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Livro: Contabilidade Empresarial

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Prévia do material em texto

CONTABILIDADE 
EMPRESARIAL 
PROFESSORAS
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Me. Juliana Moraes da Silva
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8960
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. FARGALLI, Adriana Casavechia; 
SILVA, Juliana Moraes da.
Contabilidade Empresarial. 
Adriana Casavechia Fragalli 
Juliana Moraes da Silva.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 
192 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Contabilidade 2. Empresarial 3. Negócios . EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Juliana Moraes da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Arthur Cantareli Silva
Design Educacional
Ivana Cunha Martins
Curadoria
Fernanda Feitoza de Brito
Revisão Textual
Sarah Mariana Longo C. Cocato
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 657 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-522-7
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head 
de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e 
Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima Head de Recursos Digitais e Multimídias Franklin Portela 
Correia Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção Digital 
Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Recursos Educacionais Digitais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Design 
Educacional e Curadoria Yasminn T. Tavares Zagonel Supervisora de Produção Digital Daniele Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história 
avançando a cada dia. Agora, enquanto Universida-
de, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos 
diariamente para que nossa educação à distância 
continue como uma das melhores do Brasil. Atua-
mos sobre quatro pilares que consolidam a visão 
abrangente do que é o conhecimento para nós: o in-
telectual, o profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam 
para o desenvolvimento de uma sociedade justa 
e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um 
gênio importante para o cumprimento integral 
desta missão: o coletivo. São os nossos professo-
res e equipe que produzem a cada dia uma inova-
ção, uma transformação na forma de pensar e de 
aprender. É assim que fazemos juntos um novo 
conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos como 
este produzidos anualmente, com a distribuição 
de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamen-
te para nossos acadêmicos. Estamos presentes 
em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Marin-
gá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá), 
o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos 
educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário Quin-
tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem 
muda o mundo são as pessoas. Os livros só mu-
dam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportunidade 
de fazer a sua mudança!
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa missão, 
que é promover a educação de qualidade 
nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que 
contribuam para o desenvolvimento de 
uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM). Mestrado em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Pós-graduanda em Docência no Ensino Superior pela UniCesumar. Atua como pro-
fessora formadora em cursos a distância da UniCesumar.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8193667547216940
Me. Juliana Moraes da Silva
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2016). Possui 
bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2006) 
e é licenciada em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (2001). Atual-
mente, é Perita Contábil nas áreas Civil e Trabalhista, é, também, professora e coor-
denadora do curso de Ciências Contábeis da UniCesumar. Possui experiência na 
área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0551257296562180
http://lattes.cnpq.br/8193667547216940
http://lattes.cnpq.br/0551257296562180
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) aos nossos estudos sobre Contabilidade Empresarial! 
Há uma frase bastante popular que diz o seguinte: “Para quem não sabe aonde quer chegar, 
qualquer caminho serve”. É mais ou menos assim que muitas pessoas vivem: não sabem o que 
querem, seguem por qualquer caminho e, por isso, nunca conseguem nada, nem chegam a 
lugar algum. Contudo, você é diferente, você escolheu o caminho da academia, e, para segui-
-lo, é preciso traçar uma meta, e, para buscá-la, são necessários planejamento, organização, 
perseverança, conhecer as possibilidades e aproveitar as oportunidades. Tenha calma, você 
chegará lá, mas deve dar um passo de cada vez. No ensino a distância, é a sua disciplina de 
cada dia, de cada mês, de cada ano que te levará a essa conquista. 
Temos o desejo de contribuir com a construção do seu conhecimento. E é com grande sa-
tisfação que este material de Contabilidade Empresarial foi especialmente elaborado para 
auxiliar nos passos da sua caminhada. 
O presente material está estruturado em cinco unidades, nas quais apresentamos uma expla-
nação teórica e exemplos práticos acerca dos temas abordados. Ao final de cada unidade, você 
é convidado(a) a verificar o nível de absorção do conteúdo, resolvendo algumas atividades 
sobre o tema abordado.
Nossos estudos começam com um pouco da história da Contabilidade, desde o seu surgi-
mento e consolidação como Ciência Social até a sua atual posição como uma importante 
aliada no mundo dos negócios. Em seguida, na Unidade 2, são abordados alguns conceitos 
básicos para o entendimento da Contabilidade e da sua forma de atuação. Na Unidade 3, é 
apresentada a sistematização do patrimônio, o qual representa o objeto da Contabilidade. 
Este patrimônio e as suas modificações são acompanhados e divulgados pela Contabilidade 
por meio das demonstrações contábeis, as quais são abordadas nas Unidades 4 e 5. 
Poxa! Parece muita coisa, não é mesmo?! Contudo, fique tranquilo(a)! Nós da Unicesumar, 
professores(as) formadores(as) e mediadores(as), em conjunto com a coordenação, estaremos 
ao seu lado, acompanhando e auxiliando no seu crescimento acadêmico. 
Ante todo o exposto, não perca mais tempo. Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento!pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
INTRODUÇÃO À 
CONTABILIDADE
8
ESTRUTURA 
CONCEITUAL
34
66
SISTEMATIZAÇÃO 
DO PATRIMÔNIO
102
BALANÇO 
PATRIMONIAL
135
DEMONSTRAÇÃO 
DO RESULTADO DO 
EXERCÍCIO E OUTRAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
178
CONCLUSÃO GERAL
1
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • História da Contabilidade • Ciência 
Contábil • Pessoas Física e Jurídica • Os Negócios e a Contabilidade.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Conhecer como surgiu a Contabilidade • Compreender a inserção da Ciência Contábil na Ciência Social 
• Diferenciar as pessoas físicas das pessoas jurídicas • Compreender a importância da Contabilidade 
para os negócios.
PROFESSORAS 
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Me. Juliana Moraes da Silva
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao mundo da Contabilidade! Aqui, 
nem tudo são números e cálculos, mas tudo ocorre de maneira lógica. O 
conteúdo desta disciplina, acumulado com o seu conhecimento acerca do 
mundo à sua volta, em especial, o seu conhecimento em relação ao mundo 
dos negócios, proporcionar-lhe-á condições de melhor investir ou negociar. 
Para isso, como se diz: iniciaremos do início, neste caso, conhecendo 
um pouco da história da Contabilidade. Você verá que a Contabilidade é 
tão antiga quanto o homem, mas, com o passar dos anos, ela se desenvolveu 
e se tornou uma ciência.
Para se caracterizar como ciência, é necessário que o conhecimento seja 
construído com base em métodos científicos. Assim, você aprenderá quais 
são os critérios para se definir algo como ciência e compreenderá por que 
a Contabilidade é tida como uma Ciência Social.
A Ciência Contábil visa estudar o patrimônio das entidades contábeis e 
as suas alterações, mas o que são entidades contábeis? Para compreender o 
que é uma entidade contábil, conheceremos a definição e as características 
das pessoas físicas e das pessoas jurídicas, segundo o Código Civil Brasilei-
ro. A partir daí, conheceremos as pessoas no sentido contábil, assim você 
compreenderá a quem a Contabilidade se aplica.
De qualquer forma, todos nós sabemos que a Contabilidade está presente 
na rotina das empresas. O que alguns não sabem é que ela não serve apenas 
para cumprir as determinações legais e para emitir guias de recolhimento de 
tributos. Na verdade, a Contabilidade é uma grande parceira dos negócios. 
Assim, encerraremos esta unidade falando sobre os negócios e a Con-
tabilidade. Se, por um lado, a Contabilidade depende das empresas para 
existir, por outro, o sucesso das empresas, também, depende de uma boa 
Contabilidade. Bons estudos!
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HISTÓRIA DA
CONTABILIDADE
Olá, caro(a) aluno(a). Pronto(a) para conhecer um pouco sobre a Contabilidade? 
Tenho certeza que sim. Vamos lá! 
Neste nosso estudo sobre a Contabilidade Empresarial, iniciaremos falando 
sobre como ela surgiu, qual é o seu objetivo e entenderemos qual é a sua im-
portância no ramo dos negócios. Depois de estudar esta unidade, você saberá o 
quão necessário é aprender um pouco sobre a Contabilidade para ter sucesso nos 
negócios ou, até mesmo, para administrar seus recursos pessoais.
Falando sobre o surgimento da Contabilidade, não é possível determinar 
uma data exata. Contudo, podemos afirmar que ela é tão antiga quanto a origem 
do homem. Talvez, você se pergunte: “mas como assim ela é tão antiga?”. Nem os 
números, que são tão utilizados pela Contabilidade, são tão antigos! É que, apesar 
de ela se utilizar dos números, estes não são o seu objeto principal.
A Contabilidade cuida do patrimônio das entidades, assim, a partir do momento 
em que o homem começou a possuir e controlar seus bens, ela surgiu. Entretanto, 
o que seriam esses bens? Eram os instrumentos de caça e de pesca, os animais, as 
ânforas de bebidas, entre outros. Para controlar os animais, por exemplo, o dono do 
rebanho separava uma pedra para cada animal ou fazia “riscos” em um pedaço de 
madeira ou osso, assim ele acompanhava se havia a mesma quantidade de pedras ou 
de riscos em comparação aos animais. É claro que essa era uma forma muito rudi-
mentar de Contabilidade, mas já representava um acompanhamento do patrimônio. 
