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RESUMOS AV1

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RESUMOS AV1 
1. FUNDAMENTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS. 
TIPOS DE CONHECIMENTO 
a) Conhecimento mítico: Busca explicar o mundo a partir da ação de entidades - ou 
seja, forças, energias, criaturas, personagens que estão além do mundo natural, que 
são sobrenaturais. Ex: Mitos Gregos. Função dos mitos: fornecer uma compreensão 
sobre o mundo, organiza-lo e atribuir-lhe sentido. 
b) Conhecimento religioso: Se dá a partir da separação entre a esfera do sagrado e 
do profano. Questiona o real. É baseado na fé. O sagrado é tudo aquilo que é 
relativo a essa estrutura religiosa; o profano é algo que está fora dessa esfera 
sagrada, do excepcional, do sobrenatural, superior. 
c) Conhecimento filosófico: Pode ser traduzido como amor à sabedoria, à busca do 
conhecimento por meio do questionamento da reflexão. Este conhecimento não 
está ligado aos fatos. 
d) Conhecimento do senso comum: É um tipo de conhecimento espontâneo, 
passado de geração a geração. Tem por finalidade orientar os homens a enfrentar 
os desafios cotidianos, sem questionar as causas. 
• É baseado nas aparências; 
• Faz afirmações rápidas sobre as coisas; 
• Modo de pensar da maioria das pessoas; 
• Sentido dado coletivamente a coisas vividas; 
 
e) Conhecimento científico: Estabelece métodos de estudos por meio da razão com 
o intuito de alcançar respostas para os fenômenos existentes. É verificável através 
de experiências e possuindo um método específico. Existe uma necessidade de ir 
aos fatos para responder suas perguntas. Método científico é o caminho para se 
obter o conhecimento científico. 
• É provisório; 
• Busca ir além das aparências e desconfia daquilo que é a aparência; 
• Só faz uma afirmação depois de ter visto feito inúmeras vezes; 
 
SENSO COMUM CIENTIFICO 
Tem um caráter subjetivo, uma vez que 
depende dos valores pessoais do sujeito 
envolvido. 
Existe uma imparcialidade do sujeito 
que investiga, sem o uso de emoções ou 
juízos de valores. 
É um saber acrítico, pois não pergunta 
como e por que as coisas acontecem. 
É produzido a partir de métodos que 
correspondem a objetos de estudo 
específico. 
É um saber assistemático, ou seja, não é 
estruturado racionalmente, não supõe o 
Suas formulações são sistemáticas, 
baseadas em fatos verificáveis e 
uso de método. controláveis através de experiências. 
É um tipo de conhecimento empírico, 
pois se vale da observação imediata das 
coisas, não conseguindo ultrapassar as 
aparências. 
As conclusões obtidas são objetivas, 
uma vez que uma mesma experiência é 
repetida por dois ou mais cientistas em 
locais distintos. 
 
CIÊNCIAS SOCIAIS X NATURAIS 
a) Ciências sociais: É o conjunto de saberes relativos às disciplinas de antropologia, 
ciência política e sociologia. Não se baseia apenas no fato, mas na concepção do 
fato. Lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores ao 
indivíduo, mas do mesmo modo com as interpretações que são feitas sobre a 
realidade. Buscam investigar as ações dos indivíduos em sociedade, suas crenças, 
sentimentos, valores e etc. O objeto de estudo das ciências sociais é a sociedade em 
suas dimensões sociológicas, antropológicas e políticas. As ciências sociais nos 
ajudam a "limpar a lente" para enxergarmos melhor as diferentes realidades com 
que convivemos. Os fenômenos que compõem a matéria prima das Ciências Sociais 
são complexos pois embora observados, não podem ser reproduzidos. Por isso 
deve ser considerado o contexto em que o fenômeno ocorre, fazendo do cientista 
social uma interpretação. 
 
b) Ciências naturais: As ciências naturais e exatas estudam fatos simples, ou seja, 
eventos que são facilmente isoláveis. O objeto de estudo das ciências naturais é a 
própria natureza, uma realidade dada, exterior ao homem; e o sujeito do 
conhecimento se põe fora dela para estuda-la. As ciências naturais e as sociais são 
diferentes, e tal diferença, suscita de intensos debates quanto a validade e o rigor 
científico do conhecimento produzido pelas ciências sociais. Os argumentos têm 
como princípio a dificuldade de reconhecê-la como verdadeiras ciências, à medida 
que elas tratam com eventos complexos que envolvem valores e significados 
socialmente dados. 
Outra questão reside no fato de estar, o pesquisador social, de alguma forma 
envolvido com os fenômenos, o que impossibilita a imparcialidade, objetividade e 
neutralidade cientifica. 
 
ANÁLISE DE ROBERTO DA MATTA: As ciências naturais estudam fatos simples, 
eventos isoláveis. Tais fenômenos seriam, por isso mesmo, recorrentes e da mesma 
época, na medida em que podem ser vistos, isolados e, assim, reproduzidos dentro 
de condições de controle razoáveis, em laboratório. Outro fato dessa ciência é que 
a prova ou teste de uma dada teoria possa ser feita por dois observadores 
diferentes, situados em locais diversos e até mesmo com perspectivas opostas. Em 
contraste, as ciências sociais estudam fenômenos complexos situados em planos de 
causalidade e determinação complicados. Não é fácil isolar causas e motivações 
exclusivas, mesmo quando o sujeito está apenas desejando realizar uma ação 
aparentemente inocente e basicamente simples. 
Nas naturais os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e 
explicados, objetivamente. Nas sociais os eventos estudados são complexos por 
poderem ocorrer em ambientes diferenciados, não existe uma maneira de se 
estabelecer leis universais a casos particulares, como é o caso da sociedade 
humana. 
 
CIÊNCIAS SOCIAIS CIÊNCIAS NATURAIS 
Não consegue isolar as causas, pois são 
multicausais. 
Consegue isolar as causas dos 
fenômenos. 
Não tem só o fato, mas também a 
concepção do fato. 
Fato simples, eventos isoláveis. 
São irreproduzíveis. São reproduzíveis. 
Embutem sua visão de mundo junto ao 
objeto do conhecimento. 
Exterior ao sujeito. 
Seus dados não são experimentais, mas 
sim, observacionais. 
Seus dados são experimentais. 
 
SOCIABILIDADE: capacidade natural de viver em sociedade. 
SOCIALIZAÇÃO: aprender a viver em sociedade. 
 
1) Antropologia: Na antropologia privilegiam-se os aspectos culturais do 
comportamento de grupos e comunidades. Questões cruciais para o entendimento 
da vida em grupo, como alteridade, diversidade cultural, etnocentrismo, 
relativismo cultural, são tratadas por essa ciência, que em seus primórdios 
estudava povos e grupos geográfica e culturalmente distantes dos povos 
ocidentais. 
2) Sociologia: Analisa as inter-relações entre os diversos fenômenos sociais. Nesse 
campo de conhecimento, a vida social é analisada a partir de diferentes 
perspectivas teóricas, seguindo disso, estudam os fatos sociais, as ações sociais, as 
classes sociais, as relações sociais, de trabalho e etc. 
3) Ciência política: Analisam-se as questões ligadas às instituições políticas. 
Conceitos de poder, autoridade e dominação são estudados por essa ciência. 
Analisam também a diferença entre povo, nação, população e governo, bem como o 
papel do Estado. 
 
O CONCEITO ANTROPOLÓGICO DE CULTURA 
Edward Tylor foi um dos primeiros antropólogos a sistematizar o conceito de 
cultura. Segundo ele, a cultura poderia ser definida como todo aquele conjunto de 
conhecimentos, que inclui crenças, arte, moral, lei, costumes e outras capacidades e 
hábitos adquiridos pelo homem como membro de um grupo ou sociedade. 
A cultura é um conjunto de regras- no sentido antropológico-que nos diz como o 
mundo pode e deve ser classificado. Vista assim, a cultura parece ser um bom 
instrumento para compreender as diferenças entre os homens e as 
sociedades. Ela nos permite traduzir melhor essa diferença entre nós e os outros, e, 
assim fazendo, resgatar a nossa humanidade no outro e a do outro em nós mesmos. 
CONCEITO: É um conjunto complexo de regras, conhecimento, comportamentos e 
costumes que nos indicam como o mundo pode e deve ser classificado; é a herança 
social de um povo, a memória coletiva;funciona como um texto teatral, não tem 
como prever totalmente como nos sentiremos em cada papel social que devemos 
desempenhar ma sociedade, porém indica exemplos de como outras pessoas que 
viveram antes de nós desempenharam tais papéis. 
 
INDIVÍDUO E SOCIEDADE 
A relação indivíduo e sociedade depende de um aprendizado ao qual chamamos 
socialização. 
Socialização: Compreende-se os processos através dos quais os seres humanos 
são induzidos a adotar padrões de comportamento, normas, regras e valores do 
seu mundo social. Elas começam na infância e prosseguem ao longo da 
vida. A socialização é um processo de aprendizagem. 
É, pois, da relação entre os indivíduos que nasce a sociedade, ao mesmo passo que 
é a partir da sociedade que se constituem os indivíduos. Isto significa dizer que o 
ser humano precisa e depende da sociedade e ela só existe em razão dos 
indivíduos. O indivíduo e a sociedade constituem duas faces da mesma moeda, nos 
mesmos atos e relações, nos tornamos pessoas e fazemos a sociedade. 
O objetivo principal de todo e qualquer processo de socialização está na 
interiorização da cultura da sociedade em que nasce e cresce o indivíduo. 
 
O EQUÍVOCO DAS VISÕES DETERMINISTAS SOBRE A CULTURA 
a) Determinismo biológico: Afirma que as características físicas e psicológicas do 
ser humano são determinadas por sua raça, nacionalidade ou por qualquer outro 
grupo específico a qual ele pertença. Fazer uso do determinismo biológico é 
afirmar, por exemplo, que todos os chineses, sem exceção, possuem inteligência 
acima da média, assim como afirmar que todos os africanos são negros, ou que 
todos os europeus são brancos. 
 
b) Determinismo geográfico: Colocava o homem numa condição de submissão aos 
aspectos naturais (a natureza é que determina a ação humana), ou seja, sugeria 
que o meio ambiente em que uma pessoa vive é o que define suas características 
físicas e psicológicas. Fazer uso do determinismo geográfico é afirmar, por 
exemplo, que todos que moram na favela, sem exceção, tornam-se criminosos, 
assim como afirmar que os brasileiros são calorosos e comunicativos porque 
vivem em um país de clima tropical. 
 
