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CCUURRSSOO DDEE EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO FFÍÍSSIICCAA -- LLIICCEENNCCIIAATTUURRAA Disciplina: Antropologia, Ética e Cultura Tarefa: Atividade do ciclo 2 - Portfólio Nome: Alex Sandro da Silva RA: 1148169 Turma: DGEFL1901CGRAOS Parecer do Tutor: No decorrer da história ocidental, foram organizadas diferenciações a respeito do que é ou não humano, sobre o que se necessita valorizar e o que se deve censurar nos comportamentos. Para isso, as hipóteses eram fundamentadas em transformações de acordo com padrões mais elevados de humanidade, num exercício de modernização perseverante, resultante na vida moderna. Contudo, para que se houvesse uma convivência, era necessário refletir sobre as percepções discriminatórias, subdividindo a humanidade em grupos, variando de acordo com o grau de adequação ao sistema que fosse predominante. A situação de interesses político-comerciais e político-sociais costuma então determinar a “visão de mundo”. Aquele que em sua conduta de vida não se adapta às condições do sucesso capitalista, ou afunda ou não sobe (WEBER, 2004, p. 64). Por conta da necessidade de adequação diante do argumento da compreensão do mundo moderno na esfera política e econômica, surgiram inúmeros conflitos humanos, além de muitos desafios preexistentes que perduraram. A fase moderna teve como consequência alguns paradoxos pautados em pensamentos de que as pessoas viviam mais, porém também morriam mais em conflitos. O outro paradoxo era baseado na tecnologia, onde ela permitia maior conforto e plenitude, mas também era eficiente na fabricação de armas de destruição em massa. As idades modernas e contemporâneas foram assinaladas por várias transformações na essência da humanidade, onde o lugar de cada indivíduo na sociedade foi mudando ao longo do tempo, sendo incentivado a ter grande independência, propiciando várias possibilidades para a população mundial, chegando nos dias atuais em que precisamos rever nossas posições e aceitar que vivemos uma crise de entendimentos a respeito do ser humano. Nas sociedades antigas, as pessoas viviam de acordo com suas tradições, em um mundo dominado por poderes transcendentais, e eram limitadas por um destino definido desde seu nascimento. Com a modernidade, o mundo passou a ser visto como aberto à compreensão 2 graças ao uso da ciência e da racionalidade, e seus recursos e poderes passaram a ser postos a serviço da humanidade. Ao mesmo tempo, o nascimento deixou de ser a fonte do destino. Por meio do trabalho, da dedicação e do uso da inteligência é possível transcender as próprias condições e responsabilizar-se pela própria vida (SCHWARTZMAN, 1997, p. 11). Com a chegada da modernidade houve um rompimento em relação a aceitação do comportamento das coisas, onde dar nomes ás coisas, conhece-las e acatá-las tornou-se insuficiente, sendo necessário se posicionar diante delas, tomar atitudes e quem sabe até transformá-las. Em relação ao setor econômico, o enriquecimento da burguesia transgrediu as denominações de nobreza, onde a oportunidade de nascimento era determinante, e consonante o capitalismo ia se afincando, as ideias liberais ampliavam espaço, e a condição de nascimento deixava de ser o grande delineador da oportunidade de um indivíduo. Já na modernidade, para se assegurar de um lugar de destaque na sociedade, era necessário ter aptidão em produzir e acumular riqueza, onde a burguesia exigia seu reconhecimento social e até pagava por ele comprando títulos de nobreza, o que se afirmava que ter era igual a ser. Conforme as referências de civilização vêm sendo instauradas, a semântica do ser humano também vem sendo remodelada no decorrer da história da humanidade. De acordo com a Declaração Universal dos direitos Humanos (1948), a universalização da pessoa humana sustentou social e juridicamente para a busca de direitos por vários grupos sociais, levando a um avanço no reconhecimento desses grupos. Entretanto, disputas pela “verdade” originaram o cenário da pós-verdade (Acredito, logo é verdade), incluso em uma sociedade onde as pessoas se reconhecem como consumidoras (Consumo, logo sou). Configurada como pós-verdade, a verdade não mais se exprime como garantia e aperfeiçoamento do conhecimento de episódios sócio-político-econômico, mas sim como uma interlocução entre crenças improcedentes, tendências precipitadas e interesse político-econômico de grandes grupos possuidores do poder. Desta maneira, o panorama mais esclarecedor aponta como um delineado grosseiro de uma verdade impenetrável, ao mesmo tempo que a afirmativa marota, discriminativa e categórica se apresenta como a verdade que objetivam dissimular. Com isso, cria-se um espaço de conflito entre aquilo que é verdadeiro e aquilo que um indivíduo ou grupo social gostaria que fosse verdadeiro. Compete a nós enquanto sociedade, reconhecer a própria responsabilidade perante os grandes conflitos da humanidade para que, coletivamente, consigamos resolver os grandes debates locais e mundiais de modo ordeiro. A pós-modernidade representa o momento histórico preciso em que todos os freios institucionais que se opunham à emancipação individual se esboroam e desaparecem, dando lugar à manifestação dos desejos subjetivos, da realização individual, do amor-próprio (...) – instala-se a era do vazio, mas “sem tragédia e sem apocalipse”. (LIPOVETSKY, 2004, p.23) 3 Definido por Bauman (2008) como modernidade líquida, caracteriza um cenário histórico em que as relações se dissolvem para se ajustar ao ritmo acelerado e perseverante de mudanças do mercado global. Isto implica em nos tornarmos pessoas maleáveis, adequando-nos às necessidades de consumo para sermos atraentes aos consumidores, sendo assim, teremos condições de nos manter durante algum tempo num emprego que nos dará condições de sermos nós mesmos consumidores, que consumiremos produtos e serviços. Não se espera da pessoa que ela seja integral, completa e plena, mas apenas “líquida”, que consiga se reinventar, estando disposta a sempre assumir a forma do emprego ou do desemprego. É importante verificar que a adaptação constante e irrefletida à dinâmica de mercado pode disfarçar processos pessoais de tristeza e depressão, senão até mesmo neuroses, sendo que “[...] a aspiração normal ao poder nasce da força e a aspiração neurótica nasce da fraqueza” (HORNEY, 1964, p. 122). Como consequências para o ser humano diante de um sistema de modernidade líquida, a situação apresentada é de uma sociedade que se organiza de maneira compulsiva e que vive em torno de suas compulsões. Neste caso, podemos refletir vários tipos de compulsões, tais como dependência química, o impulso exagerado para fazer algo repetidamente, vícios diversos etc., sendo estimulados pela dinâmica social no qual estamos agregados. Podemos ainda observar com clareza o fato da tecnologia moderna deteriorar a autoconfiança e a autonomia tanto dos trabalhadores como dos consumidores envolvidos no sistema. REFERÊNCIAS DANIEL, E.; SANCHES, E.L.; SCOPINHO, S.C.D. Antropologia, Ética e Cultura. Batatais: Claretiano, 2021. Disponível em: <https://mdm.claretiano.edu.br/anteticul-g00146-2021-01-grad- ead/2019/11/01/ciclo-2-o-conceito-de-pessoa/>. Acesso em 03 de abril de 2021. https://mdm.claretiano.edu.br/anteticul-g00146-2021-01-grad-ead/2019/11/01/ciclo-2-o-conceito-de-pessoa/ https://mdm.claretiano.edu.br/anteticul-g00146-2021-01-grad-ead/2019/11/01/ciclo-2-o-conceito-de-pessoa/
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