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Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 1 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Este guia contém informações resumidas e organizadas de acordo com seqüência das aulas da disciplina Imunologia Veterinária do curso de medicina veterinária do Centro Universitário Vila Velha. Tem apenas o objetivo de servir como guia de estudo para os alunos do curso, sem de maneira alguma ser a única fonte de referência bibliográfica para o estudo de imunologia. Através do uso deste guia, os alunos podem acompanhar as aulas sem a necessidade de copiar as apresentações, dispensando anotações extensas e favorecendo a atenção ao que está sendo exposto pelo professor. Este guia também serve como base para o estudo regular de imunologia veterinária, sem dispensar o uso da bibliografia da disciplina, apenas mostrando os pontos de maior relevância dos assuntos abordados, permitindo ao aluno otimizar o tempo de estudo. A atualização deste guia será permanente e a disponibilização das versões atualizadas será na Internet, através do serviço de ftp do Centro Universitário Vila Velha. As fontes bibliográficas para a confecção deste guia estão contidas no plano de disciplina e são os livros: TIZARD, I. Imunologia Veterinária: Uma Introdução. 5a ed. São Paulo, Roca, 1996. ABBAS, A. K., LICHTMAN,A. H., POBER, J.S. Imunologia Celular e Molecular. 2ª ed. Rio de Janeiro, Revinter, 1998. ROITT,I.M., BROSTOFF, J., MALE,D.K., Imunologia . 5ª ed. São Paulo, Manole, 1999. Esperamos com este material, estar contribuindo para a formação profissional dos acadêmicos, tornando o estudo da imunologia algo agradável e desmistificado, permitindo ao aluno adquirir os conhecimentos necessários para a aplicação deste tema tão importante na prática médico- veterinária. Marcelo Renan de Deus Santos Professor de Imunologia Veterinária Centro Universitário Vila Velha Vila Velha, março de 2000. Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 2 1- Introdução à Imunologia Veterinária A imunologia é o ramo das ciências médicas que estuda o sistema imune ou seja o sistema de defesa do organismo, suas células, moléculas e funções. Os animais estão sujeitos constantemente ao contato com microorganismos patógenos ou não. Este contato seria sempre letal se não houvesse o sistema imune que promove o combate a estes microorganismos de maneira tanto inespecífica quanto específica. O sistema imune pode ser dividido em dois. O sistema imune inato, ou seja, o indivíduo já nasce com ele e o sistema imune adaptativo, que o indivíduo desenvolve à medida que vive. O sistema imune inato é formado pelas barreiras naturais do organismo, como pele, pêlos, mucosas, fluxo de secreções, urina, vômito, diarréia, flora bacteriana normal e substâncias anti- microbianas existentes nas secreções e no sangue Ex.: Lisozima, Proteína C Reativa, complemento, interferon, etc. A resposta imune inata é caracteristicamente inespecífica e assim é a ação das células que a produzem. Ex.: Macrófagos, neutrófilos. Desta maneira o organismo combate os microorganismos em vários níveis, bloqueando a sua entrada, aumentando a defesa nos locais de penetração ou de ação dos patógenos pela inflamação e atacando os microorganismos livres no sangue e tecidos através das substâncias anti-microbianas. O sistema imune adaptativo é específico para cada microorganismo invasor e as respostas são direcionadas ao tipo de microorganismo e ao seu local de atuação. Sendo assim, os vírus, algumas bactérias e protozoários infectam células e para serem destruídos é necessário que se elimine as células infectadas. Esta resposta é chamada resposta imune celular ou citotóxica, e é desenvolvida por determinadas células. Já microorganismos extracelulares podem ser atacados diretamente, assim os anticorpos podem agir livremente sobre estes patógenos mediando a sua destruição pelas células do sistema inespecífico e pelo sistema complemento (resposta imune humoral). A resposta humoral é portanto específica para cada microorganismo e o organismo pode memorizar este microorganismo, melhorando a resposta em infecções subsequentes. Todas estas respostas são efetuadas ou mediadas pelos leucócitos. Um