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FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA CONTEÚDO 2 – FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA O estudo da fisiologia respiratória pode ser dividido em cinco grandes eventos funcionais: - A ventilação pulmonar que é a renovação cíclica do gás alveolar pelo ar atmosférico e fluxo sanguíneo ou perfusão alveolar; - A difusão do oxigênio (O2) e do dióxido de carbono (CO2) entre os alvéolos e o sangue; - O transporte no sangue e nos líquidos corporais do oxigênio e dióxido de carbono dos pulmões para as células e das células para os pulmões; - Mecânica respiratória; - A regulação central e periférica da ventilação. 1. VENTILAÇÃO Consiste no mecanismo de entrada e saída do ar nas vias aéreas, através de alterações pressóricas. A. SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório é complexo e possui uma zona condutora, onde não há troca gasosa, chamada de espaço morto anatômico e uma zona respiratória, onde ocorrem as trocas gasosas. Zona condutora: Fossas nasais, nasofaringe, orofaringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais. Funções: Aquecer, filtrar e umidificar e conduzir o ar para zona respiratória. As vias condutoras são revestidas por células secretoras de muco e células ciliadas que atuam na remoção das partículas inaladas e suas paredes contém músculo liso, que recebe inervação simpática eparassimpática, que exercem efeitos opostos sobre o diâmetro da via aérea. O SNA Simpático – estimula a liberação de adrenalina no músculo liso dos brônquios produzindo relaxamento e dilatação. Os Neurônios colinérgicos parassimpáticos – receptores muscarínicos produzem constrição das vias aéreas. Zona Respiratória: Bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares, conhecida como ácino pulmonar, onde ocorrem as trocas gasosas. Os Bronquíolos respiratórios são considerados integrantes de troca gasosa; são estruturas transacionais. Os alvéolos são evaginações saculares da parede dos brônquiolos respiratórios, dos ductos alveolares e dos sacos alveolares. Cada pulmão contém aproximadamente 300 milhões de alvéolos. O diâmetro de cada alvéolo é de cerca de 0,3 mm. As paredes alveolares são muito delgadas, e tem grande área de superfície para difusão dos gases. Os alvéolos contém células fagocíticas – macrófagos alveolares (que mantêm os alvéolos livres de poeira detritos, visto que este não tem cílios). Os 3 principais caminhos que promovem a ventilação colateral no pulmão são: poros de Kohn, canais de Lambert e canais de Martin. As paredes alveolares contêm fibras elásticas e revestidas por células epiteliais chamadas Pneumócitos tipo I e tipo II. Os Pneumócitos tipo II sintetizam o surfactante pulmonar (necessário para diminuir a tensão superficial dos alvéolos) e tem capacidade regenerativa para pneumócitos tipo I e tipo II. B. VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES Os volumes e capacidades são, em sua grande parte, medidos através da “espirometria”, um procedimento que objetiva observar os movimentos inspiratórios e expiratórios e com isso medir tais volumes e capacidades. Vale a pena lembrar que a espirometria mede apenas aqueles volumes e capacidades que entram e saem dos pulmões e não aqueles que persistem nos pulmões após uma expiração máxima. Desta maneira, a espirometria não mede volume residual, capacidade residual funcional e capacidade pulmonar total. Volumes pulmonares: · Volume corrente (VC): É o volume de ar inspirado ou expirado num ciclo respiratório. Varia de acordo com o pessoa. · Volume de reserva inspiratória (VRI): É o máximo volume de ar que ainda pode ser inspirado após uma inspiração basal. VRI= 3.000 ml · Volume de reserva expiratória (VRE): É todo o volume que se consegue expirar após uma expiração basal. VRE=1.200 ml · Volume residual (VR): É o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração máxima e forçada. VR=1.200 ml Capacidades pulmonares: Soma de dois ou mais volumes pulmonares. São elas: ·Capacidade inspiratória (C.I.): É o volume máximo que uma pessoa pode inspirar após uma expiração basal. Ela corresponde, numericamente, à somatória do volume corrente com o volume de reserva inspiratória, ou seja, CI= VC+VRI. CI=3.500 ml ·Capacidade vital (C.V.): É o volume máximo de ar mobilizado entre uma inspiração e expiração máximas. É a somatória de volume corrente, volume de reserva inspiratória e volume de reserva expiratória, ou seja, CV= VC+VRI+VRE. CV= 4.800 ml ·Capacidade residual funcional (CRF): É o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração basal, ou seja, é a somatória do volume de reserva expiratória com volume residual. Assim, CRF=VRE+VR = 2400 ml Esta capacidade é importante para manutenção do volume pulmonar e trocas gasosas. ·Capacidade pulmonar total (CPT): É o volume contido nos pulmões após uma inspiração máxima, ou seja, é a soma de todos os volumes pulmonares. CPT= VC + VRI + VRE + VR = 6.000 ml. Os volumes e capacidades pulmonares variam de pessoa para pessoa e também sofrem alterações fisiológicas e patológicas. C. VENTILAÇÃO ALVEOLAR Outro conceito importante para o entendimento da ventilação alveolar como um todo é o volume corrente minuto (VCM). Este refere- ao volume de ar inspirado ou expirado em 1 minuto, ou seja, é o produto entre volume corrente e frequência respiratória. A ventilação alveolar (VA) é a intensidade de renovação do ar nas trocas gasosas que ocorrem nos alvéolos e bronquíolos respiratórios. A ventilação alveolar depende do volume alveolar, que por sua vez depende do volume corrente e do volume do espaço morto (VEM), e da frequência respiratória (FR), ou seja, do número de ciclos respiratórios na unidade de tempo. A relação desses três fatores com a ventilação alveolar se dá pela seguinte equação: VA = (VC-EM) x FR. A ventilação alveolar é diretamente proporcional ao CO2 exalado e inversamente proporcional a pressão alveolar de CO2 (PaCO2) Um aumento da ventilação alveolar é consequente de uma hiperventilação alveolar que pode se dar, por sua vez, por aumento de VC ou FR. Quando a ventilação aumenta, o CO2 exalado aumenta e o resultado é uma queda na pressão parcial de dióxido de carbono. Causas: dor, febre, insuficiência respiratória, agitação, ventilação mecânica inadequada e exercício físico. Uma queda da ventilação alveolar consequente de uma hipoventilação alveolar pode se dar por diminuição do VC ou diminuição do FR ou aumento do VEM, causando aumento da pressão parcial de dióxido de carbono. Causas: diminuição do comando ventilatório, lesão medular alta, fraqueza muscular, fadiga muscular, restrição de caixa torácica e obstrução de vias aéreas superiores. Essas relações são de grande importância na medida que quanto maior a ventilação alveolar mais eficiente são as trocas gasosas. Isso ocorre até uma certa frequência respiratória. D. DIFERENÇAS REGIONAIS DA VENTILAÇÃO A ventilação alveolar é desproporcional nas diferentes regiões pulmonares e é maior na região dependente dos pulmões, portanto no indivíduo sentado ou em pé, a ventilação é maior na base dos pulmões. As responsáveis por esta diferença são: pressão pleural, pressão alveolar e ação da gravidade. No repouso apressão pleural é negativa devido o recuo elástico dos pulmões, porém ela é mais negativa nos ápices, pois na base o pulmão “pesa” sobre a pleura. Isto gera uma maior pressão alveolar nos ápices e menor volume de repouso nas bases, aumentando a capacidade de ventilação nas bases. 1.1- PERFUSÃO PULMONAR O volume de sangue que sai do ventrículo direito (VD) é igual ao volume de sangue que deixa o ventrículo esquerdo (VE), porém a pressão do VD é 6 vezes menor que a pressão do VE, isto ocorre porque a resistência vascular do pulmão é menor que a resistência vascular sistêmica. Existem 3 causas principais para a baixa resistência vascular pulmonar: a artéria pulmonar é mais elástica que a artéria aorta, a circulaçãopulmonar não tem arteríolas (vasos que tem músculo liso e tônus) e os mecanismos de distensão e recrutamento dos capilares pulmonares. A perfusão pulmonar não é homogênea no pulmãoe a região dependente é a mais perfundida, assim no indivíduo sentado ou em pé a perfusão é maior nas bases e isto ocorre porque a pressão alveolar no ápice é maior que a pressão arterial, comprimindo os capilares e diminuindo o fluxo de sangue. Já na base os alvéolos estão “murchos”, com menor volume de repouso, a pressão arterial é maior que a pressão alveolar gerando maior fluxo sanguíneo. 1.2 -. RELAÇÃO VENTILAÇÃO-PERFUSÃO (V/Q) No ápice pulmonar a ventilação é baixa, porém a perfusão é menor ainda, o que gera uma alta relação V/Q, desproporcional para troca gasosa. Na base a ventilação é alta, mas a perfusão é maior ainda, o que gera uma baixa relação V/Q e não ideal para troca. No terço médio dos pulmões a relação V/Q é mais proporcional e ideal para troca. Estas diferenças regionais da relação V/Q acabam diminuindo o conteúdo arterial de O2. 2. DIFUSÃO A difusão do oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) ocorre passivamente nos alvéolos e obedece a lei de Fick que leva em consideração os seguintes itens: - Diferencial de pressão: quanto maior o diferencial de pressão, maior será a difusão. - Área: quanto maior a área pulmonar, maior a difusão. - Espessura da membrana alvéolo-capilar: quanto menor a espessura da membrana, maior será a difusão. - Peso molecular do gás: quanto maior o peso, menor será a difusão. - Solubilidade do gás: quanto maior a solubilidade, maior será a difusão. O CO2 é 20 vezes mais solúvel que o O2. Em condições normais a difusão do O2 e CO2 ocorre de forma muito rápida nos pulmões, sendo limitada pela perfusão sanguínea. 