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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO

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20
DIREITO TRIBUTÁRIO
 FONTES FORMAIS (art. 96, CTN)
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
I. Fontes formais primárias ou principais: compõem -se de atos normativos primários (leis e tratados ou convenções) e atos normativos secundários ou infralegais (decretos). São elas:
- Constituição Federal
– Emenda à Constituição Federal
– Lei Ordinária
– Decreto
– Lei Delegada
– Medida Provisória
– Decreto Legislativo
– Resolução
– Tratados e Convenções Internacionais
– Lei Complementar
II. Fontes formais secundárias (subsidiárias ou normas complementares): compõem - se de atos normativos secundários, atendo -se ao art. 100 do CTN.
a) LEIS
Lei Ordinária: 
 Via de regra, institui e majora tributos
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 A Constituição Federal, quando utiliza o termo “lei, pura e simplesmente, sem qualquer adjetivação – v.g., nas expressões “na forma de lei” ou “por meio de lei” –, refere -se à lei ordinária, e não à “lei complementar”.
 Como fonte formal básica do Direito Tributário, a lei ordinária é a lei comum, de formulação cotidiana do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais, exigindo no processo de votação a maioria simples ou relativa.
Lei Complementar: 
Art. 146, CF. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.  
 Quem regula essas atribuições é o Código Tributário Nacional (CTN)
Considerações importantes:
 O CTN foi aprovado como Lei Ordinária. Porém, ganhou status de Lei Complementar com a Constituição de 1967. Desse modo, atualmente, é considerado Lei Complementar
 Os dispositivos do CTN SOMENTE podem ser alterados por LEI COMPLEMENTAR
Questão: qual o vínculo normativo adequado para a instituição de determinado tributo? 
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
R: Lei Ordinária. O consentimento emanará, como regra, da lei ordinária. Esta é o veículo normativo hábil a instituir e a aumentar as exações tributárias. Como é cediço, a lei ordinária é a lei comum, do dia a dia das Casas Legislativas, cuja elaboração prescinde de quórum privilegiado de votantes.
 Atualmente, o art. 146, III, da CF não deixa dúvidas de que as matérias nele contidas devem estar adstritas à lei complementar e, ipso facto, ao CTN – nossa lei de normas gerais tributárias. Daí se inferir que o CTN deve ser modificado apenas por nova lei complementar ou pelas normas que lhe forem hierarquicamente superiores.
Cabe à Lei Complementar instituir/majorar certos tributos:
Art. 154, CF. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição 
 Portanto, cabe à LC instituir IMPOSTOS RESIDUAIS
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
 Uma vez que imposto extraordinário não exige LC, será instituído mediante LO
LEI TRIBUTÁRIA (art. 97, CTN)
Art. 97. Somente a LEI (PODER LEGISLATIVO) pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades (como multas) para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
 PORTANTO, NÃO CABE PORTARIA, DECRETO, INSTRUÇÃO NORMATIVA, ENTRE OUTROS
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 O tributo só pode ser criado por lei, seja ordinária, casos em que pode haver a utilização de Medida Provisória, ou complementar (somente no caso de Empréstimos Compulsórios, do Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF, e dos Impostos ou Contribuições Residuais – conforme os arts. 148; 153, VII; 154, I e 195, § 4.º, todos da CF).
 Segundo o art. 62, § 1º, III, CF, inserto pela EC n. 32/2001, as matérias cabentes à lei complementar não poderão ser objeto de medida provisória. Daí se afirmar que seria inconstitucional, por exemplo, um empréstimo compulsório ou, mesmo, uma residual contribuição social -previdenciária, instituídos por medida provisória.
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
Exceções ao princípio
 Os casos mais relevantes são a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (expressamente ressalvada pelo § 2.º do mesmo art. 97) e a fixação do prazo para recolhimento (jurisprudência do Supremo Tribunal Federal – RE 172.394/SP, RE 195.218/MG).
 Quanto à primeira exceção, deve-se tomar cuidado para não confundir a atualização do valor monetário da base de cálculo com o aumento desta mesma base de cálculo (este reservado à lei).
 O exemplo mais marcante é o IPTU. Tendo por base de cálculo o valor venal do imóvel, o IPTU é calculado tomando por referência tabelas que estipulam o valor do metro quadrado de área construída do imóvel nas diversas zonas do Município. Os valores estipulados são corroídos pelo fenômeno inflacionário e quando o Município, utilizando-se de índices uniformes, resolve atualizá-los, pode fazê-lo por meio de Decreto do Prefeito, pois não se está a aumentar a base de cálculo, mas apenas a se impedir que ela seja artificiosamente diminuída.
 Quanto à CIDE-combustíveis, a redução e restabelecimento de alíquotas podem ser feitos por decreto, sem obediência à legalidade nem à anterioridade. Já quanto ao ICMS- incidente sobre combustíveis definidos em Lei monofásico, Complementar, a definição (inclusive redução e aumento) de alíquotas pode ser feita por convênio, sem obediência à legalidade, mas se o aumento ultrapassar o mero restabelecimento de patamar anteriormente fixado, deve-se obedecer à anterioridade.
Medida Provisória
Art. 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
 Muito se discutiu a respeito da possibilidade de uma medida provisória poder criar/majorar Tributos, uma vez que emana do Poder Executivo, até o surgimento da Emenda Constitucional 32/2001
ANTES DA EC 32/2001
 MP nãopode criar/majorar tributos, uma vez que emana do Poder Executivo
 A expressão “força de lei” é diferente de lei. Desse modo, haveria uma violação do princípio da legalidade no caso de instituição/majoração de tributos decorrente de Medida Provisória
 Uma vez que produz efeitos imediatos, violaria o princípio da anterioridade
DEPOIS DA EC 32/2001
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
[...]
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
