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CCJ0008-WL-AMRP-15-Estrutura desempenho papel social judiciário _2_

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SEMANA 15 SOCIOLOGIA JURÍDICA DA VIDA ECONÔMICA, POLÍTICA E 
PRIVADA 
FATORES DA EVOLUÇÃO DO DIREITO 
 
Inúmeros são os fatores sociais que concorrem para a evolução do 
Direito,dentre os principais, destacamos: econômicos, políticos, culturais e 
religiosos. 
Fatores econômicos 
A organização social tem o seu ponto básico de articulação no modo pelo qual 
os homens produzem, possuem e comerciam. O Direito vai se modificando à 
medida que vai se alterando a estrutura econômica da sociedade. 
Pode-se dizer que na formação do direito, o fator econômico está ligado às 
normas e leis. O Estado, através de sua economia, consegue ver a realidade 
pela qual passa seu povo, e a partir daí estabelece as regras que melhor se 
adapta à real situação pela qual esse povo vive, buscando sempre o bem 
comum. Já no que diz respeito à evolução do direito, a economia permite ao 
direito intervir de forma mais ampla sobre a população do Estado, fazendo com 
que essa tenha maior acesso aos caminhos legais do processo econômico, ou 
seja, às leis. 
Na árvore jurídica, há ramos que possuem grande conteúdo econômico, como 
acontece com o direito comercial, o do Trabalho, Tributário, Civil, 
especialmente quanto aos direitos reais, obrigacionais e sucessórios. Segundo 
Berolzheimer, "O direito, sem a Economia, é vazio e a economia, sem o Direito, 
é sem forma". 
Fatores políticos 
A palavra política, embora ligada etimologicamente a polis (cidade), 
modernamente é utilizada para designar a ciência e a arte de governar, 
abrangendo as relações entre o indivíduo e o estado, as relações dos estados 
entre si, bem como as funções e atribuições do Estado. 
Cada segmento político deve corresponder a um ideário de valores sociais. 
Cada partido político deve movimentar-se, a fim de que 
suas teses se realizem concretamente. 
O fundamento da política é conter o desenrolar do conflito entre as classes, 
defendendo as instituições criadas a favor de uma delas e por elas mantidas. 
O Direito intermedia conflitos segundo os valores do grupo social que detém o 
poder, por deter o controle da vida econômica e, consequentemente, da vida 
política de uma sociedade. o Direito não é imparcial: traduz a ideologia do 
poder legiferante. 
Fatores culturais 
Se compararmos o direito de uma sociedade culturalmente desenvolvida com o 
de outra inculta, constataremos imediatamente a necessária harmonia 
existente entre a ordem jurídica e os fatores de cultura. O direito evolui 
acompanhado a evolução cultural, a ponto de podermos afirmar ser ele o 
aspecto cultural de um povo. 
Pode-se dizer que cultura é tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza. 
São conhecimentos que vão se formando, transmitindo-se a outras gerações 
como autêntica herança social. É o conjunto de conhecimentos, crenças, artes, 
de regras morais, jurídicas e de costumes, e de quaisquer outras aptidões do 
homem, por ele adquiridas em sua condição de membro da sociedade. 
A maior evidência de ser o Direito uma manifestação de cultura social, um 
fenômeno cultural, está no fato de surgirem novos ramos do Direito à medida 
que se expande o mundo cultural de um povo. Fala -se hoje em Direito 
Espacial, Nuclear, das Telecomunicações etc., realidade somente possível 
graças ao progresso científico dos tempos modernos. 
Fatores religiosos 
Nos povos antigos, o direito não se diferenciava da religião. Praticamente se 
confundiam porque o poder, a autoridade, o direito e a religião emanavam da 
mesma divindade, e quase sempre estavam centralizados nas mãos da mesma 
pessoa. Quando o chefe político não era também o líder religioso, este 
partilhava do poder, exercendo imensa influência sobre o povo. 