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Segundo Favero et al. (2011, p. 9), “alguns pesquisadores revelam que os pri-
meiros sinais objetivos da existência da Contabilidade datam de mais ou menos 
4.000 anos a.C.”. Contudo, exemplos completos de contabilização encontrados no 
Egito remetem, seguramente, a 3.000 anos a.C., época da civilização da Suméria 
e da Babilônia (hoje, Iraque) (IUDÍCIBUS, 2010). 
Entretanto, a Contabilidade como conhecemos hoje, em que os registros 
são feitos por meio das partidas dobradas, ou seja, os famosos débito e crédito, 
surgiu bem mais tarde. De acordo com Hendriksen e Van Breda (2012), siste-
mas de escrituração por partidas dobradas começaram a surgir, gradativamente, 
nos séculos XIII e XIV.
Foi, contudo, no século XV que o método por partidas dobradas foi divulgado 
pela primeira vez. O frei franciscano Luca Pacioli, que, por sinal, era professor de 
Matemática, escreveu um livro denominado Summa de arithmetica, geometrica, 
proportioni et proportionalitá. Neste livro, Pacioli escreveu um capítulo que, 
segundo Hendriksen e Van Breda (2012, p. 39), “descrevia o sistema de partidas 
dobradas, e apresentava o raciocínio em que se baseavam os lançamentos con-
tábeis”, os quais, por incrível que pareça, são utilizados até hoje.
Figura 1 – Luca Pacioli
O surgimento das parti-
das dobradas, justamente na 
Itália, não foi por acaso. As 
cidades italianas de Vene-
za, Gênova, Florença, Pisa e 
outras representavam o que 
de mais avançado poderia 
existir na época, em termos 
de empreendimentos comer-
ciais e industriais (IUDÍCI-
BUS, 2010). Nesse sentido, 
nada mais natural do que 
justamente os italianos de-
senvolverem um mecanismo 
de controle patrimonial que 
auxiliasse nos negócios. 
Dessa forma, é possí-
vel observar que a Conta-
bilidade nasceu e continua 
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Ficou curioso(a) sobre a história da Contabilidade, que, por sinal, é muito interessante e 
tem a ver com a nossa história? Então, leia o livro Teoria da Contabilidade, de Hendriksen 
e Van Breda (2012). O segundo capítulo, intitulado “Quatro mil anos de Contabilidade”, 
conta como ela evoluiu em conjunto com os negócios, a tecnologia e a sociedade. 
explorando Ideias
evoluindo em função das necessidades da sociedade. De acordo com Iudícibus 
(2010, p. 16), “o grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas 
está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento 
comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações”.
Assim, em um primeiro momento, a Contabilidade teve grande destaque na 
Itália e, em seguida, em toda a Europa, onde foram desenvolvidas diversas teorias 
contábeis. Contudo, como ela tem uma estreita relação com o desenvolvimento 
econômico e social, no início do século XX, a escola italiana (europeia) de Con-
tabilidade começou a perder sua hegemonia para a escola norte-americana. 
Como já foi dito, a Contabilidade acompanha o desenvolvimento comercial 
e industrial. Assim, o foco econômico passou a ser a América do Norte. Dessa 
forma, também, foi “natural” que os norte-americanos passassem a desenvolver 
novas teorias contábeis, as quais ganharam grande destaque no mundo dos ne-
gócios, como a Contabilidade Gerencial, a Contabilidade de Custos e a Auditoria.
Os registros contábeis, muito mais do que dados financeiros, sãouma impor-
tante base de dados. Sobre isso, Hendriksen e Van Breda (2012, p. 39) relatam que:
 “ A história da contabilidade é a história da nossa era; de muitas for-mas, a própria contabilidade conta essa história, pois os registros contábeis fazem parte da matéria-prima dos historiadores. Apren-
demos muito a respeito de homens como Isaac Newton e John 
Wesley graças aos livros contábeis que mantiveram. Como disse a 
novelista Josephine Tey, “a verdade não está nas histórias, mas nos 
livros de contabilidade”.
Isso demonstra que os registros e as demonstrações contábeis não são apenas 
documentos para atender às exigências legais, mas, também, representam um re-
trato da realidade patrimonial de empresas e/ou pessoas, fornecendo informações 
importantes tanto para gestores e governo quanto para a sociedade. 
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CIÊNCIA
CONTÁBIL
Conforme a sociedade e a Economia evoluem, a Contabilidade também se de-
senvolve para atender às novas necessidades. É por esse motivo que, há alguns 
anos, a Contabilidade passa por um processo de internacionalização. No mundo 
globalizado, em que os negócios entre diferentes países se tornaram algo comum, 
é necessário falar a mesma língua, pelo menos, no que se refere às informações 
contábeis. Por esse motivo, as Normas Internacionais de Contabilidade, ou IFRS 
(International Financial Reporting Standards), estão sendo adotadas por diver-
sos países, no intuito de padronizar e facilitar a compreensão das informações 
contábeis. O Brasil adotou as Normas Internacionais em 2007, com a promulga-
ção da Lei n.º 11.638 (BRASIL, 2007).
O que podemos concluir é que, enquanto houver evolução na área comercial e 
industrial, ou seja, na área dos negócios em geral, a Contabilidade continuará evo-
luindo para atender às necessidades das entidades e da sociedade como um todo. 
De volta a mais um tópico para estudar Ciência Contábil, é pertinente iniciarmos 
pela reflexão acerca do conceito de ciência. De acordo com o Novo Dicionário 
Aurélio da Língua Portuguesa (FERREIRA, 2009, p. 496), ciência pode ser en-
tendida como: 
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 “ Conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produ-zidos, historicamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão e, estruturados com 
métodos, teorias e linguagens próprias, que visam compreender e, 
possivelmente, orientar a natureza e as atividades humanas. 
Para Lakatos e Marconi (2010), o método científico é uma forma de investigação 
da natureza e pode ser elencado nas seguintes etapas:
Identificação do problema ou observação do fenômeno: ato de 
examinar minuciosamente qualquer coisa. 
Levantamento de hipóteses: o problema deve ser identificado e 
enunciado de tal maneira que todos entendam do que se trata. 
Experimentos científicos: ocorrem quando se realiza todos os 
experimentos teóricos e práticos em busca de explicações para de-
terminado problema.
Publicação do trabalho: quando já se chegou a uma conclusão e 
se deve expô-la à crítica da comunidade científica. Desse modo, 
pode-se levar a tecnologia a todas as partes do mundo.
A ciência tem várias divisões, dentre as quais destacam-se: 
Ciência Exata: qualquer campo da ciência capaz de expressar 
quantidades, predições precisas e métodos rigorosos, de testar hi-
póteses, especialmente, os experimentos reprodutíveis, envolvendo 
predições e medições quantificáveis pela Matemática, Física, Enge-
nharia, Química e Estatística. 
Ciência Social: ramo da ciência que estuda os aspectos sociais do 
ser humano. Propõe conhecer o ser humano enquanto elemento 
integrante de grupo organizado. 
Para ser considerado como ciência, o ramo de conhecimento precisa apresentar 
uma série de características. De acordo com Padoveze (2011, p. 16), essas carac-
terísticas precisam ser, no mínimo, as seguintes:
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 ■ o ramo de conhecimento deve ter objeto de estudo próprio, ou seja, um 
campo de atuação dos fenômenos em que ela se debruça;
 ■ deve utilizar-se de métodos racionais ou científicos;
 ■ deve ter um corpo de teoria, normas e princípios;
 ■ apresentar o caráter de certeza de seus enunciados;
 ■ estar em evolução e relacionar-se com os demais ramos de conhecimento 
científico;
 ■ ter caráter de generalidade em seus estudos e aplicações;
 ■ seus resultados serem comprovados etc.
Em consonância com tais características, Padoveze (2011, p. 16) explica por que 
a Contabilidade é uma ciência:
 ■ tem objeto de estudo próprio, que é o Patrimônio e os eventos econômicos 
que alteram esse Patrimônio;
 ■ utiliza-se de método racional, o Método das Partidas Dobradas;
 ■ estabelece relações entre os elementos patrimoniais, válidas em todos 
os espaços e tempos, ou seja, é um ramo de conhecimento universal e 
permanente;
 ■ apresenta-se em constante evolução;
 ■ o conhecimento contábil é regido por leis, normas e princípios, ou seja, 
tem um corpo de teorias e princípios contábeis;
 ■ seus estudos têm o caráter de generalidade, ou seja, os mesmos eventos eco-
nômicos reproduzidos nas mesmas condições provocam os mesmos efeitos;
 ■ tem caráter preditivo, isto é, os modelos contábeis permitem a construção 
de modelos de decisão para eventos futuros;
 ■ tem o caráter de certeza na afirmação de seus enunciados, isto é, suas 
aplicações podem ser comprovadas por evidências posteriores;
 ■ está relacionada com os demais ramos do conhecimento científico, pois 
se utiliza de instrumentos das ciências da matemática, filosofia, economia, 
psicologia, administração, direito etc. 