MÉTODO ANTROPOLÓGICO 
Etnografia e Antropologia de Gabinete são duas formas diferentes para estudar a 
cultura. 
a) Etnografia: Método em que o pesquisador vai ao local (campo de estudos) e 
investiga os costumes, as regras e os valores que se estabelecem na sociedade em 
que se deseja estudar. 
b) Antropologia de Gabinete: O antropólogo não vivencia a cultura estudada, 
fazendo sua analise a partir de relatos de terceiros. 
 
ETNOCENTRISMO 
O etnocentrismo se caracteriza quando julgamos a cultura alheia tomando como 
base nossos valores, Conhecimentos e tudo aquilo que nos leva a crer que nossa 
postura é a mais correta. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de 
enxergarmos a diferença. Toda sociedade é etnocêntrica, ou seja, acredita que ela 
própria é o centro do mundo e olha para os outros grupos somente a partir dos 
seus próprios valores. 
 
RELATIVISMO CULTURAL 
É a postura, privilegiada pela Antropologia contemporânea, de buscar 
compreender a lógica da vida do outro. Antes de cogitar se aceitamos ou não esta 
outra forma de ver o mundo, a Antropologia nos convida a compreendê-la e 
verificar que ao seu jeito outra vida é vivida, segundo outros modelos de 
pensamento e de costumes. Para isso, faz-se necessário o exercício da alteridade, 
ou seja, a postura de apreender a visão do outro na plenitude de seu significado. 
Alteridade pressupõe a valorização da diversidade cultural, da diferença. 
Dessa forma, não hierarquizamos formas e estilos de vida, mas reconhecemos que 
é justamente na variedade de formas de viver que reside a riqueza da vida humana. 
Toda cultura deve ser estudada em seus próprios termos, e não mais a partir dos 
parâmetros culturais e valorativos daquele que a estuda. 
Nada é absoluto. A antropologia não hierarquiza formas culturais; quando 
compara grupos culturais, não inferioriza formas de vida. 
 
ANTROPOLOGIA COMO CIÊNCIA DA ALTERIDADE 
Estudar o outro, se colocar no lugar do outro. 
Quando o antropólogo vai estudar o seu grupo social, ele precisa se afastar e 
estudar como se fosse outra sociedade. Se for um grupo distinto, ele vai até o 
mesmo. 
Alteridade -> Empatia. 
DIVERSIDADE CULTURAL 
É a multiplicidade de formas de ver, sentir e se inserir no mundo. Entre todas as 
sociedades humanas conhecidas existem diversos hábitos, costumes, línguas, 
crenças, saberes, etc. Compreendem-se as diferenças culturais existentes entre os 
seres humanos. 
 
GLOBALIZAÇÃO 
Define-se pela intensificação das relações sociais mundiais que unem localidades 
distantes de tal modo que os acontecimentos locais são condicionados por eventos 
que acontecem milhas de distância. Contudo, não houve uma padronização total da 
cultura ao redor do mundo. Como resposta, houve o que se conheceu como 
movimentos antiglobalização, que visam contestar não apenas o domínio 
econômico norte americano, mas também sua dominação cultural. 
 
MULTICULTURALISMO 
É a existência de muitas culturas numa região. Baseado na convivência de culturas 
diversas em uma mesma sociedade, buscando não hierarquizar as diferentes 
culturas, reconhecendo a diferença como algo positivo. 
 
DARWINISMO SOCIAL 
Defendia a ideia de "superioridade natural" dos povos europeus sob os outros, 
justificando assim, a intervenção europeia nesses países com o objetivo de ajudá-
las no seu "desenvolvimento" e levar a "missão civilizadora", eufemismo utilizado 
para mascarar a conquista e dominação. Este conceito foi bastante utilizado para 
tentar explicar a pobreza durante o período pós -Revolução Industrial. Os que 
permaneceram ou ficaram pobres seriam os menos aptos na linha evolutiva, de 
acordo com o darwinismo social. 
• Utiliza a ideia de sobrevivência dos mais fortes; 
• Base ideológica do neocolonialismo; 
 
NEOCOLONIALISMO 
Neocolonialismo representa a dominação política, econômica, cultura e social das 
potências capitalistas europeias sobre algumas regiões do continente africano e 
asiático, principalmente. Com o desenvolvimento da Segunda Revolução Industrial, 
as nações europeias presenciavam uma intensa expansão dos setores econômicos. 
A partir deste cenário, as potências da Europa começaram a buscar meios de 
ampliar os seus mercados, seja para buscar matérias-primas diferenciadas, mão de 
obra barata e novos locais para comercializar os produtos que produziam. 
Com o argumento falacioso de que os europeus seriam " Intelectualmente mais 
desenvolvidos" do que os povos asiáticos e, principalmente, os africanos, as 
potências da Europa interferiram nessas regiões com o discurso de "levar 
o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo". Foi neste cenário de expansão 
imperialista que surgem inéditas tentativas de explicação da realidade social. A 
primeira delas, foi o chamado darwinismo social. 
 
OS MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS DO SÉC XVIII 
O iluminismo: Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o 
domínio da razão sobre a visão teocêntrica do mundo, que predominava na Europa 
desde o período medieval. O próprio homem deveria passar a buscar respostas 
para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. 
A Revolução Francesa: Nome dado ao conjunto de acontecimentos que, em 1789, 
alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime, 
marcado pela autoridade da nobreza e do clero. Foi influenciada pelos ideais do 
iluminismo e pela independência americana. No mundo ocidental marca o início da 
chamada idade contemporânea. 
A Revolução Industrial: Teve início na Inglaterra em meados do século XVIII, 
expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Ela marca o início da mecanização 
dos sistemas de produção, que consistiu na substituição da energia humana pela 
energia motrizno processo de fabricação de mercadorias. 
 
 
2. HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO. 
 
CIVIL LAW x COMMON LAW 
As tradições Civil law e Commom Law constituem os dois principais modelos 
jurídicos existentes, formando dois sistemas de justiça voltados para garantir a 
segurança jurídica. Enquanto a Civil Law almeja a segurança jurídica por meio de 
leis, a Commom Law busca a segurança jurídica por meio de precedentes judiciais. 
O direito brasileiro é baseado na tradição romano-germânica (civil law) que prega 
que o direito deve ser criada por agentes legislativos de forma geral e apenas 
aplicadas pelos juízes. Ao contrário do common law, direito de tradição anglo-
saxônica onde a base é a jurisprudência, ou seja, o direito é criado pelos juízes 
quando estes criando um precedente, esse precedente irá nortear decisões futuras. 
 
CIVIL LAW: Tradição romano-germânica. Predomina a codificação e a lei (em 
sentido estrito), descende do Direito Romano e possui um raciocínio logico-
abstrato. Possui uma dificuldade de aceitar a jurisprudência e é um direito 
legislado (produzido pelo legislador) . 
COMMON LAW: Tradição anglo-saxônica, é mais moderna, desvinculada de Roma, 
insurgente. É um direito de "essência jurisprudencial", possui um raciocínio 
concreto e é um direito judicialista (produzido pelo juiz) . 
 
O sistema jurídico português está filiado ao sistema da Civil Law. Ao Juiz cabe tão 
somente aplicar as regras produzidas. Aqui a fonte mais importante do Direito é a 
LEI. O principal motivo do Brasil ter adotado o sistema romano -germânico é pela 
colonização do país, que foi portuguesa, e o sistema de direito adotado em Portugal 
era esse. O Brasil adotou aquilo o que ele encontrou. 
 
DIREITO VIGENTE NA AMÉRICA PORTUGUESA OU BRASIL COLONIAL 
No período colonial brasileiro, o Direito vigente era o lusitano, que se expressava 
na forma de compilações e costumes entendida como Ordenações do Reino. 
Ordenações Lusitanas: 
✓ OrdenaçõesAfonsinas-1446 
✓ Ordenações Manuelinas-1512 
✓ Ordenações Filipinas -1603 
As ordenações levaram o nome de seus mandantes régios e três foram essas 
compilações. 
 
ORDENAÇÕES AFONSINAS: (1446) Finalizada no mesmo ano em que Afonso V 
assume o poder, constituíram a primeira compilação oficial do direito do país. Com 
a publicação das Ordenações Afonsinas, as leis tornaram-se uniformes para todo o 
país impedindo, desta forma, os abusos praticados pela nobreza no que respeita à 
sua interpretação, permitindo ao rei amplificar a sua política centralizadora. 
ORDENAÇÕES MANUELINAS: as Manuelinas datam de 1521 que foram finalizadas 
no reinado de D. Manuel, "O Venturoso", mantendo a mesma sistematização da 
Ordenação do Reino anterior. Substituíram as Afonsinas no período da expansão 
marítima. 
 
Obs: Interesses que levaram às Grandes Navegações e influenciaram a revisão do 
Direito português: reis buscavam mais impostos, prestígio e terras; nobreza, terras e 
prestígio; comerciantes, lucros; Igreja queria mais fiéis. 
1581: juramento de tomar: o Felipe assumiu o trono português, sendo espanhol teve 
que jurar para os portugueses que respeitaria os cargos públicos, costumes, o direito 
português. 
ORDENAÇÕES FILIPINAS: Sua sistematização quanto aos assuntos jurídicos é a 
mesma das Ordenações anteriores, onde encontram-se cinco livros, subdivididos 
em títulos e parágrafos. Desse modo, as Ordenações foram compilações jurídicas 
organizadas pelos monarcas da época, com o in tuito de reunir em um só corpo 
legislativo as diversas leis extravagantes e outras fontes do direito, que por 
estarem avulsas dificultava a correta aplicação do Direito. 
Livros das Ordenações Filipinas: 
✓ Livro I: regulamentava o direito administrativo e a organização judiciária. 
✓ Livro II: regulamentava acerca dos direitos dos eclesiásticos e fidalgos. 
Basicamente regulamentava as relações entre Igreja e Estado, assim como os 
direitos fiscais de ambos. 
✓ Livro III: trata de ações processuais cíveis e criminais. 
✓ Livro IV: matérias de direito civil e comercial: regras de contrato (compra e 
venda, sociedades, aluguéis, etc.), relações entre servos e amos, aforamentos, 
censos, sesmarias, questões maritais, empréstimos, doações, etc. 
✓ Livro V: trata da legislação penal e processo penal. 
 
