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E-book Processo Constitucional

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parte 
Processual 
 Teoria 
Peças 
 
 
 
 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
1. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ............................................................................................................................. 4 
2. AÇÃO POPULAR .............................................................................................................................................................. 5 
3. MANDADO DE INJUNÇÃO ..................................................................................................................................... 19 
4. AÇÃO CIVIL PÚBLICA ................................................................................................................................................. 31 
5. HABEAS DATA ................................................................................................................................................................ 41 
6. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO ................................................................... 53 
7. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................................................... 72 
8. SÚMULA VINCULANTE ............................................................................................................................................ 95 
9. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL................................................................................................................. 103 
10. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ............................................................................................ 110 
11. RECURSO EXTRAORDINÁRIO ........................................................................................................................... 117 
12. CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE ....................................................... 133 
13. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (GENÉRICA) ..................................................... 140 
14. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ............................................... 152 
15. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – (ADC/ ADECON) ......................... 163 
16. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL – ADPF ................ 168 
 
 
 
 
4 
 
1. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Os remédios constitucionais estão dispostos no art. 5º da Constituição Federal 
(CF) como forma de proteção e tutela dos direitos fundamentais (exceto a ação civil 
pública, mas esta também é interpretada nesse sentido). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Habeas 
corpus 
 
Habeas 
data 
 
 
Mandado 
de 
Injunção 
 
Mandado 
de 
segurança 
 
Ação 
popular 
 
 
Ação civil 
pública 
 
 
 
5 
 
2. AÇÃO POPULAR 
 
Fundamento legal 
 
Art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal. 
Lei nº 4.717/1965. 
Rito ordinário. 
 
Conceito 
 
Segundo Maria Silvia Zanella Di Pietro (Curso de Direito Administrativo), a ação 
popular é ação civil pela qual todo cidadão pode pleitear a invalidação de atos 
praticados pelo poder público ou entidades de que participe, lesivos ao patrimônio 
público, ao meio ambiente, à moralidade administrativa ou patrimônio histórico e 
cultural, bem como a condenação por perdas e danos dos responsáveis pela lesão 
Trata-se de um remédio constitucional pelo qual qualquer cidadão fica investido 
de legitimidade para o exercício de um poder de natureza essencialmente política e 
constitui manifestação direta da soberania popular consubstanciada no art. 1º, 
parágrafo único, da Constituição: todo poder emana do povo, que o exerce por meio de 
seus representantes eleitos ou diretamente. Sob esse aspecto, é uma garantia 
constitucional política. [...]Ela dá a oportunidade de o cidadão exercer diretamente a 
função fiscalizadora, que, por regra, é feita por seus representantes nas Casas 
Legislativas. Mas ela é também uma ação judicial porquanto consiste num meio de 
invocar a atividade jurisdicional visando a correção de nulidade de ato lesivo; (a) ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe; (b)à moralidade 
administrativa; (c) ao meio ambiente; e (d) ao patrimônio histórico e cultural. Sua 
finalidade é, pois, corretiva, não propriamente preventiva, mas a lei pode dar, como deu, 
a possibilidade de suspensão liminar do ato impugnado para prevenir a lesão. (SILVA, 
José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo) 
A ação popular é um instrumento processual de controle objetivo da regularidade 
da atividade administrativa. Sua existência deriva da concepção de que todo e qualquer 
cidadão é investido do dever-poder de participar do processo de fiscalização da 
regularidade dos atos administrativos. Sua existência está prevista no art. 5°, LXXIII, da 
Constituição e disciplinada na Lei n. 4.717/65, com inúmeras alterações posteriores. 
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. 
p. 776. 
 
Objeto 
 
O objeto da ação popular é anular atos comissivos ou omissivos que sejam lesivos 
ao patrimônio público e condenar os responsáveis pelo dano a restituir o bem ou 
indenizar por perdas e danos. 
Na ação popular, pede-se a anulação do ato lesivo e a condenação dos 
responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou à restituição de bens e valores, 
conforme a letra da lei. 
 
 
 
6 
 
Assim, pode-se extrair a própria finalidade da ação, o direito de fiscalizar a coisa 
pública, um importante instrumento posto à disposição do cidadão para a proteção do 
patrimônio da comunidade. 
 
 
 
Pressupostos 
 
Além das condições da ação em geral – interesse de agir, possibilidade jurídica e 
legitimação para agir –, são pressupostos da ação popular: 
1. qualidade de cidadão no sujeito ativo; 
2. ilegalidade ou imoralidade praticada pelo Poder Público ou entidade de que 
ele participe; 
3. lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural (PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito 
Administrativo. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2012. p. 863). 
A cidadania, ilegalidade ou imoralidade pública praticada pelos agentes das 
pessoas de direito público, lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
Ilegalidade e lesividade representam na necessidade de se provar o vício do ato e 
a lesão causada ao patrimônio público em sua virtude. 
Lesão ao patrimônio público, por último, é exemplificada já na letra da Lei nº 
4.717/65, regulamentadora da actio popularis, ou ainda à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente, ao patrimônio histórico e cultural. 
 
 
 
 
legitimidade ativa do 
cidadão - requisito é 
possuir condição de 
eleitor, não tendo 
legitimidade os 
órgãos de classe, nem 
partidos políticos, 
nem qualquer pessoa 
jurídica. 
Súmula 365 - pessoa 
jurídica não tem 
legitimidade para 
propositura de ação 
popular. 
 
 
SUBJETIV
O 
 
proteção ao 
patrimônio da 
ilegalidade ou da 
lesividade 
 
 
 OBJETIVO 
 
 
 
7 
 
Atos atacáveis via ação popular 
 
Quais são os atos nulos e quais são anuláveis por meio de ação popular? 
 
“A Lei n° 4.717/65, embora definindo os atos nulos (art. 2°) e os atos 
anuláveis (art. 3°), dando a impressão de que exige demonstração 
de ilegalidade, no artigo 4° faz uma indicação casuística de 
hipóteses em que considera nulos determinados atos e contratos, 
sem que haja qualquer ilegalidade, como, por exemplo, no caso de 
compra de bens por valor superior ao corrente no mercado, ou a 
venda por preço inferior ao corrente no mercado. Trata-se de 
hipóteses em que pode haver imoralidade, mas não ilegalidade 
propriamente dita”. PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito 
Administrativo. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2012. p. 864. 
 
 
 
Diga-se que o ato inválido não precisa ser ilícito na sua origem, mas deve ser ilegalna sua formação ou no seu objeto, logo, a ação destina-se a invalidar atos praticados 
com ilegalidade de que lesou o patrimônio público, podendo ser proveniente de vício 
formal ou substancial ou até mesmo de vício de desvio de finalidade. (art. 2º “a” e “e”). 
 
 
Teria dos 
atos nulos 
x anuláveis 
 
Art. 3º Os atos lesivos ao 
patrimônio das pessoas de 
direito público ou privado, ou 
das entidades mencionadas no 
art. 1º, cujos vícios não se 
compreendam nas 
especificações do artigo 
anterior, serão anuláveis, 
segundo as prescrições legais, 
enquanto compatíveis com a 
natureza deles. 
 
Art. 2º São nulos os atos 
lesivos ao patrimônio das 
entidades mencionadas no 
artigo anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
Combinado com art. 4° 
 
 
 
8 
 
Ato lesivo é todo ato ou omissão administrativa que desfalca o erário ou prejudica 
a Administração, da mesma forma como o que ofende bens ou valores artísticos, cívicos, 
culturais, ambientais e históricos. Pode esta ser presumida, em conformidade com o 
que dispõe o art. 4º, bastando a prova do ato naquelas circunstâncias elencadas para 
considerar o ato lesivo e nulo de pleno direito. 
 
Conceito de patrimônio público 
 
“Quanto ao patrimônio público, abrange, nos termos do artigo 1° 
da Lei n° 4.717/65, o da União, Distrito Federal, Estados, Municípios, 
entidades autárquicas, sociedades de economia mista, sociedades 
mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados 
ausentes, empresas públicas, serviços sociais autônomos, 
instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro 
público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do 
patrimônio da União, Distrito Federal, Estados, Municípios, e de 
quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos 
cofres públicos”. PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito 
Administrativo. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2012. p. 865. 
 
É o mais amplo possível, abrange coisas corpóreas ou incorpóreas, móveis, ou 
imóveis, créditos, direitos, ações que pertençam a qualquer ente administrativo, bem 
como sua administração indireta. 
Art. 1º, §1º da Lei nº 4.717/65: “bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, 
histórico e turístico.” 
 
Cabimento 
 
Fundamente sua tese de cabimento com o Art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição 
Federal e o Art. 1º, da Lei nº 4.717/1965. 
 
STF e repercussão geral: 
 
(...) Não é condição para o cabimento da ação popular a 
demonstração de prejuízo material aos cofres públicos, dado que 
o art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal estabelece que 
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular e 
impugnar, ainda que Separadamente, ato lesivo ao patrimônio 
material, moral, cultural ou histórico do Estado ou de entidade de 
que ele participe. (...) (RE 824781). 
 
