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casos concretos 1 ao 5 de civil lll

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Caso concreto do 1 ao 5
Caso concreto 1 
Diante da teoria geral dos contratos e o diálogo existente entre as fontes jurídicas, aborde, fundamentadamente, a realidade dos contratos de plano de saúde, apresentando sua natureza jurídica e elementos característicos ? 
R: Se caracteriza como um contrato de adesão bilateral, pois existe a reciprocidade das obrigações assumidas
pelas partes, já que quem contrata fará o pagamento e a empresa que ofertou o plano, mediante o pagamento, 
deverá prestar o serviço necessário. É um contrato típico de natureza consumerista
DOUTRINA 
O contrato é, portanto, negócio jurídico considerado aqui, pelo critério estrutural, como sendo “todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre ele incide” (Azevedo, 2002, p. 16). O contrato é espécie de negócio jurídico em cuja formação exigirá a manifestação de duas ou mais partes (bilaterais ou plurilaterais).
 Livro didático da Direito Civil lll – página 17 
	
	0092020-10.2020.8.19.0000  - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
	Ementa sem formatação
	1ª Ementa
	Des(a). TERESA DE ANDRADE CASTRO NEVES - Julgamento: 22/04/2021 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. CANCELAMENTO PELO EX-EMPREGADOR. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO. AUTOR ADIMPLENTE. Para a concessão da tutela provisória de urgência é necessário que estejam presentes os seus requisitos autorizadores (art. 300 do CPC/2015), quais sejam elementos que evidenciem a probabilidade do direito, perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo e reversibilidade dos efeitos da decisão. Em se tratando de contratação de plano privado de assistência à saúde coletivo empresarial, entendido como aquele que oferece cobertura da atenção prestada à população delimitada e vinculada à pessoa jurídica por relação empregatícia ou estatutária, as regras de suspensão e rescisão estão dispostas na Resolução normativa 195/2009 da ANS, que prevê no parágrafo único do art. 17 que os contratos de planos privados de assistência à saúde coletivos por adesão ou empresarial somente poderão ser rescindidos imotivadamente após a vigência do período de doze meses e mediante prévia notificação da outra parte com antecedência mínima de sessenta dias. O autor narra na inicial que sua mulher tinha uma cirurgia emergencial marcada para o dia 07/10/2019, quando recebeu ligação da médica informando que a cirurgia não poderia ser realizada pela negativa do plano, que comprovadamente estava sendo pago pelo Autor. Foi ao entrar em contato com o plano que este soube do cancelamento unilateral. Agravado comprovou o pagamento do plano e a urgência está demonstrada pela necessidade que teve de atendimento médico e foi neste momento que teve conhecimento do cancelamento do plano. A decisão agravada deve ser mantida, pois prestigia o direito à saúde do Agravado, que está adimplente e a suspensão do plano põe em risco sua saúde e de seus dependentes. Aplicação do enunciado nº 59 da súmula desta Corte. Decisão mantida. DESPROVIMENTO DO RECURSO.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 22/04/2021 - Data de Publicação: 26/04/2021 (*) 
	 
Caso concreto 2
(FGV/OAB 2010.2/Adaptada) Durante dez anos, empregados de uma fabricante de extrato de tomate distribuíram, gratuitamente, sementes de tomate entre agricultores de uma certa região. A cada ano, os empregados da fabricante procuravam os agricultores, na época da colheita, para adquirir a safra produzida. No ano de 2009, a fabricante distribuiu as sementes, como sempre fazia, mas não retornou para adquirir a safra. Procurada pelos agricultores, a fabricante recusou-se a efetuar a compra. O tribunal competente entendeu que havia responsabilidade pré- contratual da fabricante. Explique o que significa a responsabilidade pré- contratual, fundamentando se a decisão do tribunal foi acertada
R: A responsabilidade pré-contratual é aquela relativa as negociações preliminares para o fechamento de um contrato. Assim mesmo não havendo ainda o contrato propriamente dito, a boa-fé objetiva deve ser observada, exigindo-se das partes que procedam com dignidade e honradez. Dessa forma deriva da violação a boa-fé objetiva na fase das 
negociações preliminares a forma de contrato. 
 