As Ordenações Filipinas se destacavam, principalmente, pela a questão penal (que 
na época era tratada como Direito Criminal). 
Qual tipo de penas estava previsto nas Ordenações Filipinas no livro V? O 
livro V das Ordenações Filipinas previa uma série de penas: perda e confisco dos 
bens e multas, prisão simples, prisão com trabalhos forçados, galês temporárias ou 
perpétuas, desterro (cidadão perde direito à nacionalidade de um país, passando a 
ser um apátrida) degredo (pena de desterro ou exílio imposta judicialmente em 
caráter excepcional como punição de um crime grave, constituindo uma forma de 
banimento), banimento ou exílio (degredo perpétuo), os açoites, a decapitação do 
membro e as várias formas de pena de morte - morte natural (forca), morte natural 
com crueldade (com tortura prévia) e morte natural para sempre (com exposição 
do cadáver), além da morte atroz (com cadáver esquartejado). 
 
1500-1530 PRÉ COLONIAL 
(feitorias) 
1531-1548 CAPITANIAS 
HEREDITÁRIAS 
(donatários) 
1548-1759 GOVERNO GERAL 
 
A ideia era que as Ordenações Afonsinas fossem aplicadas ao Brasil, porém não foi 
possível, já que viviam tempos de repreensão a ataques e invasores. (Estado de 
exceção, conflitos constantes). 
- Sistema de colonização privada por utilizar os ordenatários – capitanias. 
 
LEI DA BOA RAZÃO 
A Lei da Boa Razão surge para regulamentar a interpretação do direito e em 
especial tratar o processo judicial de modo a proporcionar uma interpretação legal 
mais próxima do fato social e abrindo a oportunidade para acrescer novas fontes 
do Direito. 
✓ Foi uma primeira reação da aplicação do Direito em si. 
✓ A Lei foi uma medida de suavizar, conjugar as interpretações das Ordenações 
Filipinas. 
 
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS 
Sistema que consistia na doação de um extenso lote de terra a uma pessoa ilustre e 
influente do reino, que passava a ser o donatário e ficava responsável em 
empreender na terra recebida, investindo nela seus próprios recursos e pagando 
impostos para a Coroa. Os donatários não eram os proprietários e sim os 
administradores daquela terra, ainda assim, apresentavam muitas vantagens para 
eles. Podiam escravizar e comercializar índios, fundar povoações, conceder 
sesmarias (arrendamento de terra - instituto jurídico português que normatizava a 
distribuição de terras destinadas à produção agrícola.), produzir no solo e 
comercializar os produtos. Além disso, tinham poder para julgar e condenar quem 
estivesse em seu território (homens livres e escravos). O território foi dividido em 
15 capitanias e doadas a 12 donatários. 
 
DOCUMENTOS JURÍDICOS 
Regulamentação das Capitanias Hereditárias: 
Carta de Doação: Pela a carta de doação, a coroa portuguesa fazia concessão de 
determinada faixa de terra, capitanias hereditárias, a determinadas pessoas com o 
intuito de promover desenvolvimento local e manter a unidade territorial da 
colônia. A propriedade das terras continuava a pertencer a Coroa. 
Como funcionava a carta de doação? A Carta de Doação atribuía ao donatário a 
posse hereditária da capitania, sendo proibida a sua venda. 
O sistema de capitanias pode ser considerado um empreendimento privado de 
colonização dirigido á burocratas e militares portugueses. 
Carta Foral: Documento Jurídico que regulamentava os direitos e deveres fiscais e 
os privilégios dos donatários, além de estabelecer os tributos régios. A Carta Foral 
como um documento jurídico, histórico e hereditário, produz efeitos até hoje. 
Observação: A Carta de Doação era um documento mais genérico. O documento mais 
jurídico e mais importante, ainda era, a chamada Carta Floral.Lei das Sesmarias: Utilizada para a distribuição das terras nas colônias 
portuguesas. Como não havia nenhum tipo de fiscalização por parte de Portugal 
nas terras da colônia, começam as irregularidades e as fraudes tributárias, 
praticadas pelos donatários, que tinham que pagar pesados tributos à Coroa. A 
Coroa percebe que está sendo roubada e decide mudar a gestão administrativa da 
sua colônia, agora já percebendo a riqueza de suas terras. O regime de capitanias 
durou somente 14 anos. 
 
Principais causas de sua derrocada: falta de fiscalização, levando à fraude 
tributária; não havia direito unificado, já que cada capitania possuía o seu 
ordenamento, através do foral. (O sistema não funcionou muito bem. Apenas as 
capitanias de São Vicente e Pernambuco deram certo. Podemos citar como motivos 
do fracasso: a grande extensão territorial para administrar - e suas obrigações - a 
falta de recursos econômicos e os constantes ataques indígenas). 
 
GOVERNO GERAL 
Diante do fracasso do antigo sistema administrativo colonial, tratou a Metrópole 
Lusitana de fornecer à Colônia nova orientação administrativo jurídica. 
Objetivos do Governo-Geral : 
✓ Centralizar a administração das capitanias 
✓ Limitar a autonomia dos donatários 
✓ Garanti r a segurança dos colonos 
✓ Zelar pela ocupação estratégica do território 
✓ Harmonizar as relações entre os colonos e indígenas 
 
ADMINISTRAÇÃO GERAL DA COLÔNIA 
Governador-Geral: sediado em Salvador, respondia pela administração perante o 
rei. 
Provedor-Mor: responsável pela administração fazendária (arrecadação e recursos 
financeiros). 
Ouvidor-Mor: responsável pela Justiça Colonial. 
Capitão-Mor: responsável pela segurança interna e pela manutenção da defesa da 
colônia. 
 
Organização Judiciária no Brasil Colonial - séc. XVI 
Terceira Instância 
Casa da Suplicação: Tribunal Supremo da época, Lisboa, constituindo suas decisões 
que deveriam ser acolhidos pelas instâncias inferiores como jurisprudência 
vinculante. 
Desembargo do Paço: Originariamente fazia parte da Casa da Suplicação, para 
despachar as matérias reservadas ao Rei em Lisboa; clemência nos casos de penas 
de morte e outras. 
Mesa da Consciência e Ordens: Para as questões relativas às ordens religiosas e de 
consciência do rei = aconselhamentos reais. 
Segunda Instância 
Composta de juízes colegiados que atuavam nos chamados Tribunais da Relação 
(apreciavam os recursos e embargos). 
O primeiro Tribunal de Relação for criado na Bahia. Composto por dez 
Desembargadores. Depois, Rio de Janeiro, Maranhão e Pernambuco. 
Competência - compreendia basicamente três situações processuais: 
i) era uma instância recursal e, em grau de recurso, recebia dois tipos de recursos: 
apelações e agravos; 
ii) competência para ações originárias nas áreas cível, criminal e do patrimônio 
estatal; 
iii) competência avocatória - o juiz de instância superior ou tribunal avoca feito 
aforado em juízo inferior, por entender a matéria de competência criminal. 
Primeira Instância 
Formada por juízes singulares que eram distribuídos nas categorias de ouvidores, 
juízes ordinários, juízes de vintena, de fora, de órfãos, de sesmarias. 
 
BRASIL IMPÉRIO – CONSTITUIÇÃO DE 1824 
 
A Constituição atual (CRFB/1998) é a mais importante lei do ordenamento 
jurídico (lei maior); afirma no inciso XLVII do art. 5º que, sendo a pessoa 
condenada por cometimento de crime a pena NÃO poderá ser: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimentos; 
e) cruéis. 
1824: É de fato o primeiro documento político e jurídico produzido pelo o império 
do Brasil e dividia o nosso país em províncias. Adotou um regime político 
monárquico e possuía quatro poderes constitucionais: executivo, legislativo, 
judicial e moderador (determinante para a instauração de um regime semi 
absolutista). O estado estabeleceu o catolicismo como a religião oficial, sendo a 
igreja subordinada ao Estado. O voto era censitário, baseado pela renda financeira, 
masculino (homens livres), indireto e aberto. Era considerada uma constituição 
liberal. Tinha uma sombra da investigação polidal para candidatos. Humanizou a 
pena de morte (extinguiu as penas de esquartejamento vivo, esquartejamento após 
a morte). 
 
PODER JUDICIAL 
No império brasileiro havia a dualidade de jurisdição, que significava a realização 
de justiça por julgamentos e decisões do poder judicial e pela chamada justiça 
administrativa, atrelada ao poder executivo fazendo parte da administração 
pública. 
 
PODER MODERADOR 
Caracterizou-se um amplo poder sobre os demais, uma vez que o seu exercício 
ficava a cargo do imperador e seu conselho. Apesar da divisão formal, não havia 
imparcialidade, autonomia e liberdade de agir entre os referidos poderes. 
 
 
* Chefe do executivo era também o imperador (exercido pelos ministros, 
escolhidos pelo imperador) 
* Monarquia unitarista -> poder legislativo organizado em uma assembleia geral 
(Senadores e Deputados escolhidos por voto censitário – renda) 
 
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO PERÍODO IMPERIAL 
 
Terceira Instância: Supremo Tribunal da Justiça: para revista de determinadas 
causas e solução de conflitos de jurisdição entre relações provinciais. (Antiga Casa 
de suplicação, Desembargo do Paço e Mesa da Consciência e Ordens). 
Segunda Instância: Tribunais de relação (provinciais): eram quatro (RJ, MG, PE e 
MAO e serviam para julgamento dos recursos das sentenças(revisão das decisões). 
Primeira Instância: Juízes da Paz, previsto na Carta: para conciliação previa das 
contendas cíveis e para instrução iniciai das causas criminais, sendo eleitos em 
cada distrito. 
Juízes de Direito: para julgamento das contendas cíveis e criminais, sendo 
nomeados pelo imperador, sem inamovibilidade (podia ser transferido de comarca 
pelo Imperador).Com relação ao poder Judiciário, o Imperador podia nomear e 
suspender os Juízes e Desembargadores. Com relação aos Juízes o Imperador podia 
inclusive move-los para outra comarca (os juízes não possuíam inamovibilidade). 
Os Juízes tinham já desde esta época a vitaliciedade e a irredutibilidade de 
vencimentos (rendimentos) garantidos na lei. O Imperador podia também comutar 
penas ou reformar qualquer sentença, seja ela de qualquer nível (Juiz, Tribunal de 
Relação e Supremo Tribunal Federal). Com relação ao poder Legislativo, o 
Imperador tinha o poder de aprovar ou não as decisões da Assembleia Geral 
(Câmara Geral e Senado), sendo que o Imperador poderia também convocar ou 
dissolver a Câmara Geral. 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS – CONSTITUIÇÃO DE 1824 
Este era o último título da Constituição. Também o art. 179, que trazia uma extensa 
lista de direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, era o último artigo da 
Constituição. Isso demonstra que a Constituição não destinou um espaço de 
relevância para os direitos fundamentais. 
 