A Ciência Contábil ou a Contabilidade é uma Ciência Social que estuda os fenô-
menos no patrimônio das entidades, mediante registro, classificação, demonstra-
ção, análise e interpretação dos fatos contábeis, objetivando oferecer informações 
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PESSOAS
FÍSICA E 
JURÍDICA
e orientações para o auxílio na tomada de decisões (FRANCO, 1989). Embora a 
Contabilidade utilize métodos quantitativos, não se pode interpretar a aplicação 
como sendo uma Ciência Exata, pois esta objetiva as quantidades abstratas que 
independem de ações humanas, e não as aplicações. 
A ciência da Contabilidade, na condição de Ciência Humana, tem um rela-
cionamento estreito com as outras áreas do conhecimento universal. Diante dessa 
interface, o estudo da Ciência Contábil não pode deixar de conhecer os aspectos 
das outras ciências que se aplicam ao seu estudo, tanto no campo teórico como 
no prático ou operacional.
Desde os tempos mais remotos, o homem procurou se agrupar, viu que sozinho, 
sem ajuda mútua, não poderia sobreviver. Com o passar dos anos, passou a se 
juntar, principalmente, para a realização de determinados objetivos comuns ou 
negócios, criando companhias ou empresas. 
Hoje, por força de lei, a pessoa natural recebe o nome de pessoa física, e as 
pessoas físicas, quando identificadas por um número de Cadastro Nacional de 
Pessoa Jurídica (CNPJ), são denominadas pessoas jurídicas.
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Pessoas de Acordo com o Código Civil Brasileiro – 
Lei n.º 10.406, de 10/01/2002
Observamos que, no ambiente social, muitas forças coexistem e se relacionam 
umas com as outras em ambientes de conflito ou harmonia. Destacam-se, dentre 
essas forças, as pessoas naturais/físicas e as jurídicas. 
Pessoa Natural ou Física 
O Código Civil brasileiro (BRASIL, 2002, on-line), em seu Capítulo I, trata da 
personalidade da pessoa natural, também conhecida como pessoa física, em 
que define que:
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento 
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro.
[...] 
Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte; pre-
sume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a 
abertura de sucessão definitiva.
Assim, quando nos deparamos com qualquer ser humano, estamos diante de 
uma pessoa natural ou física. 
PessoaJurídica 
O Código Civil classifica as pessoas jurídicas como de direito público (interno 
ou externo) e de direito privado. 
Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno 
Segundo o Código Civil (BRASIL, 2002, on-line), em seu artigo 41, as pessoas 
jurídicas de direito público interno são:
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I. A União (Ex.: República Federativa do Brasil). 
II. Os Estados, o Distrito Federal e os Territórios (Ex.: Estado 
do Paraná). 
III. Os Municípios (Ex.: Município de Maringá). 
IV. As autarquias, inclusive as associações públicas. 
V. As demais entidades de caráter público criadas por lei.
Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo 
Consideram-se pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangei-
ros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público (Art. 
42) (por exemplo: Estados Unidos da América, Portugal, ONU).
Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
Correspondem às pessoas jurídicas que não são públicas. Segundo a legislação, 
a pessoa jurídica de direito privado começa sua existência legal com a inscrição 
do ato constitutivo (Contrato Social ou Estatuto) no respectivo registro. Quando 
necessário, esse registro deve ser precedido de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo. Ao longo de sua existência, todas as alterações pelas quais o ato cons-
titutivo passar devem ser registradas. A sociedade adquire personalidade jurídica 
com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos 
(Arts. 45, 985 e 1150). Termina a existência da pessoa jurídica com a inscrição 
do destrato social no respectivo órgão de registro.
São pessoas jurídicas de direito privado (Art. 44): 
I. as associações; 
II. as sociedades; 
III. as fundações. 
IV. as organizações religiosas; 
V. os partidos políticos.
VI. as empresas individuais de responsabilidade limitada (BRASIL, 
2002, on-line). 
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Pessoas no sentido contábil 
Para a Ciência Contábil, fora do contexto do Código Civil brasileiro, o conceito 
e a classificação das entidades contábeis são os seguintes:
Entidade Contábil ou Azienda
A entidade contábil/azienda pode ser definida como um patrimônio sob a ação ad-
ministrativa do homem, que age sobre ele praticando atos de natureza econômica. 
Segundo o Novo Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2009, p. 256), azienda é: 
 “ [...] complexo de obrigações, bens materiais e direitos que consti-tuem um patrimônio, representados em valores ou que podem ser objeto de apreciação econômica, considerado juntamente com a 
pessoa natural ou jurídica que tem sobre ele poderes de adminis-
tração e disponibilidade.
As entidades contábeis/aziendas, quanto aos fins, classificam-se em: 
 ■ Sociais: aquelas cujo fim é apenas social, ou seja, não visam lucros. Pode-
mos citar como aziendas sociais as associações beneficentes, esportivas, 
culturais, recreativas etc. 
 ■ Econômico-sociais: aquelas que, além de terem finalidades sociais, 
buscam um aumento delas mesmas, com o objetivo de prestar serviços, 
pecúlios, benefícios etc. às pessoas que contribuíram para a sua forma-
ção. Podemos citar como exemplo desse tipo de azienda os institutos de 
pensão, aposentadoria, pecúlio e previdência. 
 ■ Econômicas: aquelas constituídas com a finalidade de obter lucros que 
seriam revertidos em seu próprio benefício e no das pessoas que contri-
buíram para sua formação. Nesse tipo de azienda, podemos classificar 
todas as sociedades comerciais, industriais, agrícolas, de serviços, além 
de outras que tenham lucro como finalidade. No Brasil, essas entidades 
econômicas são denominadas sociedades empresariais, empresas, fundos 
de comércio e estabelecimentos.
 ■ As entidades contábeis/aziendas, quanto aos seus proprietários, clas-
sificam-se em: 
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OS NEGÓCIOS E A
CONTABILIDADE
 ■ Públicas: pertencentes à comunidade, mas que podem estar sob a admi-
nistração do poder público ou privado. Podemos citar, por exemplo, as 
fundações, os sindicatos, as fundações com fins educacionais, intelectuais, 
esportivos e o próprio Estado. 
 ■ Particulares: propriedades particulares pertencentes a uma pessoa ou a 
um grupo de pessoas, como as sociedades civis ou comerciais ou o pró-
prio patrimônio de uma família. 
Vale lembrar que essa classificação é muito genérica, pois existem diversas formas 
de atividades econômicas, cada qual com suas características e particularidades. 
A Contabilidade presta um importante serviço às empresas. Além de atender 
às determinações legais — tendo em vista que, exceto o MEI (Microempreen-
dedor Individual), todas as outras formas de empresa são obrigadas a ter uma 
escrituração contábil —, ela também auxilia o processo de gestão, munindo os 
administradores com informações úteis. 
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Que a Contabilidade é fundamental para as empresas, isso todo mundo sabe. 
O que muitos não sabem é que ela é a origem do mundo como o conhecemos 
hoje. Se não fosse a Contabilidade, nós não teríamos mecanismos para desenvol-
ver o mundo capitalista em que vivemos.
 “ A contabilidade é um produto do Renascimento Italiano. As forças que conduziram a essa renovação do espírito humano na Europa fo-ram as mesmas que criaram a contabilidade. Alguns argumentam 
até que essas forças não teriam progredido a ponto de moldar nosso 
mundo atual se não tivesse havido a invenção da contabilidade por 
partidas dobradas, pois ela criou a base para o desenvolvimento do ca-
pitalismo privado, gerador da riqueza que sustentou o artista, o músi-
co, o religioso e o escritor (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2012, p. 39).
A Contabilidade por partidas dobradas criou um mecanismo capaz de men-
surar a riqueza, ou seja, capaz de avaliar o resultado positivo (lucro/sobras/
superávit) ou negativo (prejuízo/perdas/déficit), impulsionando o comércio e 
a economia como um todo. 
Colaborando com o que Hendriksen e Van Breda (2012) afirmaram, Iudícibus 
e os professores da FEA/USP argumentam que:
 “ Na verdade, o desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente associado ao surgimento do Capitalismo, como for-ma quantitativa de mensurar os acréscimos ou decréscimos dos 
investimentos iniciais alocados a alguma exploração comercial ou 
industrial. Não é menos verdade, todavia, que a economia de mer-
cado e seu florescer foram, por sua vez, fortemente amparados pelo 
surgimento e aperfeiçoamento das partidas dobradas, o que equi-
vale a dizer que se verificou uma interação entre os dois fenômenos 
(IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 1). 
O que os autores estão dizendo é que existe uma ligação muito forte entre a 
economia de mercado e a Contabilidade. Uma ligação que funciona nos dois 
sentidos, ou seja, a Economia influenciando a Contabilidade, e a Contabilidade 
influenciando a Economia. 
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As empresas são tão importantes para a Contabilidade quanto a Contabilidade é impor-
tante para as empresas. Elas representam o maior consumidor de serviços contábeis, seja 
para fins legais, tributários ou gerenciais. Por outro lado, se não fosse a Contabilidade, as 
empresas não teriam uma base informacional confiável para auxiliar sua gestão.
pensando juntos
Como isso acontece? Por um lado, a Economia influencia a Contabilidade, 
pois são as atividades econômicas que necessitam das informações contábeis. 
