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Micologia Clínica

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ATIVIDADE 2AF: MICOLOGIA CLÍNICA 
Aluno: Lucas de Jesus Silva 
 
 
1. Quais as diferenças entre leveduras e fungos filamentosos? 
 
Os fungos podem ser classificados de acordo com a sua morfologia em: leveduras e 
fungos filamentosos. As leveduras são definidas morfologicamente como seres 
unicelulares eucariontes que se reproduzem por brotamento ou fissão. Elas se se 
reproduzem produzindo colônias redondas, pastosas ou mucoides em ágar. Já os 
fungos filamentosos são organismos multicelulares formado por estruturas tubulares 
denominadas de hifas, podendo ser cenocíticas (quando apresenta poucos septos) ou 
septadas (quando apresenta muitas paredes transversais). As colônias de fungos 
filamentosos são filamentosas, aveludadas ou algodonosas. 
 
2. O que são fungos demáceos? E quais vantagens esses fungos apresentam sobre 
os demais? 
 
Fungos demáceos são encontrados na natureza e possuem como característica a 
presença de melanina, responsável pela pigmentação escura de seus esporos e 
conídios. Essa coloração escurecida parece ser um fator de virulência. Esses fungos 
podem ser divididos em três grupos: Macroconídios produzidos e divididos por septos 
longitudinais e transversais; Macroconídios produzidos e divididos por septos 
unicamente transversais; somente microconídios. Mais de cem espécies e sessenta 
gêneros destes fungos estão implicados em um amplo espectro de infecções humanas. 
Dentra as vantagens em relações a outros tipos de fungos temos a sua plasticidade 
morfológica, incrustação da parede celular com melaninas e a presença de outras 
substâncias protetoras que funcionam como adaptações que conferem a estes fungos 
elevada resistência a ambientes inóspitos e desfavoráveis a outras espécies, em 
particular a exposição à radiação solar. 
 
3. Se existem tantos fungos no ambiente, por que não nos infectamos o tempo 
inteiro? 
 
Isso se deve, em partes, ao baixo espectro de espécies fúngicas com potencial virulento 
para os seres humanos. Em geral, indivíduos saldáveis e imunocompetentes 
apresentam alta resistência contra infecções fúngicas, ativando imediatamente a 
imunidade inata. Logo, essas espécies de fungos patogênicos só estabelecem uma 
infecção se houver rompimento da barreira inespecífica (pele e mucosas) ou se houver 
falha no sistema imune do indivíduo. Dessa forma, a ocorrência de infecções fúngicas 
podem ser atribuídas principalmente a indivíduos imunossuprimidos, transplantados, 
portadores de AIDS, pacientes em tratamento com quimioterapia ou com outros tipos 
de doenças graves e imunossupressoras, além disso a desregulação da microbiota 
humana pode favorecer a proliferação patológica de fungos que em equilíbrio poderia 
não causar mau. 
 
 
 
 
4. O que são esporos fúngicos e qual sua importância para as infecções 
hospitalares? 
 
Esporos fúngicos são estruturas especializadas e com valor de sobrevida ampliado 
responsável por promover resistência a condições adversas ou auxiliar na sua 
dispersão. A formação desses esporos pode ocorrer por reprodução assexuada ou 
sexuada. Sabe-se que ambientes fechados e com pouca circulação de ar podem 
funcionar como grandes reservatórios de microrganismos, principalmente de suas 
formas espóricas, que conferem elevada resistência a esses ambientes, mas quando 
esses esporos encontram um ambiente favorável com umidade, nutrientes e 
temperatura adequada, também facilmente encontrado em ambientes hospitalares, eles 
podem se proliferar e contaminar os pacientes. Logo, as características oportunistas dos 
fungos e de seus esporos se tornam responsáveis por surtos de infecções hospitalares, 
muitas delas de alta letalidade, principalmente em pacientes com baixa imunidade. 
 
