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Organização da Firma de Auditoria Independente Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Adriana Greco Ferreira 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Organização da Firma de Auditoria Independente Para início de conversa… .................................................................. 04 Objetivo ........................................................................................... 05 1. Organizações dos Profissionais .............................................. 06 2. Comissão dos Valores Mobiliários - Registro, Suas Categorias e Condições ......................................................... 15 3. Comprovação da Atividade de Auditoria - Educação Profissional Continuada ........................................................ 23 Referências ....................................................................................... 28 4 Auditoria Contábil Avançada Para início de conversa… A auditoria independente aumenta o grau de confiança dos usuários. Isso é alcançado por meio da expressão de opinião do auditor sobre a conformidade das demonstrações contábeis em relação aos princípios e normas contábeis e à legislação vigente. Para validar seu exercício, o profissional de auditoria independente deve cumprir com alguns requisitos, como ser um profissional de contabilidade e apresentar conhecimentos, habilidades e competências capazes de fundamentar sua opinião sobre o objeto estudado. Além de obter a escolaridade desejável ao cargo, o auditor independente precisa atualizar constantemente seus conhecimentos técnicos para fornecer um trabalho fidedigno e competente aos diferentes usuários da informação. O mercado de valores mobiliários apresenta um grande volume de transações. Os investidores precisam de informações realísticas que possam ser utilizadas para sua tomada de decisão. Assim, eles utilizam as demonstrações contábeis das empresas participantes nesse mercado para subsidiar a escolha de seus investimentos. Nesse contexto, o auditor independente possui a função importante de abastecê-los com esse produto e apresentar registro junto à CVM para a prestação de serviço nessas entidades. 5Auditoria Contábil Avançada Objetivo Identificar a organização da firma de auditoria independente. 6 Auditoria Contábil Avançada 1. Organizações dos Profissionais A atuação da auditoria independente fortalece a imagem das empresas, permitindo agregar valor às suas atividades. Ela fornece opinião sobre as demonstrações contábeis quanto à conformidade com normas e princípios contábeis, bem como com a legislação vigente. Assim, existem alguns órgãos relacionados à auditoria que contribuem de diferentes maneiras para que seu trabalho seja executado com qualidade e dentro dos padrões contábeis aceitos no mercado. De acordo com Almeida (2019) e Batista (2011), os principais órgãos relacionados à auditoria são: Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) 01 02 03 06 05 04 07 Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil) Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) Banco Central do Brasil (BCB) Figura 1: Principais órgãos relacionados à auditoria. Fonte: Elaborada pela autora. 7Auditoria Contábil Avançada Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Criada em 07 de dezembro de 1976 por intermédio da Lei nº 6.385/76, a Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia de regime especial vinculada ao Ministério da Fazenda, sem subordinação hierárquica, com personalidade jurídica e patrimônio próprios. A CVM (2019b, n.p) informa que seu objetivo é “fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil”. O Portal do Investidor (2019, n.p) enumera as seguintes atribuições: ▪ Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; ▪ Promover a expansão e o funcionamento correto, eficiente e regular do mercado de ações, além de estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob o controle de capitais privados nacionais; ▪ Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado de balcão e das bolsas de Mercadorias e Futuros; ▪ Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra: emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários; e o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários; ▪ Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado; ▪ Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; ▪ Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; ▪ Responsável por fazer cumprir a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei da Sociedade por Ações), em relação aos participantes do mercado de valores mobiliários; ▪ Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes, administradores de carteiras de valores mobiliário, agentes autônomos, entre outros; 8 Auditoria Contábil Avançada ▪ Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento; ▪ Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não-equitativas de administradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei; ▪ Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes; consultores e analistas de valores mobiliários. A Lei nº 6.385/76 determina, no art. 26, que somente companhias de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes registrados na CVM poderão auditar as demonstrações financeiras de companhias abertas e de instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários. Um órgão similar à CVM nos Estados Unidos é a Securities and Exchange Commission (SEC), que visa proteger os investidores, promover a manutenção de mercados justos, organizados e eficientes e facilitar a formação de capital. Para os auditores que realizam trabalhos em companhias multinacionais, a SEC é um órgão que influencia a sua prática. Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) Constituído em 13 de dezembro de 1971, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, com sigla IAIB, surgiu por meio da união do Instituto dos Contadores Públicos do Brasil (ICPB) e do Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibai) a fim de obter uma melhor estrutura e representatividade em benefício do profissional de auditoria independente perante o poder público e a sociedade. Em 1º de julho de 1982, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil decidiu, mediante Assembleia, abrir o quadro associativo para contadores e estudantes de contabilidade. Então ele se transformou no Instituto Brasileiro de Contadores, cuja sigla seriaIBRACON. Em 8 de junho de 2001, foi decidido que o Instituto voltaria a focar sua atenção no cuidado da classe dos auditores. Como o nome IBRACON estava consolidado no mercado, optou-se por mantê-lo. Curiosidade 9Auditoria Contábil Avançada O IBRACON foi responsável por estabelecer as primeiras normas de auditoria independente. Esteve presente na discussão da reforma da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), contribuindo com novas ideias e sugestões. Ao longo dos anos, sua visão e opinião contribuíram para o desenvolvimento da contabilidade e da auditoria independente no Brasil. Além disso, o Instituto participa de eventos que envolvem o mercado de atuação dos profissionais de auditoria independente, cumprindo um serviço de dedicação à profissão e ao país. O IBRACON tem por finalidade fortalecer a profissão no Brasil e das estruturas de mercado. Para conseguir isso, o Instituto desenvolveu fortes relacionamentos internacionais ao longo dos anos. Por exemplo, ele é associado da Federação Internacional dos Contadores (Ifac, na sigla em inglês) desde 1977 e possui parceria com a IFRS Foundation, por meio da qual obteve autorização para traduzir o livro Normas Internacionais de Relatório Financeiro – IFRS, emitido pela IASB (International Accounting Standards Board). Dessa maneira, ele continua participando do processo de convergência de normas internacionais, inclusive na criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e no desenvolvimento de seus trabalhos. A seriedade do trabalho do IBRACON é reconhecida por órgãos reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e o Banco Central, o que assegura referências válidas na produção técnica do Instituto e serve como base de sustentação para as normas emitidas por essas entidades (ALMEIDA, 2019). Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma “autarquia especial corporativa dotada de personalidade jurídica de direito público” (CFC, 2019). A sua estrutura, organização e funcionamento são regulamentados pela Resolução CFC nº 1.370, de 8 de dezembro de 2011, que aprova o Regulamento Geral dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC). O CFC compreende um representante de cada estado mais o Distrito Federal, totalizando 27 conselheiros efetivos e igual número de suplentes. De acordo com CFC (2019, n.p), ele apresenta as seguintes finalidades: 10 Auditoria Contábil Avançada ▪ Orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil (pessoa física) e das pessoas jurídicas, através dos Conselhos Regionais de Contabilidade; ▪ Decidir, em última instância, os recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais; ▪ Regular sobre os princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada; e ▪ Editar as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) técnica e profissional. Os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) foram criados pelo Decreto-lei nº 9.295/46, de 27 de maio de 1946, e estão subordinadas ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Conforme destaca o art. 10 desse Decreto-lei, os Conselhos Regionais possuem as seguintes atribuições: ▪ Expedir e registrar a carteira profissional; ▪ Apurar e decidir sobre as reclamações e representações escritas relacionadas aos serviços de registro e infrações dos dispositivos legais vigentes ao exercício da profissão contábil; ▪ Fiscalizar o exercício profissional, inibindo e penalizando infrações além de enviar às autoridades competentes relatórios sobre os fatos apurados cuja solução ou punição não seja de sua competência; ▪ Publicar relatório anual de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados;) ▪ Elaborar proposta do seu regimento interno e submetê-lo à aprovação do Conselho Federal de Contabilidade; e ▪ Representar ao Conselho Federal de Contabilidade sobre as novas medidas necessárias para continuidade do serviço e para fiscalização do exercício profissional. O CFC dispõe sobre o Exame de Qualificação Técnica para registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), que tem por finalidade medir o nível de conhecimento e a competência técnico-profissional 11Auditoria Contábil Avançada necessários para atuação na área da auditoria independente. É composto por uma prova escrita, contemplando questões objetivas e dissertativas. Essa avaliação abrange conhecimentos de ética profissional, legislação profissional, princípios de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade, auditoria contábil, legislação societária, legislação e normas de organismos reguladores do mercado e língua portuguesa aplicada. Quando o profissional for aprovado no Exame de Qualificação Técnica, o CFC emitirá Certidão de Aprovação, com validade de um ano para o registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CREPALDI; CREPALDI, 2019). Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil) Fundado em 20 de novembro de 1960, o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil) é uma sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos. Seu principal objetivo é promover o desenvolvimento da auditoria interna por meio de reuniões, conferências, congressos, intercâmbio com outras instituições e divulgação da importância da auditoria interna junto a terceiros. Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) Foi criado pela Resolução CFC nº 1.055/05 para suprir as necessidades de: ▪ Convergência internacional das normas contábeis. ▪ Centralização na emissão de normas dessa natureza. ▪ Representação e processo democráticos na produção dessas informações. De acordo com a Resolução CFC nº 1.567, de 16 de maio de 2019, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis tem como objetivo: o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e à uniformização do seu processo de 12 Auditoria Contábil Avançada produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade brasileira aos padrões internacionais. (BRASIL, 2019, n.p) O CPC surgiu mediante a união dos esforços e combinação de objetivos das seguintes entidades: ▪ Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA). ▪ Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC Nacional). ▪ B3 – Brasil, Bolsa, Balcão. ▪ Conselho Federal de Contabilidade (CFC). ▪ Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON). ▪ Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI). ▪ Entidades representativas de investidores do mercado de capitais. O CPC é composto por dois representantes de cada entidade mencionada anteriormente, os quais, geralmente, possuem formação que os habilite para atuar como contadores, com registro ativo em Conselho Regional de Contabilidade, boa reputação e conhecimento técnico na área contábil e de divulgação de informações. Para o cumprimento de seus objetivos, a Resolução CFC nº 1.567/19, em seu artigo 4º, estabelece que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) poderá realizar as seguintes atividades: a. desenvolver e implementar ações educativas, tais como, simpósios, seminários, congressos, conferências, palestras ou quaisquer outros eventos; b. realizar pesquisas; c. manter serviço de divulgação e de distribuição de informações, dados, trabalhos, estudos técnicos e documentos relacionados com os seus objetivos; Importante 13Auditoria Contábil Avançada d. dar ampla publicidade, via sítio da entidade, de todos os seus atos praticados, com a disponibilização de atas das reuniões regimentais realizadas; e. colaborar ou participar de programas governamentais ou desenvolvidos por instituições privadas ou da sociedade civilque afetem ou sejam afins à sua área de atuação, podendo, para tanto, participar e/ou aceitar assentos em comitês, comissões, câmaras, fóruns, redes e outros; f. subsidiar o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nas suas necessidades de firmar convênios, contratos, acordos ou recorrer a quaisquer outras formas de colaboração ou cooperação com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, incluindo governamentais, associações de classe, organismos internacionais, setores acadêmicos, organizações não-governamentais e demais instituições assemelhadas; g. realizar quaisquer outras atividades ou praticar quaisquer outros atos necessários ao cumprimento de seus objetivos. (BRASIL, 2019, n.p) Banco Central do Brasil (BCB) Criado por intermédio da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, o Banco Central do Brasil (BCB) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, sediada em Brasília e possui atuação em todo território nacional. De acordo com BCB (2019, n.p), tem por finalidade: A formulação, a execução, o acompanhamento e o controle das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; a organização, disciplina e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Consórcio; a gestão do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e dos serviços do meio circulante. Em razão da definição de políticas que interferem diretamente no mercado financeiro e de sua influência junto à Comissão de Valores Mobiliários, o BCB se tornou um órgão relacionado à auditoria (BATISTA, 2011). 14 Auditoria Contábil Avançada A Resolução BCB nº 3.198, de 27 de maio de 2004, altera e consolida a regulamentação relativa à prestação de serviços de auditoria independente para instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Além disso, informa que para os auditores independentes, são necessários o registro da Comissão de Valores Mobiliários e a realização de provas de conhecimentos específicos baseadas em legislações específicas, resoluções e circulares do BCB e da SUSEP (CREPALDI; CREPALDI, 2019). Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) Por intermédio do Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) foi criada como uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. É um órgão responsável pelo “controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro” (SUSEP, 2019). A SUSEP tem a seguinte lista de atribuições: Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. 15Auditoria Contábil Avançada Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. A Resolução CNSP nº 118/04 dispõe sobre a prestação de serviços de auditoria independente e a criação do Comitê de Auditoria. Nela, reforça-se o papel do auditor como instrumento auxiliar de fiscalização, suas responsabilidades e são fornecidas hipóteses para a constituição do Comitê de Auditoria. 