 
 
 
9 
 
Legitimidade 
 
ATIVA PASSIVA 
Cidadão (todo aquele que estiver no gozo 
dos direitos políticos e fizer prova com 
título de eleitor). 
Neste caso, trata-se sempre de pessoa 
física. 
Serão réus na ação popular 
simultaneamente a pessoa jurídica da 
qual se emanou o ato contestado, os seus 
respectivos agentes responsáveis pelo 
mesmo ou os omissos, no caso em que o 
dano já ter acontecido e os beneficiários 
do ato. 
Falta legitimidade ativa: 
a) quem teve cancelada a naturalização 
por sentença transitada em julgado; 
b) quem teve sua nacionalidade 
cancelada administrativamente; 
c) suspensão dos direitos civis por 
incapacidade absoluta; 
d) suspensão dos direitos políticos por 
condenação criminal transitada em 
julgado; 
e) perda do direito político por recusa de 
cumprimento de obrigação a todos 
impostas sem o cumprimento de 
prestação alternativa; 
f) suspensão dos direitos políticos por 
condenação em ato de improbidade 
Obs: ter-se-á quase sempre no polo 
passivo quase sempre a pluralidade de 
sujeitos, invocando também aqueles que 
de alguma forma tenham contribuído 
para ação ou omissão e, até mesmo, 
terceiros beneficiados. 
 
Os beneficiários que devem figurar no polo passivo são aqueles que se favorecem 
diretamente do ato ou da omissão lesiva, os beneficiários indiretos, via de regra, não 
precisam integrar a lide. 
É um litisconsorte simples, pois a decisão não precisa ter o mesmo conteúdo para 
todos os réus. 
O ato legislativo de efeito concreto é passível de impugnação através de ação 
popular, e o legitimado nesse caso passivo será a pessoa jurídica a qual integra a casa 
legislativa. Ex: se for ato do Congresso Nacional, figura no polo passivo a União. 
Atentar para a peculiar situação da fazenda pública – vide art. 6º parágrafo 3º: 
 
Art. 6º da Lei nº 4.717/1965: (...) 
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo 
ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o 
pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure 
útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal 
ou dirigente. 
 
Logo, admitem-se não só a inércia da pessoa jurídica, bem como sua posição ativa 
ao lado do cidadão. 
 
 
 
10 
 
Não há preclusão no deslocamento da pessoa jurídica do polo passivo para o polo 
ativo, desde que útil ao interesse público. Logo, poderá fazer a qualquer tempo, mesmo 
após a contestação. 
 
Ministério Público 
 
Ministério público não é parte autônoma, mas tem função singular, devendo agir 
com total independência funcional. 
 
Competência 
 
A Constituição Federal não prevê competência originária do STF e do STJ como 
nos demais remédios constitucionais, assim a competência é indicada conforme a 
origem do ato impugnado. Além disso, a competência será determinada pela lei 
judiciária de cada Estado segundo o interesse político e a origem do ato impugnado. 
Ex: se a ação popular versar sobre bem público pertencente a União, a 
competência será da justiça Federal; havendo interesse do Estado ou do município, o 
juízo competente será a vara da Fazenda Pública. 
 
Art. 5º da Lei nº 4.717/65: Conforme a origem do ato impugnado, 
é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz 
que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for 
para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao 
Estado ou ao Município. 
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do 
Distrito Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das pessoas 
criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de direito público, 
bem como os atos das sociedades de que elas sejam acionistas e 
os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em 
relação às quais tenham interesse patrimonial. 
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a 
qualquer outra pessoa ou entidade, será competente o juiz das 
causas da União, se houver; quando interessar simultaneamente 
ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do 
Estado, se houver. 
 
SÚMULA 508 STF - Compete à Justiça Estadual, em ambas as 
instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco 
do Brasil S. A. 
 
SÚMULA 556 STF - É competente a Justiça comum para julgar as 
causas em que é parte sociedade de economia mista. 
 
Como observar a competência? Olhar o critério conforme a origem do ato. Ex: ato 
emanado por autoridade federal – justiça federal, autoridade Estadual e Municipal - 
Justiça estadual. 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=508.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=556.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
 
 
 
11 
 
Definida a Justiça, precisa-se identificar qual a competência territorial que 
depende da autoridade que emanou o ato. Vide a importante regra do art.109 parágrafo 
2º da CF: 
 
Art. 109 da CF: Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) 
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na 
seção judiciáriaem que for domiciliado o autor, naquela onde 
houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde 
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. No caso de 
autoridade Estadual e Municipal as organizações judiciárias fixam 
o foro. 
 
Competência por equiparação é o que se encontra no art. 5º, parágrafo 1º, da Lei 
4.717/65. No âmbito estadual e municipal, essa equiparação notadamente para pessoas 
jurídicas de direito privado (uma vez que autarquias e fundações já se inserem no 
conceito de Fazenda Pública por terem personalidade jurídica). Assim, atos e omissões 
de empresas públicas estaduais e municipais, instituições privadas que recebam 
recursos estaduais e municipais, serão julgadas. 
 
Procedimento 
 
O Juiz despacha a inicial e ordena a citação dos réus, a intimação do Ministério 
Público e requisita documentos e informações a serem prestadas pelos réus que sejam 
importantes para a elucidação dos fatos. 
Para isso, tem-se o prazo de quinze a trinta dias. 
A citação será feita no modo comum do CPC. 
O prazo para a contestação é de 20 (vinte) dias para todos os réus, prorrogável por 
mais vinte dias caso necessário para a produção da defesa, contados da juntada do 
último mandado de citação ou do transcurso do prazo do edital. 
Caso não exista requerimento de produção de provas até o despacho saneador, o 
juiz abrirá vista aos interessados por dez dias, para as alegações finais. Logo após, os 
autos irão para conclusão, devendo o juiz proferir sentença em 48 horas. No caso de 
requerimento de produção probatória, o rito será o ordinário, sendo então, de quinze 
dias o prazo para a prolatação de sentença. 
 
Desistência 
 
Não se admite desistência. 
A partir desse momento, serão publicados editais e, no prazo de noventa dias da 
sua última publicação, qualquer cidadão ou o Ministério Público poderá dar 
prosseguimento à ação. 
 
 
 
 
 
12 
 
Procedência e improcedência e seus efeitos 
 
Procedência: Na demanda, o juiz invalidará os atos ilegais e condenará os 
responsáveis e os beneficiários dos mesmos a indenizarem em perdas e danos os 
prejudicados, não se esquecendo de que, quando proclamada a responsabilidade da 
administração pública e tendo a mesma que arcar com os prejuízos causados dolosa 
ou culposamente por seus funcionários, terá ela ação de regresso contra o agente 
causador do dano a ressarcir integralmente erário público. 
✔ A decisão definitiva é pela procedência da ação e, assim, produzirá os 
efeitos ordinários da coisa julgada material; 
✔ Invalidação do ato impugnado; 
✔ Condenação dos responsáveis e beneficiários em perdas e danos; 
✔ Condenação dos réus às custas, despesas e honorários; 
✔ Coisa julgada erga omnes; 
✔ Possibilidade de ação regressiva. 
 
Efeito secundário: se, no curso da ação ficar provada a infringência da lei ou a falta 
disciplinar a que a lei comine a pena de demissão o juiz remeterá ex officio, cópia as 
autoridades e gestores para aplicar a sanção. 
 
 
ATENÇÃO! 
 
Embora a sentença de procedência da ação ter efeitos erga omnes, ou seja, contra 
todos, não cabe a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em sede 
de ação popular, visto que o controle concentrado de constitucionalidade é de 
competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, conforme art. 102, I, “a”, da 
Constituição Federal, vez que figuraria uma usurpação de competência do Tribunal. 
(MEIRELLES) 
 
 
Improcedente: já na improcedência do pedido popular, o responsável pela ação 
só arcará com as custas processuais e honorários advocatícios se for comprovada a sua 
má-fé ao intentá-la. 
Aqui, duas serão as hipóteses cabíveis (André Ramos Tavares, Curso de direito 
constitucional): 
1) a improcedência ocorreu em virtude da deficiência probatória. Neste único caso, 
não se formará a coisa julgada, e, pois, qualquer cidadão, inclusive o mesmo que já 
perdera a ação, poderá renová-la, desde que fundamentado em novas provas; 
2) a improcedência ocorreu porque infundada a ação, tendo sido suficiente a prova 
produzida. Aqui, a decisão se reveste de autoridade da coisa julgada material, e nenhum 
outro cidadão poderá propor idêntica ação. (TAVARES) 
 
 
 
 
13 
 
Medidas cautelares e antecipatórias 
 
 Instrumentos de tutela antecipada no CPC; 
Art. 5, § 4º da Lei nº 4.717/65: “Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão 
liminar do ato lesivo impugnado.” 
Art. 14, § 4º, da Lei nº 4.717/65: “A parte condenada a restituir bens ou valores ficará 
sujeita a sequestro e penhora, desde a prolação da sentença condenatória.” 
 
