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EMPREENDORISMO

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Anna Carolina Moreira de Oliveira 
 
Mestre em Administração pela Universidade Federal de Uberlândia (2007). Especialista em 
Gestão Estratégica em Recursos Humanos pelo Centro Universitário Católica do Leste de 
Minas Gerais (2005). Especialista em Gestão Educacional: metodologias para o Ensino 
Superior pela Faculdade Pitágoras (2012) e Graduada em Ciência da Computação pela 
Universidade Vale do Rio Doce (2002). Atua há 12 anos como docente em cursos de 
graduação e especialização lato sensu. No ambiente organizacional, atuou em empresas 
de médio porte e atua, também, como consultora organizacional. 
EMPREENDEDORISMO 
 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Bruna Luiza Mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Guilherme Prado Salles 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 Taisser Gustavo de Soares Duarte 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização 
escrita do Editor. 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
http://www.faculdadeunica.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes nas quais você deve ter um maior grau de 
atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de 
determinados termos/palavras mostradas ao longo do 
livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre 
questões citadas em cada unidade, associando-o a 
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu 
cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
ORIGEM E CONCEITO DO EMPREENDEDORISMO ................................... 7 
1.1 O SURGIMENTO DO EMPREENDEDORISMO ................................................................ 7 
1.2 O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL: CONTEXTO HISTÓRICO ................................. 10 
1.3 PROCESSO EMPREENDEDOR ...................................................................................... 11 
1.4 EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE VERSUS POR NECESSIDADE ............. 15 
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................... 18 
PERFIL EMPREENDEDOR ........................................................................... 23 
2.1 EMPREENDEDOR INDIVIDUAL .................................................................................... 23 
2.2 INTRAEMPREENDEDOR ............................................................................................... 27 
2.3 PERFIL EMPREENDEDOR: HABILIDADES E CARACTERÍSTICAS ................................... 29 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 33 
 
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO ..................................................... 37 
3.1 A CRIATIVIDADE E O EMPREENDEDOR ...................................................................... 37 
3.2 O PROCESSO CRIATIVO NAS ORGANIZAÇÕES ....................................................... 38 
3.3 A BUSCA PELA IDEIA .................................................................................................. 39 
3.3.1 Fontes de novas ideias ................................................................................. 40 
3.4 OPORTUNIDADES ........................................................................................................ 42 
3.4.1 Reconhecendo uma oportunidade.......................................................... 43 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 46 
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .......................................................... 51 
4.1 PANORAMA DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ................................................. 51 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 60 
EMPREENDEDORISMO E SUAS TENDÊNCIAS ........................................... 66 
5.1 EMPREENDEDORISMO DIGITAL .................................................................................. 66 
5.2 STARTUP 69 
5.3 EMPREENDEDORISMO SOCIAL .................................................................................. 70 
5.3.1 Motivação ...................................................................................................... 72 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 74 
EMPREENDEDORISMO E A SUA PRÁTICA .............................................. 78 
6.1 PLANO DE NEGÓCIOS ............................................................................................... 78 
6.2 A ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIO .............................................................. 81 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 93 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 99 
REFERÊNCIAS................................................................................. 100 
 
UNIDADE 
01
/ 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONFIRA NO LIVRO 
 
A Unidade I aborda a origem do termo empreendedorismo em nível 
mundial e o início da sua utilização no Brasil. Em seguida são 
apresentadas as etapas do processo empreendedor e discutidas as 
diferenças entre empreender por oportunidade versus por 
necessidade, abordando implicações de cada uma dessas 
situações. 
A Unidade II realiza uma comparação entre o empreendedor 
individual e o intraempreendedor trazendo os potenciais estímulos e 
particularidades de cada perfil. Por fim são elencadas habilidades e 
características importantes para o empreendedor de sucesso, 
independente da sua motivação. 
 
 
Na unidade III o foco se dá no entendimento do processo criativo 
do empreendedor como um elemento fundamental para a 
geração de ideias, identificação de oportunidades e 
desenvolvimento inovador. 
A unidade IV tem o foco no entendimento do estágio de 
desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. Para tanto foram 
analisados dados da pesquisa de nível mundial Global 
Entrepreneurship Monitor (GEM), com participação do Brasil através 
do SEBRAE e IBPQ. 
 
 
A unidade V aborda
as tendências do empreendedorismo no Brasil 
destacando as oportunidades provenientes do mundo digital. 
Startup e empreendedorismo social também são discutidos como 
conceitos recentes e intrinsicamente relacionados ao 
empreendedorismo contemporâneo. 
Na unidade VI é apresentado o Plano de Negócios: o conceito, a 
importância e por fim um modelo com as principais etapas para a 
sua elaboração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
ORIGEM E CONCEITO DO 
EMPREENDEDORISMO 
 
 
 
1.1 O SURGIMENTO DO EMPREENDEDORISMO 
A origem do indivíduo empreendedor pode ser considerada em paralelo ao 
desenvolvimento do próprio ser humano, uma vez que inovação, capacidade de 
assumir riscos e evolução sempre foram uma constante na história da humanidade. 
Em se tratando da origem do termo “empreendedor” Richard Cantillon, 
economista irlandês do século XVIII, é considerado o seu criador e um dos primeiros 
escritores a diferenciar o empreendedor (do francês entrepreneur) como aquele que 
assume os riscos pela ação de criação de novos mercados e o capitalista como 
aquele que possui o capital (AVENI, 2014). 
Como exemplo de empreendedor tem-se o navegador italiano Marco Polo, 
que aceitou o desafio de encontrar uma rota comercial para o Oriente, assumindo 
os riscos pessoais da jornada. Por outro lado, havia o fornecedor do dinheiro, ou 
capitalista, que “apostou” na sua ideia. 
Na década de 1980 o pesquisador Robert Hisrich apresentou o conceito de 
empreendedorismo como o processo de criação de algo diferente e com elevado 
valor agregado, investindo tempo e esforço, assumindo riscos financeiros, psíquicos e 
sociais correspondentes e como contrapartida recebendo as recompensas da 
satisfação e da independência financeira e pessoal (HISRICH; PETERS, 2004). 
A definição de empreendedorismo encontrada em Dornelas (2018) está 
baseada no conceito do economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1949) e 
diz que o empreendedor destaca-se por ser capaz de destruir a ordem econômica 
existente através da introdução de novos produtos ou serviços, pela criação de 
novas formas organizacionais ou pela exploração de novos recursos ou materiais. 
Dessa forma, o empreendedor é o indivíduo que, diferente de seus pares, visualiza 
uma oportunidade para a criação de alternativas de desenvolvimento mais 
eficazes para o atingimento dos objetivos da organização utilizando novas 
técnicas de produção e desenvolvimento bem como aprimorando o processo 
produtivo com os recursos dos quais já dispõe. 
UNIDADE 
01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Por outro lado, para Kirzner (1973) apud Dornelas (2020, p. 63) o empreendedor 
é aquele que “cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um 
ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem 
presente”. 
Embora contrários em sua definição, atualmente é sabido que o processo 
empreendedor pode ser desencadeado tanto em cenários de turbulência, onde 
uma resposta torna-se necessária tanto para enfrentar o ambiente dos negócios 
quanto em ambientes estáveis, onde justamente devido ao equilíbrio entre as partes 
podem ser visualizadas alternativas mais inovadoras para o sucesso da organização. 
 
 
 
Independente do motivo que leva o empreendedor a iniciar um novo 
negócio, Zen e Fracasso (2008) afirmam que a principal característica do 
empreendedor é a inovação. Embora não seja um inventor, ele é capaz de introduzir 
uma invenção na indústria gerando inovação através de um novo bem, método de 
produção, negócio, fonte de matéria-prima ou novo modelo organizacional. 
Embora o conceito de empreendedor possa variar na literatura, Dornelas 
(2018) afirma que a sua característica básica é a habilidade para detectar uma 
oportunidade e criar um negócio para capitalizar sobre ela assumindo os seus riscos. 
O autor apresenta ainda os seguintes aspectos em comum em qualquer definição 
de empreendedor: 
 Possui iniciativa para desenvolver um negócio e é apaixonado pelo que faz. 
 Faz utilização criativa dos recursos disponíveis, sendo com isso capaz de 
modificar o ambiente social e econômico onde vive. 
 Assume a existência de riscos calculados e da possibilidade de fracassar. 
Como se sabe, são diversas as características encontradas no perfil individual 
dos empreendedores de sucesso e à medida que determinados elementos sejam 
identificados em um número maior de empreendedores, é possível associá-los ao 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
perfil do empreendedor, mesmo que nem todos os indivíduos o possuam. Salim e Silva 
(2010) apresentam algumas reflexões a respeito do empreendedor: 
 
