Buscar

Previdência Social Desafios da gestão municipal na nova previdência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Coleção Novos Gestores 2021-2024 1
COLEÇÃO GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
GESTÃO 2021-2024
PREVIDÊNCIA 
SOCIAL
Desafios da gestão municipal 
na nova previdência
Mais capacitação, mais governança local 
Brasília/DF, dezembro de 2020.
COLEÇÃO GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
GESTÃO 2021-2024
Antônio Mário Rattes de Oliveira
David Pinheiro Montenegro 
Diana Vaz de Lima 
Fernando Benicio dos Santos
Gláucia Porto Taulois
Selma Marques Borges Santiago
PREVIDÊNCIA 
SOCIAL
Desafios da gestão municipal 
na nova previdência
Autores
Antônio Mário Rattes de Oliveira
David Pinheiro Montenegro 
Diana Vaz de Lima 
Fernando Benicio dos Santos
Gláucia Porto Taulois
Selma Marques Borges Santiago 
Supervisão Técnica
Thalyta Cedro Alves de Jesus
SGAN 601 Módulo N • Brasília/DF • CEP: 70.830-010
Contato: (61) 2101-6000 • e-mail: atendimento@cnm.org.br 
Copyright © 2020. Confederação Nacional de Municípios – CNM.
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde 
que citada a fonte. Todavia, a reprodução não autorizada para 
fins comerciais desta publicação, no todo ou em parte, constitui 
violação dos direitos autorais, conforme Lei 9.610/1998.
Impresso no Brasil. Disponível em: <https://www.cnm.org.br>
Catalogado na fonte pela Confederação Nacional de Municípios
O48p Oliveira, Antonio Mário Rattes de
Previdência social: desafios da gestão municipal na nova 
previdência / Antonio Mário Rattes de Oliveira ... [et al]. -- Brasília: 
CNM, 2020.
110 p. : il. -- (Coleção Gestão Pública Municipal: Novos Gestores 
2021-2024)
Disponível em: <https://www.cnm.org.br>
ISBN 978-65-88521-12-0
1. Previdência Pública. 2. Sistema Previdenciário Brasileiro. 3. 
Regime Próprio de Previdência Social. 4. Regime Geral de Previdência 
Social. 5. Regime de Previdência Complementar. I. Montenegro, David 
Pinheiro. II. Lima, Diana Vaz de. III. Santos, Fernando Benicio dos. IV. 
Taulois, Gláucia Porto. V. Santiago, Selma Marques Borges. VI. Título.
CDD 362
Ficha catalográfica elaborada por: Daiane S. Y. Valadares CRB-1/2802
Supervisão Editorial
Daiane da Silva Yung Valadares
Luciane Guimarães Pacheco
Revisão de textos
KM Publicações
Diagramação
Themaz Comunicação e Publicidade
DIRETORIA 2018-2021
CONSELHO DIRETOR
Presidente Glademir Aroldi – Saldanha Marinho/RS
1º Vice-Presidente Julvan Rezende Araújo Lacerda – Moema/MG 
2º Vice-Presidente Eures Ribeiro Pereira – Bom Jesus da Lapa/BA 
3º Vice-Presidente Jairo Soares Mariano – Pedro Afonso/TO 
4º Vice-Presidente Haroldo Naves Soares – Campos Verdes/GO 
1º secretário Hudson Pereira de Brito – Santana do Seridó/RN
2º secretário Eduardo Gonçalves Tabosa Junior – Cumaru/PE
1º tesoureiro Jair Aguiar Souto – Manaquiri/AM
2º tesoureiro João Gonçalves Junior – Jaru/RO
CONSELHO FISCAL
titular Christiano Rogério Rego Cavalcante – Ilha das Flores/SE
titular Expedito José do Nascimento – Piquet Carneiro/CE 
