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Disciplina: Higiene do Trabalho - Riscos Físicos no Ambiente de Trabalho Tarefa 1.2 1. Bagé – RS (trabalhador aclimatado) ➔ IBUTG = 25°C 2. Ribeirão Preto – SP ➔ IBUTG = 29,7 °C 3. Piaçabuçu – AL ➔ IBUTG = 29,1°C 4. Guajará Mirim – RO * Utilizado a estação de Cacoal como referência. ➔ IBUTG = 32,7°C. 5. Canutama – RO * Utilizado a estação de Humaitá como referência. ➔ IBUTG= 33,2°C Questão 1 ➔ Construção de gráficos comparativos (altitude e IBUTG) entre esses municípios, indicando se outras variáveis poderiam compor essa comparação. A URA influenciaria no fenômeno e no direito à insalubridade, ACET/FACET? O gráfico comparativo permite verificar que para o período considerado, 1 dia apenas, o IBUTG dos municípios Canutama e Guarujá Mirim, ambos do Estado de RO e quase mesma altitude, são muito próximos. Assim como o IBUGT dos municípios Ribeirão Preto/SP e Piaçubuçu/AL, que estão localizados a altitudes bem diferentes. Ribeirão Preto em São Paulo está a 518m acima de Piaçubuçu no Alagoas. E Bagé no Rio Grande do Sul, embora esteja na segunda maior altitude, 328m abaixo de Ribeirão Preto e, SP, apresenta o menor IBUGT. Donde se pode concluir que a altitude não tem relevância no IBUGT de um município. Já variáveis como Umidade Relativa do Ar (URA), Temperatura do Ar, Velocidade do Vento e Radiação das superfícies são variáveis que influem na obtenção da Temperatura de Bulbo Úmido (Tbn), Temperatura de Bulbo Seco (Tb) e Temperatura de globo (Tg) e são utilizadas para a obtenção do IBUTG em ambiente aberto ou fechado. Em meu entender, a URA (Umidade Relativa do Ar), assim como a Temperatura do Ar poderia estar também presente neste gráfico pois considera-se como faixa de conforto a que corresponde a temperatura entre 22 e 26°C e umidades relativas entre 45 e 50%. Como é um trabalho a céu aberto, a relação entre esses dois parâmetros, em meu entender permitiria uma rápida compreensão da necessidade de proteção e descanso do trabalhador. É sabido, por exemplo, que o trabalhador pode até trabalhar dentro de uma faixa de temperatura de 40°C, porém, a umidade relativa do Ar precisa estar baixa. Porém, é intolerável com uma temperatura de 30°C e URA de 90%. Esses problemas, em um ambiente protegido, fechado, podem ser resolvidos ou muito amenizados com uso de barreiras, roupas específicas, ventilação natural e forçada, ou no caso de tratores a céu aberto, com o uso de cabines climatizadas, o que não é realidade para a maioria dos agricultores que se utilizam de tratores mais simples. Já o IBUTG, é o dado de verificação quanto a quantificação do descanso necessário junto a NOH 06 e NR15, bem como, medidas de proteção a serem tomadas afim de que a Taxa Metabólica fique dentro dos limites permissíveis à atividade assim como o próprio IBUTG. Portanto, a URA tem influência no fenômeno da troca de calor entre o meio e o corpo, assim como também a temperatura do ar, sua velocidade, e o Calor radiante das superfícies próximas ao trabalhador, pois estão essas variáveis diretamente relacionadas a sensação de desanimo, irritabilidade, ansiedade e falta de atenção. Tanto a baixa umidade relativa, como a alta constituem-se em situações de desconforto ao trabalhador e prejuízo à sua saúde. Em certas condições, o trabalho fica prejudicado sem ter como ser executado. Portanto, conforme o Anexo X da NR-15, “As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho”. Já o direito a insalubridade. A URA não dá enquadramento do ACET/FACET por si só, somente garante a insalubridade. O enquadramento ACET/FACET é possível se o perito demonstrar que a atividade se dá também a temperaturas anormais e que ultrapassem os limites previstos pela NR-15 e NOH 06. ACET Questão 2 ➔ Verificação da NHO 06 [1] - Tabela 1: Nível de ação para trabalhadores aclimatizados e limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados. *NOTA: Arredonda-se 174,45W para mais em favor do trabalhador ▪ A Tabela 1 demonstra que o nível de ação desempenhado pelos trabalhadores aclimatados do município de Bagé, motoristas dos tratores, é de IBUTG=28,2°C. Ficando abaixo do nível tolerado. Quanto ao demais municípios, em que os motoristas não estão aclimatados, o limite de exposição de IBUTG=28,2°C foi ultrapassado