4 Princípios fundamentais da contabilidade exemplos e testes

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PRINCÍPIOS 
FUNDAMENTAIS 
DA CONTABILIDADE: 
EXEMPLOS E TESTES
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SST
HUBER, Marcelo
Princípios fundamentais da Contabilidade: 
exemplos e testes / Marcelo Huber 
Ano: 2020
nº de p.: 10
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
DA CONTABILIDADE
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Apresentação
Os princípios fundamentais da contabilidade foram enunciados em 1993, com a 
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n. 750. Tais princípios tinham 
como objetivo descrever as doutrinas do curso de Ciências Contábeis, que 
norteariam os profissionais dessa área tanto no aspecto científico como no 
aspecto profissional. 
Ao serem apresentados, eram sete os princípios da contabilidade: entidade, 
continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, atualização monetária, 
competência e prudência. Neste material, conheceremos um pouco sobre cada um 
deles, a história de sua criação e o contexto que levou à revogação da Resolução 
CFC n. 750, em 2016. 
Bons estudos!
OS PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE
Em 1993, com a Resolução CFC n. 750, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
apresentou e descreveu os princípios fundamentais da contabilidade (PFC). No 
documento, foram elencados sete princípios: entidade, continuidade, oportunidade, 
registro pelo valor original, atualização monetária (revogado posteriormente, 
em 2010), competência e prudência.
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Princípios fundamentais da contabilidade
PPRINCÍPIOS 
FUNDAMENTAIS DA 
CONTABILIDADE 
(Resolução CFC 
n. 750, de 1993)
1. Entidade
2. Continuidade
3. Oportunidade
4. Registro
pelo valor
original
5. Atualização
monetária
6. Competência
7. Prudência
Fonte: Adaptada de CFC (1993).
Tais princípios estão inter-relacionados. Por exemplo, o princípio da entidade se 
refere ao patrimônio tanto particular como de organizações, enquanto o princípio da 
continuidade diz respeito às circunstâncias nas quais as entidades operarão no futuro. 
Na sequência, vejamos, então, o que determina cada um desses princípios 
fundamentais da contabilidade.
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Descrição dos princípios da contabilidade
PRINCÍPIO DESCRIÇÃO
ENTIDADE
Trata do patrimônio como um objeto da contabilidade, bem como 
aponta para a importância da diferenciação entre patrimônio 
particular dentro do universo dos patrimônios existentes, 
independentemente do proprietário.
CONTINUIDADE Considera que a entidade continuará em operação no futuro. Dessa forma, deve-se observar essa circunstância na mensuração 
e na apresentação dos componentes do patrimônio.
OPORTUNIDADE Refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras 
e tempestivas.
REGISTRO PELO 
VALOR ORIGINAL
Determina que os componentes do patrimônio devem ser 
inicialmente registrados pelos valores originais das transações, 
expressos em moeda nacional.
PRUDÊNCIA
Determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e 
do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas 
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais 
que alterem o patrimônio líquido.
COMPETÊNCIA
Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam 
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento ou pagamento. 
ATUALIZAÇÃO 
MONETÁRIA
Observa que os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante 
o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes 
patrimoniais. Esse princípio pertence ao princípio do registro pelo 
valor original.
Fonte: Adaptado de CFC (1993).
Diante da nova Resolução CFC n. 1.282, de 2010, os princípios fundamentais da 
contabilidade passaram a se chamar apenas princípios da contabilidade. Segundo 
Gitman (2008, p. 36), 
[...] os princípios de produção e acumulação de registros e relatórios 
financeiros são os chamados princípios contábeis geralmente aceitos. 
Tais práticas e procedimentos contábeis são autorizados pelo organismo 
regulador da atividade profissional em contabilidade, que é o Financial 
Accouting Standards Board (Fasb).
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A Resolução CFC n. 1.282, publicada em 28 de maio de 2010, 
revogou o princípio da atualização monetária, atualizando e 
consolidando os dispositivos da Resolução CFC n. 750.
Atenção
Posteriormente, outras normas vieram a revogar a Resolução CFC n. 750, conforme 
veremos com mais detalhes a seguir.