O JULGAMENTO DE TIRADENTES 
Tiradentes foi considerado o marte da Inconfidência Mine ira e sua condenação foi 
em base nas Ordenações Filipinas, especificamente o livro V, como um crime de 
alta traição. A publicidade do julgamento de Tiradentes teve a finalidade de 
intimidar, ameaçar a população local, e não transmitir transparência aos atos do 
poder público. Atualmente, os processos judiciais são públicos, ocorrendo apenas 
restrições Previsto em lei. A condenação de Tiradentes, viola hoje em dia o 
principio da dignidade da pessoa humana, seja pelo tipo de exposição do réu, seja 
pela a morte propriamente dita. A utilização de partes do seu corpo como um 
troféu, a extensão da condenação patrimonial e moral a seus filhos e netos viola 
também a limitação da pena a própria pessoa. O processo judicial não gozava dos 
princípios de imparcialidade, legalidade, inocência, contraditório e ampla defesa. 
Ainda que, com etapas e previsãoformal, normalmente o réu e seu defensor 
apenas cumpriam um ritual com o final sabido. 
A condenação e a pena aplicadas a Tiradentes não foram influenciadas pelas ideias 
de Cesare Beccaria, pois a condenação não atendeu aos anseios de humanização da 
pena. A morte de Tiradentes foi realizada com requintes de crueldade e violência. 
CONSTITUIÇÃO IMPERIAL 1824 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 1888 
Monarquia República 
Quatro poderes: moderador, legislativo, 
executivo, judiciário. 
Três poderes: executivo, legislativo e 
judiciário (o poder moderador "sai" e se 
junto ao poder judiciário.) 
Estado Católico - religião oficial. Estado Laico - sem religião= liberdade 
de culto. 
Voto Censitário. Voto Universal. 
Sombra da investigação policial para 
candidatos. 
Ficha Limpa 
Era considerada uma constituição 
liberal. 
 
 
VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL 
Portugal estava prestes a ser invadido pelos franceses, sob a liderança de Napoleão 
Bonaparte, que tinha como objetivo conquistar a Europa, e determinar o fim de 
todas as monarquias absolutistas. Sem condições militares para esse 
enfrentamento, a corte real portuguesa veio para o Brasil, sua principal colônia, 
contando com a ajuda de seus aliados ingleses (Espanha já havia rompido sua 
aliança com Portugal). Em 1808, meses após a chegada da Corte Portuguesa ao Rio 
de Janeiro, foi decretada a abertura dos portos brasileiros para as nações amigas 
de Portugal e a criação da casa de suplicação, demonstrando o claro interesse da 
Corte em ter mais autonomia no Brasil 
 
3. PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO. 
SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
SENSO COMUM: É um conhecimento superficial, não técnico, passado de geração 
em geração e que tem “força de verdade”. 
CIÊNCIA: É um conhecimento profundo, sistemático, objetivo rigoroso e técnico, 
que tem como propósito explicar, descrever e justificar os fenômenos em geral. 
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA: É a ciência que estuda o comportamento humano e 
não humano, bem como os processos mentais (tudo que acontece na nossa 
cabeça). 
• Processos mentais contribuem significativamente no nosso 
comportamento. 
• Somos facilmente influenciados pelo que ocorre em nossas vidas. 
OBJETO DE ESTUDO: É o foco principal de pesquisa de uma ciência. Ex: Biologia -> 
seres vivos; Direito -> ordenamento jurídico e a conduta humana 
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA: O Homem em sua humanidade/ 
Comportamento/ Processos mentais/ Subjetividade humana. 
SUBJETIVIDADE DO HOMEM: 
a)Visível: Comportamento, conduta. 
b)Invisível: Pensamentos. 
 
INTERFACE ENTRE A PSICOLOGIA E O DIREITO 
Primórdios - A Psicologia tentava auxiliar o Direito para verificar a fidedignidade 
dos testemunhos, ou seja, saber se a testemunha estava mentindo ou não 
(Psicologia dos Testemunhos). Agia também na área criminal, avaliando o 
criminoso, para saber se o mesmo tinha algum transtorno mental que justificasse 
sua agressividade ou ato violento. 
Hoje - A Psicologia ampliou-se no campo buscando humanizar o sistema de 
justiça. Sua atuação junto ao Direito acontece de forma interdisciplinar e 
horizontal. Uma de suas grandes atuações, se dá na vara de família (guarda de 
filhos/alienação parental/adoção/violência doméstica...), administrando conflitos 
em geral. 
 A FUNDAÇÃO DA PSICOLOGIA NO MUNDO: Foi fundada em Leipzig (Alemanha), 
no século XIX, 1879, por Willian Wundt, que foi considerado o pai da psicologia, 
além de fundador do primeiro laboratório de psicologia experimental. 
A REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO NO BRASIL: lei 4119/62 – (27/08/1962) -> 
dia da promulgação. 
 
DESENVOLVIMENTO HUMANO - PERSONALIDADE 
DEFINIÇÃO DE PERSONALIDADE, PERSONA: É a maneira de ser de cada indivíduo 
de forma única e exclusiva. 
• Não existe personalidade “forte” ou “fraca” e ninguém com personalidade 
igual a outro. 
• Entre 7 e 10 anos de idade, 80% da personalidade de uma pessoa já está 
formada, os outros 20% se dará até os 21 anos (usando idade como 
parâmetro, na prática a idade pode não significar nada para o 
desenvolvimento da personalidade). 
FATORES QUE DETERMINAM A PERSONALIDADE: 
a) Hereditariedade: Primeiro fator que forma a nossa personalidade. 
 Comportamentos adquiridos hereditariamente não são reversíveis e 
permanecem até a morte. 
 Por conta do GRAU DE PARENTESCO que se dá por linha reta e colateral, no 
direito só se considera algum grau de parentesco até primos de primeiro 
grau. 
b) Ambiente: Se leva em consideração desde a vida intrauterina. Na nidação já 
encontra-se o fator ambiental. 
Não se pode afirmar que o Homem é único e exclusivamente fruto de somente 
ambiente ou somente hereditariedade. Os dois caminham junto na determinação 
da personalidade. 
 
PERSONALIDADE PSICOPATA/ PSICOPÁTICA (PP) 
Psicopata é a designação atribuída a um indivíduo com um padrão 
comportamental e/ou traço de personalidade, caracterizada em parte por um 
comportamento antissocial, diminuição da capacidade de empatia/remorso e 
baixo controle comportamental ou, por outro, pela presença de uma atitude de 
dominância desmedida. Esse tipo de comportamento agonista é relacionado com a 
ocorrência de delinquência, crime, falta de remorso e dominância, mas também é 
associado com competência social e liderança. A psicopatia, descrita como um 
padrão de alta ocorrência de comportamentos violentos e manipulatórios, é 
frequentemente considerada uma expressão patológica da agressão instrumental, 
além da falta de remorso e de empatia. 
 Sujeito desafiador 
 Vítimas em decorrência de traumas que quem comete o crime tem 
 Modo operante 
 Indícios aos 6 anos e confirmação da psicopatia aos 16 anos 
 Muito comuns, fáceis de achar 
 PP não é doente mental (não possui sintomalogia de um deficiente mental – 
art. 26 Código Penal) 
 Não tem tratamento, cura 
 Sem a consciência de que é um psicopata, mas com desejo de perversidade 
 PP sem personalidade de matar, dependendo da situação, pode sim matar 
 
SINTOMAS DE UM DOENTE MENTAL: Alucinações em geral (5 sentidos), conversa 
incoerente, desconexa, ideias delirantes. 
 
PERSONALIDADE MÚLTIPLA 
 Probabilidade de encontrar alguém com esse transtorno é muito baixa. 
 As personas não se comunicam, não sabem o que cada uma fez. 
 Patológico e doentio 
 Não há cura mas há tratamento, controle com medicamentos 
 Não entra no artigo 26 do Código Penal – IMPUTABILIDADE 
 Não se nasce com personalidade múltipla, ela é originada de traumas. 
 
DIFERENÇAS ENTRE PSICOSE, PSICOPATIA E DEFICIÊNCIA MENTAL 
PSICOSE: doença mental – esquizofrenia 
PSICOPATIA: personalidade psicopata 
DEFICIÊNCIA MENTAL: problema neurológico, não é psíquico. Problema mental 
que impossibilita a aprendizagem, raciocínio prejudicado. Não tem cura. Não tem 
discernimento do que faz, são INIMPUTÁVEIS. 
 
LEI ANTIMANICOMIAL 
(10216/2001) Lei sancionada com o objetivo de lançar diretrizes com relação aos 
tratamentos de hospitais psiquiátricos. O tratamento não era HUMANIZADO, era 
praticamente asilar e se assemelhava a uma prisão. 
- Essa lei fala de três tipos de internamento: 
 
TIPOS DE INTERNAMENTO 
1) Voluntário: Solicitação de entrada e saída de forma voluntária. 
2) Involuntária: Não quer ser internado mas é realizado por terceiros (geralmente 
familiares). 
3) Compulsório: Obrigatório. Quem determina esse internamento é o JUDICIÁRIO. 
Ex: doente mental comete um crime. 
 
