom funcionamento dos mesmos, não apresentando os resultados que tais modelos buscavam oferecer. À medida que reconhece as limitações de certo modelo no atendimento dos objetivos almejados por um Estado e pelas partes que o compõem, novas propostas se apresentam 2 como alternativas capazes de melhorar o funcionamento deste sistema que, continuamente, necessita ser reajustado e adaptado a uma realidade exposta em um ambiente dinâmico de mudanças permanentes. 2. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS RAÍZES CULTURAIS BRASILEIRAS O sistema cultural brasileiro, de acordo com Barros e Prates (1996), é formado por quatro grandes subsistemas: institucional (macro); pessoal (micro); líderes (donos do poder) e, liderados (subordinados ao poder). Esses subsistemas, caracterizados respectivamente pela concentração de poder; postura de expectador; personalismo e prática de evitar conflito articulam-se pelos traços do formalismo, lealdade as pessoas, paternalismo e formalismo. Esse sistema de ação cultural é formado pela inter-relação de todos os componentes dos subsistemas. O modelo cultural brasileiro traz consigo as raízes de nossa colonização – patrimonialismo e clientelismo. O processo de industrialização se deu com o surgimento dos engenhos, sendo as raízes do trabalho coletivo vinculadas e confundidas com a escravidão, recém-abolida, num processo contrário a industrialização da Europa, por exemplo, onde os trabalhadores que ingressaram na indústria eram livres. (NASCIMENTO, 1999). No âmbito das organizações, Fleury (1990:22) define a cultura organizacional como: “... um conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elemento de comunicação e consenso, como ocultam e instrumentalizam as relações de dominação" (FLEURY, 1990, p.22). Segundo Medeiros e Vasconcellos (1992), o modelo gerencial adotado nas organizações brasileiras não considera a realidade como todo, excluindo os elementos culturais e levando em consideração apenas o desejo de modernidade. Com o desenvolvimento da economia, verificada especialmente após a Segunda Guerra Mundial, as práticas gerenciais pautadas pelo autoritarismo coronelista já não eram mais aplicáveis, começando assim a tradição de importação de teorias e modelos. A sociedade rural, modelada pela influência europeia, se transforma numa sociedade urbana, influenciada agora pelos Estados Unidos da América (BARROS e PRATES, 1996). 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: DE 1930 A 1995 A expressão República Nova está relacionada à ascensão de Getúlio Vargas ao poder em 1930, tornando-se presidente da república. As ações implementadas por este governo representaram uma tentativa de rompimento com as oligarquias dominantes, pela profissionalização da Administração Pública. Foi um tempo marcado pela criação do Departamento de Administração do Serviço Público - DASP, pelas conquistas sociais, como o voto secreto e as leis trabalhistas, além do direito de voto para as mulheres. A primeira reforma administrativa, conhecida como Reforma Burocrática, de 1936 tem como característica, segundo Matias-Pereira (2009), a ênfase na reforma dos meios em detrimento dos fins, ou seja: focou nas atividades de administração geral; buscou montar um corpo burocrático clássico, de funcionários do Estado, não contemplando as atividades substantivas; pautou-se na teoria administrativa que consagrava a existência de “princípios de administração”; e, adotou como modelo o prescrito na teoria administrativa, importado dos países mais desenvolvidos, buscando modernizar a máquina pública, inspirando-se no modelo taylorista/fayoliano/weberiano (COSTA, 2008). 