Nesse sentido, a Contabilidade funciona como prestadora de serviços às enti-
dades e, assim, à Economia, fornecendo informações úteis para o processo de 
gestão. Por outro lado, o desenvolvimento e aperfeiçoamento da Contabilidade 
por partidas dobradas influencia a Economia, pois fornece mecanismos capazes 
de mensurar o desempenho econômico. 
Quando falamos que a Contabilidade é importante para os negócios, normal-
mente, imaginamos as empresas, até as citamos com frequência, inclusive neste 
material. Contudo, é relevante esclarecer que a Contabilidade pode ser utilizada 
tanto por pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, quanto por pessoas físicas. 
Isso porque,como mencionado anteriormente, a Contabilidade acompanha 
o patrimônio e as suas variações. Dessa forma, toda pessoa, física ou jurídica, 
pública ou privada, que possuir um patrimônio, ou seja, um conjunto de bens, 
direitos e obrigações a serem administrados, pode usufruir da atividade contábil. 
A Contabilidade, na qualidade de ciência social aplicada, com metodologia especialmente 
concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam 
as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa físi-
ca, entidade de finalidade não lucrativas, empresa, seja mesmo pessoa de Direito Público, 
tais como Estado, Município, União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo.
Fonte: Iudícibus et al. (2010, p. 1).
conceituando
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Finalidades da Informação Contábil 
As informações contábeis, tão relevantes para os negócios, podem ter diversas 
finalidades. Baseado no livro de Robert N. Anthony, intitulado Management 
Accounting (Contabilidade Gerencial), Iudícibus et al. (2010) apresentam três 
finalidades básicas da informação contábil: planejamento, controle e auxílio 
no processo decisório.
Planejamento
Segundo Iudícibus et al. (2010, p. 5), “planejamento é o processo de decidir que 
curso de ação deverá ser tomado para o futuro”. O processo de planejamento, 
muito mais do que uma simples previsão, consiste em avaliar diversas possibili-
dades e optar pela melhor. Dessa forma, o planejamento pode ser utilizado para 
uma ação exclusiva, um departamento ou para a empresa como um todo. O uso 
das informações contábeis para definição de padrões ou para a elaboração de 
orçamentos é muito importante para o planejamento empresarial. 
Controle
A finalidade da informação contábil como controle pode ser entendida como 
um acompanhamento das ações empresariais, ou seja, por meio das informações 
contábeis, a alta administração ou os sócios podem acompanhar se a organização 
está agindo conforme o previsto. 
Esse acompanhamento não se refere apenas à fiscalização das ações dos 
gestores num sentido “policial”, mas representa um importante mecanismo de 
acompanhamento das ações e dos seus respectivos resultados para a empresa, 
permitindo elaborar estratégias e tomar decisões necessárias para o sucesso e 
permanência do negócio. 
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Segundo Anthony (s.d. apud IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 5), a informação 
contábil é útil ao processo de controle das seguintes formas:
 ■ Como meio de comunicação - Os relatórios contábeis podem ser de 
grande auxílio, ao informar a organização a respeito dos planos e políticas 
da administração e, em geral, das formas de comportamento ou ação que 
a administração deseja atribuir à organização.
Como meio de comunicação, podemos acrescentar a prestação de contas à socie-
dade e ao governo. Por meio das demonstrações contábeis, a empresa comunica 
suas ações, seus resultados e suas expectativas. 
 ■ Como meio de motivação - A não ser que a empresa ou negócio seja 
do tipo individual, não compete à administração fazer ou executar o 
serviço. Isto quer dizer que a administração não fabrica e vende pessoal-
mente o produto. Pelo contrário, a responsabilidade da administração 
consiste em gerenciar o trabalho que está sendo executado pelos outros. 
Isso requer, em primeiro lugar, que o pessoal seja contratado e formado 
dentro da organização, e, segundo lugar, que a organização seja motiva-
da de forma que venha a fazer o que a administração quer que se faça. 
A informação contábil pode auxiliar (e também, desde que utilizada 
inadequadamente, prejudicar) esse processo de motivação (ANTHONY, 
s.d. apud IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 5).
Um exemplo da informação contábil utilizada para motivação são as metas. 
Muitas empresas determinam metas financeiras ou de produtividade, as 
quais, quando conquistadas, podem ser recompensadas por meio de boni-
ficações aos funcionários. 
 ■ Como meio de verificação - Periodicamente, a administração neces-
sita avaliar a qualidade dos serviços executados pelos empregados. A 
apreciação desse desempenho pode resultar em acréscimo de salários, 
promoções, readmissões, ações corretivas as mais variadas, ou, em casos 
extremos, demissões. A informação contábil pode auxiliar esse processo 
de avaliação, embora o desempenho humano não possa ser julgado ape-
nas pela informação contida nos registros contábeis (ANTHONY, s.d. 
apud IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 6). 
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Descrição da Imagem: a figura apresenta um fluxo dos processos operacionais, apresentando como as in-
formações contábeis podem auxiliar. Primeiramente, no planejamento, é feito o estabelecimento de padrões 
e a projeção de resultados. Esses dois interferem no controle, que é o processo operacional de controle e 
acompanhamento. Por fim, este interfere no processo decisório, que representa a tomada de decisão. A 
tomada de decisão, por sua vez, volta a interferir no planejamento, formando um fluxo contínuo de ações, 
nas quais a Contabilidade auxilia ao gerar informações. 
Como mencionado, as metas podem servir de motivação para os funcionários, 
mas, para isso, também é necessário verificar — no sentido de acompanhar pe-
riodicamente os resultados obtidos.
Processo Decisório
O processo decisório representa o conjunto de ações a serem tomadas para que 
a organização atinja os objetivos definidos em seu planejamento. Para Iudícibus 
et al. (2010, p. 6), “o processo decisório ocorre pelas tomadas de decisões já pla-
nejadas e pelas tomadas de decisões corretivas quando o controle evidencia que 
o caminho a ser seguido não era o planejado”.
TOMADA DE
DECISÃO
PROJEÇÃO
DE RESULTADOS
PROCESSO OPERACIONAL -
CONTROLE E
ACOMPANHAMENTO
ESTABELECIMENTO
DE PADRÕES
PLANEJAMENTO CONTROLE PROCESSO DECISÓRIO
Figura 2 - Finalidades da Informação Contábil no Processo Operacional / Fonte: a autora.
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Podemos observar que a Contabilidade acompanha e participa de todo o pro-
cesso operacional das empresas. As informações contábeis são, inicialmente, uti-
lizadas no planejamento, sendo fundamentais para a definição de estratégias e 
orçamentos operacionais e administrativos. No processo de controle contínuo 
da empresa, a Contabilidade gera informações para acompanhar se o que foi 
definido no planejamento está sendo cumprido. Com base no que foi planejado 
e acompanhando o processo de controle, a Contabilidade fornece informações 
importantes para a tomada de decisão. 
Espero que, nesta unidade, você já tenha compreendido como a Contabili-
dade é fundamental para o mundo dos negócios. E quando falo em negócios, 
não me refiro apenas às empresas, mas às pessoas físicas também. Nós, também, 
possuímos um patrimônio que deve ser bem administrado caso queiramos bons 
resultados, afinal quem não quer prosperar na vida? 
É claro que manter uma escrituração contábil é inviável para a maioria das 
pessoas, na verdade, muitas empresas só as mantêm por determinação legal. Con-
tudo, conhecer os conceitos da Contabilidade, principalmente, no que se refere 
ao controle do patrimônio, é um conhecimento que, ao meu ver, deveriam ser 
observados por todos.
Contudo, enquanto, para muitas pessoas físicas, a Contabilidade não tem muito 
sentido, para as empresas, em geral, ela representa um elemento fundamental para 
o sucesso do negócio. Afinal, sem informação, a gestão caminha no escuro. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), você acaba de dar o primeiro passo para entender o quanto a 
Contabilidade é útil para os negócios e, ao conhecê-la melhor, você se tornará 
um profissional diferenciado.
Iniciamos falando sobre a história da Contabilidade. Conhecer a história nos 
permite compreender o seu desenvolvimento e a imaginar o seu futuro. Como 
você aprendeu, a Contabilidade é tão antiga quanto o homem, pois surgiu com a 
necessidade de controlar os bens, ou, melhor dizendo, o patrimônio.
Quanto à ciência, contudo,a Contabilidade surgiu por volta do século XIII 
ou XIV, com o desenvolvimento do método das partidas dobradas. Esse evento 
ocorreu na Itália e se espalhou, primeiramente, pela Europa. Por volta do século 
XX, a escola norte-americana de Contabilidade passou a se destacar.
O que podemos concluir com isso é que a Contabilidade acompanha o de-
senvolvimento econômico. Assim, enquanto houver empresas, negócios e patri-
mônio a serem controlados, a Contabilidade atuará e buscará auxiliar os usuários 
da melhor forma possível.
Nesta unidade, vimos, também, que a Contabilidade é classificada como uma 
Ciência Social. Apesar de utilizar números, ela não se enquadra nas característi-
cas de Ciência Exata, afinal cada empresa é única, e os estudos da Contabilidade 
buscam analisar as variações no patrimônio de cada empresa, decorrente de sua 
interação com outras empresas e com a sociedade.