1. São caracterizados por um conjunto de comportamentos e de hábitos que 
podem ser adquiridos, praticados e desenvolvidos. Embora diversas 
características sejam encontradas no perfil do empreendedor, não há como 
agrupar todos como possuidores da totalidade desses atributos, sendo 
impossível a obtenção de um único perfil do empreendedor, mas factível a 
identificação dos elementos mais comuns. 
2. Adotam clara atitude proativa de observação da realidade, que os leva a ter 
uma boa percepção das oportunidades. Esta tende a ser considerada a 
principal característica e a mais comumente encontrada no perfil do 
empreendedor. 
3. São capacitados para capturar e avaliar oportunidades e, a partir de suas ideias, 
desenvolver planos para realizar seus objetivos. O desejo de “fazer a 
diferença” é um incentivador para que o empreendedor desenvolva novas 
habilidades rapidamente e possa atingir os seus objetivos. 
4. Desenvolvem habilidade para obter apoio de colaboradores e de financiadores 
para seus empreendimentos. Os empreendedores, na sua maioria, são exímios 
comunicadores e possuem a habilidade de apresentar e convencer as 
pessoas de suas ideias e benefícios do negócio. 
5. São habituados a tomar decisões. Consideram que a tomada de decisão 
assertiva é essencial para o negócio e por isso desenvolvem métodos que 
facilitem essa tarefa. 
6. Buscam incessantemente criar valor para a sociedade através de seus 
empreendimentos. Tendo em vista o reconhecimento pela sociedade do 
benefício do seu serviço ou produto, os empreendedores utilizam a inovação 
como força motriz para a solução dos problemas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
1.2 O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL: CONTEXTO HISTÓRICO 
O termo empreendedorismo, que nas últimas décadas vem sendo difundido 
em escolas e universidades do Brasil, já era objeto de análise e estudos desde o século 
XIX em países do primeiro mundo, onde a necessidade de desenvolvimento 
econômico por um lado, e as facilidades de acesso aos meios de produção por 
outro, permitiram surgir um tipo de indivíduo capaz de romper com o status quo e, de 
forma deliberada, desenvolver novas ideias e produtos a fim de atender às 
demandas da organização e sociedade. 
Os livros de história do Brasil são repletos de exemplos de homens considerados 
empreendedores, destacando-se como o primeiro empreendedor brasileiro o 
gaúcho Barão (Visconde) de Mauá (1813 – 1889), que fez fortuna no Rio de Janeiro 
com tipos variados de empreendimentos. A sua biografia mostra diversas 
características do empreendedor, como planejamento, visão empreendedora e 
disciplina, que o permitiram atingir um alto patamar de sucesso nos negócios. 
Embora durante o século XIX o Brasil tenha diversos exemplos de 
empreendedores, que fizeram história e participaram do desenvolvimento 
socioeconômico e político do país, estes homens eram chamados de visionários, uma 
vez que a palavra empreendedor ainda não era conhecida no país. Vale ressaltar 
que estes visionários realmente possuíam diversas características consideradas 
necessárias para o empreendedor de sucesso. 
No Brasil, conforme Dornelas (2018) o estudo do empreendedorismo se 
intensificou somente a partir dos anos 90, em decorrência da necessidade de busca 
de conhecimentos
que permitissem às empresas sobreviverem, haja vista a altíssima 
taxa de mortalidade das empresas. Aliado a isso, a alta competitividade de um 
mundo cada vez mais globalizado e a necessidade de redução dos custos de 
produção alavancavam a busca por novos métodos e conhecimentos que 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
pudessem aumentar a chance de vida e sucesso das organizações. 
O ensino do empreendedorismo encontrou fértil terreno no Brasil, uma vez que 
o país sempre deteve um grande número de pequenas e microempresas que não 
sobreviviam além do primeiro ano. Muitas dessas empresas eram criadas por ex-
funcionários, que face a demissão e do crescente desemprego viam como única 
opção empreender, muitas vezes sem experiência no ramo, habilidades ou recursos, 
o que na maioria das vezes aumentava os índices de mortalidade das empresas. 
O movimento do empreendedorismo no Brasil está intimamente ligado ao 
surgimento do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), 
que é uma entidade desenvolvida para dar suporte ao empresariado brasileiro 
através de iniciativas como cursos, eventos e consultorias visando resolver situações 
adversas enfrentadas no dia-a-dia. Além disso o SEBRAE oferece suporte para novas 
iniciativas de negócios, analisando a visibilidade de ideias e oferecendo treinamento 
para novos empreendedores. 
 
1.3 PROCESSO EMPREENDEDOR 
Como surge um empreendedor? O que leva um indivíduo a deixar uma 
situação confortável (financeiramente) e aventurar-se em um novo negócio? É 
possível desenvolver o perfil empreendedor? Quais são as etapas para o 
desenvolvimento de um negócio? 
Quando se trata de empreender nos parece mais complexo do que 
simplesmente iniciar uma nova empresa, e é verdade, pois estamos falando de algo 
maior do que somente gerar retorno financeiro. O empreendedor possui ligação 
“extra” com o negócio, já que se trata do fruto da sua paixão, levando-o a se 
comprometer e dar o seu melhor para assegurar o sucesso do negócio. 
O surgimento do empreendedor enquanto agente criador de um negócio 
pode ser desencadeado por uma necessidade de mercado não atendida, levando 
a visualizar uma oportunidade decorrente de uma ideia ainda não materializada. Por 
exemplo, o norte-americano Robert William Kearns (retratado no filme Jogada de 
Gênio) desenvolveu e fabricou o temporizador do limpador de pára-brisas veicular 
após sentir a falta de um mecanismo intermitente que o mantivesse ligado e 
desligado em períodos regulares de tempo, ao invés de acionar o seu funcionamento 
manualmente em intervalos regulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
O constante acompanhamento das mudanças no comportamento dos 
consumidores pode levar ao desenvolvimento de novas soluções que satisfaçam 
aquela necessidade. Como exemplo, a urgência em absorver novas habilidades 
(pessoais ou profissionais) como o aprendizado de uma nova língua e a oferta quase 
sem limites de possibilidades da tecnologia da informação facilitaram o ensino de 
idiomas estrangeiros. Há no mercado diversos sites para o ensino de inglês, francês, 
italiano e até mesmo dialetos de menor abrangência geográfica, tudo a “um clique 
de distância”. Sites e aplicativos como Open English, Babel e Cambly disponibilizam 
professores “nativos” no idioma que o cliente desejar aprender. 
 
 
 
A escolha da formação profissional de um indivíduo deve ser fruto da sua 
opção particular, mas na verdade nem sempre foi assim. Embora ainda hoje os pais 
possam exercer influência sobre a carreira dos filhos, tendendo a direcioná-los a 
caminhos consolidados no mercado de acordo com o seu interesse ou da família, 
esta tendência era verificada com maior intensidade até a década de 1980. 
Frutos da estabilidade profissional (seja em empresas púbicas ou privadas), 
muitos desses indivíduos que não se realizaram profissionalmente ao longo dos anos, 
pois trabalhavam em áreas que não tinham afinidade, sentiram que ainda havia 
tempo e espaço para desenvolver um negócio próprio, tudo isso graças ao acesso 
à informação e às oportunidades geradas pela globalização e dinamismo do 
mercado. 
Assim, a aposentadoria ou demissão (voluntária ou não) se transformou na 
oportunidade, ou necessidade, para empreender. Com isso, verificou-se um 
aumento significativo no número de empreendedores ano após ano, tornando 
urgente a necessidade de qualificação e desenvolvimento pessoal focado no 
empreendedorismo. 
Dito isto, conclui-se que nem mesmo o fato de uma vida inteira construída e 
dedicada ao trabalho em uma organização tem a força para impedir um potencial 
https://bit.ly/3tWB7sO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
empreendedor de realizar um sonho (muitas vezes guardado há anos). A 
necessidade ou oportunidade permite que o potencial empreendedor desenvolva a 
sua ideia e a coloque em prática, mesmo que isso incorra em investimento financeiro, 
de tempo e emocional. 
Ao analisar a biografia de grandes empreendedores, tanto do Brasil quanto 
estrangeiros, verifica-se que muitos deles não frequentaram escolas de negócios ou 
sequer possuem formação superior. Isso quer dizer que não é possível ensinar o 
empreendedorismo ou que o seu ensino é desnecessário? A resposta é não! Pense 
em tantos outros potenciais empreendedores que não tiveram a mesma sorte por 
apresentar deficiência em características ou habilidades essenciais e que poderia ter 
sido desenvolvida através da educação formal e focada nos negócios. 
É importante ter em mente que o ensino do empreendedorismo não busca 
formar indivíduos que não sejam vulneráveis ao fracasso, mas sim capacitá-los a 
identificar os riscos provenientes da atividade de modo a reduzir o seu eventual 
impacto e/ou até mesmo impedir a sua materialização e atuação. 
Deste modo, o perfil do empreendedor de sucesso deve comtemplar 
habilidades e características que o permitam inovar e desenvolver uma ideia desde 
a concepção até a implementação: disposição para assumir riscos, persistência, 
técnicas de gestão, capacidade analítica, iniciativa, criatividade, busca de 
informações, e comprometimento são algumas delas. Além disso a influência do 
meio em que vive e o conjunto das experiências pessoais e profissionais também 
devem compor o perfil do empreendedor. 
Analisando essas características é possível distinguir entre aquelas que podem 
ser: aprendidas, inatas, incentivadas e adquiridas pela experiência. Isso prova que o 
ensino do empreendedorismo é viável e possível. Quanto às eventuais características 
inatas, o fato de não possui-las não quer dizer que não possam ser aprendidas e 
exercitadas, a única diferença é que será necessário mais “suor” para o seu 
desenvolvimento, comparando-se com um indivíduo que já possui “afinidade” com 
o assunto. Além disso, o conjunto das habilidades jamais é idêntica em dois indivíduos, 
pois as situações vivenciadas são específicas e cada um faz a leitura de forma 
totalmente autêntica daquilo que está vivendo. 
Dornelas (2018) apresenta conteúdos que deveriam ser focados em qualquer 
curso de empreendedorismo: 
 Identificação e entendimento das habilidades do empreendedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 Identificação e análise de oportunidades. 
 Fontes da inovação e do processo empreendedor. 
 A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico. 
 Desenvolvimento e utilização do Plano de Negócios. 
 Critérios para identificação de fontes e captação de recursos. 
 Gerenciamento e desenvolvimento da empresa. 
 
