Buscar

2-regras de Mandela

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O TRATAMENTO DE PRESOS (REGRAS NELSON MANDELA)
	Adotadas pelo 1º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Tratamento de Delinqüentes, realizado em Genebra, em 1955, e aprovadas pelo Conselho Econômico e Social da ONU através da Resolução 663 C I (XXIV), de julho de 1957, aditada (aumentada) pela Resolução 2076 (LXII) de 13 de maio de 1977. 
	Em 25 de maio de 1984, através da Resolução 1984/47, o Conselho Econômico e Social aprovou treze procedimentos para a aplicação efetiva das Regras Mínimas. Tais regras foram atualizadas pela Comissão das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal, tendo tais atualizações aprovadas, à unanimidade, pela Assembleia Geral da ONU em 2015. Também foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU a denominação honorífica da Resolução como “Regras Nelson Mandela”, em homenagem a quem passou 27 anos de sua vida preso, na luta pelos direitos humanos, igualdade, democracia e promoção da cultura da paz.	
	Um dos fatores a favor da atualização das regras foi a constatação da existência de mais de 10 milhões de pessoas encarceradas no mundo. O Brasil tem mais de 700 mil presos, a quarta população carcerária no mundo.
	As Regras de Mandela têm caráter programático e se prestam a orientar a atuação de novas políticas para o sistema carcerário. São preceitos mínimos da ONU para o tratamento de presos. O documento oferece bases para a estruturação dos sistemas penais nos diferentes países e rever as "Regras Mínimas para o Tratamento de Presos," aprovadas em 1955. Objetiva-se a melhoria das condições do sistema carcerário e a garantia do tratamento digno às pessoas em situação de privação de liberdade.
	As Regras de Mandela não têm caráter vinculante, sendo meras recomendações. Não há punição para o Estado que deixar de cumpri-las. Elas têm natureza jurídica de soft Law (normas flexíveis e não obrigatórias). Os Estados podem adaptar a aplicação das Regras em conformidade com suas jurisdições internas. Por exemplo, tais regras não são integralmente cumpridas no Brasil: a superlotação dos presídios, a reclusão do preso em cela não separada de outras categorias, as péssimas condições de higiene e salubridade, bem como o controle do presídio por organizações criminosas exemplificam tal fato.
	O objetivo das Regras não é descrever os detalhes de um sistema penitenciário modelo, mas apenas estabelecer os princípios e as regras para a organização penitenciária e o tratamento dos reclusos.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
	Todos os presos devem ser tratados com respeito, devido ao valor e dignidade inerentes ao ser humano. Nenhum preso deverá ser submetido à tortura ou tratamentos ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes e deverá ser protegido de tais atos, não sendo estes justificáveis em qualquer circunstância. Não haverá discriminação baseada em raça, cor, sexo, religião... ou qualquer outra condição. As crenças religiosas e os preceitos morais dos presos serão respeitados.
	As administrações prisionais devem fazer todos os ajustes possíveis para garantir que os presos portadores de deficiências físicas, mentais ou outra incapacidade tenham acesso à vida prisional em base de igualdade.
	Os objetivos do encarceramento são: proteger a sociedade contra a criminalidade e reduzir a reincidência. Esses objetivos visam assegurar a reintegração de tais indivíduos à sociedade, após sua soltura, para que possam levar uma vida autossuficiente, com respeito às leis. Por isso, as autoridades devem oferecer educação, formação profissional, trabalho e outras formas de assistência apropriadas às necessidades individuais de tratamento dos presos. O regime prisional deve procurar minimizar as diferenças entre a vida no cárcere e a vida em liberdade.
 
Registros
 	Deverá existir registro de informações dos presos, como identidade, motivos da detenção e a autoridade que a ordenou. Tais informações serão confidenciais e acessíveis somente àqueles cujas responsabilidades profissionais requeiram o acesso. Todo preso terá acesso aos seus registros.
	Os bens pessoais do detido, quando não puderem manter sua posse durante a reclusão, serão guardados para serem restituídos ao preso no momento de sua libertação.
	No momento da admissão, cada preso deve receber informações escritas ou oralmente (se o preso for analfabeto) sobre o regime aplicável à sua categoria, as regras disciplinares do estabelecimento, os meios autorizados para obter informações e formular queixas e sobre todos os outros pontos necessários para conhecer seus direitos e obrigações e para se adaptar à vida no estabelecimento. Presos com deficiências sensoriais devem receber as informações de maneira apropriada a suas necessidades.
	Os presos devem ter acesso aos documentos relacionados aos seus processos judiciais e serem autorizados a mantê-los consigo, sem que a administração prisional tenha acesso a estes. 
	Todo preso deve ter o direito de fazer uma solicitação ou reclamação sobre seu tratamento, que deve ser apreciada e respondida sem demora.
Separação de categorias
	As diferentes categorias de presos devem ser mantidas na prisão em separado, ou em diferentes zonas, levando em consideração seu sexo, idade, antecedentes criminais, razões da detenção e necessidades de tratamento. Assim:
- Homens e mulheres devem ser detidos em unidades separadas. E caso fiquem no mesmo estabelecimento, todos os recintos destinados às mulheres devem ser totalmente separados;
- Presos preventivos devem ser separados dos presos condenados;
- Indivíduos presos por dívidas, (prisão civil. No caso brasileiro é por pensão alimentícia), devem ficar separados dos indivíduos presos por infrações criminais;
- Jovens reclusos devem ser separados dos adultos.
 
Acomodações
 	As celas ou locais destinados ao descanso noturno não devem ser ocupados por mais de um recluso, salvo se houver excesso temporário de população prisional, quando dois reclusos poderão ficar em uma mesma cela.
	Todos os ambientes de uso dos presos devem satisfazer as exigências de higiene e saúde.
	Devem ser fornecidas instalações adequadas para banho e necessidades fisiológicas.
 
Higiene pessoal
	Deve ser exigido que o preso mantenha sua limpeza pessoal e, para esse fim, deve ter acesso a água e artigos de higiene, conforme necessário para sua saúde e limpeza. Os homens devem ter à disposição meios para o cuidado adequado do cabelo e da barba.
 
Vestuário próprio e roupas de cama
 	Todo preso que não tiver permissão de usar roupas próprias deve receber roupa de cama e roupas apropriadas para o clima e adequadas para mantêlo em boa saúde. Tais roupas não devem, de maneira alguma, ser degradantes ou humilhantes.
 
Alimentação
	Todo preso deve receber da administração prisional, em horários regulares, alimento com valor nutricional adequado à sua saúde e resistência, de qualidade, bem preparada e bem servida.  Todo preso deve ter acesso a água potável sempre que necessitar; além da prática diária de exercício físico.
 