Também, aprendemos que, apesar, de muitas vezes, associarmos a Contabili-
dade às empresas, ela também pode ser utilizada por pessoas físicas. Na verdade, 
qualquer pessoa, seja física ou jurídica, que possui um patrimônio e que age sobre 
ele para praticar atos de natureza econômica, pode se utilizar da Contabilidade. 
Por fim, conhecemos como a Contabilidade é uma grande aliada dos negó-
cios. Na verdade, se não fosse por ela, talvez, os negócios não teriam evoluído 
até o cenário atual. De uma coisa, podemos ter certeza: enquanto os negócios 
evoluírem, a Contabilidade também evoluirá. 
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na prática
1. De acordo com Iudícibus (2010, p. 16), “o grau de desenvolvimento das teorias con-
tábeis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau 
de desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou 
nações”, o que explica o fato da Contabilidade, enquanto ciência, ter surgido nas 
cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa, entre outras. Explique por que 
a Contabilidade, enquanto disciplina, surgiu justamente nessas cidades italianas.
2. Luca Pacioli é conhecido como o pai da Contabilidade, isso porque foi ele quem 
publicou, em seu livro, Summa de arithmetica, geometrica, proportioni et proportio-
nalitá, um método que é utilizado até hoje pela Contabilidade. Apesar de não tê-lo 
desenvolvido, Luca Pacioli foi o primeiro a registrar o método. Assinale a alternativa 
que descreve o método publicado por Luca Pacioli.
a) Método ativo.
b) Método passivo. 
c) Método de rateios.
d) Método de custos.
e) Método das partidas dobradas.
3. A Contabilidade registra, controla e analisa os fatos que provocam alterações no 
patrimônio das entidades. Por esse motivo, ela é classificada como uma Ciência 
__________, que tem como objetivo o controle do ____________, que, por sua vez, repre-
senta o objeto da Contabilidade. 
Diante do texto exposto, na sequência, preencha as lacunas com as palavras que 
melhor se adequam ao texto.
a) Exata; patrimônio.
b) Exata; dinheiro.
c) Social; patrimônio.
d) Social; dinheiro.
e) Humana; patrimônio.
29
na prática
4. O campo de atuação da Contabilidade é constituído pelas pessoas físicas e jurídicas. 
Analisando uma empresa do Terceiro Setor (associação sem fins lucrativos), pode-se 
dizer que a Contabilidade atua nesse tipo de entidade? Justifique.
5. O Código Civil brasileiro prevê a existência de duas formas de pessoas: físicas e 
jurídicas. A pessoa jurídica pode ser de direito público (interno ou externo) ou de 
direito privado. Relacione as colunas a seguir, observando o exemplo de pessoa 
jurídica e a sua correta classificação.
(1) Organização das Nações Unidas 
(ONU)
( ) Pessoa jurídica de direito público interno.
(2) Santuário Nacional de Nossa 
Senhora Aparecida 
( ) Pessoa jurídica de direito público externo.
(3) Pernambuco (PE) ( ) Pessoa jurídica de direito privado.
A sequência correta é:
a) 1, 2, 3.
b) 1, 3, 2.
c) 2, 1, 3.
d) 2, 3, 1.
e) 3, 1, 2.
6. A Contabilidade e os negócios são parceiros de longa data. Enquanto a Contabilida-
de vê, nas empresas, os clientes que utilizam seus serviços, as empresas veem, na 
Contabilidade, um apoio fundamental para o controle e gestão dos negócios. Nesse 
sentido, Robert N. Anthony (s.d. apud IUDÍCIBUS et. al., 2010) apresentou, em seu 
livro Management Accounting (Contabilidade Gerencial), três finalidades básicas da 
informação contábil: planejamento, controle e auxílio no processo decisório. Des-
creva em que consiste cada uma dessas finalidades da informação contábil, as quais 
são tão importantes para o mundo dos negócios. 
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aprimore-se
COMO A CONTABILIDADE PODE AUXILIAR NA GESTÃO EMPRESARIAL
Contabilidade e gestão empresarial são termos, que, correlacionados trazem inú-
meros benefícios para seu negócio.
A relação entre contabilidade e gestão é mais próxima do que muitos empresá-
rios imaginam. O contador tem papel estratégico na tomada de decisões e seu apoio 
é fundamental para resultados eficientes.
O papel da contabilidade mudou. Mais do que cuidar somente da parte burocrá-
tica, os contadores possuem informações valiosas que podem auxiliar na gestão de 
uma empresa.
Saber explorar e transmitir essa nova vantagem é um grande diferencial para o 
escritório contábil.
Veja como aproximar contabilidade e gestão com o objetivo de auxiliar os gesto-
res e conquistar uma vantagem competitiva.
Contabilidade e gestão: apoio à tomada de decisão 
Se antes a contabilidade era vista apenas como um serviço obrigatório de cálculo 
de impostos e processos burocráticos, hoje essa visão mudou.
Para aqueles que desejam manter sua competitividade no mercado, se adequar 
às novas demandas é fundamental.
A contabilidade digital já é uma realidade e muitos empresários já reconhecem 
seu valor nos processos de planejamento, execução e controle de empresas.
Com o avanço da tecnologia muitos processos antes repetitivos e demorados já 
foram automatizados, possibilitando que os profissionais contábeis tenham mais 
tempo para se dedicar às questões estratégicas dos seus clientes.
Esta é justamente a nova era dos serviços contábeis, a contabilidade e gestão do 
conhecimento em apoio à tomada de decisões dos gestores.
Nesse novo mercado, chamado de contabilidade gerencial, o contador auxilia na 
análise da saúde financeira da empresa ao fornecer informações e dados econômicos, 
além de buscar oportunidades através da interpretação e análise da performance. 
Não é de agora que a contabilidade e gestão andam juntas, mas foi só agora que 
estamos vivenciando, de fato, essa mudança de papel.
https://www.contabeis.com.br/contabil/contador/
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aprimore-se
No início do século 19, o teórico clássico da administração Henri Fayol já dizia 
que a contabilidade é o órgão visual das empresas e que uma boa contabilidade é 
um poderoso meio de direção para os gestores.
A mudança de um profissional burocrático para um parceiro estratégico dos ne-
gócios exige do contador habilidades como domínio da tecnologia, construção de 
relacionamentos, consultoria de negócios e gestão de projetos.
PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DA CONTABILIDADE NA GESTÃO
Que a contabilidade e gestão estão próximas você já sabe, mas como o profissional 
contábil pode auxiliar na gestão empresarial de fato?
 ■ Fornecer informações que apoiem às decisões:
É serviço da contabilidade tradicional a coleta e registro dos dados financeiros das 
empresas, além da elaboração de demonstrativos como o Balanço Patrimonial e 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), por exemplo.
Estes, por si só, já são peças valiosas para avaliar a situação econômica e finan-ceira do negócio.
Na nova dimensão da contabilidade, os profissionais vão além da elaboração 
destes demonstrativos, eles também analisam, interpretam e traduzem esses rela-
tórios a fim de fornecer informações selecionadas aos gestores.
Dessa forma, podem alertar sobre os principais registros, como por exemplo, o 
produto com maior lucratividade, projeções de caixa e redução de custos.
Tudo isso auxilia o gestor na tomada de decisão mais acertada, corrigindo erros 
do passado e tornando a empresa mais próspera.
 ■ Ajudar no controle financeiro
A integração entre a contabilidade e gestão financeira é muito benéfica para uma 
empresa.
Enquanto a contabilidade tradicional é responsável pelos registros de movimentações 
financeiras, seja de lucros ou prejuízos, e cálculos dos tributos, um novo olhar sobre essas 
movimentações garante um diferencial e ajuda no controle financeiro da empresa.
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aprimore-se
Uma abordagem mais ampla e mais estratégica da contabilidade sobre os indicado-
res econômicos da organização garantem o controle de custos, rentabilidade, controle 
orçamentário, análise de risco e melhor planejamento financeiro, por exemplo.
Uma vez que essa aproximação da contabilidade e gestão aumenta a confiabi-
lidade da análise dos dados e auxilia na elaboração das melhores estratégias para 
melhorar o financeiro da empresa.
 ■ Identificar oportunidades no mercado
Mais do que olhar somente para os dados internos da empresa, a contabilidade 
gerencial também deve estar atenta para o mercado e todas as suas oportunida-
des ou ameaças, a fim de se prevenir de eventos e/ou mudanças na legislação, por 
exemplo, que possam ameaçar ou beneficiar a empresa.
Dessa forma, é possível orientar o cliente sobre as medidas corretas a se seguir, 
linhas de crédito e aplicações mais atrativas, alterações dos regimes tributários, en-
fim, tudo que possa ser vantajoso para a empresa.
COMO UNIR CONTABILIDADE E GESTÃO 
A contabilidade pode auxiliar na gestão empresarial fornecendo informações, anali-
sando dados, identificando oportunidades, entre outros.
Porém, para explorar ao máximo a capacidade do contador de se tornar o braço 
direito do gestor e agregar valor ao negócio, é preciso ajuda da tecnologia.
Sistemas de gestão otimizam diversos processos e automatizam tarefas que an-
tes demandavam muito tempo dos profissionais.
Ao digitalizar as rotinas contábeis, o profissional ganha produtividade e tempo 
para apoiar a gestão dos seus clientes.