3. CAUSAS DE HIPOXEMIA A hipoxemia é a diminuição de oxigênio no sangue arterial, ou seja a diminuição da PaO2. Existem 4 causas de hipoxemia: - Diminuição na difusão. Qualquer alteração nos fatores determinantes da difusão (Lei de Fick) , pode gerar hipoxemia. Por exemplo, em altas altitudes a pressão barométrica diminui e a pressão alveolar de O2 também cai, diminuindo o diferencial de pressão entre o alvéolo e o sangue, o que prejudica a difusão. - Hipoventilação: a diminuição da ventilação alveolar, diminui a pressão alveolar de oxigênio e consequentemente a pressão arterial de oxigênio. - Efeito shunt: são áreas alveolares perfundidas, mas não ventiladas. Ex: atelectasia alveolar - Efeito espaço morto: são áreas alveolares ventiladas, mas não perfundidas. Ex: tromboembolia pulmonar. 4. TRANSPORTE DE GÁS À PERIFERIA O gás oxigênio é transportado de duas formas no sangue: a maior parte vai ligado à hemoglobina, formando a oxi-hemoglobina, gerando a saturação arterial de oxigênio (SaO2) que no adulto normal é 98% ou dissolvido no plasma que gera a pressão arterial do oxigênio (PaO2). A relação entre as duas formas de transporte de O2 resulta na curva da dissociação da hemoglobina, representada abaixo: O traçado contínuo é o parâmetro em condições normais, e que assim, para uma PO2 de 60mmHg, por exemplo, temos 90% de saturação correspondente. O desvio da curva para direita, significa menor saturação da hemoglobina, por menor afinidade da hemoglobina com o oxigênio e maior descarregamento de oxigênio para os tecidos, o que ocorre durante o exercício físico. Como consta na figura, existem alguns elementos que podem desviar a curva normal como diminuição do pH, aumento da temperatura, aumento do CO2 (chamado Efeito Bohr) e o aumento do 2,3DPG (difosfoglicerato). O desvio da curva para esquerda: aumento do pH (alcalose), diminuição de temperatura, diminuição de CO2, diminuição de 2,3DPG. O CO2 é transportado de três formas: ligado a hemoglobina, dissolvido no plasma e na forma de bicarbonato. 5. MECÂNICA RESPIRATÓRIA Como já citado, a ventilação pulmonar é o processo no qual o ar contido no interior dos pulmões e é constantemente renovado. Essa renovação dá-se através de um fluxo aéreo do meio externo para o interior dos pulmões (inspiração) e vice-versa (expiração). O fluxo aéreo ocorre de acordo com uma variação de pressão entre o meio intrapulmonar e o meio ambiente e por uma função de condutância. Essa última é acarretada indiretamente, pela ação dos músculos respiratórios. Cabe citar aqui quais as pressões que vão culminar com a geração de uma variação de pressão tal que promova entrada ou saída de ar dos pulmões. Em um fluxo inspiratório a pressão intrapulmonar é menor que a do meio. No fluxo expiratório o inverso ocorre, ou seja, a pressão intrapulmonar é maior que a do meio. Normalmente, a pressão do meio ambiente não varia e então é necessário que ocorram mudanças da pressão intrapulmonar para que hajam os fluxos respiratórios. A pressão intrapulmonar é composta por outras pressões que são: • pressão intrapleural • pressão transtorácica Pressão intrapleural (Ppl): É aquela que se forma entre os folhetos visceral e parietal da pleura, na cavidade pleural e contribui para a aproximação do tórax aos pulmões. Ela é resultante de forças elásticas do pulmão (no sentido de retração) e de forças elásticas do arcabouço da caixa torácica. Em relação às forças elásticas do pulmão temos que elas são oriundas do tecido elástico pulmonar, cuja tendência é de retração após uma distensão e tensão superficial dos alvéolos, ou seja, força elástica causada pela tendência ao colabamento alveolar. Isso decorre do fato que as moléculas de água do interior dos alvéolos em contato com o ar tendem-se a atrair e, então, ocorre expulsão do ar alveolar com consequente colabamento. Como isso tende a ocorrerde maneira global, o resultado final é a geração de uma força elástica contrátil na totalidade dos pulmões. A tensão superficial é diminuída pela produção do “surfactante”, produzido pelos pneumócitos tipo II, entre a vigésima e trigésima quinta semana de gestação. Tal substância, é uma lipoproteína, com uma porção hidrofóbica (repelida pela água) e outra hidrofílica (atraída pela água) e reduz a tensão superficial através de sua ação “detergente” sobre a molécula de água, levando indiretamente a menor tendência ao colabamento. As forças de retração elástica do pulmão (FREP) têm como resultante uma força que tende a diminuir o volume (contração), já as forças elásticas do arcabouço da caixa torácica (FECT) agem no sentido de aumentar o volume de tal caixa (sentido contrário que FREP). Durante uma expiração normal, as forças de retração elásticas do pulmão estão em equilíbrio com a força elástica do arcabouço da caixa torácica. A diferença entre essas 2 forças estabelece a pressão intrapleural (Ppl). Uma expiração normal, Ppl equivale a aproximadamente 5 mm de água abaixo da pressão atmosférica. Por esse motivo, se consideramos a pressão atmosférica (Patm) igual a zero (Patm=10mmHg), fala-se que a Ppl é a pressão negativa intrapleural. A conclusão é que Ppl é inferior que a do meio ambiente. Pressão transpulmonar (Ptp): É a diferença entre as pressões no alvéolo (PA) e na pleura (Ppl). A pressão transpulmonar exerce a força que mantém o parênquima expandido. Assim, temos a seguinte equação: Ptp= Pa – Ppl No estudo da mecânica respiratório é necessário estudarmos as definições de complacência pulmonar e resistência das vias aéreas e os fatores que as influenciam. A. COMPLACÊNCIA PULMONAR É a capacidade dos pulmões de distensão, é a variação de volume por variação de pressão. No indivíduo sadio a complacência pulmonar é 200 ml/cmH2O. Fatores que influenciam na complacência: - Tensão superficial - Surfactante pulmonar - Volume de sangue pulmonar - Componente elástico do pulmão B. RESISTÊNCIA DAS VIAS AÉREAS Resistência das vias aéreas é toda força que se opõe ao fluxo aéreo. Ela é diretamente proporcional a pressão e inversamente proporcional ao fluxo de ar, ou seja quanto maior a resistência, maior a pressão e menor o fluxo. Fatores que determinam a resistência: - Tipos de fluxo aéreo: turbulento ( alto choque entre as moléculas de gás, gerando alta resistência), transicional (resistência intermediária gerada pela ramificação das vias aéreas) e laminar (fluxo de baixa resistêncialocalizado nas vias aéreas de pequeno calibre). - Raio das vias aéreas ou área de secção transversal: quanto maior o raio ou a área, menor a resistência. - Tônus das vias aéreas. - Fase da ventilação: na expiração a resistência é maior que na inspiração. - Capacidade de condutância: secreção, broncoespasmo, tubo oro traqueal diminuem a condutância e aumentam a resistência. 6. REGULAÇÃO CENTRAL E PERIFÉRICA DA VENTILAÇÃO O controle central da ventilação ocorre principalmente no Bulbo, onde estão localizados os quimiorreceptores centrais, responsáveis por detectar o aumento indireto de CO2 e direto do H+ e estimular a inspiração, é o responsável por controlar a frequência respiratória. Já na ponte ficam neurônios responsáveis por inibir a inspiração e permitir a ocorrência da expiração. O controle periférico está localizado nos quimiorreceptores posicionados na artéria aorta e artéria carótida. Eles são responsáveis por detectar a o aumento do H+, aumento do CO2 e a diminuição do O2 no sangue arterial e estimular a inspiração. CONTEÚDO 3 – AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA 1. ANAMNESE É a técnica de un interrogatório médico. Quando feito apropriadamente contribui para mais de 50% do diagnóstico. Se detalhado diminui o número de diagnósticos diferenciais. A ) IDENTIFICAÇÃO: ● NOME ● IDADE ● SEXO ● RAÇA ● ESTADO CIVIL ● NACIONALIDADE ● NATURALIDADE ● PROCEDÊNCIA ● ENDEREÇO ● PROFISSÃO ● ● B) HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL : ● QUEIXA PRINCIPAL que levou o paciente a buscar auxílio médico. Anotá-lo com as mesmas palavras que o paciente relatou. ● Estudo detalhado dos sintomas ● Há quanto tempo começou o sintoma? ● Como começou? ● Como evoluiu para o quadro atual? ● O que sente agora? ● Consegue citar fatores que pioram o sintoma? ● Consegue citar fatores que melhoram o sintoma? ● O sintoma é constante ou intermitente? ● Detalhar ao máximo sua HMA. Extrair do paciente todas as informações que ele puder fornecer. ● ● C ) HISTÓRIA DA MOLÉSTIA PREGRESSA: ● Relato de doenças anteriores que podem estar relacionadas com a queixa principal. ● Relato de doenças anteriores que aparentemente não estão relacionadas com a queixa principal. ● Doenças da infância. ● ● D ) ANTECEDENTES FAMILIARES: ● Relatar as doenças que acometem pais, avós, parentes com consanguinidade. ● Ex: Diabetes Mellitus, HAS, obesidades, doenças psiquiátricas, síndromes. ● ● E ) ANTECEDENTES PESSOAIS: ● Descrever todas as doenças que este paciente já teve. ● Relatar se o paciente já passou por tratamento cirúrgico e qual foi. ● Se já fez tratamento clínico prolongado e quais medicamentos fez uso. ● Se já usou medicação imunossupressora. ● Se já fez uso prolongado de corticóide ● Se faz uso de alguma medicação atualmente. ● ● F ) HÁBITOS DE VIDA: ● Investigar hábitos como tabagismo, etilismo, uso inadvertido de psicotrópicos, drogas injetáveis ou inaladas, promiscuidade. ● ● G ) QUEIXAS RESPIRATÓRIAS: EXPECTORAÇÃO: Descrever quantidade, aspecto, cor/tipo, frequência da expectoração. A secreção pode se apresentar de várias formas: purulenta (típica das infecções pulmonares), serosa (típica do edema agudo de pulmão e se apresenta espumosa e rósea) e mucóide (clara, fluida e sem cheiro, típica do paciente asmático). TOSSE: Classificar os tipos: seca, produtiva, eficaz, ineficaz. DOR: 1. Dor pleural: É súbita e em “pontada”. Dor ventilatória dependente, ou seja, depende de esforço inspiratório para ocorrer. A pleura parietal é inervada, portanto dói. Já a pleural visceral não tem inervação. 2. Dor na parede torácica/muscular: Difusa e genericamente interpretada; referida como “dor no peito”. Pode ser de origem muscular (mais freqüente) ou nervosa. Quando muscular, maior identificação à palpação, ocorre quando um músculo é estirado ou passa por estresse (Ex: exercício intenso). Pode ser comum também em pneumonias e estado gripal. 