Serviços de Saúde
 	O provimento de serviços médicos para os presos é responsabilidade do Estado. Toda unidade prisional deve possuir serviço de saúde incumbido de avaliar, promover, proteger e melhorar a saúde física e mental dos presos, prestando particular atenção aos presos com necessidades especiais ou problemas de saúde que dificultam sua reabilitação.
	Os serviços de saúde devem garantir a continuidade de tratamento de qualquer doença e dependência às drogas. Eles devem ser também de psicologia, psiquiatria e odontológico.
	Nas unidades prisionais femininas, deve haver acomodação especial para todas as necessidades de cuidado e tratamento pré e pós-natal. A decisão de permitir uma criança de ficar com seu pai ou com sua mãe na unidade prisional deve se basear no melhor interesse da criança. Nos presídios que tenham crianças devem ser garantidas creches e pediatria. A criança não deve ser tratada como presa. Se a criança nasceu em estabelecimento prisional, tal fato não pode constar de seu registro.
	O médico deve examinar o presoo mais rapidamente possível, após a sua admissão no estabelecimento, para tomar as medidas necessárias, bem como vigiar a saúde física e mental do recluso. Caso o médico perceba sinal de tortura, tratamento ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes, deve registrar este fato.
	O médico deve aconselhar o diretor sobre:
a) A quantidade, qualidade, preparação e fornecimento de alimentos;
b) A higiene e limpeza da unidade prisional e dos presos;
c) O saneamento, temperatura, iluminação e ventilação da unidade prisional;
d) A adequação da limpeza e das roupas dos presos, bem como das roupas de cama;
e) O cumprimento das regras em relação a educação física e esportes, nos casos em que não houver pessoal técnico para tais atividades.
 
Restrições, disciplina e sanções
 	Os presos devem ter a oportunidade, tempo e meios adequados para receberem visitas e de se comunicarem com um advogado de sua própria escolha ou com um defensor público, sem demora, sem interceptação ou censura, em total confidencialidade, podendo conversar sobre qualquer assunto legal, em conformidade com a legislação local. Tais encontros podem estar sob as vistas de agentes prisionais, mas não passíveis de serem ouvidos por estes. 
	A confidencialidade da conversa entre o preso e seu advogado é a regra geral, mas o conteúdo da conversa deve ser restrito à matéria legal e em conformidade com a legislação local. Por isso, a eventual gravação ambiental do “parlatório” (sala separada por vidro e a comunicação entre advogado e preso é feita mediante interfone) com a gravação e filmagem da conversa pode ser, excepcionalmente, autorizada por ordem judicial caso haja indícios da prática de crime com envolvimento do advogado, devendo ser inutilizado qualquer outro teor da conversa.
	Devem-se prevenir conflitos. A ordem e a disciplina devem ser mantidas com firmeza, sem, entretanto, que se imponha mais restrições do que as necessárias para a manutenção da segurança e da boa organização da vida comunitária. As condutas que constituem infração disciplinar, o tipo e a duração das sanções e a autoridade competente para pronunciá-las devem ser determinados por lei. 
	O preso deve ter direito a se defender pessoalmente ou por meio de assistência legal caso se envolva em infrações disciplinares.
	Todas as punições cruéis, desumanas, degradantes ou que impliquem em tortura devem ser completamente proibidas como sanções disciplinares.
	As seguintes práticas, em particular, devem ser proibidas:
- Confinamento solitário indefinido ou prolongado;
- Encarceramento em cela escura ou constantemente iluminada;
- Castigos corporais ou redução da dieta ou água potável do preso; Castigos coletivos. 
	Instrumentos de imobilização jamais devem ser utilizados como sanção a infrações disciplinares. Mesmo que o preso sofra sanções disciplinares ou medidas restritivas poderá, em geral, ter contato com sua família, que só pode ser restringido por um prazo limitado e quando for estritamente necessário para a manutenção da segurança e da ordem. 
	O confinamento solitário é o confinamento do preso por 22 horas ou mais, por dia, sem contato humano significativo. O confinamento solitário prolongado (sanção proibida) refere-se ao confinamento solitário por mais de 15 dias consecutivos.
	O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que submete o preso ao confinamento solitário prolongado por até 360 dias (sem limite de repetição da sanção por nova falta grave) é questionado por ser considerado violador das Regras Mínimas, pela segregação prolongada de presos sem a observância dos limites vistos acima. Mas está em vigor no Brasil.
Instrumentos de restrição
	O uso de correntes, de imobilizadores de ferro ou outros instrumentos restritivos que são degradantes ou dolorosos é proibido. Outros instrumentos restritivos (por exemplo, algemas) devem ser utilizados apenas quando (I) previstos em lei e (II) em circunstâncias definidas, tais como por precaução contra evasão durante transferência (desde que sejam removidos quando o preso estiver diante de autoridade judicial ou administrativa) ou por razões médicas, sob indicação do médico. Esses instrumentos de restrição devem ser: (I) os menos invasivos; (II) temporários, sendo retirados depois que o risco que motivou a restrição não esteja mais presente. Os instrumentos de restrição não devem ser utilizados em mulheres em trabalho de parto, nem durante e imediatamente após o parto.
Revistas íntimas e inspeção em celas
	As revistas íntimas e inspeções devem ser feitas com respeito. Seu registro é obrigatório para fins de controle. Elas não serão utilizadas para assediar, intimidar ou invadir desnecessariamente a privacidade do preso. Revistas íntimas invasivas, que incluem o ato de despir e de inspecionar partes íntimas do corpo, devem ser empreendidas apenas quando forem absolutamente necessárias. E por pessoal treinado, do mesmo gênero do indivíduo inspecionado.
	A administração prisional deve ser encorajada a utilizar outras alternativas apropriadas ao invés de revistas íntimas. Há a previsão da realização da revista íntima apenas por profissionais de saúde qualificados, mas aceita-se que ela seja feita por pessoal apropriadamente treinado por profissionais da área médica.
	Quanto ao visitante, as regras reconhecem que sua entrada depende do seu consentimento em se submeter à revista: caso não concorde, a administração prisional poderá vedar-lhe o acesso. Por outro lado, os procedimentos de entrada e revista para visitantes devem ser regidos, no mínimo, pelos mesmos parâmetros protetivos da revista aos presos. Revistas em partes íntimas do corpo do visitante devem ser evitadas (mas não foram expressamente proibidas) e não devem ser utilizadas em crianças (em criança é proibido).
Informações e direito à queixa dos presos
	Todo preso, na sua entrada, deve receber informação escrita sobre os regulamentos da unidade e seus direitos e obrigações. Se o preso for analfabeto, as informações devem ser fornecidas verbalmente e se for deficiente sensorial, de maneira apropriada as suas necessidades.
	Todo preso deve ter o direito de fazer uma solicitação ou reclamação sobre seu tratamento, sem censura quanto ao conteúdo a autoridades competentes sendo prontamente apreciada e respondida sem demora.
 