Por fim, é importante ressaltar que além do ensino do empreendedorismo isto 
deve ser realizado por instituição de ensino de qualidade, com profissionais capazes 
e conhecedores do assunto. Em contrapartida, é fundamental que o aluno esteja 
aberto e disposto a absorver os ensinamentos que, em conjunto com a sua 
experiência de vida, poderão transformá-lo em um empreendedor de sucesso. 
O
desenvolvimento de um negócio é uma tarefa complexa e até mesmo 
indivíduos com alto potencial empreendedor podem falhar caso não executem 
corretamente qualquer uma delas, haja vista a sua interdependência e o fato de 
que pode ser necessário rever fases anteriores ao se deparar com novas informações 
decorrentes de mudanças observadas em qualquer variável que possa impactar nos 
resultados esperados pela empresa. 
Além das características do indivíduo é fundamental analisar o ambiente de 
negócios onde se propõe criar a nova empresa, bem como as variáveis envolvidas 
de forma direta e indireta, uma vez que a velocidade e a dinâmica de evolução do 
mercado afetam todo o processo de concepção e planejamento da organização. 
De forma geral, as principais fases para o desenvolvimento de um negócio são 
(HISRICH; PETERS, 1998 apud DORNELAS, 2018): 
1) Identificar e avaliar a oportunidade. 
2) Desenvolver o plano de negócios. 
3) Determinar e captar os recursos necessários. 
4) Gerenciar a empresa criada. 
 
A primeira fase do processo diz respeito às análises de mercado e tem por 
objetivo alinhar a ideia com a oportunidade que hora se apresenta a fim de proceder 
à sua validação. Neste ponto, o empreendedor deve utilizar ao máximo as suas 
habilidades, tanto comportamentais quanto técnicas, a fim de realizar um exímio 
trabalho de captação de dados e informações que o supram durante a etapa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
seguinte. 
A fase dois é o desenvolvimento do Plano de Negócios, que é o documento 
elaborado pelo empreendedor e deve contemplar todos os fatores e variáveis 
identificadas, interna e externamente, e que podem influenciar na criação e 
desenvolvimento da empresa (O unidade VI trata, exclusivamente, da elaboração 
do plano). 
A terceira fase busca determinar o volume de capital necessário para a 
criação e desenvolvimento da empresa, bem como identificar alternativas para a 
captação destes recursos. Uma ferramenta de grande importância nesta etapa é o 
Plano de Negócios, que servirá como suporte para a comprovação e detalhamento 
da viabilidade do negócio junto aos potenciais investidores. 
A quarta etapa diz respeito ao gerenciamento do negócio em 
desenvolvimento. Além de atuar diretamente nos processos diários é necessário 
acompanhar e atualizar o plano de negócios, haja vista a dinâmica do mercado e 
as mudanças identificadas nas variáveis que impactam sobre a empresa. 
 
 
 
1.4 EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE VERSUS POR NECESSIDADE 
O “espírito empreendedor” é o que impulsiona um indivíduo a criar uma nova 
empresa, mas como este espírito é aflorado, ou seja, o que desperta no indivíduo a 
possibilidade de que pode ser dono de um negócio próprio e guiar a sua vida 
profissional de forma independente? 
Sabe-se que o mundo de hoje não será o mesmo de amanhã. Milhares de 
novas opções estão sendo desenvolvidas e a maioria delas estarão disponíveis para 
toda a população, desde as grandes metrópoles aos menores vilarejos, seja no ramo 
do entretenimento, saúde, educação, bem estar, tecnologia etc. À medida que tais 
avanços se aproximam da realidade local surgem novas possibilidades e ameaças 
às quais é necessário estar preparados para aproveitar ou se defender. 
https://bit.ly/2XwRfFe
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Devido à globalização e à tecnologia da informação, decisões tomadas em 
outros países ou esferas governamentais podem afetar diretamente as 
organizações, causando mudanças inesperadas e drásticas na vida dos 
funcionários. Demissões, aposentadorias ou fechamento de fábricas e empresas são 
situações que podem exigir a tomada de decisão rápida e às vezes não deliberada 
por parte dos indivíduos, surgindo aí a figura do empreendedor por necessidade. 
Com a perca do posto de trabalho inicia-se a preocupação em buscar 
recursos para a subsistência e manutenção das necessidades da família. Fatores que 
independem do indivíduo, como falta de emprego ou baixa perspectiva de 
recolocação atuam como catalisadores que impulsionam o empreendedorismo, 
mesmo que o indivíduo não esteja preparado ou tenha habilidades já desenvolvidas 
para iniciar o empreendimento. 
Outro fator que pode levar ao empreendedorismo por necessidade é a 
dificuldade de recolocação no mercado. Indivíduos que não buscaram atualização 
curricular e profissional tendem a ficar defasados frente aos pares no mercado de 
trabalho e com isso não conseguem uma nova oportunidade. Também há 
profissionais que possuem formação em área específica, mas que após concluída a 
graduação tem dificuldades de exercer a profissão, seja por saturação do mercado, 
falta de experiência ou outro fator. 
 
 
 
Uma grande preocupação em relação às empresas criadas por necessidade 
dos seus fundadores é a falta de planejamento ou baixa importância dada a ele, já 
que o seu surgimento ocorreu de forma súbita e muitas vezes não havendo 
possibilidade de realizar análises de risco, oportunidade e mercado. 
O ambiente da empresa, tanto interno quanto externo é de fundamental 
importância para elaboração da estratégia que empresa deve seguir, haja vista a 
necessidade constante de inovar e se diferenciar dos concorrentes. Por isso, sem 
planejamento e atualização dos gestores as dificuldades podem aumentar e uma 
consequência disso pode ser o fim prematuro das atividades da empresa, que não 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
consegue se manter frente ao mercado. 
De forma contrária, empreendedores por oportunidade tendem a executar 
um estudo mais detalhado do mercado a fim de certificar que a ideia se encaixa no 
ambiente de negócios vislumbrado, pois não possuem tamanha pressa em implantar 
a empresa. Empreendedores por oportunidade muitas vezes já possuem 
estabilidade financeira através de emprego e renda satisfatórios, no entanto, ao 
visualizar um nicho de mercado ou necessidade não atendida optam por 
empreender o negócio próprio, mesmo face à estabilidade já adquirida. 
Empresas cunhadas com base em uma oportunidade tendem a permitir que 
o empreendedor possa explorar ao máximo as suas características, haja vista que a 
ocasião pode exigir habilidades que o empreendedor já possui, como disposição 
em inovar, dinamismo ou resiliência. Aliado a isso, o desejo de “fazer a diferença” 
através da oferta de algo novo e benéfico à sociedade, o conhecimento dos reais 
objetivos da organização e um horizonte bem definido fazem com que o 
empreendedor seja menos sensível às oscilações do mercado, concorrência e 
clientes, utilizando a experiência adquirida para enfrentar novas situações com mais 
tranquilidade, mantendo e aumento a rentabilidade do negócio. 
Por fim, há de se ressaltar que os negócios desenvolvidos por necessidade 
também podem lograr altos patamares de sucesso, talvez de maneira mais árdua 
em comparação às empresas que surgiram em decorrência de oportunidades, e 
uma maneira para isso é o comprometimento, mesmo que tardio, do empreendedor 
com o negócio, buscando informações e realizando um planejamento inexistente 
ou ineficiente. Ah, e tudo fica mais fácil se o empreendedor por necessidade se 
“apaixonar” pelo negócio que desenvolveu, pois ainda poderá haver 
oportunidades a serem descobertas no que antes era apenas o fruto de uma 
emergência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (CETRO - TCM-SP - Agente de Fiscalização – Administração – adaptado) O 
empreendedorismo envolve necessariamente riscos e recompensas. Assim, pode-
se afirmar que o empreendedorismo envolve um ou mais dos itens abaixo: 
 
I. Empreender significa iniciar um negócio, organizar os recursos necessários e assumir 
riscos e recompensas. 
II. O crescente estímulo ao empreendedorismo deve-se ao fato de que é possível 
conviver emprego com negócio próprio. 
III. Adquirir uma franquia possibilita ao empreendedor gerir o negócio de outrem, 
aliado ao alto risco do empreendimento.
IV. Quando nasce no indivíduo o espírito empreendedor, o planejamento passa a 
assumir papel secundário. 
V. O sucesso do empreendedor está em integrar suas próprias habilidades e 
experiências com as necessidades do mercado. 
 