Além disso, com a integração contábil, fica muito mais fácil se conectar aos 
dados e movimentações financeiras dos clientes proporcionando ainda mais agi-
lidade nas tarefas. 
Conte com a tecnologia para agregar valor ao seu trabalho e se tornar competiti-
vo neste novo mercado contábil.
Fonte: Soares (2020, on-line).
https://www.contabeis.com.br/contabil/contabilidade/
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https://www.contabeis.com.br/contabil/contabilidade/
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eu recomendo!
Contabilidade: teoria e prática
Autores: Hamilton Luiz Favero, Mário Lonardoni, Clóvis de Souza 
e Massakazu Takakura 
Editora: Atlas
Ano: 2011
Sinopse: os autores buscam um equilíbrio entre a teoria e a prá-
tica contábil, evidenciando a ligação entre o que fazer, por que 
fazer e como fazer a Contabilidade, de modo a gerar informações com a qualida-
de necessária aos diversos usuários. Trata-se, portanto, de um material que apre-
senta inovações no conteúdo da Contabilidade e nos aspectos metodológicos 
do ensino. Prioriza o raciocínio lógico em face do pragmatismo, ou seja, trabalha 
o ensino da Contabilidade numa abordagem descritiva (por que e como fazer). 
Encadeados logicamente, os oito capítulos abordam: objetivos da Contabilidade; 
evolução da Contabilidade; a estrutura conceitual básica da Contabilidade; esta-
tística patrimonial; dinâmica patrimonial; procedimentos contábeis; fatos contá-
beis; e operações com mercadorias. 
livro
Contabilidade Introdutória
Autores: professores da FEA/USP e coordenação de Sérgio de Iu-
dícibus
Editora: Atlas
Ano: 2010
Sinopse: os livros que integram o conjunto Contabilidade Intro-
dutória (livro-texto, livro de exercícios e manual do professor) 
inovam o ensino da Contabilidade no Brasil. Permanentemente revistos e atua-
lizados, têm em vista não só a sua adaptação aos modernos padrões de ensino 
da Contabilidade, como, ainda, as frequentes modificações introduzidas na legis-
lação fiscal e societária do País. O conjunto se originou de cursos desenvolvidos 
no Departamento de Contabilidade da FEA/USP, sob a preocupação básica de 
clareza e de didática na exposição da matéria. Quanto ao conteúdo e ao enfoque 
operacional, a diretriz central tem sido a de apresentar a Contabilidade como um 
poderoso instrumento de administração.
livro
2
ESTRUTURA
CONCEITUAL
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Objeto, Objetivo e Usuários da 
Contabilidade • Campos de Atuação da Ciência Contábil • Objetivo da Elaboração e Divulgação de 
Relatório Financeiro • Características Qualitativas de Informações Financeiras Úteis.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Reconhecer o objeto, o objetivo e os usuários internos e externos da Contabilidade • Identificar os cam-
pos de atuação da Contabilidade • Compreender o objetivo da elaboração e divulgação dos relatórios 
financeiros • Conhecer as características qualitativas de informações financeiras úteis.
PROFESSORAS 
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Me. Juliana Moraes da Silva
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a)! Agora que você conheceu um pouco sobre o surgi-
mento da Contabilidade e aprendeu que a Ciência Contábil é uma Ciência 
Social que estuda o patrimônio à disposição da entidade, começaremos a 
nos aprofundar em seus conceitos e em sua atuação.
A Contabilidade surgiu em razão da necessidade do homem. Sua his-
tória se confunde com a própria história da civilização, totalmente inter-
ligada com atividades de interpretação dos fatos ocorridos e propostos 
pelo homem. Mesmo estando em uma sociedade em constante evolução, o 
objeto de estudo e o objetivo da Contabilidade permanecem praticamente 
inalterados desde a sua sistematização. 
Como estudado na unidade anterior, a Ciência Contábil está voltada 
para o patrimônio da entidade contábil, assim você aprenderá que ele cons-
titui o objeto da Contabilidade. Além do objeto, nesta unidade, apresentare-
mos o objetivo da Contabilidade. Ao contrário do que muitos pensam, ela 
não serve apenas para elaborar demonstrações contábeis e emitir guia de 
recolhimento de impostos. Na verdade, a Contabilidade é responsável por 
atender às necessidades dos usuários no que se refere à informações sobre a 
entidade contábil. E você sabe quem são os usuários das informações con-
tábeis? Nesta unidade, você conhecerá quem são e como são classificados. 
O campo de atuação da Contabilidade é amplo e diversificado: vai des-
de a aplicações para fins fiscais e controle até a interferência no processo 
decisório, razões pelas quais as informações geradas pela Contabilidade 
devem ocorrer de forma fidedigna e em tempo real, refletindo a real si-
tuação econômica e financeira da empresa. Assim, ao elaborar e divulgar 
os relatórios financeiros, a Contabilidade deve observar as características 
qualitativas de informações financeiras úteis, afinal de nada adianta uma 
informaçãose ela não for útil para o usuário.
Além das características qualitativas fundamentais, necessárias para 
garantir que a informação contábil seja útil, existem as características de 
melhoria, que aumentam a utilidade da informação. Nesta unidade, você 
conhecerá todas elas.
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OBJETO, OBJETIVO
E USUÁRIOS
da Contabilidade
O homem mais bem sucedido na vida é aquele que tem a melhor informação.
(Benjamin Disraeli, primeiro-ministro da Inglaterra no século XIX)
pensando juntos
Agora que você percorreu a Unidade 1 e conheceu um pouco sobre a Contabili-
dade e o quanto ela é importante para os negócios, apresentaremos a você alguns 
conceitos importantes: o objeto e o objetivo da Contabilidade, os usuários das 
informações contábeis e as características necessárias para que a informação seja 
útil, afinal de nada adianta uma informação irrelevante.
Além desses conceitos, você identificará os diferentes campos de atuação da 
Contabilidade e o objetivo de elaborar e divulgar os relatórios contábeis. Espero 
que, ao final desta unidade, você reconheça como as informações contábeis podem 
auxiliar no seu desempenho profissional, afinal de contas, seja você um(a) conta-
dor(a), um(a) funcionário(a), um(a) gestor(a) ou um(a) empresário(a), obter in-
formações sobre o negócio é fundamental para o seu sucesso e o dos seus negócios.
O estudo de uma nova disciplina é de importância ímpar para a composição do 
conhecimento. O perfeito entendimento dos conceitos básicos, envolvidos em 
cada desafio, requer a compreensão de termos e expressões adotadas nas áreas 
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exploradas. Isso porque cada área pode dar seu próprio significado aos termos e 
às expressões utilizados. Afinal, o que é Contabilidade? 
A Contabilidade, assim como qualquer área de conhecimento, desenvolveu-
-se para atender aos anseios da sociedade (FAVERO et al., 2011). Nesse caso, o 
anseio pela informação sobre o patrimônio administrado. A Contabilidade é a 
ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro 
relativas à administração econômica.
 “ De certa forma, o “homem contador” põe ordem, classifica, agrega e inventaria o que o “homem produtor”, em seu anseio de produzir, vai, às vezes, desordenadamente, amealhando, dando condições a 
este último para aprimorar cada vez mais a quantidade e a qualidade 
dos bens produzidos, por meio da obtenção de maiores informações 
sobre o que conseguiu até o momento (IUDÍCIBUS, 2010, p. 16).
O que o autor nos descreve é que a contabilidade põe ordem nos negócios, ou 
seja, produzir e vender sem informações, controle ou avaliação do que é feito é, 
de certo modo, um caos. Por outro lado, uma gestão baseada em informações 
contábeis aprimora, de forma quantitativa e qualitativa, os negócios realizados.
A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio à disposição das azien-
das, em seus aspectos estáticos e em suas variações, para evidenciar os efeitos da 
administração sobre a formação e a distribuição dos créditos.
Objeto de Estudo da Contabilidade
A Contabilidade registra, controla, analisa e relata os fatos que afetam o patri-
mônio econômico. Dessa forma, pode-se dizer que o seu objeto de estudo é o 
patrimônio das entidades contábeis e as suas variações. 
Objetivo da Contabilidade 
A Contabilidade é classificada como uma Ciência Social e estuda o patrimônio 
com a finalidade de fornecer, aos seus usuários, informações econômicas, finan-
ceiras e patrimoniais, sendo esse o objetivo e o fim que justifica a sua existência. 
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Descrição da Imagem: do lado esquerdo da figura, está escrito “Eventos econômico-financeiros”, que repre-
sentam o input. Uma seta segue do input até um retângulo escrito “Contabilidade (processamento)”. Deste re-
tângulo, sai uma seta para a direita, onde está escrito “Demonstrações contábeis”, que representam o output.
Segundo Favero et al. (2011, p. 1), ela tem como objetivo “gerar informações para 
o controle e tomada de decisões”.
Para Szuster et al. (2013), Contabilidade é um sistema de informação e avalia-
ção destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira, física e de produtividade no que tange à entidade objeto 
da contabilização. 
Observe o sistema para processamento de dados: 
Eventos
Econômico-financeiros
Demonstrações
contábeis
CONTABILIDADE
(processamento)Input Output
Figura 1 - Processamento de dados / Fonte: adaptada de Szuster et al. (2013).