Contato com o mundo exterior
	Os prisioneiros devem ter permissão, sob a supervisão necessária, de se comunicarem periodicamente com seus familiares e amigos, por correspondência (e, onde houver, telecomunicações, meios digitais, eletrônicos e outros), ou por meio de visitas. Os visitantes devem consentir a revista e a administração poderá vedar seu acesso.
	Caso sejam permitidas as visitas íntimas, estas devem ser garantidas sem discriminação, devendo a mulher presa exercer tal direito nas mesmas bases que o homem. Devem ser instaurados procedimentos, e locais devem ser disponibilizados, de forma a garantir o justo e igualitário acesso à visita íntima, respeitando-se a segurança e a dignidade dos envolvidos. 
	Presos estrangeiros devem ter acesso a recursos razoáveis para se comunicarem com os representantes diplomáticos e consulares do Estado ao qual pertencem.
	O preso que não tem representante diplomático no país ou se for refugiado ou apátrida deve ter acesso a representantes diplomáticos do Estado encarregados de seus interesses ou com qualquer autoridade nacional ou internacional que tenha como tarefa proteger tais indivíduos.
	Toda unidade prisional deve ter uma biblioteca para uso de todas as categorias de presos.
	Há o dever de manter os presos informados sobre as notícias mais importantes, por meio de jornais, periódicos ou outros meios autorizados.
Religião
	Se a unidade prisional contiver um número suficiente de presos de uma mesma religião, deve ser indicado ou aprovado um representante qualificado daquela religião. Ele deve ter permissão para realizar celebrações regulares e fazer visitas pastorais privadas a presos de sua religião em horário apropriado. Mas se o recluso se opuser à visita de um representante, sua vontade deve ser respeitada.Todo preso deve ter o direito de atender às necessidades de sua vida religiosa, participando de celebrações realizadas nas unidades prisionais e mantendo consigo livros de prática e de ensino de sua confissão.
 
Retenção de pertences dos presos
	Todo dinheiro, objeto de valor, roupa e outros objetos pertencentes a um preso, que sob o regulamento de uma unidade prisional não possam ser guardados com ele ao entrar na unidade prisional, devem ser mantidos sob cuidados e segurança. Um inventário deve ser assinado pelo preso e devese zelar para manter os pertences em boas condições.
 
Notificações
	Todo preso deve ter o direito, e a ele devem ser assegurados os meios para tanto, de informar imediatamente a sua família, ou qualquer outra pessoa designada como seu contato, sobre seu encarceramento, ou sobre sua transferência para outra unidade prisional, ou, ainda, sobre qualquer doença ou ferimento grave.
	Em caso de morte de um preso, o diretor da unidade prisional deve informar, imediatamente, o parente mais próximo ou contato de emergência do preso.
 
Investigações
	Não obstante uma investigação interna, o diretor da unidade prisional deve reportar, imediatamente, a morte, doença, transferência, desaparecimento ou o ferimento grave à família, autoridade judicial ou a outra autoridade competente e deve determinar a investigação imediata, e efetiva sobre as circunstâncias e causas de tais eventos. A administração prisional deve cooperar integralmente com a referida autoridade e assegurar que todas as evidências sejam preservadas.
	A administração prisional deve tratar o corpo de um preso falecido com respeito e dignidade.
	Há preocupação especial com a tortura: todas as alegações de tortura ou tratamentos ou sanções cruéis, desumanas ou degradantes devem ser apreciadas imediatamente e resultar em pronta investigação, conduzida por autoridade nacional independente (por exemplo, o Ministério Público).
Remoção de presos
 	Quando os presos estiverem sendo removidos de ou para uma unidade, devem ser expostos ao público pelo menor tempo possível, e devem ser adotadas as devidas salvaguardas para protegêlos de insultos, curiosidade e qualquer forma de publicidade.
 
Funcionários da unidade prisional
 	A administração prisional deve promover seleção cuidadosa de funcionários de todos os níveis, uma vez que a administração adequada da unidade prisional depende da integridade, humanidade, capacidade profissional e adequação para o trabalho de seus funcionários, bem como diretrizes
sobre o relacionamento dos funcionários com os presos, especialmente tendo-se em conta o tratamento com as mulheres.	
	Antes de tomarem posse, os funcionários devem receber treinamento e caso for trabalhar com presos específicos, devem ter treinamento com foco em tais particularidades.
	O diretor da unidade prisional deve dedicarse em tempo integral a suas tarefas profissionais e não deve ser indicado em tempo parcial. Deve residir nas dependências da unidade prisional ou nas imediações.
	Em uma unidade prisional para homens e mulheres, a parte da unidade destinada a mulheres deve estar sob a supervisão de um oficial feminina responsável que tenha a custódia das chaves de toda aquela parte da unidade. Nesta unidade não pode entrar homens a menos que esteja acompanhado de uma agente.
 
Inspeções internas e externas
 	Deve haver um sistema duplo de inspeções regulares nas unidades prisionais e nos serviços penais para assegurar que estão dentro das leis e regulamentos:
(a) Inspeções internas ou administrativas conduzidas pela administração prisional central;
(b) Inspeções externas conduzidas por órgão independente da administração prisional, que pode incluir órgãos internacionais ou regionais competentes.
 
Princípios orientadores
	Antes do término do cumprimento de uma pena ou medida, é desejável que sejam tomadas providências necessárias para assegurar ao preso um retorno progressivo à vida em sociedade, com a adoção de um regime de pré-soltura, ou mediante liberdade condicional sob algum tipo de vigilância, que não deve ser confiada à polícia, mas combinada com uma assistência social eficaz.
	O número de detentos em unidades prisionais fechadas não deve ser grande demais a ponto de coibir o tratamento individualizado. A tarefa da sociedade não termina com a liberação de um preso. Deve haver, portanto, agências governamentais ou privadas capazes de prestar acompanhamento póssoltura de forma eficiente, direcionado à diminuição do preconceito contra ele e visando à sua reinserção social.
Tratamento
	O tratamento de presos sentenciados ao encarceramento deve criar nos presos a vontade de levar uma vida auto-suficiente, de acordo com a lei e após sua soltura, capacitálos a isso, além de desenvolver seu senso de responsabilidade e auto-respeito. Para esses fins, podem ser usados cuidados religiosos, educação, orientação e capacitação vocacionais, assistência social direcionada, aconselhamento profissional, desenvolvimento físico e fortalecimento de seu caráter moral.
 
Classificação e individualização
	As finalidades da classificação devem ser:
- Separar os presos, que devido ao seu histórico criminal ou pela sua personalidade, possam influenciar negativamente outros presos;
- Dividir os presos em classes, a fim de facilitar o tratamento, visando à sua reinserção social.
 Após a entrada, deve-se estudar a personalidade de cada preso e preparar um programa de tratamento.
 
Privilégios
	Toda unidade prisional deve estabelecer sistemas de privilégios adequados para as diferentes classes de presos e diferentes métodos de tratamento, a fim de incentivar uma boa conduta, desenvolver o senso de responsabilidade e assegurar o interesse e a cooperação dos presos no seu tratamento.
 
Trabalho
	O trabalho na prisão é apresentado como uma medida apta a aumentar nos presos a habilidade de viver de modo digno após a liberdade. Ele não deve ser de natureza estressante, deve ter organização próxima de trabalho semelhante fora do estabelecimento, garantindo-se aos reclusos os cuidados destinados a proteger a sua saúde e a segurança e que a lei preveja seus direitos de limitação do tempo de jornada, descanso semanal, remuneração equitativa, indenização em caso de acidente de trabalho ou doenças profissionais, dentre outros. Deve haver um sistema de remuneração igualitária para o trabalho dos presos.
	Os presos condenados devem ter a oportunidade de trabalhar e/ou participar ativamente de sua reabilitação, sendo esta atividade sujeita à determinação de sua aptidão física e mental.
	As indústrias e explorações agrícolas, preferencialmente, devem ser operadas diretamente pela administração prisional e não por contratantes privados.
		Dentro do sistema, os presos deverão ter permissão para gastar pelo menos parte do que ganharem em artigos aprovados para uso próprio e para enviar uma parte de seus ganhos para sua família.
Educação e lazer
	Visando a inclusão futura do preso,	instrumentos devem ser criados para promover e melhorar a educação de todos os presos. Ela será obrigatória para analfabetos e jovens. Também deve haver atividades culturais e de recreio. Todas as unidades prisionais devem oferecer atividades recreativas e culturais em benefício da saúde física e mental dos presos.
	
