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MATERIAIS ELÉTRICOS Murilo Fraga Da Rocha Materiais supercondutores e aplicações Objetivos de aprendizagem Ao final deste capítulo, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir a estrutura dos materiais supercondutores. � Diferenciar materiais supercondutores dos condutores e semicondutores. � Identificar a aplicação dos materiais supercondutores. Introdução Em 1911 foi descoberto o fenômeno da supercondutividade, em Leiden, na Holanda, por Heike Kamerling Onnes. Onnes utilizou o hélio líquido para levar os metais a temperaturas extremamente baixas e estudou as propriedades desses metais. Nesse experimento, ele utilizou uma amostra de mercúrio em baixa temperatura e observou a variação da resistência elétrica, que foi a praticamente zero. Onnes interpretou essa propriedade supondo, corretamente, que o mercúrio passa de um estado resistivo normal a um novo estado, deno- minado de estado supercondutor, no qual a resistividade é estritamente nula. De fato, a variação abrupta da resistência elétrica em uma tempera- tura bem definida, denominada temperatura crítica, indica a ocorrência de um fenômeno de transição de fase (que tem certas analogias com uma transição do tipo líquido-gás), no qual as propriedades eletrônicas do metal são modificadas (OSTERMANN, 2005). Neste capítulo, você vai compreender as estruturas dos materiais supercondutores, aprendendo a diferenciar materiais supercondutores dos condutores e semicondutores, e também será capaz de identificar a aplicação dos materiais supercondutores. Estrutura dos materiais supercondutores O mercúrio, que foi o primeiro elemento a ser observado com as características de um elemento supercondutor, apresentou-se sem resistência à passagem de corrente elétrica próximo a uma temperatura de 4,2 K. Em seguida, os pesquisadores descobriram essas características de material supercondutor também no estanho e no chumbo: o estanho atinge essas características com temperatura crítica de 3,7 K, enquanto o chumbo a 7,2 K já se comporta como um material supercondutor. Hoje sabe-se que muitos elementos podem atingir essas características de material supercondutor quando submetidos a determinadas temperaturas críticas. Existem elementos simples que apresentam supercondutividade em condições normais de pressão e elementos mais complexos que passam a apresentar características de supercondutores apenas quando submetidos a pressões elevadas ou quando são condicionados de maneira especial, ou seja, na forma de filmes finos ou agregados granulares. Dentre esses encontram-se sólidos que são semicondutores em condições normais, como o silício (Si) e o germânio (Ge), e até isolantes elétricos, como é caso do oxigênio (O). Pesquisas recentes mostraram que existem também supercondutores orgâni- cos, que são os elementos sólidos de fulereno contendo átomos alcalinos. Esse elemento tem sua molécula em forma de bola de futebol, em que os átomos de carbono localizam-se nos vértices de hexágonos e pentágonos regularmente distribuídos (OSTERMANN, 2005). Na Figura 1, você pode ver o primeiro supercondutor orgânico descoberto. Figura 1. Primeiro supercondutor orgânico. Fonte: Hoffman Lab (2006). Materiais supercondutores e aplicações2 William Tomson (Lord Kelvin) criou a escala Kelvin (K), que é uma medida baseada na menor temperatura que um corpo poderia atingir, –273°C. Considerando esse ponto como zero absoluto, Lord Kelvin determinou o ponto zero da escala. Na escala desenvolvida por ele, a água congela em 273 K e ferve a 373 K. Como Kelvin utilizou o zero absoluto como a menor medida para a temperatura, ela não utiliza graus e não apresenta medidas. Levando em consideração os conceitos acima descritos, podemos afirmar que os materiais supercondutores apresentam resistência elétrica desprezível abaixo de certa temperatura, denominada temperatura crítica. Eles podem ser tanto materiais metálicos como materiais cerâmicos. Mesmo os melhores supercon- dutores metálicos têm temperaturas críticas muito baixas, menores que 23 K. Os condutores cerâmicos, descobertos recentemente, são óxidos mistos e apresentam temperatura