titular Gil Carlos Modesto Alves – São João do Piauí/PI
suPlente Cleomar Tema Carvalho Cunha – Tuntum/MA
suPlente Marilete Vitorino de Siqueira – Tarauacá/AC 
suPlente Pedro Henrique Wanderley Machado – Alto Alegre/RR 
REPRESENTANTES REGIONAIS
região centro-oeste – suPlente Pedro Arlei Caravina – Bataguassu/MS 
região nordeste – suPlente Roberto Barbosa – Bom Jesus/PB
região norte – suPlente Wagne Costa Machado – Piçarra/PA 
região sudeste – titular Daniela de Cássia Santos Brito – Monteiro Lobato/SP
região sul – suPlente Alcides Mantovani – Zortea/SC 
COLEÇÃO GESTÃO PÚBLICA 
MUNICIPAL 
NOVOS GESTORES 2021-2024
1. Livro do(a) Prefeito(a)
2. Assistência Social
3. Comunicação Social
4. Consórcios Públicos Intermunicipais
5. Contabilidade Pública Municipal
6. Concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP)
7. Cultura
8. Defesa Civil e Prevenção de Desastres
9. Desenvolvimento Rural
10. Educação
11. Finanças
12. Habitação e Planejamento Territorial
13. Inovação e Municípios Inteligentes
14. Internacional
15. Jurídico
16. Juventude
17. Meio Ambiente e Saneamento
18. MMM e Mulheres
19. Mobilidade e Trânsito
20. Previdência Social
21. Saúde
22. Transferências Voluntárias da União
23. Turismo
EXCLUSIVOEXCLUSIVO
CONTEÚDO
CARTA DO PRESIDENTE
Prezado(a) municipalista,
Idealizado há 18 anos pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), 
o projeto Seminários Novos Gestores busca apresentar aos prefeitos as pautas 
correntes que precisam de especial atenção no dia a dia das gestões munici-
pais em sua interação com o governo federal e com o Congresso Nacional e 
proporcionar um momento de reflexão sobre alguns dos principais desafios 
que serão enfrentados no decorrer de seus mandatos.
A CNM, nesta Coleção Gestão Pública Municipal, traz ao novo gestor um 
rol de temas que, neste momento, o ajudará no desenvolvimento de suas po-
líticas locais. Ao longo de todo o mandato, a Confederação, como sempre, es-
tará ao lado do gestor público, apoiando iniciativas, orientando os caminhos 
a serem seguidos e, principalmente lutando perante o Congresso Nacional e o 
governo federal pela melhoria das relações entre os Entes, por respeito à auto-
nomia dos nossos Municípios e por mais recursos para possibilitar melhores 
condições de vida às nossas populações municipais. 
Nesta obra, integrante da Coleção, sob o título Previdência social: desa-
fios da gestão municipal na nova previdência, serão apresentadas as alterações 
que a Emenda Constitucional 103/2019 trouxe ao sistema de previdência so-
cial com o estabelecimento de regras de transição e disposições transitórias.
Contudo, a CNM continua a acreditar que o regime próprio de previdên-
cia ainda é a melhor solução para os Municípios, pois os custos e os recursos 
não utilizados de imediato no pagamento de benefícios podem formar patri-
mônio e ser gerenciados localmente. A Confederação tem imprimido esforços 
no sentido de retirar a vedação de criação de novos regimes próprios de pre-
vidência (RPPS), instituída por meio da EC 103/2019.
Boa leitura e uma excelente gestão!