Resumo 
 
Competência Conforme a origem do ato impugnado – local da prática do ato lesivo ao patrimônio público. 
Endereçar Juízo Cível da ... Vara da Comarca ... 
Partes 
ativa e passiva 
 
Legitimidade 
Legitimidade ativa - cidadão. 
Legitimidade passiva: pessoas públicas ou privadas e as 
entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários 
ou administradores que houverem autorizado, aprovado, 
ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, 
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários 
diretos do mesmo. 
O que devo 
suscitar? Lesão ao patrimônio público descrito na LAP. 
Pedido 
Evitar ou reparar o ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, 
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
Demais questões 
Obrigatoriedade de citação pessoal de todos os réus, a intimação 
do MP, a decisão sobre a concessão ou não de medida liminar, 
quando solicitada, requisição dos documentos indicados pelo 
autor na inicial, além de outros que lhe pareçam necessários, a 
possibilidade do processo ser feito sob segredo de justiça 
quando da ameaça à segurança nacional e sujeição, salvo 
justificativa comprovada, da autoridade que se negar a restar as 
informações requeridas à pena de desobediência. 
Valor da Causa 
Se não tiver valor no enunciado: 
Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos 
artigos 291 e 319, inciso V, do Código de Processo Civil. 
 
Se a questão indicar o valor do prejuízo ao patrimônio, esse 
deverá ser o valor da causa. 
 
 
 
 
 
14 
 
Modelo 
 
EXAME DE ORDEM XXVIII 
PEÇA PROFISSIONAL 
ENUNCIADO 
A sociedade empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma 
estrada municipal, na qual deveria realizar investimentos sendo remunerada 
com o valor do pedágio pago pelos usuários do serviço, decidiu ampliar suas 
instalações de apoio. Após amplos estudos, foi identificado o local que melhor 
atenderia às suas necessidades. Ato contínuo, os equipamentos foram alugados 
e foi providenciado o cerco do local com tapumes. De imediato, foi fixada a 
placa, assinada por engenheiro responsável, indicando a natureza da obra a ser 
realizada e a data do seu início, o que ocorreria trinta dias depois, prazo 
necessário para a conclusão dos preparativos. 
João da Silva, usuário da rodovia e candidato ao cargo de deputado estadual no 
processo eleitoral que estava em curso, ficou surpreso com a iniciativa da 
sociedade empresária K, pois era público e notório que o local escolhido era uma 
área de preservação ambiental permanente do Município Alfa. Considerando 
esse dado, formulou requerimento, dirigido à concessionária, solicitando que a 
obra não fosse realizada. A sociedade empresária K indeferiu o requerimento, 
sob o argumento de que o local escolhido fora aprovado pelo Município, que 
concedeu a respectiva licença, assinada pelo prefeito Pedro dos Santos, 
permitindo o início das obras. O local, ademais, era o que traria maiores 
benefícios aos usuários. 
João da Silva, irresignado com esse estado de coisas, contratou seus serviços, 
como advogado(a). Ele afirmou que quer propor uma ação judicial para que seja 
declarada a nulidade da licença concedida e impedida a iminente realização 
das obras no local escolhido, que abriga diversas espécies raras da flora e da 
fauna silvestre. 
Levando em consideraçãoas informações expostas, elabore a medida judicial 
adequada, com todos os fundamentos jurídicos que confiram sustentação à 
pretensão. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
Segue modelo de estruturação da peça de Ação Popular cobrada no EXAME DE ORDEM 
XXVIII: 
 
 
 
 
15 
 
JUÍZO CÍVEL DA ... VARA DA COMARCA DO MUNICÍPIO ALFA 
 
JOÃO DA SILVA, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., portador do RG n°..., 
inscrito no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na 
Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., título de eleitor..., vem, por seu 
procurador signatário, inscrito na OAB n°..., procuração em anexo, conforme 
artigo 287, do Código de Processo Civil, endereço eletrônico..., com escritório 
profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., local onde recebe 
suas intimações, propor AÇÃO POPULAR COM PEDIDO LIMINAR/ TUTELA DE 
URGÊNCIA, baseado no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988 e 
artigo 1°, da Lei nº 4.717/65, contra PEDRO DOS SANTOS, Prefeito do Município 
Alfa, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., portador do RG n°..., inscrito no 
CPF sob o n° ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., 
Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., vinculado a pessoa jurídica de direito público 
MUNICÍPIO ALFA, inscrito no CNJP sob o n° ..., endereço eletrônico..., com sede 
na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., SOCIEDADE EMPRESÁRIA K, 
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNJP sob o n° ..., endereço 
eletrônico..., com sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP...pelos fatos 
e fundamentos a seguir expostos: 
 
1) DOS FATOS 
Pedro dos Santos, Prefeito do Município Alfa, concedeu licença à Sociedade 
Empresária K, permitindo obras em área de preservação ambiental permanente, 
que abriga diversas espécies raras da flora e da fauna silvestre. 
 
2) DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
2.1) Competência 
Compete ao Juízo Cível da Comarca do Município Alfa, processar e julgar Ação 
Popular com pedido liminar/tutela de urgência na medida em que estão 
presentes o Prefeito Municipal. A ação deve ser ajuizada perante a Justiça 
 
 
 
 
16 
 
Estadual pelo critério de competência reservada ou remanescente, artigo 125 da 
Constituição Federal. É necessário lembrar que a competência territorial se firma 
pelo local do ato, artigo 5º, caput, da Lei nº 4.717/1965. 
 
2.2) Legitimidade 
A legitimidade ativa de João da Silva decorre do fato de ser cidadão, conforme 
dispõe o Artigo 5º, inciso LXXIII, da CRFB/88 e Artigo 1º, caput e parágrafo 3º, da 
Lei nº 4.717/65, qualidade intrínseca à sua condição de candidato ao cargo de 
Deputado Estadual. 
A legitimada passiva do prefeito Pedro dos Santos decorre do fato de ter 
concedido a licença de construção, nos termos do Artigo 6º, caput, da Lei nº 
4.717/65. O Município Beta é legitimado passivo por se almejar obstar os efeitos 
de uma licença que concedeu por intermédio do prefeito, nos termos do Artigo 
6º, parágrafo 3º, da Lei nº 4.717/65. A da sociedade empresária K é legitimada 
passiva pelo fato de ser a beneficiária da licença concedida, nos termos do Artigo 
6º, caput, da Lei nº 4.717/65. 
 
2.3) Cabimento da Ação Popular 
Cabe Ação Popular com Pedido Liminar como medida hábil a declarar a 
nulidade de ato ilegal lesivo ao meio ambiente, conforme artigo 5º, inciso LXXIII, 
da Constituição Federal de 1988 e artigo 1º, caput, da Lei nº 4.717/65. 
 
2.4) Medida Liminar/Tutela de urgência 
Estão presentes os requisitos autorizadores para a concessão da medida liminar, 
fumus boni iuris, decorre da flagrante ilegalidade da licença de construção e 
periculum in mora, decorre da iminência de serem causados danos irreversíveis 
ao meio ambiente, considerando as raras espécies da fauna e da flora silvestre 
existentes no local, conforme artigo 5°, parágrafo 4°, da Lei nº 4.717/65 e artigo 
300, do Código de Processo Civil. 
 
 
 
 
 
17 
 
2.5) Direito 
A licença concedida pelo Prefeito Pedro dos Santos é atentatória ou lesiva ao 
meio ambiente, porque o local abriga uma área de preservação ambiental 
permanente do Município Alfa, sendo cabível a sua anulação conforme o Artigo 
5º, inciso LXXIII, da CRFB/88 e Artigo 2º, parágrafo único, alínea “c” da Lei nº 
4.717/65. 
Não merece ser acolhido o argumento de que o possível benefício dos usuários 
justifica a lesão ao meio ambiente, pois os atos do poder concedente e do 
concessionário devem ser praticados em harmonia com a sua proteção, nos 
termos do Artigo 225, caput, da CRFB/88. 
A proteção ao meio ambiente deve ser observada no âmbito da atividade 
econômica, conforme dispõe o Artigo 170, inciso VI, da CRFB/88. 
A licença concedida afrontou a concepção mais ampla de legalidade, prevista 
no Artigo 37, caput, da CRFB/88. 
A sociedade empresária K, enquanto concessionária do serviço público, não deve 
causar danos ao meio ambiente, ainda que amparada por um ato estatal que 
nitidamente o permita. 
 