crítica por volta de 100 K, mas a quantidade de corrente conduzida (corrente crítica) é muito baixa. Conclui-se com isso que, quando esses materiais são resfriados, sua resistividade decresce normalmente como em qualquer outro elemento, mas cai repentinamente a zero a uma temperatura poucos graus acima do zero absoluto. A Figura 2 traz a representação da curva da perda da resistividade de materiais supercondutores levados a baixas temperaturas. Figura 2. Perda da resistividade de materiais supercondutores. Fonte: Adaptada de Ostermann, Ferreira e Cavalcanti (1998). Re si st iv id ad e TemperaturaTC 3Materiais supercondutores e aplicações Os melhores supercondutores metálicos são geralmente compostos intermetálicos, ou seja, substâncias compostas pela combinação de dois metais em proporções definidas, tais como Nb3Sn e Nb3Ge ou soluções sólidas como Nb-Ti e Nb-Zr. A temperatura crítica (Tc) é aquela em que um supercondutor perde a sua resistividade elétrica, e é também conhecida como temperatura de transição. A temperatura crítica, por ser característica de cada material, apresenta um valor diferente para cada tipo de material (MOURACHKINE, 2004). Você pode ver no Quadro 1 valores de temperatura crítica de alguns materiais metálicos. Supercondutor Tc (K) Nb 9,2 NbTi 9,5 NbN 16 Nb3Sn 18,4 Nb3Ge 23 Ba0,6K0,4BiO3 31 MgB2 39 UPt3 0,5 UBe13 0,9 URu2Si2 1,2 CeIrIn5 0,4 CeCoIn5 2,3 TmNi2B2C 11 LuNi2B2C 16 Quadro 1. Temperatura crítica (Continua) Materiais supercondutores e aplicações4 Fonte: Adaptado de Mourachkine (2004). Quadro 1. Temperatura crítica Supercondutor Tc (K) K3C60 19,5 Rb3C60 30 YBa2Cu3O7 93 HgBa2Ca2Cu3O10 135 (Continuação) A temperatura crítica leva à perda da resistividade elétrica dos materiais, uma das principais propriedades características do estado supercondutor de qualquer material deste grupo. A Figura 3 mostra a evolução da temperatura crítica desde a descoberta da supercondutividade em 1911, quando se utilizou uma amostra de mercúrio em baixa temperatura e observou-se a variação da resistência elétrica, que foi a praticamente zero. Figura 3. Evolução da temperatura crítica. Fonte: Adaptada de Mourachkine (2004). 5Materiais supercondutores e aplicações Nos materiais, quando no estado de supercondutividade, existe uma va- riação de densidade, e a rede cristalina do material sofre um processo de relaxação, emitindo um fónon com uma frequência característica desse processo de relaxação. Se os elétrons se cruzarem em um intervalo de tempo menor do que o intervalo de tempo desse processo de relaxação (por serem partículas pesadas, os íons possuem uma inércia maior que os elétrons, demorando certo tempo pare retomar à posição original) eles encontrarão uma rede distorcida. Desse modo, eles serão atraídos para a região em que existe um excesso de polarização das cargas positivas; essa atração poderá superar a repulsão coulombiana entre os elétrons, produzindo, portanto, uma atração efetiva entre eles (OSTERMANN; FERREIRA; CAVALCANTI, 1998). A atração entre dois elétrons devido à distorção da rede está esquematizada na Figura 4. � Fónon é um quantum de energia de vibração de uma rede cristalina. � Repulsão coulombiana refere-se às forças de interação (atração e repulsão) entre duas cargas elétricas puntiformes. Figura 4. Atração devida à distorção da rede. Fonte: Adaptada de Ostermann, Ferreira e Cavalcanti (1998). + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + Materiais supercondutores e aplicações6 Materiais supercondutores, condutores e semicondutores Os materiais supercondutores são obtidos a partir de elementos condutores,semicondutores e até mesmo de alguns isolantes. Os átomos de todos os ele- mentos (condutores, semicondutores e isolantes) são formados por elétrons, prótons e nêutrons. Os elétrons giram em órbitas em torno do núcleo, que é composto pelos prótons e nêutrons. A quantidade de elétrons, prótons e nêutrons muda de acordo com cada tipo de elemento químico, e quanto maior for a energia do elétron, maior é o raio da órbita por onde ele gira. Os elétrons que se encontram na camada mais externa são chamados de elétrons de valência, e, por isso, essa última