Glademir Aroldi
Presidente da CNM
SUMÁRIO
1 O QUE É SEGURIDADE SOCIAL? .........................................................13
1.1 Como se dá o financiamento da seguridade social?.........................14
2 O QUE É PREVIDÊNCIA SOCIAL? ........................................................15
2.1 Organização e financiamento do sistema previdenciário ..............15
2.2 Inovações trazidas pela Emenda Constitucional 103/2019 ..........17
3 REGIME JURÍDICO X REGIME PREVIDENCIÁRIO ...........................18
4	 REGIME	GERAL	DE	PREVIDÊNCIA	SOCIAL	(RGPS) ........................19
4.1 Segurados vinculados ao RGPS ...........................................................19
4.2 Situação previdenciária dos exercentes de mandato eletivo .........20
4.3 O Município perante o RGPS ................................................................21
4.4 Cumprindo as obrigações previdenciárias .......................................21
4.4.1 Obrigação principal ........................................................ 22
4.4.2 Obrigações acessórias ..................................................... 27
4.5 O que acontece se o Município não efetuar os recolhimentos? .....28
4.5.1 Para o Município ............................................................ 28
4.5.2 Para o administrador municipal ..................................... 29
5 O QUE É REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL? ................30
5.1 Segurados vinculados ao RPPS ............................................................31
5.2 É obrigatória a vinculação dos servidores titulares de cargos efetivos 
ao RPPS? ..................................................................................................33
5.3 Caráter contributivo do RPPS ..............................................................33
5.3.1 Contribuição patronal e dos servidores ativos .................. 34
5.3.2 Contribuição de inativos e pensionistas ........................... 34
5.4 Criação e extinção do RPPS ..................................................................35
5.5 Desafiosdas gestões municipais no equacionamento dos deficits dos 
RPPS .........................................................................................................35
6 A LEI GERAL DE PREVIDÊNCIA PÚBLICA .........................................37
7 COMO SE ORGANIZA O RPPS NO MUNICÍPIO? .................................38
8 QUEM FISCALIZA OS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SO-
CIAL? ........................................................................................................40
9 O QUE É O CERTIFICADO DE REGULARIDADE PREVIDENCIÁ-
RIA? ............................................................................................. 42
9.1 Critérios examinados para a emissão do CRP ...................................42
9.1.1 Encaminhamento da legislação à Sprev ................................ 43
9.1.2 Avaliação atuarial inicial .................................................... 43
9.1.3 Encaminhamento dos seguintes demonstrativos eletrônicos .. 43
9.1.4 Caráter contributivo ............................................................ 44
9.1.5 Observância dos limites de contribuição do Ente, dos segurados e 
dos pensionistas ............................................................. 45
9.1.6 Equilíbrio financeiro e atuarial ............................................ 46
9.1.7 Cobertura exclusiva a servidores efetivos .............................. 46
9.1.8 Concessão de benefícios de acordo com a Lei 9.717/1998 e a Lei 
10.887/2004 ................................................................. 47
9.1.9 Utilização de recursos previdenciários apenas para pagamento 
de benefícios ................................................................... 49
9.1.10 Vedação de celebração de convênios para pagamento de benefícios 
previdenciários ............................................................... 49
9.1.11 Acesso do segurado às informações do regime ..................... 50
9.1.12 Não inclusão de parcelas remuneratórias temporárias nos 
benefícios ....................................................................... 50
9.1.13 Contas bancárias distintas para os recursos previdenciários 51
9.1.14 Unidade gestora e regime próprio únicos ............................ 51
9.1.15 Participação dos segurados, dos ativos e dos inativos nos 
colegiados ...................................................................... 51
9.1.16 Aplicações financeiras de acordo com resolução do CMN .. 51
9.1.17 Atendimento às solicitações da Sprev/ME ........................ 52
9.1.18 Escrituração de acordo com o plano de contas .................. 52
10 CONTABILIDADE APLICADA AOS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVI-
DÊNCIA SOCIAL .....................................................................................53
10.1 O que é unidade gestora? .....................................................................53
10.1.1 O que é taxa de administração? ....................................... 54
10.2 O impacto das mudanças nas contas da prefeitura .........................55
10.2.1 Como fica a elaboração do orçamento do RPPS? ............... 55
10.2.2 Como o registro da avaliação atuarial afeta as contas 
municipais? .................................................................... 56
10.2.3 Como gerir a carteira de investimentos dos RPPS? ............ 57
10.3 Em que a contabilidade do RPPS é diferente daquela praticada pelos 
Municípios brasileiros? ........................................................................58
10.4 Quais as tipicidades do plano de contas aplicado aos RPPS? ..........59
10.5 Modelos e instruções de preenchimento das demonstrações 
contábeis ...........................................................................................61