3 A reforma burocrática, conforme Bresser-Pereira (2009), apesar de ter estabelecido o serviço público profissional e os princípios da administração burocrática, nunca foi concluída. O que se pregava, a partir da Revolução de 1930, era a racionalização da administração pública, com a implantação do modelo burocrático weberiano, em busca da eficiência. Na época, a reforma do serviço público e o processo de burocratização ou racionalização, enquanto fenômeno histórico derivado da natureza superior da administração pública burocrática em relação à administração patrimonial, era a melhor maneira de aumentar a eficiência, eliminar o nepotismo e reduzir a corrupção (BRESSER- PEREIRA, 2009). No entanto, a marca do clientelismo se manteve, impossibilitando a prática do que se propunha. Neste contexto, a República Nova chegou ao fim, em 1937, com um golpe de Estado desfechado pelo mesmo presidente Vargas, iniciando-se o Estado Novo. Posteriormente, com o Golpe Militar de 1964, o “modelo clássico” foi substituído pelo modelo de “administração para o desenvolvimento”, que visava essencialmente a expansão da intervenção do Estado na vida econômica e social e para a descentralização das atividades do setor público. Verifica-se a descentralização administrativa do Estado, com a criação da figura da “Administração Indireta”, com maior autonomia de ação, inclusive podendo contratar funcionários sob regime celetista e não mais estatutários. Surge a figura do Estado- Produtor de bens e serviços atuando diretamente no domínio econômico, como condiçãonecessária na fase inicial de desenvolvimento de um país. Nesse contexto, foi implementada a segunda Reforma Administrativa, que tem como símbolo o Decreto-Lei nº 200 de 1967, que introduziu o tríplice sentido da descentralização “dentro dos quadros da administração federal; da administração governamental para a órbita privada; e da União para os governos locais” e o “estabelecimento do conceito de sistemas administrativos para as funções comuns a todos os órgãos, o que em princípio facilitou a descentralização da gestão de recursos (pessoal, material, finanças)” (MARCELINO, 1988 apud COSTA, 2008, p. 275). Ambas reformas de 1936 e 1967 foram implementadas em contextos de ditadura política, com restrição a participação da sociedade. Conforme Bresser-Pereira (1998a) a crise do modelo burocrático de administração pública, introduzido no País nos anos 30, com o governo Vargas, começou ainda no regime militar, em razão de sua incapacidade em desenraizar as práticas patrimonialistas ou clientelistas da administração. A Nova República nasce, com o fim do regime militar, num cenário caracterizado por cinco disfunções gerais: a ineficácia do planejamento governamental, as deficiências de mecanismos de implementação, coordenação e avaliação de ações de reforma/modernização dos órgãos; a dissociação entre planejamento, modernização e recursos humanos, a atuação pouco integrada e coordenada de órgãos ligados à área, e pouca prioridade à área de recursos humanos (VIEIRA, 2008). De acordo com Nilson Holanda: “A capacidade gerencial do Estado brasileiro nunca esteve tão fragilizada; a evolução nos últimos anos, e especialmente a partir da chamada Nova República, tem sido no sentido de uma progressiva piora da situação; e não existe, dentro ou fora do governo, nenhuma proposta condizente com o objetivo de reverter, a curto ou médio prazo, essa tendência de involução” (HOLANDA, 1993, p. 165). A crise se agravou a partir da Constituição de 1988, quando os constituintes, na busca de frear as práticas patrimonialistas, favorecidas pela administração pública descentralizada, promoveram, de acordo com Bresser-Pereira (1998a), um enrijecimento burocrático extremo; que em conjunto com o patrimonialismo incontido, resultam no alto custo e na baixa qualidade da administração pública brasileira (BRESSER-PEREIRA, 1998a). 4 Na sequência, registra-se a reforma administrativa implementada pelo Governo Collor que promoveu um amplo e profundo rearranjo estrutural, visando a racionalização (redução de gastos) e a desestatização (reduzir a interferência do Estado no domínio econômico). Neste sentido, fechou ministérios, promoveu fusão e extinção de instituições, promoveu afastamento e/ou remanejamento de pessoal, extinguiu, privatizou e descentralizou empresas, além de ter promovido a desregulamentação do mercado. Para Lustosa da Costa e Cavalcanti (1990), a reforma tinha um forte componente ideológico com a proposta neoliberal. A instabilidade política instalada durante o processo de impeachment do Presidente Collor, que culminou com sua renúncia em dezembro de 1992, fez com que o processo de reforma administrativa perdesse o seu fôlego sendo, momentaneamente, colocado em segundo plano. Em 1994, com a inauguração do Plano Real e a retomada da estabilidade econômica do país, criou-se as condições para a retomada da agenda de reformas, implementadas pelo Governo Fernando Henrique Cardoso, após 1995, sob a coordenação do MARE, capitaneado pelo então Ministro Bresser-Pereira. 