óorbita recebe o nome de óorbita de valência ou banda de valência. Os elétrons de valência são os elétrons que podem se liberar dos átomos por força de alguma energia externa, como calor e luz, ou que podem se ligar-se a outro átomo por meio de ligações covalentes, que são o compartilhamento de elétrons da última camada de um átomo com os elétrons da última camada de outro átomo. Quando um átomo recebe energia externa, isso faz com que os elétrons de valência se tornem elétrons livres, que formandom uma banda de condução que pode se movimentar pelo material. Se você aplicar um campo elétrico ao material, são os elétrons livres que, ao se movimentarem-se, geram a corrente elétrica. Quanto maior a energia necessária para que os elétrons de valência se movimentemar, maior é a resistência elétrica do material (SHACKELFORD, 2008). A resistividade elétrica (ρ) é uma propriedade do material e está relacionada com a resistência elétrica da seguinte maneira: R = ρ Al onde: � R é a resistência elétrica; � A é a área da secção reta perpendicular à direção da corrente; � l é a distância entre dois pontos no material. Podemos também relacionar alguns fatores com a resistência de cada material através do estudo da lei de Ohm, que estabelece a seguinte relação: 7Materiais supercondutores e aplicações R = UI onde: � R é a resistência elétrica; � U é a diferença de potencial entre dois pontos no material; � I é a corrente elétrica que circula no material. Na Figura 5 a seguir você pode observar a representação da corrente elétrica circulando por um condutor quando aplicadao uma diferença de potencial em suas extremidades. Figura 5. Corrente elétrica passando por um condutor. Fonte: Adaptada de Schmidt (201?). E I l U A condutividade elétrica (ρ) indica a facilidade com que um material conduz corrente elétrica e é o inverso da resistividade. Em função dos valores de condutividade ou de resistividade, os materiais podem ser classificados como: condutores, semicondutores e isolantes (SCHMIDT, 2010). Materiais supercondutores e aplicações8 Elevando-se a temperatura de um material condutor, suas partículas come- çam a vibrar modificando os movimentos dos elétrons e causando perdas nos deslocamentos dos elétrons, levando ao aquecimento do material condutor. Se traçarmos um gráfico com a curva característica da variação da resistência do material em relação à variação da temperatura, podemos observar que a curva não tem uma relação constante de variação entre a temperatura e a resistência do material. Veja na Figura 6, a representação dessa curva de carga. Figura 6. Representação da variação da resistência R em função da temperatura T. Fonte: Adaptada de Schmidt (201?). R T A B TA TB Na prática, o interesse é a região reta da curva característica (trecho AB), cuja inclinação é obtida por: tgα = ΔR ΔT A relação tgα/R é o denominada de coeficiente de temperatura da resistên- cia, e representada por αT1. Costuma-se usar como temperatura de referência a temperatura inicial de T1 = 20 °C. Assim, temos: RT2 = R20 [1 + α20 (T2 – 20)] 9Materiais supercondutores e aplicações A condutividade térmica dos condutores é diretamente proporcional à capacidade do material de dissipar energia para o ambiente, ou seja, liberar o aquecimento do condutor devido ao aumento de temperatura no material. Nos materiais condutores, os elétrons de valência passam facilmente para a banda de condução sem ter necessidade de muita energia, fazendo com que esses materiais resistam pouco a passagem de corrente Nos materiais isolantes, quase nenhum elétron tem energia suficiente para sair da banda de valência e atingir a banda de condução, proporcionando assim uma corrente elétrica muito baixa nesses materiais. Os semicondutores são materiais que tem características intermediárias entre os condutores e os isolantes, ou seja, necessitam mais energia que os condutores para que os elétrons de valência passem para a banda de condução e proporcionam mais corrente elétrica que os isolantes. Os supercondutores são aqueles materiais que apresentam, simultanea- mente, uma resistência à passagem de corrente elétrica extremamente baixa, ou seja, uma resistência