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_____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com AO JUÍZO DO 4º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PORTO VELHO. Processo: 7028265-66.2021.8.22.0001 REQUERENTE: FRANCIKELY SOUZA OLIVEIRA REQUERIDA: RENATA MATEUS MENDES RENATA MATEUS MENDES, brasileira, inscrita no PIS 202.05954.13-2, CTPS 1002670, residente e domiciliada na Rua Pitangueira, 6681, CEP.: 76.811-512, telefone (69) 999 354 224 por sua advogada, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 30 da Lei nº 9.099/95, c/c art. 336 do Código de Processo Civil, apresentar sua CONTESTAÇÃO aos termos da ação em epígrafe, pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe. BREVE RESUMO Trata-se de Ação de Reparação por Danos Morais promovida por FRANCIKELY SOUZA OLIVEIRA na qual alega ter sofrido abalo emocional em razão de mensagem trocada via watsapp entre a requerida e uma tia1 do menor KAIQUE EDUARDO OLIVEIRA DE SOUZA, seu filho. DA REALIDADE DOS FATOS 1 Maria de Fátima Oliveira de Souza _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com EXCELÊNCIA, a narrativa da autora é por demais fantasiosa e não traduz nem de longe a realidade dos fatos. De fato a Requerida conversou, por meio do watsapp com a tia avó do menor KAIQUE EDUARDO OLIVEIRA DE SOUZA, Sra. Maria de Fátima Oliveira de Souza, conforme print abaixo. Extrai-se que o diálogo havido ocorreu entre a Sra. Maria de Fátima e a ora Requerida. Conforme se pode observar a requerida, em _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com nenhum momento, ofende a honra e a imagem da Requerente, muito pelo contrário, demonstra preocupação com a criança. Ademais, o print da conversa, objeto da presente ação foi obtido por meio ilegal e criminoso. A Requerente, sem a autorização da Sra. Maria de Fátima, conforme restará provado, pegou seu telefone e printou a conversa e na sequência buscou a Defensoria Pública e interpôs a presente ação. NÃO ASSISTE RAZÃO A REQUERENTE, devendo a ação ser julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE, caindo por terra todas as alegações da requerente, a qual deverá ser condenada pelos danos causados a requerida e a Sra. Maria de Fátima, matéria que será objeto do pedido contraposto e ação própria pertinente. DAS RAZÕES DE FUNDO Trata-se na verdade de conflito familiar. Renata é a atual esposa do pai de Kaique, ex marido da Requerente. Sr. Luan. Maria de Fátima, é irmã da avó paterna do menor. O menor Kaique e seus irmãos, na verdade, pelo que se sabe ficam sob os cuidados dos avós maternos. A requerente, de fato, não leva uma vida condizente com a de uma mãe presente e cuidadosa, lamentavelmente. Veja Excelência: _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com Na relação entre mãe e filho é nítida a ocorrência de alienação parental, devendo o Conselho Tutelar ser acionado para se colocar a par da situação, bem como adotar as providências pertinentes, o que desde já se requer. _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com DO CRIME DE VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA E DA INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO Crime que se traduz na conduta prevista no verbo do tipo penal devassar, tal ação se dá quando o agente abre uma correspondência que não é sua, não foi dirigida a ela, basta haver a intenção de olhar, ver, ler, tomar conhecimento do teor. Ocorre uma invasão. O caput do art. 151 do Código Penal diz: “Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem”. Fernando Capez entende que esse artigo foi tacitamente revogado por haver outra lei sobre crimes contra correspondência postal, art. 40 da Lei n. 6.538/78 conforme abaixo: VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA Art. 40 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem: Pena: detenção, até seis meses, ou pagamento não excedente a vinte dias-multa. DA INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO: ART. 154-A do CP Esta conduta se dá na invasão, isto é, entrar sem a autorização escrita ou tácita da pessoa de que é proprietária do dispositivo eletrônico. Conclui-se, que invadir compartimento eletrônico alheio, é o elemento subjetivo do art. 154-A, tendo havido a ocorrência de crime http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10620445/artigo-151-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11664172/artigo-40-da-lei-n-6538-de-22-de-junho-de-1978 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109302/lei-postal-lei-6538-78 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28004011/artigo-154a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com tipificado no Código Penal, razão pela qual requer a remessa dos autos ao Ministério Público Estadual para a devida apuração. DANO MORAL. ABALO EMOCIONAL. Assevera a requerente que em razão do ocorrido sofreu abalo em sua honra e sua moral, contudo não se evidencia a ocorrência do alegado dano moral, tão pouco a requerente trouxe aos autos qualquer prova nesse sentido. O suposto e alegado abalo emocional sofrido pela autora, não