ESTERIÓTIPO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO 
1) Esteriótipo: Visão generalizada (vê a pessoa em um grupo e deduz algo). 
2) Preconceito: Processo de exclusão, injúria preconceituosa. 
 “Você é isso, você é aquilo” 
 Pela fala 
 Componente afetivo: gostar ou não de alguém 
 Xingamento, raça, cor, etnia 
 Liberação após o depoimento 
3) Discriminação: (impedir, recusar, retirar) 
 Possibilidade de detenção 
 Pelo ato 
 Componente comportamental: ação 
 
RELAÇÕES AFETIVAS – FAMÍLIA 
DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA:Duas ou mais pessoas que mantêm vínculos afetivos 
sejam eles por consanguinidade ou convivência. 
 
TIPOS DE FAMÍLIA 
1) NUCLEAR OU TRADICIONAL: É formada por um homem e uma mulher que são 
casados e tem filho ou filhos. 
2) MONOPARENTAL OU MONONUCLEAR: Um ascendente com seu descendente(s) 
– separação, adoção, morte... 
- quantidade de filhos não importa 
3) RECOMPOSTA, RECONSTRUÍDA, RECONSTITUÍDA: Em regra e advinda da 
família monoparental, uma vez que haverá a necessidade de uma recomposição, ou 
seja, de pai, mãe ou filhos. 
- União estável ou família tradicional 
4) UNIÃO ESTÁVEL: Caracteriza-se por um relacionamento que tem o objetivo de 
formar família de forma contínua, ininterrupta, duradoura e pública. 
- declaração de união estável 
- relações homoafetivas são incluídas por analogia. 
5) HOMOAFETIVA: (pode fazer certidão de casamento) Com ou sem filho(s), 
casados ou não. 
 
OBS: certidão: cartório declara; declaração: a pessoa declara. 
Casamento: cônjuge 
União estável: companheiro 
 
 
4. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. 
A IMPORTÂNCIA E O OBJETO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO 
DIREITO. 
A Introdução ao Estudo do Direito é o elo entre a cultura geral e a jurídica. 
Fornecer as noções básicas do “método jurídico”. Mas, o que vem a ser um método? 
Método é o caminho que deve ser percorrido para a aquisição da verdade, ou, por 
outras palavras, de um resultado exato ou rigorosamente verificado. Sem método 
não há ciência. 
Cada ciência tem a sua forma de verificação, que não é apenas o modelo físico 
matemático. Depois disso, que tal começar perguntando: O que é Direito? E qual a 
sua importância em nossa sociedade? 
O QUE É DIREITO? 
Mas os conceitos básicos de Direito mudaram. 
Eles mudam de acordo com os padrões individuais e sociais de cada época vivida. 
Assim, hoje: 
[...]O direito é uma ordem da conduta humana. 
Uma "ordem" é um sistema de regras. O Direito não é, como às vezes se diz, uma 
regra. É um conjunto de regras que possui o tipo de unidade que entendemos por 
sistema. É impossível conhecermos a natureza do Direito se restringirmos nossa 
atenção a uma regra isolada. As relações que concatenam as regras específicas de 
uma ordem jurídica também são essenciais à natureza do Direito. "Apenas com 
base numa compreensão clara das relações que constituem a ordem jurídica é que 
a natureza do Direito pode ser plenamente entendida" 
O CONCEITO DE DIREITO 
CONCEITO DE DIREITO Conjunto de normas, impostas pelo Estado, 
cujo objetivo é regular o convívio social. 
 
O senso comum dos juristas faz uma estreita ligação entre direito e Estado, 
entendendo que o direito é "o conjunto de normas de conduta obrigatórias 
estabelecidas ou autorizadas pelo próprio Estado e garantidas pelo seu poder". 
Para acentuar o fato de que o direito não é um conjunto desorganizado de normas, 
mas um sistema ordenado, os juristas referem-se frequentemente ao direito 
utilizando as expressões ordenamento jurídico ou ordem jurídica. Com isso, 
transmite-se a ideia de que as normas jurídicas constituem um sistema harmônico, 
um conjunto ordenado e hierarquizado de leis. 
Dessa forma, o direito é visto como "lei e ordem, isto é, um conjunto de regras 
obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites 
à ação de cada um de seus membros“ 
Se apostilas voltadas para concursos públicos podem contentar-se com repetir as 
lições do senso comum e definir o direito como o conjunto das regras impostas 
pelo poder estatal, o mesmo não pode ocorrer em uma disciplina universitária. 
Quando um jurista pergunta o que é o direito, ele não quer saber apenas o que as 
pessoas normalmente entendem por direito. Embora as noções do senso comum 
sejam a base necessária para a construção de conhecimentos mais aprofundados, 
isso não significa que as preocupações do jurista devem esgotar-se na mera 
descrição do senso comum. Mas o que mais quer ele saber? 
 
1. O que são normas e em que medida é o direito uma questão de normas? 
A teoria clássica do direito entendia as regras jurídicas como ordens dos soberanos 
aos súditos. Todavia, será possível reduzir as normas a espécies de comandos ou 
são as regras outro tipo de enunciados? Serão as normas prescrições de conduta 
ou há outros tipos de enunciados linguísticos que também podem ser chamados de 
regras? Qual é a estrutura lógica das normas jurídicas? Podemos considerar que o 
direito é um conjunto de normas ou é essa visão demasiadamente simplista e 
enganadora? Questões como essa serão analisadas NO DECORRER DO CURSO. 
2. Como o direito se relaciona com as diversas ordens de poder e sistemas 
normativos existentes em uma sociedade? 
Toda sociedade é organizada por meio de normas que estabelecem padrões 
obrigatórios de comportamento. Todavia, nem todas as normas vigentes em uma 
sociedade podem ser qualificadas como jurídicas, havendo também regras morais, 
religiosas, convenções sociais etc. Cada um desses tipos de regras forma um 
conjunto mais ou menos ordenado de regras, as quais podem ser obrigatórias em 
vários sentidos diferentes. 
3. Como difere a obrigação jurídica da obrigação moral e como está 
relacionada com ela? 
A questão da diferença entre direito e moral tem longa história e várias foram as 
respostas a ela oferecidas tanto por juristas como por filósofos. Em aulas 
posteriores, utilizaremos essa problemática como pano de fundo para a análise de 
vários conceitos relevantes à caracterização do direito e para buscar uma definição 
mais clara das principais características que deve ter uma norma para que 
possamos qualificá-la como jurídica. 
4. Como difere o direito das ordens baseadas em ameaças e como se 
relaciona com elas? 
É o direito um modelo de organização social da violência ou uma forma de 
organização social da liberdade? É o direito uma ordem de coação e dominação ou 
é ele a garantia de uma sociedade harmônica e justa? É o direito uma ordem de 
ameaças dotadas de legitimidade ou é simplesmente um conjunto de ordens 
oriundas das classes dominantes com o objetivo de perpetuar o seu poder? 
 
 
 
DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO 
 
 Como a palavra direito tem muitos significados, uma pessoa que não conheça as 
várias acepções do termo pode ser levada a compreender mal certos enunciados. 
Assim, antes de passarmos adiante, convém fazer uma diferenciação entre dois 
sentidos diversos do vocábulo direito, para evitar confusões meramente 
linguísticas. 
 
Tomemos a frase: de acordo com o direito, eu tenho direito a uma indenização. 
Nesse caso, o termo direito é utilizado em dois sentidos diferentes. 
Na sua primeira ocorrência, o termo direito designa um determinado conjunto de 
padrões obrigatórios de comportamento e é nesse sentido que falamos do direito 
brasileiro, do direito francês ou dos direitos da antiguidade clássica. Esse é o uso 
da palavra direito no sentido objetivo, ou simplesmente o direito objetivo. 
Devemos ressaltar que o uso da expressão direito objetivo é bastante raro na 
linguagem jurídica, sendo comum utilizar simplesmente a palavra direito, muitas 
vezes escrita com a inicial maiúscula: Direito. 
Na segunda ocorrência, o termo direito não designa um conjunto de padrões de 
conduta que obriga a todos, mas a possibilidade de uma pessoa exigir de outra um 
certo tipo de comportamento. É nesse sentido que podemos falar de direito à vida, 
de direito de propriedade ou de direito a receber uma indenização. Em todos esses 
casos, trata-se da palavra direito usada no sentido subjetivo, ou simplesmente 
direito subjetivo. Ao contrário do que ocorre com a expressão direito objetivo, 
direito subjetivo é uma expressão bastante utilizada na linguagem jurídica comum. 
Assim, poderíamos reescrever da seguinte forma a frase acima: de acordo com o 
direito objetivo, eu tenho direito subjetivo a uma indenização. 
PORTANTO…. 
O Direito Objetivo podeser entendido como a norma propriamente dita. Exemplo: O 
Direito Civil busca a defesa das partes nas relações jurídicas interpessoais. ISTO É... 
O direito pode ser dividido em dois ramos, objetivo e subjetivo, dependendo da 
forma de análise que se deseja fazer. 
 
É considerado como direito objetivo, "o conjunto de regras jurídicas obrigatórias, em 
vigor no país, numa dada época" (José Cretella Júnior). Em outras palavras, o direito 
objetivo são as normas jurídicas, as leis, que devem ser obedecidas rigorosamente por 
todos os homens que vivem na sociedade que adota essas leis. O descumprimento dá 
origem a sanções. 
Já o Direito Subjetivo é a possibilidade que a norma dá de um indivíduo exercer 
determinado conduta descrita na lei. É a lei, que aplicada ao caso concreto autoriza 
a conduta de uma parte. Exemplo: se uma pessoa te deve um valor em dinheiro, a 
lei te concede o direito de cobrar a dívida por meio de um processo judicial de 
execução. ISTO É ... 
 
O direito subjetivo pode ser definido como "a faculdade ou possibilidade que tem 
uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num 
interesse." Ou, "o interesse protegido pela lei, mediante o recolhimento da vontade 
individual." 
Em outras palavras, é a capacidade que o homem tem de agir em defesa de seus 
interesses, invocando o cumprimento de normas jurídicas existentes na sociedade 
onde vive, todas as vezes que, de alguma forma, essas regras jurídicas venham ao 
encontro de seus objetivos e possam protegê-lo. 
Por ex.: o seu veículo, parado no semáforo, é atingido na traseira por outro. Há 
normas no Código Brasileiro de Trânsito (direito objetivo), aos quais você pode 
recorrer, através de uma ação, para fazer valer seu direito. Você está utilizando seu 
direito subjetivo de utilizar a regra jurídica do direito objetivo para garantir seu 
interesse atingido. 
 