3. Dor precordial: Ocorre por isquemia miocárdica. Forte intensidade, em pontada e irradiada. DISPNÉIA: É a falta de ar. Relatar se é subjetiva ou objetiva. Classificar o grau da dispneia. 2. EXAME FÍSICO: 2.1) AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA a) NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: ● Acordado/ Consciente: Indivíduo tem consciência de todos os seus atos. ● Confuso: O paciente encontra-se acordado, mas desorientado, geralmente quanto ao tempo e espaço. ● Sonolento: Indivíduo passa a maior parte do tempo dormindo mas ao ser chamado verbalmente é capaz de conversar e encontrar-se orientado. ● Torporoso: O estado de torpor é um “pré-coma”. O paciente mal consegue abrir os olhos ao estímulo intenso. ● Comatoso: O quadro de lesão neurológica estará instalado. Para avaliar o nível de consciência podemos aplicar escala de coma de Glasgow, conforme figura abaixo: E para pacientes sedados podemos utilizar a escala de Ramsay: b) RESPOSTA A DOR: a estimulação dolorosa pode ser realizada através de compressão esternal e da glabela e através de estímulos dolorosos nas extremidades. c) DEFICIT MOTOR: observar possíveis e aparentes déficits como: hemiparesia, paraparesia. d) PUPILAS As pupilas normais são aquelas que apresentam o reflexo de fotorreação positivo e tamanhos iguais e simétricos – isocoria Pupilas assimétricas são chamadas de anisocoricas e podem indicar uma hipertensão intracraniana. Pupilas com tamanho aumentado e sem o reflexo de foto reação são chamadas de midriáticas e pode indicar lesão neurológica grave ou morte encefálica. Pupilas com tamanho diminuído são chamadas de mióticas o que pode indicar sedação profunda. 2.2) AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS E ESTADO GERAL a) FREQUÊNCIA CARDÍACA: ● Normal: 60 a 100 bpm. ● Taquicardia: acima de 100 bpm. ● Bradicardia: Abaixo de 60 bpm. ● ● b) PRESSÃO ARTERIAL: ● ● Normal: PA sistólica menor 140 mmHg e PA diastólica menor 90 mmHg e PA sistólica maior 100 mmHg e PA diastólica maior 60 mmHg. ● Hipertensão: PA maior e igual a 140 x 90 mmHg. ● Hipotensão: PA menor e igual a 100 x 60 mmHg ● ● c) TEMPERATURA: ● Normal: 36º ● Febre: acima de 37.8º ● Febre alta: acima de 38.5º ● ● d) CIANOSE: é a cor arroxeada da pele. Observar se é central ou periférica. A cianose central é observada nos lábios e mucosas, já a cianose periférica é observada nas extremidades e leito ungueal. 2.3) AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA ● INSPEÇÃO ESTÁTICA: Examinaremos a forma do tórax, anomalias congênitas ou adquiridas, simétricas ou não. ● ● INSPEÇÃO DINÂMICA: Observaremos os movimentos torácicos, suas características e suas alterações. ● ● PALPAÇÃO: Complementação da inspeção, avaliando a mobilidade da caixa torácica. Permite que as lesões superficiais e profundas sejam examinadas quanto à sua forma, consistência e volume. ● A) INSPEÇÃO ESTÁTICA : a) MORFOLOGIA DO TÓRAX: ● Em relação ao biotipo do paciente. Levaremos em conta a abertura do ÂNGULO DE CHARPY ( formado pelo apêndice xifóide do esterno e as últimas costelas). Pode ser classificado em: ● Longilíneo: Ângulo de Charpy < 90º ● Normolíneo = 90º ● Brevilíneo > 90º -TIPOS DE TÓRAX PATOLÓGICOS: ● TÓRAX EM TÓNEL: Caracteriza-se pelo aumento exagerado do diâmetro anteroposterior do tórax. ● TÓRAX INFUNDIBULIFORME OU PECTUS ESCAVATUM (“PEITO DE SAPATEIRO”): Caracteriza-se por depressão do esterno, geralmente é de natureza congênita. ● TÓRAX CARINIFORME OU PECTUS CARINATUM (“PEITO DE POMBO”): Apresenta proeminência do esterno. Pode ter origem congênita ou adquirida. ● TÓRAX EM SINO: Tem como característica a parte inferior exageradamente alargada. Ocorre em hepatoesplenomegalia ou ascite volumosa. ● TÓRAX ASSIMÉTRICO: Presença de alterações funcionais ou patológicas que diferenciam um hemitórax do outro. ● ● b) PELE E SISTEMA ESQUELÉTICO: ● Observar presença de cicatrizes. ● Estado nutricional da pele (cor, hidratação). ● Observar a cor (cianose ou palidez cutânea). ● Simetria das mamas, presença de nódulos, ginecomastia (aumento do tamanho da mama). ● Comparar estado de grupos musculares bilateralmente. ● Procurar por alterações de partes ósseas como abaulamentos (podem indicar presençade tumores, fraturas de costelas patológicas). ● B) INSPEÇÃO DINÂMICA: a) FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: ● Eupneico: 12 a 18 rpm ● Taquipnéia: Acima de 18 rpm ● Bradipnéia: Abaixo de 12 rpm. ● b) TIPOS DE RESPIRAÇÃO/ PADRÃO RESPIRATÓRIO: ● Tóraco-abdominal com predomínio costal (ou apical). ● Tóraco-abdominal com predomínio diafragmático (ou basal ou abdominal). ● c) SINAIS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO: ● Tiragens: As tiragens podem ser supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou epigástrica ● Batimento da asa do nariz. ● Uso da musculatura acessória. ● Padrão paradoxal: é o padrão invertido, ocorrendo a expansão da região inferior do tórax na expiração e a interiorização na inspiração, indicando uma fadiga muscular diafragmática. C) PALPAÇÃO: a) EXPANSIBILIDADE TORÁCICA: ● É avaliada com o objetivo de verificar a expansão pulmonar e possíveis assimetrias entre os hemitórax direito e esquerdo. ● O procedimento consiste em colocar as mãos sobre o tórax, na borda inferior das últimas costelas, solicitando ao paciente que realize inspirações profundas. ● Durante o procedimento, o terapeuta observa se há ou não discrepâncias durante o movimento da caixa torácica b) FRÊMITO TÓRACO VOCAL (FTV): ● Corresponde as vibrações das cordas vocais transmitidas à parede torácica. Para que possamos sentir essa vibração devemos pronunciar palavras ricas em consoantes como o “trinta e três”. É avaliado com a mão do terapeuta sobre o tórax do paciente. ● FTV NORMAL: É mais nítido nos ápices pulmonares do que nas bases. ● FTV DIMINUÍDO: Em situações que “afastem” o parênquima pulmonar da caixa torácica. Ex: Derrame pleural, Pneumotórax. ● FTV AUMENTADO: Situações que possam propagar o som até a região a ser examinada. Ex: Condensações pulmonares (Pneumonias), desde que os brônquios estejam pérvios. ● c ) PERCUSSÃO: ● CLARO ATIMPÂNICO (som claro pulmonar): Sonoridade pulmonar normal. Observa-se ao percutir as regiões infra claviculares. ● TIMPANISMO: Ex: Pneumotórax, Asma. Observa-se ao se percutir o estômago. ● SUBMACIÇO: Ex: PNM. Observa-se ao percutir a região inferior do esterno. ● MACIÇO: Ex: Atelectasias. Observa-se ao percutir a região infra mamária direita. ● D ) AUSCULTA PULMONAR: ● Método de exploração funcional que tem por objetivo identificar os sons fisiológicos e/ou patológicos que ocorrem no interior dos pulmões durante a ventilação. ● Deve ser feita em local silencioso e de maneira cômoda tanto para o paciente como para o terapeuta. ● O tórax deve estar desnudo para que não haja interferência de sons extrínsecos. ● O terapeuta deve acoplar o estetoscópio na região a ser examinada e evitar receber o ar expirado pelo paciente. ● As regiões da ausculta são: anterior, posterior e lateral. Sempre de forma comparativa. ● a) SOM FISIOLÓGICO: Refere-se ao murmúrio vesicular (MV), que é a passagem do ar pelas vias aéreas. Em casos patológicos ele pode estar reduzido ou abolido. b) SONS PATOLÓGICOS: Conhecidos como ruídos adventícios: - RONCOS: indicam secreção espessa em vias aéreas. - SIBILOS ( INPIRATÓRIOS E EXPIRATÓRIOS): Sibilos inspiratórios podem indicar secreção em vias aéreas de médio calibre, já o sibilos expiratórios indicam broncoespasmo. - ESTERTORES CREPTANTES: Indicam secreção ou edema em vias aéreas de pequeno calibre. - ESTERTORES SUBCREPTANTES OU BOLHOSOS: Indicam secreção ou edema em vias aéreas de pequeno calibre. A mensuração dos volumes e capacidades pulmonares, através do ventilometro, bem como a força dos músculos respiratórios, através do manovacuômetro, fornece importantes parâmetros para a avaliação da capacidade ventilatória do paciente. Por meio destes, podem-se detectar alterações ventilatórias funcionais, compreendê-las, tratá-las e acompanhar o progresso do tratamento de forma apropriada. CONTEÚDO 4- GASOMETRIA ARTERIAL E RADIOGRAFIA DE TÓRAX 1. GASOMETRIA ARTERIAL Exame de sangue arterial que avalia o pH sanguíneo, bicarbonato e a pressão arterial de oxigênio e dióxido de carbono. A. EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE • Ácido = substância que pode fornecer íons hidrogênio para a solução; • Base = substância que combinará com íons hidrogênio e, portanto, as removerá. • pH = concentração de íons hidrogênio no líquido extracelular. Valor normal = 7.4 Eq/l • pH = log / conc. H + pH baixo = alta concentração de H+ = acidose pH alto = baixa concentração de H+ = alcalose Desvios extremos de equilíbrio ácido-base, acompanham grandes alterações das funções dos órgãos vitais e pode determinar a morte do indivíduo. Sistemas de controle Tampão ácido-base: Solução que tem associação de duas ou mais substâncias químicas que impedem alterações na concentração de H+, quando um ácido ou uma base é adicionada à solução. O termo tampão descreve uma substância química que, por sua presença na solução, reduz a variação do pH causada pela adição de um ácido ou uma base. Um tampão é uma mistura de um ácido fraco e seu sal alcalino e uma base fraca e seu sal ácido. Sistemas de controle da concentração de H+: - Sistemas tampão bicarbonato: dura segundos - Sistema respiratório: dura em média 1 a 12 minutos - Controle renal: dura horas a dias DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE: Equilíbrio Normal pH = Controle Renal (HCO3) Controle Pulmonar (PCO2) pH = 7,4 B. VALORES NORMAIS DE GASOMETRIA ARTERIAL: • pH = 7.35 a 7.45 • PaCO2 = 35 a 45 • PaO2 = 80 a 100 • HCO3 = 22 a 28 • BE = -3 a +3 • SaO2 > 90% C. DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS PRIMÁRIOS pH baixo= HCO3 = acidose respiratória alta PaCO2 pH alto= HCO3 = alcalose respiratória baixa PaCO2 Condições Clínicas Acidose Respiratória 1 – Causas - Hipoventilação - Distúrbio