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ALEGAÇÕES FINAIS - XXVI EXAME DA ORDEM _ Passei Direto

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Impresso por Jhony Oliveira, CPF 062.722.341-98 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 13/05/2021 10:27:15
 REPESCA GEM 2ª FASE DIREITO PENAL –
RESOLUÇÃO DO XXVI EXAME OAB 
 ORLY KIBRIT - 04.06.2019 
 
Em 03 de outubro de 2016, na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, Lauro, 
33 anos, que é obcecado por Maria, estagiária de uma outra empresa que está situada no 
mesmo prédio em que fica o seu local de trabalho, não mais aceitando a rejeição dela, decidiu 
que a obrigaria a manter relações sexuais com ele, independentemente da sua concordância. 
Confiante em sua decisão, resolveu adquirir arma de fogo de uso permitido, 
considerando que tinha autorização para tanto, e a registrou, tornando-a regular. Precisando 
que alguém o substituísse no local do trabalho no dia do crime, narra sua intenção criminosa 
para José, melhor amigo com quem trabalha, assegurando- lhe que comprou a arma 
exclusivamente para ameaçar Maria a manter com ele conjunção carnal, mas que não a 
lesionaria de forma alguma. Ainda esclareceu a José, que alugara um quarto em um hotel e 
comprara uma mordaça para evitar que Maria gritasse e os fatos fossem descobertos. 
Quando Lauro saía de casa, em seu carro, para encontrar Maria, foi surpreend ido por 
viatura da Polícia Militar, que havia sido alertada por José sobre o crime prestes a acontecer, 
sendo efetuada a prisão de Lauro em flagrante. Em sede policial, Maria foi ouvida, 
afirmando, apesar de não apresentar documentos, que tinha 17 anos e que Lauro sempre 
manteve comportamento estranho com ela, razão pela qual tinha interesse em ver o autor dos 
fatos responsabilizado criminalmente. 
Após receber os autos e considerando que o detido possuía autorização para portar 
arma de fogo, o Ministério Público denunciou Lauro apenas pela prática do crime de estupro 
qualificado, previsto no Art. 213, §1º c/c Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso II, alínea f, 
todos do Código Penal. O processo teve regular prosseguimento, mas, em razão da demora 
para realização da instrução, Lauro foi colocado em liberdade. Na audiência de instrução e 
julgamento, a vítima Maria foi ouvida, confirmou suas declarações em sede policial, disse 
que tinha 17 anos, apesar de ter esquecido seu documento de identificação para confirmar, 
apenas apresentando cópia de sua matrícula escolar, sem indicar data de nascimento, para 
demonstrar que, de fato, era Maria. José foi ouvido e também confirmou os fatos narrados na 
denúncia, assim como os policiais. O réu não estava presente na audiência por não ter sido 
intimado e, apesar de seu advogado ter-se mostrado inconformado com tal fato, o ato foi 
realizado, porque o interrogatório seria feito em outra data. 
Na segunda audiência, Lauro foi ouvido, confirmando integralmente os fatos narrados 
na denúncia, mas demonstrou não ter conhecimento sobre as declarações das testemunhas e 
da vítima na primeira audiência. Na mesma ocasião, foi, ainda, juntado o laudo de exame do 
material apreendido, o laudo da arma de fogo demonstrando o potencial lesivo e a Folha de 
Antecedentes Criminais, sem outras anotações. Encaminhados os autos para o Ministério 
Público, foi apresentada manifestação requerendo condenação nos termos da denúncia.Em 
seguida, a defesa técnica de Lauro foi intimada, em 04 de setembro de 2018, terça-feira, 
sendo quarta-feira dia útil em todo o país, para apresentação da medida cabível. 
 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Lauro, redija a 
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo para interposição. (Valor: 5,00) 
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 REPESCAGEM 2ª FASE DIREITO PENAL –
RESOLUÇÃO DO XXVI EXAME OAB 
 ORLY KIBRIT - 04.06.2019 
 