2. Comissão dos Valores Mobiliários - Registro, Suas Categorias e Condições O auditor independente exerce papel essencial para assegurar a fidedignidade das informações contábeis divulgadas pelas entidades. Ele verifica se as demonstrações contábeis preparadas pela sua administração representam, em todos os aspectos relevantes, sua posição patrimonial e financeira. A atividade de auditoria externa é importante para a proteção dos usuários das demonstrações contábeis e o funcionamento do mercado de valores mobiliários, uma vez que fortalece a confiança nas relações entre as companhias auditadas e suas partes interessadas. O exercício da atividade de auditoria independente, tanto para pessoa física como para pessoa jurídica, é uma prerrogativa profissional dos contadores que são registrados pelo Conselho Regional de Contabilidade. Para exercer atividade no âmbito do mercado de valores mobiliários, conforme a Instrução CVM nº 308/99, art. 1º, o auditor independente está sujeito ao registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É importante ressaltar que o registro desse profissional junto à CVM não acarreta nova categoria profissional. Para a obtenção do registro, são necessários conhecimento e prática das atividades previstas na Instrução CVM nº 308/99. 16 Auditoria Contábil Avançada Os auditores independentes que possuem registro na CVM precisam cumprir as normas da autarquia. Além disso, devem seguir a regulamentação do exercício da atividade profissional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e as orientações técnicas do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON). De acordo com a CVM (2019), as seguintes normas são aplicáveis à atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários: ▪ Lei nº 6.385/76: estabelece que somente os auditores independentes registrados na CVM podem auditar as demonstrações financeiras das companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários, entre outras disposições. ▪ Lei nº 6.404/76: estabelece que as demonstrações financeiras das companhias abertas devem ser, obrigatoriamente, auditadas por auditores independentes registrados na CVM, entre outras disposições. ▪ Decreto-Lei n° 9.295/46 e posteriores alterações. ▪ Normas Brasileiras de Contabilidade profissionais e técnicas de auditoria independente. ▪ Instrução CVM nº 308/99 e Nota Explicativa à referida norma. A Comissão de Valores Mobiliários não aceita a alegação de desconhecimento das normas em caso de descumprimento dos deveres estabelecidos nas normas de registro e de exercício da atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários. O registro de auditor independente compreende duas categorias: ▪ Auditor independente – Pessoa Física (AIPF), conferido ao contador. ▪ Auditor independente – Pessoa Jurídica (AIPJ), conferido à sociedade profissional, constituída sob forma de sociedade civil. Importante 17Auditoria Contábil Avançada A Comissão de Valores Mobiliários manterá o cadastro dos responsáveis técnicos autorizados a emitir e assinar parecer de auditoria em nome de cada sociedade no âmbito do mercado de valores mobiliários. A Instrução CVM nº 308/99, em seu art. 3º, estabelece que o profissional interessado na categoria pessoa física deverá atender às seguintes condições: ▪ Possuir registro no Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador. ▪ Ter executado atividade de auditoria nas demonstrações contábeis, dentro do território nacional, por período superior a cinco anos, consecutivos ou não, contados a partir da data de registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador. ▪ Estar exercendo atividade de auditoria independente em um escritório profissional legalizado,em nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício da atividade, em condições que garantam a guarda, a segurança e o sigilo dos documentos e informações decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no relacionamento com seus clientes. ▪ Manter o conhecimento atualizado sobre o ramo de atividade, os negócios e as práticas operacionais e contábeis de seus clientes e apresentar estrutura operacional adequada ao seu número e porte. ▪ Aprovação em exame de qualificação técnica. Crepaldi e Crepaldi (2019) informam que o exercício da auditoria poderá ser comprovado por meio da apresentação dos seguintes documentos: ▪ Cópias de pareceres de auditoria anexados das demonstrações contábeis auditadas, emitidos e assinados pelo interessado, publicados em jornais ou revistas especializadas, bastando uma publicação para cada ano. ▪ Cópia do registro individual de empregado ou declaração da sociedade de auditoria registrada na CVM, firmada por seu sócio representante, e cópia da carteira de trabalho do profissional. 18 Auditoria Contábil Avançada Segundo a Instrução CVM nº 308/99, a comprovação de experiência em trabalhos de auditoria de demonstrações contábeis poderá ser satisfeita, ainda, mediante a apresentação de: ▪ Cópias de pareceres de auditoria e respectivos relatórios circunstanciados, emitidos e assinados pelo interessado, acompanhados das respectivas demonstrações contábeis, autenticados pela entidade auditada, contendo expressa autorização para que tais documentos sejam apresentados à Comissão de Valores Mobiliários, com a finalidade de comprovação da atividade de auditoria do interessado, bastando uma comprovação para cada ano. ▪ Declaração de entidade governamental, companhia aberta ou empresa reconhecida de grande porte, firmada por seu representante legal, na qual deverão constar todas as informações pertinentes ao vínculo de emprego, atestando haver o interessado exercido cargo ou função de auditoria de demonstrações contábeis. Deverá ser comprovado o exercício, pelo prazo mínimo de dois anos, em cargo de direção, chefia ou supervisão na área de auditoria de demonstrações contábeis, a partir da data do registro na categoria de contador. A comprovação de atendimento desses requisitos poderá ser feita por períodos parciais, consecutivos ou não, desde que o somatório do período de exercício de atividade não seja inferior a cinco anos. Para fins de registro profissional interessado na categoria pessoa jurídica, a Instrução CVM nº 308/99, em seu art. 3º, determina o