10.5.1 Balanço Orçamentário .................................................... 62
10.5.2 Balanço Financeiro ......................................................... 62
10.5.3 Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) ............ 62
10.5.4 Balanço Patrimonial ....................................................... 63
10.5.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa .................................. 63
10.5.6 Notas Explicativas .......................................................... 63
10.6 Outros demonstrativos dos RPPS .......................................................64
11 A CIÊNCIA ATUARIAL E O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SO-
CIAL ..........................................................................................................66
11.1 O que é a ciência atuarial? ....................................................................66
11.2 Equilíbrio financeiro e atuarial ...........................................................67
11.3 Hipóteses atuariais ...............................................................................67
11.4 Métodos de financiamento ..................................................................68
11.4.1 Regime de repartição simples .......................................... 68
11.4.2 Regime de capitalização .................................................. 68
11.4.3 Regime de capital de cobertura ........................................ 70
11.5 Reserva matemática .............................................................................70
11.6 Principais itens da avaliação atuarial a serem observados ............71
11.7 Constituição da base cadastral dos servidores .................................71
11.8 Gestão de risco atuarial ........................................................................72
11.9 Alternativas de equacionamento dos déficits atuariais ..................73
12 RASTREANDO A DÍVIDA PREVIDENCIÁRIA ...................................76
12.1 O papel da Procuradoria do Município ..............................................79
12.2 O parcelamento da Lei 12.810/2013 .................................................80
12.3 O parcelamento da Lei Complementar 173/2020 para o RPPS .....81
12.4 O parcelamento da Lei Complementar 173/2020 para o RGPS .....83
12.5 Encontro de contas previdenciário ....................................................85
12.6 A dívida previdenciária do Município em sete passos ....................85
13 APLICAÇÕES FINANCEIRAS DO RPPS ...............................................87
14 O QUE É A COMPENSAÇÃO FINANCEIRA ENTRE OS REGIMES DE 
PREVIDÊNCIA? .......................................................................................88
14.1 Quem tem direito de buscar esse recurso? ........................................88
14.2 O que é necessário para buscar o recurso da compensação 
previdenciária........................................................................................90
14.3 O que é o passivo do estoque da compensação previdenciária? ....91
14.4 Reflexo da Portaria MPS 98, de 6 de março de 2007, na compensação 
previdenciária........................................................................................92
14.5 Operacionalização da compensação financeira – regimes próprios x 
regimes próprios ...................................................................................92
14.6 Os benefícios da compensação previdenciária para o Município .94
14.7 Orientações sobre RO x RI ....................................................................94
14.8 Por que o Município deve buscar o recurso da compensação 
previdenciária? ......................................................................................95
14.9 Visão geral do recebimento da compensação previdenciária ........95
15 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR NO SERVIÇO PÚBLICO ..............96
15.1 Obrigatoriedade de criação dos regimes complementares ............96
15.2 Diferenças entre os RPPS e RPC ...........................................................97
15.3 Servidores vincuados ao regime de previdência complementar ..97
15.4 Aspectos técnicos, econômicos e legais a serem analisados na criação 
do regime complementar ....................................................................98
15.5 Passos e prazos para a criaçãodo regime de previdência 
complementar .......................................................................................99
15.6 Seleção do modelo de gestão do regime de previdência 
complementar ............................................................................... 100
15.7 Leis complementares 108/2001 e 109/2001 ................................ 101
GLOSSÁRIO.................................................................................................103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................106
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 13
1 O QUE É SEGURIDADE SOCIAL?
A Constituição Federal estabelece que, ao cidadão, é dado o direito de 
viver dignamente, com o mínimo de condição social necessária à manuten-
ção da dignidade da pessoa humana, com participação da sociedade nas áreas 
de saúde, assistência social e previdência social; e prevê ainda que é dever do 
Estado prover os meios e os recursos necessários para que a população tenha 
acesso a este direito.
A seguridade social é portanto um conjunto integrado de ações de ini-
ciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.1 
Nesse sentido, o direito assume uma dimensão positiva não como forma 
de aceitar a intervenção do Estado na liberdade individual, mas como meio de 
proporcionar à coletividade uma participação do bem-estar social.