V/Q 2 – Sintomas - Agitação - Tremor - Alterações do humor - Torpor Condições Clínicas Alcalose Respiratória 1 – Causas - Hiperventilação 2 – Sintomas - Parestesia - Reflexos hiperativos - Tontura e desmaio D. DISTÚRBIOS METABÓLICOS PRIMÁRIOS pH baixo= baixo HCO3 = acidose metabólica PaCO2 pH alto = HCO3 aumentado = alcalose metabólica PaCO2 Condições Clínicas Acidose Metabólica 1 – Causas - Acúmulo de ácidos no sangue - Perda excessiva de bicarbonato 2 – Sintomas - Taquipnéia - Letargia e coma Condições Clínicas Alcalose Metabólica 1 – Causas - Perda de ácidos no sangue - Acúmulo excessivo de bicarbonato 2 – Sintomas - Hipoventilação E. DISTÚRBIOS MISTOS pH baixo= baixo HCO3 = acidose mista alta PaCO2 pH alto = HCO3 aumentado = alcalose mista baixa PaCO2 F. AVALIAÇÃO DA HIPOXEMIA - Se a PaO2 estiver <80 = com hipoxemia - Se a PaO2 estiver de 80 a 100 = sem hipoxemia - Se a PaO2 estiver >100 = com hiperoxemia Fatores que influenciam a PaO2 - Idade - FiO2 - Altitude - PaCO2 Efeitos da hipoxemia BRANDA - Diminuição do desempenho mental - Diminuição da acuidade visual - Hiperventilação branda - Taquicardia - Hipertensão branda SEVERA - Cefaléia - Sonolência - Convulsão - Bradicardia - Hipotensão - Lesão cerebral permanente 2. RADIOGRAFIA DE TÓRAX A Radiografia de tórax desempenha um importante papel no diagnóstico das doenças intratorácicas. Os achados radiológicos precisam ser integrados aos achados clínicos, laboratoriais e histológicos. A. QUALIDADE DA RADIOGRAFIA Uma boa radiografia depende da qualidade da mesma e respeita os seguintes princípios: - Penetração (peso x radiação) – potência utilizada. Devemos observar as vértebras até o botão aórtico. - Inspiração – 8 a 10 espaços intercostais. - Centralização – posição do paciente, todos os campos pulmonares na radiografia - Alinhamento B. INCIDÊNCIA RADIOLÓGICA Um dos fatores mais importantes para considerar a análise diagnóstica de qualquer patologia pleuro-pulmonar, é saber escolher e identificar a melhor forma de incidência destes raios no tórax do paciente. As incidênciasmais utilizadas ultimamente são as seguintes: - PA (Póstero - anterior): mais indicado, uma vez que o coração fica mais próximo do filme e sua imagem fica menos distorcida e mais nítida. - AP (Antero – posterior): comum em pacientes em UTI. - Perfil esquerdo : melhor visualização do coração. - Lordótica: melhor visualização de ápices pulmonares. - Expiração: confirmação para Pneumotórax. - Décubito lateral – Laurell: confirmação de presença de líquido na cavidade pleural. As incidências consideradas padrão para diagnóstico radiológico são:póstero-anterior e perfil. C. ROTEIRO PARA ANÁLISE DA RADIOGRAFIA Avaliar de fora pra dentro. 1-Estruturas moles 2-Estruturas ósseas 3-Diafragma,seio costofrênico 4-Mediatino superior: Traquéia, cânula, cuff, carina, brônquios 5-Mediastino médio: hilo, seio cardiofrênico, coração 6-Pleura 7-Parênquima pulmonar D. PADRÕES DE ANORMALIDADE NO PARENQUIMA PULMONAR - Hipertransparência = preto - Hipotransparência = branco = opacidade - Padrão alveolar ou nodular - Padrão intersticial ou reticular - Padrão misto a) MASSA PULMONAR - Hipotransparência regular - Maior do que 3 cm Causa: - Carcinoma broncogênico - Pneumonia - Atelectasia - Silicose b) OPACIDADE DIFUSA ● Padrão alveolar e intersticial difuso ● ● Reforço da trama ● ● Opacidade periférica ● Causas: - SDRA - Fibrose Pulmonar - Pneumonia - Edema agudo de pulmão c) CONSOLIDAÇÃO PULMONAR - Opacidade homogênea - Presença de broncograma - Borra o mediastino Causas: - Pneumonia - Atelectasia: além da consolidação, pode haver imagem de diminuição dos espaços intercostais, elevação da cúpula diafragmática e deslocamento do mediatino ipsilateral à lesão. - Neoplasia d) AUMENTO HILAR OU MEDIATINAL - Aumento do hilo - Aumento do índice cardiotorácico Causas: - Linfoma - ICC - Sarcoidose - Hipertensão pulmonar e) DERRAME PLEURAL - Opacidade homogênea - Opacidade ou velamento do seio costo-frênico e cardio-frenico. - Má visualização das cúpulas - Desvio do mediastino contralateral à lesão. f) LESÕES CAVITÁRIAS - Opacidade cavitária com paredes bem definidas - Único ou múltiplo - Imagem hidroaéreo Causas: - Abcesso - Tuberculose: mais comum no ápice direito. - Cisto - Bronquiectasia g) HIPERTRANSPARÊNCIA - Campos hipertransparentes - Retificação da cúpula - Horizontalização das costelas - Coração gota Causas: - DPOC - Pneumotórax: é comum a visualização da linha pleural paralela a caixa torácica, imagem hipertransparente entre os folhetos pleurais e nos casos mais graves pode haver deslocamento do mediastino contralateral a lesão, retificação da cúpula do diafragma e aumento dos espaços intercostais. - Asm CONTEÚDO 5 – MANOBRAS E TÉCNICAS DE HIGIENE BRÔNQUICA E DE REEXPANSÃO PULMONAR A fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das doenças respiratórias, utilizando-se de diversas técnicas com o objetivo de estabelecer ou reestabelecer um padrão respiratório funcional. 1. MANOBRAS E TÉCNICAS DE HIGIENE BRÔNQUICA Consistem em técnicas manuais, posturais e cinéticas dos componentes tóraco-abdominais, que podem ser aplicadas isoladamente ou em associação com outras técnicas, que genericamente tem os seguintes objetivos: mobilizar e eliminar secreções pulmonares; melhorar a ventilação pulmonar; promover a reexpansão pulmonar; melhorar a oxigenação e trocas gasosas; diminuir o trabalho respiratório e o consumo de oxigênio; prevenir complicações e acelerar a recuperação do paciente. As manobras de higiene brônquica são indicadas quando a função do sistema mucociliar está debilitada ou quando há uma lesão importante nas vias aéreas. Como consequência ocorre acumulo de secreção no sistema respiratório, necessitando do atendimento fisioterapêutico, visando reestabelecer a funcionalidade do sistema respiratório A) Drenagem postural A drenagem postural é uma técnica geralmente utilizada para potencializar as ações de outras manobras, de fisioterapia respiratória. A técnica consiste em posicionar o paciente em decúbito que favoreçam o deslocamento das secreções brônquicas, por meio do auxilio da força da gravidade associada à anatomia e nessas posições permanecer. Essa técnica favorece a mobilização de secreções para as vias aéreas superiores. Segundo o guia prático da AARC (American Association for Respiratory Care), as principais indicações para a DP são: dificuldade para eliminar a secreção; retenção de secreção; em patologias como fibrose cística, bronquiectasia ou pneumopatia com cavitação; atelectasia causada por tamponamento mucoso; presença de corpo estranho nas vias aéreas. As contraindicações são divididas em absolutas (lesão de cabeça ou pescoço, até que seja estabilizada e hemorragia com instabilidade hemodinâmica) e relativas (pressão intracraniana > 20mmHg; cirurgia medular recente ou lesão medular aguda; edema pulmonar associado a insuficiência cardíaca congestiva; hemoptise ativa; fístula bronco-pleural; fratura de costela; embolia pulmonar; derrames pleurais volumosos e dispnéia com intolerância à posição). B) Vibrocompressão Esta técnica envolve a compressão manual da caixa torácica durante a expiração, com o objetivo de melhorar o fluxo expiratório, aumentando, assim, o deslocamento do muco. A técnica de compressão consiste em uma compressão manual torácica, onde as mãos do fisioterapeuta ficarão sobre as últimas costelas do paciente, o terapeuta realiza a compressão durante a fase expiratória de forma lenta ou rápida. É contra indicada em pacientes com fratura de costelas, pneumotórax espontâneo e não controlado, edema agudo de pulmão, cardiopatias valvulares, extravasamento de líquido nos espaços pleurais, e estado de dispneia (COSTA, 1999). A vibração é produzida por uma tetanização dos músculos do braço e antebraço, e transmitido pelos punhos, mãos ou ponta dos dedos ao tórax do paciente com o objetivo de fluidificar as secreções, facilitando a eliminação de secreções. A vibração torácica consiste em movimentos oscilatórios rítmicos e rápidos de pequena amplitude, exercício sobre a parede do tórax com a intensidade suficiente para causar uma vibração em nível bronquial, com uma frequência de 3 a 55Hz e pode ser aplicada de forma manual ou mecânica. O efeito positivo dessa técnica é o efeito tixotrópico sobre o muco que se liquefazem quando submetidos a constante agitação. C) Aceleração do fluxo expiratório É considerada como sendo uma energia aplicada, pelas mãos do fisioterapeuta sobre o tórax do paciente, assumindo a função da tosse quando a mesma encontra-se ineficaz. De forma geral a AFE é definida como sendo um movimento tóraco-abdominal sincrônico, provocados pelas mãos do fisioterapeuta durante a expiração. A técnica de AFE promove um movimento tóraco-abdominal sincrônico, provocado exclusivamente pelas mãos do fisioterapeuta na expiração, seu início é após o platô inspiratório. É uma manobra de desobstrução brônquica baseada na expulsão fisiológica das secreções, pulmonares. O objetivo principal do AFE é gerar uma alta velocidade de fluxo na fase expiratória para assim desprender secreções aderidas na parede da árvore respiratória. Possui as mesmas contraindicações da Vibrocompressão. D) Percussão torácica A percussão ou tapotagem pode ser definida como qualquer manobra realizada com as mãos, de forma ritmada ou compassada sobre o corpo. O objetivo dessa técnica é mobilizar a secreção pulmonar viscosa, desprega-las da parede pulmonar, através do tixotropismo realizado pelas ondas mecânicas, tornando o muco mais fluído, facilitando sua condução para as vias aéreas superiores. A técnica é realizada com o paciente em decúbito dorsal, ou lateral para evitar as proeminências ósseas, o som produzido na hora da percussão é um indicativo da realização correta da técnica, tem que ser oco e não um som de palmadas. Há controvérsias na literatura sobre a quantidade de força a ser aplicada e a velocidade da técnica, como também se a mesma deve ser aplicada diretamentesobre a pele