3) DOS PEDIDOS 
a) O recebimento da inicial; 
b) A juntada de cópia do título de eleitor; 
c) Concessão de medida liminar para impedir que a sociedade empresária K 
inicie as obras no local o artigo 5º, parágrafo 4º, da Lei nº 4.717/1965; 
d) A citação da parte ré para contestar, no prazo de 20 (vinte) dias, sob pena de 
revelia, conforme artigo 7º, inciso I, alínea “a”, e inciso IV, da Lei nº 4.717/1965; 
e) A intimação do membro do Ministério Público, conforme artigo 7º, inciso I, 
alínea “a”, da Lei nº 4.717/1965; 
f) A requisição às entidades indicadas na petição inicial dos documentos que 
tiverem sido referidos nesta ação, bem como a de outros que se lhe afigurem 
necessários ao esclarecimento dos fatos, ficando o prazo de 15 (quinze) a 30 
 
 
 
 
18 
 
(trinta) dias para o atendimento, conforme artigo 7º, inciso I, alínea “b”, da Lei nº 
4.717/1965; 
g) A não realização de audiência de conciliação ou mediação, com base nos 
artigos 319, inciso VII e 334, parágrafo 5°, ambos do Código de Processo Civil; 
h) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos; 
i) Julgar a procedência do pedido, dando efeitos definitivos à liminar, com a 
decretação de nulidade da licença concedida pelo Município Alfa, assinada pelo 
Prefeito Pedro dos Santos e a proibição de realização de obras na área de 
preservação ambiental permanente; 
j) A condenação dos réus ao ressarcimento financeiro ao erário pelos gastos 
decorrentes da obra pública e à reparação dos danos ambientais, custas, 
honorários advocatícios e demais despesas ao autor, conforme o artigo 11, da Lei 
nº 4.717/1965; 
k) A condenação dos réus ao pagamento dos ônus sucumbenciais, custas, 
honorários advocatícios e demais despesas ao autor, conforme os artigos 12, da 
Lei nº 4.717/1965, e 85, do Código de Processo Civil. 
 
Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 
319, inciso V, do Código de Processo Civil. 
 
Local..., data... 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
19 
 
3. MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
Fundamento legal 
 
FALTA DE NORMA REGULAMENTADORA + INVIABILIDADE DO EXERCÍCIO 
 
Conforme o art. 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal, com a seguinte 
redação: 
 
“Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania;” 
 
 
Fundamento legal: art. 1º da Lei nº 13.330/2016: Esta Lei disciplina o processo e o 
julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI 
do art. 5º da Constituição Federal. 
 
 
Importante saber! 
 
Alterou a leianterior, prevendo expressamente o Mandado de Injunção Coletivo. 
 
 
Subsidiariedade 
 
Art. 14 da Lei nº 13.300/16. Aplicam-se subsidiariamente ao 
mandado de injunção as normas do mandado de segurança, 
disciplinado pela Lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código 
de Processo Civil, instituído pela Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, 
e pela Lei no 13.105, de 16 de março de 2015, observado o disposto 
em seus arts. 1.045 e 1.046. 
 
Cabimento 
 
Para André Ramos Tavares (Curso de direito constitucional), há condições 
constitucionais para o cabimento da ação: 1º) previsão de um direito pela Constituição; 
2º) necessidade de uma regulamentação que torne esse direito exercitável; 3º) falta de 
norma que implemente tal regulamentação; 4º) inviabilização referente aos direitos e 
liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, cidadania e 
soberania; 5º) nexo de causalidade entre a omissão e a inviabilização. 
 
 
 
 
20 
 
 
 
Norma de eficácia limitada e o Mandado de Injunção 
 
Entende-se que o mandado de injunção não terá cabimento nas hipóteses de 
normas constitucionais de eficácia plena e de eficácia contida, pois ele visa justamente 
à regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada (de princípio 
institutivo e de norma programática), que, de regra, exigem legislação posterior para 
sua aplicação. 
Ainda, não caberá quando a norma se encontra em fase final do processo 
legislativo, aguardando para logo sua promulgação e sanção – a norma está em 
iminência de ser editada pelo órgão competente. 
Logo, a presente ação é utilizada a suprimir omissões legislativas capazes de 
obstar direitos e liberdades dos cidadãos, para os quais o exercício pleno dos direitos 
nelas previstos depende necessariamente de edição normativa posterior. 
 
 
 objeto 
condições 
da ação 
 
 
 
 
21 
 
 
Em resumo: direito foi garantido pela Constituição, mas o seu exercício encontra-
se condicionado à edição de lei regulamentadora ulterior. 
 
 
A omissão total ou parcial 
 
Art. 2o da Lei nº 13.300/16: Conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais 
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania. 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando 
forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador 
competente. 
 
Legitimidade 
 
Ativo individual Ativo coletivo Passivo 
Art. 3º São legitimados 
para o mandado de 
injunção, como 
impetrantes, as 
pessoas naturais ou 
jurídicas que se 
afirmam titulares dos 
direitos, das liberdades 
ou das prerrogativas 
referidos no art. 2o 
 
 
Art. 12. O mandado de 
injunção coletivo pode ser 
promovido: 
I - pelo Ministério Público, 
II - por partido político com 
representação no 
Congresso Nacional, 
III - por organização 
sindical, dispensada, para 
tanto, autorização especial; 
IV - pela Defensoria Pública, 
Parágrafo único. Os direitos, 
as liberdades e as 
prerrogativas protegidos 
por mandado de injunção 
coletivo são os 
pertencentes, 
indistintamente, a uma 
coletividade indeterminada 
de pessoas ou determinada 
por grupo, classe ou 
categoria. 
 
 O Poder, o órgão ou a 
autoridade com atribuição para 
editar a norma 
regulamentadora. 
 
STF: O STF firmou o 
entendimento de que os 
particulares não se revestem de 
legitimidade passiva ad causam 
para o processo do MI, pois 
somente ao Poder Público é 
imputável o dever 
constitucional de produção 
legislativa. 
Dessa forma, só podem ser 
sujeitos passivos do MI entes 
públicos, não admitindo o STF a 
formação de litisconsórcio 
passivo, necessário ou 
facultativo, entre autoridades 
públicas e pessoas privadas. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Competência 
 
Dependerá de quem deveria ter aditado a regulamentação. 
 
Art. 102 da CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do 
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal 
de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio 
Supremo Tribunal Federal; 
 
Art. 105 da CF: Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade 
federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos 
de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da 
Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da 
Justiça Federal; 
 
Tribunal de Justiça: a competência da Justiça Estadual é residual, nos termos do 
art. 25, combinado com 125 da Constituição Federal. 
 
 
Atenção! 
 
Salvo se a iniciativa para a lei for privativa de outro órgão ou autoridade, hipótese 
em que o mandado de injunção deverá ser ajuizado em face do detentor da iniciativa 
privativa (Ex: Presidente da República, nas situações do art. 61, § 1º da CF, por exemplo). 
 
 
Procedimento 
 
Recebida a petição inicial, será ordenada a notificação do impetrado sobre o seu 
conteúdo, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações. (Art. 5º, I) 
Deverá ser dado ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada deverá ter ciência do ajuizamento da ação para ingressar no feito, caso 
queira. (Art. 5º, II) 
Se os documentos necessários à comprovação do direito do autor estiverem em 
poder da autoridade ou de terceiros que se negarem a fornecer certidão ou cópia, a 
 
 
 
23 
 
pedido do impetrante, será ordenada pelo Juiz a exibição do documento no prazo 
de 10 (dez) dias (Art. 4º, §2º). 
Caberá agravo, em 05 (cinco) dias, da decisão que indeferir a petição inicial. A 
competência para o seu julgamento é do órgão colegiado competente para o 
julgamento da impetração nos moldes do que preconiza o parágrafo único do art. 6º. 
Deverá ainda ser ouvido o Ministério Público, que disporá de 10 (dez) dias para 
opinar. Nas hipóteses em que o M.P verificar a existência de interesses unicamente de 
cunho individual na demanda, a sua manifestação pode ser dispensada. Concluído o 
prazo para manifestação do parquet, os autos serão conclusos para decisão. 
Na sentença, o magistrado se pronunciará apenas e tão somente sobre 
o reconhecimento (ou não) de mora legislativa. Caso se convença do atraso, concede-se 
a injunção, fixando-se prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma 
regulamentadora (Art. 5º, I). 
 
Decisão em mandado de injunção 
 
Decisão que reconhece o mandado de injunção: 
 
Art. 8o da Lei nº 13.300/16: Reconhecido o estado de mora 
legislativa, será deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a 
edição da norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos 
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for 
o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação 
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora 
legislativa no prazo determinado. 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o 
inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de 
atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido 
para a edição da norma 
 
Ou seja: o poder judiciário está autorizado no caso concreto de decidir como 
viabilizar o direito que está impedido de ser exercido pela mora. Isso é chamado de 
postura concretista. 
 
Extensão dos efeitos da decisão: 
 
Art. 9o da Lei 13.300/16: A decisão terá eficácia subjetiva limitada 
às partes e produzirá efeitos até o advento da norma 
regulamentadora. 
§ 1° Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à 
decisão, quando isso for inerenteou indispensável ao exercício do 
direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. 
 
 
 
24 
 
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser 
estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do 
relator. 
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não 
impede a renovação da impetração fundada em outros elementos 
probatórios. 
 