A seguridade social está baseada nos seguintes princípios:
• abrangência de cobertura e atendimento de todas as situações de 
risco social;
• concessão dos mesmos benefícios e serviços às populações urbanas 
e rurais;
• seletividade e distribuição na prestação dos benefícios e dos servi-
ços. A seletividade consiste na eleição dos riscos e das contingências 
sociais a serem cobertos. Este princípio tem como destinatário o 
legislador constitucional, que estabeleceu expressamente quais os 
riscos e as contingências sociais protegidas no artigo 201 da Cons-
tituição Federal (CF);
1 Art. 194 da Constituição Federal.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202414
• vedação de redução do valor dos benefícios, a fim de preservar-lhes 
o poder aquisitivo e proteger os beneficiários de eventuais perdas 
monetárias;
• igualdade na forma de participação no custeio pela sociedade e pelo 
Estado no financiamento da seguridade, na medida de sua capaci-
dade de contribuição;
• várias fontes de custeio, respeitada a capacidade contributiva de 
cada um;
• caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do governo;
• preexistência de recursos para a concessão dos direitos referentes à 
seguridade social;
• recursos próprios e específicos, distintos daqueles que constam do 
orçamento fiscal da União.
1.1 Como se dá o financiamento da seguridade social?
O financiamento da seguridade social se dá por toda a sociedade, de 
forma direta ou indireta, mediante recursos dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além das contribuições sociais 
de empregadores, trabalhadores, importadores de bens e serviços do exterior 
e receitas de concursos de prognósticos.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 15
2 O QUE É PREVIDÊNCIA SOCIAL?
Previdência social é um seguro que se faz durante todo o período de 
trabalho de um indivíduo, por meio de contribuições a um sistema para que, 
quando não se esteja mais trabalhando, seja possível usufruir o benefício da 
aposentadoria e, com sua morte, possa garantir a sobrevivência daqueles que 
dependiam de sua renda para sobreviverem por meio da pensão.
Seu objetivo é assegurar a manutenção da renda do indivíduo quando 
houver perda, temporária ou definitiva, de sua capacidade de trabalhar em 
decorrência de riscos a que todos nós estamos sujeitos, como doença, invali-
dez, idade avançada, encargos familiares, prisão ou morte daqueles de quem 
dependiam economicamente. 
2.1 Organização e financiamento do sistema 
previdenciário
O sistema previdenciário brasileiro organiza-se em três regimes distin-
tos: Regime Geral da Previdência Social (RGPS)2, Regime Próprio de Previdência 
Social (RPPS)3 e Regime de Previdência Complementar (RPC)4.
Quanto ao seu financiamento, os regimes previdenciários dividem-se em: 
i) Sistema de Repartição Simples – em que as contribuições dos segu-
rados ativos financiam os gastos com os aposentados, baseando-se 
no princípio da solidariedade, ou seja, a geração de trabalhadores 
financia a previdência daqueles que já se aposentaram; 
2 Art. 201, CF.
3 Art. 40, CF.
4 Art. 202, CF.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202416
ii) Sistema de Capitalização – em que há uma formação individual ou 
coletiva de poupança, pois cada segurado contribui para sua ina-
tividade, obtendo uma aposentadoria que será correspondente ao 
montante contribuído para o sistema ao longo da sua atividade, 
acrescido dos rendimentos do capital investido; e 
iii) Sistema Misto – em que, como o próprio nome indica, há uma con-
junção entre os sistemas de Repartição Simples e de Capitalização 
em que, até certo limite, prevalecem regras do Sistema de Repartição 
Simples e acima desse valor existe uma previdência complementar 
obrigatória, com regras do Sistema de Capitalização.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 17
2.2 Inovações trazidas pela Emenda Constitucional 
103/2019
Em novembro de 2019 aprovou-se um novo marco para a Previdência 
Social brasileira, com a promulgação da Emenda Constitucional (EC) 103, de 
12 de novembro de 2019, que trouxe diversas modificações nos modelos pre-
videnciais adotados pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e pelos 
Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS).