 Logo, os impostos residuais não podem ser criados por MP
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte SE houver sido convertida em lei até o último dia daquele (exercício financeiro) em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 As Medidas Provisórias podem criar ou majorar tributos, com exceção das exações que necessitam ser instituídas por lei complementar. A cobrança dos impostos instituídos por meio de Medida Provisória depende da conversão desta em lei antes do exercício financeiro em que a exação deve ser exigida.
Questão: Se for editada em 2018, quando e sob que condição o tributo será cobrado?
R: O tributo será cobrado em 2019 SE a Medida Provisória for convertida em LEI até o último dia de 2018
Considerações - Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 Com a EC n. 32/2001, o prazo de validade de uma MP passou a ser de 60 dias, admitida uma única prorrogação por mais 60 dias (art. 62, § 7º, CF). Não havendo a conversão em lei, no prazo supracitada, a medida provisória perderá eficácia desde a origem, devendo os produzidos efeitos serem regulados por decreto legislativo do Congresso Nacional (art. 62, § 3º, CF). Aliás, é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo (art. 62, § 10, CF). Por fim, não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar -se -ão por ela regidas (art. 62, § 11, CF). A MP não convertida em lei perde sua eficácia desde o início (ex tunc)
 O STF, de há muito, pacificou a questão, firmando orientação no sentido de que a aferição dos pressupostos de relevância e urgência reveste -se de caráter político, cabendo sua apreciação, em princípio, aos Poderes Executivo e Legislativo, ou seja, ao chefe do Poder Executivo e ao do Congresso Nacional. Entretanto, se um ou outro pressuposto mostrar - se descabido, no controle judicial, o Poder Judiciário deverá decidir pela ilegitimidade constitucional da medida provisória. Dessarte, deve haver, em primeiro lugar, o juízo de discricionariedade, de oportunidade e de valor, a ser feito pelo Presidente da República, sem embargo do ulterior e excepcional controle judiciário quando houver excesso do poder de legislativo
 É defeso à MP tratar de matéria reservada à lei complementar, consoante o art. 62, § 1º, III, da CF. À guisa de memorização, vamos relembrar os tributos federais que avocam a lei complementar: Impostos sobre Grandes Fortunas, Empréstimos Compulsórios, Impostos Residuais e Contribuições Social -previdenciárias Residuais. Logo, não há que se falar, v.g., em instituição de Empréstimos Compulsórios por medida provisória, ou mesmo em criação de Impostos Residuais por idêntico meio normativo.
b) TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS (ART. 98, CTN)
Art. 98, CTN. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
a) Súmula n. 20 (STJ): “A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o similar nacional”;
b) Súmula n. 71 (STJ): “O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM”;
c) Súmula n. 575 (STF): “À mercadoria importada de país signatário do (GATT), ou membro da (ALALC), estende -se a isenção do imposto de circulação de mercadorias concedida a similar nacional”.
CUIDADO!!!
 OS TRATADOS E AS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS NÃO REVOGAM A LEGISLAÇÃO INTERNA, MAS SIM SUSPENDEM A EFICÁCIA DESSA
c) DECRETOS (ART. 99, CTN)
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
 São atos expedidos pelo Chefe do Poder Executivo (Prefeito, Governador, Presidente) para REGULAMENTAR a aplicação das leis. São atos INFRALEGAIS (abaixo da lei), administrativos.
 Os atos têm conteúdo e alcance limitados pela lei
Questão: pode o Prefeito de SM majorar a alíquota do IPTU em 7%?
R: Não, apenas a lei pode.
Art. 97, CTN:
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Questão: Pode o Prefeito, mediante Decreto, atualizar o valor monetário da Base de Cálculo do IPTU? 
R: Sim, pois não é considerado majoração
 Ressalta-se que a atualização não pode ser superior ao índice, uma vez que tornaria o tributo mais oneroso (súmula 160, STJ):
“É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”
d) NORMAS COMPLEMENTARES (ART. 100, CTN)
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
 São fontes formais secundárias (as já referidas são primárias)
 Atos expedidos pela autoridade administrativa (portarias, circulares, instruções normativas)
CUIDAR! LEI COMPLEMENTAR: FONTE PRIMÁRIA; NORMA COMPLEMENTAR: FONTE SECUNDÁRIA
2.2 VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
 No tempo (quando?) – Art. 103 e 104 do CTN
VIGÊNCIA
 No espaço (onde?) – Art. 102 do CTN
No Direito Tributário, vigência é diferente de eficácia
 Uma vez em vigor, a lei tributária está apta a produzir efeitos. Contudo, em razão do princípio da anterioridade, a lei tributária fica com a sua carga eficacial paralisada até o exercício financeiro seguinte, quando produzirá efeitos
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 Com efeito, “vigência é aquele atributo da lei que lhe confere plena disponibilidade para sua aplicação”
 [...] “quando a vigência da lei não coincide com a da publicação, o período que se intercala entre a publicação e a vigência é chamado de vacatio legis, isto é, vacância da lei”5. Sabe -se que a maior parte das leis tributárias têm coincidentes a data da publicação e a da vigência, valendo dizer que entram em vigor, comumente, na própria data da publicação.
VIGÊNCIA NO TEMPO
Art. 103:
 Diz respeito à norma complementar
Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
II - as decisões (decisões administrativas) a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III - os convêniosa que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
Art. 104:
Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
————————/—————————/–––––––––––––––––
2018 (vigência) 2019 (eficácia)
Lei 1
VIGÊNCIA NO ESPAÇO
Art. 102, CTN
A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
Territorialidade
Extraterritorialidade (2 situações)
 Convênio (a lei do município “X” aplica-se ao município “Y”)
 Lei (art. 120, CTN)
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
 Município de SM 
 