Relações sociais e assistência pósprisional
 	Atenção especial deve ser dada para a manutenção e o aperfeiçoamento das relações entre o preso e sua família. Desde o inicio de sua prisão, deve-se incentivar esta relação.
 
Presos com transtornos mentais e/ou com problemas de saúde
	As Regras Mínimas apresentam o especial tratamento que deve ser conferido aos presos com deficiência mental ou com problemas de saúde severos (inimputáveis), que não devem ser mantidos em prisões, mas transferidos para estabelecimentos apropriados, pois o encarceramento significaria um agravamento de sua condição.
 
Presos sob custódia ou aguardando julgamento
	Indivíduo preso ou detido sob acusação criminal que esteja sob custódia policial ou prisional, mas que aguarde julgamento e sentença, deveser tratado como “preso não julgado”. Preso não condenado tem presunção de inocência e deve ser tratado como inocente. Ele deve ser beneficiado com um regime especial como:
- Ficar separado dos presos condenados;
- O jovem deve ficar separado dos adultos e dormir sozinho;
- Pode receber alimentação externa, paga por ele, sua família ou amigos;
- Vestir sua própria roupa se estiver limpa e for apropriada;
- Pode trabalhar somente se quiser e será remunerado pelos seus serviços;
- Pode obter livros, jornais, artigos de papelaria.
	Um preso não julgado tem o direito de receber visitas e ser tratado por seu próprio médico ou dentista, desde que custeie as despesas advindas do tratamento. Também pode se entrevistar com seu advogado sem que seja ouvido por funcionário, embora possa ser visto.
 