Entre as alterações introduzidas pela EC 103/2019 estão o aumento das 
idades mínimas de aposentadorias para os RPPS, bem como a instituição de 
idade mínima para as aposentadorias no RGPS, as quais deixaram de ser con-
cedidas apenas com base no tempo de contribuição do segurado. Além disso, 
a emenda trouxe a descontitucionalização das regras de elegiblidade, conces-
são, cálculo e manutenção dos benefícios e das regras de custeio, provendo 
maior flexiblidade na adoção de medidas de equilíbrio financeiro e atuarial 
para ambos os regimes previdenciais abrangidos.
A EC tornou obrigatório, ainda, no caso dos regimes próprios, a adoção 
de órgão gestor único para todos os poderes e do regime de previdência comple-
mentar para os novos servidores, sendo facultativo para os atuais servidores.
Tanto para o caso do RGPS quanto para os regimes próprios de previ-
dência, a EC 103/2019 estabelece garantias em relação aos segurados que já 
reuniram condições para o acesso aos benefícios, assegurando-lhes as regras 
anteriores, bem como define diversas regras de transição para os atuais segu-
rados que ainda não são elegíveis.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202418
3 REGIME JURÍDICO X REGIME PREVIDENCIÁRIO
Regime jurídico ou regime de trabalho é aquele que estabelece o vín-
culo profissional dos trabalhadores durante sua atividade, podendo ser esta-
tutário (decorrente do Estatuto dos Servidores) para os servidores públicos, 
ou celetista (decorrente da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) para os 
trabalhadores da iniciativa privada e para os empregados públicos.
Regime de previdência, como já dito anteriormente, é aquele que rege 
o vínculo dos trabalhadores durante sua inatividade e após o óbito, mediante 
pagamento das aposentadorias e das pensões por morte. A distinção entre re-
gime jurídico e regime previdenciário é importante para definir qual o regime 
de previdência que o trabalhador vai estar vinculado. 
Os servidores comissionados e os que exerçam alguma função de con-
fiança são segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS)5, assimcomo os empregados públicos e os trabalhadores da iniciativa privada que se 
submetem ao regime de trabalho da CLT, devendo contribuir para o Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS).
5 Art. 11 da Lei 8.213/1991.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 19
4 REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS)
Os benefícios previdenciários concedidos pelo Regime Geral de Previdên-
cia Social (RGPS) são: aposentadoria por incapacidade permanente para o tra-
balho, contribuição e idade avançada, pensão por morte, salário-maternidade, 
incapacidade temporária para o trabalho, salário-família e auxílio-reclusão6.
A aposentadoria concedida no RGPS pode ser por idade (65 anos para os 
homens e 62 para as mulheres), no caso de segurado urbano, observado tempo 
mínimo de contribuição estabelecido em lei. Os trabalhadores rurais, os que 
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o 
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal, podem se aposentar com 
idades mínimas de 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. Os 
professores que comprovem tempo de efetivo exercício da funções de magis-
tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio podem se aposen-
tar com redução de cinco anos nos critérios de idades mínimas estabelecidos 
para os segurados urbanos.
Os servidores públicos que tenham contribuído para aposentar-se no 
RGPS e depois ingressem na administração pública poderão contar com esse 
tempo para aposentar-se pelo RPPS, que poderá requerer a devida compensa-
ção previdenciária referente àquelas contribuições.
4.1 Segurados vinculados ao RGPS
• O servidor ocupante de cargo em comissão não ocupante de cargo 
efetivo, em qualquer Ente da Federação (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios), é vinculado obrigatório ao Regime Geral de 
Previdência Social, na qualidade de segurado empregado, desde 16 
de dezembro de 1998. A filiação desse servidor é automática e deve 
6 Art. 18 da Lei 8.213/1991.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202420
ocorrer no momento em que for nomeado por ato administrativo. 
Sendo servidor ocupante de cargo efetivo, será vinculado ao RPPS 
na hipótese de o Ente público já ter vinculado os demais servidores 
a este regime.
• O servidor ocupante de cargo ou função temporária é aquele que 
exerce atribuição sem que lhe corresponda um cargo ou emprego, 
ou seja, é o servidor contratado temporariamente.