 SM NOVA SM
Nova SM: município que surgiu do desmembramento territorial do município de Santa Maria. Se legislar hoje (criar em 2018 os tributos), só poderá arrecadar em 2019. Se eu for de SM para a Nova SM, terei que pagar tributos, uma vez que a legislação de SM será usada no novo município. Portanto, o novo município irá se utilizar da legislação tributária do município do qual se desmembrou até que tenha a sua própria (não há prazo)
2.3 APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
(Art. 105 e 106, CTN)
 
 Fatos futuros/pendentes (art. 105, CTN)
Legislação Tributária aplica-se
 Fatos pretéritos (art. 106, CTN)
 (ocorridos antes de sua vigência – antes da lei)
 Lei Tributária não retroage, não atinge fato gerador antes de sua vigência
Ex: Lei Municipal majora alíquota do IPTU, com a seguinte redação: “esta lei retroage aos Fatos Geradores referentes aos 5 últimos exercícios financeiros”
Pergunta: Podemos ser chamados para pagar a diferença?
Resposta: Não, pois fere o princípio da segurança jurídica e da anterioridade
 
Art. 106, CTN
 Hipóteses do art. 106 dizem respeito à LEI
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
 Lei em vigor na época da ocorrência
 É aplicada ao fato futuro
/––––––––––––––––––/–––––––––––––––––––/–––––––––––––––––––/
 Lei 1 FG Lei 2 Lançamento
 (2002) (2015) (2016) (2018)
 A: 3% A: 2%
 P: 10% P: 8%
 Lei + benéfica (retroage) 
 