REVOGAÇÃO DAS RESOLUÇÕES 
Enunciados pela Resolução n. 750/93, os PFCs eram, até 31 de dezembro de 2016, 
obrigatórios ao exercício da profissão. Além disso, estão legitimados perante as 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Contudo, a Resolução n. 2016/NBC 
TSPEC, aprovada em 23 de setembro de 2016, teve como propósito o processo de 
convergência das normas brasileiras de contabilidade aos padrões internacionais, 
revogando, com isso, a resolução de 1993, bem como a Resolução CFC n. 1.282, de 
2010, além de outras. Segundo o documento:
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, considerando o 
processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade 
aos padrões internacionais e que, mediante acordo firmado com a Ifac 
que autorizou, no Brasil, o CFC como um dos tradutores de suas normas 
e publicações, outorgando os direitos de realizar tradução, publicação 
e distribuição das normas internacionais e demais pronunciamentos 
em formato eletrônico, no exercício de suas atribuições legais e 
regimentais e com fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º 
do Decreto-Lei n.º 9.295/1946, alterado pela Lei n.º 12.249/2010, faz 
saber que foi aprovada em seu Plenário a seguinte Norma Brasileira 
de Contabilidade (NBC), elaborada de acordo com o Pronunciamento 
intitulado The Conceptual Framework for General Purpose Financial 
Reporting by Public Sector Entities, emitido pelo International Public 
Sector Accounting Standards Board da International Federation 
of Accountants (IPSASB/Ifac): NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL 
– ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE 
INFORMAÇÃO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL PELAS ENTIDADES 
DO SETOR PÚBLICO. [...] Ficam revogados, a partir de 1º de janeiro de 
2017: (a) a Resolução CFC n.º 750/1993, publicada no D.O.U., Seção 1, de 
31.12.1993. (CFC, 2016)
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Com isso, fica evidente que os princípios contábeis adotados no Brasil passaram 
por uma reformulação para começarem a se adequar ao padrão internacional.
CONTEXTO DA REVOGAÇÃO DAS RESOLUÇÕES
Até aqui, vimos que a resolução que tratava dos princípios da contabilidade foi 
revogada em 2016. Mas quais foram os caminhos que levaram a isso? Segundo 
Girotto (2016), tudo começou em 2008, quando se deu início ao processo de 
convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, isto é, 
à International Financial Reporting Standards (IFRS) e à International Public Sector 
Accounting Standards (Ipsas). 
A Resolução n. 750/1993 precisou, então, ser reformulada em virtude da aprovação 
do “Pronunciamento conceitual básico – estrutura conceitual para a elaboração 
e apresentação das demonstrações contábeis”, pelo Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC), que foi referendado pelo CFC e que deu origem à “NBC T1 – 
Estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações 
contábeis”, em 2008.
Ainda de acordo com Girotto (2016), a publicação da NBC T1 suscitou reflexões 
sobre a necessidade de revogação da resolução de 1993, uma vez que, com a NBC, 
passariam a coexistir duas orientações sobre as características da informação 
contábil do setor privado. Contudo, optou-se por não revogara resolução naquele 
momento, deixando essa decisão para o futuro, quando seria realizada “[...] uma 
revisão em seu conteúdo para adequação à NBC T1 e, também, para a manutenção 
dos princípios para as entidades do setor público” (GIROTTO, 2016).
Em 2011, a NBC T1 foi revogada pela Resolução n. 1.374, que lhe 
deu nova redação, passando a ser intitulada “NBC TG Estrutura 
Conceitual: Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro”.
Atenção
No processo de revisão da Resolução n. 750/1993, surgiram algumas questões, a 
exemplo do fato de que alguns princípios da contabilidade pareciam preponderar 
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sobre outros, ou seja, eles poderiam ser interpretados como de maior relevância ou 
mais “fundamentais” que outros, gerando dúvidas para os profissionais da área 
(GIROTTO, 2016).
Além disso, de acordo com Girotto (2016), a mudança do contexto socioeconômico 
do Brasil também foi um dos motivos que levaram à necessidade de alguns ajustes 
na Resolução n. 750, sendo fundamental, naquele momento, avaliar se havia, por 
exemplo, a aplicabilidade do princípio da atualização monetária em um contexto 
de estabilidade financeira. Com isso, surgiu, primeiramente, a Resolução n. 1.282, 
de 2010, alterando a Resolução n. 750/1993 e excluindo o princípio da atualização 
monetária (GIROTTO, 2016).