CONCEITOS 
Método: é o caminho que deve ser percorrido para a aquisição da verdade, 
ou, por outras palavras, de um resultado exato ou rigorosamente verificado. 
Sem método não há ciência. 
Acepções: 
1) NORMA: Normas elaboradas pela sociedade ou Estado. 
2) FACULDADE: Possibilidade de agir. Apesar do que vem escrito no inciso II do 
artigo 5º da constituição federal "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtudes de lei". Nem todas as leis tem o caráter da 
obrigatoriedade, existe lei que apenas conceituam determinadas situações, também 
existem leis que não nos obrigam a qualquer coisa limitando- nos a permitir 
determinado comportamento, estas leis são chamadas permissivas teremos uma 
situação de direito significando faculdade, opção possibilidade de escolha quando a 
palavra direito for assim empregada. 
3) EXPRESSÃO DO JUSTO: Justiça. Justiça = consiste em dar a cada um o que lhe 
pertence "Significa nunca ninguém pretender alguma coisa senão seja sua, nem que 
não possa ser legitimamente adquirida." São Tomás de Aquino. 
4) CIÊNCIA: Ramo do conhecimento científico. "O estudo do direito requer métodos 
próprios." 
5) FATO SOCIAL: O direito é um setor da vida social. "O fato social direito é a fonte 
principal das normas que regulam nosso comportamento enquanto vivendo em 
sociedade." 
- Fato: qualquer acontecimento. 
- Fato jurídico: qualquer acontecimento regulado pelo direito (LEI), é um 
acontecimento especial, porque o direito regulou aquele acontecimento. 
ato -> ação -> fazer alguma coisa 
omissão -> deixar de fazer alguma coisa 
- Ato: qualquer acontecimento originado de nossa vontade. 
Ex: ato- namoro 
- Ato jurídico: qualquer acontecimento originado de nossa vontade e regulado 
pelo direito. 
Ex: ato jurídico- casamento 
6) CERTO: Cálculo direito. 
7) Oposto a esquerdo. 
8) CORRETO: Homem direito, moral. 
DIREITO COMO LEI: 
É uma norma, uma regra de comportamento ou ainda um conjunto de regras 
que tem por objetivo regular o comportamento das pessoas que vivem em 
sociedade essas regras são elaboradas pela própria sociedade através de 
seus representantes que quando prontas são entregues ao governo para que 
cuide de sua aplicação e é feita de forma coercitiva. Ver constituição federal 
artigo 5º inciso II: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
se não em virtude de lei". 
"O Direito Brasileiro não admite a pena de morte em tempo de paz." CF Art. 5º 
Ins. XLVI 
"Quem trabalha tem por direito pelo menos ao salário mínimo ou ao piso 
salarial de sua categoria Profissional." 
Mandamentos do advogado - Eduardo Coutre 
"Advogado, o teu dever é lutar pelo direito, mas no dia que encontrares o 
direito em conflito com a justiça, luta pela justiça."(neste caso direito é lei). 
 
DIREITO OBJETIVO 
(LEI). Prescrito na norma que determina uma conduta. É uma norma, uma regra de 
comportamento ou ainda um conjunto de regras que tem por objetivo regular o 
comportamento das pessoas que vivem em sociedade. Essas regras são elaboradas 
pela própria sociedade através de seus representantes que quando prontas são 
entregues ao governo para que cuide de sua aplicação e é feita de forma coercitiva. 
 
DIREITO SUBJETIVO 
(FACULDADE) Faculdade de ter o direito objetivo. 
 
CASO CONCRETO 1: 
Identifique as diversas acepções da palavra direito no texto abaixo, estabelecendo 
correspondência com os seguintes significados: 
 
O Direito (1) brasileiro determina que cabe ao Estado cuidar da saúde dos 
cidadãos. Com base nisto, Petrônio teve reconhecido o direito (2) a receber 
medicamentos do Estado para o tratamento de uma doença que contraíra. 
Realmente, não parece direito (3) deixar um cidadão desassistido. Isto mostra o 
avanço do estudo do direito (4). 
 
1.__________________________________________________________________________________ 
2.__________________________________________________________________________________ 
3.__________________________________________________________________________________ 
4.__________________________________________________________________________________ 
 
 
 
DIREITO E A MORAL 
DIREITO COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE SOCIAL. 
A finalidade do Estado de Direito, é manter pacífica a convivência social, através de 
"regras de conduta“ capazes e eficazes de sustentar e manter a solidez social. E, 
quando vamos além, e falamos em Estado Democrático de Direito, estamos nos 
referindo a um Estado de participação ampla, a ponto de fornecer ao indivíduo 
mecanismos de defesa, de preservação de direitos, de respeito às garantias e 
liberdades, passíveis de serem invocados até mesmo contra o próprio Estado. E, de 
tal forma, a sociedade é, pois, um sistema único que integraliza as relações 
humanas, dirigido à satisfação de suas necessidades. 
Segundo Kant, por amor à humanidade devemos sempre dizer a verdade. 
O que você diria a um assassino que procura um amigo seu que, por estar sendo 
perseguido pela polícia necessita da ajuda dele e só você sabe o paradeiro do 
amigo? E se esse assassino fosse seu amigo e pedisse para se esconder em sua 
casa? Você falaria a verdade? Qual a posição defendida por Kant nas duas 
hipóteses? 
UTILIZANDO-SE DO CASO CONCRETO a partir da afirmação segundo a qual, dever 
moral não é exigível por ninguém, reduzindo-se a dever de consciência, ao tu 
deves, enquanto o dever jurídico deve ser observado sob pena de sofrer o devedor 
os efeitos da sanção organizada, aplicável pelos órgãos especializados da 
sociedade. Assim, no direito, o dever é exigível, enquanto na moral, não. 
O direito, apesar de acolher alguns preceitos morais fundamentais, garantidos com 
sanções eficazes, aplicáveis por órgãos institucionais, tem campo mais vasto que a 
moral, pois disciplina também matéria técnica e econômica indiferente à moral, 
muitas vezes com ela incompatíveis, como por exemplo, alguns princípios 
orientadores do direito contratual, fundados no individualismo e no liberalismo, 
inconciliáveis com a moralcristã e, portanto, com a moral ocidental. Mas, apesar 
disso, o jurídico não está excluído de julgamentos éticos. 
 
 
 
CONCEITO DE MORAL 
A moral pode ser conceituada como o 
conjunto de práticas, costumes e 
padrões de conduta, formadores da 
ambiência ética. 
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de 
garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante 
uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo 
referencial moral comum. Assim, moral é um conjunto normativo social de 
construção histórica por uma sociedade que objetiva a formação de um conjunto 
de condutas que pautem a vida social. O Direito por sua vez, abordado em seu 
sentido positivado, isto é, válido enquanto norma jurídica legislada por poder 
soberano legítimo e competente, é um conjunto de normas que pautam, também, a 
conduta social humana, também de caráter imperativo, mas prevendo uma sanção 
para sua violação, procurando estabelecer com isso obrigatoriedade à conduta. 
 
Hans Kelsen afirma muito coerentemente que a lei não obriga o indivíduo, 
facultando a ele cumpri-la ou não, mas, uma vez optado por violá-la, deve estar ele 
preparado às sanções previstas pela mesma. Essa afirmação também vale para o 
campo normativo moral, que mesmo não prevendo sanções coercitivas às suas 
violação, tem consequências sociais ao individuo de acordo com sua conduta. 
A Ética, por fim, é termo derivada da palavra grega éthos, com duas traduções 
possíveis. A primeira, como sinônimo de “costume”, o que serviu de base para a 
construção do conceito latino de “Moral”, enquanto a segunda tradução seria algo 
como “propriedade do caráter”, que orienta a utilização contemporânea da palavra 
“Ética”. 
 
A SOCIEDADE E O DIREITO - RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA 
DIREITO - Manifesta-se mediante um conjunto de normas que definem a dimensão 
da conduta humana exigida, que especificam a fórmula do agir. Enquanto a Moral 
se preocupa pela vida interior das pessoas, como a consciência, julgando os atos 
exteriores apenas como meio de aferir a intencionalidade, o Direito cuida das ações 
humanas em primeiro plano e, em função destas, quando necessário, investiga o 
animus (intenção) do agente. 
 
ÉTICA E MORAL EM KANT 
Kant, na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, reconheceu, pela primeira 
vez em uma ética filosófica, que todo ser racional possui um valor absoluto. 
Mesmo considerando-o como um ser finito e limitado, Kant ressalvou que o ser 
humano possui o privilégio de reger-se por leis assumidas livremente por sua 
própria razão. 
 
IMPERATIVO CATEGÓRICO 
É o dever de toda pessoa agir conforme princípios os quais considera que seriam 
benéficos caso fossem seguidos por todos os seres humanos: se é desejado que um 
princípio seja uma lei da natureza humana, deve-se colocá-lo à prova, realizando-o 
para consigo mesmo antes de impor tal princípio aos outros. Em suas obras, Kant 
afirma que é necessário tomar decisões como um ato moral, ou seja, sem agredir 
ou afetar outras pessoas. O imperativo categórico é enunciado com três diferentes 
fórmulas (e suas variantes). São elas: 
Lei Universal: "Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da 
tua vontade, uma lei universal." Variante: "Age como se a máxima da tua ação fosse 
para ser transformada, através da tua vontade, em uma lei universal da natureza." 
Fim em si mesmo: "Age de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, 
como na pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca 
simplesmente como meio." 
Legislador Universal (ou da Autonomia): "Age de tal maneira que tua vontade 
possa encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como um legislador universal através 
de suas máximas." Variante: "Age como se fosses, através de suas máximas, sempre 
um membro legislador no reino universal dos fins." 
 