grupo de células são os fagócitos poli e mononucleares (monócitos, macrófagos, neutrófilos, células de Langerhans). São capazes de se ligar ,englobar e destruir qualquer patógeno, sem muita distinção (resposta imune inata). Estas células formam a primeira linha de defesa do organismo. Outro grupo são os linfócitos, que são as principais células da resposta imune adaptativa celular e humoral. São capazes de reconhecer especificamente um patógeno intra ou extracelular e produzir uma resposta adequada para cada tipo de patógeno. Existem vários tipos de linfócitos mas a princípio podemos dividi-los em linfócitos T (ou células T) e linfócitos B (células B). Os linfócitos B combatem os patógenos extracelulares e seus produtos através da produção dos anticorpos específicos contra cada patógeno. Os anticorpos são proteínas que se ligam especificamente a determinadas moléculas alvo dos microorganismos ou de seus produtos, os antígenos. Os linfócitos T tem uma função mais ampla. Um tipo auxilia no controle e na ativação dos linfócitos B, outros grupo auxilia na destruição dos microorganismos pelas células fagocitárias, e um terceiro grupo tem a capacidade de destruir células infectadas após as reconhecerem . Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 3 É importante salientar que existe uma grande interação entre os fagócitos e linfócitos. Alguns fagócitos após fagocitarem os microorganismos podem mostrá-los aos linfócitos no processo chamado de apresentação de antígeno, para que os linfócitos desenvolvam suas respostas. Já os linfócitos produzem substâncias que ativam os fagócitos, além dos anticorpos que podem ser usados pelos fagócitos para reconhecimento dos antígenos. Desta maneira, na prática observamos que os tipos de resposta imune não acontecem isoladamente, mas fazem parte de um complexo mecanismos inatos e adaptativos que culminam com a destruição do microorganismo invasor e sua eliminação do organismo. No início predominam os mecanismos inatos e posteriormente os adaptativos. Os linfócitos podem memorizar a estrutura do agente agressor e podem elaborar uma resposta melhor e mais rápi da no caso de uma reinfecção. Células do Sistema Imune As RI são mediadas e efetuadas por uma variedade de células e moléculas. As células são predominantemente leucócitos, mas algumas células teciduais também atuam na RI, produzindo substâncias sinalizadoras ou respondendo às citocinas produzidas pelos linfócitos. Fagócitos: São células que possuem a capacidade de reconhecer, se ligar e englobar os agentes agressores. Podem ser mononucleares como os monócitos e macrófagos e polimorfonucleares como os neutrófilos. Estas células ficam estrategicamente distribuídas de maneira a se interporem à entrada dos agentes agressores no organismo. Por exemplo, as células de Kupffer no fígado são descendentes da mesma linhagem celular dos macrófagos e defendem este órgão, assim como as células de Langerhans na pele. Asmononucleares podem fagocitar mais de uma partícula e respondem a estímulos químicos gerados pelos tecidos e pelos linfócitos. Os polimorfonucleares (neutrófilos) formam a primeira linha de defesa do organismo. Migram do sangue para as áreas afetadas (diapedese) e fagocitam prontamente os agentes agressores e os destroem, porém são destruídos neste processo. Linfócitos B e T: São responsáveis pelo reconhecimento específico dos antígenos e pelo desencadeamento das RI adaptativas. As células B quando encontram o antígeno específico são ativadas, se diferenciam em plasmócitos que são as células produtoras de anticorpos. Os linfócitos T podem ser LTh (auxiliares) ou LTc (citotóxicos). Os LTh produzem substâncias que são mediadoras das RI, ativando os outros linfócitos e outras células. Os LTc reconhecem células infectadas ou cancerosas e as destroem através de citocinas secretadas ou por contato direto. Existe ainda um grupo de linfócitos que são as células exterminadoras naturais (natural Killer) EN, que reconhecem alterações na membrana das células neoplásicas e as destroem. Eosinófilos: São células polimorfonucleares que possuem grânulos com capacidade de destruir helmintos. Basófilos e mastócitos: Possuem grânulos citoplasmáticos que contém substâncias mediadoras da inflamação e das respostas imunes. Os basófilos são circulantes e os mastócitos são teciduais. Plaquetas podem liberar mediadores da inflamação quando na trombogênese ou por complexos antígeno anticorpo. Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 4 Mediadores Solúveis da Imunidade Uma ampla variedade de moléculas estão envolvidas na resposta imune (anticorpos, citocinas, proteínas da fase aguda (PCR, interferon, Lisozima), Complemento, etc. Os anticorpos, PCR e complemento tem a capacidade opsonizante, ou seja, facilitam a fagocitose de microorganismos quando a eles ligadas. Além da opsonização o sistema complemento promove a lise de microorganismos e alguns de seus componentes tem efeito quimiotático. Além dos anticorpos, o complemento é o principal sistema de proteínas do sistema imune, tendo as funções acima descritas, que são complementares ao efeito protetor dos anticorpos. As células do SI comunicam-se entre si através de mediadores químicos, as citocinas. São peptídeos, proteínas ou glicoproteínas que funcionam como transmissoras de sinais de uma célula para outra, tendo funções específicas e sobrepostas. Os principais grupos são os Interferons (? , ?, ?) , que defendem o organismo contra vírus; Interleucinas ( 1 a 17), que são as citocinas produzidas pelos leucócitos envolvidas na indução da divisão e diferenciação dos leucócitos; os fatores estimuladores de colônias (CSFs), indutores do crescimento e multiplicação das células tronco e dos precursores celulares. Ainda existem outras citocinas como o Fator de Necrose Tumoral ? e ?, o fator ? de transformação de crescimento ou fator de crescimento tumoral (TGF?), importantes nas reações inflamatórias. Os anticorpos ou Imunoglobulinas são na verdade receptores de células B ou seja, moléculas de superfície dos Linfócitos B na forma solúvel, que são secretadas. Os anticorpos possuem a capacidade de ligarem-se apenas ao antígeno para o qual é específico, assim, as respostas imunes humorais são dirigidas para determinados antígenos. Os anticorpos possuem estruturas semelhantes porém uma região variável que gera a especificidade. Existem 5 classes de anticorpos (A, D, E, G, M) que possuem a mesma função porém funcionam em locais diferentes, e são dirigidas contra tipos de antígenos diferentes. Os anticorpos sozinhos em geral não lesam o patógenos, mas opsonizam o agente e ativam o complemento, mediando as ações de destruição do agressor. Antígeno é qualquer molécula capaz de ser reconhecida pelo SI. Os anticorpos se ligam especificamente a determinadas regiões do antígeno chamadas epítopos. Um antígeno pode conter vários epítopos ou epítopos repetidos. Portanto os anticorpos não se ligam apenas a um ponto do microorganismo, mas este pode conter diversos antígenos com seus epítopos. As células T também reconhecem antígenos, porém ao invés de anticorpos de superfície existe outro tipo de receptor, o TCR. O TCR reconhece fragmentos de antígenos ligados a células infectadas ou apresentados a estes por células apresentadoras de antígenos como os macrófagos e Linfócitos B. As células do organismo possuem moléculas de superfície chamadas moléculas do Complexo de Histocompatibilidade Principal (CHP). É a estas moléculas que os antígenos ficam ligados para que possam ser reconhecidos pelos LT. O sistema imune se desenvolveu em função dos antígeno s, para reconhecê- -los, destruí los e eliminar a fonte de sua produção. Uma vez eliminados os antígenos, as RIs são desativadas. Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 5 As Respostas Imunes As respostas imunes são desencadeadas na presença de um antígeno, assim que este é reconhecido. O reconhecimento deste por um linfócito específico promove a ativação deste e a sua proliferação, chamada expansão clonal. A expansão clonal formará uma população de células de mesma especificidade e função além de células de memória, que reconhecerão o antígeno em um segundo contato. Estas células serão suficientes em número para montar uma resposta imune eficiente, seja ela humoral ou citotóxica. A especificidade das células B e T se dá por um fenômeno chamado seleção clonal que ocorre durante sua maturação no timo, medula óssea e Bursa de