atendimento das seguintes condições: ▪ Possuir inscrição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, sob a forma de sociedade simples pura, constituída exclusivamente para prestação de serviços profissionais de auditoria e demais serviços inerentes à profissão de contador. ▪ Todos os sócios devem ser contadores, e pelo menos a metade desses devem ser cadastrados como responsáveis técnicos. ▪ Constar do contrato social, ou ato constitutivo equivalente, cláusula dispondo que a sociedade responsabilizar-se-á pela 19Auditoria Contábil Avançada reparação de dano que causar a terceiros, por culpa ou dolo, no exercício da atividade profissional e que os sócios responderão solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, depois de esgotados os bens da sociedade. ▪ Estar regularmente inscrita, bem como seus sócios e demais responsáveis técnicos regularmente registrados, em Conselho Regional de Contabilidade. ▪ Autorização dos responsáveis técnicos a emitir e assinar relatórios de auditoria em nome da sociedade bem como ter exercido atividade de auditoria de demonstrações contábeis dentro do território nacional por período não inferior a cinco anos, consecutivos ou não, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador. ▪ Aprovação de todos os responsáveis técnicos em exame de qualificação técnica. ▪ Manter escritório profissional legalizado em nome da sociedade, com instalações compatíveis com o exercício da atividade de auditoria independente, em condições que garantam a guarda, a segurança e o sigilo dos documentos e informações decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no relacionamento com seus clientes. ▪ Manter quadro permanente de pessoal técnico adequado ao número e porte de seus clientes, com conhecimento constantemente atualizado sobre o seu ramo de atividade, os negócios, as práticas contábeis e operacionais. No ato do registro ou do cadastro na CVM, o auditor independente (pessoa física ou jurídica) ou o responsável técnico assume deveres perante a CVM e o mercado. Dessa maneira, é necessário encaminhar, eventual e anualmente, informações cadastrais, conforme exposto na Instrução CVM nº 308/99. Caso haja quebra de cumprimento, o auditor independente estará sujeito à aplicação de multa cominatória e adoção de sanções administrativas previstas na legislação específica. A Tabela 1, a seguir, apresenta as informações cadastrais que o auditor independente deve encaminhar à CVM: 20 Auditoria Contábil Avançada Auditor Independente - Pessoa Física Auditor Independente – Pessoa Jurídica Eventualmente Sempre que houver alteração, no prazo de trinta dias, contado a partir da data da ocorrência do fato ou evento que implicar em alteração de documentos ou informações anteriormente apresentadas ou prestadas, tais como: mudança de endereço, alteração do estado civil, entre outros, conforme o caso. Nova Informação Cadastral. No prazo de trinta dias, contado a partir da data da ocorrência de alteração de quaisquer documentos anteriormente apresentados, como alterações no contrato (independentemente da natureza da alteração ou modificação), admissão ou retirada de sócios, aumento ou redução de capital, mudança de endereço, abertura ou encerramento de filiais ou escritórios, entre outras: ▪ Informação Cadastral (anexo II) de novos sócios. ▪ Cópia da carteira de identidade profissional de contador ou certidão equivalente dos novos sócios. ▪ Traslado, certidão ou cópia das alterações do contrato social, com prova de inscrição e arquivamento no Registro Civil das Pessoas Jurídicas e no Conselho Regional de Contabilidade. Anualmente Até o último dia útil do mês de abril de cada ano, a Informação Anual (artigo 16), contendo as informações requeridas no Anexo VI, relativas ao exercício anterior. No mês de maio de cada ano, a Declaração Eletrônica de Conformidade prevista na Instrução CVM nº 510/11. Até o último dia útil do mês de abril de cada ano, a Informação Anual (artigo 16), contendo as informações requeridas no Anexo VI, relativas ao exercício anterior. No mês de maio de cada ano, a Declaração Eletrônica de Conformidade prevista na Instrução CVM nº 510/11. Quadro 1: Atualização das informações cadastrais do auditor independente à CVM. Fonte: Elaborado pela autora. A Instrução CVM nº 308/99 informa que, no exercício de suas atividades no âmbito do mercado de valores mobiliários, o auditor independente deverá: 21Auditoria Contábil Avançada ▪ Verificar se as demonstrações contábeis e o relatório de auditoria foram divulgados nos jornais em que seja obrigatória a sua publicação e se estes correspondem às demonstrações contábeis auditadas e ao relatório originalmente emitido. ▪ Checar se as informações e análises contábeis e financeiras demonstradas no relatório da administração da entidade estão de acordo com as demonstrações contábeis auditadas. ▪ Verificar se as destinações do resultado da entidade estão em conformidade com as disposições da lei societária, com o seu estatuto social e com as normas emanadas da CVM. ▪ Checar o eventual descumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis às atividades da entidade auditada e/ou relativas à sua condição de entidade integrante do mercado de valores mobiliários, que tenham ou possam vir a ter reflexos relevantes nas demonstrações contábeisou nas operações da entidade auditada. ▪ Elaborar e encaminhar à administração e ao Conselho Fiscal, relatório circunstanciado que contenha suas observações em relação aos controles internos e aos procedimentos contábeis da entidade auditada, descrevendo, ainda, as eventuais deficiências ou ineficácias identificadas no transcorrer dos trabalhos. ▪ Conservar em boa guarda pelo prazo mínimo de cinco anos, ou por prazo superior por determinação expressa desta Comissão em caso de Inquérito Administrativo, toda a documentação, correspondência, papéis de trabalho, relatórios e pareceres relacionados com o exercício de suas funções. ▪ Indicar com clareza, e em quanto, as contas ou subgrupos de contas do ativo, passivo, resultado e patrimônio líquido que estão afetados pela adoção de procedimentos contábeis conflitantes com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como os efeitos no dividendo obrigatório e no lucro ou prejuízo por ação, conforme o caso, sempre que emitir relatório de revisão de informações intermediárias ou relatório de auditoria adverso ou com ressalva. ▪ Dar acesso à fiscalização da CVM e fornecer ou permitir a reprodução dos documentos referidos no item III, que tenham servido de base à emissão do relatório de revisão de informações intermediárias ou relatório de auditoria. 