CONCEITOS 
DIREITO E A MORAL: Ambos são mecanismos de controle social, embora o Direito 
seja caracterizado pela exterioridade enquanto que a Moral, pela interioridade. 
O dever moral não é exigível em juízo, reduzindo-se a dever de consciência. O dever 
jurídico deve ser observado sob pena de o transgressor sofrer os efeitos da sanção 
organizada. O Direito é o dever exigível, enquanto a Moral não. 
 
MORAL: Conjunto de práticas, costumes e padrões de conduta formadores da 
ambiência ética. É autônoma, é de foro intimo, cada um tem seus próprios valores 
morais e que, não necessariamente, são iguais aos demais indivíduos. 
 
DIREITO: Conjunto de normas, postas pela Sociedade e pelo Estado a fim de 
prevenir, compor e, em última instância, punir os conflitos de interesses. É 
heterônomo, ou seja, se impõe a vontade do indivíduo, é exterior a ele. 
 
DIREITO MORAL 
Restrito Mais ampla 
É coercível Incoercível 
Visa a abstenção do mal e prática do 
bem. 
Visa evitar que se lese ou prejudique a 
outrem. 
Ato exteriorizado Ato psíquico, intenção 
Bilateral: impõe deveres e confere 
direitos 
Unilateral: impõe deveres 
 
ÉTICA: Ciência em forma específica de comportamento humano; 
AMORAL: Moralmente neutro (nem moral, nem imoral); que não leva em 
consideração preceitos morais; estranho à moral. 
IMORAL: Contrário à moral, às regras de conduta vigentes em dada época ou 
sociedade ou ainda àquelas que um indivíduo estabelece para si próprio; falto de 
moralidade; indecoroso, vergonhoso. (existe mas não é usada). 
ORDENAMENTO JURÍDICO: é o conjunto de normas de um estado expressas em lei. 
É um sistema normativo, que estabelece uma ordem na qual o direito deve 
respeitar em relação às leis e normas estabelecidas no país, de forma que o Poder 
Jurídico realize seu trabalho com base nestas. 
NORMA: Comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos, das pessoas 
jurídicas e demais entes. 
ANTINOMIA: A norma tem que ter o mesmo âmbito de validade. As duas tem que 
ser no mesmo ordenamento. Antinomia é quando há o conflito aparente entre 
normas. EX: Quando existem duas leis, uma permitindo (ou obrigando) e a outra 
proibindo o mesmo tipo de comportamento. 
 
MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL 
NORMAS TÉCNICAS - são normas operativas, regras instrumentais, são neutras 
em relação a juízo de valor. 
NORMAS ÉTICAS- são essas que preservam os significados das coisas que 
conhecemos. EXERCE CONTROLE. 
Um exemplo prático de normas técnicas e normas éticas. 
A utilização de explosivos, por exemplo, pode ser para eliminar obstáculos e 
propiciar a construção de estradas, mas, também podem ser utilizados para fins 
criminosos. Neste caso, as normas técnicas estabeleceram como lidar com os 
explosivos para obter o resultado desejável e as normas éticas indicarão quais os fins 
lícitos e justos que admitem a utilização dos explosivos, bem como indicarão quais os 
fins ilícitos e injustos que tornam punível a sua utilização. 
 
A acomodação da convivência social se dá através dos chamados mecanismos 
ou instrumentos de controle social. Através de normas éticas que podem ser: 
 
1) Normas religiosas - visam o aprimoramento da alma, do seu espírito. 
Estabelece o controle no âmbito espiritual (unilateral). 
2) Normas morais - estabelece o controle no âmbito das virtudes (lealdade, 
honestidade, etc.), formando a consciência social/ coletiva e individual. No 
campo da moral o comportamento tem de ser sincero. 
 a) Coletiva/ Social - visam a lapidação do caráter, bilateral. 
 b) Individual -visam a lapidação do caráter, mas é unilateral, são regras 
internas, instituídas pelo indivíduo para ser cumpridas por ele. 
 
"O indivíduo se coloca como legislador das suas próprias atitudes. " 
Paulo Nader. 
 
3) Normas de trato social - Convencionalismo Social, facilitam a sociabilidade, se 
adequar ao ambiente ao qual quer fazer parte. Fazer o ambiente ser mais 
agradável. 
4) Normas Jurídicas - é a última, é coercível - reserva de forças. São normas 
institucionalizadas.Principais características das normas jurídicas: 
a) Generalidade - preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em 
igual situação jurídica; 
b) Abstração - forma padrão aplicável a qualquer membro da sociedade; 
c) Imperatividade - imposição de vontade do Estado; 
d) Obrigatoriedade - não é facultativa; 
e) Alteridade - todo o homem social interage e interdepende de outros indivíduos. 
f) Bilateralidade/ Bilateralidade Atributiva - possui dois lados: direito subjetivo e 
dever jurídico; 
g) Sanção prévia determinada ou pré-ordenada - A punição referente à 
desobediência ou à execução de uma lei. 
h) Heterônomo - O comando de fazer ou não alguma coisa não vem do próprio 
indivíduo, mas do outro. No caso, vem do Estado. É o Estado que diz a conduta 
que o indivíduo deve ter. 
i) Coerção - uso de força, se necessário. 
 
FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO 
1ª preventiva - disciplinamento, estabelecimento de regras de condutas, 
direitos e deveres; 
2ª compositiva - Compor conflitos; 
3ª punitiva - Socializador em última instância, quando a conduta humana já 
alcançou o nível ilícito ou do crime. 
 
DIREITO NATURAL x POSITIVO 
(JUSNATURALISMO, JUSPOSITIVISMO) 
 
O direito natural é a ideia universal de justiça. É o conjunto de normas e direitos 
que já nascem incorporados ao homem, como o direito à vida. Pode ser entendido 
como os princípios do Direito e é também chamado de jusnaturalismo. 
Origem do direito natural: O estudo do direito natural teve suas primeiras 
manifestações entre os filósofos gregos. Estes ditavam o direito natural enquanto 
as normas ideias e não-escritas, constituídas no mundo das ideias. Para os 
Romanos, era a ordem natural das coisas, determinadas pelas leis da natureza. 
Durante a Idade Média, a relação entre Estado e Igreja influenciou a concepção de 
direito natural, sendo reconhecido como as leis de Deus. Enquanto que ao chegar o 
Iluminismo, a fonte do direito natural se torna a razão. Para o pensamento 
iluminista, o direito natural seria a descoberta da razão por trás da natureza. Ou 
seja, a percepção de que as ações até então entendidas como instinto animal, como 
amamentar o filhote por exemplo, na verdade fazem parte de um conjunto de 
normas da natureza racionalizadas por todos os seres. É a razão que faz com que a 
fêmea alimente o filhote porque sabe que ele necessita para viver. A origem do 
conjunto de normas jusnaturalistas foi discutida ao longo de muitos séculos, mas 
seu conteúdo é permanente e absoluto. Suas implicações estão entre as discussões 
da Filosofia do Direito enquanto uma abstração da própria disciplina, uma forma 
de pensar sobre um tipo de ordenamento ideal. 
 
Características do direito natural: As principais características do Direito 
Natural são a estabilidade e imutabilidade. Ou seja, não sofre alterações ao longo 
da história e do desenvolvimento da sociedade, diferente das teorias do direito 
posteriores. O Direito Natural antecede todas as outras teorias do direito, deve ser 
maior até que o poder do Estado, e nenhuma lei pode ir contra este ordenamento. 
Exemplos de direito natural: 
 Direito à vida 
 Direito à defesa 
 Direito à liberdade 
 
O DECLÍNIO DO DIREITO NATURAL 
No Século XIX deu-se, pela primeira vez uma separação rigorosa entre o Direito e a 
Moral. Com as revoluções burguesas da segunda metade do Século XVIII, 
principalmente a Revolução Francesa de 1789, afirmaram-se princípios jurídicos 
como legalidade, separação de poderes e isonomia. 
 
Direito natural e direito positivo: O Direito Natural é o conjunto de normas que 
estabelece pela razão o que é justo, de forma universal. É anterior e superior a 
todas as outras teorias do Direito. Já o Direito Positivo é o conjunto de leis 
instituídas por um Estado, considera as variações da vida social e dos Estados 
como influenciadoras das leis criadas pelos homens, fundamentadas no Direito 
Natural. Em síntese, o Direito Positivo vai regulamentar as questões intrínsecas a 
uma determinada sociedade, como por exemplo a brasileira. 
Já o Direito Natural é o mesmo em qualquer lugar e para qualquer pessoa. Por isso 
que as leis do Direito Positivo não devem ser superiores às normas jusnaturalistas. 
E portanto, as leis reguladas pelo positivismo devem ser subordinadas ao Direito 
Natural. 
 
JUSNATURALISMO 
–Direito Natural ➔ Direito Superior, imutável, eterno, não 
escrito, universal, tem força na Antiguidade e período Medieval. 
► Lei Natural Primária - decorre da providência divina e escapa do 
controle dos homens; 
► Lei Natural Secundária - É resultado direto da vontade dos seres 
humanos, devendo estar em concordância com a vontade de Deus, mas 
podendo na prática dela se afastar, por ser uma criação da sociedade. 
 
ESCOLA DO DIREITO NATURAL Séc. XVII e XVIII 
De Direitos Naturais Inatos ➔ Cada um nasce com determinados direitos 
que preexistem e independem da vontade do Estado, cabendo apenas a 
este declará-los. 
De um Estado de Natureza ➔ um momento hipotético antecedente à 
formação da sociedade política, em que não havia limites à atuação dos 
indivíduos na satisfação de seus interesses. 
De Contrato Social ➔ representa um pacto fundacional da sociedade 
política, onde os indivíduos abririam mão de parte de sua liberdade plena 
no estado natural em prol de um Poder Soberano, em trocada preservação 
de sua integridade e de seu patrimônio. 
 