Com base na análise das proposições anteriores, pode-se afirmar que 
 
a) Apenas estão corretos os itens I e V. 
b) Estão corretos todos os itens. 
c) Apenas estão corretos os itens II e IV. 
d) Apenas estão corretos os itens I, IV e V. 
e) Apenas estão corretos os itens III, IV e V. 
 
2. (COPESE - UFT - UFT - Tecnólogo de Área de Gestão e Negócio – adaptado) No 
contexto do empreendedorismo, o espírito empreendedor, aspecto esse 
relacionado ao indivíduo que empreende, é compreendido como uma série de 
aspectos e qualidades que se complementam e que não podem existir 
separadamente. Assim, valendo-se da explicação, analise as alternativas abaixo 
sobre quais são as três características básicas que identificam o espirito 
empreendedor. 
 
Analise as afirmativas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
I. Necessidade de realização. 
II. Disposição para assumir riscos. 
III. Autoconfiança. 
IV. Percepção de Mercado. 
V. Experiência. 
 
Marque a alternativa CORRETA. 
 
a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. 
b) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
c) Somente as afirmativas III, IV e V estão corretas. 
d) Somente as afirmativas II, III e V estão corretas. 
e) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas. 
 
3. (COPESE - UFT - UFT - Tecnólogo de Área de Gestão e Negócio - adaptado) O 
Empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é 
dotado de sensibilidade para os negócios, com habilidade financeira e 
capacidade para identificar oportunidades. 
 
Assinale a alternativa CORRETA em relação às habilidades e aos recursos que ele 
pode e deve fazer. 
 
a) Criar negócios que se desenvolvam e que beneficiem o meio ambiente. 
b) Motivar pessoas, criar oportunidades de negócios e fortalecer o trabalho em 
equipe. 
c) Transformar ideias em realidade para o benefício próprio e da comunidade. 
d) Tornar-se independente, desenvolver habilidade criativa e buscar conhecimento 
de mercado. 
e) Desenvolver produto e serviços que atendam às suas expectativas. 
 
4. (FGV - AL-MT - Analista de Sistemas - Organização, Sistema e Métodos) Com 
relação ao conceito de empreendedorismo, assinale V para a afirmativa 
verdadeira e F para a falsa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
( ) É o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço 
necessários, assumindo os riscos correspondentes, e recebendo as consequentes 
recompensas. 
( ) Consiste na boa gestão de pequenas empresas pelos seus administradores, 
gerando grandes lucros. 
( ) É a implementação da visão de um empreendedor sobre um novo negócio. 
 
As afirmativas são, respectivamente, 
 
a) F, F e V. 
b) V, F e F. 
c) F, V e V. 
d) F, V e F. 
e) V, F e V. 
 
5. (IF-PA - IF-PA - Professor – Administração) O empreendedor é o indivíduo que 
apresenta certas habilidades e competências para criar e gerir um negócio. Na 
intenção de facilitar o trabalho do empreendedor, tem-se o processo 
empreendedor, composto por fases que devem ser cuidadosamente observadas. 
Em uma destas fases, verifica-se uma orientação à gestão estratégica de um 
negócio na medida em que o empreendedor conta com um documento usado 
para planejar este empreendimento, em estágio inicial ou não, com o propósito 
de definir e traçar sua estratégia de atuação para o futuro. Assinale a opção a 
seguir que caracteriza esta fase do processo empreendedor: 
 
a) Desenvolver o plano de negócios. 
b) Identificar e avaliar a oportunidade. 
c) Determinar e captar os recursos necessários. 
d) Gerir a empresa criada. 
e) Identificar o fim do ciclo do negócio. 
 
6. (IF-RJ - IF-RJ - Administrador – Arraial) Schumpeter (1949), numa visão clássica, 
define o Empreendedor como aquele que ...destrói a ordem econômica existente 
pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. Partindo desse 
conceito, compreendem-se melhor as especificidades do domínio empreendedor 
e suas diferenças com o domínio administrativo. 
 
Logo, pode-se afirmar que a seguinte alternativa se relaciona a um aspecto do 
domínio Empreendedor: 
 
a) Formal, com respeito à Hierarquia. 
b) Habilidade no emprego dos recursos. 
c) Dirigido pela percepção de oportunidades. 
d) Decisão tomada passo a passo com base em um orçamento. 
e) Revolucionário de longa duração. 
 
7. (IDECAN - IF-PB - Professor EBTT - Administração Geral) A história do 
empreendedorismo e da criação de novos negócios é muitas vezes uma história 
de grandes fortunas e fracassos. Há de se considerar que o empreendedorismo é 
o processo de 
 
a) Analisar o mercado, identificar produtos, selecionar nichos e assumir riscos. 
b) Explorar os recursos naturais, planejar, organizar e operar um novo negócio. 
c) Planejar, organizar, operar um novo negócio e assumir riscos por ele. 
d) Criar novos produtos, organizar, identificar nichos e adentrar em mercados já 
consolidados. 
e) Elaborar um plano de negócios, explorar o pioneirismo, planejar e operar. 
 
8. (INEP - ENADE - Educação Física) O empreendedorismo pode ser considerado uma 
iniciativa própria de alguém que realiza um conjunto de ações podendo idealizar 
novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou 
qualquer atividade de organização e administração. Especificamente como 
profissional de Educação Física, o personal trainer exerce atividades que requerem 
alto grau de empreendedorismo. Os recursos para se investir nessa atividade 
envolvem duas formas: equipamentos/espaços ou tempo. O profissional pode 
investir em espaços e equipamentos e, também, em sua formação acadêmica, o 
que requer tempo de dedicação aos estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Diante do exposto, conclui-se que o personal trainer deveria: 
 
I. manter-se sempre atualizado em relação aos métodos de treinamento e atividades 
físicas, pois lhe possibilitaria apresentar novidades aos seus alunos. 
II. gerenciar sua carteira de modo eficaz para manter sempre contato com os alunos 
ativos, evitando perder tempo em tentar reconquistar os ex-alunos. 
III. decidir com clareza qual tipo de público deseja atender e, assim, demonstrar 
excelência nesse atendimento, respeitando as características individuais de cada 
aluno. 
IV. organizar-se como se fosse uma empresa, conseguindo administrar o próprio 
tempo de trabalho com o tempo de lazer. 
 
É correto apenas o que se afirma em: 
 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
PERFIL EMPREENDEDOR 
 
 
 
2.1 EMPREENDEDOR INDIVIDUAL 
Agora que você já está familiarizado com o empreendedorismo e os seus 
principais conceitos, será tratado do sujeito responsável por fazer as coisas 
acontecerem: o empreendedor. 
Como surge o empreendedor? De onde vem a ideia de um negócio? Pois 
bem, como será abordado na sequência, o empreendedor é o agente que através 
de estudos analisa a viabilidade da sua ideia para colocá-la em prática (ou não, no 
caso de inviabilidade), e o Brasil, um país de dimensões e culturas continentais, é um 
terreno fértil para o desenvolvimento de novos negócios. 
Além das características geográficas e políticas encontradas no Brasil, as 
dificuldades no dia a dia exigem da população uma grande capacidade de 
inovação. De um lado as crises, o desemprego, a pressão pela redução de custos e 
a falta de uma administração pública eficiente pressionam o cidadão para que 
identifique novas alternativas para sobreviver e manter-se ativo no mercado de 
trabalho. Por outro lado, o acesso a novas
tecnologias da informação, as mudanças 
no comportamento e nos hábitos da população e o surgimento de novas 
necessidades de consumo favorecem a germinação de ideias e possibilidades que, 
após estudos e análises podem ser possibilidades atrativas para empreender. Assim, 
tanto os momentos de caos, quanto de prosperidade favorecem o surgimento do 
empreendedor, como foi apresentado na primeira unidade. 
A necessidade de criar algo “do nada”, explorar novos horizontes e dar vida a 
sua ideia tem estimulado os indivíduos a trilhar os seus próprios caminhos através da 
criação de um negócio onde ele mesmo seja o “patrão”. É comum que indivíduos 
que trabalharam mais de 30 anos em organizações só venham a se sentir realizados 
quando iniciam algo próprio, seja depois da aposentaria ou após uma demissão 
(voluntária ou não). 
A partir daí torna-se necessário bastante conhecimento, tanto de si mesmo 
quanto do mercado, pois a simples “paixão” pela ideia não garante o sucesso. É 
preciso iniciativa, disciplina, assumir riscos e buscar informações constantemente 
UNIDADE 
02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
acerca do mercado e concorrentes. 
 
 
 
Conforme Leite (2012), a manutenção do posto de trabalho é uma tarefa 
árdua, assim como são inúmeras as dificuldades para criar a própria empresa. 
Partindo deste ponto, o autor enumera seis pilares que garantem a nova maneira de 
se posicionar diante dessa situação: 
 Adequação ao novo papel. Esta é base do novo conceito de emprego 
onde o indivíduo deve exercer uma atividade que corresponda à sua 
vocação profissional, garantindo um trabalho mais motivado. 
 Competência profissional. É a constante necessidade de atualização para 
competir no mercado. 
 Idoneidade. É o que confere credibilidade à pessoa, tornando-a respeitável 
e valorizada. 
 Saúde física e mental. É necessária para o empreendedor suportar as 
tensões do dia-a-dia e conseguir realizar um bom trabalho, evitando um 
desgaste exagerado. 
 Recursos financeiros. É fundamental que as fontes de financiamento sejam 
compatíveis como o porte do empreendimento que pretende desenvolver. 
 Relacionamento. A capacidade de interação pessoal e profissional, através 
de um bom networking, pode ser uma ajuda preciosa para abrir portas. 
 