22 Auditoria Contábil Avançada ▪ Possibilitar, no caso de substituição por outro auditor, resguardados os aspectos de sigilo e mediante prévia concordância da entidade auditada, o acesso do novo auditor contratado aos documentos e informações que serviram de base para a emissão dos relatórios de revisão de informações intermediárias ou relatórios de auditoria dos exercícios anteriores. ▪ Garantir que todos os sócios, diretores, gerentes, supervisores ou quaisquer outros integrantes com função de gerência na equipe destinada ao exercício da atividade de auditoria em entidades reguladas pela CVM tenham sido aprovados em Exame de Qualificação Técnica específico para a CVM. ▪ Comunicar os principais assuntos de auditoria nos relatórios de auditoria de demonstrações financeiras de todas as entidades reguladas ou supervisionadas pela CVM, nos termos das normas profissionais de auditoria independente aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). De acordo com o art. 31 da Instrução CVM nº 308/99, o auditor independente (pessoa física ou jurídica) não pode prestar serviços para um mesmo cliente por prazo superior a cinco anos consecutivos, exigindo-se um intervalo mínimo de três anos para a sua recontratação (CVM, 1999, n.p). O auditor independente (pessoa física ou jurídica) e seus responsáveis técnicos poderão ter, respectivamente, o registro e o cadastro na CVM suspensos ou cancelados, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis, quando: ▪ For comprovada a falsidade dos documentos ou declarações apresentadas para a obtenção do registro na Comissão de Valores Mobiliários. ▪ Houver descumprimento de quaisquer condições necessárias à sua concessão ou à sua manutenção ou se for verificada a superveniência de situação impeditiva. ▪ Sofrer pena de suspensão ou cancelamento do registro profissional, transitada em julgado, aplicada pelo órgão fiscalizador da profissão. ▪ Forem, por sentença judicial transitada em julgado: ▪ declarados insolventes; ▪ condenados em processo-crime de natureza infamante, ou por crime ou contravenção de conteúdo econômico; 23Auditoria Contábil Avançada ▪ impedidos para exercer cargo público; ou ▪ declarados incapazes de exercerem os seus direitos civis. O auditor independente será comunicado previamente sobre a decisão de suspensão ou cancelamento de seu registro pela CVM, que concederá a ele o prazo de dez dias úteis, contados da data do recebimento da comunicação, para apresentar as defesas ou regularizar o seu registro (CREPALDI; CREPALDI, 2019). A Instrução CVM nº 308/99, em seu art. 34, estabelece que os auditores independentes deverão manter uma política de educação continuada de todo o seu quadro funcional e de si próprio, de acordo com as diretrizes aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pelo Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON), a fim de garantir a qualidade e o pleno atendimento das normas que regem o exercício da atividade de auditoria de demonstrações contábeis. 3. Comprovação da Atividade de Auditoria - Educação Profissional Continuada Educação Profissional Continuada consiste em um programa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que tem por finalidade: manter, atualizar e expandir os conhecimentos e competências técnicas e profissionais, as habilidades multidisciplinares e a elevação do comportamento social, moral e ético dos profissionais da contabilidade, como características indispensáveis à qualidade dos serviços prestados e ao pleno atendimento das normas que regem o exercício da profissão contábil. (CFC, 2019, n.p) A NBC PG 12 estabelece o Programa de Educação Profissional Continuada (PEPC) e tem como diretrizes básicas: ▪ Encorajar a educação profissional continuada dos profissionais de contabilidade. 24 Auditoria Contábil Avançada ▪ Ampliar parcerias com entidades de classe, regulatórias e fiscalizadoras, a fim de apoiar o programa. ▪ Estabelecer uniformidade de critérios para a estrutura de qualificação profissional no Sistema CFC/CRCs. ▪ Permitir que a capacitação possa ser realizada pelo próprio Sistema CFC/CRCs, por entidades capacitadoras reconhecidas ou pelo próprio profissional em atividades previstas nessa norma. ▪ Ampliar o universo de capacitadoras credenciadas a atender às necessidades de eventos de educação continuada. A Educação Profissional Continuada é obrigatória para todos os profissionais de contabilidade que: ▪ Tenham inscrição no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do CFC, exercendo ou não atividade de auditoria independente. ▪ Possuam registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), inclusive sócios que exerçam ou não atividade de auditoria independente, responsáveis técnicos e demais profissionais que ocupem cargos de direção ou gerência técnica nas firmas de auditoria registradas na CVM. ▪ Atuem em atividades de auditoria independente nas instituições financeiras e nas demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB) na função de responsável técnico, diretor, gerente, supervisor e qualquer outro integrante, com função de gerência da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria. ▪ Desempenhem atividades de auditoria independente nas sociedades seguradoras, resseguradoras, de capitalização ou nas entidades abertas de previdência complementar reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) na função de responsável técnico, diretor, gerente, supervisor e qualquer outro integrante, com função de gerência da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria. ▪ Exerçam atividades de auditoria independente de entidades não mencionadas nas alíneas (b), (c) e (d) como sócio, responsável técnico ou em cargo de direção ou gerência técnica de firmas 25Auditoria Contábil Avançada de auditoria e de organizações contábeis. Estão incluídas nessa obrigação as organizações contábeis que tenham explicitamente em seu objeto social a previsão de atividade de auditoria independente. ▪ Sejam responsáveis técnicos pelas demonstrações contábeis, ou que exerçam funções de gerência/chefia no processo de elaboração das demonstrações contábeis das empresas, reguladas e/ou supervisionadas pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela SUSEP e, ainda, nas sociedades consideradas de grande porte nos termos da Lei nº 11.638/2007 e, também, nas entidades sem finalidade de lucros que se enquadrem nos limites monetários da citada lei. ▪ Sejam responsáveis técnicos pelas demonstrações contábeis das sociedades e das entidades de direito privado com ou sem finalidade de lucros que tiverem, no exercício social anterior, receitatotal, igual ou superior a R$ 78 milhões e que não se enquadram no item anterior. ▪ Sejam responsáveis técnicos pelas demonstrações contábeis ou exerçam funções de gerência/chefia no processo de elaboração das demonstrações contábeis das empresas reguladas e/ou supervisionadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC). ▪ Estejam inscritos no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do CFC. Os profissionais citados devem cumprir, no mínimo, quarenta pontos de educação profissional continuada por ano-calendário. É importante ressaltar que o profissional deve observar a diversificação e adequação das atividades, considerando seu nível de experiência e atuação profissional. O cumprimento das exigências estabelecidas na NBC PG 12 – Programa de Educação Profissional Continuada deve ser comprovado mediante relatório de atividades e encaminhado ao CRC de jurisdição do registro principal até 31 de janeiro do ano subsequente ao ano-base, acompanhado da documentação comprobatória das atividades. O profissional que não cumpra as disposições dessa norma, não comprove a pontuação mínima exigida anualmente e não entregue a documentação comprobatória de forma tempestiva comete infração 26 Auditoria Contábil Avançada às normas profissionais de Contabilidade e ao Código de Ética Profissional do Contador. Dessa maneira, será apurado um processo administrativo no âmbito do respectivo CRC. A NBC PG 12 – Programa de Educação Profissional Continuada considera como aquisição de conhecimento as atividades presenciais, a distância ou mistas sobre assuntos que proporcionem melhor desempenho do profissional, com conteúdo de natureza técnico-profissional por meio de cursos e eventos credenciados, conclusão de disciplinas de cursos de pós-graduação (stricto ou lato sensu) oferecidos por instituições de ensino credenciadas pelo MEC, cursos de extensão devidamente credenciados pelo PEPC e disciplinas cursadas em outras graduações que pertençam a áreas correlatas ao curso de Ciências Contábeis (Administração, por exemplo). É entendida como evento do programa a docência em disciplinas ou em assuntos relacionados ao PEPC. Além disso, é considerada a atuação em atividades como: ▪ Participação em comissões técnicas e/ou colegiados do CFC, dos CRCs, da FBC, da Abracicon, do IBRACON, de outros órgãos reguladores/supervisores técnicos ou profissionais e de entidades de classe de segmentos específicos, no Brasil ou no exterior. ▪ Orientação de tese, dissertação, monografia ou artigos científicos. ▪ Participação em bancas acadêmicas. Engloba o programa a produção intelectual impressa ou eletrônica relacionada ao PEPC por intermédio de: ▪ Publicação de matérias. ▪ Artigos em mídia eletrônica ou impressa em revistas regionais, nacionais e internacionais. ▪ Apresentação de estudos e de trabalhos de pesquisa em congressos nacionais e internacionais. ▪ Aprovação de teses, dissertações ou monografias de conclusão de pós-graduação (lato ou stricto sensu). ▪ Autoria, coautoria e/ou tradução de livros publicados. 27Auditoria Contábil Avançada Estudamos que a auditoria independente possui relação com diferentes órgãos no Brasil, os quais contribuem com o estabelecimento de normas, aprimoramento da qualidade dos serviços, fortalecimento da imagem da auditoria independente na sociedade e fiscalização do exercício profissional. Vimos que a auditoria independente precisa de registro junto à Comissão de Valores Mobiliários quando presta serviço em companhias presentes no mercado de valores mobiliários. Além disso, são necessários o conhecimento e a prática das atividades previstas na Instrução CVM nº 308/99. Por fim, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) possui o programa de Educação Profissional Continuada, que tem a finalidade de manter, atualizar e expandir os conhecimentos e competências técnicas e profissionais, as habilidades multidisciplinares e a elevação do comportamento social, moral e ético dos profissionais da contabilidade como características indispensáveis à qualidade dos serviços prestados e ao pleno atendimento das normas que regem o exercício da profissão contábil. Dessa maneira, o auditor independente é obrigado a cumprir, anualmente, a quota estipulada de educação continuada. 