Fabricius. Como dito anteriormente, os anticorpos sozinhos não são efetivos na destruição dos microorganismos, mas compõe mecanismos que junto com outros componentes do SI eliminam o antígeno. Um dos mecanismos mais simples é a neutralização em que os anticorpos se ligam a regiões do patógeno impedindo determinadas funções, por exemplo, a adsorção dos vírus á células para sua infecção. Os anticorpos também facilitam a fagocitose através da ligação destes a receptores nos fagócitos, servindo como ponte entre o microorganismo e a células fagocítica. Uma vez fagocitada a partícula vai sofrer uma digestão no fagossomo. Dentro dos fagócitos também existem substâncias antimicrobianas. Os anticorpos também atuam ativando o sistema complemento, que possui componentes opsonizantes e quimiotáticos. Os linfócitos T possuem função citotóxica. Ao reconhecerem células infectadas, ou seja, células que expressem fragmentos do patógeno em sua superfície, os LT liberam citocinas que causam a destruição da célula infectada ou então entram em contato com a célula liberando substâncias no seu interior que provocarão a morte da célula por apoptose, ou seja morte celular programada. As RIs estão diretamente relacionadas as reações inflamatórias, compartilhando elementos em comum como células e moléculas. Basicamente o efeito do acúmulo de células de defesa no local de infecção e suas ações e substâncias produzidas promovem a reação inflamatória. Nesta reação a produção de substâncias quimiotáticas promove o afluxo de mais células provenientes da corrente sanguínea como os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Estas células saem dos vasos atravessando a parede endotelial (diapedese) e migram no tecido em direção ao local de lesão. Existem diferenças nas respostas contra parasitas intra e extracelulares. A resposta contra parasitas extracelulares visa a sua neutralização e destruiçãode seus produtos através de anticorpos e seus efeitos como fagocitose. Neste tipo de resposta entram em ação as células B e os seus produtos. Quando o organismo é intracelular, o objetivo do sistema imune é bloquear a entrada deste microorganismo e destruir as células infectadas através das células T citotóxicas ou induzindo as células a destruírem os microorganismos em seu interior, como no caso da indução dos macrófagos pelos LT. Se o parasita tiver estágios intra e extracelulares, os mecanismos agirão em tempos diferentes, impedindo a infecção e destruindo as células infectadas. Estas considerações são importantes no desenvolvimento de vacinas eficientes. O princípio das vacinas está ligado aos mecanismos básicos das respostas imunes adaptativas, especificidade e memória imunológica. O objetivo no desenvolvimento de vacinas é alterar os patógenos tornando-os menos patogênicos mas continuando imunogênicos para que Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 6 possam ser usados como indutores da imunidade. A memória imunológica permitirá que à medida que o animal entre em contato como o patógeno por vezes seguidas a resposta seja maior, mais rápida e mais eficiente. Imunopatologia O sistema imune não é impecável e suas falhas em geral expõe o organismo a sensibilidade exagerada a patógenos ou às reações exageradas do SI, que são também nocivas. Existem portanto três situações em que o sistema imune se torna um problema: Reação inadequada a antígeno autólogos, ou seja, antígenos próprios (reumatismo, anemias auto-imunes, etc.). Resposta Imune ineficaz nas imunodeficiências (AIDS) e resposta imune exagerada nas hipersensibilidades (alergia). Existem situações em que o organismo responde normalmente, mas em ocasiões inconvenientes para a medicina moderna, como é o caso da rejeição a transplantes e transfusões de sangue. Estes problemas são um pequeno preço a se pagar em vista dos benefícios essenciais que o sistema imune traz ao organismo. Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 7 2- Células Envolvidas na Resposta Imune INTRODUÇÃO Evolução Fagócitos : Todos os animais. Células Linfóides : Vertebrados? especificidade Duas linhagens principais de diferenciação : linhagem linfóide ?produz linfócitos linhagem mielóide ?produ z fagócitos e outras células; Dois tipos de linfócitos com funções diferentes : T e B. “Células nulas” não T, não B sem características de células T ou B e sua sequência de diferenciação não é definida; LT e B são morfologicamente idêntico. Os fagócitos são de dois tipos básicos : ? monócitos; ? Granulócitos polimorfonucleares: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Existem células auxiliares derivadas da linhagem mielóide: ex. : mastócitos. Células APC: Internalizam, processam e apresentam antígenos. Linfócitos B, macrófagos, Céls. dendríticas. CÉLULAS LINFÓIDES Possuem receptores para antígenos específicos. Um em cada 100.000 linfócitos reage a um determinante antigênico. Seleção e expansão clonal: Produção: 10.000.000.000 / dia Células de memória: vida prolongada (anos). Linfócitos B Não são influenciados pelo timo. Sintetizam moléculas de imunoglobulina (receptores solúveis e de membrana) e se diferenciam em plasmócitos, e células de memória. São APC. Possuem 100.000 moléculas de Ig de superfície com a mesma especificidade. Plasmócitos e principalmente os linfócitos B de memória possuem vida longa, voltando a circular pelo organismo para fazer vigilância e são encontrados em centros germinativos, denominados células do centro folicular ou centroblastos. Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 8 Linfócitos T Durante seu amadurecimento no timo os linfócitos T expressam diversos antígenos de diferenciação e tornam-se imunologicamente competentes e se dividem em subpopulações fenotípica e funcionalmente diferentes : ? linfócitos T auxiliares ( Th ); ? linfócitos T citotóxicos (Tc ); ? linfócitos T supressores ( Ts ); ? linfócitos T de hipersensibilidade tardia ( Tht ); Possuem diversos receptores de membrana específicos que permitem distingui-los dos linfócitos B, e as subpopulações. Exemplo : Linfócitos T do camundongo: Marcadores (aloantígenos) Thy, TL,Lyt, L3T4 e Qa. Receptores de membrana : receptores de hemácias de carneiro, Fc e para histamina. Subpopulações de Linfócitos Linfócitos T auxiliares (LTh): facilitam a proliferação e diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos e induzem os precursores dos linfócitos T a se diferenciarem em suas respectivas células efetoras. Linfócitos T supressores (LTs) : têm atividade oposta à dos LTh, suprimindo a resposta imune. A intensidade da resposta depende de um equilíbrio entre a atividade dos LTh e LTs. São encontrados em todo o sistema imune, inclusive no timo. São de vida relativamente curta. Reconhecimento do antígeno pelos linfócitos Linfócitos B reconhecem o antígeno livre. Linfócitos T só reconhecem e reagem com o antígeno quando este se localiza na membrana celular associado a glicoproteínas do CHP. APREENSÃO E PROCESSAMENTO DE MATERIAL ESTRANHO - FAGÒCITOS As células fagocitárias dos mamíferos pertencem a dois sistemas complementares: Mielóide: agem rapidamente mas são incapazes de um esforço prolongado; Fagocitário mononuclear: agem mais lentamente porém são capazes de fagocitose repetida e processam o antígeno para a resposta imunitária (APC). Sistema Mielóide Neutrófilos Principal tipo celular, é formado na medula óssea e passam pela corrente sanguínea ao migrarem para os tecidos. Funções : primeira linha de defesa. Destroem material estranho por fagocitose (quimiotaxia, aderência, ingestão e digestão no fagolisossomo). Não são APC. Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 9 Eosinófilos Menos eficientes para a fagocitose que os neutrófilos. Especialmente adaptados para atacar e destruir larvas de helmintos e suas enzimas neutralizam os fatores inflamatórios liberados por mastócitos e basófilos, regulando a inflamação provocada por estas células. Basófilos Menos numerosas. Função semelhante à dos mastócitos, provocando inflamação aguda nos sítios de deposição de antígenos. Sistema Fagocítico Mononuclear Macrófagos Função: remoção de material estranho e restos celulares. Atividade fagocitária contínua e são APC. Monócitos: corrente sanguínea. Macrófagos maduros : histiócitos (tecido conectivo), células de Kupffer (fígado), micróglia (cérebro), macrófagos alveolares (pulmão). Principais populações: baço, medula óssea e linfonodos, em estreita associação com o endotélio sinusóide. Os neutrófilos