Em 2018, o fisco fará o lançamento (atividade administrativa tendente a calcular o montante devido)
P: Quais leis serão utilizadas? Justifique sua resposta com base nos arts. 106 e 144, caput, ambos do CTN.
R: O fisco utilizará a lei 1, aplicando a alíquota nela prevista, em atenção ao art. 144 do CTN, que determina a aplicação da lei vigente à época da ocorrência do FG (2015).
Outrossim, utilizará a lei 2 para aplicar a PENALIDADE nela prevista (atinge o fato gerador pretérito), em obediência ao art. 106, que determina a retroatividade da lei mais benéfica, no caso da lei que comine penalidade menos severa
Portanto, a alíquota de 2% não retroage, haja vista que o art. 106 é TAXATIVO.
P: O ARTIGO 106 DO CTN É CONSIDERADO EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE PREVISTO NO ART. 150, III, a, CF?
Obs: princípio da irretroatividade – veda a cobrança de tributos em relação ao Fato Gerador ocorrido antes do início de sua vigência que os tiver instituído (criado) ou aumentado (majorado). Portanto, via de regra, é proibido a cobrança da majoração do tributo em relação a FG já ocorrido
R: O artigo 106 não é considerado exceção ao princípio da irretroatividade, uma vez que regula matéria distinta
Exemplo:
 Lei Municipal “X”, em vigor em 2018, que majora a alíquota do IPTU em três pontos percentuais pode retroagir, atingindo Fatos Geradores ocorridos em 2017, 2016, 2015 e 2014?
R: Não, face ao princípio da irretroatividade
2.4 INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
(arts. 109 a 112, CTN)
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (ABUSO DE FORMA) 
Ex: quero fazer uma doação, mas não quero pagar o imposto que incide (ITCD). Desse modo, assino escritura pública de compra/venda por valor irrisório, pagando ITBI. Tem-se, aqui, um abuso de forma, uma vez que a doação foi encobrida a fim de se pagar um valor menor. Como consequência, tem-se a invalidade do negócio jurídico
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. (O INTÉRPRETE DEVE RESPEITAR A HIERARQUIA DAS LEIS)
Art. 111. Interpreta-se literalmente (restritiva, não pode ser ampliada) a legislação tributária que disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção; (lembrar do exemplo dos taxistas)
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
 Situação contrária ao interesse do fisco
Apelação número 700577166223 (TJ/RS)
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
2.5 INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
(Art. 108, CTN)
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios geraisde direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 1º O EMPREGO DA ANALOGIA NÃO PODERÁ RESULTAR NA EXIGÊNCIA DE TRIBUTO NÃO PREVISTO EM LEI (IMPORTANTE!)
§ 2º O EMPREGO DA EQÜIDADE NÃO PODERÁ RESULTAR NA DISPENSA DO PAGAMENTO DE TRIBUTO DEVIDO (IMPORTANTE!)
UNIDADE 3 – TRIBUTOS
3.1) Definição (art. 3º, CTN)
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”
 Não é sanção de ato ilícito
 É compulsório (obrigatório por força de lei)
 Instituição em lei (princípio da legalidade – art. 150, I, CF e art. 97, CTN)
Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 O tributo é prestação compulsória, logo, não contratual, não voluntária ou não facultativa.
– É prestação pecuniária;
– É compulsório;
– É instituído por meio de lei;
– Não é multa;
– É cobrado mediante lançamento.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça
 Cobrança: atividade administrativa (cobrado pelo Poder Executivo). É uma atividade plenamente vinculada (à lei), isto é, não dá margem para a autoridade proceder diferente do previsto em lei
Art. 156, CTN: Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
3.2) Espécies de tributos (art. 5º CTN; art. 145, I, II, III, CF)
 Art. 5º. Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
IMPOSTOS 
TAXAS Previstos em lei
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA (aplica-se o art. 4º, CTN)
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (art. 148, CF) Entendimento do STF
CONTRIBUIÇÕES (art. 149 e 149-A, CF) (não se aplica o art. 4º, CTN)
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
a) IMPOSTOS (art. 145, I, CF; art. 16, CTN)
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
 É um tributo não vinculado a uma atividade estatal específica
 Para Paulo de Barros Carvalho, “podemos definir imposto como o tributo que tem por hipótese de incidência um fato alheio a qualquer atuação do Poder Público”.
 Não é contraprestacional. Portanto, não se pode exigir uma contraprestação, uma vez que o produto da arrecadação de impostos serve para custear despesas gerais
 Gravame (lê-se exação ou tributo) de arrecadação não afetada
.
Princípio da afetação (art. 167, IV, CF):
Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
 Não é absoluto
Regra: é vedada a vinculação da receita de impostos a fundo ou despesa
Exceções ao princípio da não afetação dos impostos Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 
1ª Repartição constitucional dos impostos;
2ª Destinação de recursos para a saúde;
Destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino;
Destinação de recursos para a atividade de administração tributária;
3ª Prestação de garantias para:
(i) operações de crédito por antecipação de receita;
(ii) a União (garantia e contragarantia); e
(iii) pagamento de débitos para com esta.
Os impostos e a privatividade da competência:
1) Impostos federais (art. 153, CF)
 II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, IGF*
*Ainda não foi criado. É mediante LC
2) Impostos estaduais (art. 155, CF)
 ICMS, IPVA, ITCD*
*Causa mortis: transmissão de qualquer bem
*Inter vivos: doação 
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:  
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
III - propriedade de veículos automotores.  
3) Impostos municipais (art. 156, CF)
 IPTU, ISS, ITBI*
*Transmissão onerosa de bens móveis inter vivos
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
CUIDADO!!
Os impostos de transmissão são exclusivos do Estado (FALSO)
 Deve-se perguntar qual transmissão. Caso seja causa mortis, será do Estado, No entanto, caso seja inter vivos e oneroso, incidirá o ITBI (municipal)
 O DF possui competência cumulativa, ou seja, pode criar todos os impostos dos Estados e também todos os impostos dos Municípios. Não pode criar os da União
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
 Quem pode mais, contribui mais. Ex: Imposto de Renda (IR) – possui caráter pessoal
Sempre é possível realizar a graduação?
 Depende da dedução do valor da BC e da dedução do valor da Previdência Privada
 POTANTO, GANHAR O MESMO SALÁRIO NÃO SIGNIFICA PAGAR O MESMO IR. ALÍQUOTA É A MESMA, MAS A BASE DE CÁLCULO É DIFERENTE
 Na maioria das vezes, os impostosnão são PESSOAIS, como o IR, mas sim REAIS (ICMS, IPI, IPTU, IPVA...)
 Nos impostos reais, o que vale é o bem, não as características pessoais do contribuinte
Ex: O valor do IPVA da BMW é maior do que o valor do IPVA do Uno