Esqueleto: 
1. Clie nte : Lauro, 33 anos, sem antecedentes. 
2. Crime e Pena: Art. 213, §1º c/c Art. 14, inciso II c/c Art. 61, inciso II, alínea f, todos 
do Código Penal 
a. Estupro tentado - pena de 8 a 12 anos + redução de 1/3 a 2/3 
obs.: agravante 61,II, “f”, CP 
3. Ação: Pública Incondicionada 
4. Rito: Comum Ordinário ( pena máxima de 12 anos ) 
5. Sursis: não é possível pois a pena mínima é de 8 anos 
6. M omento: finalizada a instrução o MP requereu a condenação nos termos da 
denúncia e não houve sentença. 
7. Peça: Alegações Finais Na Forma De Memoriais(403, §3, CPP) ou Memoriais 
Escritos 
a. Se o enunciado disser que houve diligência complementar usa-se o art. 404 - 
Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento 
da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais, 
8. Competência: Juiz de direito da vara criminal da comarca de Campos - RJ 
9. Teses e pedidos - nulidade - 564, IV, CPP + 5º, LV, CF 
a. tese de nulidade - vício processual, deve ser achado problema no 
PROCESSO 
 
_________ ___ 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPOS - RJ 
 
 
 
 
Lauro, já qualificado nos autos da ação penal nº ….. que lhe move a Justiça Pública, vem 
respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve à presença de Vossa 
Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS NA FORMA DE MEMORIAIS com fulcro no 
artigo 403, §3º do Código de Processo Penal pelos motivos de fato e de direito a seguir 
expostos 
 
 
I - DOS FATOS 
Breve relato dos fatos. 
 
 
II - DO DIREITO 
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RESOLUÇÃO DO XXVI EXAME OAB 
 ORLY KIBRIT - 04.06.2019 
Preliminarmente verifica-se a nulidade processual em razão da ausência do Réu na 
primeira audiência. 
 Com efeito, o artigo 5º, LV da CF assegura a ampla defesa na qual se insere a 
autodefesa com o direito de presença. No caso em tela, no entanto Lauro sequer foi intimado 
para a audiência de instrução, ressaltando-se que seu advogado manifestou inconformismo 
com o ocorrido. 
 Ora, com isso, verifica-se que foi indevidamente tolhido (impedido) do réu o seu 
direito de presença, o que lhe causou prejuízo pois não tomou conhecimento da prova 
produzida pela acusação. 
 Portanto, há nulidade a partir da primeira audiência conforme 564, IV do código de 
processo penal. 
 Superada a preliminar, no mérito, o réu deve ser absolvido, conforme artigo 386, III, 
CPP. Nos termos do artigo 14, II, do código penal a tentativa se configura quando iniciado o 
ato executório e não há consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente, o que não 
ocorreu no caso em tela, pois Lauro foi flagrado saindo de casa, sem ter iniciado qualquer ato 
executório quando fora abordado pelos policiais militares, configurando-se meros atos 
preparatórios, que em regra, são impuníveis. 
 Cumpre anotar que a reserva do hotel não configura ilícito por si só, e que no caso, a 
aquisição e o porte da arma eram legais, Lauro tinha permissão para tal e fez tudo nos termos 
da lei. 
 Portanto, não havendo início da execução, Lauro deve ser absolvido nos termos do 
art. 386, III, do Código de Processo Penal. 
Em caso de condenação, deve ser afastada a qualificadora do artigo 213, §1º do 
Código de Processo penal, nos termos do mencionado parágrafo o estupro torna- se
qualificado se a vítima for menor de 18 anos ou maior de 14 anos. No caso em tela imputa-se 
a qualificadora pois a vítima teria 17 anos, porém, tal fato não foi devidamente comprovado 
nos autos já que não há documento da vítima. 
Nota-se que o art. 155, §único do Código deProcesso Penal determina que a prova 
quanto ao estado das pessoas deve obedecer as restrições da lei civil, exigindo-se no caso 
prova documental da sua idade, não bastando a mera alegação, inclusive, a súmula 74 do STJ 
prevê que a idade do réu deve ser comprovada por documento aplicando-se o mesmo 
raciocínio para a idade da vítima. Desta forma deve ser afastada a qualificadora. 
Quanto à dosimetria da pena, tem-se que a pena base deve ser fixada no mínimo legal. 
O artigo 59 do Código penal traz as circunstâncias judiciais a serem analisadas na primeira 
fase da dosimetria da pena, destacando-se que não há circunstância desfavorável no caso 
concreto, não possuindo o réu maus antecedentes. 
Já na segunda fase da dosimetria deve ser afastada a agravante do art. 61, II, “f” do 
Código Penal. No caso em pauta, não há relação familiar doméstica ou de coabitação entre o 
réu e a vítima, não incidindo a lei 11.340/06, assim, não incide a referida agravante, 
destacando-se que não basta para a sua configuração que a vítima seja mulher. 
Destaca-se que deve ser reconhecida a atenuante da confissão conforme o artigo 65, 
III, “d”, do Código Penal, com efeito em seu interrogatório Lauro confirmou integralme nte os 
fatos narrados na denúncia. 
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 ORLY KIBRIT - 04.06.2019 
Na terceira fase, deve ser aplicada a diminuição pela tentativa no patamar máximo do 
artigo 14, § único do Código Penal, ou seja, 2/3 . 
Com efeito, o réu sequer iniciou o ato executório distanciando-se da consumação. 
Fixada a pena, pode ser fixado o regime inicial menos gravoso, ou seja, aberto ou 
semiaberto nos termos do artigo 33, §2, alíneas “b” e “c” do Código Penal. 
Por fim, aplicando-se a pena mínima resta cabível a suspensão condicional da pena, 
nos termos do artigo 77 do código penal. 
 