 Doutrina 
Na visão Pós-Moderna (ou Contemporânea) o contrato deve ser pensado a partir das noções de solidariedade, o que não exclui, frise-se, sua função econômica. Segundo Paulo Nalin (2002, p. 255) o contrato deve ser compreendido como “uma relação jurídica subjetiva, anucleada pela solidariedade constitucional, destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares da relação, como também perante terceiros”. O contrato, passa a ser compreendido como complexo de atos econômicos e sociais que geram efeitos não só entre as partes contratantes, mas também geram reflexos no meio social.
Sob a perspectiva civil-constitucional o contrato passa a ser pensado a partir das noções de função social e boa-fé; de dignidade da pessoa humana (art. 1o., III, CF); de solidariedade (art. 3o., I, CF) o que exige não apenas a análise da vontade exteriorizada, mas também dos impactos dessa manifestação no meio social e com relação a terceiros. “Torna-se assim visível um duplo sentido do contrato, como acordo e como relação” (José de O. Ascensão, 2008, p. 102).
 Livro didático da Direito Civil lll – página 15
		
	
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	0077012-90.2020.8.19.0000  - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
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	1ª Ementa
	Des(a). MILTON FERNANDES DE SOUZA - Julgamento: 26/01/2021 - DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. CABIMENTO. TAXATIVIDADE MITIGADA. CONTRATO DE FRANQUIA. FORO DE ELEIÇÃO. HIPOSSUFICIÊNCIA. PREJUÍZO AO ACESSO À JUSTIÇA. COMPROVAÇÃO. 1- Declínio de competência em caso de cláusula de eleição de foro em contrato de franquia. 2- O art. 1.015 e seu parágrafo único do CPC/2015 estabelece um rol de hipóteses para o cabimento de agravo de instrumento, dentre as quais não se encontra a hipótese. 3- Contudo, o Superior Tribunal de Justiça no bojo do REsp 1704520/MT, afetado ao regime dos recursos repetitivos, fixou a tese segundo a qual "o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. " 4- Considerando que o não conhecimento do presente recurso importaria na inutilidade do julgamento da questão em apelação, porquanto o declínio poderia permitir o trâmite processual em juízo incompetente, verifica-se a urgência necessária a análise neste momento processual. 5- Nos contratos de franquia, as cláusulas e condições são previamente redigidas, a fim de que todos os ajustes ocorram de forma idêntica entre todos os franqueados. 6- A Primeira Turma do Egrégio STJ, no acórdão proferido no AgRg no Ag 746.597/RJ, afirmou que o franchising, em sua natureza jurídica, é "contrato típico, misto, bilateral, de prestações recíprocas e sucessivas com o fim de se possibilitar a distribuição, industrialização ou comercialização de produtos, mercadorias ou prestação de serviços, nos moldes e forma previstos em contrato de adesão" (Adalberto Simão Filho. Franchising., São Paulo:, 3ª ed., Atlas, 1998, págs. 36/42). 7- E, na esteira da jurisprudência do E. STJ "a cláusula de eleição de foro inserta em contrato de adesão é, em princípio, válida e eficaz, salvo se verificada a hipossuficiência do aderente, inviabilizando, por conseguinte, seu acesso ao Poder Judiciário" (AgRg no REsp n. 1.220.273/PI, Relator Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 19/9/2013, DJe 26/9/2013). 8- Verificada a hipossuficiência, o desequilíbrio contratual,além da dificuldade de acesso à justiça em outro Estado, afigura-se ilegítima a cláusula de eleição de foro, sob pena de afronta ao direito de acesso à justiça previsto no art. 5º, inciso XXXV, da CF.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 26/01/2021 - Data de Publicação: 28/01/2021 (*) 
	 
