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DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAP I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS TÍTULO II • DIREITOS FUNDAMENTAIS Princípios fundamentais ≠ Direitos Fundamentais Princípio= valores Direitos= bens jurídicos 1215/1225 – Magna Charta Libertatum - Inglaterra A Magna Charta Libertatum, assinada em 1215 pelo Rei João, é um documento que tornou limitado o poder da monarquia na Inglaterra, impedindo, assim, o exercício do poder absoluto 1628 – Petition Of Rights( Petição de Direito) Criada em 1628 pelo Parlamento Inglês e enviada a Charles I como uma declaração de liberdades civis. A recusa do Parlamento para financiar a política externa impopular do rei levou seu governo a exigir empréstimos forçados e alojar tropas nas casas dos súditos como medida econômica. Detenção arbitrária e aprisionamento, por oposição a essas políticas, geraram no Parlamento uma hostilidade violenta a Charles e a George Villiers, o primeiro Duque de Buckingham. A Petição de Direito, iniciada por Sir Edward Coke, estava baseada em estatutos e cartas anteriores e estabelecia quatro princípios: (1) Nenhum tributo pode ser cobrado sem o consentimento do Parlamento, (2) Nenhum súdito pode ser preso sem motivo comprovado (reafirmação do direito de habeas corpus), (3) Nenhum soldado pode ser alojado na casa dos cidadãos e (4) a Lei Marcial não pode ser usada em tempo de paz. 1679 – Lei de Habeas Corpus - Inglaterra trouxe consigo garantias processuais que foram de extrema importância para sua evolução, criando assim, direitos que tinham como fundamento proteger o indivíduo na sua locomoção, ou seja, proteger seu direito de ir e vir, permitindo assim, que o indivíduo acusado de qualquer ato fosse ouvido inicialmente por um juiz para que não fossem tomadas atitudes arbitrárias. “melhor garantir a liberdade do súdito e para prevenção das prisões no ultramar”. COMPARATO (2015, p. 100) 1689 - Declaração dos Direitos de 1689 (Bill of Rights) A Declaração dos Direitos era um dispositivo legal que criava condições para impedir o retorno do absolutismo na Inglaterra. Ela decretava, por exemplo, que: • os impostos na Inglaterra só sofreriam aumento com a aprovação do Parlamento; • o Parlamento decidia sobre a sucessão do trono; • os reis não tinham direito de alterar as normas do comércio inglês; • a liberdade de expressão não poderia ser coibida pelos reis; • tornava-se proibido o rei expropriar propriedades privadas. A Revolução Gloriosa foi importante para a história da Inglaterra, pois criou as condições políticas que permitiram o desenvolvimento da burguesia. Esta passou a investir no desenvolvimento tenológico e científico, que foi fundamental para que a Inglaterra se tornasse o país pioneiro no processo de desenvolvimento industrial conhecido como Revolução Industrial. Isso, em longo prazo, transformou a Inglaterra na maior potência industrial e comercial do mundo no século XIX. Pós Revolução Gloriosa https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-industrial.htm 1776 – Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia - EUA A Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia foi criada afim de proclamar os direitos naturais e positivados inerentes ao ser humano, como, por exemplo, o direito de contestar a forma de governo mediante a alguma insatisfação que lhes era causada. É uma declaração de direitos inserida no contexto da luta da Independência dos Estados Unidos, que perdurou de 1775 a 1783, levando os EUA à vitória. Tal vitória lhes trouxe como resultado o reconhecimento europeu de sua independência. Este documento foi tido como certo modelo em outras Declarações de Direitos, como a Declaração de Independência dos EUA, Carta de Direito dos EUA e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão francesa. 