 
Atenção! 
 
Regra geral: Inter partes 
Exceção: poderá ter efeitos ultra partes e erga omnes, em se tratando tanto de 
casos que dependem para viabilidade do direito quanto para casos semelhantes. 
 
 
Limites da decisão do mandado de injunção coletivo: 
 
Art. 13 da Lei nº 13.300/16: No mandado de injunção coletivo, a 
sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas 
integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria 
substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 
2º do art. 9º. 
 
Se a decisão se der pelo indeferimento por falta de provas, mediante novos 
elementos probatórios, não haverá litispendência. Nesse caso, poder-se-á interpor 
novamente o Mandado de Injunção. 
 
Art. 10 da Lei nº 13.300/16: Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, 
a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, 
quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias 
de fato ou de direito. 
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o 
procedimento estabelecido nesta Lei. 
 
O que ocorre se, após da decisão em Mandado de Injunção, vier edição normativa 
sobre o que foi objeto do Mandado de Injunção? 
 
Art. 11 da Lei nº 13.300/16: A norma regulamentadora superveniente 
produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão 
transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes 
for mais favorável. 
 
 
 
 
25 
 
 
Atenção! 
 
Regra geral é ex nunc, contudo, se for favorável ao atingido em decisão anterior à 
produção normativa, os efeitos passam a ser ex tunc (retroativos). 
 
 
Resumo 
 
Competência Depende do tipo de omissão (atenção aos arts. 102 e 105 CF) 
Endereçar Depende do ato 
 
Partes 
Ativa e passiva 
 
Legitimidade 
Legitimidade ativa: 
INDIVIDUAL qualquer pessoa que tenha o exercício de direitos e 
liberdades constitucionais ou de prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania, inviabilizado por falta de 
norma regulamentadora; e 
COLETIVA: Ministério público, partido político, organização sindical, 
defensoria pública 
 
Legitimidade passiva:- aquele que tinha o dever de editar as normas 
regulamentadoras. 
O que devo 
suscitar 
(constituir a 
causa de pedir) 
Demonstrar a inviabilidade do direito em questão por causa da falta 
de norma regulamentadora, estabelecendo um nexo entre as duas 
situações. 
 
Pedido 
Intimação do impetrado para prestar informações; 
Intimação do Ministério Público; 
Fixação das condições para o exercício do direito inviabilizado; 
Determine prazo para promover a edição legislativa; 
Realização de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos 
do Artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil OU indicação do 
não cabimento de conciliação, nos termos do Artigo 334, parágrafo 
4º, II, do Código de Processo Civil. 
 
Modelo 
 
EXAME DE ORDEM XXII 
PEÇA PROFISSIONAL 
 
Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, 
procuram o Sindicato ao qual são filiados, inconformados por não receberem 
adicional noturno do Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em razão 
da inexistência de lei estadual que regulamente as normas constitucionais que 
asseguram o seu pagamento. 
 
 
 
26 
 
O Sindicato resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com 
o adequado remédio judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus 
filiados, da supramencionada prerrogativa constitucional, sabendo que há a 
previsão do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno, no Art. 73 da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo 
Sindicato, utilizando o instrumento constitucional adequado, elabore a medida 
judicial cabível. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Segue modelo de estruturação da peça de Mandado de Injunção Coletivo 
cobrado no EXAME DE ORDEM XXII: 
 
 
 
 
 
 
27 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA 
 
SINDICATO DOS SERVIDORES DO ESTADO BETA, pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita no CNPJ sob o n° ..., endereço eletrônico..., com sede Rua..., n°..., 
Bairro..., Cidade..., Estado, CEP..., representado por seu PRESIDENTE..., 
nacionalidade..., profissão..., estado civil..., inscrito no CPF sob o n°..., portador do 
RG n°..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., vem, por seu procurador signatário, inscrito na OAB n°..., 
procuração em anexo, conforme artigo 287, do Código de Processo Civil, 
endereço eletrônico, escritório profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., 
Estado, CEP..., local onde recebe suas intimações, impetrar MANDADO DE 
INJUNÇÃO COLETIVO, com base no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal 
de 1988, e no artigo 2º e 12 da Lei nº 13.300/16, em face do GOVERNADOR DO 
ESTADO BETA, nacionalidade..., profissão..., estado civil ..., portador do RG n°..., 
inscrito no CPF sob o n°..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
n°..., Bairro..., Cidade..., Estado, CEP..., ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO 
BETA pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o n° ..., endereço 
eletrônico..., com sede Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado, CEP..., vinculada ao 
ESTADO BETA, pessoa jurídica de Direito Público, inscrito no CNPJ sob o n°..., 
endereço eletrônico..., sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado, CEP..., pelos 
fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
1) DOS FATOS 
O Sindicato foi procurado por seus filiados, sob a alegação que não recebem 
adicional noturno do Estado Beta, contrariando o estabelecido no artigo 73, da 
Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 7º, inciso IX, da Constituição Federal e 
artigo 39, parágrafo 3º, da Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
28 
 
2) DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
2.1) Da Competência 
Compete ao Tribunal de Justiça do Estado Beta processar e julgar Mandado de 
Injunção Coletivo, frente à omissão legislativa estadual, observando-se o 
princípio da simetria entre os entes federativos, conforme artigo 125, parágrafo 
1º, da Constituição Federal. 
 
2.2) Da Legitimidade 
O Sindicato possui legitimidade ativa para defender os interesses da categoria, 
dispensada autorização especial dos filiados, na forma do artigo 12, inciso III, da 
Lei nº 13.300/16. 
Governador e o Estado Beta possuem legitimidade passiva na medida em que 
as regras constitucionais estaduais de competência devem observar, por 
simetria, o que determina o artigo 61, parágrafo 1º, inciso II, alínea ´a´, da 
Constituição Federal de 1988. 
Assembleia Legislativa também possui legitimidade passiva, visto ser a 
responsável pela aprovação da Lei. 
 
2.3) Do Cabimento 
Cabe mandado de injunção coletivo, pois a ação visa à defesa dos interesses dos 
filiados ao Sindicato, na proteção de direito fundamental inviabilizado em razão 
de omissão legislativa, conforme o disposto no artigo 5º, inciso LXXI, da 
Constituição Federal de 1988, e na Lei nº 13.300/16. 
 
2.4) Da mora legislativa e da inviabilidade do exercício do direito 
O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos servidores públicos 
que exercem atividade laboral noturna e é garantido em razão da previsão 
constitucional contida no artigo 7º, inciso IX, e artigo 39, parágrafo 3º, ambosda 
Constituição Federal de 1988. Como a Constituição garante este direito, é 
necessário que ele seja concretizado, e, para tanto, deverá ser declarada a mora 
 
 
 
 
29 
 
legislativa, notificado ao Poder Executivo para que supra a omissão e finalmente, 
para a satisfação imediata do direito, que seja aplicado o artigo 73, da 
Consolidação das Leis do Trabalho, analogicamente à categoria dos servidores 
públicos do Estado Beta. 
 
2.5) Do Direito 
Uma vez que artigo 7º, inciso IX, da Constituição Federal, combinado com artigo 
39, parágrafo 3º, da Constituição Federal, atribui aos servidores públicos direito à 
remuneração do trabalho noturno superior ao diurno e que existe omissão 
legislativa com relação a tanto, torna-se claro o direito de os servidores obterem 
provimento judicial favorável ao exercício de seu direito, sanando-se a omissão 
legislativa com atribuição de prazo para tal providência, conforme artigo 8º, da 
Lei nº 13.300/16, e, em caso de não satisfação de tal providência, a aplicação do 
artigo 73, da Consolidação da Legislação do Trabalho, por analogia. 
 
3) DOS PEDIDOS 
a) o recebimento desta inicial em duas vias, nos termos do artigo 5º, inciso I, da 
Lei nº 13.300/16; 
b) a notificação do Governador do Estado Beta e do Presidente da Assembleia 
Legislativa para prestarem informações, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do 
artigo 5º, inciso I e II, da Lei nº 13.300/16; 
c) notificação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, 
conforme artigo 5º, inciso II, da Lei nº 13.300/16; 
d) intimação do Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do 
artigo 7°, da Lei nº 13.300/16; 
e) reconhecimento da omissão e do estado de mora legislativa, para que seja 
concedida a ordem de injunção coletiva para fins de ser determinado prazo 
razoável para que o Governador promova a edição da norma regulamentadora, 
nos termos do artigo 8º, inciso I, da Lei nº 13.300/16; 
f) seja suprida a omissão normativa, garantindo-se a efetividade do direito à 
 
 
 
 
30 
 
percepção do adicional noturno, no percentual de 20% conforme disposições 
contidas no artigo 73, da Consolidação das Leis do Trabalho, nos termos do artigo 
8º, incisos II, da Lei nº 13.300/16. 
 
Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 
319, inciso V, do Código de Processo Civil. 
 