4. MODELOS E TENDÊNCIAS ATUAIS: NOVA GESTÃO PÚBLICA X NOVO SERVIÇO PÚBLICO Mesmo que oficialmente o aparelho estatal tenha evoluído, passando pelo modelo burocrático, introduzido na década de 30; pelo modelo gerencial, que o Decreto 200/67 tentou implantar, modelo este reafirmado pela reforma de 1998, as práticas da administração patrimonialista típica dos Estados que antecedem o avanço do capitalismo industrial ainda são comuns no cotidiano da administração pública, em todos os três níveis de governo e poderes. Apesar da evolução do conceito de Administração Pública no século XX, o setor público brasileiro tem vivenciado várias iniciativas de transformação e modernização, mas a estrutura mecanicista, rígida, inflexível tem resistido à evolução e democratização da sociedade (TORRES, 2004). De acordo com Bresser-Pereira (2009) à medida que o pequeno Estado liberal do século XIX foi sendo substituído pelo grande Estado social-democrático do século XX, assumindo novos papéis sociais (educação, saúde, transporte, seguridade social e assistência social, cultura, pesquisa científica) e econômicos (estabilidade macroeconômica, regulação dos serviços públicos e das atividades monopolistas, fornecimento de infraestrutura pública, política industrial e de comércio exterior), a administração pública burocrática não garantiu que fossem prestados ao público serviços de boa qualidade ou de baixo custo. A situação da administração pública no Brasil pouco se alterou apesar da realização de todas essas reformas. Gomes (2006) apresenta como justificativa o fato de a gestão pública brasileira ter sido sempre observada, de modo abstrato, como o reflexo de modelos estanques, que buscou a adoção de medidas importadas, inadequadas para resolver os problemas da administração no País. Schwartzman (1987:58) representa a trajetória da modernização da administração pública brasileira como “um difícil dilema, que colocaria de um lado a administração racional e técnica, associada aos regimes fortes e autoritários, e de outro a administração politizada, deficiente e desmoralizada, que pareceria ser um atributo da democracia e da participação social”. Na concepção de Denhardt (1990), o pensamento da administração pública ao longo desta trajetória tem evoluído ao passo de criar, criticar e aprimorar modelos e princípios de mudança organizacional planejada, tanto nos níveis micro quanto macro organizacional, de um enfoque organizacional para um enfoque político-sociológico, tendo como ponto central a tensão entre política e administração. 5 Segundo Salm e Megasso (2009b) o princípio que norteia o modelo da administração pública convencional, aquela que possui na organização burocrática sua principal referência, é a separação entre política e administração. A implementação desse modelo exige uma base legal e racional que, depende ainda, de estratégias que norteiam o funcionamento interno e das conjunturas externas que afetam e que são afetadas pela organização pública; trata-se de um modelo que vem sofrendo críticas que em conjunto à ascensão do mercado, enquanto principal e eficiente alocador de bens e serviços possibilitam o surgimento de uma nova proposta de administração pública (SALM e MEGASSO, 2009b). Neste cenário, duas vertentes se apresentam como alternativas para a gestão pública: a administração pública gerencial, sob a égide da Nova Gestão Pública (NGP) e a administração pública societal sob a égide do Novo Serviço Público (NSP). 