é o que se vê em suas redes sociais. Improcedente o pedido da requerente. Não há nos autos qualquer prova do dano moral que alega ter sofrido. A mensagem trocada entre a requerida e a tia avó da criança, não ofende , em nenhuma hipótese a honra e a imagem da requerente e da criança. Ademais, o STJ em recente decisão da Sexta Turma, reafirmou a invalidade de prova obtida pelo espelhamento de conversas via WhatsApp Web2. Por unanimidade, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aplicou entendimento já firmado pelo colegiado para declarar que não podem ser usadas como provas as mensagens obtidas por meio do print screen da tela da ferramenta WhatsApp Web. As mensagens obtidas por meio do print screen da tela da ferramenta WhatsApp Web devem ser consideradas provas ilícitas e, portanto, desentranhadas dos autos. Nesse passo, diante das provas colacionadas aos autos, não se verifica presentes os requisitos ensejadores da indenização por dano moral. Nesse sentido, entendimento do Tribunal de Justiça local: 2 https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/09032021-Sexta-Turma-reafirma- invalidade-de-prova-obtida-pelo-espelhamento-de-conversas-via-WhatsApp-Web.aspx _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com Indenização. Ausência de requisitos. Dano moral inexistência. Improcedência. Ausentes os requisitos que ensejam a indenização por dano moral, quando não configuradosa ofensa e o nexo causal entre esta e qualquer ação do requerido, deve ser julgado improcedente o pedido indenizatório. (Apelação Cível nº 00983060320098220001, Rel. Des. Raduan Miguel Filho, j. 07/05/2013). Indenização. Ausência de requisitos. Dano moral inexistente. Sentença. Manter. Ausentes os requisitos que ensejam a indenização por dano moral, quando não configurados a ofensa e o nexo causal entre esta e qualquer ação dos requeridos, deve ser julgado improcedente o pedido indenizatório. (Apelação Cível nº 10000220060135482, Rel. Des. Marcos Alaor D. Grangeia, j. 09/07/2008). No mesmo sentido, decisão em anexo. DA EVENTUAL CONDENAÇÃO POR DANO MORAL Na remota hipótese de condenação da requerente, o que se admite apenas por amor ao argumento, eis que não há nos autos qualquer conduta, nexo causal e resultado de evento danoso, tem-se que a reparação civil deverá compensar o dano causado, punir o ofensor e desmotivar novas condutas lesivas, afastando-se qualquer ideia de proveito ou vantagem em face da administração pública ou de outrem causador do dano. _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com Desta feita o quantum indenizatório deverá atender ao conjunto acima mencionado, não devendo gerar qualquer espécie de enriquecimento ilícito a parte, apenas reparando o dano causado a autora, caso assim entenda V. Exa., o que como dito, admite-se apenas por amor ao argumento, eis que ausente o dano moral pleiteado. DO PEDIDO CONTRAPOSTO Como já amplamente elucidado ao longo desta CONTESTAÇÃO, a requerente provoca o judiciário sem qualquer prova do direito alegado. Distorce os fatos e utiliza-se de prova obtida por meio criminoso. Visando a celeridade e economicidade processual, vem a requerida apresentar PEDIDO CONTRAPOSTO nos termos do art. 31 da Lei 9.099/95, no sentido de que a parte Autora seja condenada no pagamento de dano moral a requerida, em valor a ser arbitrado por V. Exa. DOS PEDIDOS De todo o exposto, ante os fundamentos fáticos e jurídicos aduzidos e, principalmente, pelas provas acostadas aos autos, bem como pela prova testemunhal que será produzida, requer: Seja julgada esta demanda TOTALMENTE IMPROCEDENTE em todos os seus termos tendo em vista toda a narrativa apresentada, devidamente comprovada pela documentação em anexo e, por fim, a inexistência de elementos que consubstanciem o dano moral alegado. Requer ainda, seja julgado TOTALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO CONTRAPOSTO nos termos do art. 31 da Lei 9.099/95, no sentido de que a parte Autora seja condenada no pagamento de dano moral ao requerido, em valor a ser arbitrado por V. Exa.. _____________________________________________________________________________ Rua Rio Claro, 2701 – Bairro Costa e Silva – Porto Velho/RO (69) 999 861 014 – dra.valkiriamaia@gmail.com Requer, por fim, o envio dos autos ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público do Estado de Rondônia. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova no direito admitidas, especialmente prova testemunhal, consistente na oitiva da Sra. Maria de Fátima Oliveira de Souza brasileira, residente e domiciliada na Estrada 13 de Setembro km 05 Zona Rural – Porto Velho-RO. Telefone: (69) 992 224 538, e-mail: fatimavinicius@hotmail.com, requerendo desde já seja designada audiência de instrução para oitiva da mesma e de outras testemunhas, que serão oportunamente arroladas, manifestando ainda, nesta peça de defesa o desinteresse em fazer qualquer proposta de acordo. Nestes Termos; Pede deferimento. Porto Velho 02 de setembro de 2021 Valkiria Maia Alves Almeida OAB/RO 3178
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