Segundo Girotto (2016), nesse contexto, a convergência da contabilidade das 
empresas privadas ao padrão internacional (IFRS) avançava rapidamente e, 
enquanto isso, “[...] a Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Casp) iniciava 
a busca por padrões internacionais e carecia de uma Estrutura Conceitual que 
pudesse ampliar os princípios da contabilidade sob a perspectiva do setor público”.
Em 2008, foram editadas as primeiras NBC TSP, buscando alinhar as diretrizes dos 
princípios de contabilidade com a informação contábil do setor público aos padrões 
internacionais. Já em 2015, em razão da necessidade de se aprimorar a Casp, o 
CFC criou uma comissão para avançar no processo de convergência das NBC TSP 
às Ipsas. Adotou-se, assim, a estratégia de convergência integral às Ipsas, ou seja, 
as normas internacionais passariam a ser traduzidas e adaptadas, sempre que 
necessário, à realidade brasileira (GIROTTO, 2016).
1. International Financial Reporting Standards (IFRS)
as IFRS são as normas internacionais da contabilidade, emitidas pela 
International Accounting Standards Board (Iasb), que têm como objetivo 
promover a padronização contábil mundial.
2. International Public Sector Accounting Standards (Ipsas)
as Ipsas são as normas internacionais de contabilidade aplicadas ao setor 
público. Elas são emitidas pelo International Public Sector Accounting 
Standards Board (IPSASB), órgão nomeado pelo International Federation of 
Accountants (IFAC).
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Da mesma forma como ocorreu no processo de convergência da contabilidade do 
setor privado, a primeira norma da área pública convergida foi a “NBC TSP Estrutura 
Conceitual – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Informação 
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público”, publicada em 2016. 
De acordo com Girotto (2016), a partir desse momento:
[...] os Princípios de Contabilidade, sob o ponto de vista das Estruturas 
Conceituais dos setores privado e público, passaram a ser comportados 
dentro das normas específicas, respectivamente, a NBC TG Estrutura 
Conceitual (Resolução nº 1.374/2011) e NBC TSP EC. 
Diante desses fatos, a Resolução n. 750/1993 foi, finalmente, revogada, de modo a 
evitar eventual conflito de referência conceitual.
Fechamento
Neste material, conhecemos os princípios da contabilidade e os movimentos 
que levaram à revogação das resoluções que os definiam. Como vimos, esses 
movimentos ocorreram em virtude do processo de harmonização das normas 
nacionais ao padrão internacional, bem como em decorrência do momento 
socioeconômico do país.
No que se refere ao setor privado, finalmente houve uma rápida adaptação sua 
aos conceitos internacionais. Por outro lado, a revogação dos princípios contábeis 
se fez necessária para que a contabilidade do setor público se adequasse aos 
padrões internacionais, assim como a contabilidade do setor privado há anos 
vem se adequando.
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Referências
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC n. 750/93, de 29 de 
dezembro de 1993. Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC). Brasília, DF: 
CFC, 1993. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_750.pdf. 
Acesso em: 22 set. 2020.
______. Resolução CFC n. 1.282, de 28 de maio de 2010. Atualiza e consolida 
dispositivos da Resolução CFC n. 750/93, que dispõe sobre os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade. Brasília, DF: CFC, 2010. Disponível em: https://
www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1282.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.
______. Resolução CFC n. 2016/NBC TSPEC. Aprova a NBC TSP ESTRUTURA 
CONCEITUAL - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação 
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público. Brasília, DF: CFC, 
2016. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.pdf. 
Acesso em: 22 set. 2020.
GIROTTO, M. Revogação da Resolução n. 750/1993: contexto e considerações. 
Conselho Federal de Contabilidade, Brasília, 4 nov. 2016. Disponível em: https://cfc.
org.br/noticias/revogacao-da-resolucao-no-7501993-contexto-e-consideracoes/. 
Acesso em: 22 set. 2020.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2008.
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https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_750.pdf
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1282.pdf
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1282.pdf
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.pdf
https://cfc.org.br/noticias/revogacao-da-resolucao-no-7501993-contexto-e-consideracoes/
https://cfc.org.br/noticias/revogacao-da-resolucao-no-7501993-contexto-e-consideracoes/
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