4.1 Nova gestão pública no mundo e no Brasil Em 1973, a crise do petróleo foi a responsável por deflagrar os mecanismos que provocaram o esgotamento do antigo modelo de intervenção estatal, nos moldes burocráticos. A crise econômica mundial, que se iniciou naquela década, pôs fim à era de prosperidade que havia sido iniciada no pós-Segunda Guerra Mundial. A crise foi, ainda, potencializada em função da: crise econômica mundial, que se agravou ao longo dos anos 80 e foi marcada por um grande período recessivo nas economias da maioria dos países; crise fiscal do Estado, baseado no modelo econômico proposto por Keynes, onde a maioria dos governos encontravam dificuldades em financiar seus déficits; crise de governabilidade, que demonstrava a incapacidade dos governos em resolver os problemas econômicos e sociais de seus países; e, emergência da globalização e das inovações tecnológicas, da qualas profundas transformações que ocorreram na economia e no setor produtivo também refletiram no Estado (GOMES, 2006). Na América Latina, durante os anos 80 e 90, dois processos seguiram trajetórias mais ou menos paralelas, conforme exposto por Glade (2006): o ajustamento estrutural da economia e a reforma do aparelho administrativo do Estado; observa-se, ainda, um terceiro processo, a democratização, composta de uma variedade de medidas para fortalecer a sociedade civil. É importante, neste contexto, que se tenha consciência do objetivo da reforma que, na concepção de Przeworski (2006), é a construção de instituições que deem poder ao aparelho do Estado para fazer o que deve fazer e o impeçam de fazer o que não deve fazer. O autor argumenta, ainda, que a reforma do Estado deve ser concebida em termos de mecanismos institucionais pelos quais os governos possam controlar o comportamento dos agentes econômicos privados, e os cidadãos possam controlar os governos. Foi na década de 80 que, segundo Abrucio (2005), os Estados Unidos deram início a implantação de reformas administrativas, considerando o modelo gerencial importado da iniciativa privada. De acordo com Bresser-Pereira (2009) a verdadeira reforma da gestão pública somente ganhou impulso nos anos 1980, com o discurso neoliberal e com a eleição de Margaret Thatcher para primeira-ministra do Reino Unido. Os governos conservadores de Margareth Thatcher, a Dama de Ferro, da Inglaterra, e dos republicanos de Ronald Reagan, dos Estados Unidos da América, foram responsáveis por implementarem as primeiras reformas no antigo modelo, logo no início da década de 80. Considera-se a Grã-Bretanha o grande laboratório das técnicas gerenciais aplicadas, da qual, seguindo esta tendência, demais países começaram a ensaiar o início das reformas de seus Estados (PEREIRA, 2004). O thatcherismo pode ser qualificado por algumas medidas organizativas e administrativas que, por sua vez, caracterizaram a Nova Administração Pública. Paes de Paula (2005) sintetizou as seguintes características: descentralização do aparelho de 6 Estado; privatização das estatais; terceirização dos serviços públicos; regulação estatal das atividades públicas conduzidas pelo setor privado; uso de ideias e ferramentas gerenciais advindas do setor privado. A partir da avaliação das reformas econômicas realizadas em países como o Chile e México, especialistas se reuniram chegando a um “consenso” quanto à eficiência das reformas orientadas para o mercado, denominado Consenso de Washington. As 10 medidas baseadas em experiências do Reino Unido e de outros países e geradas para a implementação das reformas foram sintetizadas pelo economista John Williamson: o ajuste estrutural do déficit público; a redução do tamanho do Estado, a privatização das estatais; a abertura ao comércio internacional; o fim das restrições ao capital externo; a abertura financeira às instituições internacionais; a desregulamentação da economia; a reestruturação do sistema previdenciário; o investimento em infraestrutura básica; e a fiscalização dos gastos públicos (BATISTA, 1995 apud PAES DE PAULA, 2005). De acordo com Bresser-Pereira (2006), a Nova Administração Pública foi implementada em resposta a crise fiscal, crise no modo de intervenção do Estado, crise do modelo burocrático, responsável pela administração do Estado e também pela crise política. Visava, em síntese, a transformação da cultura burocrática que permeava a administração pública brasileira, incutindo uma nova cultura denominada gerencial. O termo “cidadão-cliente” é utilizado, inclusive, como forma de aproximar da lógica de mercado. Esse processo refere-se à aplicação das idéias e ferramentas de gestão mais recente do setor privado adaptadas ao setor público, englobando, por exemplo: os programas de qualidade, a reengenharia organizacional, a administração participativa e outras (BRESSER-PEREIRA, 1998b). Um dos objetivos do modelo gerencial relaciona-se