Caso concreto 3 
(FGV ? OAB ? 2012.3 ? Adaptada) Em 12.09.12, Sílvio adquiriu de Maurício, por contrato particular de compra e venda, um automóvel, ano 2011, por R$ 34.000,00 (trinta e quatro mil reais). Vinte dias após a celebração do negócio, Sílvio tomou conhecimento que o veículo apresentava avarias na suspensão dianteira, tornando seu uso impróprio pela ausência de segurança. Considerando que o vício apontado existia ao tempo da contratação, de acordo com a hipótese acima e as regras de direito civil, o que poderá Silvio requerer de Maurício?
R: Restituição do valor recebido e despesas decorrentes do contrato.
Doutrina 
Neste capítulo estudaremos o itercontractus (ou itenegocial), ou seja, o caminho que o contrato percorre para se formar (formação progressiva do contrato). O contrato é fruto da convergência de vontades que se manifestam visando a realização de interesses comuns das partes contratantes. Mas apenas a declaração de vontade não é suficiente.
A formação do contrato é um processo composto por uma série de atos e
comportamentos das partes contratantes tendentes à realização de um interesse comum. Na doutrina identificam-se quatro fases de formação do contrato: negociações preliminares (ou puntuação); proposta (oblação ou policitação); contrato preliminar; contrato definitivo ou conclusão do contrato.
É bem verdade que nem sempre a formação do contrato passará obrigatoriamente por todas essas fases, bem como, nem sempre elas aparecerão de forma tão visível. No entanto, é preciso conhecê-las para conhecer seus efeitos jurídicos. É o que faremos neste capítulo.
Livro didático da Direito Civil lll – página 58
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	0036336-34.2015.8.19.0208  - APELAÇÃO 
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	1ª Ementa
	Des(a). MARIA DA GLORIA OLIVEIRA BANDEIRA DE MELLO - Julgamento: 22/04/2021 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO PARTICULAR DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ALEGAÇÃO DE QUE OS RÉUS, PROMITENTES COMPRADORES, SE RECUSAM INJUSTIFICADAMENTE A ULTIMAR O CONTRATO E A PAGAR O VALOR RESTANTE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA QUE DEVE SER MANTIDA, EIS QUE ACERTADA A ACOLHIDA DA TESE DEFENSIVA DE EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO. PROMITENTES VENDEDORES QUE NÃO APRESENTARAM CERTIDÕES NEGATIVAS EXIGÍVEIS PARA A OUTORGA DA ESCRITURA DE COMPRA E VENDA. EXISTÊNCIA DE CERTIDÃO POSITIVA EM NOME DA AVÓ DO AUTOR, UMA DAS PROMITENTES VENDEDORAS, PERANTE A JUSTIÇA FEDERAL, SOBRE EXECUTIVO FISCAL QUE, EMBORA SUSPENSO NA FORMA DO ART. 40 DA LEI 6.830/80, PODERÁ ACARRETAR A CONSTRIÇÃO DO BEM EM QUESTÃO EM EVENTUAL RECONHECIMENTO DE FRAUDE À EXECUÇÃO, EVIDENCIADO O DESCUMPRIMENTO PELOS PROMITENTES VENDEDORES DE EXPRESSA CLÁUSULA CONTRATUAL, DESTACANDO-SE A AUSÊNCIA DE RESSALVAS NO INSTRUMENTO. INSTRUMENTO QUE FOI FIRMADO EM CARÁTER IRREVOGÁVEL E IRRETRATÁVEL, RESTANDO À PARTE AUTORA DISCUTIR O DÉBITO FISCAL, SITUAÇÃO EM QUE NÃO PODERÁ EXIGIR O CUMPRIMENTO OBRIGACIONAL CABÍVEL AOS RÉUS, OU PAGAR O DÉBITO DESDE LOGO A FIM DE LIBERAR O IMÓVEL E ULTIMAR O NEGÓCIO, PODENSO DESCONTAR O VALOR DO SALDO REMANESCENTE DO PRESENTE CONTRATO. DESPROVIMENTO DO RECURSO.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 22/04/2021 - Data de Publicação: 23/04/2021 (*) 
	 
	
Caso concreto 4
QUESTÃO SUBJETIVA– (27o Concurso Promotor de Justiça/MPDFT/Adaptada) Considere a hipótese em que foi firmado um contrato de empréstimo- financiamento entre instituição bancária e pessoa física, no qual foi inserida cláusula pela qual o devedor autorizava o desconto do débito das prestações do financiamento por consignação em folha de pagamento ou em sua conta bancária. Após o pagamento de algumas parcelas mensais, o devedor constata que não tem condições financeiras para continuar a cumprir as obrigações contratuais, porque o valor da prestação tornou-se insuportável, correspondendo a quase 80% do valor líquido de seus rendimentos. Nessa situação, como o devedor deverá proceder?
 