Somente após um lento e prolongado processo de secularização, sob o 
impacto de civilizações mais adiantadas, o direito foi se separando da religião – 
o mundo profano do sagrado. 
Hoje, pode-se dizer, de um modo geral, que a religião se ocupa com o foro 
íntimo, com a consciência pessoal, ao passo que o direito trata do foro externo; 
a religião se preocupa com as relações entre o homem e a divindade, o direito 
disciplina as relações sociais que se travam entre o homem e o homem, ou 
entre o homem e o grupo. 
ASPECTOS SOCIOJURÍDICOS: 
 Direito Constitucional: 
Constituição é a Lei corporificadora do Estado, onde se encontram os 
princípios fundamentais da sua estrutura organizacional. Pelo prisma 
sociológico, a Constitucional pode ser legítima e eficaz, ou ilegítima, segundo 
Ferdinand Lassale “quando a Constituição não é o somatório dos fatores reais 
de poder, nada mais é do que uma folha de papel, pois a Constituição real e 
efetiva é o fato social que lhe dá alicerce. 
Nossa Constituição de 1988 ainda possui inúmeros dispositivos que não 
passaram da folha de papel, não são aplicadas, e observadas, por isso que se 
diz que o “ Brasil é ainda um país incostitucional”. 
DIREITO DE FAMÍLIA 
Sem dúvida é o ramo do Direito com o maior grau de evolução, sempre 
buscando a harmonia entre a realidade social e a lei. 
• Divórcio- situação da companheira e dos filhos ilegítimos, soluções 
paliativas, 
• Lei do Divórcio- Lei 6515 \ 77 
• Lei da União Estável – Lei 9278\96 
• União de pessoas do mesmo sexo- O STF (Supremo Tribunal Federal) 
reconheceu em 05 de maio de 2011, após cerca de cinco horas de 
sessão, a equiparação da união homossexual à heterossexual. O 
presidente do Supremo, Cezar Peluzo, deu o décimo e último voto a 
favor da união gay. A decisão tem efeito vinculante, ou seja, alcança 
toda sociedade. 
• Os ministros foram autorizados a decidir processos pendentes 
individualmente. 
Apesar de não falar em igualdade, mas em equiparação --fazendo 
ressalvas como os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes-- o 
ministro afirmou que Constituição não exclui outras modalidades de 
entidade familiar, mas reconhece que há lacuna normativa a ser 
preenchida. A decisão do STF não é equivalente a uma lei sobre o 
assunto. 
• O artigo 1.723 do Código Civil estabelece a união estável heterossexual 
como entidade familiar. O que o Supremo fez foi estender este 
reconhecimento a casais gays. Agora, se um clube vetar o nome de um 
companheiro homossexual como dependente, por exemplo, o casal 
pode entrar na Justiça e provavelmente ganhará a causa, pois os juízes 
tomarão sua decisão com base no que disse o STF sobre o assunto, 
reconhecendo a união estável. 
• DIREITO PENAL 
• 
• O Direito Penal é muito sensível às questões sociais, tais como: 
explosão demográfica, crise da moradia, favelização, pobreza, ausência 
de educação, corrupção, fraude... 
• VIOLÊNCIA URBANA E PODER PARALELO – Milícias e UPPs. 
• CRIMINALIDADE DE COLARINHO BRANCO -Consiste na modalidade 
criminosa que é cometida “por uma pessoa de respeitabilidade e alto 
status social, no exercício de sua ocupação”. O sujeito ativo é pessoa de 
alto status sócio-econômico, que comete a atividade delitiva se 
beneficiando do cargo ocupado. O dano causado pela ação é extenso e 
considerável, atingindo em regra a coletividade, ou o patrimônio de 
indeterminado número de pessoas. 
• DIREITO DO TRABALHO 
• O Direito do Trabalho brasileiro se vale de alguns princípios básicos que 
norteiam a confecção, interpretação e aplicação das normas 
trabalhistas. Entre eles está o princípio da proteção, que se divide em 
três: sub princípio do in dubio pro operario; sub princípio da aplicação da 
norma mais favorável; e sub princípio da condição mais benéfica. 