por todos. Questão 3 ➔ Fundamentação e julgamento se há ativação do adicional de insalubridade, ACET e pagamento de FACET à RFB, para cada município ▪ O Quadro 3 da NR-15 [2] estabelece que a tarefa de dirigir consome uma taxa metabólica M=150Kcal/h = 174,45w, definido como uma Atividade do tipo TRABALHO LEVE. ▪ O Quadro 1 da NR-15 determina os períodos de descanso por hora de trabalho. ▪ Para os municípios então teremos: ▪ Com base nessa informação, os municípios Guajará Mirim-RO e Canutama-RO precisarão implementar medidas de controle adequadas à salvaguarda da saúde dos trabalhadores motoristas dos tratores, como por exemplo, tratores com cabines climatizadas. ▪ A Portaria NR-15, Anexo 03, do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece que níveis de temperatura acima de 26,7º IBUTG (índice usado para avaliação da exposição ao calor) são considerados insalubres. Entretanto, segundo o Quatro 1, o IBUTG da atividade poderia chegar até os 30,0°C. ▪ O enquadramento ACET e FACET serão pagos se verificados a exposição além dos limites preconizados no Quadro 1 – TIPO DE ATIVIDADE, DA Nr- 15. Nesse caso, somente os trabalhadores dos municípios Guajará Mirim/RO e Canutama/RO deverão ser enquadrados no ACET/FACET. Questão 3 ➔ Refaça item 3 acima considerando que o trabalhador aclimatizado usa macacão forrado (tecido duplo). *NOTA: Deve-se somar +3°C no IBTUG conforme Quadro 2 da NOH 06 ▪ Somando-se +3°C da vestimenta ao IBUTG ao aclimatizado do município de Bagé/RS, passará seu IBUTG para 28°C. Devendo então receber adicional de insalubridade. E em conformidade com a Tabela 2, específica para trabalhadores aclimatizados, o limite de exposição ocupacional à taxa metabólica de 175w corresponde um IBUTG=30,9°C. Portanto, 3°C abaixo do limite. Não havendo necessidade de enquadramento ACET/FACET. Tabela 2- Limite de exposição ocupacional para trabalhadores aclimatizados. Questão 4 ➔ Fundamentação e julgamento se o trabalhador passasse por aclimatação, como ficariam os adicional de insalubridade, ACET e pagamento de FACET à RFB? Ainda seriam devidos? Para responder essa questão, transcrevo aqui a resposta de quesitos dadas por um perito conforme Página 4496 do Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) de 12 de Abril de 2018 “[...]. Entende-se por aclimatação a adaptação fisiológica gradual do indivíduo, cuja resposta é a melhora da capacidade para suportar a sobrecarga térmica. [..]. Em comparação com um indivíduo não aclimatizado, um indivíduo aclimatizado apresenta menores alterações fisiológicas sob a mesma carga térmica. [..]. Primeiramente é válido esclarecer que o Anexo 3 da NR-15, não estabelece limite de tolerância com subdivisão de trabalhadores aclimatados ou não. [...]. Visto ainda que um trabalhador aclimatado pode sofrer efeitos adversos a saúde, levando-se em conta fatores individuais. É considerado também que a perda da aclimatização começa quando a atividade em condições de sobrecarga térmica é descontinuada, ocorrendo uma perda considerável após quatro dias. Como ela está relacionada ao nível de sobrecarga térmica da exposição, uma pessoa poderá não estar totalmente aclimatada para um nível superior repentino.”Assim, em meu entender, o adicional de insalubridade, somente NÃO seria pago se o IBUTG não exceder os 26,7ºC. Assim como o ACET e FACET havendo sobrecarga. Porém, se exceder os 26,7ºC, bem como, os limites tolerados da Tabela 2 da NOH 06, o Enquadramento ACET/FACET deverão ocorrer independente de ter sido aclimatizado. Questão 5 ➔ Quais valores tetos de IBUTG para esse metabolismo de 174,45 W, por município ▪ Visto a Taxa metabólica M de174,45W ser menor que 240W, portanto, para M ≤ 240W, o IBUTG de teto será o mesmo para todos os municípios, 38,0°C. Referências [1] - NOH 06 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor – 2ª Edição [2] - NR-15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES (115.000-6) [3] - AJUSBRASIL – Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/185924778/trt- 15-judiciario-12-04-2018-pg-4496 - Acesso em 11/09/21. https://www.jusbrasil.com.br/diarios/185924778/trt-15-judiciario-12-04-2018-pg-4496 https://www.jusbrasil.com.br/diarios/185924778/trt-15-judiciario-12-04-2018-pg-4496
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