Obs - Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário):
 Os impostos pessoais levam em conta as condições particulares do contribuinte, ou seja, aquelas qualidades pessoais e juridicamente qualificadas do sujeito passivo. Assim, o imposto pessoal possui um caráter eminentemente subjetivo (Exemplo: imposto sobre a renda).
 Já os impostos reais, também intitulados “impostos de natureza real”, são aqueles que levam em consideração a matéria tributária41, isto é, o próprio bem ou coisa (res, em latim), sem cogitar das condições pessoais do contribuinte (Exemplos: IPI, ICMS, IPTU, IPVA, ITR, IOF etc., ou seja, com exceção do IR, todos os demais).
b) TAXAS (arts. 145, II e §2º, CF; art. 77 a 81, CTN)
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
§ 2º AS TAXAS NÃO PODERÃO TER BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DE IMPOSTOS.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
**PARÁGRAFO ÚNICO. A TAXA NÃO PODE TER BASE DE CÁLCULO OU FATO GERADOR IDÊNTICOS AOS QUE CORRESPONDAM A IMPÔSTO NEM SER CALCULADA EM FUNÇÃO DO CAPITAL DAS EMPRÊSAS. 
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público.
 Taxas são tributos VINCULADOS a uma atividade estatal diretamente relacionada ao contribuinte
 A propósito da legalidade tributária, a taxa deverá ser instituída por lei (ordinária).
Por atividade estatal, compreende-se:
 Exercício regular* do poder (fiscalização), sendo:
*Policiamento efetivo (STF)
a) De polícia (taxa de polícia)
b) Prestação de serviço público específico e divisível ou serviço público colocado à disposição (taxa de serviço)
Considerações:
 São tributos CONTRAPRESTACIONAIS
 A BASE DE CÁLCULO DEVE SER DIFERENTE DOS IMPOSTOS
b.1) Poder de Polícia
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
P: Há necessidade de regular fiscalização para cobrança da renovação da licença de funcionamento? Isto é, preciso ser fiscalizado in loco para obter a renovação?
R: Não, entende o STF que basta ter um órgão de fiscalização estruturado e um funcionamento para a cobrança da taxa (RE. 588.322)
Naquela decisão, hoje confirmada pela Suprema Corte, o TJ-RO entendeu ser “dispensável a comprovação do efetivo exercício do poder de polícia, bastando a demonstração da potencialidade do município em proceder a fiscalização”.
Repercussão geral
O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada no RE. Isso porque ela afeta boa parte dos mais de 5.500 municípios existentes no país. No julgamento de hoje, a maioria dos ministros presentes à sessão acompanhou o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, no sentido de que não é preciso comprovar a existência efetiva do poder de polícia. Basta que a taxa arrecadada reverta-se em benefício da coletividade. Entendeu, ademais, que a própria autorização já comprova a existência de órgão com poder de polícia.
b.2) Prestação de serviço público
     Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
        I - utilizados pelo contribuinte:
        a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
        b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
        II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
        III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
 Específico + divisível: O ente público sabe para quem presta o serviço e o quanto cada pessoa ou grupo dela se utiliza
CUIDADO!!!
 Iluminação pública é um serviço geral (não é específico e divisível). Assim, não se pode cobrar taxa de iluminação pública, sob pena de ser declarada inconstitucional. Desse modo, a iluminação pública é classificada como uma CONTRIBUIÇÃO (art. 149-A, CF). Contribuição é um tributo qualificado pela finalidade. São cobrados para o custeio de algumas coisas
 Taxa é diferente de tarifa. Enquanto aquela é regulada pelo direito tributário, esta se configura como sendo um preço público, logo é regulada pelo direito administrativo
P: Segurança Pública pode ser custeada por taxa?
R: não, porque é serviço geral. É um imposto
ADIN 1942: 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que a atividade de segurança pública é serviço público geral e indivisível, logo deve ser remunerada mediante imposto, isto é, viola o artigo 145, II, do Texto Constitucional, a exigência de taxa para sua fruição.
c) Contribuições de melhoria (art. 145, III, CF; art. 81 e 82, CTN)
Art. 145, III, CF (em decorrência de obras públicas)
Art. 81, CTN (face a uma obra pública da qual decorra valorização imobiliária)
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Ex: Iluminação, praça, asfaltamento
Limite:
Total (custo da obra)
 Se custou R$ 300.000,00, não posso cobrar além disso
Individual:
 Valorização experimentada por cada imóvel
Lei prévia (art. 82, CTN)
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição (a obra pode ser custada na sua totalidade pelo tributo ou apenas em parte);
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasiãodo respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
Ver Decreto-Lei 195/67
CUIDAR!!!
 Recapeamento não dá ensejo à cobrança da contribuição de melhoria porque não provoca valorização imobiliária
Perguntas:
1) Quem pode criar e cobrar?
R: quem realiza a obra
2) A partir de quando pode começar a cobrar?
R: art. 9º, decreto-lei 195/67: Executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou em parte suficiente para beneficiar determinados imóveis, de modo a justificar o início da cobrança da Contribuição de Melhoria, proceder-se-á ao lançamento referente a esses imóveis depois de publicado o respectivo demonstrativo de custos.
d) Empréstimo compulsório
Art. 148, CF: A UNIÃO, mediante LEI COMPLEMENTAR, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição (portanto, só saberemos qual será o FG quando essa espécie de tributo for criada mediante LC)
 Circunstâncias deflagrantes que permitem a criação
Caraterística marcante/peculiar:
 RESTITUIBILIDADE. É O ÚNICO QUE TEM ESSA CARACTERÍSTICA
Característica geral de todos os tributos:
 Caso um tributo seja cobrado indevidamente ou declarado inconstitucional, haverá restituição
e) Contribuições (arts. 149 e 149-A, CF)
a) Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
b) contribuições estaduais e municipais, de competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 149, § 1º, CF);
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
c) contribuições municipais, de competência dos Municípios e Distrito Federal (art. 149 -A, CF)
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
 Tributo qualificado pela FINALIDADE
 Contribuições sociais (art. 195, CF)
 Contribuição de interesse no domínio econômico (ex: CIDE combustíveis – extrafiscalidade). Quanto maior a importação, menor é a alíquota
 Contribuição de interesse das categorias professionais/econômicas (CRM, CRO)
 Contribuição de iluminação pública (cobrada na fatura)
 Via de regra, devem ser instituídas mediante lei ordinária
*Anuidade OAB: sui generis, não tem natureza jurídica tributária
	