Presos civis: Prisão civil é aquela decretada para obrigar alguém ao cumprimento de um dever civil. Segundo a CF/88 (art. 5º, LXVII), seria possível em duas hipóteses: no caso do responsável pelo não adimplemento de obrigação alimentícia (não pagar a pensão) e o depositário infiel. Mas a prisão civil do depositário infiel não ocorre mais, em decorrência da adesão do Brasil à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, conhecida como Pacto de São José da Costa Rica, que veda tal prática. Portanto, a única prisão civil que efetivamente ocorre no Brasil, é em razão do inadimplemento voluntário de obrigação alimentícia (devedor de pensão).
	Em países onde a lei permite, o encarceramento por dívida ou qualquer outro processo não criminal, os indivíduos presos por estes motivos não devem ser submetidos a maior restrição ou severidade do que o necessário para garantir uma custódia segura e a boa ordem. Seu tratamento será semelhante àquele oferecido a presos não julgados.
RESUMÃO
- As Regras têm natureza jurídica de soft Law (não obrigatória). Mas reflete vários direitos previstos em tratados internacionais;
- Atualizadas em 2015, com diversas inovações;
- Regras levam em conta a grande variedade de condições legais, sociais, econômicas e geográficas existentes, de forma que não serão aplicadas indistintamente em todos os lugares;
- A aplicação das regras deve ser feita de forma imparcial, sem qualquer tipo de discriminação (com base em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política, origem nacional ou social, meios de fortuna, nascimento ou outra condição). Entretanto, as crenças religiosas e os preceitos morais do grupo a que pertença o recluso devem ser respeitados;
- Devem ser respeitados os demais direitos fundamentais do preso não afetados pela restrição de sua liberdade;
- O objetivo é a reinserção social e prevenção da reincidência.
EXERCÍCIOS
1) O Conselho Econômico e Social da ONU aprovou através da sua Resolução 663 C I (XXIV), de 31 de julho de 1957, aditada pela resolução 2076 (LXII) de 13 de maio de 1977 e, em 25 de maio de 1984, através da Resolução 1984/47, 13 (treze) procedimentos para a aplicação efetiva das Regras Mínimas para o Tratamento de Presos.
	Assinale a alternativa INCORRETA:
a) O objetivo primário das Regras Mínimas é estabelecer os princípios que devem nortear minimamente uma organização penitenciária
b) As Regras Mínimas podem ser aplicadas independentemente da cultura, religião, etnia sem prejuízo ao indivíduo recluso
c) Os conceitos que balizam a aplicação das Regras inspiram-se em elementos essenciais que se mostraram mais adequados ao sistema penitenciário moderno
d) As Regras Mínimas não estão destinadas a determinar a organização dos estabelecimentos para delinquentes juvenis ou instituições de reeducação
e) Em 22 de maio de 2015, as Nações Unidas oficializaram a atualização do novo quadro de normas incorporando novas doutrinas de Direitos Humanos, as Regras Mínimas também a partir desta data são conhecidas como as “Regras de Mandela” (Mandela’s Rules)
2) A criminalidade é um problema social, que a sociedade brasileira ano a ano percebe seu crescimento sem no entanto vislumbrar a curto prazo uma solução no mínimo satisfatória. Ao longo de cinco décadas, os Estados utilizaram como “um guia” as “Regras Mínimas para o Tratamento de Presos”, a partir de 2015 as mesmas foram revisionadas (Regras de Mandela) e, temos agora uma observância mais atenta.
	Sobre isso, analise as afrmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) As administrações prisionais e demais autoridades competentes devem oferecer educação, formação profissional e trabalho, bem como outras formas de assistência apropriadas e disponíveis, inclusive aquelas de natureza reparadora, moral, espiritual, social, esportiva e de saúde.
( ) Os objetivos de uma sentença de encarceramento ou de medida similar restritiva de liberdade são, prioritariamente, de proteger a sociedade contra a criminalidade e de reduzir a reincidência. Tais propósitos só podem ser alcançados se o período de encarceramento for utilizado para assegurar, na medida do possível, a reintegração de tais indivíduos à sociedade após sua soltura, para que possam levar uma vida autossufciente, com respeito às leis.
( ) Toda unidade prisional tem a liberdade de decidir se deve ter uma biblioteca para uso de todas as categorias de presos, adequadamente provida de livros de lazer e de instrução, e os presos devem ser incentivados a fazer uso dela.
	Você obteve:
a) V,F,V
b) F,F,V
c) F,V,V
d) V,V,V
e) V,V,F
3) Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos. (Regra 33 – Instrumentos de Coação.)
a) A sujeição a instrumentos tais como algemas, correntes, ferros e coletes de força podem e precisam ser usados como aplicação de sanção em rebeliões
b) É expressamente proibido o uso de correntes e ferros como instrumento de coação
c) Instrumentos de coação podem ser usados por ordem do diretor, depois de se terem esgotado todos os outros meios de dominar o recluso, a fim de o impedir de causar prejuízo a si próprio ou a outros ou de causar estragos materiais; nestes casos o diretor deve consultar o médico com urgência e apresentar relatório à autoridade administrativa superior
d) Em caso de medida de precaução contra uma evasão durante uma transferência, os instrumentos de coação são permitidos desde que sejam retirados logo que o recluso compareça perante uma autoridade judicial ou administrativa
e) Autoriza-se o uso por razões médicas sob indicação do médico responsável
4) Em relação às regras de aplicação geral contidas nas Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos (Regras de Nelson Mandela), está INCORRETA a alternativa.
A) A detenção e quaisquer outras medidas que excluam uma pessoa do contato com o mundo exterior são penosas pelo fato de, ao ser privada da sua liberdade, lhe ser retirado o direito à autodeterminação. Assim, o sistema prisional não deve agravar o sofrimento inerente a esta situação, exceto em casos pontuais em que a separação seja justificável ou nos casos em que seja necessário manter a disciplina.
B) Para que o princípio da não discriminação seja posto em prática, as administrações prisionais devem ter em conta as necessidades coletivas dos reclusos, particularmente as de maior vulnerabilidade. As medidas tomadas para proteger e promover os direitos dos reclusos portadores de necessidades especiais serão consideradas discriminatórias.
C) Os objetivos de uma pena de prisão ou de qualquer outra medida restritiva da liberdade são, prioritariamente, proteger a sociedade contra a criminalidade e reduzir a reincidência. Estes objetivos só podem ser alcançados se o período de detenção for utilizado para assegurar, sempre que possível, a reintegração destas pessoas na sociedade após a sua libertação, para que possam levar uma vida autossuficiente e de respeito para com as leis.
D) As celas ou locais destinados ao descanso noturno não devem ser ocupados por mais de um recluso. Se, por razões especiais, tais como excesso temporário de população prisional, for necessário que a administração prisional central adote exceções a esta regra deve evitar-seque dois reclusos sejam alojados numa mesma cela ou local.
E) Em circunstâncias excepcionais, sempre que um recluso obtenha licença para sair do estabelecimento, deve ser autorizado a vestir as suas próprias roupas ou roupas que não chamem a atenção.
5) Suponha que R. T. E. seja um agente no exercício das funções na penitenciária de determinado município e que, em janeiro de 2018, se encontrava em atividades por ocasião da visitação semanal aos presos. Em virtude de um desentendimento entre familiares de dois presos, houve intensa comoção no pátio de visitas. Assim, foi necessário recolher mais cedo os presos para o interior das celas. Como R. T. E. era o responsável pelo deslocamento de parte dos presos, especificamente nesse caso, coube a ele fazer o traslado dos dois presos cujas famílias se desentenderam.
	Considerando o caso concreto, bem como as Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros, que estabelecem situações específicas para a utilização de instrumentos de coação no âmbito do desenvolvimento das atividades do sistema prisional, é correto afirmar que R. T. E.
A)	deverá utilizar ferros para uma punição exemplar dos presos.
B)	poderá utilizar algemas para o deslocamento dos presos, mantendo-as por tempo indeterminado.
C)	deverá empregar força física para uma punição exemplar dos presos no meio do pátio central. 
D)	poderá realizar o traslado utilizando algemas por ordem do diretor, se outros métodos de controle falharem, a fim de evitar que o preso moleste a si mesmo, a outros ou cause estragos materiais.