Também temos como princípios importantes: 
• o princípio da irrenunciabilidade de direitos; o princípio continuidade da 
relação de emprego; o princípio da inalterabilidade contratual lesiva; o 
princípio da primazia da realidade; e o princípio da intangibilidade 
salarial. 
• O princípio da proteção 
• A maior parte dos princípios do direito do trabalho brasileiro visam a dar 
suporte ao empregado. 
• O trabalhador é o elo mais fraco de relação trabalhista, (costuma-se 
dizer que ele é hipossuficiente).O empregado recebe, portanto, 
proteção jurídica especial por parte do Estado. Essa proteção se 
assenta na idéia de justiça distributiva, que atenta para a produção de 
uma igualdade material (e não somente formal) entre as partes. Esse 
princípio se divide em três sub princípios, que veremos a seguir: 
• Princípio in dubio pro operario: estabelece que, quando há dúvidas 
acerca de como determinada norma deve ser entendida, deve 
prevalecer a interpretação legal mais favorável ao empregado. Deve-se 
observar que este princípio regula o direito material, não o direito 
processual. Exemplificando: num processo trabalhista esse princípio não 
se aplica quando surgem dúvidas acerca da consistência das provas, 
mas, de fato, se aplica se surgirem dúvidas na interpretação adequada 
de uma lei 
• Princípio da aplicação da norma mais favorável: aqui se indica que, 
entre as múltiplas normas existentes no ordenamento jurídico, aquela 
mais favorável ao trabalhador é a que deve ser usada. No contexto do 
Direito do Trabalho, essa forma de escolher a norma a ser aplicada se 
sobrepõe aos critérios tradicionalmente usados para resolver a colisão 
de normas no direito brasileiro, (como a escolha da lei de maior 
hierarquia).[9] 
• Princípio da condição mais benéfica: as condições mais favoráveis 
que já constaram no contrato de trabalho e no regulamento da empesa 
durante o tempo de serviço do empregado são sempre as que de fato 
valem. Desse modo, quando surge uma nova regra menos favorável, ela 
não se aplica aos que já trabalharam sob as diretrizes anteriores, (mas 
pode regular o trabalho de contratados futuros). Se a mudança resultar 
em qualquer prejuízo para o trabalhador esta será inválida, mesmo que 
o empregado tenha concordado com ela . 
• O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor (CDC) é, no 
ordenamento jurídico brasileiro, um conjunto de normas que visam a 
proteção aos direitos do consumidor, bem como disciplinar as relações e 
as responsabilidades entre o fornecedor(fabricante de produtos ou o 
prestador de serviços) com o consumidor final, estabelecendo padrões 
de conduta, prazos e penalidades. 
• O Estatuto do Idoso ( Lei 10741\2003), como o Estatuto da Criança e do 
Adolescente, é mais um instrumento para a realização da cidadania. 
• O idoso possui direito à liberdade, à dignidade, à integridade, à 
educação, à saúde, a um meio ambiente de qualidade, entre outros 
direitos fundamentais (individuais, sociais, difusos e coletivos), cabendo 
ao Estado, à Sociedade e à família a responsabilidade pela proteção e 
garantia desses direitos. 
• Pode-se afirmar que o cerne do Estatuto está nas normas gerais que 
referem sobre a ‘proteção integral’; a natureza e essência encontram-se 
no artigo 2º, quando estabelece a sucessão de direitos do idoso e 
visualiza sua condição como ser constituído de corpo, mente e espírito – 
já prevê a preservação de seu bem-estar físico, mental e espiritual – e 
identifica a existência de instrumentos que assegurem seu bem-estar, o 
qual na lei seria: 
• “Art. 2o - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à 
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, 
assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades 
e facilidades, para preservação de sua saúde, em condições de 
liberdade e dignidade.” 
• Lei Maria da Penha - Lei 11340/06 
• Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a 
mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da 
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir 
e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos 
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher... 
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