Além das características e habilidades necessárias ao empreendedor de 
sucesso (que serão apresentadas ao final do unidade) a literatura apresenta 
verdades que muitas vezes são confundidas com mitos veja (DORNELAS, 2019): 
 Sorte. Mais do que uma situação proveitosa, o empreendedor entende que a 
sorte é o encontro de uma oportunidade com sua capacidade de realização. 
O simples acaso que proporciona uma vantagem não é algo que o 
empreendedor pode contar, mas quando isso ocorrer ele deve estar preparado 
para aproveitar. É comum as pessoas dizerem que o empreendedor tem sorte, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
é verdade, mas tão importante quanto a sorte é ter a competência certa para 
poder aproveitar a oportunidade no momento e lugar que ela aparecer. 
 Fracasso. Os empreendedores não deixam de agir pelo medo de fracassar, pois 
estão preparados para a batalha e analisaram a maioria dos riscos que podem 
correr. Eles não querem se juntas às pessoas que perderam uma oportunidade 
por falta de coragem de tentar. 
 Paciência versus agilidade. A capacidade do empreendedor em controlar a 
ansiedade e dosar o ritmo do trabalho é um dos maiores desafios. Se a 
execução for lenta ou muito rápida ele pode perder o timing da oportunidade 
e não alcançar os objetivos estabelecidos. O aprendizado dessas questões virá 
com a experiência e o tempo, mas o desafio será uma constante no dia-a-dia 
do negócio. 
 Experiência. É o que permite ao empreendedor possuir o conhecimento e se 
tornar um multiplicador para toda a equipe. É comum que empreendedores 
jovens tenham grande potencial de inovar e sejam ousados, mas careçam de 
experiência, daí a importância de pessoas que já vivenciaram outras situações 
para guiar ou participar do time do empreendedor. Essa junção entre 
pensamentos e visões atua como um elemento de sinergia em toda a equipe. 
 “O homem não é uma ilha” (John Donne). Trata-se da necessidade de compor 
uma equipe, pois um negócio não pode ser o “exército de um homem só”. Por 
mais que o líder empreendedor seja respeitado por suas qualificações, sozinho, 
não se constrói o futuro do negócio. Enquanto estiver isolado do mundo e do 
mercado também estará afastado de pessoas que poderiam contribuir para o 
sucesso do seu negócio. 
 Modelos de referência. Trata-se de indivíduos que se destacaram pelo perfil 
empreendedor e se tornaram um exemplo a ser aprendido. Estes modelos 
podem ser empreendedores da sua cidade, região ou mesmo pessoas 
próximas, como amigos ou familiares que, através da condução do seu negócio 
exercem grande influência na maneira de pensar e agir do futuro 
empreendedor. As experiências transmitidas por essas pessoas inspiram e 
moldam o comportamento dos jovens, inspirando e validando positivamente as 
suas crenças e valores. 
 Perfil e influência do ambiente. A experiência de vida e convívio social 
influenciam na formação e aperfeiçoamento do perfil do empreendedor: a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
faculdade, família, empresa, amigos etc contribuem para esse 
amadurecimento. Tendo sido influenciado pelas experiências vividas e inserido 
em ambiente propício ao empreendedorismo, suas chances de prosperar 
aumentam significativamente. 
 Planejamento e resultados. O desenvolvimento de um Plano de Negócios formal 
é um elemento que reduz drasticamente as incertezas no desenvolvimento de 
uma nova empresa, por isso deve ser executado. No entanto, há casos em que 
a ideia e os objetivos se apresentem de certa forma obscuros e um Plano 
completo pode parecer impossível de ser elaborado, neste caso, ainda assim 
deve-se fazer um Planejamento Efectual, baseado nas possibilidades ou rumos 
que o negócio pode vir a seguir. A realidade é que a atividade do 
empreendedor, principalmente no início, é um caos controlado, com riscos 
calculados no maior nível de certeza possível, pois as possibilidades de sucesso 
são maiores quando há planejamento. 
 Sonhar acordado Sem sonho, não há negócio. O empreendedor sonha com a 
realização da sua empresa desde antes de implementá-la e deve continuar 
sonhando a cada momento durante o seu desenvolvimento, pois os sonhos 
motivam e antecipam ideias e soluções para eventuais problemas. O sonho não 
quer dizer colocar em prática qualquer ideia, mas é um exercício para estimular 
a criatividade, sem perder o alicerce da racionalidade. 
 Sua história é única. Embora o empreendedor possa ser uma figura de 
comportamento rotulado, cada experiência de empreender é única, pois é 
composta de facetas, desafios e momentos de vitória e derrota que ensinaram 
lições particulares somente ao sujeito que vivenciou a experiência. Por isso, mais 
que se comparar com outros empreendedores e tentar copiar o seu 
comportamento, deve-se construir uma personalidade empreendedora sólida 
e original, afinal, o ato de inovar deve ser único e fazer parte do seu legado 
como empreendedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
2.2 INTRAEMPREENDEDOR 
O termo empreendedor é normalmente associado ao indivíduo que 
vislumbrou uma oportunidade, estudou e analisou a sua viabilidade (financeira, 
técnica, operacional etc), coletou os recursos necessários e a implementou por 
conta própria, às vezes sem nem mesmo um sócio nos negócios, e obteve um sucesso 
individual. 
Além dessa perspectiva é possível encontrar indivíduos com características 
empreendedoras dentro das organizações, mas que não possuem os recursos ou a 
disposição para levar a sua própria ideia adiante, pois teriam que sair da empresa e 
não querem (ou podem) se arriscar em novos empreendimentos. Neste caso, existe 
a possibilidade
de empreender dentro da própria organização, tornando-se um 
intraempreendedor. 
O termo intraempreendedor, tradução livre do termo inglês intrapreneur, foi 
desenvolvido por Gifford Pinchot III, em 1978, e representa o indíviduo que é capaz 
de promover a inovação dentro de uma organização. Além disso, Pinchot descreve 
intraempreendedorismo como o uso, pela empresa, da criatividade dos 
colaboradores para desenvolver inovações para o negócio (HASHIMOTO, 2013). 
 Resumindo, o intraempreendedor é o indivíduo que consegue buscar 
oportunidades, desenvolver a sua ideia ou projeto inovador dentro dos limites da 
própria organização a qual faz parte, gerando novos negócios, produtos, serviços, 
tecnologias e estratégias que irão atender à organização favorecendo a sua postura 
competitiva e de negócios. 
 Uma diferença deve ser observada: o fato de empreender em uma 
organização é diferente de fazê-lo por conta própria (onde há maior autonomia de 
ações, riscos e resultados), uma vez que o processo empreendedor executado nas 
empresas estabelecidas, no papel de um colaborador, deve estar totalmente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
submetido aos objetivos do negócio e à estratégia adotada. 
Em relação à empresa, apoiar o intra-empreendedorismo é altamente 
vantajoso, uma vez que ela poderá: i) usufruir de novos projetos desenvolvidos por 
seus próprios colaboradores, aumentando ou desenvolvendo novas fontes de renda, 
ii) reter colaboradores com perfil empreendedor, de modo que não saiam da 
organização para empreender de forma individual e, por vezes, se tornar um 
concorrente da própria empresa e iii) economizar dinheiro com a implementação de 
soluções desenvolvidas internamente para eventuais problemas identificados, ao 
invés de adquiri-las no mercado. 
Do lado do funcionário, ao identificar oportunidades e se consolidar como um 
intraempreendedor, este certamente será mais responsabilizado pelos resultados que 
alcançar, uma vez que a empresa terá dispensado tempo e recursos (financeiros, 
mão de obra, tecnológicos, etc) para o atingimento dos objetivos vislumbrados. De 
forma geral, o intraempreendedor tende a assumir mais riscos e ser mais 
responsabilizado por seu trabalho do que um empregado convencional. Por outro 
lado, ele também se sentirá mais vitorioso com o resultado positivo do projeto, 
decorrente da sua elaboração e dedicação particular. 
Além disso, para obter benefícios com esta modalidade de 
empreendedorismo, as organizações devem estar dispostas e preparadas, através 
de uma estrutura que favoreça e permita ao colaborador buscar novas alternativas 
para os processos, realizar pequenos testes (sem perda de performance no resultado 
geral, ou parcial da empresa) e se expressar através da apresentação de ideias e 
oportunidades identificadas, uma vez que de nada adiantaria ao funcionário possuir 
características empreendedoras se a empresa não oferece espaço adequado para 
o seu desenvolvimento. 
Por fim, para que a cultura do intraempreendedorismo seja uma realidade nas 
organizações é necessário o engajamento da diretoria no sentido de oferecer 
ferramentas administrativas que possam estimular esta condição, seja através de 
trabalhos em equipe, seções de brainstorming (técnica para o desenvolvimento de 
ideias) ou incentivos (prêmios) à atuação empreendedora. De forma semelhante, 
Lemes Júnior e Pisa (2019, p. 41) afirmam que “atrair e manter intraempreendedores 
no quadro funcional vai depender da capacidade de oferecer um ambiente 
propício, o que implica ter uma cultura empreendedora já implantada ou em 
desenvolvimento”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
2.3 PERFIL EMPREENDEDOR: HABILIDADES E CARACTERÍSTICAS 
 