na definição da forma de propriedade e gestão das instituições públicas, considerando como: estatal o núcleo estratégico e as atividades exclusivas; público não-estatal, os serviços exclusivos que podem ser publicizáveis; as atividades cuja a produção são voltadas para o mercado, podendo ser privatizadas (MARE, 1995). No Brasil, as propostas da vertente gerencial foram concebidas e implementadas, conforme Paes de Paula (2005) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1994- 2002), com a presença ativa do ex-ministro da Administração e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser Pereira. A autora acrescenta, ainda, o fato de a vertente ter se tornada hegemônica a partir do momento em que a aliança social-liberal alcançou o poder e implementou a administração pública gerencial. A administração pública gerencial tem como principais objetivos, segundo Bresser Pereira (1998b): aprimorar as decisões estratégicas do governo e da burocracia; oferecer condições que garanta a propriedade e o contrato, para que se promova um bom funcionamento dos mercados; garantir autonomia e capacitação gerencial do administrador público; certificar a democracia através da prestação de serviços públicos voltados para o “cidadão-cliente” e controlados pela sociedade. Devendo ter as seguintes características para atingir os objetivos • administração profissional, autônoma e organizada em carreiras; • descentralização administrativa; • maior competição entre as unidades administrativas; • disciplina e parcimônia no uso dos recursos; • indicadores de desempenho transparentes; • maior ênfase dos resultados; • ênfase no uso de práticas originadas no mercado (PAES DE PAULA, 2005, p. 131-132). A implementação do modelo da nova gestão pública, cujas raízes se encontram na economia de mercado, nas teorias de custos e benefícios e na teoria da escolha pública, depende, além dos ditames legais que autorizam a privatização, a terceirização 7 e a adoção de outros mecanismos de mercado para a produção dos serviços públicos, da preparação da sociedade para aceitar essa nova orientação para a produção dos serviços públicos (SALM e MENEGASSO, 2009b). De acordo com Ramos (1989) e Arendt (2005) apud Salm e Menegasso (2009b) o principal problema do modelo da nova gestão pública é observado na usurpação da esfera privada, uma vez que, é o mercado e não a comunidade politicamente articulada, a principal referência para a administração pública. Paes de Paula (2005) aponta as seguintes limitações da nova administração pública: constituição de uma nova elite burocrática, centralização do poder nas instâncias executivas, inadequação da aplicação das técnicas e práticas advindas do setor privado no setor público, dificuldade em lidar com a complexidade dos sistemas administrativos e a dimensão sociopolítica da gestão, incompatibilidade entre a lógica gerencialista e o interesse público. Conforme exposto por Goodsell (2003) tais limitações alimentam uma crítica crescente ao modelo, abrindo caminho para novas propostas para a produção dos serviços públicos. 4.2 Novo Serviço Público Kettl (2000), Denhardt e Denhardt (2003) e Salm e Menegaso (2006) apud Salm e Menegasso (2009b) afirmam existir três modelos relevantes em administração pública: o modelo da administração pública convencional, aquela onde a burocracia é que produz o bem público ou os serviços públicos; o modelo da nova gestão pública, no qual o mercado é o principal alocador dos serviços públicos; e, ainda, um terceiro modelo que seria o novo serviço público, onde o bem público ou o serviço público é coproduzido com a sociedade e pela sociedade. O bem público abrange, segundo Meirelles (2000) tudo aquilo que tenha valor econômico ou moral e que seja suscetível de proteção jurídica. A coprodução, por sua vez, refere-se, de acordo com Brudney e England (1983, p. 59) “a uma mistura crítica de atividades prestadas por agentese cidadãos para a provisão de serviços públicos”. Salm e Menegasso (2009b) utilizam o conceito de Novo Serviço Público, para denominar o modelo emergente que se mostra presente sempre que a comunidade ou o cidadão coproduz o bem público ou os serviços públicos em parceria com os agentes públicos. O autor discute que este modelo se encontra