• O servidor ocupante de emprego público é aquele contratado sob o 
regime jurídico da CLT.
• Os aposentados que voltam à atividade no serviço público – o aposen-
tado, independentemente do regime de previdência social em que se 
aposentou – são segurados obrigatórios do RGPS, quando ocupante, 
exclusivamente, de cargo em comissão, de livre nomeação ou exone-
ração, bem como de outro cargo temporário ou emprego público. A 
única exceção é para aqueles que ingressaram novamente em cargo 
público por meio de concurso público até 16 de dezembro de 1998.
4.2 Situação previdenciária dos exercentes de mandato 
eletivo
Aos prefeitos, aos vice-prefeitos e aos vereadores foi dado um trata-
mento previdenciário diferenciado. Até a publicação da Emenda Constitucio-
nal 20/1998, podiam estar vinculados ao RPPS se a legislação do Município 
os previsse como segurados do respectivo regime. Caso contrário, eram se-
gurados obrigatórios do RGPS. Ocorre que referida emenda não disciplinou 
expressamente a respeito da vinculação previdenciária do agente político. A 
Lei 9.506/1997, que extinguiu o Instituto de Previdência dos Congressistas, 
os vinculava ao RGPS, contudo, ela foi declarada inconstitucional pelo Su-
premo Tribunal Federal (STF) sob o aspecto formal. Somente a partir da Lei 
10.997/2004 é que foi definida a vinculação obrigatória dos exercentes de 
mandato eletivo ao RGPS. No entanto, se eles forem também servidores efeti-
vos, poderão se aposentar pelo RPPS em razão deste cargo.
A Emenda Constitucional 103/2019 dá um tratamento específico aos 
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 21
regimes previdenciais aplicáveis a titulares de mandato eletivo, estabelecen-
do no art. 14 que são vedadas as adesões de novos segurados a esses regimes 
e a instituição de novos regimes dessa natureza, sendo facultado aos atuais 
segurados se desfiliarem desses regimes, desde que optado expressamente no 
prazo de 180 dias da data de entrada em vigor da EC 103/2019. Estabelece-se 
ainda que lei específica do Estado, Distrito Federal ou do Município discipli-
nará a regra de transição a ser aplicada aos segurados que permanecerem no 
mencionado regime previdenciário.
4.3 O Município perante o RGPS
Em suas relações com os segurados do RGPS, os Municípios, assim como 
suas autarquias e fundações, são considerados empresas, incidindo sobre eles, 
nessa condição, todas as normas previdenciárias aplicáveis.
Assim, tanto a obrigação principal quanto as acessórias devem ser 
cumpridas na forma e no prazo fixados pela legislação previdenciária para as 
empresas em geral.
4.4 Cumprindo as obrigações previdenciárias
As obrigações tributárias previdenciárias se dividem em: i) principal – 
consiste no recolhimento das contribuições; e ii) acessórias – que são as que 
envolvem as demais obrigações, diversas da principal, mas consideradas pela 
legislação como de observância necessária, quer por possibilitarem direta ou 
indiretamente a verificação da ocorrência do fato gerador e a aferição do quan-
to é devido pelo contribuinte ou responsável, quer por serem importantes ao 
reconhecimento do direito ao benefício previdenciário, quando for pleiteado 
pelo segurado do RGPS.
Observe-se que, enquanto o descumprimento da obrigação principal 
resulta em aplicação de multa moratória e juros incidentes sobre o valor que 
deveria ter sido recolhido em determinado prazo, o descumprimento da obri-
gação acessória tem como efeito a aplicação de multa de valor pré-ordenado, 
que, em regra, independe do cumprimento da obrigação principal, posto que 
consiste em prestação diversa daquela a que corresponde o recolhimento da 
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202422
contribuição.
É de lembrar, porém, que, embora de natureza distinta, a obrigação 
acessória, quando descumprida, torna-se principal relativamente à multa 
aplicada ao contribuinte, sendo seu valor cobrado pela administração tribu-
tária como se tributo fosse.