encontram e atacam o material estranho primeiro e ao morrerem facilitam o acúmulo de macrófagos no sítio da invasão (quimiotaxia). Os monócitos secretam: componentes do Complemento, lisozima, antimicrobiana ), colagenase, elastase, ativadores doplasminogênio, (inflamação e cicatrização), glicoproteínas reguladoras (monocinas), interferon, interleucina 1, prostaglandinas, leucotrienos (regulação da resposta imune). Células Dendríticas Caracterizam-se por numerosos prolongamentos citoplasmáticos. Retêm o antígeno em sua membrana por longo período de tempo, tornando-o cerca de 10.000 vezes mais antigênico que o antígeno livre (depende de Ac). Exemplos: ? células dendríticas do baço ? células dendríticas dos linfonodos; ? células interdigitais da medula do timo e das regiões timo-dependentes do baço e linfonodos; ? células veladas da linfa aferente ; ? células de Langerhans da pele; ? Células dendríticas do baço e linfonodos: derivadas da medula óssea, independentes do timo, e não possuem receptores para Fc. Células interdigitais semelhantes aos macrófagos e aumentam em número após o estímulo antigênico. Células de Langerhans são células da pele com morfologia de células dendríticas. Possuem receptores para Fc e C3b ( complemento ) e parecem representar um equivalente epidérmico dos macrófagos. Impresso por Vitoria Almeida, CPF 612.033.183-24 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/05/2021 18:36:26 Guia de Estudo de Imunologia Veterinária Marcelo R. D. Santos Curso de Medicina Veterinária – UVV 10 Células Nulas Não possuem características típicas dos linfócitos T ou B, mas a morfologia é compatível com a de uma célula linfóide. Célula citotóxica natural ou “Natural Killer” (NK): é capaz de lisar in vitro células tumorais, origina- se da medula óssea e sua atividade é consideravelmente aumentada pelo interferon. Evidências sugerem que estas células são responsáveis pelo mecanismo da vigilância imune, hipótese pela qual as células linfóides eliminam continuamente células anormais. Célula citotóxica dependente de anticorpos (CCAD): a característica comum destas células é a presença de receptores para Fc da IgG, assim, o anticorpo funciona como uma ponte entre a célula citotóxica e a célula alvo ( pré-requisito para a Lise celular ). DESTINO DO MATERIAL ESTRANHO DENTRO DO ORGANISMO Antígenos Particulados Administrados Intravenosamente Circulação ? macrófagos do fígado, baço e medula óssea. O baço é o filtro mais eficiente porém, por ser maior, é o fígado que contém a maioria das células que irão remover a maior parte do material a ser filtrado. Partículas também são apreendidas por células na circulação pelo pulmão. A taxa de depuração bacteriana (eliminação da circulação ) se intensifica com a presença de anticorpos, pois a opsonização aumenta a eficiência da apreensão. Após a fagocitose de uma grande quantidade de partículas ocorre um período de tempo subsequente e variável no qual outras partículas serão muito fracamente removidas da circulação sanguínea devido a: ? absorção de todas as opsoninas séricas não específicas bloqueando a fagocitose posterior ( bloqueio do sistema fagocitário mononuclear ); ? diminuição da resistência de animais que sofrem uma bacteremia severa. Antígenos Solúveis Administrados Endovenosamente Proteínas espontaneamente formam agregados (solução de proteínas ), que são rapidamente removidos pelas células do SMF. Algumas partículas de proteínas podem permanecer como um resíduo que não formou agregados. ? Ocorre distribuição homogênea através do volume sanguíneo do organismo. ? Sendo suficientemente pequenas estas partículas não agregadas irão se distribuir através dos fluidos tissulares extravasculares. ? Quando a distribuição no organismo se equilibra, a partícula passa a ser catabolizada como uma proteína própria , com uma lenta e progressiva diminuição de sua concentração. Após a RI contra a partícula ( antígeno ), com a formação de anticorpos, haverá formação de complexos imunes que são eliminados da circulação rapidamente pelo sistema fagocítico mononuclear. A distribuição, catabolismo e eliminação pelo sistema imune de antígenos pode ser diferenciada :
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