III - DOS PEDIDOS 
 Ante ao exposto requer-se a anulação do feito, a partir da primeira audiência de 
instrução, nos termos do artigo 564,IV do CPP. Caso não se entenda pela anulação, de rigor, 
a absolvição do acusado, nos termos do artigo 386, III do CPP. 
 Subsidiariamente, requer-se o afastamento da qualificadora do artigo 213, §1º do 
Código Penal, fixando-se a pena-base no patamar mínimo, afastando-se a agravante do artigo 
61, II, f, CP e aplicando-se a atenuante da confissão (art. 65,III, d, CP), bem como, 
reduzindo-se a pena em ⅔ pela tentativa. 
 Requer-se ainda, no caso de condenação a fixação de regime aberto ou semiaberto 
mostrando-se aplicável diante da pena mínima, o benefício da suspensão condicional da pena. 
 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
 
Local, 10 de Setembro de 2018 
 
Advogado/OAB nº 
 
____________ 
 
QUESTÃO 1 
Insatisfeito com a atividade do tráfico em determinado condomínio de residências, em 
especial em razão da venda de drogas de relevante valor, o juiz da comarca autorizou, após 
requerimento do Ministério Público, a realização de busca e apreensão em todas as centenas 
de residências do condomínio, sem indicar o endereço de cada uma delas, apesar de estas 
serem separadas e identificadas, sob o argumento da existência de informações de que, no 
interior desse condomínio, haveria comercialização de drogas e que alguns dos moradores 
estariam envolvidos na conduta. Com base nesse mandado, a Polícia Civil ingressou na 
residência de Gabriel, 22 anos, sendo apreendidos, no interior de seu imóvel, 15 g de 
maconha, que, de acordo com Gabriel, seriam destinados a uso próprio. Após denúncia pela 
prática do crime do Art. 28 da Lei nº 11.343/06, em razão de anterior condenação definitiva 
pela prática do mesmo delito, o que impossibilitaria a aplicação de institutos 
despenalizadores, foi aplicada a Gabriel a sanção de cumprimento de 10 meses de prestação 
de serviços à comunidade. Intimado da condenação e insatisfeito, Gabriel procura um 
advogado para consulta técnica, esclarecendo não ter interesse em cumprir a medida aplicada 
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 ORLY KIBRIT - 04.06.2019 
de prestação de serviços à comunidade. Considerando apenas as informações narradas, na 
condição de advogado de Gabriel, esclareça os itens a seguir. 
A) Qual o argume nto de direito processual a ser apresentado em sede de recurso 
para questionar a apreensão das drogas na residência de Gabriel? Justifique. 
(Valor: 0,60) 
O argumento de direito processual a ser apresentado em sede de recurso para questionar a 
apreensão seria a Nulidade, conforme art. 564, IV, CPP, tal dispositivo ensina que por 
omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato tal ato é passível de 
nulidade. No presente problema, o pedido do Juiz foi genérico, ou seja, não especificou qual 
casa deveria ser feita a busca e apreensão, nem o nome do respectivo proprietário ou 
morador, conforme artigo 243, I, CPP o mandado de busca deverá indicar o mais 
precisamente possível a casa quem que será realizada a diligência e o nome do respectivo 
proprietário ou morador. 
 