28 Auditoria Contábil Avançada Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2019. BANCO CENTRAL DO BRASIL - BCB. Regimento interno do Banco Central do Brasil. 2019. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/ acessoinformacao/Documents/regimento_interno/RegimentoInterno.pdf. Acesso em: 14 out. 2019. BATISTA, D. G. Manual de controle e auditoria: com ênfase na gestão de recursos públicos. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda- livros e dá outras providências. Disponível em: http://www1.cfc.org.br/ uparq/decretolei_9295_1946.pdf. Acesso em: 14 out. 2019. BRASIL. Resolução CFC nº 1.567, de 16 de maio de 2019. Altera a Resolução CFC nº 1.055/2005, que cria o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Disponível em: http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/ docs/Res_1567.pdf. Acesso em: 14 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Educação profissional continuada. 2019. Disponível em: https://cfc.org.br/ desenvolvimento-profissional-e-institucional/educacao-profissional- continuada/. Acesso em: 15 out. 2019. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. Auditores independentes. 2019a. Disponível em: http://www.cvm.gov.br/menu/ regulados/auditores_independentes/sobre.html. Acesso em: 14 out. 2019. https://www.bcb.gov.br/content/acessoinformacao/Documents/regimento_interno/RegimentoInterno.pdf https://www.bcb.gov.br/content/acessoinformacao/Documents/regimento_interno/RegimentoInterno.pdf https://www.bcb.gov.br/content/acessoinformacao/Documents/regimento_interno/RegimentoInterno.pdf http://www1.cfc.org.br/uparq/decretolei_9295_1946.pdf http://www1.cfc.org.br/uparq/decretolei_9295_1946.pdf http://www1.cfc.org.br/uparq/decretolei_9295_1946.pdf http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1567.pdf http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1567.pdf http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1567.pdf https://cfc.org.br/desenvolvimento-profissional-e-institucional/educacao-profissional-continuada/ https://cfc.org.br/desenvolvimento-profissional-e-institucional/educacao-profissional-continuada/ https://cfc.org.br/desenvolvimento-profissional-e-institucional/educacao-profissional-continuada/ http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/auditores_independentes/sobre.html http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/auditores_independentes/sobre.html http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/auditores_independentes/sobre.html 29Auditoria Contábil Avançada COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. Instrução nº 308, de 14 de maio de 1999. Dispõe sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários, define os deveres e as responsabilidades dos administradores das entidades auditadas no relacionamento com os auditores independentes, e revoga as Instruções CVM nos 216, de 29 de junho de 1994, e 275, de 12 de março de 1998. Disponível em: http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/ inst308.html. Acesso em: 14 out. 2019. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. Sobre a CVM. 2019b. Disponível em: http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/ institucional/sobre/cvm.html. Acesso em: 14 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. O Conselho. 2019. Disponível em: https://cfc.org.br/oconselho/. Acesso em: 14 out. 2019. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Auditoria contábil: teoria e prática. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2019. PORTAL DO INVESTIDOR. O papel da CVM. 2019. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/primeiros_passos/papel_CVM. html. Acesso em: 14 out. 2019. SUSEP. Apresentação. 2019. Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/apresentacao. Acesso em: 14 out. 2019. http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst308.html http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst308.html http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst308.html http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cvm.html http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cvm.html http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cvm.html https://cfc.org.br/oconselho/ https://cfc.org.br/oconselho/ https://www.investidor.gov.br/menu/primeiros_passos/papel_CVM.html https://www.investidor.gov.br/menu/primeiros_passos/papel_CVM.html https://www.investidor.gov.br/menu/primeiros_passos/papel_CVM.html http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/apresentacao http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/apresentacao http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/apresentacao Título da Unidade Objetivos Introdução Fundamentos da Auditoria - Natureza e Finalidade Para início de conversa… Objetivo 1. Filosofia da Auditoria 2. Papel da Auditoria 3. Processo de Abordagem da Auditoria Referências Aspectos Administrativos e Controle de Auditoria Para início de conversa… Objetivo 1. Vantagens para Administração da Empresa 2. Vantagens para os Investidores 3. Vantagens para o Fisco Referências Auditoria Interna Para início de conversa… Objetivo 1. Redução de Custos 2. Normas de Auditoria Interna 3. Requisito dos Profissionais no Mercado Referências Organização da Firma de Auditoria Independente Para início de conversa… Objetivo 1. Organizações dos Profissionais 2. Comissão dos Valores Mobiliários - Registro, Suas Categorias e Condições 3. Comprovação da Atividade de Auditoria - Educação Profissional Continuada Referências
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