Local..., data... 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
31 
 
4. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
Fundamento legal 
 
Lei nº 7.347/85, (rito ordinário); 
Art. 129 da Constituição Federal. 
Código de Defesa do Consumidor. 
 
Conceito 
 
A ação civil pública, disciplinada pela Lei nº 7.347, de 24/07/1985, é um instrumento 
processual que reprime ou impede atos lesivos ao meio ambiente, ao consumidor a 
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e por infrações 
da ordem econômica, conforme art. 1º, protegendo assim os interesses difusos da 
sociedade. (MEIRELLES) 
Note-se que ela não está prevista no rol de garantias de direitos fundamentais do 
art.5º, o que não impede que não o seja por equiparação, dado o conteúdo de direitos 
que esta visa a tutela. Para Sarlet, isso ocorre porque, é um instrumento destinado a 
tutela dos novos direitos. 
Direitos difusos: É importante destacar que os interesses difusos são aqueles de 
que sejam titulares pessoas indeterminadas, mas que se demonstrem vínculo jurídico 
ou fático definido. Atualmente, esses direitos estão estritamente associados com a 
relação de consumo e direitos ao meio ambiente, o que significa dizer, a Ação Civil 
Pública que não é destinada a garantia de direitos individuais. (DIDIER JR. Curso de 
Processo Constitucional) 
 
Objeto 
 
Buscar a efetiva responsabilização por danos causados ao meio ambiente, aos 
consumidores a ao patrimônio cultural e natural do País ou por qualquer ato ilegal, 
através de prestação pecuniária de quem causou o dano ou através do estabelecimento 
de obrigações de fazer ou não fazer. Logo, trata-se de lesão ou ameaça ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, ao patrimônio 
histórico, ao patrimônio turístico, ao patrimônio artístico, ao patrimônio paisagístico, ao 
patrimônio estético, bem como a qualquer outro interesse difuso ou direito coletivo. 
 
 
 
 
 
32 
 
Legitimidade 
 
Legitimidade ativa Legitimidade passiva 
O Ministério Público, a Defensoria 
Pública, a União, os Estados, o Distrito 
Federal, Municípios, autarquias, 
empresas públicas, Fundações 
sociedade de economia mista, 
Associação que esteja constituída há 
pelo menos um ano. 
Em se tratando de polo passivo, qualquer 
pessoa que tenha causado lesão ou ameaça 
de lesão aos bens jurídicos por ela tutelados, 
pode figurar como ré na ação civil pública, 
incluindo-se pessoas físicas ou jurídicas, 
privadas ou públicas, entes federados e 
entidades da administração pública indireta. 
 
A legitimação ativa para a ação civil pública ou coletiva é concorrente, autônoma 
e disjuntiva. Vale dizer: cada um dos legitimados pode propor a ação isoladamente ou 
se litisconsorciando facultativamente aos demais. Neste ponto, a Constituição Federal, 
a despeito de enquadrar a ação civil pública como função institucional do Ministério 
Público (artigo 129, III), não conferiu a este a exclusividade em sua promoção (129, § 1º da 
CF), no que andou bem, dando ênfase à amplitude do acesso à justiça. (BARROSO) 
 
 
ATENÇÃO! 
 
O art. 81 do CDC permite a propositura da ação em nome próprio ou em nome coletivo 
(das vítimas ou de seus sucessores), a fim de peticionar a responsabilização dos 
causadores dos danos que sofreram individualmente. 
 
 
Ministério Público 
 
O papel do Ministério Público na Ação Civil Pública: 
Ainda que haja outros legitimados, para o Ministério Público, é um dever agir 
quando estiverem presentes as condições ensejadoras da ação, enquanto para os 
demais é uma faculdade, podendo inclusive, atuar de ofício, sem necessidade de 
provocação. 
O Ministério Público é o legitimado para propor o inquérito civil que antecede à 
ação civil pública. Este é um procedimento administrativo de natureza inquisitiva que 
visa a recolher elementos de prova que ensejam o ajuizamento da ação civil pública. 
O inquérito é peça instrutória da Ação Civil Pública, contudo, não é pela 
indispensável, significando dizer que a Ação Civil Pública pode ou não ser precedida do 
inquérito. 
Em verdade, torna-se dispensável o inquérito civil, quando as provas existentes do 
ato lesivo já sejam por si só capazes de prover a ação civil pública. 
Quando a ação for proposta por algum dos outros legitimados e houver 
desistência infundada ou abandono da ação, o Ministério Público ou outro legitimado 
assumirá a titularidade ativa, isso, pois, trata-se da indisponibilidade do interesse. 
 
 
 
33 
 
Importante mencionar que, quando o Ministério Público não figurar como parte, 
deverá, obrigatoriamente, intervir como fiscal da lei. 
 
O Ministério Público é parte legítima para o ajuizamento de ação 
coletiva que visa anular ato administrativo de aposentadoria que 
importe em lesão ao patrimônio público. (RE 409356) 
 
Litispendência 
 
Poderá ainda haver litisconsórcio ativo entre os legitimados e entre os Ministérios 
Públicos dos Estados e da União, que será inicial, ativo, unitário e facultativo. 
 
Competência 
 
 
Art. 2º da Lei nº 7.347/85: A propositura da ação prevenirá a 
jurisdição para o juízo de todas as ações posteriormente 
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo 
objeto. 
 
Na Ação Civil Pública, não existe foro por prerrogativa de função, sendo que a 
competência para processo e julgamento desta ação é determinada pelo local onde 
ocorreu o dano. Salvo quando o ato lesivo é imputado à pessoa jurídica que tenha foro 
na Justiça Federal, a Ação Civil Pública deverá ser ajuizada e julgada originariamente 
por juízes ordinários estaduais. (ALEXANDRINO).De acordo com Siqueira Junior: 
 
“A regra de competência prevista na lei n. 7.347/85 deve ser 
interpretada em consonância com o Código de Defesa do 
Consumidor, nos termos do art. 21 da Lei de Ação Civil Pública, que 
dita: “Aplica-se à defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais, 
no que for cabível, os dispositivos do Título III da Lei 8.078 de 11 de 
setembro de 1990, que instituiu o Código de Defesa do 
Consumidor”. 
 
Efeitos 
 
O art. 16 da Lei nº 7.347/85 dispõe que: 
 
“A sentença civil fará coisa julgada "erga omnes", nos limites da 
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for 
julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em 
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova.” 
 
 
 
34 
 
“É ultra partes, no caso de direitos coletivos (art. 103, II, da Lei 
8.078/1990) e erga omnes, no caso de direitos difusos (art. 103, I, da 
Lei 8.078/1990) e no caso de direitos individuais homogêneos, com 
extensão secundumeventum litis (art. 103, III, da Lei 8.078/1990). A 
extensão subjetiva da coisa julgada é secundumeventum litis – e 
não a sua formação”. (SARLET; MITIDIEIRO. Curso de direito 
constitucional) 
 
A ação pública só faz coisa julgada erga omnes nos limites da competência 
territorial do órgão prolator. 
Em recente julgado o STF entendeu que a eficácia subjetiva da coisa julgada 
formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por associação civil na 
defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito 
da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da 
propositura da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo 
de conhecimento. 
 
“Só será cabível o controle difuso, em sede de ação civil pública ... 
como instrumento idôneo de fiscalização incidental de 
constitucionalidade, pela via difusa, de quaisquer leis ou atos do 
Poder Público , mesmo quando contestados em face da 
Constituição da República, desde que, nesse processo coletivo, a 
controvérsia constitucional , longe de identificar-se como objeto 
único da demanda, qualifique-se com simples questão prejudicial, 
indispensável à resolução do litígio principal.” (CELSO MELLO, STF). 
 
Sentença 
 
Na Ação Civil Pública, a sentença é preponderantemente condenatória ou 
mandamental, podendo impor condenação em dinheiro, obrigação de fazer ou não 
fazer; em regra, tal sentença não tem natureza desconstitutiva, pois na maioria das vezes 
o dano é irrecuperável. 
A ação civil pública objetiva a independência pelo dano causado destinada à 
reconstituição dos bens lesados. Pode também ter por objeto o cumprimento da 
obrigação de fazer ou de não fazer, cumprimento este que será determinado pelo juiz, 
sob pena de multa diária, independentemente de requerimento do autor. 
A ação civil pública fará coisa julgada sendo procedente ou improcedente, no 
entanto, caso a ação termine por falta de provas não fará coisa julgada material. 
 
Liminar 
 
Pode-se admitir ação cautelar quando ocorrerem o fumus boni juris e o periculum 
in mora. 
 
 
 
 
 
35 
 
Custas 
 
Os pagamentos de custas, emolumentos e quaisquer outras despesas estão 
vedados, exceto nos casos de litigância de má-fé. 
 
Resumo 
 
Competência Foro do local onde ocorre o dano, cujo juízo terá competência 
funcional para processar e julgar a causa. 
Endereçar Juízo Cível da ... Vara da Comarca de ... 
 