quase nula, e um excelente diamagnetismo. Esses materiais surgem a partir de elementos condutores, semicondutores e até mesmo de alguns isolantes O Quadro 2 apresenta a condutividade elétrica de alguns materiais de engenharia. Fonte: Adaptado de Smith e Hashemi (2012). Metais e ligas σ (Ω·m)–1 Não metais σ (Ω·m)–1 Prata 6,3 × 107 Grafita 105 (média) Cobre, pureza comercial 5,8 × 107 Germânio 2,2 Ouro 4,2 × 107 Silício 4,3 × 10–4 Alumínio, pureza comercial 3,4 × 107 Polietileno 10–14 Poliestireno 10–14 Diamante 10–14 Quadro 2. Condutividades elétricas de alguns metais e não metais à temperatura am- biente Materiais supercondutores e aplicações10 O diamagnetismo é definido como o estado em que acontece a expulsão do interior do material (parcial ou completa) do campo magnético aplicado externamente; esse fenômeno é conhecido como efeito Meissner. Quando o material supercondutor é esfriado, ele apresenta essas duas propriedades a partir da denominada temperatura crítica (TC), na qual o material passa do estado normal para o estado supercondutor, ou seja, passa do seu estado de condutor, semicondutor ou isolante para o estado de material supercondutor. Em um material em seu estado normal, uma corrente elétrica aplicada no elemento diminui até zerar devido à resistência à passagem de corrente elé- trica existente em todos os materiais que não são supercondutores. Enquanto nos materiais supercondutores uma corrente elétrica aplicada no elemento praticamente não diminui, pois os supercondutores não oferecem quase ne- nhuma resistência; em um supercondutor, uma corrente continuaria a fluir infinitamente (MOURACHKINE, 2004). As correntes elétricas, quando induzidas em um anel de material supercondutor, conservam-se por muito tempo (muitas vezes por anos) sem diminuírem de intensidade, mesmo sem ter nenhuma bateria fornecendo corrente elétrica ao circuito. Quando comparamos os materiais supercondutores com materiais conduto- res, observamos diversas características que são muito superiores nos materiais supercondutores, como o fato de que os supercondutores não produzem calor, conduzem eletricidade sem perda de energia e podem gerar campos magnéticos muito intensos. Aplicação dos materiais supercondutores Hoje se sabe que existem basicamente dois tipos de supercondutor, os mate- riais supercondutores tipo I e os materiais supercondutores tipo II. Os super- condutores do tipo I são aqueles formados apenas por um tipo de material, como o mercúrio, o chumbo e o estanho, entre outros. O que caracteriza os supercondutores do tipo I é que eles possuem apenas um campo crítico com valor muito baixo e bem definido, ou seja, o efeito Meissner é total. Já os 11Materiais supercondutores e aplicações supercondutores do tipo II são aqueles formados por ligas metálicas e que possuem dois campos críticos, o que permite que o material suporte um campo magnético mais elevado; nesse caso, há uma pequena penetração das linhas de campo magnético para dentro do material, e, por isso, os supercondutores do tipo II suportam correntes elétricas de maior intensidade que as suportadas pelos supercondutores do tipo I. No caso dos supercondutores tipo II, que têmdois campos críticos, o menor campo representa o limite entre o estado de supercondutor ideal para um estado misto, no qual o campo pode penetrar na superfície; já o maior campo define a fronteira entre os estados de supercondutor e condutor. Isto é, acima do maior campo o material passa a ser condutor. Na fase mista, entre o menor campo e o maior campo, o material apresenta uma pequena perda de energia por efeito Joule. O efeito Joule: a eletricidade está diretamente ligada com o aquecimento. Quando aplicamos uma corrente elétrica em um condutor e ele se aquece, denomina-se efeito Joule. Os supercondutores do tipo I excluem o campo magnético do seu interior, enquanto o supercondutor do tipo II exclui o campo completamente apenas até determinado valor, a partir daí o campo magnético começa a penetrar no material, ainda que continue com as características de supercondutor até que o campo magnético se eleve ainda mais e consiga penetrar completamente, momento em que desfaz as