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_______________________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE TUBARÃO – SANTA CATARINA. JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, empresário, inscrito no RG sob o nº ... e CPF sob o nº ..., residente, com endereço eletrônico joãodsa@hotmail.com e domiciliado na Rua da Bonança, nº 456, Tubarão/SC – CEP ..., vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, ajuizar a presente: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Em face de MARIA A. AGIOTA, brasileira, viúva, pensionista, inscrita no RG sob o nº ... e CPF sob o nº ..., residente, com endereço eletrônico mariagio@outlook.com e domiciliada na Rua da Floresta, nº 22, Centro, Laguna/SC – CEP ... e PEDRO DA SILVA GIOTA, brasileiro, menor absolutamente incapaz, com 10 (dez) anos de idade, inscrito no RG sob o nº ... e CPF sob o nº ..., representado nos autos por sua genitora PRISCILA DA SILVA, brasileira, solteira, comerciante, inscrita no RG sob o nº ... e CPF sob o nº ..., com endereço eletrônico priscdasilva@gmail.com e domiciliada na Avenida do Carvão, nº 12, Criciúma/SC – CEP ..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor: _______________________________________________________________ I - DOS FATOS Na data de 14/03/2014, o requerente celebrou um contrato de empréstimo na quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) junto ao Paulo A. Giota. O empréstimo tinha por finalidade a reposição do estoque de mercadorias da mercearia do João e deveria ser restituído ao credor em 14/09/2019. Contudo, na data de 20/08/2019, Paulo sofreu um grave acidente automobilístico vindo a óbito, deixando como herdeiros a sua viúva Maria A. Giota e seu filho Pedro da Silva Giota, representado nos autos por sua mãe Priscila da Silva. Faltando uma semana para o vencimento do empréstimo, João da Silva foi procurado por Maria A. Agiota que o alertou da proximidade do vencimento e lhe informou que pretendia receber o pagamento integral do empréstimo. No entanto, Priscila da Silva notificou o Requerente, de que era genitora de herdeiro legítimo de Paulo A. Agiota, bem como tutora do mesmo, competindo-a, desta forma, os poderes elencados nos moldes dos arts.1747 e 1748 do Código Civil: Art. 1.747. Compete mais ao tutor: I - Representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte; II - Receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas. Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz: II - Aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos; Por esta razão, estava também esperando o pagamento da dívida através de depósito em conta corrente aberta por Paulo A. Giota em favor de seu filho Pedro. Diante desta situação, incerto das cobranças e com receio de efetuar o pagamento de forma equivocada, o Autor promove a presente ação para que possa adimplir com sua obrigação. _______________________________________________________________ II - DO DIREITO Sem dúvidas, é de suma importância para o Autor que suas obrigações sejam cumpridas e extintas. Conforme salienta Silvio de Salvo Venosa em sua doutrina1: “O pagamento feito pelo devedor não constitui apenas uma manifestação de obrigação, trata-se de um direito seu. Não é do interesse do devedor que a dívida se prolongue além do estipulado. É evidente que isso lhe trará maiores encargos, juros, correção monetária, multa. Assim, o bom pagador desejará pagar na forma contratada. Tanto que a lei lhe confere meios coercitivos para jungir o credor a receber.” Destarte, deve-lhe ser atribuído seu direito tal qual lhe faculta o art. 334 do Código Civil. Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Paulo A. Giota, vindo a falecer na data de 20/08/2019, transmitiu o seu direito de pagamento da dívida aos herdeiros, supramencionados nos autos, conforme legislam os arts. 1788, in verbis, e 1829 do Código Civil: Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo. _____________________________________________________________ 1. VENOSA, Silvio de Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos, p. 174, 9. ed. – São Paulo: Atlas, 2009 _______________________________________________________________ Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) I - Aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; Ocorre, no entanto, Vossa Excelência, que um dos herdeiros protestou integralidade no pagamento da dívida, criando, assim, obscuridade e controvérsia para o cumprimento da obrigação do Devedor. Visto o descrito nos fatos do processo, o Código Civil versa a respeito da possibilidade de consignação na hipótese de dúvida por parte do devedor a respeito sobre quem deve receber o objeto de pagamento: Art.335: A consignação tem lugar: I - Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; IV - Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - Se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Para tanto, na possibilidade de consignação, o Código de Processo Civil dispõe que: _______________________________________________________________ Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. Nesse sentido, já entendeu o Tribunal de Justiça de São Paulo, conforme jurisprudência: CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. ALUGUÉIS. DÚVIDA SOBRE QUEM SERIA A PARTE LEGÍTIMA A RECEBER OS PAGAMENTOS. ART. 335, INC. IV,CC. Os autores, locatários, receberam notificação do corréu, suposto adquirente do imóvel, dando-lhes ciência da alienação do imóvel e de que seria ele a parte legítima a receber os alugueis vincendos. A alienação do imóvel foi impugnada pela anterior proprietária, de modo que restou dúvida dos autores locatários, sobre quem seria a parte legítima a receber os pagamentos. Adequação do instrumento processual utilizados pelos autores para resolução da dúvida (art.335, inc. IV,CC). Restou clara a nulidade da venda dos imóveis ao corréu, questão expressamente examinada na precedente anulatória ajuizada pela corré proprietária do imóvel, que deve, portanto, ser considerada parte legítima a receber os alugueis vincendos e também aqueles depositados nos autos. Recurso parcialmente provido para este fim. (Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP – Apelação: APL 0007471- 10.2004.8.26.0008 SP 0007471-10.2004.8.26.0008) Desta forma, torna-se evidente a presença de todos os requisitos para que Vossa Excelência conceda a procedência total dos pedidos a serem realizados. _______________________________________________________________ III - DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: a) Deferimento liminar de suapretensão, para que possa efetuar o depósito judicial da quantia correspondente ao valor atualizado da dívida, a qual no momento alcança R$ 20.000,00 (vinte mil reais); b) A procedência do pedido, dando-se por quitada a dívida cobrada pelo Réu, e, em consequência, extinguindo-se a referida obrigação do Autor em relação ao mesmo; c) A citação dos executados nos endereços constantes nos autos, para ciência da demanda; d) Declara ter interesse na designação da audiência de conciliação, caso haja necessidade, com a citação dos possíveis réus nesta ação discriminados; e) Produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente as provas documentais, bem como todas as demais provas que Vossa Excelência entender necessárias ao ideal deslinde da presente demanda. Por fim, requer que todas as intimações e publicações sejam realizadas em nome de OLIVEIRA ADVOGADOS, sociedade de advogados inscrita na OAB/SC nº ****/2020, constituída pelos advogados subscritores da presente peça, sob pena de nulidade. (procuração estaria em anexo) Dá à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). _______________________________________________________________ Termos em que, Pede deferimento. Tubarão, 09/09/2019 Bruno de Oliveira Luiz Flávio de Oliveira OAB/SC – XX.XXX OAB/SC – XX.XXX
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