1789 – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - França REVOLUÇÃO FRANCESA • Liberté • Igualité • Fraternité A Declaração do Homem e do Cidadão foi o nome dado ao documento elaborado durante a Revolução Francesa de 1789, cujo objetivo é divulgar universalmente os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Esses são lemas defendidos pela Revolução que coloca fim ao Antigo Regime francês absolutista e aos privilégios feudais, passando a adotar um instrumento de garantia aos direitos que até então as pessoas não possuíam. Apesar de, a princípio, acontecer somente na Francesa, o próprio nome da Declaração traz um caráter de universalidade nas palavras Homem e Cidadão, sugerindo que não seriam direitos apenas dos franceses, mas de todos os povos. Como revela COMPARATO: “Muito se discutiu a razão da dupla menção, ao homem e ao cidadão, no título da Declaração. A explicação mais razoável parece ser a de que os homens de 1789 [...] não se dirigiam apenas ao povo francês, mas a todos os povos, e concebiam portanto o documento em sua dupla dimensão, nacional e universal.” (COMPARATO, 2015, p.163) 1948 – Declaração Universao dos Direitos Humanos REVOLUÇÃO FRANCESA • Liberté • Igualité • Fraternité A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento de imensurável importância no que tange aos direitos humanos. Foi assinada durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 10 de dezembro de 1948, em cumprimento ao que foi assentado durante o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas em 16 de fevereiro de 1946, quando ficou decidido que a Comissão de Direitos Humanos deveria desenvolver seu trabalho em três etapas, sendo que a primeira delas seria, justamente, elaborar uma declaração de direitos humanos, conforme disposto no artigo 55 da Carta da ONU. A segunda etapa consistiria na criação de tratados e convenções dotados de força vinculante e a terceira etapa, por sua vez, seria a criação de mecanismos capazes de assegurar a observância universal dos direitos humanos assim como tratar casos nos quais esses direitos estivessem sendo, de alguma maneira, violados. a) DIREITOS FUNDAMENTAIS X DIREITOS HUMANOS c) HETEROGENEIDADE DOS DIREITOS b) MUTABILIDADE HISTÓRICA DO CONCEITO d) DICOTOMIA QUE IMPÕE AO ESTADO, ORA O DEVER DE AGIR, ORA O DEVER DE NÃO AGIR DIREITOS FUNDAMENTAIS X DIREITOS DO HOMEM Segundo o Professor JJ Canotilho: DIREITOS DO HOMEM são os direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos(dimensão jusnaturalista-universalista), enquanto que os DIREITOS FUNDAMENTAIS são os direitos do homem jurídico e institucionalmente garantidos e limitados no tempo e no espaço. DIREITOS FUNDAMENTAIS X DIREITOS INDIVIDUAIS Enquanto os DIREITOS FUNDAMENTAIS correspondem ao gênero do qual DIREITOS INDIVIDUAIS e DIREITOS COLETIVOS constituem espécie, segundo José Afonso da Silva: “os DIREITOS INDIVIDUAIS são aqueles direitos fundamentais do homem indivíduo, que se estabelecem nas relações civis, que reconhecem a autonomia aos particulares face aos demais membros da sociedade e ao próprio Estado.” HISTORICIDADE: CARACTERÍSTICAS DO S DIREITOS FUNDAMENTAIS Diz respeito à ligação entre os DIREITOS FUNDAMENTAIS e o processo histórico humano, que se caracterizou pelas conquistas revolucionárias. EFETIVIDADE: O Estado deve garantir o máximo de eficácia na efetivação dos DIREITOS FUNDAMENTAIS. Quanto maior a proteção dos direitos fundamentais, melhor - Princípio da irretroatividade dos direitos fundamentais - Vedação ao retrocesso IMPRESCRITIBILIDADE: CARACTERÍSTICAS DO S DIREITOS FUNDAMENTAIS A proteção aos DIREITOS FUNDAMENTAIS não se submete à ação do tempo, ou seja, não prescreve. INALIENABILIDADE: Os DIREITOS FUNDAMENTAIS não são transferíveis, inalienáveis, insuscetíveis de negociação.
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