ou sobre uma tolha. A utilização de coxim além de cobrir os sinais anatômicos, impede que o fisioterapeuta note o eritema cutâneo, e requer mais força na hora da aplicação para que as ondas cheguem a parede pulmonar. Nas contra indicações da percussão consta, a presença de ruídos sibilosos exacerbados, edema pulmonar agudo, pneumotórax não drenado, fraturas de costelas, sobre a coluna vertebral, cardiopatias graves, metástase de pulmão e após as refeições. A técnica de percussão ou tapotagem já foi muito utilizada, porém alguns anos ela foi praticamente abolida. Alguns estudos apontam que a aplicação da tapotagem possui um efeito considerável quando associada a drenagem postural e que ela pode levar a micro atelectasias e pode precipitar o bronco espasmo. Desta forma, a aplicação da percussão manual deve ser aplicada em casos específicos ou afim de auxiliar outras técnicas. E) Bag squeezing ou Hiperisuflação manual Consiste em uma série de excursões respiratórias amplas, profundas, com uma pausa inspiratória de 3 segundos, seguida de rápida expiração para simular a tosse. Essa manobra consiste na utilização de uma bolsa máscara de hiperisuflação (ambu) e das técnicas de compressão e vibração. O uso do manômetro de pressão é imprescindível (pressão máxima de 30cmH2O), bem como o uso de soro fisiológico para fluidificação da secreção. É uma técnica frequentemente utilizada pelo fisioterapeuta na UTI para assistir ao paciente sob ventilação mecânica, tanto na prevenção do colapso pulmonar e retenção de secreções, como no tratamento de atelectasias e infecções broncopulmonares. As contra-indicações são: Instabilidade hemodinâmica, pressão intracraniana elevada, hemorragia Peri-intraventricular grave, distúrbios hemorrágicos e refluxo gastresofágico. A HM mostra eficácia nesses pacientes intubados e dependentes de ventilação mecânica pelo aumento da insuflação pulmonar passiva e da taxa de fluxo expiratório, à semelhança do mecanismo da tosse. F) Tosse assistida e induzida Na tosse assistida o fisioterapeuta posiciona uma de suas mãos na região póstero-superior do tórax do paciente, o qual deve estar sentado, enquanto que a outra mão apoia a região anterior. O paciente inspira e, em conjunto com a expiração o terapeuta exerce uma pressão a qual aumenta a força compressiva durante a expiração, gerando aumento da velocidade do ar expirado, simulando com isso, o mecanismo natural da tosse. Quando o paciente está restrito ao leito, a elevação da cabeceira da cama favorece a realização da técnica. São contraindicações da técnica, a presença de hipertensão intracraniana, osteoporose, fraturas de costela, patologias abdominais agudas, pneumotórax não drenado, lesões instáveis da cabeça, pescoço e coluna, e hemorragias na região abdominal. A tosse induzida é uma manobra que estimula o reflexo de tosse quando se estimula mecanicamente os receptores laríngeos comprimindo a região abaixo da traquéia ou acima da fúrcula esternal, sendo utilizada quando a tosse voluntária está abolida ou em pacientes não cooperativos. G) Aspiração traqueal A técnica de aspiração é caracterizada pela retirada do excesso de secreções dos pacientes em ventilação espontânea ou em uso de via aérea artificial, que estejam ou não, sob ventilação mecânica. A remoção da secreção endotraqueal pode ser por dois métodos, o sistema de aspiração traqueal fechado (ATF) e sistema de aspiração traqueal aberto (ATA). A aspiração traqueal é um procedimento estéril, bastante frequente e essencial em pacientes em ventilação mecânica, durante o procedimento é retirada a secreção traqueal garantindo a oxigenação adequada e impedindo que a luz do tubo seja obstruída resultando em aumento do trabalho respiratório, atelectasias e infecções pulmonares. Por se tratar de um procedimento invasivo, há também efeitos indesejados como alterações do ritmo cardíaco, hipoxemia e pneumonia associada à ventilação. H) Oscilador oral de alta frequência O oscilador oral de alta frequência (OOAF) é um aparelho constituído de material plástico em forma de cachimbo, possui uma esfera metálica que oscila durante a expiração, gerando pressão positiva expiratória oscilante, a fim de mobilizar as secreções de qualquer natureza e facilitar a expectoração, proporcionando a desobstrução broncopulmonar. Exemplos: Flutter e Shaker. 2. MANOBRAS E TÉCNICAS DE REXPANSÃO PULMONAR A reexpansão pulmonar é uma técnica fisioterapêutica que pode ser utilizada de forma mecânica e/ou de exercícios, e que atua em áreas pulmonares que não estão expandindo adequadamente, já que as capacidades pulmonares podem estar afetadas e podem levar à ocorrência de hipoventilação pulmonar, atelectasia e ainda aumentar o trabalho dos músculos ventilatórios. Assim, os exercícios e/ou as técnicas mecânicas de reexpansão pulmonar têm por finalidade aumentar e/ou manter o volume pulmonar. As principais indicações são: atelectasia, pós-operatório, doenças pleurais e hipoventilação. A) CINESIOTERAPIA RESPIRATÓRIA a) Inspiração em tempos Neste exercício, a inspiração deve ser por via nasal, suave, e interrompida por período de apnéia; pode ser programada em até três tempos. As várias inspirações devem ser realizadas dentro de um mesmo ciclo respiratório e a expiração pela boca. A realização desta técnica pode trazer melhora na complacência pulmonar. b) Sustentação máxima da inspiração Este exercício consiste em uma inspiração nasal profunda, lenta e uniforme, seguida de uma apnéia pós-inspiratória por 6 segundos para, logo após realizar-se a expiração pela boca, sem que esta atinja o VR. O motivo da apnéia pós- inspiratória é para que se possa obter uma melhor distribuição do ar inspirado, a fim de melhorar trocas gasosas. c) Reeducação diafragmática Na fase inspiratória, o paciente deve realizar uma contração voluntária do músculo diafragma, fazendo com que haja uma distensão abdominal. Esse exercício permite uma maior expansão pulmonar, por aumento da ventilação nas bases, beneficiando aqueles cuja complacência pulmonar esteja diminuída. B) MANOBRA DE DESCOMPRESSÃO BRUSCA OU REEXPANSÃO PULMONAR Nesta manobra o terapeuta posiciona suas mãos na base, região das últimas costelas e realiza uma compressão torácica para dentro e para baixo e posteriormente realiza uma descompressão súbita quando o paciente inicia a inspiração. É contraindicada em casos de fratura de costelas, instabilidade hemodinâmica e hipertensão intracraniana. C) INCENTIVADORES INSPIRATÓRIOS - Existem basicamente dois tipos de incentivadores: a fluxo e a volume; - Sua função é estimular o paciente a realizar inspirações mais profundas e sustentadas por meio de aparelhos que proporcionam um feedback visual; - São aparelhos de carga alinear pressórica e que portanto tem o objetivo de reexpansão pulmonar e não de treinamento muscular. a) Incentivador à Fluxo: Ex : Respiron, Trflo • Este tipo de incentivador favorece a utilização de fluxos de ar altos num pequeno espaço de tempo por parte do paciente. • Fluxo Turbilhonar; • O paciente deve inspirar de forma que as três bolinhas do aparelho b) Incentivador à Volume •Este tipo de incentivador gera menor trabalho ventilatório e altera menos a biomecânica ventilatória do paciente. •Este tipo de técnica está mais relacionado à utilização da musculatura diafragmática e tem boa indicação em pacientes no pós-operatório de cirurgia abdominal, torácica e cardíaca. D) EPAP ( Pressão positiva expiratória nas via aéreas) O EPAP é uma técnica alternativa, desenvolvida para melhorar a eficiência do tratamento fisioterápico. Ela se caracteriza pela aplicação de uma PEEP (pressão positiva no final da expiração), por meio de uma máscara ou bucal, em pacientes com respiração espontânea. E) RPPI (RESPIRAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA INTERMITENTE) É uma pressão positiva aplicada na fase inspiratória, por intermédio de máscara facial ou bocal, com a expiração retornando a níveis de pressão atmosférica. As principais indicações são atelectasias (colapso de parte ou do pulmãointeiro) e expansibilidade reduzida. Há a possibilidade de associar a pressão inspiratória com a PEEP (pressão positiva no final da expiração), com os seguintes objetivos: pressurizar os alvéolos, aumentar a CRF, previnir e reverter a atelectasia, redistribuir líquido em casos de edema e melhorar a hipoxemia Para complementação do estudo referente a aspiração das vias aéreas acessar: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/1280.pdf Para complementação do estudo referente a incentivadores inspiratórios acessar: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2001/originai s 20 01/640 original.pdf CONTEÚDO 6 – INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA E SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO 1. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Síndrome caracterizada pelo aparecimento de disfunção súbita de qualquer setor do sistema fisiológico responsável pela respiração. Incapacidade do sistema respiratório de desempenhar suas duas principais funções, a oxigenação do sangue arterial e remoção de gás carbônico do sangue venoso PaO2 < 60 mmHg ( hipoxemia) PaCO2 > 55 mmHg (hipercapnia) A. ETIOPATOGENIA Alterações extrapulmonares Alterações intrapulmonares Componentes extrapulmonares: Renovação do ar alveolar Ventilação Componentes intrapulmonares: Troca gasosa (alvéolo-capilar) Difusão Relação ventilação-perfusão (V/Q) B. ALTERAÇÕES EXTRAPULMONARES: Patologias do SNC Comprometimento do SNP Patologias do arcabouço torácico Alterações de vias aéreas Exemplos: Centro respiratório – depressão por drogas Medula espinhal – trauma raqui-medular Sistema nervoso periférico – miastenia gravis Músculos respiratórios – fadiga diafragmática Restrição da parede torácica – cifoescoliose Obstrução de vias aéreas – edema de glote C. ALTERAÇÕES INTRAPULMONARES: Hipoxemia (aumento do drive ventilatório) Aumento da RVA Queda da Complacência Aumento do espaço morto fisiológico Exemplos de IRpA por baixa V/Q e shunt: • Pneumonias • Edema agudo de pulmão cardiogênico • SARA • Hemorragia alveolar • Atelectasias • Grande derrame pleural ou pneumotórax Exemplos de IRpA por defeito de difusão: Doenças que acometem o interstício pulmonar • Pneumocistose • Pneumonias intersticiais • Fibrose pulmonar • Tuberculose miliar • Linfangite carcinomatosa • Edema pulmonar (fases iniciais) D. CLASSIFICAÇÃO DE IRpA: Tipo I Hipoxêmica– normocápnica) • PaO2 < 60mmHg • PaCO2 normal ou baixa Tipo II (ventilatória – hipercápnica) • PaO2 < 60mmHg • PaCO2 > 50 mmHg E. DIAGNÓSTICO: • Apresentação clínica • Exames complementares F.QUADRO CLÍNICO: • Dispnéia • Cianose • Padrão paradoxal • Uso de musculatura acessória • Batimento de asa de nariz • Tiragens G. EXAMES COMPLEMENTARES: • Gasometria arterial: Na IRpA hipoxêmica a gasometria demonstra uma alcalose respiratória com hipoxemia ou somente hipoxemia. Já na IRpA ventilatória a gasometria demonstra uma acidose respiratória com hipoxemia. • Radiografia de tórax. H.TRATAMENTO: • Oxigenoterapia • Suporte ventilatório mecânico: Ventilação mecânica não-invasiva ou ventilação mecânica invasiva. 2. SINDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO Síndrome clínica caracterizada pelos seguintes itens: taquidispnéia grave, cianose, hipoxemia refratária à oxigenoterapia, diminuição da complacência pulmonar e infiltrados alveolares difusos na radiografia de tórax. A. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS • Instalação aguda: dentro de uma semana após uma injúria conhecida, ou nova piora respiratória. • Hipoxemia refratária • Radiografia de tórax com infiltrados difusos e bilaterais. • A origem do edema não deve ser explicado por falha cardíaca ou congestão, demanda a avaliação objetiva através de ecocardiograma, para afastar edema hidrostático. B. ETIOLOGIA: Lesões diretas Lesões indiretas Infecção pulmonar Aspiração Contusão pulmonar Inalação de fumaça e gases tóxicos Afogamento Sepse Trauma Hipotensão prolongada Pancreatite aguda Circulação extra cospórea Múltiplas transfusões C. HISTOPATOLOGIA: · Fase exsudativa · Fase proliferativa · Fase de reparo e fibrose a. FASE EXSUDATIVA: • Congestão capilar e abertura das junções endoteliais • Agregação de granulócitos (microtrombos) • Extravasamento rico em proteínas • Colapso alveolar • Pulmões pesados • Essa fase perdura entre três e sete dias b. FASE PROLIFERATIVA: • Proliferação fibroblástica • Pneumócitos II perdem suas granulações c. FASE DE REPARO E FIBROSE: • Processo de regeneração desordenado • Muscularização da microcirculação (hipertensão pulmonar) • Retração pulmonar e fibrose D. SINAIS CLÍNICOS: • Instalação do edema + alteração do surfactante: sinais de insuficiência respiratória. • Alteração de troca gasosa: hipoxemia e acidose respiratória. • Diminuição da complacência E. CLASSIFICAÇÃO DA SDRA É realizada pelo índice de oxigenação ou índice de hipoxemia (PaO2/fiO2) nívl de PEEP empregado: - SDRA grave: PaO2/fiO2 < 100, com PEEP > 5cmH2O - SDRA MODERADA: PaO2/fiO2 = 200 A 300, com PEEP > 5cmH2O - SDRA LEVE: PaO2/fiO2 > 300, com PEEP > 5cmH2O F. TRATAMENTO: • Controle do agente causal • Equilíbrio hidrossalino • Ventilação Mecânica protetora • Suporte nutricional • Terapia farmacológica (surfactante, anti-inflamatórios, etc) • Fisioterapia G. PROGNÓSTICO: • Maioria dos óbitos deixou de ser decorrente da hipoxemia refratária e sim pela disfunção múltipla de órgãos. • A recuperação é lenta FATORES PROGNÓSTICOS: Positivos • Idade < 40 anos • Disfunção restrita ao pulmão • Complacência > 50 • PaO2/FiO2 > 250 • Sem bacteremia ou sepse • Etiologia por drogas ou medicamentos Negativos • Idade > 65 anos • Disfunção outros órgãos • Complacência < 25 • PaO2/FiO2 < 250 • Etiologia séptica • Elevação da creatinina. Para complementação do estudo acessar: http://www.linkicu.org/LINKICU/ALI/docs/Intensive_Care_Med-The_Berlin_definition_of ARDS.pdf http://www.scielo.org.pe/pdf/amp/v27n4/a13v27n4 CONTEÚDO 7 DOENÇAS OBSTRUTIVAS: ASMA E DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 1. ASMA A. DEFINIÇÃO É uma doença pulmonar caracterizada por inflamação, obstrução e hiperreatividade das vias aéreas. Reversível espontaneamente e com o tratamento. B.EPIDEMIOLOGIA: 5 – 10% população geral (mundo) 10 – 15% população infantil Maior prevalência nos grandes centros C.FISIOPATOLOGIA: Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual diversas células e seus produtos estão envolvidos. Entre as células inflamatórias, destacam-se os mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e neutrófilos. E Dos mediadores inflamatórios já identificados como participantes do processo inflamatório da asma, destacam-se quimiocinas, citocinas, histamina e óxido nítrico. O processo inflamatório tem como resultado as manifestações clínico-funcionais características da doença. O estreitamento brônquico intermitente e reversível é causado pela contração do músculo liso brônquico, pelo edema da mucosa e pela hipersecreção mucosa. A hiper-responsividade brônquica é a resposta broncoconstritora exagerada ao estímulo que seria inócuo em pessoas normais. A inflamação crônica da asma é um processo no qual existe um ciclo contínuo de agressão e reparo que pode levar a alterações estruturais irreversíveis, isto é, o remodelamento das vias aéreas. TRÍADE DA ASMA: EDEMA BRONCOESPASMO SECREÇÃO - Indutores desencadeantes: os antígenos são capazes de desencadear ou agravar as crises. - Infiltração com células inflamatórias (mecanismo imunológico). - Descamação epitelial irregular - Espessamento m. liso da via aérea - Hiperplasia de glândulas mucosas e células caliciformes. Além dos mecanismos imunológicos há participação do sistema nervoso autônomo parassimpático e aumento da descarga de acetilcolina na fisiopatologia da Asma. D. TIPOS DE ASMA 1. Asma alérgica(extrínseca): Início na infância podendo persistir na fase adulta. Alérgenos externos conhecidos. Crises intermitentes. Presença de outras infecções alérgicas História familiar de alergias Testes cutâneos imediatos positivos 2. Asma não alérgica (intrínseca): Início na fase adulta Alérgenos externos desconhecidos Crises contínuas Raras outras infecções alérgicas Raramente com história familiar Testes cutâneos negativos 3. Asma Ocupacional E. FATORES DE RISCO, PRECIPANTES E AGRAVANTES: Alergenos Irritantes Condições climáticas Poluição ambiental Infecções virais ou bacterianas Exercícios físicos Fatores emocionais Refluxo gastro-esofágico Medicamentos F. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Sibilos Tosse Dispnéia Produção de secreção mucóide Hiperinsuflação do tórax Musculatura acessória G. DIAGNÓSTICO Espirometria (resposta broncodilatadora) Pico de fluxo expiratório Rx tórax (normal ou hiperinsuflado) Testes alérgicos e sanguíneos Exame de escarro Broncoprovocação (exercício, histamina, etc) H. PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO: Educação do paciente Avaliar e monitorar a função pulmonar Evitar/controlar fatores desencadeantes Planos de medicação p/ manejo crônico Planos de medicação p/ manejar crises Seguimento médico regular. G. AVALIAÇÃO CLÍNICA DA GRAVIDADE: Número de crises diárias Intervalo das crises Acordar à noite por sintomas de asma Habilidade de manter o mesmo nível de atividade Medicação diária Frequência de uso da medicação Frequência de internações/visitas ao PS Internações em UTI H. CLASSIFICAÇÃO (TOLERÂNCIA AOS SINTOMAS): Asma intermitente Os sintomas surgem menos de uma vez por semana, os despertares noturnos são raros e suas atividades diárias não são afetadas. Asma persistente leve Os sintomas surgem uma ou mais vezes por semana, mas menos de uma vez por dia. O paciente acorda com os sintomas durante a noite uma ou mais vezes por mês. Asma persistente moderada Os sintomas são diários, os despertares noturnos são semanais e as crises afetam sua atividade diária habitual. Asma persistente grave Os sintomas são diários ou contínuos, o paciente acorda frequentemente com os sintomas durante a noite e sua atividade diária encontra-se limitada. I. MEDICAMENTOS: BRONCODILATADORES (alívio) Beta 2 agonista de curta duração (fenoterol, salbutamol, etc) Beta 2 agonista de longa duração (formoterol, salmeterol, etc) Teofilina Aniticolinérgicos (brometo de ipratrópio) ANTI-INFLAMATÓRIOS Esteróides inalado Esteróides orais J. FISIOTERAPIA: FASE AGUDA : Comando verbal tranquilo Posicionamento do paciente Freno labial Respiração diafragmática Pressão manual torácica expiratória Oxigenoterapia Inaloterapia conforme a prescrição médica VMNI + inaloterapia Relaxamento/alongamento cintura escapular FASE TARDIA : MHB na presença de secreção Orientações preventivas Orientação para atividade física regular Freno labial/respiração diafragmática 2. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA A. DEFINIÇÃO Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença comum, evitável e tratável, caracterizada por limitação persistente do fluxo aéreo, usualmente progressiva, associada a um aumento da resposta inflamatória crônica nas vias aéreas e nos pulmões à exposição de partículas ou gases nocivos (Global Initiative for Obstructive Lung Disease, 2015). Bronquite crônica é uma condição clínica definida pela presença de tosse e produção de escarro por pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos. Ela pode existir antes da presença da obstrução ao fluxo aéreo e quando esta surge caracterizamos a presença de DPOC. Enfisema pulmonar é definido anatomicamente como um alargamento anormal e permanente dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhado de destruição de suas paredes, sem fibrose óbvia. B. ETIOLOGIA Interação entre exposição a partículas e/ou gases nocivos e fatores genéticos e ambientais. Dentre as exposições, o tabagismo é a principal, sendo responsável por aproximadamente 95% dos casos. Outras exposições também se associam à DPOC: • Ocupacionais: poeiras orgânicas e inorgânicas, fumaça, agentes químicos; • Fumaça da queima de lenha; • Fumaça da queima do carvão. C. FISIOPATOLOGIA A exposição a gases nocivos traz efeitos cumulativos e irreversíveis no sistema respiratório, com o desencadeamento de processo inflamatório. Este por sua vez, gera morte ciliar, hipertrofia de glândulas mucosas e células caliceformes o que estimula a produção e acúmulo de secreção. Um outro impacto do processo inflamtório seria que ele leva à destruição da parede alveolar e à consequente perda dos pontos de fixação das vias aéreas terminais aos alvéolos, com colapso expiratório dos mesmos, deslocamento do ponto de igual pressão para as vias aéreas mais periféricas, limitação do fluxo aéreo, hiperinsuflação pulmonar, retificação da cúpula diafragmática, com diminuiçao de sua zona de aposição e alteração da mecânica respiratória. D. ALTERAÇÕES NA MECÂNICA RESPIRATÓRIA E TROCAS GASOSAS - Aumento do volume residual, capacidade residual funcional e capacidade pulmonar total. - Aumento da resistência das vias aéreas. - Aumento da complacência estática e diminuição da complacência dinâmica - Hipoxemia - Retenção de CO2 E. QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO - Dispnéia progressiva - Tosse com expectoração - Limitação aos exercícios físicos As alterações no exame físico ocorrem somente na doença mais grave e podem estar ausentes no início da doença. - Tórax em tonel. - Padrão respiratório apical - Diminuição do MV na ausculta pulmonar - Hipertimpanismo à percussão - Hipertrofia da musculatura acessória F. DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO O diagnóstico é realizado pela história relatada, quadra clínico e espirometria. Com base na espirometria, a DPOC é classificada em: • Leve (GOLD 1): VEF1 > 80%; • Moderada (GOLD 2): 50% < VEF1 < 80%; • Grave (GOLD 3): 30% < VEF1 < 50%; • Muito grave (GOLD 4): VEF1 < 30%. G. TRATAMENTO O tratamento tem os seguintes objetivos: • Reduzir sintomas • Reduzir os sintomas da doença; • Aumentar a tolerância ao exercício; • Melhorar a qualidade de vida; • Reduzir os riscos da doença; • Minimizar a progressão da doença; • Prevenir e tratar as exacerbações; H. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Pacientes com crises de exacerbação infecciosa devem ser tratados em ambiente hospitalar, basicamente com o objetivo de eliminar as secreções das vias aéreas e diminuir a dispneia com os seguintes recursos: técnicas de higiene brônquica, como aspiração nasotraqueal, posicionamento e ventilação mecânica não-invasiva. Para o paciente estável, fora de crises, pode ser avaliado e proposto o programa de reabilitação pulmonar, com técnicas educacionais e exercícios aeróbicos 50 e 60 %, frequência cardíaca alvo e que objetivam melhorar a qualidade de vida e a tolerância ao exercício. Para complementação do estudo acessar: file:///Users/Admin/Downloads/Suple_200_70_38_completo_versao_corrigida_04-09-12.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132011000400017 http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v13n3/aop032_09.pdf http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v13n3/aop032_09.pdf CONTEÚDO 8 – PNEUMONIA 1. DEFINIÇÃO: Processo inflamatório e infeccioso agudo localizado no parênquima pulmonar, com a presença de exsudato intra alveolar. Broncopneumonia define imagens radiológicas múltiplas uni ou bilaterais, de padrão alveolar, aspecto infiltrativo, limites mal definidos, irregulares, intercaladas por zonas de parênquima sãs. 2. ETIOLOGIA: - Viral - Bacteriana - Fúngica - Protozoótica O agente mais comum das pneumonias adquiridas na comunidade é o: Streptococcus pneumoniae, também conhecido como pneumococo, estando envolvido em 30 a 70% dos casos; As bactérias atípicas: Mycoplasma pneumoniae, Clamídea Pneumoniae e Legionella Pneumophila, têm sido consideradas como o agente etiológico em taxas que variam de 8 a 48% dos casos. As pneumonias atípicas cursam em geral com apresentaçãoclínica atípica, ou seja, o paciente pode apresentar-se afebril ou com febre baixa de até 38° C, tosse seca e dispneia importante. A ausculta pulmonar pode revelar-se pobre, sendo frequente o aparecimento de sintomas extrapulmonares, tais como dores articulares, diarreia, rash cutâneo, inflamação da membrana timpânica e conjuntivite. O quadro radiológico é variável, apresentando-se na maioria das vezes, como infiltrado intersticial, porém o preenchimento alveolar também pode ser observado. Infecções mistas, tipicamente envolvendo uma bactéria e um agente atípico ou viral, têm sido relatadas em até 38% dos casos O Hemophilus influenzae tem sido implicado como o agente etiológico em 4 a 18% dos casos, principalmente em pacientes com DPOC; Enterobacteriáceas (Klebsiela, Escherichia, Proteus, Enterobacter) e Staphylococcus aureus, cada, foram citados como agentes em 2 a 12% dos casos; Pseudomonas aeruginosa foi citado como responsável em 1 a 4% dos casos. 3. CLASSIFICAÇÃO: As Pneumonias podem ser classificadas de acordo com vários critérios: A) O local de aquisição; Pneumonias Comunitárias: Pneumonias adquiridas na comunidade (comunitárias ou ambulatoriais) são aquelas adquiridas fora do ambiente hospitalar ou que se manifestam até 48 horas de internação hospitalar. Podem ser sub classificadas de acordo com a gravidade da apresentação clínica em: - Sem indicação de internação - Com indicação de internação, mas não de UTI - Com indicação de UTI Pneumonias Hospitalares Pneumonias adquiridas no hospital ( hospitalares ou nosocomiais) ou que se manifestam após 48 a 72 horasde horas de internação hospitalar. São polimicrobianas (associação de bactérias e fungos) e as bactérias envolvidas são resistentes aos antibióticos. Podem ser sub classificadas em: - De acordo com o tempo de internação no hospital: precoces ou tardias. - De acordo com a associação com ventilação mecânica. A associação com a ventilação mecânica aumenta a importância pela freqüência, mortalidade associada e altos custos relacionados a maior permanência em UTI e uso de antimicrobianos. B) A gravidade da apresentação clínica inicial; C) A condição imunológica do paciente: - Pneumonias no hospedeiro imunocompetente (aspiração) - Pneumonias no hospedeiro imunossuprimido. D) O tempo de permanência hospitalar, quando adquirida neste ambiente; E) A presença ou não de VM. 4. FATORES DE RISCO: Faixa etária Estado nutricional Estado imunitário Desmame precoce Viroses respiratórias pregressas Doenças de base Tabagismo Poluição Condição sócio econômica 5. PATOGENIA: MECANISMOS DE INFECÇÃO: - Inalação e Aspiração de secreções infectadas. - Microorganismos aspirados da nasofaringe para os alvéolos – extravasamento do líquido seroso – facilita a replicação de microorganismos - através dos poros de kohn são transportados para outros alvéolos – propagação do líquido de edema. - Via hematogênica (pele, meninge, intestino, vias urinárias, intestino, osso, etc). Pacientes de risco-usuário de drogas, hemodialise, com dispositivos intravascular – liberam microorganismos para corrente sangüínea – transportados através da circulação pulmonar para uma ou mais áreas do pulmão – onde a infecção se estabelece. - Continuidade: abcesso hepático, mediastinite. 6. FISIOPATOGENIA Processo inflamatório com exsudato alveolar e intersticial, consolidação do parênquima pulmonar e alteração V/Q (shunt) 7. SINTOMAS E EXAME FÍSICO: - Tosse seca e posteriormente produtiva - Dor torácica pleurítica - Dispneia: geralmente ausente nos quadros leves. Quando presente, caracteriza sempre um quadro grave, seja pela extensão da pneumonia, seja pela presença de doenças subjacentes (pulmonares ou cardiovasculares, por exemplo) - Febre - Adinamia - Sinais e sintomas de insuficiência respiratória - *Idosos e DPOC (quadro mais insidioso) - * cada agente etiológico apresenta particularidades O achado clássico ao exame físico é o da síndrome de consolidação, onde temos em uma área localizada: - À palpação: frêmito tóraco-vocal aumentado; - À percussão: Macicez ou sub-macicez; - À ausculta Pulmonar: Murmúrio vesicular reduzido com estertores creptantes. 8. DIAGNÓSTICO: - Quadro clínico e Radiografia de tórax - Exame de escarro - Hemograma e hemocultura - Punção transtraqueal, lavado broncoalveolar - *A investigação etiológica não deve retardar o início do tratamento 9. RADIOGRAFIA DE TÓRAX: Imagem de padrão alveolar do tipo consolidação, opacidade homogênea, com broncograma aéreo, unilateral. Imagens alveolares sem caracterização completa de consolidação, bem como imagens intersticiais, reticulares ou reticulonodulares, uni ou bilaterais. A radiografia deve ser associada ao quadro clínico. A radiografia de tórax ajuda, ainda, na definição da gravidade do quadro; envolvimento multilobar e principalmente bilateral se associa à maior gravidade do quadro. A presença de derrame pleural é sinal de maior gravidade. 10. TRATAMENTO: - Suporte (medidas gerais – O2, hidratação, analgesia e broncodilatadores) - Melhora dos mecanismos de defesa - Tratamento das complicações (derrame pleural, empiema, insuficiência resp.) - Terapia antimicrobiana (7 a 10 ou 14 a 21 dias) 11. FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PNEUMONIAS: - Prevenção - Tratamento: manobras e técnicas de higiene brônquica, umidificação das vias aéreas, reexpansão pulmonar e cinesioterapia respiratória. Para complementação do estudo acessar: - http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/2009_35_6_11_port ugues.pdf - http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/Suple_131_44_1dir etrizes1.pdf CONTEÚDO 9 – DOENÇAS PLEURAIS 1. DERRAME PLEURAL A) DEFINIÇÃO: É o acúmulo anormal de líquido na cavidade pleural que é o espaço virtual entre as pleuras visceral e parietal, podendo ser divido entre transudato e exsudato, de acordo com a composição química do líquido pleural. B) ETIOLOGIA: Transudato: O líquido pleural transudativo é claro e transparente, sem células inflamatórias, com baixa concentração de proteínas, indicando um acúmulo de um líquido semelhante ao líquido pleural normal. ● Insuficiência cardíaca congestiva ● Embolia pulmonar (20% dos derrames pleurais na embolia pulmonar são transudatos) ● Atelectasias ● Hipoalbuminemia ● Diálise peritoneal ● Cirrose hepática ● Síndrome nefrótica. ● Exsudato: O líquido pleural exsudativo é rico em proteínas e células inflamatórias, tem aparência mais viscosa e opaca, por vezes, com sinais de sangue misturado, podendo no casos de infecções se apresentar tipicamente como uma coleção de pus ● Infecção pulmonar: Pneumonia e Tuberculose ● Neoplasias ● Pancreatite ● Abcesso hepático ● C) FISIOPATOLOGIA Existem basicamente quatro mecanismos principais para a formação do derrame pleural: 1- Aumento da pressão hidrostática do sangue dos capilares da pleura. Ex: ICC, hiper hidratação, insuficiência renal aguda. 