B) Em caso de descumprimento, por Gabriel, da medida de prestação de serviços à 
comunidade imposta na sentença condenatória pela prática do crime do Art. 28 da 
Lei nº 11.343/06, poderá esta ser convertida em pena privativa de liberdade? 
Justifique. 
Em caso de descumprimento, por Gabriel da pena de prestação de serviços a comunidade, 
não poderá haver conversão para a pena privativa de liberdade. Com efeito, o artigo 28, caput 
da lei 11.343/06 não faz previsão de pena privativa de liberdade e o §6 determina que 
descumprida a pena imposta, o condenado fica sujeito, sucessivamente a admoestação verbal 
e multa, não se admitindo a conversão para a pena privativa de liberdade. 
 
______ 
QUESTÃO 2 
Arthur, Adriano e Junior, insatisfeitos com a derrota do seu time de futebol, saíram à rua, 
após a partida, fazendo algazarra na companhia de Roberto, que não gostava de futebol. 
Durante o ato, depararam com Pedro, que vestia a camisa do time rival; simplesmente por 
isso, Arthur, Adriano e Junior passaram a agredi- lo, tendo ficado Roberto à distância por não 
concordar com o ato e não ter intenção de conferir cobertura aos colegas. Em razão dos atos 
de agressão, o celular de Pedro veio a cair no chão, momento em que Roberto, aproveitando-
se da situação, subtraiu o bem e empreendeu fuga. Com a chegada de policiais, Arthur, 
Adriano e Junior empreenderam fuga, mas Roberto veio a ser localizado pouco tempo depois 
na posse do bem subtraído e de seu próprio celular. Diante das lesões causadas na vítima, 
Roberto foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado pelo concurso de agentes e 
teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva. Na instrução, as testemunhas 
confirmaram integralmente os fatos, assim como Roberto reiterou o acima narrado. A família 
de Roberto, então, procura você para, na condição de advogado(a), adotar as medidas 
cabíveis, antes da sentença, apresentando nota fiscal da compra do celular de Roberto. 
Considerando apenas as informações narradas, responda, na condição de advogado(a) de 
Roberto, aos itens a seguir. 
A)Existe requerimento a ser formulado pela defesa para reaver, de imediato, o 
celular de Roberto? Justifique. (Valor: 0,60) 
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Sim. É possível requerer a restituição do celular de Roberto que fora apreendido, o qual pode 
ser formulado sob a alegação de que o bem não tem relação com os fatos, não interessando a 
persecução penal nos termos do artigo 118, CPP, ademais, não se trata de bem sujeito ao 
perdimento, já que lícito, comprovada a sua propriedade por nota fiscal conforme artigo 119, 
CPP. 
 
B)Confessados por Roberto os fatos acima narrados, existe argumento de direito 
material a ser apresentado em busca da não condenação pelo crime imputado? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
Sim, mesmo com a confissão há argumento para sustentar a não condenação do réu pelo 
crime de roubo. Conforme o artigo 157 o roubo configura-se mediante violência ou grave 
ameaça, no caso em tela Roberto não tinha relação com a agressão cometida por seus amigos, 
conforme os fatos narrados ele tomou distância por não concordar com o ato e não ter 
intenção de conferir cobertura a eles, desta forma, o crime ora cometido seria o de furto 
simples, conforme artigo 155, pois Roberto subtraiu para si coisa alheia móvel, ou seja, o 
celular de Pedro que havia caído, valendo-se apenas da facilidade da subtração para praticar o 
furto. 
 