na dependência e pressupõe a existência de condições apropriadas para sua implementação e operacionalização, cuja produção do desenvolvimento sustentável pressupõe a existência de capital social nas comunidades. De acordo com Salm e Menegasso (2009a) as bases epistemológicas do modelo do novo serviço público, elaboradas por Denhardt e Denhardt (2003), tomam por princípio que o ser humano é, antes de tudo, um ser político que age na comunidade, ao passo que a comunidade, politicamente articulada, requer a participação do cidadão, para a construção do bem comum; e que o bem comum precede a busca do interesse privado. O Novo Serviço Público surge como uma alternativa para a Nova Gestão Pública, inspirado na teoria política democrática, visando particularmente, a conexão entre cidadãos e seus governos, com abordagens alternativas à gestão e ao modelo organizacional sendo mais humanística na teoria da administração pública. (DENHARDT, 2004, apud VIEIRA, 2008). Salm e Menegasso (2009a) discutem a coprodução dos serviços públicos a partir da complementaridade dos modelos e da proposta de administração pública. Segundo esses autores, a complementaridade dos modelos pode ocorrer: por meio da organização burocrática em que haja a gestão participativa obtida por meio de estruturas de consentimento; por meio das organizações sociais com características isonômicas; por meio de comunidades engajadas com a produção do bem público; por meio da 8 responsabilidade social das empresas, quando elas produzem um bem público, fato amplamente ignorado pelos estudiosos da administração pública; e por meio do cidadão, em seu papel de ser político, produzindo o bem público. No Brasil a administração pública societal tem sua origem, segundo Paes de Paula (2005) nos movimentos sociais iniciados nos anos 1960 e que se desdobraram nas décadas seguintes, apesar dos impactos sofridos no Governo Militar. A exemplos de práticas surgidas dentro desse contexto, apresenta-se os fóruns temáticos, surgidos no final dos anos 80, constituindo numa oportunidade para debate de problemas públicos; os conselhos gestores de políticas públicas, também surgidos no mesmo período, durante o processo de redemocratização brasileira, incorporadas à Constituição Federal, promulgada em 1988 (PAES DE PAULA, 2005.). Ainda como exemplos, Carvalho e Felgueiras (2000) citam os processos de orçamentos participativos, surgido de uma experiência do conselho popular do município de Vila Velha. A vertente societal propõe um novo modelo de gestão pública, se opondo ao estilo burocrático de gestão e buscando uma ampliação da democracia através de uma maior inserção e participação da sociedade organizada na administração pública. A conquista de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, nas últimas eleições presidenciais, resultou em uma expectativa de que esta vertente se tornasse a marca do governo federal. O observado, porém, é que não houve um rompimento de fato com o modelo anterior, verificando-se a continuidade das práticas gerencialistas nos diversos campos, até mesmo nas políticas sociais (PAES DE PAULA, 2005). A Administração Pública Societal é influenciada pelos seguintes elementos: “a busca de um novo modelo de desenvolvimento, a concepção participativa e deliberativa e democracia, a reinvenção político-institucional, e a renovação do perfil dos administradores públicos. (PAES DE PAULA, 2005, p. 154). A necessidade de mudanças e modernizações no modo de gestão das organizações públicas é senso comum, independente da corrente ideológica ou papel desempenhado, governo ou sociedade civil. Desta forma, alguns pontos devem ser refletidos por todos os atores que, direta ou indiretamente, são afetados pelas reformas administrativas, sendo alguns deles levantados a seguir. 