6) Considere hipoteticamente que P. F. G. e W. S. V. são agentes responsáveis pela condução de presos para as audiências perante o juízo da Comarca de Rosentão, situada no município de Adoroé, estado de Arentão. No dia 20 de março de 2017, foram designados para o transporte dos presos U. T. T., Y. J. K. e J. K. L. até o fórum, que fica a 70 km da Penitenciária Frumal.
	Considerando o caso concreto, bem como as Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros, que estabelecem regras para o traslado de presos no âmbito das atividades do sistema prisional, assinale a alternativa correta.
A)	P. F. G. e W. S. V. deverão utilizar os veículos próprios, com total vedação de ar para impedir a fuga.	
B)	P. F. G. poderá, em face da distância, abastecer o respectivo carro e utilizá-lo no transporte de U. T. T. e de Y. J. K., podendo se recusar a conduzir J. K. L., que é seu desafeto de infância.	
C)	O transporte de U. T. T., de Y. J. K. e de J. K. L. deverá ser realizado de forma previdente, visando a protegê-los contra qualquer forma de insultos, curiosidade e publicidade.	
D)	O transporte de U. T. T., de Y. J. K. e J. K. L. deverá ser parcialmente custeado pela administração do município, uma vez que a iniciativa privada é a responsável pela complementação do valor do traslado.	
E)	P. F. G. e W. S. V. deverão utilizar veículo descaracterizado e sem capota, para que os presos possam ser observados por todos no decorrer do traslado.	
7) Suponha que certa penitenciária esteja localizada no município de Tranquiri e constitui-se em estabelecimento prisional de segurança máxima, acolhendo presos condenados em face de sentença condenatória transitada em julgado, bem como aqueles provisoriamente constritos. No âmbito das atividades de fiscalização e vigilância penitenciárias, as Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros estabelecem uma série de critérios específicos para a classificação e alocação dos presos no ambiente penitenciário. De acordo com essas informações, assinale a alternativa correta.
A) I. P. R., agente responsável pela triagem para o trabalho interno, deverá classificar os presos em conformidade com suas aptidões físicas e mentais, de acordo com a determinação do médico.	
B)	U. T. G., agente responsável pela triagem de presos provisórios, poderá encaminhá-los para as celas destinadas aos presos condenados, diante da ausência de vagas para provisórios na instituição.	
C)	P. R. F., agente responsável pelo acesso de visitas e advogados, deverá impedir acesso do advogado de T. O. P., preso provisoriamente, tendo em vista que as visitas dos advogados se restringem aos presos em virtude de sentença transitada em julgado.	
D)	O. T. F., agente responsável pela triagem de presos no estabelecimento, deverá conduzir U. P. R., detido portador de doença psiquiátrica, às celas destinadas aos presos provisórios ante a inexistência de vaga no estabelecimento.	
E)	O curso de formação para agente constitui condição prescindível para ingresso na carreira.
8) Segundo as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos (Regras de Mandela), é correto afirmar que
A)	o sistema de registro dos presos, que deve ser aberto a todos os interessados, será utilizado para gerar dados confiáveis acerca de tendências e características da população prisional, incluindo taxas de ocupação, a fim de criar as bases para a tomada de decisões fundadas em evidências.
B) as administrações prisionais e autoridades competentes devem oferecer educação, formação profissional e trabalho, e outras formas de assistência apropriadas e disponíveis, inclusive aquelas de natureza reparadora, moral, espiritual, social, esportiva e de saúde. Tais programas, atividades e serviços devem ser oferecidos em consonância com as necessidades individuais de tratamento dos presos.
C) ao impor uma sanção disciplinar, deve ser levado em conta se e como uma eventual doença mental ou incapacidade do preso possa ter contribuído para sua conduta ou ato que fundamentou a sanção. Os administradores prisionais devem punir de forma compatível e adequada a conduta do preso considerada como resultado de sua doença mental ou incapacidade intelectual.
D) todos os presos devem ser tratados com respeito e dignidade. Nenhum preso deverá ser submetido a tortura ou tratamentos ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes e deverá ser protegido de tais atos, não sendo estes justificáveis, a não ser em defesa da segurança dos servidores prisionais, dos prestadores de serviço e dos visitantes.
E) as diferentes categorias de presos devem ser mantidas em estabelecimentos prisionais separados, levando em consideração seu sexo, idade, antecedentes criminais, razões da detenção e necessidades de tratamento, não podendo diferentes categorias ser mantidas no mesmo estabelecimento, ainda que em recintos internos distintos.
9) Nos moldes das Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos (Regras de Mandela), na hipótese de haver uma presa em estado de gravidez ou com filhos em determinado estabelecimento prisional,
A)	após o nascimento da criança, esta poderá ficar com a mãe no estabelecimento prisional, no máximo, até completar dois anos de idade.
B) os exames pré e pós-natais não devem ser realizados no próprio estabelecimento prisional, devendo a presa ser conduzida a hospital ou clínica especializada sempre que necessitar.
C)	devem-se adotar as medidas para que o nascimento ocorra em hospital fora da unidade prisional, mas se a criança nascer no próprio estabelecimento prisional, este fato deve constar de sua certidão de nascimento.
D) providências devem ser tomadas para garantir creches internas ou externas dotadas de pessoal qualificado, onde as crianças poderão ser deixadas quando não estiverem sob o cuidado de seu pai ou sua mãe.
E) se a mãe, após o nascimento do filho, quiser manter a criança com ela no estabelecimento prisional, essa decisão deve se basear no melhor interesse da mãe e deve ser tomada pelo Diretor da unidade prisional.
10) Em 2015, as Nações Unidas concluíram a atualização das Regras Mínimas para o Tratamento de Presos, criadas em 1955. Apelidado de "Regras de Mandela", o conjunto dessa atualização traz como uma de suas principais inovações que
A) são vedadas as penas de isolamento e de redução de alimentação, a menos que o médico tenha examinado o recluso e certificado, por escrito, que ele está apto para as suportar.
B)	 é vedada a utilização de instrumentos de coerção física em mulheres que estejam em trabalhode parto, durante o parto e imediatamente após o nascimento do bebê.
C) será sempre dada ao preventivo oportunidade para trabalhar, mas não lhe será exigido trabalhar. Se optar por trabalhar, será remunerado.
D)	nenhum recluso pode ser punido sem ter sido informado da infração de que é acusado e sem que lhe seja dada uma oportunidade adequada para apresentar a sua defesa.
E)	salvo circunstâncias especiais os agentes que assegurem serviços que os ponham em contato direto com os reclusos não devem estar armados.	
11) Sobre as Regras de Mandela, assinale a afirmativa correta.
A)	Antecedem aquelas previstas no Congresso sobre Prevenção ao Crime e Tratamento de Infratores que ocorreu em 1955. 
B) Consideram a preocupação, de longa data, do Mercosul pela humanização da justiça criminal e da proteção dos direitos humanos. 
C) Determinam que, a despeito das variedades das condições jurídicas, sociais, econômicas e geográficas no mundo, todas as regras devem ser sempre aplicadas em todos os lugares.
D) Reconhecem que um sistema de justiça criminal efetivo, justo, responsável e humano é baseado no compromisso de salvaguardar a proteção dos direitos humanos na administração da justiça.
12) São Regras de Mandela, EXCETO: 
A)	Deverá existir um sistema padronizado de gerenciamento dos registros dos presos em todos os locais de encarceramento.
B) Indivíduos presos por dívidas, ou outros presos civis, devem ser mantidos separados dos indivíduos presos por infrações criminais.
C) O regime prisional deve acentuar as diferenças entre a vida no cárcere e aquela em liberdade visando a reduzir a responsabilidade dos presos ou o respeito à sua dignidade como seres humanos.
D) As administrações prisionais devem fazer todos os ajustes possíveis para garantir que os presos portadores de deficiências físicas, mentais ou outra incapacidade tenham acesso completo e efetivo à vida prisional em base de igualdade.
13) Em relação às Regras de Mandela, analise as afirmativas a seguir.
I. Todo preso que não trabalhar a céu aberto deve ter pelo menos uma hora diária de exercícios ao ar livre, se o clima permitir.
II. As administrações prisionais devem assegurar a proporcionalidade entre a sanção disciplinar e a infração para a qual foi estabelecida e devem manter registros apropriados de todas as sanções disciplinares impostas.
III. Os presos devem ter acesso aos documentos relacionados aos seus processos judiciais e serem autorizados a mantê-los consigo, sem que a administração prisional tenha acesso a estes.
	
	Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) 
A)	I, II e III.	
B)	I, apenas. 	
C)	III, apenas.	
D)	 I e III, apenas.
14) Acerca das Regras de Mandela, analise as afirmativas a seguir.
I. Toda unidade prisional deve ter uma biblioteca para uso de todas as categorias de presos, adequadamente provida de livros de lazer e de instrução, e os presos devem ser incentivados a fazer uso dela.
II. Todo preso deve ter o direito de atender às necessidades de sua vida religiosa, participando de celebrações realizadas nas unidades prisionais e mantendo consigo livros de prática e de ensino de sua confissão.
III. Se um preso trouxer quaisquer drogas ou medicamentos, o médico ou outro profissional da saúde farão imediata apreensão e incineração do material apreendido.
	Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) 
A)	 I.	
B)	 III. 	
C)	I e II.	
D)	 I e III. 	
15) De acordo com as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos:
A)	é vedado o uso de correntes e ferros nos reclusos com o intuito de punir, salvo regras minuciosas sobre seu fundamento e necessidade.
B)	as celas ou locais destinados ao descanso não devem ser ocupados por mais de um recluso. Se, por razões especiais, for necessário que a administração penitenciária adote exceções a essa regra, deve-se evitar que dois reclusos sejam alojados numa mesma cela ou local.
C) sob nenhuma condição pode haver pena de redução de alimentação.
D) é vedada aos reclusos apenas a posse de dinheiro, permitindo-se, porém, que objetos de valor, peças de vestuário e outros objetos que lhes pertençam, desde que não ofereçam risco à integridade física dos demais prisioneiros, permaneçam com eles.
E) em circunstâncias ordinárias, os agentes que assegurem serviços que os ponham em contato direto com os reclusos devem estar armados, desde que devidamente treinados para o uso de arma.
16) Com relação às regras mínimas para o tratamento de pessoas presas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), assinale a alternativa correta.
A)	É permitido aos presos se comunicar periodicamente com as suas famílias e com os amigos de boa reputação por meio das visitas, vedando-se, porém, as correspondências, por questões de segurança do sistema prisional.	
B)	Quando o preso ingressa no estabelecimento prisional, o dinheiro, os objetos de valor, as roupas e outros bens que lhe pertencem são transferidos para a propriedade do município ou estado em que se localizar o presídio.	
C)	O transporte de presos será efetuado a expensas da administração, permitindo-se o traslado de presos em transportes com iluminação deficiente.	
D)	Os funcionários dos estabelecimentos prisionais não usarão de força nas suas relações com os presos, excepcionando-se apenas os casos de resistência física ativa a uma ordem fundamentada na lei ou nos regulamentos.	
E)	É recomendável que, antes do término do cumprimento da pena, sejam tomadas providências necessárias para assegurar ao preso um retorno progressivo à vida em sociedade, como, por exemplo, libertação condicional, sob vigilância não confiada à polícia, compreendendo uma assistência social eficaz.
17) Acerca das regras mínimas para o tratamento de pessoas presas, segundo a Onu, assinale a alternativa correta.
A)	Em regra, os funcionários dos estabelecimentos prisionais, no cumprimento de funções que impliquem contato direto com os presos, deverão andar armados.	
B)	O trabalho na prisão deve ser penoso, a fim de que o tempo de prisão seja aproveitado para assegurar, tanto quanto possível, que depois do seu regresso à sociedade, o delinquente não apenas queira respeitar a lei e se autossustentar, mas também que seja capaz de fazê-lo.	
C)	As pessoas detidas ou presas em virtude de acusações criminais pendentes, assim como os demais condenados, deverão trabalhar, em conformidade com as suas aptidões física e mental.
D)	Entre os objetivos da classificação e individualização dos presos, encontra-se a separação deles de acordo com seu passado criminal ou sua má disposição. Evita-se, assim, que exerçam uma influência nociva sobre os companheiros de detenção.	
E)	Os métodos de trabalho penitenciário dever-se-ão assemelhar o mais possível aos que se aplicam a um trabalho similar fora do estabelecimento prisional. Desse modo, o interesse dos presos e de sua formação profissional deverá ficar subordinado ao desejo de se auferir benefícios pecuniários de uma indústria penitenciária.
18) Caracterizam-se como Regras Mínimas das Nações Unidas para tratamento dos Presos:
A)	as diferentes categorias de presos deverão ser mantidas em estabelecimentos prisionais separados, sendo vedada a utilização de diferentes zonas dentro de um mesmo estabelecimento.	
B)	todo preso terá, em cada semana de trabalho, a oportunidade de apresentar, no mínimo, um e, no máximo, três pedidos ou queixas ao diretor do estabelecimento ou ao funcionário autorizado a representá-lo.	
C)	as instalações de banho e ducha devem ser suficientes para que todos os reclusos possam, quando desejem ou lhes seja exigido, tomar banho ou ducha a uma temperatura adequada ao clima, tão frequentemente quanto necessário à higiene geral, de acordo com a estação do ano e a região geográfica, mas pelo menos uma vez por semana num clima temperado.	
D)	o preso que não trabalhar ao ar livre deverá ter, se o tempo permitir, pelo menos 30 minutos por dia para fazer exercícios apropriados ao ar livre.	
E)	as horas de trabalho serão fixadas de modo a deixar dois dias de descanso mensal e tempo suficiente para a educação e para outras atividadesnecessárias ao tratamento e reabilitação dos presos.
19) Assinale a alternativa que está expressamente de acordo com as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos.
A)	Os presos doentes que necessitem de tratamento especializado deverão ter toda a assistência médica, psicológica, psiquiátrica ou odontológica adequada dentro do próprio estabelecimento prisional, que deverá adequar suas instalações para esse fim.
B)	Cada estabelecimento prisional terá uma biblioteca para o uso de todas as categorias de presos, devidamente provida com livros de recreio e de instrução, e os presos serão estimulados a utilizá-la.
C)	Serão absolutamente proibidos, como punições por faltas disciplinares, os castigos corporais, a detenção em cela escura, e todas as penas cruéis, desumanas ou
degradantes, a menos que um médico possa declarar que o preso tenha condições de suportá-la.
D)	O preso que não trabalhar ao ar livre deverá ter, pelo menos, quatro horas por dia para fazer exercícios físicos apropriados ao ar livre, sem prejuízo do horário de banhos de sol.
E)	Será exigido que todos os presos mantenham-se limpos; para este fim, todos os presos deverão adquirir e trazer consigo seus próprios artigos de higiene necessários à sua saúde e limpeza.
20) Sobre as Regras Mínimas para o Tratamento de Pessoas Presas, aprovadas pela ONU, analise as assertivas a seguir:
I. A utilização do preso em serviços, em consequência de medidas disciplinares, deve ser incentivada como medida sócio-educativa.
II. O fim e a justificação de uma pena de prisão ou de qualquer medida privativa de liberdade é, em última instância, punir o preso pelo crime praticado.
III. É obrigatória a educação de analfabetos e de presos jovens.
	Está correto o que se afirma em
A)	I e II, apenas.	
B)	I, II e III.	
C)	II, apenas.	
D)	III, apenas.	
E)	I e III, apenas.
21) Sobre as Regras Mínimas para o Tratamento de Pessoas Presas, aprovadas pela ONU, analise as assertivas a seguir:
I. Em circunstâncias excepcionais, quando o preso necessitar afastar-se do estabelecimento penitenciário para fins autorizados, ele poderá usar suas próprias roupas, desde que chamem atenção sobre si, a fim de facilitar eventual identificação por autoridades se houver necessidade.
II. É garantido ao preso ser visto o menos possível pelo público quando estiver sendo transferido para outro estabelecimento prisional.
III. Instrumentos como algemas e correntes podem ser utilizados como instrumentos de punição apenas em casos excepcionais.
	Está correto o que se afirma em
A)	I e II, apenas.	
B)	II e III, apenas.	
C)	I, II e III.	
D)	I, apenas.	
E)	II, apenas.
22) As regras mínimas das Nações Unidas para o tratamento dos presos NÃO incluem
A)	o respeito as crenças religiosas e aos preceitos morais do grupo a que pertença o preso.	
B)	que todos são dotados de razão e consciência e devem agir com espírito de fraternidade	
C)	as razões da prisão de qualquer pessoa e a autoridade competente que a ordenou.	
D)	a separação entre pessoas presas preventivamente e presos condenados	
E)	que os presos jovens deverão ser mantidos separados dos presos adultos
23) A Lei nº 10.792/03 introduziu o Regime Disciplinar Diferenciado de cumprimento de penas (RDD), mediante o qual o preso pode ficar até 360 dias em cela individual, com direito a duas horas diárias de banho de sol. Tal sistemática pode ser entendida como violadora das Regras Mínimas para o Tratamento de Presos das Nações Unidas, pois
A)	conflita com o respeito devido à pessoa privada de liberdade, conforme previsto pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, ratificada pelo Brasil.
B)	é vedado o uso de isolamento celular (solitária) como forma de punir presos ou de segregá-los em caso de rebelião.
C)	as Regras Mínimas para o Tratamento de Presos são consideradas tratado internacional de direitos humanos, tendo hierarquia legal superior à da Lei nº 10.792/03.
D)	ultrapassa os limites definidos pelas Regras Mínimas para a segregação prolongada de presos.
E)	a custódia de presos em celas coletivas, visando à sua ressocialização, é obrigatória.
GABARITO
1) B
2) E
3) A
4) B
5) D
6) C
7) A
8) B
9) D
10) B
11) D
12) C
13) A
14) C
15) B
16) E
17) D
18) C
19) B
20) D
21) E
22) B
23) D
REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA 
O TRATAMENTO DE PRESOS (REGRAS 
NELSON MANDELA)
 