_______ 
QUESTÃO 3 
Flávio está altamente sensibilizado com o fato de que sua namorada de infância faleceu. 
Breno, não mais aguentando ver Flávio sofrer, passa a incentivar o amigo a dar fim à própria 
vida, pois, assim, nas palavras de Breno, ele “novamente estaria junto do seu grande amor.” 
Diante dos incentivos de Breno, Flávio resolve pular do seu apartamento, no 4º andar do 
prédio, mas vem a cair em um canteiro de flores, sofrendo apenas arranhões leves no braço. 
Descobertos os fatos, Breno é denunciado pela prática do crime previsto no Art. 122 do 
Código Penal, na forma consumada, já que ele incentivou Flávio a se suicidar. Recebida a 
denúncia, o juiz, perante a Vara Única da Comarca onde os fatos ocorreram, determina que 
seja observado o procedimento comum ordinário. Durante a instrução, todos os fatos 
anteriormente narrados são confirmados. Os autos são encaminhados para as partes para 
apresentação de alegações finais. A família de Breno procura você para, na condição de 
advogado(a), prestar os esclarecimentos a seguir. 
A) O procedimento observado durante a ação penal em desfavor de Breno foi o 
adequado? Justifique. (Valor: 0,60) 
Não, o procedimento não foi adequado, com efeito o juiz aplicou o procedimento comum 
ordinário, mas, o crime imputado previsto no art. 122, CP se trata de crime doloso contra a 
vida, desta forma o procedimento adequado seria o do rito do Júri, conforme art. 5º, 
XXXVIII, d, CF. Assim, nos termos do artigo 394, §3º, CPP deveria ser seguido o rito 
especial do Júri. 
 
B) Qual o argumento a ser apresentado pela defesa técnica para questionar a 
capitulação delitiva realizada pelo Ministério Público? Justifique. (Valor: 0,65) 
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O argumento a ser apresentado quanto a capitulação delitiva seria de que atipicidade, já que o 
artigo 122, CP só é punível quando resultar em morte ou em lesões corporais graves, mas no 
caso em tela, a vítima sofreu apenas arranhões leves em seu corpo. 
______ 
 
QUESTÃO 4 
Larissa, revoltada com o comportamento de Renata, ex- morada de seu companheiro, foi, na 
em 20 de julho de 2017, até a rua em que esta reside. Verificando que o automóvel de Renata 
estava em via pública, Larissa quebra o vidro dianteiro do veículo, exatamente com a 
intenção de deteriorar coisa alheia. Na manhã seguinte, Renata constatou o dano causado ao 
seu carro, mas não identificou, em um primeiro momento, quem seria o autor do crime. 
Solicitou, então, a instauração de inquérito policial, em 25 de julho de 2017. Após 
diligências, foi identificado, em 23 de outubro de 2017, que Larissa seria a autora do fato e 
que o prejuízo era de R$ 150,00, tendo sido a informação imediatamente passada à vítima 
Renata. Com viagem marcada, Renata somente procurou seu advogado em 21 de fevereiro de 
2018, informando sobre o interesse em apresentar queixa-crime em face da autora dos fatos. 
Assim, o advogado de Renata apresentou queixa-crime em face de Larissa, imputando o 
crime do Art. 163, caput, do Código Penal, em 28 de fevereiro de 2018, perante o Juizado 
Especial Criminal competente, tendo sido proferida decisão pelo magistrado de rejeição da 
queixa, em razão da decadência, em 07/03/2018. A defesa técnica é intimada da decisão. 
Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Renata, responda aos 
itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível da decisão de rejeição da queixa-crime apresentada por 
Renata? Indique o fundamento legal e o prazo de interposição. (Valor: 0,65) 
O recurso a ser apresentado diante da rejeição da queixa era o de apelação no prazo de 10 
dias com fundamento no artigo 82 da lei 9.099/95 com efeito nos termos do caput do 
mencionado artigo, rejeitada a queixa no JECRIM cabe o recurso de apelação, ademais 
conforme o seu parágrafo 1º o prazo é de 10 dias. 
 
B) Qual o argumento para combater o mérito da decisão do magistrado de rejeição 
da denúncia? Justifique. (Valor: 0,60) 
O argumento a ser apresentado contra a rejeição é o de que não houve decadência, pois 
conforme os artigos 38, CPP e 103, CP o prazo decadencial para oferecimento da queixa é de 
6 meses contados a partir do conhecimento da autoria da infração e não da ocorrência do fato, 
no caso em tela, conhecida a autoria em 23 de outubro de 2017 e oferecida a queixa em 28 de 
Fevereiro de 2018 não se ultrapassou o mencionado prazo, não havendo o que se falar em 
decadência.

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