A figura demonstra que os eventos econômico-financeiros representam a entrada 
de dados que são processados pela Contabilidade. Após serem processados, ela 
gera informações por meio da apresentação das demonstrações contábeis. 
Diante do exposto, pode-se afirmar que os objetivos da Contabilidade são: 
 ■ Proceder ao registro da estrutura societária da organização, bem como 
às alterações futuras. 
 ■ Registrar, analisar e controlar o patrimônio das entidades. 
 ■ Gerar informações para a tomada de decisão da administração. 
 ■ Gerar informações para terceiros com vínculo de interesse com o em-
preendimento (acionistas, investidores, fornecedores, governo etc.). 
Isso demonstra que, ao contrário do que muitos pensam, a Contabilidade não 
serve apenas para atender às determinações legais. É muito comum associá-la 
ao recolhimento de impostos. Na verdade, a parte tributária é apenas mais uma 
das atividades contábeis.
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Silva (2002) afirma que a Contabilidade pode ser estudada de modo geral — 
para todas as empresas — ou particular — aplicada a certo ramo de atividade ou 
setor da economia. Assim, no estudo da Contabilidade, pode-se enfocar, dentre 
outros, os seguintes ramos: 
 ■ Contabilidade Comercial e de Serviços. 
 ■ Contabilidade Industrial. 
 ■ Contabilidade Bancária. 
 ■ Contabilidade Hospitalar. 
 ■ Contabilidade Pública. 
 ■ Contabilidade Agropecuária. 
 ■ Contabilidade Securitária. 
 ■ Contabilidade de Transporte (rodoviário, marítimo, aéreo). 
 ■ Contabilidade das Pessoas Físicas e Atividade Rural. 
 ■ Contabilidade de Autônomos.
As particularidades de cada ramo requerem que a Contabilidade, no seu processo 
de geração de informação, se ajuste de forma a melhor atender às empresas. 
Usuários da Contabilidade
Considera-se usuário TODAS as pessoas que se utilizam da Contabilidade. Os 
usuários da informação contábil podem ser internos ou externos e correspon-
dem a todas as entidades contábeis — pessoas físicas e jurídicas — que, direta ou 
indiretamente, tenham interesses na avaliação e na situação da entidade contábil. 
A depender do tamanho da empresa e da tecnologia utilizada, a diversidade 
de informação gerada é extensa, possibilitando atender a uma gama de usuários. 
Os usuários internos são aqueles que trabalham na empresa; já os usuários 
externos não atuam internamente, mas possuem alguma relação ou interesse na 
empresa. Assim, as informações para cada tipo de usuário são diferentes. 
Os usuários internos, como participam da atividade da empresa, precisam de 
informações direcionadas, ou seja, específicas para a sua necessidade. Por exem-
plo, o gerente financeiro precisa de dados referentes aos valores a pagar, a receber 
e à movimentação de caixa; já o gerente de produção precisa de dados referentes 
aos pedidos a serem atendidos, à quantidade de matéria-prima disponível, ao 
custo de produção, entre outros. 
Eventos
Econômico-financeiros
Demonstrações
contábeis
CONTABILIDADE
(processamento)Input Output
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Por outro lado, para os usuários externos, a informação fornecida é, nor-
malmente, padronizada, ou seja, apresentam-se as demonstrações contábeis, e o 
usuário busca, nessas demonstrações, os dados que necessita. 
Usuários internos, como os administradores, valem-se de informações fi-
nanceiras e operacionais, por exemplo, ciclo financeiro, ciclo operacional, fluxo 
de caixa e tempo de estocagem. Os empregados têm interesse em informações 
quanto à capacidadede pagamento da empresa. 
De acordo com Castro (2014), o usuário interno principal da informação 
contábil é a alta administração, que, pela proximidade com a Contabilidade, pode 
solicitar a elaboração de relatórios e demonstrativos de acordo com suas neces-
sidades específicas, auxiliando na gestão do negócio. Os relatórios específicos 
podem, além de abranger quaisquer áreas de informação — fluxo financeiro, 
disponibilidades, contas a pagar, contas a receber, aplicações financeiras, com-
pra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de funcionamento —, ser 
elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo — semana, quinzena, 
mês etc. —, de acordo com as necessidades administrativas. 
Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos 
mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis. Para Miranda (2002), os 
usuários externos são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de 
acesso direto às informações, mas que as recebem de publicações das demons-
trações pela entidade, tais como: 
Bancos: interessados nas demonstrações financeiras, a fim de anali-
sar a concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno 
do capital emprestado. 
Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa 
para poder atuar no mercado. 
Governo: necessita obter informações sobre as receitas e as despe-
sas para poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne 
à sua parcela de tributação. 
Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade 
para poder continuar ou não as transações comerciais com a enti-
dade, além de medir a garantia de recebimento futuro. 
Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a ga-
rantia de que seu pedido será atendido nas suas especificações e no 
tempo acordado. 
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Neste tópico, estudamos que a Contabilidade é uma Ciência Social cujo objeto de 
estudo é o patrimônio das entidades contábeis e as suas variações. A finalidade é 
produzir informações para o controle e tomada de decisões. Estudamos, também, 
que, apesar das pessoas associarem a Contabilidade à parte tributária, ela pode ser 
focada nas áreas: comercial e de serviços, industrial, bancária, hospitalar, pública, 
agropecuária, securitária, transporte, de pessoas físicas, de atividade rural e de 
autônomos. No próximo tópico, aprofundar-nos-emos nos diversos campos de 
atuação da Ciência Contábil.
O governo e os órgãos reguladores são alguns dos usuários da Contabilidade, mas é impor-
tante lembrar que não são os únicos. A informação gerada pela Contabilidade vai muito além 
do cumprimento das exigências legais, elas são fundamentais para o processo de gestão.
pensando juntos
2 
CAMPOS DE 
ATUAÇÃO
da ciência contábil
A Contabilidade é aplicada a qualquer tipo de pessoa que exerça atividades 
para alcançar determinados fins, sejam eles lucrativos ou não. O campo de 
atuação da Contabilidade, em sentido amplo, é a azienda, que é o patrimô-
nio que está à disposição de uma pessoa, física ou jurídica, e sujeito a uma 
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administração. Está presente nas empresas públicas e privadas para fornecer 
diversos tipos de informações. 
Szuster et al. (2013, p. 28) afirmam que “a atuação segmentada da Contabi-
lidade Gerencial, da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Fiscal retrata 
este processo que fornece, no conjunto, as informações mais utilizadas no mundo 
dos negócios”. Uma síntese das características dos campos de atuação da Conta-
bilidade pode ser observada no Quadro 1.
CARACTERÍSTICAS
CONTABILIDADE 
GERENCIAL
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
CONTABILIDADE 
FISCAL
Adoção e 
elaboração
Facultativa. Obrigatória. Obrigatória.
Utilizada para
Relações 
internas.
Relações 
externas.
Relações 
tributárias.
Vínculo à 
legislação
Não está condi-
cionada às dispo-
sições legais.
Condicionada às 
disposições legais.
Condicionada às 
disposições le-
gais e tributárias.
Vínculo aos 
Princípios 
Contábeis
Não precisa 
acompanhar.
Deve acompanhar 
todos os Princí-
pios de Contabili-
dade.
Normalmente, o 
fisco acompanha, 
mas tem poder 
de determinar 
tratamento dife-
rente.
Produto principal
Relatórios para 
planejamento e 
controle.
Conjunto comple-
to de demonstra-
ções contábeis.
Relatórios espe-
cíficos exigidos 
por lei.
Visão da empresa
Interesse nas 
partes.
Empresa como 
um todo.
Empresa como 
um todo.
A informação é Rápida.
Relevante e 
confiável.
Precisa (objetiva).
A informação 
busca
Utilidade.
Essência econô-
mica das transa-
ções.
Objetividade e 
legalidade.
Quadro 1 - Características dos segmentos da Contabilidade
Fonte: adaptado de Szuster et al. (2013).
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É justamente por existirem esses campos de atuação que vemos, por exemplo, di-
ferenças entre o resultado contábil (Contabilidade Financeira) e o resultado fiscal 
(Contabilidade Fiscal). Para apurar o resultado contábil, é preciso seguir as normas 
contábeis, que, em algumas questões, podem se diferenciar das normas fiscais. 
Por exemplo, as normas contábeis determinam que a depreciação dos bens 
do ativo imobilizado deve ser calculada com base na vida útil do bem, portanto 
um mesmo bem pode ter vida útil diferente em cada empresa, devido à sua forma 
de utilização. Assim, o veículo pode ter vida útil de quatro anos em uma empresa, 
enquanto, em outra empresa, a vida útil do veículo pode ser de oito anos.
Por outro lado, a Receita Federal, uma das entidades que regulamenta a Con-
tabilidade Fiscal, apresenta uma tabela com a vida útil e a taxa de depreciação já 
pré-estabelecida por tipo de bem. Nessa tabela, por exemplo, os veículos devem 
ser depreciados em, no máximo, cinco anos, isso para todas as empresas.
Já a Contabilidade Gerencial não possui regras, assim ficaria livre a forma a 
ser utilizada para depreciação. O objetivo dessa Contabilidade, na verdade, é gerar 
informações que auxiliem na rotina da empresa, assim é preciso que ela busque 
representar, da forma mais fiel possível, a realidade da empresa. 