5. REFLEXÕES SOBRE AS REFORMAS ADMINISTRATIVAS A proposta do governo de reforma administrativa, entregue no dia 3 de setembro de 2020, ao Congresso Nacional, prevê a flexibilização das regras de contratação e demissão de futuros servidores, mas, por determinação do presidente Jair Bolsonaro, blinda os atuais agentes públicos de mudanças em suas carreiras. A ideia é criar cinco novos tipos de vínculos para servidores públicos, mas apenas um deles com garantia de estabilidade no cargo após três anos de serviço. Segundo o secretário especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Gleisson Rubin, o impacto da reforma administrativa não pode ser estimado ainda porque detalhes como a estrutura de cargos e as remunerações dos futuros servidores serão definidos nas fases 2 e 3 da reforma, cujos textos ainda não foram finalizados. Eles dependem da Proposta de Emenda à Constituição (PEC). A primeira fase da reforma ainda não prevê mudanças na remuneração — a intenção é que uma proposta que reduza salários iniciais e alongue o tempo necessário para conseguir aumentos seja encaminhada posteriormente. Haverá ainda outras duas fases, segundo o Ministério da Economia. A fase 2 prevê o envio de um projeto de lei complementar (PLP) e seis projetos de lei. O PLP e um dos PLs tratarão da gestão do desempenho. Os demais projetos de lei regulamentarão consolidação de cargos, funções e gratificações, diretrizes de carreiras, modernização de formas de trabalho, arranjos institucionais e ajustes no estatuto do servidor. 9 A fase 3 prevê outro projeto de lei complementar para criar o Novo Serviço Público, com o novo marco regulatório das carreiras, governança remuneratória e direitos e deveres do servidor. As mudanças valem para novos servidores federais, estaduais e municipais, do Executivo, Legislativo e Judiciário. As regras não atingem, porém, membros de outros Poderes, como juízes e parlamentares. A proposta de reforma constitucional atingiria os futuros agentes públicos. Ou seja: os que vierem a ser nomeados após a edição da Emenda Constitucional propalada. Para os futuros funcionários civis, o ingresso por concurso público valerá para cargos típicos de Estado (que não encontram paralelo no setor privado, única categoria que terá direito à estabilidade) e cargos por prazo indeterminado. Em ambos os casos, haverá um vínculo inicial de experiência, que terá prazo mínimo de dois anos, no caso das carreiras típicas de Estado, e de um ano, para cargos de prazo indeterminado. Já o ingresso por seleção simplificada vale para cargos com prazo determinado e cargos de liderança e assessoramento (que substituirão uma parte dos cargos de confiança). 6. A IMPORÂNCIA DA REFORMA ADMINISTRATIVA DO APARELHO DO ESTADO A noção de que no Estado há um núcleo duro a demandar pessoal com qualificação de alto nível foi determinante para o fortalecimento das carreiras de estado. Isto porque, ainda que não haja identificação plena entre núcleo estratégico e alto escalão, o aumento do quantitativo de burocratas de carreira no núcleo estratégico, que detêm expertise, torna-os candidatos naturais, ou concorrentes, aos cargos em comissão. Essa já era a pretensão do MARE: A participação de servidores efetivos nos cargos de direção e assessoramento deverá crescer nos próximos anos, na medida em que a administração pública se beneficie do recrutamento contínuo de novos quadros qualificados, inclusive reduzindo a dependência da administração indireta, autárquica e fundacional, da requisição de quadros das empresas estatais para a composição de equipes nos Ministérios e Secretarias. (BRASIL. Ministério da Administração e Reforma do Estado, 1998). Nesses termos, a preocupação implícita da Reforma era criar uma burocraciaresponsiva ao governante. Assim, ao contrário das várias propostas de organização da burocracia feitas desde a década de trinta do século passado, que previam carreiras tradicionais, com ascensão linear e gradativo controle dos cargos diretivos pelos burocratas estatais, propôs-se uma burocracia permeável, cujo mérito não repousava apenas na aprovação no concurso de ingresso, mas dependia do desempenho ao longo da vida funcional. Deste modo, desenhou-se um modelo de burocracia meritocrática compatível com a flexibilidade de nomeação que sempre caracterizou a administração brasileira. Parte importante desta concepção foi o conceito de Núcleo Estratégico do Estado, entendido como o “o setor que define as leis e as políticas públicas, e cobra seu cumprimento. No Poder Executivo, corresponde ao Presidente da República, aos ministros e seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação de políticas públicas.” No Núcleo Estratégico, previu-se a existência de carreiras e de