 
Partes 
Ativo e passivo 
Legitimidade ativa: artigo 5º, caput, I a V, da Lei nº 7.347/1985: o 
ministério público; defensoria pública; a união os estados, o 
direito federal e os municípios a autarquia, empresa pública 
fundação ou sociedade de economia mista; a associação que, 
concomitantemente: esteja constituída há pelo menos 1 (um) 
ano termos da lei civil e inclua , entre suas finalidades 
institucionais , a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à 
ordem econômica, a livre concorrência ou ao patrimônio 
artístico estético, histórico, turístico e paisagístico. 
Legitimidade passiva: responsável pela lesão ao interesse 
difuso ou coletivo, podendo ser particular ou ente público. 
O que devo 
suscitar? 
Demonstrar o ato lesivo ao interesse difuso e coletivo 
 
Pedido 
Condenação do réu do ato lesivo ao interesse difuso e coletivo 
(condenação em dinheiro ou ao cumprimento de obrigação de 
fazer ou não fazer), artigo 3º, caput, da Lei nº 7.347/1985. 
Valor da Causa Se não tiver valor no enunciado: Valor da causa R$ ..., para efeitos 
procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319, inciso V, do 
Código de Processo Civil. 
Se a questão indicar o valor do prejuízo ao patrimônio, esse 
deverá ser o valor da causa. 
 
Modelo 
 
EXAME DE ORDEM XXI 
PEÇA PROFISSIONAL 
ENUNCIADO 
A Associação Alfa, constituída há 3 (três) anos, cujo objetivo é a defesa do 
patrimônio social e, particularmente, do direito à saúde de todos, mostrou-se 
inconformada com a negativa do Posto de Saúde Gama, gerido pelo Município 
Beta, de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram 
esse serviço. O argumento das autoridades era o de que não havia profissionais 
capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo suficiente. Em razão 
desse estado de coisas e do elevado número de idosos correndo risco de morte, 
 
 
 
36 
 
a Associação resolveu peticionar ao Secretário municipal de Saúde, requerendo 
providências imediatas para a regularização do serviço público de Saúde. 
O Secretário respondeu que a situação da Saúde é realmente precária e que a 
comunidade precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos 
recursos públicos federais, já que a receita prevista no orçamento municipal não 
fora integralmente realizada. Reiterou, ao final e pelas razões já aventadas, a 
negativa de atendimento laboratorial aos idosos. Apesar disso, as obras públicas 
da área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde Gama, nos 
quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos municipais, 
continuaram a ser realizadas. 
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pela 
Associação Alfa, elabore a medida judicial cabível para o enfrentamento do 
problema, inclusive com providências imediatas, de modo que seja oferecido 
atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do 
Posto de Saúde. A demanda exigirá dilação probatória. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Segue modelo de estruturação da peça de Ação Civil Pública cobrada no EXAME 
DE ORDEM XXI: 
 
 
 
 
37 
 
JUÍZO DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DO MUNICÍPIO BETA, 
ESTADO ... 
 
ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° 
..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., 
representado por seu PRESIDENTE..., nacionalidade..., profissão..., estado civil..., 
portador do RG n°..., inscrito no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico..., residente e 
domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por seu procurador 
signatário, inscrito na OAB n°..., procuração em anexo, conforme previsão no 
artigo 287 do Código de Processo Civil, endereço eletrônico..., com escritório 
profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., local onde recebe 
suas intimações, vem, com o devido respeito, à presença de Vossa Excelência, 
propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR com fundamento nos 
artigos 129, inciso III, da Constituição Federal, e artigo 1°, incisos IV e VIII, da Lei nº 
7.347/85, em face do MUNICÍPIO BETA, pessoa jurídica de direito público, inscrita 
no CNPJ sob o n°..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., n°..., Bairro..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., representadopor seu PREFEITO..., nacionalidade..., 
profissão..., estado civil..., portador do RG n°..., inscrito no CPF sob o n° ..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., 
CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
1) DOS FATOS 
O Posto de Saúde Gama, administrado pelo Município Beta, nega atendimento 
laboratorial aos idosos, sob alegação de que não há profissionais capacitados 
nem medicamentos suficientes. 
 
2) DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
2.1) Competência 
A Vara Cível da Comarca X é competente para processar e julgar Ação Civil 
Pública, uma vez que a matéria é de competência da Justiça Estadual, de forma 
 
 
 
 
38 
 
residual, conforme artigo 25, parágrafo 1º e 125 da Constituição Federal. É, 
também, o local onde o dano foi praticado, consoante artigo 2°, da Lei nº 
7.347/85. 
 
2.2) Legitimidade 
A legitimidade ativa da Associação Alfa decorre do fato de ter sido constituída 
há mais de 1 (um) ano, conforme documentação anexa, destinar-se à defesa do 
patrimônio social e do direito à saúde de todos, atendendo ao disposto no artigo 
5º, inciso V, alíneas “a” e “b”, da Lei nº 7.347/85. 
A legitimidade passiva do Município Beta é justificada por ser o responsável pela 
gestão do Posto de Saúde Gama, com a obrigação de gerir o sistema de saúde 
local, conforme artigo 23, inciso II, e 196, ambos da Constituição Federal. 
 
2.3) Cabimento 
O cabimento exclusivo da ação civil pública decorre do fato de o objetivo da 
demanda judicial ser a defesa de todos os idosos que procuram o atendimento 
do Posto de Saúde Gama, nos termos das finalidades estatutárias de defesa do 
patrimônio social, particularmente, direito à saúde de todos e não eventual 
defesa de direito ou interesse individual. Como se discute a qualidade do serviço 
público oferecido à população e esses idosos não podem ser individualizados, 
trata-se de interesse difuso, amoldando-se ao artigo 129, inciso III, da 
Constituição Federal, e artigo 1°, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85. 
 
2.4) Do Direito 
O que se verifica, na hipótese, é a necessidade de defesa do direito fundamental 
à vida e à saúde dos idosos que procuram os serviços do Posto de Saúde Gama, 
bem como da dignidade da pessoa humana, amparados pelo artigo 1º, inciso III, 
artigo 5º, caput, artigo 6º e artigo 196, todos da Constituição Federal. Esses 
direitos estão sendo preteridos para a realização de obras públicas na área de 
lazer, o que é constitucionalmente inadequado em razão da maior importância 
 
 
 
 
39 
 
dos referidos direitos. Afinal, sem vida e saúde, não há possibilidade de lazer. 
Ademais, o Município tem o dever de assegurar o direito à saúde dos idosos e de 
cumprir a competência constitucional conferida para fins de prestação do 
serviço público de saúde, consoante artigo 23, inciso II, artigo 30, inciso VII, artigo 
196 e artigo 230, todos da Constituição Federal e, ainda, Lei nº 10.741/03. 
 
2.5) Da medida liminar 
Requer-se, em sede de medida liminar e/ou tutela de urgência, o deferimento 
da ordem para determinar que o Município, através do Posto de Saúde Gama, 
preste, de forma adequada, o serviço público de saúde, pois os idosos do 
Município X estão sem atendimento no Posto de Saúde, podendo acarretar 
consequências irreversíveis à saúde e vida dos idosos. Desta forma, restou 
demonstrada a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora, conforme 
artigo 12, da Lei nº 7.347/85, e/ou 300, do Código de Processo Civil, sob pena de 
multa, nos termos do artigo 11, da Lei nº 7.347/85. 
 
3) DOS PEDIDOS 
a) O recebimento desta inicial; 
b) O deferimento da liminar para determinar que o Município, através do Posto 
de Saúde Gama, preste, de forma adequada, o serviço público de saúde, em 
conformidade com o artigo 12, da Lei nº 7.347/85, e/ou artigo 300, do Código de 
Processo Civil, sob pena de multa, nos termos do artigo 11, da Lei nº 7.347/85; 
c) A citação do réu para contestar, sob pena de revelia; 
d) A intimação do representante do Ministério Público, conforme artigo 5º, 
parágrafo 1º, da Lei nº 7.347/1985; 
e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas; 
f) A não realização de audiência de conciliação ou mediação, com base nos 
artigos 319, inciso VII e 334, parágrafo 5º, ambos do Código de Processo Civil; 
g) A procedência da presente ação, com a determinação de que o Município, 
através do Posto de Saúde Gama, preste, de forma adequada, o serviço público 
 
 
 
 
40 
 
de saúde, conforme artigo 3º, caput, da Lei nº 7.347/1985, tornando definitiva a 
liminar; 
h) A condenação do réu ao pagamento das custas e demais despesas judiciais, 
bem como dos honorários de advogado. 
 
Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 
319, inciso V, do Código de Processo Civil. 
 
Local..., data... 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
41 
 
5. HABEAS DATA 
 
Fundamento legal 
 
Previsão no art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, com a seguinte redação: 
 
Art. 5º, LXXII: conceder-se-á habeas-data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados 
de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
 
Lei n. 9.507/97 – regula o writ e disciplina seu rito processual. 
 