características de supercondutor do material, acabando com a supercondutividade (GEUN-JOON, 2011). Na prática, os supercondutores mais utilizados são os do tipo II, com temperatura crítica em torno de –143 °C. Estes condutores são do sistema BSCCO, que são óxidos supercondutores compostos por Bismuto, Estrôncio, Cálcio, Cobre e Oxigênio, e a proporção de cada um desses elementos vai depender da fase supercondutora desejada. Materiais supercondutores e aplicações12 O efeito Meissner mostra que um material supercondutor é capaz de repelir um campo magnético, ou seja, o material se comporta como um diamag- nético. Uma aplicação prática disso são os trens Maglev; esses trens não têm rodas nem estrutura a férrea, eles têm um sistema eletromagnético com supercondutores capaz de suportar o peso do trem sem contato físico: apenas com o campo magnético repelido pelo material supercondutor o trem flutua atingindo velocidades superiores a 400 km/h. Na Figura 7 vemos a imagem de um trem Maglev. Figura 7. Trem Maglev. Fonte: YMZK-Photo/Shutterstock.com. Para conhecer mais sobre os trens Maglev, leia o texto “Trens Maglev”, publicado no portal São Francisco. 13Materiais supercondutores e aplicações Uma grande aplicação dos materiais supercondutores é na medicina. Esses materiais revolucionaram os equipamentos para diagnóstico médico; um exemplo é o tomógrafo por ressonância magnética, um equipamento médico que utiliza bobinas de materiais supercondutores metálicos que são resfriadas com Hélio líquido para atingir sua temperatura crítica. Os dispositivos supercondutores de interferência quântica, ou SQUIDs (de superconducting quantum interference devices) que são hoje os detectores de fluxo magnético mais precisos, são aparelhos que conseguem detectar o campo magnético produzido pela atividade cerebral, campos magnéticos de intensidade muito baixa, possibilitando assim analisar e identificar as partes do cérebro que estão relacionadas aos nossos sentidos. Uma grande aplicação do material supercondutor é na fabricação de acu- muladores de energia elétrica, equipamentos que armazenam energia elétrica em forma de energia mecânica. Trata-se de um disco metálico unido a um ímã instalado junto de uma bobina; quando a bobina é ligada à tomada, o disco gira e transforma a energia elétrica em energia mecânica de rotação, e esta se conserva para utilização posterior. Ainda relacionado à energia elétrica, os supercondutores permitem grande redução das perdas nas transmissões de energia elétrica quando utilizados cabos supercondutores para a transmissão. A utilização de cabos supercondutores na transmissão de energia, em vez de cabos metálicos comuns, elimina perdas da ordem de 20%, que acorrem comumente. Os supercondutores também podem ser usados para a fabricação de super ímãs, que são utilizados nas bobinas supercondutoras. O super ímã pode ser usado para levitação magnética: para isso, basta colocar um disco supercon- dutor em baixo de um ímã e baixar a temperatura até a temperatura crítica do material. O ímã induz um campo magnético de corrente no supercondutor e então começa a flutuar acima desse campo magnético. Na Figura 8 você vê um super ímã flutuando. Materiais supercondutores e aplicações14 Figura 8. Super imã flutuando. Fonte: l i g h t p o e t/Shutterstock.com. GEUN-JOON, L. Superconductivity Application in Power System. In: LUIZ, A. (Ed.). Applications of High-Tc Superconductivity. [s.l.]: Intech, 2011. p. 45-74. Disponível em: <https://www.intechopen.com/books/applications-of-high-tc-superconductivity/ superconductivity-application-in-power-system>. Acesso em: 13 jun. 2018. HOFFMAN LAB. Properties of bechgaard salts. 2004. Disponível em: <http://hoffman. physics.harvard.edu/materials/organic/properties.php>. Acesso em: 13 jun. 2018. MOURACHKINE, A. Room-temperature superconductivity. Cambridge, UK: Cambridge International Science Publishing, 2004. OSTERMANN, F.; FERREIRA, L. M.; CAVALCANTI, C. J. H. Supercondutividade: uma proposta de inserção no ensino médio. Porto Alegre: Instituto de Física – UFRGS, 1998. (Textos de apoio ao professor de física, 8). 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