um regime que assegurasse a estabilidade de forma mais flexível. Estas carreiras deveriam desempenhar atribuições “voltadas para as atividades exclusivas de Estado relacionadas com a formulação, controle e avaliação de políticas públicas e com a realização de atividades que pressupõem o poder de Estado.” (BRASIL. Ministério da Administração e Reforma do Estado, 1997, págs. 12,18 e 24). Desta feita, a ideia de que o núcleo estratégico demandaria carreiras específicas transforma uma discussão genérica, sobre a necessidade de alcançar um padrão de 10 burocracia weberiano na Administração como um todo, em uma demanda focalizada. O fortalecimento do núcleo estratégico do Estado seria realizado por meio da organização dos seus quadros de pessoal, da reorganização e criação de carreiras, da melhoria das condições de remuneração e progressão e da renovação do quadro de servidores e de sua capacitação. (BRASIL. Ministério da Administração e Reforma do Estado, 1998, p. 35). Para além da política de recursos humanos, verifica-se que, em relação ao Ciclo de Gestão, o discurso de valorização da administração como área estratégica, a possibilidade de auto-regulamentação da carreira e a inserção privilegiada no núcleo do Poder Executivo também facilitaram o processo de consolidação dessa burocracia. Em alguns casos, o Órgão Gestor utiliza suas competências para fortalecer a carreira; em outros, ainda há uma indefinição sobre como exercer estas atribuições. Apesar dessas diferenças, a possibilidade de estes servidores interferirem nos rumos de sua carreira torna vívido o debate sobre o tema e pode facilitar a aprovação de regras que lhes sejam de interesse. Um exemplo de Órgão Gestor bem estruturado é a Secretaria do Tesouro Nacional- STN, responsável pela carreira de Analista de Finanças e Controle. Desde 1995, um grupo de servidores que atua na Coordenação-Geral de Desenvolvimento Institucional – CODIN/STN, tendo como referência a experiência de empresas privadas, vêm adotando uma série de medidas para melhorar o clima da organização e integrar o fortalecimento da carreira ao planejamento estratégico da instituição. Verificou-se que há políticas de capacitação, de mobilidade interna e de divisão do concurso em áreas de especialização, todas regulamentadas em portarias e divulgadas na intranet da instituição. 7. CONCLUSÃO Um dos resultados mais visíveis dessa política foi a transformação para subsídio da remuneração das carreiras do Ciclo de Gestão. O subsídio é a remuneração em parcela única, sem gratificações adicionais e outras verbas, e foi inicialmente previsto para os detentores de mandato político e para os Ministros de Estado com o objetivo de tornar mais transparente a fixação dos seus vencimentos. Ressalte-se, contudo, que a presente política de recursos humanos não privilegia as carreiras do núcleo estratégico ou do Ciclo de Gestão. As medidas referentes à remuneração e aos concursos se estendem a todas as categorias, indistintamente, inclusive àquelas de nível médio, como demonstram os percentuais de ingresso por nível de escolaridade. Estudos feitos sobre a carreira indicam que o preparo profissional de seus membros tem assegurado a ocupação destes cargos (PETRUCCI, 1995). Os especialistas em políticas públicas e gestão governamental - EPPGG estão espalhados nos diversos Ministérios e em entidades da Administração Indireta. Em vista disto, cabe, ainda, mencionar que o fortalecimento das carreiras de estado e sua crescente presença nos cargos comissionados não vêm sendo acompanhados por medidas relacionadas ao desempenho dos servidores. Deve-se, portanto, atentar para que, em nome da profissionalização, não se promova no longo prazo um fechamento da burocracia, o que também traz consequências danosas. Dessa forma, em lugar das tentativas de vincular os cargos em comissão a estrutura das carreiras, parece mais profícuo inserir mecanismos de seleção para estes cargos. Esta medida compatibiliza a liberdade de nomeação e exoneração, característica do presidencialismo de coalizão, com a fixação de critérios mínimos para a ocupação dos cargos https://jus.com.br/tudo/processo 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRUCIO, F. L. 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