Embora o empreendedor seja considerado um elemento de transformação 
da própria vida e da comunidade através da construção de algo de valor para a 
sociedade (MARIANO; MAYER, 2011), ele não deve ser confundido como um 
indivíduo possuidor de características mágicas ou místicas, mas ao contrário, como 
alguém que detém habilidades que foram aprendidas e/ou desenvolvidas ao longo 
da vida e da sua experiência profissional, capacitando-o para a formação de uma 
visão privilegiada do mundo que o envolve, gerando alternativas inovadoras e 
coerentes à realidade das organizações e sociedade na qual está inserido. 
Como sabemos, o empreendedor possui habilidades e características que o 
permitem se destacar nos negócios através da identificação e desenvolvimento de 
oportunidades inovadoras e lucrativas, mas, lembre-se de que a simples posse de tais 
características por um indivíduo não o torna um empreendedor. Por exemplo, é 
comum encontrarmos bons administradores que possuem inúmeras dessas 
características mas que nem por isso são capazes de empreender. Ora, o fato de um 
administrador executar o seu trabalho com excelência não o torna 
automaticamente um empreendedor, haja vista que pode inexistir o “anseio dos 
empreendedores, por mais eficaz que ele seja em realizar o seu trabalho”, conforme 
ressalta Dornelas (2020, p. 17). 
 
https://bit.ly/39kF8xC
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
Apresentamos a seguir algumas das características que o empreendedor de 
sucesso deve possuir a fim de minimizar os riscos da sua jornada e obter sucesso nos 
negócios. Ressaltamos que de acordo com a natureza do empreendimento, 
mercado, conjuntura econômica e demais fatores que possam impactar na 
empresa, outras habilidades podem ser primordiais. 
 
Características dos empreendedores de sucesso: 
 Iniciativa. É comum ouvir a frase “eu já tinha pensado nisso!” vindo de 
alguém frustrado que acabou de ver a “sua ideia” sendo executada por 
outra pessoa. Com exceção de casos em que o executor obteve acesso a 
recursos que você não possuía (como tecnologia, investimentos ou mão de 
obra especializada), o fato de alguém implementar uma ideia que você já 
havia pensado pode ter sido fruto direto da sua falta de iniciativa. O 
empreendedor de sucesso não se contenta apenas com a fase das “ideias”, 
ele planeja, calcula e estuda a oportunidade analisando a sua viabilidade 
com disposição para colocá-la em prática, seja sozinho ou com a ajuda de 
investidores, quando for o caso. 
 Assumir Riscos. É comum o empreendedor ser confundindo com alguém que 
vive assumindo riscos e por isso “deu sorte na vida” (na verdade, a sorte 
pode ser um fator a ser considerado, mas ela vem de maneira igual para 
todos, não somente para o empreendedor). A capacidade do 
empreendedor em fazer uma leitura correta do ambiente, estudando e 
categorizando as variáveis que mais impactam no seu negócio através de 
análises imparciais é o que permite que ele acerte mais do que erre. Assim, 
o conhecimento dos elementos do ambientais que o cerca (e não somente 
a sorte) permite que o empreendedor assuma riscos que aos olhos de outras 
pessoas seja como “contar com a sorte”. 
https://bit.ly/3zm9MkH
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 Responsabilidade. Tanto nos casos que o indivíduo empreenda a sua própria 
ideia, quanto nos projetos dentro das empresas em que trabalham, o senso 
de responsabilidade (com as pessoas, recursos, investidores, etc.) é sempre 
uma constante que alavanca o empreendedor em busca de atingir 
resultados e dar o melhor de si. 
 Autoconfiança. Trata-se da capacidade do empreendedor em acreditar 
nas suas habilidades e no potencial da ideia. Para aqueles que não 
conhecem a dinâmica e o processo que levam ao empreendedorismo, a 
autoconfiança poderia ser confundida com um excesso de confiança 
infundado, o que não é verdade, pois a autoconfiança do empreendedor 
advém do conhecimento do negócio e do ambiente, o qual é adquirido 
através de estudos e análises imparciais e sérias. 
 Motivação. Quando perguntado por um repórter porque a invenção da 
lâmpada falhou 1000 vezes, Thomas Edson disse: “A lâmpada foi uma 
invenção composta de 1000 passos.
O sucesso é construído nas falhas, 
frustações e até mesmo catástrofes! ”. Certamente o grande Thomas Edson 
estava disposto descobrir a lâmpada e motivado pelo bem que isso faria 
para toda a humanidade, assim não permitiu que contratempos e tropeços 
o impedissem de atingir o seu objetivo. 
 Autocontrole. É comum que o empreendedor tenha um envolvimento mais 
próximo com o projeto do que seus colaboradores possam ter, o que é 
normal, uma vez que ele é o “pai” da ideia. No entanto, o empreendedor 
de sucesso sabe dosar as suas emoções e impulsos, não permitindo que uma 
atitude desnecessária (como a cobrança ríspida pelo atingimento dos 
objetivos que não foi alcançado em tempo) seja aplicada sobre a equipe. 
Ao contrário, ele tem entendimento de que o seu nível de envolvimento é 
maior e por isso deve saber motivar e auxiliar as pessoas para que possam 
atingir os objetivos propostos. 
 Disciplina. Muitas pessoas tem a falsa convicção de que ser um 
empreendedor dono de empresa é sinônimo de alto faturamento com 
menor trabalho, o que não é verdade, pois o empreendedor certamente é 
quem mais trabalha na equipe, seja por responsabilidade ou envolvimento 
com o projeto. A disciplina do empreendedor é essencial em qualquer 
projeto, de modo especial aqueles de longa duração, pois é através dela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
que os objetivos serão atingidos conforme descritos no planejamento, sem 
informalidades que podem levar a erros de percurso nem desvio de metas 
por comodidade. 
 Planejamento. Em um diálogo entre Alice e o gato no filme “Alice no País 
das Maravilhas”, o autor Lewis Carroll diz que “Se você não sabe onde quer 
ir, qualquer caminho serve”. O empreendedor de sucesso tem consciência 
dos seus objetivos e os meios para alcança-lo, de modo que jamais aceita 
trilhar quaisquer caminhos, por mais que sejam convenientes ou atrativos, 
mas que não o levam ao objetivo final. Desde o surgimento da ideia até a 
sua implementação o empreendedor sabe qual direção seguir, pois segue 
o planejamento do negócio, que deverá estar descrito no documento 
chamado Plano de Negócios, a ser tratado no unidade 6. 
 Atualização. Trata-se da busca constante por novos conhecimentos sobre o 
mercado no qual o empreendedor atua bem como o desenvolvimento de 
novas habilidades que possam se fazer necessárias para a condução dos 
trabalhos e liderança da equipe. 
 Visão empreendedora. Pode ser resumida como um conjunto sinérgico 
decorrente da soma das características apresentadas até aqui. Trata-se 
tanto de uma habilidade quanto uma característica, pois vem da soma de 
todo o conhecimento que o empreendedor adquiriu através de estudo, 
formações e capacitações, tanto relacionados ao negócio quanto do seu 
perfil comportamental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (IF-TO - Professor - Engenharia Química) Dentro do ambiente das organizações 
empresariais, existem diferenças entre o empreendedor e um administrador na sua 
forma de atuação. Considerando cinco (5) dimensões distintas de negócio, 
marque a alternativa que corresponde ao perfil de um empreendedor. 
 
a) I – Comprometimento dos recursos (mínima utilização em cada estágio). 
b) II – Controle dos recursos (habilidade no uso dos recursos). 
c) III – Estrutural gerencial (formal com respeito à hierarquia). 
d) IV – Orientação estratégica (dirigida pelos recursos atuais sob controle). 
e) V – Análise de oportunidades (revolucionário de longa duração). 
 
2. (FGV - 2013 - AL-MT - Analista de Sistemas - Organização, Sistema e Métodos – 
adaptado) Com relação ao perfil de empreendedores, assinale V para a 
afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
 
( ) Empreendedores já nascem com essa característica. 
( ) Tudo que os empreendedores precisam para serem bem sucedidos é dinheiro e 
ideia. 
( ) Os empreendedores estão dispostos a correr riscos calculados. 
 
As afirmativas são, respectivamente, 
 
a) F, F e V. 
b) V, F e F. 
c) F, V e V. 
d) F, V e F. 
e) V, V e F. 
 
3. (FGV - AL - MT - Analista de Sistemas - Organização, Sistema e Métodos) O termo 
intraempreendedor é utilizado para designar um empreendedor que: 
 
a) Atua em uma organização já existente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
b) Dá prioridade às relações interpessoais na organização. 
c) Lidera a criação de uma nova organização. 
d) É um dos empreendedores de um grupo que pretende criar uma nova start‐up. 
e) Tem experiência anterior na área de negócios em estudo. 
 