5. Descreva brevemente os tipos de micoses abaixo, citando os locais afetados, 
sinais e sintomas, as principais espécies fúngicas envolvidas e as formas de 
transmissão 
 
1. Micose superficial: São infecções limitadas a superfície da pele e dos pelos, não 
são infecções destrutivas a apresentam apenas importância cosmética. A pitiríase 
versicolor caracteriza-se pela descoloração ou despigmentação e descamação da 
pele. Já a tinea nigra se caracteriza por manchas pigmentadas em castanho ou 
negro, localizadas principalmente nas palmas das mãos. As principais espécies 
fúngicas envolvidas nessa micose são: Malassezia spp., Hortae weneckii, Piedraia 
hortae e Trichosporon spp. 
 
2. Micose cutâneas: São infecções da camada queratinizada da pele, pelos e unhas. 
Essas infecções podem provocar uma resposta imune do hospedeiro e se tornar 
sintomática, podendo ocasionar prurido, descamação, pelos tonsurados, lesões 
arredondadas e opacas. Algumas espécies que podem causar esse tipo de micose 
são: Dermatófitos (Trichophyton, Epidermophyton e Microporum); Candida e 
Aspergillus spp. 
 
3. Micose subcutâneas: São infecções que envolvem a camada mais profunda da 
pele, incluindo a córnea, músculos e tecido conjuntivo. Os fungos atingem essas 
camadas geralmente por inoculação traumática e permanecem na região, causando 
úlceras e abscessos de difícil cicatrização. Podem ser causados por Acremonium 
spp., Fusarium spp., Cladosporium spp., e Exophila spp. 
 
4. Micose sistêmicas: São infecções causadas por fungos dimórficos como: H. 
capsulatum, B. dermatitidis, Emmonsia posteuriana, Coccidioides immitis e outros. 
Eles apresentam como porta de entrada o trato respiratório e podem disseminar para 
todo o organismo. 
 
5. Micose oportunistas: São infecções causadas por fungos encontrados comumente 
na microbiota normal do indivíduo. Esses organismos apresentam baixa virulência e 
causam infecções em indivíduo debilitados, imunossuprimidos ou com disbiose. Os 
fungos que causam as micoses oportunistas estão presentes no ambiente. A 
principal porta de entrada desses agentes no organismo humano é a via inalatória, 
de onde podem ser eliminados sem ocasionar doença em indivíduos 
imunocompetentes. Não é comum a transmissão de fungos entre indivíduos. 
6. O que são micotoxinas? Cite duas e descreva o fungo produtor, o alimento que 
ela pode ser encontrada e as alterações causadas por elas no corpo humano 
 
Micotoxinas são metabólitos tóxicos secundários produzidos por fungos filamentosos, 
são substâncias venenosas produzidas pelos fungos que podem causar intoxicação e 
lesões agudas ou crônicas, e seus efeitos não dependem da infecção nem da viabilidade 
do fungo. As principais micotoxinas de ocorrência em grãos e subprodutos utilizados na 
nutrição animal no Brasil são: aflatoxinas, citrinina, fumonisinas, zearalenona, 
tricotecenos e ocratoxina. A aflatoxina é produzida principalmente pelo fungo Aspergillus 
flavus, sendo bastante frequente em amendoim, castanhas, nozes, milho e outros tipos 
de cerais. As alterações causadas pela aflatoxina incluem efeitos hepatotóxico, 
nefrotóxico e carcinogênico, além de: vômitos; diarreia; febre; alergias; dor abdominal e 
de cabeça e baixa imunidade. As ocratoxinas são produzidas por fungos Aspergillus 
spp. e Penicillium spp. Essas micotoxinas podem ser encontradas em cereais, café e 
pão. Apresenta principalmente efeito nefrotóxicos, sendo vinculada à nefro-patia. A 
ocratoxina A é a mais frequente e a mais tóxica, apresentando efeitos nefrotóxicos, 
imunossupressores, carcinogênicos e teratogênicos.

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