 
 
Adotadas pelo 1º Congresso das Nações Unidas 
sobre Prevenção do Crime e Tratamento 
de 
Delinqüentes, realizado em Genebra, em 1955, e 
aprovadas pelo Conselho Econômico e Social da 
ONU através da 
R
esolução 663 C I (XXIV), de julho 
de 1957, aditada
 
(aumentada)
 
pela R
esolução 2076 
(LXII) de 13 de maio de 1977. 
 
 
Em 
25 de maio de 1984, atravé
s da R
esolução 
1984/47, o Conselho Econômico e Social aprovou 
treze procedimentos para a aplicação efetiva das 
Regras Mínimas
. T
ais regras 
foram atualizadas pela 
Comissão das Nações Unidas sobre Prevenção do 
Crime e Justiça
 
Criminal, tendo tais 
atualizações 
aprovadas, à unanimidade, pela Assembleia Geral 
da ONU em
 
2015. 
Também f
oi aprova
da pela 
Assembleia Geral da ONU
 
a denominação 
honorífica da
 
Resoluçăo como “Regras Nelson 
Mandela”, em homenagem a quem passou 27 anos 
de sua vida preso, na
 
luta 
pelos direitos humanos, 
igualdade, democracia e promoçăo da cultura da 
paz.
 
 
 
Um dos fatores a favor da atualizaçăo das regras 
foi a constataçăo da
 
existęncia de mais de 10 
milhőes de pessoas encarceradas no mundo
. O 
Brasil tem mais de 
7
00
 
mil 
presos
, a qu
arta 
populaçăo carcerária no mundo
.
 
 
As R
egras 
de Mandela 
tęm caráter 
programático
 
e se prestam
 
a orientar a atuaçăo de 
novas 
políticas 
para o sistema carcerário.
 
S
ăo 
preceitos mínimos da ONU para o
 
tratamento de 
presos. O documento oferece ba
ses
 
para a 
estruturaçăo dos sistemas penai
s nos diferentes 
países e rever
 
as "Regras Mínimas para o 
Tratamento de Presos
,
" aprovadas em 1955.
 
Objetiva
-
se a melhoria das condiçőes do sistema 
carcerário e 
a 
garant
ia do tratamento digno
 
ŕs 
pessoas em situaçăo de
 
privaçăo de liberdade.
 
 
As Regras de Mandela
 
năo tę
m caráter 
vinculante, sendo meras recomendaçőes
.
 
Năo há 
puniçăo para o Estado que deixar de cumpri
-
las
. 
Elas tęm natureza jurídica de 
soft Law (normas
 
flexíveis e năo obrigatórias)
.
 
Os Estados 
podem 
adaptar a aplicaçăo das Regras em conformidade 
com s
uas
 
jur
isdiçőes 
intern
a
s
. Por exemplo, tais 
regras năo săo integralmente cumpridas no Brasil: a 
superlotaçăo dos presídios, a reclusăo do preso em 
cela năo separada de outras categorias, as 
péssimas condi
çőes de higiene 
e salubridade
, bem 
como o controle do presídio por 
organizaçőes 
criminosas 
exemplificam tal fato.
 
 
O objetivo das Regras năo é descrever os 
detalhes de um sistema penitenciário modelo, mas 
apenas estabelecer os princípios e as regras para a 
organizaçăo penitenciária e o 
tratamento dos 
reclusos.
 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS
 
 
Todos os presos devem ser tratados com
 
respeito, devido a
o
 
valor e dignidade inerentes ao 
ser humano. Nenhum preso deverá ser submetido ŕ 
tortura ou tratamentos ou sançőes cruéis, 
desumanos ou degradantes e deverá ser protegido 
de tais atos, năo sendo estes justificáveis em 
qualquer circunstân
cia. Năo haverá discriminaçăo 
baseada em raça, cor, sexo, religiăo
...
 
ou qualquer 
outra condiçăo. As crenças religiosas e os preceitos 
morais dos presos serăo respeitados.
 
 
As administraçőes prisionais devem fazer todos 
os ajustes possíveis para garantir q
ue os presos 
portadores de deficięncias físicas, mentais ou outra 
incapacidade tenham acesso ŕ vida prisional em 
base de igualdade.
 
 
Os objetivos do encarceramento 
săo: 
proteger a 
sociedade 
contra a criminalidade e
 
reduzir a 
reincidęncia. Esses objetivos 
visam 
assegurar
 
a 
reintegraçăo de tais
 
indivíduos ŕ sociedade
,
 
após 
sua soltura, para que possam levar uma vida 
autossuficiente, com respeito ŕs
 
leis. Por isso, as 
autoridades devem oferecer educaçăo,
 
formaçă
o 
profissional,
 
trabalho
 
e
 
outras formasde assi
stęncia 
apropriadas
 
ŕ
s necessidades individuais de
 
tratamento dos presos.
 
O
 
regime prisional deve 
procurar minimizar as diferenças entre a vida no 
cárcere
 
e 
a vida 
em liberdad
e.
 
 
 
Registros
 
 
 
Deverá existir 
registro de informaçőes
 
dos presos
, 
como identida
de, motivos da detençăo e a 
autoridade que a ordenou. Tais informaçőes 
serăo 
confidenciais e acessíveis somente ŕqueles cujas 
responsabilidades profissionais requeiram o acesso. 
Todo preso terá acesso aos seus registros.
 
 
Os bens pessoais do detido, quando
 
năo 
puderem manter sua posse durante a reclusăo, 
serăo guardados para serem restituídos ao preso 
no momento de sua libertaçăo.
 
 
No momen
to da admissăo, cada preso deve 
receber inf
ormaçőes escritas ou oralmente
 
(
se o 
preso for analfabeto
)
 
sobre o regime aplicável ŕ sua 
categor
ia, as regras disciplinares do 
estabelecimento, os meios autorizados para obter 
informaçőes e formular queixas e sobre todos os 
outros pontos necessários para conhecer seus 
direitos e obrigaçőes e para se adaptar ŕ vi
da no 
estabelecimento. Presos com deficięncias 
sensoriais devem receber as informaçőes de 
maneira apropriada a suas necessidades.
 
 
Os presos devem ter acesso aos documentos 
relacionados aos seus processos judiciais e serem 
autorizados a mantę
-
los consigo, 
sem que a 
administraçăo prisional tenha acesso a estes.
 
 
 
Todo preso deve ter o direito de fazer uma 
solicitaçăo ou reclamaçăo sobre seu tratamento, 
que 
deve ser aprecia
da e respondida sem demora.
 
 
Separaçăo de categorias
 
 
As diferentes categorias de preso
s devem ser 
mantidas na prisăo em separado,
 
ou em diferentes 
zonas,
 
levando em consideraçăo seu sexo, idade, 
antecedentes criminais, razőes da detençăo e 
necessidades de tratamento. Assim:
 
-
 
Homens e mulheres devem 
ser detidos em 
unidades separadas. E caso
 
fiquem no mesmo 
estabelecimento, todos os recintos destinados ŕs 
mulheres devem ser totalmente separados;

Continue navegando