4. (IBADE - SEDUC-RO - Analista Educacional – Administrador) O empreendedor de 
sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, alguns 
atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, 
permitem o nascimento de uma nova empresa. A característica dos 
empreendedores que os fazem atropelar as adversidades, cultivando um certo 
inconformismo diante da rotina e implementando suas ações com total 
comprometimento, pode ser descrita da seguinte forma: 
 
a) São visionários. 
b) Sabem tornar decisões. 
c) São determinados e dinâmicos. 
d) São formadores de equipes. 
e) Assumem riscos calculados. 
 
5. (FGV - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Um diretor 
de uma empresa declarou que a maior parte do seu tempo é dedicada à 
identificação e ao desenvolvimento de novos projetos de negócio. 
 
O diretor desempenha, destacadamente, um papel: 
 
a) Decisório, de empreendedor; 
b) Informacional, de monitor; 
c) Decisório, de administrador de recursos; 
d) Interpessoal, de líder; 
e) Informacional, de disseminador. 
 
6. (UFCA – Administrador) Evandro considera-se um empreendedor nato. Durante a 
última reunião de planejamento na Organização em que atua, solicitou permissão 
ao seu superior para apresentar um projeto de mudança: a criação de um site de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
divulgações, para aumentar o acesso de novos públicos à Organização. Ele 
defendeu a sua ideia, apresentando no projeto uma planilha de custos, afirmando 
que se não funcionasse, cobriria as despesas. São características deste 
empreendedor: 
 
a) Vaidade e autoconfiança. 
b) Auto confiança e ambição demasiada. 
c) Disposição para assumir riscos e necessidade de realização. 
d) Domínio de problemas e crença nas pesquisas de mercado. 
e) Necessidade de realização e mais poder. 
 
7. (Universidade de Santo Amaro – adaptado) Basta conversar com um 
empreendedor que rapidamente se percebe que ele possui uma elevada carga 
horário de trabalho, ainda mais quando o seu negócio está no início. A verdade é 
que para empreender é preciso gostar de desafios, ter um perfil adequado e 
possuir características “especiais”, no entanto, estas características e o perfil 
podem ser criados/moldados através de esforço e controle. 
 
Avalie e decida quanto aos termos que completam o parágrafo: 
 
Os conceitos de Empreendedorismo, __________, _________ se cruzam, pois um 
dos desafios _____________ das empresas, de qualquer porte, é conseguir uma 
capacidade permanente de inovação, ou seja, mudanças, que possibilitem a 
procura de novas____________ e desenvolvimento de novos modelos de negócio. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
a) Inovação; Liderança; Estratégicos; Oportunidades. 
b) Estratégia; Negócios; Primordiais; Oportunidades. 
c) Liderança; Inovação; Suplementares; Parcerias. 
d) Parceria; Competitividade; Inovadores; Parcerias. 
e) Líder; Liderado; Inovadores; Estratégias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
8. (COSEAC - Prefeitura de Maricá - RJ - Agente Administrativo) O empreendedor de 
sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, alguns 
atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, 
permitem o nascimento de uma nova empresa. Em relação às características dos 
empreendedores de sucesso,
avalie se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as 
afirmativas: 
 
I. Ficar rico sempre é o principal objetivo dos empreendedores, pois o dinheiro é 
uma consequência do sucesso nos negócios. 
II. Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam 
no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades 
de classe. 
III. Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, 
financeiros e tecnológicos, de forma passional, procurando o melhor 
desempenho para o negócio. 
 
As afirmativas I, II e III são, respectivamente: 
 
a) V, V e V. 
b) F, F e V. 
c) F, V e F. 
d) V, F e F. 
e) V, V e F. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
 
 
 
3.1 A CRIATIVIDADE E O EMPREENDEDOR 
O empreendedor se caracteriza por ser um agente de mudanças no ambiente 
em que vive pois é capaz de sintetizar ideias onde os outros nada veem e transformá-
las em oportunidades sustentáveis de negócios. 
Além das habilidades e características que se espera encontrar no perfil do 
empreendedor, apresentadas no unidade anterior, a criatividade deve ser uma 
constante na sua vida, tanto na esfera pessoal quanto profissional. 
A criatividade é o que permite ao empreendedor “pensar fora da caixa”, ou 
seja, buscar alternativas inéditas ao invés de se apegar às respostas triviais e óbvias 
para as dificuldades do dia a dia. Há casos também em que dificilmente se 
concebem soluções para os problemas, como por exemplo, as obras faraónicas, no 
Egito ou na América Central, como foram construídas sem maquinário, utilizando 
somente a força do homem? E as pedras com centenas de toneladas de 
Stonehenge, ou as estátuas da Ilha de Páscoa? Certamente soluções criativas foram 
desenvolvidas para que se pudesse atingir o objetivo inédito proposto. 
Neste ponto é importante distinguir entre inovação e criatividade. Mariano e 
Mayer (2011, p. 129) explicam que “enquanto a criatividade é o processo de gerar 
ideias e pensar coisas novas, a inovação é o processo de transformar ideias em 
produtos, processos ou serviços que tenham valor para a sociedade”. Conclui-se, 
portanto, que a criatividade é o insumo fundamental para a concepção de ideias, 
que por sua vez são a base para a inovação. 
A inconformidade do indivíduo com uma rotina estéril muitas vezes 
encontrada nas organizações pode desencadear um processo de busca por 
alternativas que transformem um processo amorfo em algo mais satisfatório para o 
funcionário e rentável para a empresa. Aí está a importância da criatividade para o 
ser humano, enquanto um ser único, como também para um elemento do sistema 
organizacional. 
Os mesmos fatores que levaram ao surgimento do empreendedorismo podem 
ser elencados como elementos que favorecem, ou impõem, a criatividade. A 
UNIDADE 
03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
necessidade de redução de custos, o aumento da concorrência, as mudanças nos 
hábitos dos consumidores ou novas tendências de mercado levam as organizações 
a agirem de maneira proativa a fim de evitarem perdas financeiras. 
 
 
 
3.2 O PROCESSO CRIATIVO NAS ORGANIZAÇÕES 
Se por um lado o processo criativo deve ser entendido e posto em prática pelo 
empreendedor, é necessário também que as organizações forneçam um terreno 
fértil para permitir que este potencial seja explorado e ampliado. Vale lembrar que a 
criatividade nada tem a ver com idade, grau hierárquico ou escolaridade, mas deve 
ser uma constante, incentivada e arraigada na própria cultura da empresa. 
Empresas do Vale do Silício, como o Google, pioneiro neste conceito, 
apostaram em estruturas físicas e de layout que favoreçam a criatividade. E o modelo 
deu tão certo que passou a ser copiado por todo o mundo, tanto em grandes quanto 
em pequenas empresas. A base do conceito de criatividade para o Google é que 
oferecer amplos espaços com layout diversificado (colorido, dinâmico, 
descontraído), áreas de lazer e ambientes com acesso à natureza favorece o 
processo criativo e de inovação nos seus colaboradores. 
 Além do ambiente em si, é necessário que a empresa saiba como 
estimular no dia a dia a criatividade de seus colaboradores. Kuazaqui (2006) 
apresenta algumas maneiras para favorecer a criação e manifestação do 
comportamento criativo: 
 Brainstorming. Traduzindo de forma literal quer dizer “Tempestade no 
Cérebro” e seu objetivo é utilizar a informalidade e espontaneidade dos 
participantes para identificar alternativas, ideias ou opiniões acerca do 
problema proposto. Nesta técnica não existem parâmetros de pré-
https://bit.ly/2VUqavd
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
julgamento nem censura, o importante é a geração do maior número 
possível de alternativas para que sejam melhor analisadas posteriormente. 
 Grupos de Trabalho. De forma semelhante ao brainstorming, esta técnica 
visa obter o maior número de ideias que possam solucionar o problema, a 
diferença é que funcionários de outros setores são convidados a participar, 
pois acredita-se que sem a responsabilidade e o stress do envolvimento 
direto esses colabores possam apresentar soluções criativas que os membros 
titulares podem não ter percebido. 
 Núcleos Criativos. O objetivo da técnica é reunir colaboradores lotados nas 
diversas áreas da empresa e já reconhecidos por sua criatividade a fim de 
identificar potenciais melhorias em processos já desenvolvidos como um 
todo. Aqui, percebemos que o processo criativo é uma constante e pode 
ser aprimorado, ao invés de ser requerido apenas em momentos de crise. 
 