Agora, falando, especificamente, da Contabilidade Financeira, esta tem pas-
sado por uma série de alterações nos últimos anos. A rapidez de comunicação 
e informação entre pessoas e países trouxe consequências determinantes para 
a entidade contábil, tornando-a mais competitiva, global, instável e complexa. 
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A Contabilidade é a principal linguagem de comunicação dos agentes econômicos na busca 
de oportunidades de investimentos e na avaliação do risco de suas transações. A existência 
de práticas contábeis distintas tem sido um problema para a melhor compreensão e com-
parabilidade das informações de natureza econômico-financeira. Por essa razão, procura-se 
com a convergência das normas contábeis no mundo, facilitar o processo de comunicação. 
Fonte: Niyama e Silva (2011, p. 32). 
explorando Ideias
Em razão desses fatos, as entidades contábeis passaram a exigir uma Conta-
bilidade em tempo real, não só das informações patrimoniais até então geradas, 
mas, também, de outras de natureza financeira, econômica e social. O usuário 
da Contabilidade não se contenta mais com informações fracionadas, quer uma 
visão contextualizada, integral de todo o sistema que envolve a entidade contábil.
A barreira que a Contabilidade Tradicional tinha de transformar a enorme 
quantidade de dados em informações úteis para a entidade contábil está sendo 
vencida graças à informática. Atualmente, as informações estão sendo geradas 
de forma eficaz, gerando maior segurança no controle. 
Vale ressaltar, caro(a) aluno(a), que, dentre as principais invenções da humanida-
de, encontra-se a Contabilidade. Ela nasceu com a civilização e jamais deixará de 
existir em decorrência dela. Sem a Contabilidade, os negócios não teriam avan-
çado, e a humanidade não teria o grau de progresso hoje alcançado. Enfim, uma 
vez mais, cabe à Contabilidade revolucionar sua estrutura para se adaptar ao meio 
cultural vigente, com geração de informaçõesde forma rápida e transparente. 
É importante destacar que as práticas contábeis mundiais tendem a se uni-
ficarem, a falarem uma só linguagem contábil, de forma que o interessado possa 
entender e comparar os resultados das informações contábeis em qualquer parte 
do mundo. É essa a proposta das Normas Internacionais de Contabilidade. Se-
gundo Niyama e Silva (2011), essas normas são editadas desde 1975 e têm como 
principal finalidade reduzir as diferenças entre os procedimentos e as normas 
contábeis adotadas em diferentes países. 
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Como foi abordado no primeiro tópico desta unidade, a Contabilidade tem como 
principal finalidade a geração de informação para o controle e a tomada de de-
cisão. Neste processo, os relatórios contábeis são os principais veículos para a 
divulgação dessas informações. 
3 
OBJETIVO DA
ELABORAÇÃO
e divulgação de 
relatório financeiro
Coleta de
dados
Relatórios
contábeis
Usuários de
contabilidadeContabilidade
• Administração
• Bancos
• Governo
• Fornecedores
Figura 2 - Geração de informações contábeis
Fonte: Marion (2009, p. 46)
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma sequência de quatro imagens que demonstram o processo 
de geração de informações contábeis. A primeira imagem está do lado esquerdo e apresenta o desenho de 
um funil cheio de cifrões; acima dele, está escrito “Coleta de dados”. A segunda imagem, apontada por uma 
seta que segue uma ordem da esquerda para a direita, apresenta o desenho de um escritório com pessoas 
trabalhando; acima delas, está escrito “Contabilidade”. A terceira figura apresenta o desenho de papéis que 
fazem menção a relatórios; acima deles, está escrito “Relatórios contábeis”. A última imagem, que finaliza à 
direita, tem as palavras Administração, Bancos, Governo e Fornecedores; acima delas, está escrito “Usuários 
da Contabilidade”. 
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Iudícibus e Marion (2008, p. 161) afirmam que o “relatório contábil é a exposi-
ção resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade em 
determinado período”. Conforme demonstrado na figura a seguir, o processo 
de geração de informações contábeis se inicia pela coleta de dados que são pro-
cessados pela Contabilidade, gerando relatórios contábeis, os quais, então, são 
utilizados pelos usuários da Contabilidade. 
Conforme descrito na Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TG Estrutura 
Conceitual, o relatório financeiro para fins gerais tem o seguinte objetivo: 
 “ [...] fornecer informações financeiras sobre a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores por em-préstimos e outros credores, existentes e potenciais, na tomada 
de decisões referente à oferta de recursos à entidade. Essas 
decisões envolvem decisões sobre:
a. comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida;
b. conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou
c. exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos 
da administração que afetam o uso dos recursos econômicos 
da entidade (CFC, 2019, s.p.).
Os relatórios contábeis devem ser elaborados de acordo com as características 
do negócio. É evidente que o relatório sobre o resultado anual de uma pequena 
empresa conterá bem menos informações que o relatório de uma grande indús-
tria, por exemplo, que possui um grande volume de negócios, uma enorme carga 
tributária e operações em diversas agências bancárias.
Além da complexidade do negócio, um outro fator que influencia no nível 
de dados apresentados pelos relatórios contábeis é a distância entre os sócios e 
proprietários da gestão da empresa. Em empresas em que os sócios estão pre-
sentes na administração, a necessidade de dados é menor, pois o sócio consegue 
acompanhar de perto a rotina e os resultados obtidos. 
Por outro lado, em empresas por ações, em que os acionistas não têm o privilégio 
de acompanhar a rotina da empresa, as demonstrações contábeis são o principal meio 
de obtenção de informações sobre o andamento da empresa. Nesse tipo de empresa, 
por mais que os acionistas sejam considerados “proprietários” da empresa, eles são clas-
sificados como usuários externos, pois não têm fácil acesso às informações contábeis. 
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É por esse motivo que a Lei das Sociedades por Ações, Lei n.º 6.404/76 e 
alterações, determina a elaboração de uma série de demonstrações no intuito 
de munir os acionistas com informações suficientes para avaliar corretamente o 
andamento da empresa.
 “ Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará ela-borar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir 
com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mu-
tações ocorridas no exercício:
I. balanço patrimonial;
II. demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III. demonstração do resultado do exercício; e
IV. demonstração dos fluxos de caixa; e 
V. se companhia aberta, demonstração do valor adicionado (BRA-
SIL, 1976, on-line). 
As demonstrações contábeis “são uma forma específica de relatórios financeiros 
para fins gerais” (CFC, 2019, s.p.). Enquanto estes podem ser elaborados obser-
vando um ponto de vista específico, as demonstrações são elaboradas observando 
o ponto de vista da entidade como um todo.
 “ As demonstrações contábeis fornecem informações sobre transa-ções e outros eventos observados do ponto de vista da entidade que reporta como um todo e, não, do ponto de vista de qualquer gru-
po específico de investidores, credores por empréstimos e outros 
credores, existentes ou potenciais, da entidade (CFC, 2019, s.p.).
O conjunto de demonstrações tem o objetivo de fornecer uma quantidade satis-
fatória de informações sobre a situação econômica, financeira e patrimonial da 
entidade. Conforme descrito na NBC TG Estrutura Conceitual, “o objetivo das 
demonstrações contábeis é fornecer informações financeiras sobre os ativos, pas-
sivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade que reporta que sejam 
úteis aos usuários das demonstrações contábeis” (CFC, 2019, s.p.). 
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Contudo, os relatórios financeiros não garantem o atendimento a todas as 
necessidades informacionais dos usuários.
 “ Relatórios financeiros para fins gerais não fornecem nem podem fornecer todas as informações de que necessitam investidores, cre-dores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais. Es-
ses usuários precisam considerar informações pertinentes de outras 
fontes, como, por exemplo, condições e expectativas econômicas 
gerais, eventos políticos e ambiente político e perspectivas do setor 
e da empresa (CFC, 2019, s.p.).
De qualquer forma, as normas contábeis são desenvolvidas de forma a buscar 
atender um grande número de usuários. No entanto, nada impede que a entidade 
complemente as informações exigidas pelas normas contábeis com dados que 
julgar importantes para os seus usuários.
 “ Usuários primários individuais têm necessidades e desejos de in-formação diferentes e possivelmente conflitantes. Ao desenvolver as normas, busca-se fornecer um conjunto de informações que atenda 
às necessidades do maior número de principais usuários. Contu-
do, concentrar-se em necessidades de informação ordinárias não 
impede que a entidade que reporta inclua informações adicionais 
que sejam mais úteis para um subconjunto específico de principais 
usuários (CFC, 2019, s.p.). 
Tendo em vista essas necessidades diferenciadas dos usuários, a Contabilida-
de deve buscar atendê-las da melhor forma possível. Por esse motivo, quando a 
empresa possui uma Contabilidade interna, a geração de informações, principal-
mente, para os usuários internos, torna-se mais rápida e segura. 
Podemos concluir que a geração de informações contábeis pode ter diversas 
finalidades, contudo sempre estará relacionada a dados da entidade que auxiliam 
no processo de tomada de decisão. 
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De nada adianta a Contabilidade gerar informação se ela não

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