O Positivismo jurídico: Na visão positivista, a Ciência do Direito tem por missão 
estudar a correlação entre as normas que compõem a ordem jurídica vigente. Em 
relação à justiça, a atitude do positivismo jurídico é a de um ceticismo absoluto. 
Cepticismo ou ceticismo é qualquer atitude de questionamento para o conhecimento, 
fatos, opiniões ou crenças estabelecidas como fatos. Filosoficamente, é a doutrina da 
qual a mente humana pode não atingir certeza alguma a respeito da verdade. 
Ceticismo é um estado de quem duvida de tudo, de quem é descrente. Um 
indivíduo cético caracteriza-se por ter predisposição constante para a dúvida, para 
a incredulidade. 
CORRENTES DO POSITIVISMO JURÍDICO 
 
 a) Escola da Exegese: A Escola da Exegese surgiu no início do século XIX em meio 
ao caos político e social da França revolucionária. Nessa época, as diversas trocas 
de governo no Estado Francês, principalmente durante o período do Terror, 
provocaram uma grande desordem no ordenamento jurídico deste país, o que 
causava grandes prejuízos aos negócios da classe social mais favorecida pela 
Revolução: a burguesia. Contudo, com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, 
a burguesia patrocinou a criação de um código civil que consolidou as conquistas 
burguesas da Revolução e que trouxe ordem e segurança ao ordenamento jurídico 
francês. Nascia, assim, o Código Napoleônico. Sobre ele, Norberto Bobbio (1961) 
afirma: Este projeto nasce da convicção de que possa existir um legislador 
universal (isto é, um legislador que dita leis válidas para todos os tempos e para 
todos os lugares) e da exigência de realizar um direito simples e unitário [grifo do 
autor]. A simplicidade e a unidade do direito é o Leitmotiv [grifo do autor], a ideia 
de fundo, que guia os juristas, que nesse período se batem pela codificação. 
Contribuições da escola da exegese: A Escola da Exegese é, com razão, muito 
criticada por várias de suas características. Dentre elas, podemos destacar: a 
idolatria da lei, a negação da existência de lacunas no Código Napoleônico, a 
redução do direito à lei e a visão do Estado como única fonte do direito. Muitas das 
ideias dessa corrente científica foram superadas pelas ideias das correntes 
posteriores a ela. Entretanto, tal fato não significa que o ordenamento jurídico 
brasileiro não possui algum tipo contribuição advinda da Escola da Exegese. 
Dentre essas contribuições, podemos destacar: a ênfase na importância da lei na 
busca pela segurança jurídica, a importância na criação do conceitode estado 
democrático de direito e o fortalecimento do princípio da legalidade, que é 
considerado importantíssimo em muitos ordenamentos jurídicos da atualidade, 
sejam eles provenientes do sistema romano-germânico, do sistema de common 
law ou, até mesmo, do sistema proveniente da Sharia (Lei Islâmica). 
 
O normativismo jurídico: O princípio da legalidade não surgiu com a Escola da 
Exegese. Ele apareceu pela primeira vez na Magna Carta inglesa em 1215 e voltou a 
aparecer no Bill of Rights e na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
Além destes, esse principio fez-se presente em quase todos os códigos criados na 
virada do século XVIII para o século XIX. Tal fato ocorreu devido a grande 
influência das ideias de John Locke e de Montesquieu, além de outros filósofos do 
Iluminismo. A Escola da Exegese tratou de divulgar o conceito do princípio da 
legalidade, o que possibilitou um fortalecimento ainda maior deste. Tal fato 
justifica-se, pois “a Escola da Exegese põe a lei acima de todas as vontades, 
idolatrando-a, e lhe confere o atributo de instrumento de controle do poder, de tal 
modo que deixa como herança o princípio da legalidade e o da supremacia da lei. 
 
JUSPOSITIVISMO 
- Direito Positivo ➔ Direito temporal, escrito, mutável, com 
força na idade Moderna. O positivismo jurídico - na visão positivista, a Ciência do 
Direito tem por missão estudar a correlação entre as normas que compõe a ordem 
jurídica vigente. Em relação à justiça, sua atitude é a de um ceticismo ABSOLUTO. 
 
CORRENTES DO POSITIVISMO JURÍDICO 
1) Escola de Exegese: Corrente ordinária do ambiente intelectual posterior à 
Revolução Francesa tinha caráter formalista, legalista, codicista e livre de qualquer 
aspecto moral ou tático. Só o Estado pode criar o direito, por meio do Poder 
Legislativo. O seu objeto de estudo era o Código Civil de 1804, o Código de 
Napoleão, que representou um marco do movimento de codificação do direito no 
Século XIX. OBS: Exegese é sinônimo de interpretação. 
2) Escola Histórica: "O Direito deve ser a expressão do espírito do povo" Savigny. 
Seguindo o pensamento de Savigny, trata-se da primeira escola a usar a expressão 
Ciência do Direito (Juris Scientia) e a adotar uma metodologia histórica de 
pesquisa jurídica. Foi uma corrente de pensamento capitaneada por civilistas de 
marcante formação romanista, a exemplo do próprio Savigny, e que, naturalmente, 
o perfil de sua formação se fez presente em suas ideias acerca do Direito. 
3) Pandectismo Alemão (Jurisprudência Conceitual): Representou uma espécie de 
formalização da metodologia da Escola Histórica sem a História, em situação 
análoga à relação entre o jusnaturalismo moderno e a Escola de Exegese francesa, 
sendo a última um Direito Natural Racional sem os valores. Se identificava com as 
premissas metodológicas (formalismo, sistematicidade, etc.) da Escola de Exegese 
francesa. Há, contudo, uma diferença fundamental entre as escolas, uma vez que a 
Escola francesa era codicista, e no caso alemão se tratava de uma Escola 
eminentemente de perfil doutrinário. Representada por grandes juristas, que 
tiveram um protagonismo no processo de unificação jurídica e na construção 
institucional do Estado alemão de Otto Bismarck. O Pandectismo defendia a 
imperatividade dos conceitos jurídicos construídos a partir do estudo das 
Instituições do Direito Romano, mescladas com a tradição doutrinária germânica . 
 
TEORIA PURA DO DIREITO DE HANS KELSEN 
Hans Kelsen (1881-1973) dedicou a maior parte de sua vida à discussão da Teoria 
do Direito. O normativismo jurídico kelseniano consiste basicamente na defesa da 
construção de parâmetros metodológicos próprios para a Ciência do Direito, 
expressos na denominada Teoria Pura do Direito, que não fossem uma mera 
importação das Ciências Sociais e Humanas do Século XIX, tampouco a reprodução 
dos paradigmas teóricos próprios das Ciências Naturais e Exatas. 
Pontos Principais da Teoria Pura do Direito: Kelsen priorizava o aspecto 
estrutural do ordenamento jurídico e a correlação entre suas normas, 
independentemente de concepções ideológicas e de regimes políticos. Pregava a 
pureza metodológica de uma Ciência Pura do Direito. 
Teoria da Interpretação de Kelsen: Fundada no caráter hierárquico e de 
autorreprodução do Direito, a concepção kelseniana sobre a interpretação do 
direito segue a premissa da pureza metodológica, presente em toda a sua Teoria. 
 
TEORIA PURA DO DIREITO: Conferiu o status de ciência normativa do Direito. É a 
norma jurídica formalmente válida. Para Hans Kelsen precursor do positivismo 
moderno a lei deve passar por um processo de elaboração adequado, isto é, legal a 
partir do cumprimento de 3 exigências para que ao final a lei possa entrar em vigor 
trazendo como consequência dois princípios jurídicos: 
 Princípio da obrigatoriedade; e Princípio da Igualdade Formal. 
As três exigências são: 
1) A lei tem que ser elaborada pelo poder competente (Legislativo) 
2) A matéria legislada tem que ser também da competência do órgão legisferante 
(Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e Câmara dos Vereadores). 
3) O processo de elaboração da lei precisa respeitar todas as fases de sua 
tramitação que de forma objetiva compreende (a iniciativa com apresentação 
do projeto de lei (parlamentares - regra geral), seguindo-se pela fase de discussão 
da matéria objetivando as correções que se fizerem necessárias com 
aprimoramento do projeto de lei nas comissões técnicas de discussão das 
matérias versadas no projeto de lei, após essa fase, segue-se a votação visando a 
sua aprovação, uma vez aprovada será apresentado ao Chefe de poder executivo 
que dependendo da matéria será o presidente, governador ou prefeito. Nesta fase 
teremos a sanção ou veto pelo chefe do poder executivo. Se concordar, sancionará 
a lei e em seguida a promulgará o que significa dizer que a lei existe formalmente. 
E por último mandará que se publique na imprensa oficial (Diário Oficial da União, 
Estado, Distrito ou Municipal) se não houver, em jornal de grande circulação. 
 
PIRÂMIDE DE KELSEN 
Ordenamento jurídico são normas emanadas pelo 
Estado, de forma escalonada. dispostas em diferentes níveis hierárquicos. 
OBS: Norma fundamental é a matriz do ordenamento jurídico, o pressuposto de 
validade de todas as normas do ordenamento. Não é uma norma jurídica, no 
sentido próprio do termo, uma vez que está acima da pirâmide. 
 
 
 
CRÍTICA A TEORIA PURA DO DIREITO 
A teoria pura do Direito teve uma grande aceitação no século passado (XX), mas 
sofreu restrições quanto a sua interpretação e aplicação na contemporaneidade, 
pois sua concepção teórica foi fortemente distorcida, servindo de base para um 
total afastamento do Direito dos parâmetros éticos de governos autoritários que 
em nome da autoridade do Estado justificava a perseguição de determinados 
grupos sociais em minorias (ciganos, judeus, etc.). Porém o que Kelsen pretendia 
foi na verdade conferir ao Direito o status de ciência normativa apostando no 
tecnicismo formal quanto a produção das leis pelo Estado tendo na norma jurídica 
a sua única expressão. 
 
A Teoria Pura do Direito de Kelsen teve uma aplicação distorcida, passando a servir 
de base para um afastamento do direito de parâmetros éticos, algo nunca defendido 
pelo próprio Kelsen. 
 
PRINCIPÍOS DOS ORDENAMENTOS JURÍDICOS 
Princípio da fundamentação - ordenamento jurídico hierarquizado; 
Princípio Jurídico do entrelaçamento - os elementos estão interligados, pois o 
ordenamento jurídico é sistêmico. Visão holística, global do ordenamento jurídico; 
Princípio da plenitude e completude do ordenamento jurídico - este é 
a impossibilidade de contradições de comandos sob pena de quebrar uma ordem 
sistêmica que o mesmo possui. Nesses casos a hermenêutica é usada para 
solucionar as possíveis antinomias e lacunas que venham a existir. 
 
REQUISITOS DE VALIDADE

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