 
 
3.3 A BUSCA PELA IDEIA 
Muitas pessoas afirmam ter disposição para empreender e alavancar um 
negócio próprio, possuem capital e são detentores de importantes características 
dos empreendedores, no entanto, o que falta é justamente o mais importante: uma 
boa ideia! 
A busca por uma ideia valiosa para investir e desenvolver uma empresa tem 
consumido muito dos potenciais empreendedores, que desperdiçam força e recursos 
com alternativas que não foram estudadas nem validadas da maneira correta 
(quando o são), e que infelizmente, em pouco tempo se mostram inviáveis, causando 
a extinção da empresa. 
Serão apresentados a seguir alguns fatores que dificultam e impedem a busca 
por ideias adequadas de negócios, contribuindo para um investimento prematuro e 
sem solidez: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 Posse de capital extra. É comum que os indivíduos ao receberem um recurso 
financeiro extra (como o FGTS ou uma herança) busquem alternativas 
rápidas para reinvestirem o recurso, causando aflição e negligenciando 
uma boa análise do que pode ser ou não adequado ao mercado em 
questão. 
 Ociosidade. Não é incomum que um longo período de ociosidade possa 
interromper o processo de busca por ideias e se inicie uma empresa com “a 
primeira ideia” que surgir, sem analisar eventuais alternativas para o 
investimento. 
 Falta de conhecimento de técnicas de validação. Embora o ensino do 
empreendedorismo reforce a importância do processo de validação de 
uma ideia, ainda existem pessoas que por falta de conhecimento ou por 
não dar o devido crédito ao assunto deixam de estudar a aplicabilidade de 
uma nova ideia e dão início à sua aplicação prematura, tendo o fracasso 
como uma possibilidade real de consequência. 
 Necessidade de obter recursos. Neste caso, a busca pela sobrevivência é 
que guia o investimento, ou seja, a avidez por gerar receita faz com que 
sejam gastos recursos e energia em ideias que surgiram mais facilmente, 
negligenciando o processo de geração de alternativas que poderiam 
resultar em uma opção mais rentável e promissora. 
 Falta de oportunidades de identificação. Como mencionado anteriormente, 
a identificação de uma ideia é o item mais importante no processo de 
empreender (pois sem a ideia não há empresa). A questão, neste caso, é 
que muitos indivíduos podem não ter acesso ao conhecimento
necessário 
ou aos lugares (feiras, exposições etc) onde poderiam identificar ideias para 
desenvolverem seu negócio. 
 
3.3.1 Fontes de novas ideias 
Os empreendedores estão sempre atentos às possibilidades de negócios, não 
se acomodam com a realidade e por isso vivem “antenados” com as novidades, 
buscando oportunidades de mercado para si e para o bem da sociedade. 
Para criar um ambiente fértil que favoreça o surgimento de ideias o 
empreendedor está continuamente buscando novas informações e conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
Existem diversas fontes de novas ideias, seja no dia a dia através de revistas ou 
programas de televisão que o empreendedor já está acostumado, através de 
conversas com amigos, acompanhando o momento econômico vivido por sua 
região ou até mesmo em insights, que são frutos da sua capacidade de análise e 
conclusão. De forma parecida, experiências já vivenciadas por ele ou por outras 
pessoas, da sua região ou de outro lugar, podem também servir de estímulo para 
encontrar uma nova ideia a ser analisada. 
Agora que você já sabe da importância de uma boa ideia para iniciar um 
empreendimento serão apresentadas maneiras para buscar possibilidades de 
negócios, mas lembre-se: mesmo ideias que já deram certo em outros lugares ou 
franquias que se mostram atrativas devem ser muito bem analisadas de acordo com 
o perfil do empreendedor e as variáveis que são encontradas no local onde se quer 
desenvolver a empresa (mão de obra, canais de distribuição, etc.). A importância 
desta análise será apresentada com detalhes no unidade 6, sobre o Plano de 
Negócios. 
Além da experiência pessoal, Dornelas (2018) apresenta as seguintes fontes de 
novas ideias: 
 Manter contato com pessoas de diferentes idades e níveis sociais, 
abordando temas diferenciados, permitindo que surjam ideias para atender 
nichos específicos de mercado. 
 Pesquisar patentes ou licenciamento de produtos, que poderão guiar a 
estratégia da empresa no setor que deseja atuar. 
 Estar atento aos acontecimentos sociais na sua região, como o surgimento 
de novos hábitos dos consumidores ou mudança nas tendências e 
preferências da população. Como exemplos de algumas mudanças 
podemos lembrar o setor de petshop, kids, alimentação, fitness e também o 
aumento da expectativa de vida dos mais velhos. 
 Visitar eventos focados no empreendedorismo e empresariado (entidades 
de classe), exposições, feiras de negócios etc. 
 Participar de congressos, reuniões de negócios abertas ao público 
consumidor e conferências setoriais. 
 
Salim e Silva (2010) também apresentam fontes de ideias para os 
empreendedores: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 Pesquisa em geral. O empreendedor deve estar atendo ao que está 
acontecendo no mercado e buscando comparações com estudos 
desenvolvidos academicamente. Essa busca pode ser realizada tanto de 
modo individual como através de centros de pesquisa. 
 Capacidade de observação. Esta habilidade permite analisar o grau de 
satisfação das pessoas com os produtos e serviços existentes. 
 Experiência no emprego. A própria experiência profissional do indivíduo 
pode fornecer insights e gerar ideias a serem analisadas. 
 Crise econômica. Podem alavancar o processo de geração de ideias do 
empreendedor em decorrência de mudanças na conjuntura econômica. 
 Experiência como consumidor. Necessidades não atendias (ou mal 
atendidas) podem levar o empreendedor a desenvolver ideias para 
satisfazer tais necessidades. 
 Cópia de outras ideias. Negócios de sucesso em outras localidades 
oferecem ideias que, após analisadas e validadas para a realidade local, 
podem ser implementadas. 
 
A partir da vivência das situações apresentadas é possível que o 
empreendedor possua um bom leque de alternativas a serem analisadas. É 
importante lembrar que nenhuma ideia deve ser descartada inicialmente, afinal, 
somente um bom estudo poderá identificar qual delas poderá ser a grande 
oportunidade de negócio que está sendo buscada. 
 
 
 
3.4 OPORTUNIDADES 
Após a listagem das possibilidades de negócio identificadas é comum surgir 
um ímpeto para colocar “a mão na massa” e implementar a ideia que parece mais 
atrativa. No entanto, este é um dos momentos em que os empreendedores mais 
caem em armadilhas, pois deixam de analisar o real potencial de cada opção. 
https://bit.ly/3tSCeJO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
A fase seguinte à identificação de ideias de negócios é a análise da 
atratividade de cada uma delas, ou seja, qual representa uma real oportunidade de 
negócio, tomando como base as suas características intrínsecas, como os 
diferenciais, o público que se deseja atingir, o acesso aos canais de distribuição, a 
exigência de recursos financeiros, de mão de obra etc. 
Lembre-se também que o nível de conhecimento e afinidade pessoal com a 
ideia deve ser levadas em consideração, uma vez que o real empreendedor é 
apaixonado por sua ideia, o que o torna o principal responsável pelo crescimento e 
sucesso da empresa. Não estamos afirmando que ele deve saber tudo sobre o 
assunto, uma vez que certamente novos conhecimentos e informações serão 
necessários, mas uma boa afinidade torna o trabalho mais agradável e prazeroso, 
proporcionando ao empreendedor aplicar ao máximo o seus conhecimentos, 
habilidades e paixão no negócio. 
Por outro lado, abraçar uma ideia tendo por base exclusivamente o seu 
potencial de mercado, sem que exista um bom nível de afinidade possivelmente 
transformará o potencial empreendedor em um investidor capitalista, no sentido 
estreito da palavra. 
 
3.4.1 Reconhecendo uma oportunidade 
Tendo relacionado uma lista de ideias inicia-se o momento de realizar uma 
pré-análise das alternativas. Conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2014), o plano de 
verificação do potencial de uma ideia é diferente de um Plano de Negócios, pois: 
 É menos abrangente. 
 Tem por foco a oportunidade, não o empreendimento como um todo. 
 É menos detalhado, exigindo menos recursos tecnológicos para análises. 
 É utilizado para a tomada de decisão, seja de descartar a oportunidade ou 
aprofundar os estudos através do Plano de Negócios. 
 
É necessário lembrar que, mesmo sendo um estudo reduzido em relação ao 
Plano de Negócios, a análise de oportunidades deve ser conduzida com rigor e 
imparcialidade, já que o resultado desta etapa poderá direcionar o futuro da 
organização ou projeto. 
Hisrich, Peters e Shepherd (2014) sugerem ainda quatro etapas para a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
avaliação de oportunidades, assim divididas: 
A primeira etapa analisa especificamente o produto e a sua relação com 
substitutos e concorrentes, envolvendo: 
 Descrição do produto ou serviço e a sua eventual atratividade no o 
mercado. 
 Características específicas do produto ou serviço e uma relação dos 
produtos substitutos bem como das empresas concorrentes que atendem 
essa necessidade. 
 
A segunda etapa enfoca o mercado onde a empresa irá atuar, 
contemplando: 
 A necessidade de mercado atendida e as condições sociais dessa 
necessidade. 
 Análises, estudos setoriais ou pesquisas mercadológicas que apresentem 
indicadores sobre a necessidade a ser atendida. 
 Características gerais como dimensões, tendências e índice de crescimento 
do mercado. 
 
A terceira etapa busca responder questões relacionados ao empreendedor e 
a equipe administrativa: 
 Por que essa oportunidade se mostra envolvente a todos e como ela se 
encaixa no seu perfil pessoal e profissional? 
 Identificar as principais habilidades da equipe e quais são necessárias para 
desenvolvimento do projeto? Existem outras pessoas que possuam tais 
habilidades? 
 
Por fim, a quarta etapa procura responder questões relacionadas à cronologia 
para realizar o lançamento do produto ou serviço, transformando-a de algo abstrato 
a um negócio viável: 
 Identificar as etapas e

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