De acordo com o art.478, C C, nos contratos de execução connuada ou
diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com
extrema vantagem para a outra, em virtude de a contecimentos extraordinários e
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. 
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Nesse caso,
não se pode considerar que a situação descri ta n o caso concreto era
extrao rdinário ou imprevisíve
R: De acordo com o art.478, C C, nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Nesse caso, não se pode considerar que a situação descrita no caso concreto era extraordinário ou imprevisível
Doutrina 
Extinção é gênero cujas expressões sinônimas são dissolução ou desfazimento do contrato. É fato jurídico que coloca fim à relação contratual.
O ciclo de existência dos contratos encerra-se, em regra, com o cumprimento das prestações (adimplemento49) conforme o pactuado, caracterizando-se o que denomina de forma normal ou natural de extinção da relação contratual cujos efeitos são ex nunc. O ciclo contratual também pode se extinguir com a verificação de fatores eficaciais como: implemento do termo ou da condi- ção resolutiva.
No entanto, há situações que escapam à regra e a extinção poderá ocorrer: por fatos anteriores ou contemporâneos à celebração do contrato; e por fatos posteriores à celebração do contrato (fatos supervenientes), conforme estuda- remos adiante.
Livro didático da Direito Civil lll – página 125
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	0036244-60.2018.8.19.0205  - APELAÇÃO 
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	1ª Ementa
	Des(a). MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES - Julgamento: 09/03/2021 - VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	Apeleação Cível. Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenizatória. Contrato de Promessa de Venda e Compra de Gás Liquefeito de Petróleo, de Comodato e de outras avenças. Impossibilidade de resilição unilateral. Cláusula penal compensatória. Cabimento. Cobrança legítima. 1. Cinge-se a controvérsia acerca da exigibilidade da cláusula penal compensatória prevista nos negócios jurídicos celebrados entre as partes. 2. Restou incontroverso e demonstrado pelos instrumentos anexados aos autos (pastas 232, 235 e 239, do indexador) que os contratos celebrados entre as partes eram por prazo determinado (60 meses), prorrogáveis por igual período, salvo se houvesse manifestação de vontade em sentido contrário, por escrito, 60 dias antes do término. 3. Como cediço, em razão do princípio da obrigatoriedade do contrato, em regra, nenhum dos contratantes pode romper o vínculo obrigacional sem a anuência do outro. Apenas em caráter excepcional se admite a resilição unilateral, a teor do art. 473, do CC. 4. Assim, e tendo em vista que os negócios jurídicos trazidos à lume são de execução continuada, somente seria possível admitir a denúncia por uma das partes se se tratasse de contrato por prazo indeterminado, ou na hipótese expressamente convencionada, qual seja, mediante notificação no prazo de 60 dias antes do término do período contratual, o que não foi observado pela apelante. 5. Deste modo, carece de juridicidade a tese da recorrente, uma vez que a inexecução total da avença atrai a incidência da cláusula penal prevista nos itens 10 do 1º contrato c/c cláusula 2 do adendo (pasta 131);e cláusulas 6.1 e 7 dos demais contratos. 6. Note-se que o fato de o contrato ter sido prorrogado não autoriza o afastamento da pena convencional, porque o principal efeito que ela produz é a sua exigibilidade de pleno direito (art. 408, do CC), havendo presunção absoluta de que a inexecução da obrigação é sempre danosa ao credor. 7. Por tais razões, a cobrança impugnada é legítima e a negativação dela decorrente constitui exercício regular do direito, devendo a sentença ser confirmada. 8. Desprovimento ao recurso.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 09/03/2021 - Data de Publicação: 12/03/2021 (*) 
	 