Art. 7° da Lei 9507/97: Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados 
de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de 
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável 
e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 
Conceito 
 
O habeas data é uma novidade entre os writs e é uma tutela específica dos direitos 
e garantias fundamentais que visa a assegurar ao cidadão interessado a exibição de 
informações constantes nos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos 
seus dados pessoais, para que tome conhecimento e, se for o caso, retifique ou 
complemente eventuais erros. 
 
Natureza jurídica 
 
É remédio constitucional, de natureza civil, submetido a rito sumário, que se 
destina a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica 
discernível em seu tríplice aspecto: 
Ainda, o instrumento deve ser lido à luz dos demais princípios constitucionais, 
como art. 5, X, XII, XXXIII, XXXIV da CF: 
Direitos protegidos: 
 
Art. 5º, X da CF: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
 
 
 
42 
 
Objeto 
 
Na linha de especialização dos instrumentos de defesa de direitos individuais, a 
Constituição de 1988 tratou o habeas data como instituto destinado a assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante constantes de registros 
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e para permitir 
a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo de modo sigiloso. 
 
Art. 1º (VETADO) da Lei 9.507 
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou 
banco de dados contendo informações que sejam ou que possam 
ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do 
órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. 
 
Legitimidade 
 
O habeas data só é cabível se a informação for da pessoa do impetrante. 
 
LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE PASSIVA 
O HD poderá ser ajuizado por 
qualquer pessoa física, 
brasileira ou estrangeira, bem 
como por pessoa jurídica, entes 
despersonalizados (massa 
falida,herança jacente, espólio, 
sociedade de fato, 
condomínio). 
Saliente-se, porém, que a ação 
é personalíssima, vale dizer, 
somente poderá ser impetrada 
pelo titular das informações. 
STF já se manifestou que 
estrangeiro não residente 
também poderá adentrar com 
habeas data. 
 
No polo passivo, podem figurar entidades 
governamentais, da Administração Pública Direta 
(União, Estados, DF e Municípios) e Indireta (as 
autarquias, as Fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, as Empresas Públicas e as 
Sociedades de Economia Mista), bem como as 
instituições, entidades e pessoas jurídicas 
privadas detentoras de banco de dados contendo 
informações que sejam ou possam ser 
transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso 
privativo do órgão ou entidade produtora ou 
depositária das informações (ex: as entidades de 
proteção ao crédito, como o SPC, o SERASA, entre 
outras). 
Privada. O aspecto que determinará o cabimento 
da ação será o fato de o banco de dados ser de 
caráter público, a exemplo do SPC. 
 
Competência 
 
Previsão de algumas autoridades pela CF/88 
 
STF - Art. 102, I, d, da CF; 
STJ - Art. 105, I, b, da CF; 
TRF- Art. 108, I, c, da CF; 
Justiça Federal - Art. 109, VIII, da CF; 
 
 
 
43 
 
Justiça Estadual – 25 e 125 da CF; 
 
Art. 20 da Lei nº 9.507/97: O julgamento do habeas data compete: 
 
Originariamente Em grau de recurso 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra 
atos do Presidente da República, das 
Mesas da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, do Tribunal de Contas 
da União, do Procurador-Geral da 
República e do próprio Supremo 
Tribunal Federal; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, 
contra atos de Ministro de Estado ou 
do próprio Tribunal; 
c) aos Tribunais Regionais Federais 
contra atos do próprio Tribunal ou de 
juiz federal; 
d) a juiz federal, contra ato de 
autoridade federal, excetuados os 
casos de competência dos tribunais 
federais; 
e) a tribunais estaduais, segundo o 
disposto na Constituição do Estado; 
f) a juiz estadual, nos demais casos. 
a) ao Supremo Tribunal Federal, 
quando a decisão denegatória for 
proferida em única instância pelos 
Tribunais Superiores; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, 
quando a decisão for proferida em 
única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais; 
c) aos Tribunais Regionais Federais, 
quando a decisão for proferida por juiz 
federal; 
d) aos Tribunais Estaduais e ao do 
Distrito Federal e Territórios, conforme 
dispuserem a respectiva Constituição 
e a lei que organizar a Justiça do 
Distrito Federal; 
III - mediante recurso extraordinário 
ao Supremo Tribunal Federal, nos 
casos previstos na Constituição. 
 
 
Habeas data e a Lei de Acesso à Informação 12.527/11 
 
Em busca de mais transparência nos três poderes (Executivo, Legislativo e 
Judiciário), os brasileiros passaram a ter acesso a informações públicas de qualquer 
órgão público. A Lei de Acesso a Informações Públicas - LAI (Lei nº 12.527/2011), 
aprovada em novembro de 2011, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 
16 de maio de 2012, e passou a valer para todo o país. Contudo, nem todas as solicitações 
de informações são liberadas dentro do prazo. 
 
Habeas Data x Direito de Petição 
 
Essa garantia do Habeas Data não se confunde com o direito de obter certidões 
(art. 5, XXXIV, b, CF) ou informações de interesse particular, coletivo ou geral (art. 5, 
XXXIII). Havendo recusa no fornecimento de certidões (para a defesa de direitos ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal, próprio ou de terceiros), ou 
informações de terceiros, o remédio apropriado é o mandado de segurança, e não o 
 
 
 
44 
 
habeas data. Se o pedido for para conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, como visto, o remédio será o habeas data. 
 
Procedimento 
 
Art. 8º da Lei 9507/97: A petição inicial deverá ser instruída com 
prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de 
dez dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de 
quinze dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 
4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. 
 
Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, 
exceto habeas corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser 
levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a 
distribuição, forem conclusos ao relator. 
 
Muito importante 
 
Para o fim de impetrar habeas data, é imprescindível que tenha havido o 
requerimento administrativo e a negativa pela autoridade administrativa de atendê-
lo, devendo tal negativa ou omissão da autoridade administrativa vir comprovada na 
petição inicial (art. 8, parágrafo único, da Lei nº 9.507/97). O silêncio da autoridade no 
prazo de 10 dias é suficiente! 
Aspecto importante do cabimento do Habeas Data diz respeito à exigência legal 
de que a ação somente poderá ser impetrada em Juízo diante da prévia negativa da 
autoridade administrativa de fornecimento (ou de retificação ou de anotação da 
contestação ou explicação) das informações solicitadas. Trata-se de uma das exceções 
constitucionais ao princípio do controle jurisdicional imediato (art. 5, XXXV), 
configurando hipótese de instância administrativa de curso forçado (a outra hipótese 
de curso forçado está prevista pelo art. 217, par. 1º da CF). 
A impetração do Habeas Data não está sujeita a prazo prescricional ou 
decadencial, podendo a ação ser proposta a qualquer tempo. 
Necessário conforme art. 9º a notificação da autoridade coatora e pedir a oitiva do 
Ministério Público como fiscal da Lei (art. 9º a 12). 
No Habeas Data, o sujeito ativo da ação pode ser uma pessoa jurídica, ao 
contrário do Habeas Corpus. 
STF já considerou possível Habeas Data para a obtenção de informações 
fiscais. 
No Habeas Data, não há necessidade de que o impetrante revele as causas do 
requerimento ou demonstre que as informações são imprescindíveis à defesa de 
eventual direito seu, pois o direito de acesso lhe é garantido, independentemente de 
motivação, até porque o acesso aos próprios dados constitui, na visão da melhor 
doutrina, uma materialização dos direitos de personalidade. 
 
 
 
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Cobrança de valores 
 
Tanto o procedimento administrativo quanto a ação judicial de HD são gratuitos. 
Estão vedadas pela Lei quaisquer cobranças de custas ou taxas judiciais dos 
litigantes, bem como de quaisquer valores para o atendimento do requerimento 
administrativo. 
Ademais, não há ônus de sucumbência (honorários advocatícios) em Habeas Data. 
Para o ajuizamento da ação, porém, exige-se advogado. 
 
Liminar 
 
A lei silencia quanto à possibilidade ou não da concessão de liminar, mas a 
doutrina entende que excepcionalmente essa medida poderá ser possível ante a 
demora do processo por não ser considerada uma ação de caráter sumaríssimo. 
 
Habeas Data e sigilo imprescindível à segurança do estado 
 
É importante que se lembre que o habeas data como remédio constitucional 
destinado a assegurar o acesso à informação deve também ser lido à luz da Lei de 
Acesso à informação e suas possibilidades de restrições. Daí toda a atenção quando se 
falar em sigilo imprescindível à segurança do estado. Contudo, é oportuno lembrar 
que o sigilo é exceção, logo, se a informação da pessoa por si só não tem como 
representar risco à segurança, não há justificativa para não conceder o acesso. 
 
Vide os artigos mais importantes da Lei de Acesso à Informação - LAI nesse sentido: 
 
Art. 21 da Lei 12527/11: Não poderá ser negado acesso à informação 
necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos 
fundamentais. 
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre 
condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada 
por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não 
poderão ser objeto de restrição de acesso. 
 
Art. 22 da Lei 12527/11: O disposto nesta

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