	Contribuições
(art. 149, caput, CF)
	Contribuições
(art. 149, § 1º)
	Contribuição para o Serviço de Iluminação
Pública
	Contribuição
de Melhoria
	Municípios
	NÃO
	SIM
	SIM
	SIM
	Distrito
Federal
	NÃO
	SIM
	SIM
	SIM
	Estados
	NÃO
	SIM
	NÃO
	SIM
	União
	SIM
	NÃO
	NÃO
	SIM
CARACTERÍSTICAS CONSTITUCIONAIS DOS IMPOSTOS
IMPOSTOS DA UNIÃO (ART. 153, CF)
Imposto de Renda (IR) – art. 153, pár. 2º
 Generalidade
 Universalidade
 Progressividade (quando a alíquota aumenta em razão do aumento da BC)
IPI – art. 153, pár. 3º
 É SELETIVIDADE em função da essencialidade do produto (quanto menos essencial, maior é a alíquota)
 Não-cumulativo: compensa-se o que é devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores
 Sistema de crédito/débito
A –––––––––––––––––––––––– B ––––––––––––––––––––––– C
Vende: R$ 100,00 Vende: R$ 150,00
Paga IPI (10%): R$ 10,00 Paga IPI (10%): R$ 15,00 
 15,00 – 10,00 => R$ 5,00
 Não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
“Não incidirá” = IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (vedação constitucional ABSOLUTA)
 Terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
Obs
Imunidade: 
Lei + FG = OT –––––––––––– CT
 Lançamento
Isenção
Lei + FG = OT –––––––––––– CT
 Lançamento
 Na isenção, a obrigação acessória não é dispensada. Como por exemplo, no IPVA, a prestação de informações e a atualização do cadastro não são dispensadas
ITR – art. 153, pár. 4º
 Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;  
 Não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
 Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal
 Progressivo, tendo alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção das propriedades improdutivas
 Não incidirá (IMUNIDADE) sobre pequenas glebas rurais (até 30 hectares em nossa região; até 50 ou 100 hectares em outras regiões), quando os explore apenas o proprietário que não tenha outro imóvel
 Pode ser fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem
Obs:
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:  
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.
IMPOSTOS ESTADUAIS E DO DF (ART. 155, CF)
ITCD (transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direito) – art. 155, pár. 1º
ICMS (operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior) – art. 155, pár. 2º
 Não-cumulativo
 PODE ser seletivo em função da essencialidade de mercadorias e serviços. Portanto, a seletividade é FACULTATIVA
IPVA (propriedade de veículos automotores)
 Poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do tipo e utilização
 Não é progressivo
IMPOSTOS MUNICIPAIS (art. 156, CF)
IPTU (propriedade predial e territorial urbana) – art. 156, pár. 1º 
 É progressivo no tempo
 É progressivo em razão do valor do imóvel (+ valor, + alíquota)
 Função extrafiscal prepondera
 NÃO É PROGRESSIVO PELA QUANTIDADE DE IMÓVEIS
 Tem alíquotas distintas de acordo com o uso e a localização
ITBI (transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição) – art. 156, pár. 2º
ICSS (serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar) – art. 156, pár. 3º
Importante para concursos (art. 155, pár. 2º, XII)
Cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para oexterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a";
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.
UNIDADE 4 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
4.1) Definição: é o poder de tributar conferido pela CF à U, E, DF e M
	Tipos de competência
	Tributos
	U
	E + DF
	M + DF
	Base legal
(CF)
	Privativa
	Impostos
	