Caso concreto 5
(Defensoria Pública/MS/VUNESP/2012/Adaptada) João comprou um automóvel, com reserva de domínio, com uma entrada e pagamento de 24 prestações. Desempregado, deixou de efetuar o pagamento da última parcela, quando foi interpelado judicialmente pelo vendedor, para constituí-lo em mora e ser possível a execução da cláusula de reserva de domínio, resolvendo o contrato. Com base nesta situação, poderá o vendedor ver o contrato resolvido?
R: Pelo adimplemento substancial do contrato, não é possível a busca e apreensão do veículo, mas, apenas, a exigência do pagamento da parcela restante.
Doutrina 
1. Contrato inexistente: ex.: contrato firmado com a utilização de documentos furtados por terceiro. Em face daquele que teve os documentos furtados, evidencia-se a ausência de vontade e, portanto, um contrato inexistente.
2. Contrato existente, inválido e eficaz: ex.: contrato de compra e venda de um lanche na cantina, realizado por um menor de dezesseis anos, desacompanhado de sua mãe. Tecnicamente o negócio jurídico é nulo, mas gerou o efeito pretendido pelas partes que era a aquisição e o consumo do lanche.
3. Contrato existente, válido e ineficaz: ex.: contrato de compra e venda de bem imóvel com valor superior a trinta salários mínimos, realizado por escritura pública firmada entre pessoas capazes, mas não levado a registro. O negócio jurídico só gerará o efeito de transmissão da propriedade se a escritura for levada a registro; enquanto isso não for feito, a propriedade não se transmite.
4. Contrato existente, inválido e ineficaz: ex.: contrato de doação de bem imóvel em que o devedor transmite ao seu irmão a propriedade, mas mantém- se possuidor (como usufrutuário) do bem. O negócio além de ser anulável por fraude contra credores, em face desses não produzirá nenhum efeito.
5. Contrato existente, válido e eficaz: ex.: contrato de compra e venda de um carro, feito pelo pai (casado no regime de comunhão universal de bens), a um dos seus filhos, com autorização do cônjuge e dos demais filhos.
Livro didático da Direito Civil lll – página 22
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	0055420-87.2020.8.19.0000  - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
	Ementa sem formatação
	1ª Ementa
	Des(a). CLEBER GHELFENSTEIN - Julgamento: 24/02/2021 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL
	
	 
	
	PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAL E MATERIAL C/C PEDIDO DE DESFAZIMENTO DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE CARRO. PRETENSÃO DA PARTE AUTORA AGRAVANTE EM OBTER PROVIMENTO JURISDICIONAL DE URGÊNCIA QUE DETERMINASSE A SUSPENSÃO DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO CELEBRADO COM A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA AGRAVADA, COM A CONSEQUENTE CESSAÇÃO DA COBRANÇA DAS RESPECTIVAS PARCELAS MENSAIS. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. INCONFORMISMO RECURSAL. DESPROVIMENTO. Para que a tutela provisória de urgência requerida seja concedida faz-se necessário o atendimento dos requisitos previstos no artigo 300, caput e seu § 3º, do NCPC. Como pressupostos devem ser entendidos a existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (artigo 300, caput) e a reversibilidade (artigo 300, § 3º). Nos termos do Verbete nº 59 da Súmula da Jurisprudência Predominante deste Tribunal, somente se reforma a decisão concessiva ou não, da tutela de urgência, cautelar ou antecipatória, se teratológica, contrária à lei, notadamente no que diz respeito à probabilidade do direito invocado, ou à prova dos autos. Hipóteses ausentes na espécie. Postura equilibrada do juízo processante que indeferiu o pedido, tendo em vista que os pressupostos legais não se encontravam preenchidos naquele momento processual. Numa cognição sumária a que estou adstrito neste momento processual, constato que não se revelam robustas o suficiente as provas até então produzidas pelos agravantes para demonstrar o alegado vício na celebração da compra e venda do veículo automotor e do empréstimo necessário para tanto, circunstância que recomenda a prudência típica desta incipiente fase processual, aguardando-se, ao menos, a resposta dos agravados para, se for o caso, reanalisar eventual renovação do presente pedido. Precedentes. Nada impede, contudo, que, após o contraditório e diante de eventual situação fática distinta, o juízo a quo seja novamente provocado a analisar a necessidade, à época, de concessão de tutela provisória de urgência. Desprovimento.
	 
	INTEIRO TEOR
	Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 24/02/2021 - Data de Publicação: 25/02/2021 (*)

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