2- Diminuição da pressão oncótica dos capilares da pleura. Ex: síndromes metabólicas, hepatopatias, e desnutrição. 3- Vasodilatação: processos inflamatórios e infecciosos pulmonares dos capilares pleurais, geram vasodilatação, o que aumenta a permeabilidade dos capilares e extravasando o líquido na cavidade pleural. 4- Sobrecarga linfática: por diminuição da drenagem linfática ocorre uma congestão linfática e acúmulo de liquido na cavidade pleural. O acúmulo de líquido no espaço pleural aumenta a pressão na cavidade pleural, antes negativa, diminuindo a expansibilidade pulmonar e a complacência pulmonar, com áreas de microatelectasias, o que gera aumento do trabalho respiratório e alteração de trocas gasosa, caracterizada pela hipoxemia. D) SINTOMAS: Os principais sintomas decorrentes diretamente do envolvimento pleural dependerão da extensão do derrame e são dor torácica, tosse e dispnéia. A dor torácica pleurítica é o sintoma mais comum no derrame pleural, ela indica acometimento da pleura parietal, visto que a visceral não é inervada. E) EXAME FÍSICO: ● Diminuição da expansibilidadetorácica ● Macicez à percussão ● Frêmito toraco-vocal diminuído ● Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular diminuído ou abolido ● F) DIAGNÓSTICO 1- Quadro clínico: sintomas e exame físico. 2 - Radiografia de tórax: na radiografia de tórax realizada com o paciente em pé ou de perfil, a apresentação do derrame varia com seu volume, tendo a seguinte evolução: ● Radiografia de tórax normal: pequenos volumes não são identificados na radiografia de tórax em PA ● Elevação e alteração da conformação do diafragma, com retificação de sua porção medial ● Velamento do seio costofrênico - surge a partir de volumes que variam de 175 a 500 ml em adultos ● Opacificação progressiva das porções inferiores dos campos pleuropulmonares com a forma de uma parábola com a concavidade voltada para cima – sinal do menisco. ● A radiografia em decúbito lateral pode confirmar a hipótese diagnóstica de Derrame pleural. ● 3- Ultrassom torácico: verifica a presença e a quantidade de líquido na cavidade pleural. 4- Toracocentese ou punção pleural. 5- Videopleuroscopia G) TRATAMENTO MÉDICO ● Tratamento do agente causador do Derrame pleural ● Conservador: analgésicos e repouso ● Cirúrgico: toracocentese de alívio ● Drenagem pleural fechada ● Pleurodese. ● H) TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO O fisioterapeuta, em seu tratamento, objetivará promover, entre outras coisas, o aumento da drenagem do líquido (paciente com dreno), incentivar a expansão pulmonar, melhorar mobilidade torácica, remover secreção pulmonar, melhorar a função diafragmática, evitar posturas antálgicas, realizar orientações posturais, observar drenagem torácica, evitar intubação oro-traqueal e ter cuidados com o dreno. 2. PNEUMOTÓRAX A) DEFINIÇÃO: Acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a pleura que reveste internamente a parede do tórax. A entrada de ar ocorre pela formação de comunicação com o meio ambiente ou meio interno e formação de fístula. B) ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO: Pode ser classificado como: espontâneo, traumático ou iatrogênico. O pneumotórax espontâneo pode ser dividido em primário ou secundário, sendo: Primário - aquele onde não se identifica uma doença pulmonar concomitante; Secundário – quando existe uma doença pulmonar associada, como o enfisema pulmonar, por exemplo. O pneumotórax traumático é aquele que resulta de um traumatismo na região do tórax – ferimentos por faca, punhal, tiro de arma de fogo, pancadas por atropelamentos ou outros. O pneumotórax iatrogênico acontece como resultado de algum procedimento médico, que tinha o intuito de auxiliar no diagnóstico ou no tratamento do paciente. Um pneumotórax iatrogênico pode ocorrer após a tentativa de se acessar uma veia do tórax para passagem de catéter venoso central, toracocentese e ventilação mecânica. Pneumotórax hipertensivo: Também chamado pneumotórax valvular, caracteriza-se pela entrada progressiva de ar na cavidade pleural, por um sistema de válvula unidirecional, que permite que o ar entre mas não possa sair, proveniente do parênquima pulmonar (válvula interna) ou do meio ambiente (válvula externa) produto de uma lesão na parede torácica. Este tipo de Pneumotorax é considerado grave, pois aumenta a pressão intratorácica, diminui o retorno venoso e diminui a pressão arterial, podendo gerar uma diminuição do débito cardíaco e parada cardiorrespiratória. Além disso, pode-se classificar o pneumotórax como aberto ou fechado quando existir ou não comunicação do espaço pleural com o ambiente. Quanto a sua magnitude, ele pode ser classificado como grande – distância entre o pulmão e a parede torácica maior que 3 centímetros – ou pequeno quando esta distância for menor que 3 centímetros. C) SINTOMAS ● Dor pleurítica ● Dispnéia ● Tosse seca e irritativa ● D) EXAME FÍSICO ● Abaulamento torácico ● Diminuição da expansibilidade torácica ● Timpanismo à percussão ● Frêmito toraco vocal diminuído ● Ausculta pulmonar com diminuição ou abolição do murmúrio vesicular ● E) DIAGNÓSTICO ● Sintomas e exame físico ● Radiografia de tórax, mostra a hipertransparência delimitada linha da pleura visceral, paralela ao gradil costa. Nos casos mais graves: hipertransparência do hemitórax comprometido; colapso pulmonar; aumento dos espaços intercostais; desvio contralateral das estruturas mediastinais; rebaixamento da cúpula diafragmática homolateral. ● F) TRATAMENTO MÉDICO ● Conservador: analgésicos, oxigenioterapia e repouso. ● Cirúrgico: toracocentese de alívio. ● Drenagem pleural fechada. ● Pleurodese. ● G) TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO É importante salientar que a fisioterapia só irá atuar se o pneumotórax estiver drenado. A fisioterapia tem como objetivo esperado expandir totalmente o pulmão,o que gera o fechamento da fístula pleuro - brônquica que determinou o pneumotórax, através de exercícios respiratórios, para que o ar contido na cavidade pleural seja reabsorvido como padrões ventilatórios e a inspirometria de incentivo. O paciente deve ser posicionado em situações que promovam a drenagem ou decúbitos laterais onde o pulmão acometido seja o dependente. Para verificar se o pneumotórax está perpetuando, basta pedir ao paciente para inspirar forte e depois tossir. Se a fístula estiver presente a utilização da pressão positiva na forma de CPAP ou BIPAP deve ser criteriosa, pois a mesma pode perpetuar a fístula pleuro - brônquica. Para complementação do estudo acessar os links: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-37132006000900008&scrip t=sci_arttext https://www.researchgate.net/publication/261737040_The_effects_of_ a_physiotherapy_programme_on_patients_with_a_pleural_effusion_A _randomized_controlled_trial Tuberculose A Tuberculose continua sendo mundialmente um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle, considerando aspectos humanitários, econômicos e de saúde pública. O Brasil é um dos 22 países priorizados pela OMS que concentram 80% da carga mundial desta doença. É importante destacar que anualmente ainda morrem 4,5 mil pessoas por tuberculose, doença curável e evitável. Em sua maioria, os óbitos ocorrem nas regiões metropolitanas e em unidades hospitalares. É a principal causa infecciosa de morbidade e mortalidade mundial em adultos, matando aproximadamente dois milhões de pessoas todos os anos. Infecção por HIV/AIDS é um fator cada vez mais importante de predisposição para tuberculose e mortalidade em regiões do mundo onde ambas as infecções predominam. Tuberculose é uma infecção crônica, progressiva, com um período de latência seguindo a infecção inicial. Doença infecciosa e contagiosa, causada por um microrganismo denominado Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de Koch (BK), que se propaga através do ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por um doente com TB pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. Quando estas gotículas são inaladas por pessoas sadias, provocam a infecção tuberculosa e o risco de desenvolver a doença. Pessoas com lesões cavitárias pulmonares são especialmente infectantes. Núcleos de gotículas contendo bacilos de tuberculose podem flutuar em correntes de ar em cômodos durante várias horas, aumentando a chance de disseminação. . A propagação da tuberculose está intimamente ligada às condições de vida da população. Prolifera, como todas as doenças infecciosas, em áreas de grande concentração humana, e sua transmissão aumenta pela exposição frequente ou prolongada a um paciente que dispersa grande volume de bacilos da tuberculose em espaços superlotados, fechados e pouco ventilados; assim, pessoas que vivem em condições precárias ou em instituições apresentam mais riscos. Contudo, uma vez iniciado um tratamento eficaz, a tosse rapidamente diminui, os microrganismos são inativados e, dentro de semanas, a tuberculose não é mais contagiosa. Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas delas ficam no trato respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é improvável de
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