X
	
X
	
X
	Art. 153 (U)
Art. 155 (E)
Art. 156 (M)
	Comum
	Taxas
Contribuições de melhoria
	
X
	
X
	
X
	Art. 145, II
Art. 145, III
	Residual
	Novos impostos 
Novas contribuições 
	
X
	
	
	Art. 154, I
Art. 195, § 4º  
	Especial
	Empréstimo compulsório
	X
	
	
	Art. 148, I e II,
	
	Contribuições
	X
	X
	X
	Art. 149
Art. 149, § 1º 
Art. 149 – A
	Extraordinária
	Impostos extraordinários
(impostos de guerra)
	X
	
	
	Art. 154, II, 
4.3) Limites à competência são impostos pela CF através dos princípios e das imunidades e estão previstos em diferentes artigos da CF, dentre os quais os artigos 150, 151, 152.
a) Princípio da legalidade (art. 150, I)
 É vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça
b) Princípio da igualdade ou isonomia (art. 150, II)
 É vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente
c) Princípio da irretroatividade (art. 150, III, “a”)
 É vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei criadora /majoradora de tributos. Tal princípio é decorrência lógica do princípio da segurança jurídica
/––––––––––––––––/–––––––––/–––––––––/–––––––––/
 Lei X FG FG FG Lei Y*
 (2000) 2014 2015 2016 2017 
 A: 2% A: 5%
* Texto prevê a retroatividade da Lei Y aos exercícios financeiros/fatos geradores anteriores. Tal previsão é inconstitucional, em face do princípio da irretroatividade
P: O art. 106, que permite a retroatividade da lei tributária, é exceção ao princípio da irretroatividade?
R: Não, pois permite a retroatividade de lei meramente interpretativa e mais benéfica. Trata-se, portanto, de matéria distinta.
d) Princípio da anterioridade (art. 150, III, “b” e “c”)
É vedado cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b
Ex: se o tributo foi majorado em dezembro, não posso cobrá-lo em janeiro, uma vez que nesse caso, apesar de ser no ano seguinte, deve-se respeitar o disposto na alínea c, ou seja, o transcurso do tempo de 90 dias.
Ex2: se o tributo foi majorado em março, pode ser cobrado no 91º dia? Não, pois nesse caso prevalece o disposto na alínea b.
e) Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV)
 É vedado utilizar tributo com efeito de confisco (não pode ser muito alto e nem muito baixo). Aplicável às multas com efeito de confisco, haja vista que tributo não é sanção.
f) Princípio da liberdade de tráfego de pessoas e bens (art. 150, V)
 É vedado estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização das vias conservadas pelo Poder Público
 Ressalta-se que pedágio não é tributo, mas sim tarifa ou preço público. Dá-se por meio de concessão. Não limita a liberdade de tráfego.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
 Além dos princípios, temos as IMUNIDADES como limites ao poder de tributar
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (IMUNIDADE RECÍPROCA. IMUNIDADE SUBJETIVA)
 § 2º A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (NÃO SE APLICA ÀS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA)
b) templos de qualquer culto; (IMUNIDADE SUBJETIVA)
Templo móvel: são os carros utilizados para as pregações. Tem imunidade
Casa do Padre: depende. Se morar na Igreja tem imunidade, mas se morar em um bairro nobre, por exemplo, não tem
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, SEM FINS LUCRATIVOS, atendidos os requisitos da lei; (IMUNIDADE SUBJETIVA)
 § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas (VINCULADOS ÀS ATIVIDADES ESSENCIAIS)
Sem fins lucrativos:
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
 Caso aplicar pouca coisa no exterior, não perde a imunidade
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; (IMUNIDADE OBJETIVA)
 TODAS as revistas têm imunidade, NÃO IMPORTANDO O CONTEÚDO. Álbum de figurinhas também tem imunidade
Editora que publica e empresa jornalística são imunes? NÃO! SUJEITOS NÃO SÃO IMUNES, OS OBJETOS É QUE SÃO
 Livros eletrônicos também possuem imunidade (STF)
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
QUESTÕES
1) MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar (aumentar/diminuir) as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
 FUNÇÃO EXTRAFISCAL PREPONDERANTE (Intervenção no domínio econômico)
I – Imposto sobre a Importação (II)
II – Imposto sobre a Exportação (IE)
IV – Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
V – Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
Art. 177. Constituem monopólio da União:
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuiçãopoderá ser: 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; 
CIDE Combustível: sua alíquota pode ser reduzida e restabelecida pelo Poder Executivo
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: 
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
ICMS Combustível/Monofásico: suas alíquotas são definidas por convênio (norma complementar), podendo ser reduzidas e reestabelecidas
2)
a) EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL (art. 150, pár. 1º, 1ª parte)
Art. 148, I 
Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência
Art. 153
I – Imposto sobre a Importação (II)
II – Imposto sobre a Exportação (IE)
IV – Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
V – Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
Art. 154, II
Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
b) EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (art. 150, pár. 1º, 2ª parte)
Art. 148, I 
Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência
Art. 153
I – Imposto sobre a Importação (II)
II – Imposto sobre a Exportação (IE)
III – Imposto de Renda (IR)
V – Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
Art. 154, II
Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
RESUMINDO...
	EXCEÇÕES AOS DOIS PRINCÍPIOS podem ser exigidos imediatamente
	EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL
	EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
	 Empréstimo Compulsório em caso de guerra ou calamidade
 II
 IE
 IOF
 Imposto Extraordinário em caso de guerra ou em sua iminência
	 IPI: NÃO OBEDECE O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL, MAS OBSERVA O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
 ICMS combustíveis
 CIDE combustíveis
 Contribuições sociais para a seguridade social
	 IR: OBSERVA O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL, MAS É EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
 IPVA (base de cálculo)
 IPTU (base de cálculo)
4) A que princípios se refere o artigo 151 da CF?
Uniformidade Geográfica
Uniformidade da tributação da renda
Vedação às isenções heterônomas
Obs:
U concede isenção à tributos federais
E concede isenção à tributos estaduais
M concede isenção à tributos municipais
P: A União pode conceder isenção à tributos que não são de sua competência?
R: Via de regra, não pode
EXERCÍCIOS
1) Presidente da República, por decreto, majora a alíquota do IPI incidente sobre os veículos importados em 20 pontos percentuais e determina sua eficácia imediata. Há violação ao texto constitucional?
R: Sim, porque embora o IPI seja exceção ao princípio da anterioridade anual (sendo possível a cobrança no mesmo exercício financeiro), deve observar o princípio da anterioridade nonagesimal (é preciso aguardar o transcurso de 90 dias, podendo cobrá-lo no 91º)
2) Lei X, publicada em novembro de 2018, majora o IR. Quando referido tributo pode ser cobrado, com base em referida lei?
R: Em junho de 2018, porque observa o princípio da anterioridade anual, mas é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal
3) Lei Y, publicada em dezembro de 2018, majora o ITR: Quando tal lei produzirá efeitos?
R: Em março de 2019
4) Lei Z, publicada em novembro de 2018, majora a alíquota do IPVA. Quando referida lei produzirá efeitos?
R: Em fevereiro de 2019
5) Lei Z, publicada em novembro de 2018, majora a base de cálculo do IPVA. Quando referida lei produzirá efeitos?
R: Em 01/01/2019
UNIDADE 5 – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
5.1) Surgimento e conceito aparecem a partir da ocorrência do fato gerador. Trata-se da relação jurídica que tem por objeto prestações de dar (pagar tributo e multa), fazer ou não fazer.
	OBRIGAÇÃO PRINCIPAL
	OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
	Art. 113 CTN § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
	Art. 113 CTN § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
	 Fato gerador previsto em LEI.
 A obrigação é de PAGAR tributo e penalidade.
	 Fato gerador previsto em LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (leis, tratados e convenções internacionais, decretos e normas complementares).
 A obrigação é de fazer ou não fazer, seu descumprimento dá ensejo a multa. Ex.: emitir nota fiscal, declarar imposto de renda.
5.2) Elementos da obrigação tributária: 
A) FATO GERADOR
Art. 114 CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115 CTN. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Art. 116 CTN. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
 Abuso de forma
Negócios realizados sob condição:
SUSPENSIVA (inciso I do art. 117 CTN): a condição suspensiva é evento futuro e incerto que suspende a eficácia do negócio jurídico, ficando esta subordinada a evento incerto e futuro. Em se tratando de situações jurídicas, considera-se ocorrido o fato gerador no momento do implemento da condição.
RESOLUTÓRIA OU RESOLUTIVA (inciso II do art. 117 do CTN): a condição resolutória é aquela que resolve/extingue o direito. Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da realização do negócio jurídico. Ex.: dar-te-ei um imóvel enquanto permanecer casado com meu filho – o imposto sobre a doação incide no momento da realização do negócio.
Art. 117 CTN. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Art. 118 CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
B) SUJEITO ATIVO
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta,cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. (já foi explicado o desmembramento territorial – apenas revisar)
 União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Questão: Alberto firma contrato de locação, obrigando-se a pagar aluguel, condomínio e IPTU, contudo não faz o recolhimento do imposto. Diante da inadimplência, o Município realiza a cobrança do tributo através de execução fiscal. Pode o locador alegar a existência de uma “convenção particular” (contrato) onde as partes ajustaram a responsabilidade pelo pagamento do tributo?
Resposta: Relação jurídico tributária, onde o polo ativo é o Município e o polo passivo é o proprietário. O contrato de locação produz efeitos entre as partes apenas. Não é oponível ao Fisco. A resposta é “não”, por força do art. 123 do CTN. O proprietário paga o Fisco e executa o contrato de locação.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
C) SUJEITO PASSIVO
Art. 121 CTN. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Art. 122 CTN. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
Direto: é o contribuinte (aquele que realiza o fato gerador)
Indireto: é o responsável, terceiro que tem obrigação de pagar o tributo por expressa determinação legal.
Ex.: Carla é professora da FGV. É contribuinte do Imposto de Renda pois aufere renda. A FGV tem obrigação de recolher aos cofres do Fisco o Imposto de Renda para facilitar a fiscalização. Por expressa determinação legal, a FGV é responsável, devendo recolher o Imposto de Renda aos cofres públicos, fazendo a retenção dos valores.
5.3) Solidariedade
Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
 No Direito Tributário só existe solidariedade PASSIVA.
 São solidariamente responsáveis as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Ex.: dois proprietários de um mesmo imóvel – não existe benefício de ordem, o Fisco cobra de qualquer um dos devedores solidários.
As pessoas designadas pela lei (CTN e outras).
EFEITOS DA SOLIDARIEDADE
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
Questão: “A”, “B” e “C” são proprietários de um mesmo imóvel cujo IPTU monta em R$ 900,00. Se A fizer o pagamento de R$ 300,00, o que ocorre? Caso “B” goze de isenção por ser ex combatente, o que ocorre?
Resposta: Art. 125 CTN, I. A solidariedade persiste para os 3 pelo saldo de R$ 600,00. É possível cobrar o resto de qualquer dos obrigados, inclusive de “A”.
Art. 125 CTN, II. A solidariedade persiste pelo saldo de R$ 600,00 para “A” e “C”, pois a isenção de “B” é pessoal.
5.4) CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais; II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
 Não depende da capacidade civil, o proprietário será acionado mesmo se for relativamente ou absolutamente incapaz.
 Não depende de a pessoa jurídica estar regularmente constituída.
5.5) DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
 O contribuinte pode eleger seu domicílio fiscal. Na falta de eleição ou havendo recusa do domicílio eleito, aplica-se o art. 127 do CTN.
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
 Pessoa natural: residência habitual, sendo incerta ou desconhecida, o domicílio é o centro habitual de suas atividades.
 Pessoa jurídica de Direito Privado: o lugar de sua sede ou em relação aos fatos que derem origem a obrigação, será domicílio ou lugar de cada estabelecimento.
 Pessoa jurídica de Direito Público: qualquer das suas repartições no território da entidade tributante.
5.6) RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
a) POR SUCESSÃO: o dever de pagar nasce para o SUBSTITUTO desde a ocorrência do fato gerador. Ex.: UFN ser a fonte pagadora do Imposto de Renda.
b) POR TRANSFERÊNCIA: o dever de pagar nasce com o CONTRIBUINTE e depois é TRANSFERIDO para o responsável. Ex.: Em 2017 houve a compra e venda de um imóvel. Antes de 2017, “A” era o proprietário. A partir de 2017, “B” passou a ser o proprietário. Há uma dívida de IPTU de R$ 5.000,00 relativa a 2016, onde “A” era o proprietário e não pagou o IPTU. Dessa forma, se “A” vendeu o imóvel, a obrigação de pagar NASCEU com ele e foi TRANSFERIDA para o adquirente.
5.7) HIPÓTESES DE RESPONSABILIDADE NO CTN
a) Responsabilidade dos sucessores
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformaçãoou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: I – em processo de falência; II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
b) Responsabilidade de terceiros
UNIDADE 6 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO
6.1) Conceito: é o direito do Fisco de EXIGIR o cumprimento. Decorre da obrigação tributária e tem a mesma natureza.
LEI + FATO GERADOR = OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (ilíquida, incerta e inexigível)
				 LANÇAMENTO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
								 (líquido, certo e exigível)
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
6.2) A constituição do crédito tributário se dá pelo LANÇAMENTO. Trata-se de atividade declaratória e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. É uma atividade administrativa tendente a verificar a ocorrência do fato gerador, identificar o sujeito passivo, calcular o montante devido.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
6.3) Revisão do lançamento:
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
a) IMPUGNAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO: defesa apresentada na esfera administrativa que dá início a fase litigiosa.
b) RECURSO DE OFÍCIO: recurso do Fisco nos casos em que a decisão de 1° instância na esfera administrativa é favorável ao sujeito passivo.
c) INICIATIVA DE OFÍCIO: Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. + Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
6.4) Tipos de lançamento.
a) DE OFÍCIO/DIRETO: é realizado pela autoridade administrativa sem qualquer participação do sujeito passivo. Ex.: IPTU, IPVA.
b) MISTO/POR DECLARAÇÃO: é realizado pela autoridade administrativa com base nas declarações (informações) do sujeito passivo. O cálculo é realizado pela Fazenda Pública. Ex.: II, IE, ITCD, ITBI.
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiros, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração

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