4.4.1 Obrigação principal
4.4.1.1 Relativa a dívidas correntes
Do ponto de vista previdenciário, a obrigação consiste no recolhimento 
da contribuição a cargo do Município e pode variar segundo as circunstâncias 
que integram a respectiva hipótese de incidência prevista em lei.
É dessa forma que, na legislação de custeio do RGPS, haverá diversidade 
de base de cálculo, alíquotas e prazo de recolhimento da contribuição a cargo 
do Município conforme seja distinta, também, a natureza da relação jurídica 
existente entre ele e o trabalhador a seu serviço. De acordo com essa relação 
jurídica, deverá a municipalidade observar as regras a seguir para o cumpri-
mento da obrigação principal.
Quando o Município é empregador
Deverá recolher, em Guia da Previdência Social (GPS), até o dia 10 do 
mês seguinte ao da competência, as seguintes contribuições:
• a contribuição do empregado, arrecadada mediante desconto efetuado 
em sua remuneração no porcentual de 7,5%, 9%, 12% ou 14%, con-
forme o valor dos respectivos salários de contribuição enquadrados 
de acordo com tabela divulgada anualmente pela Previdência Social;7
• a correspondente à cota patronal de 20% incidente sobre o total das 
remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no 
decorrer do mês, aos segurados empregados
• destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos bene-
7 Alíquotas definidas no art. 28 da Emenda Constitucional 103/2019, que estabelece os seguintes percentuais, a serem aplicados 
de forma progressiva sobre a parcela do salário de contribuiçãodo segurado: até um salário-mínimo (SM): 7,5%; de um SM a R$ 
2.000,00: 9%; de R$ 2.000,01 a R$ 3.000,00: 12%; e de R$ 3.000,01 ao teto do RGPS: 14%.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 23
fícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade 
laborativa, decorrente dos riscos ambientais do trabalho no porcen-
tual de 2% incidente sobre o total das remunerações pagas, devidas 
ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados 
empregados;
• contribuição adicional de 12%, 9% ou 6% sobre a mesma base de 
cálculo conforme a atividade exercida pelo segurado enseje a con-
cessão de aposentadoria aos 15, 20 ou 25 anos de contribuição, res-
pectivamente. Esse acréscimo, caso devido, incidirá exclusivamente 
sobre a remuneração do segurado sujeito a condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Quando o Município é tomador de serviço prestado por contribuinte 
individual (autônomo)
Deverá recolher, em GPS, até o dia 10 do mês seguinte ao da competên-
cia, as seguintes contribuições:
1. a contribuição do autônomo arrecadada, mediante desconto em sua 
remuneração no porcentual de 11%, observado o limite máximo do 
salário de contribuição, considerando-se, na verificação desse limite, 
também as remunerações que ele tenha percebido, no mesmo mês, 
de outras empresas, como autônomo, empregado ou avulso, desde 
que sobre elas tenha incidido a contribuição previdenciária;
2. a correspondente à cota patronal de 20%, incidente sobre o total 
das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, 
no decorrer do mês aos autônomos.8
8 Observe-se que, no caso de contratação de serviços de condutor de veículo rodoviário ou seu auxiliar, para frete, carreto ou 
transporte de passageiros realizado por conta própria, a remuneração sobre a qual incidirá a cota patronal será de 20% do rendi-
mento bruto.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202424
Quando o Município é tomador de serviço prestado por cooperados 
por meio de cooperativas de trabalho
Deverá recolher, em GPS, até o dia 10 do mês seguinte ao da competên-
cia, as seguintes contribuições:
1. a correspondente a 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou da fa-
tura de prestação de serviços;
2. contribuição adicional de 9%, 7% ou 5%, conforme a atividade exer-
cida pelo cooperado enseje a concessão de aposentadoria aos 15, 20 
ou 25 anos de contribuição, respectivamente. Esse acréscimo, caso 
devido, incidirá exclusivamente sobre a remuneração do segurado 
sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integri-
dade física, razão por que deverá ser emitida nota fiscal ou fatura 
específica para a atividade por ele exercida.
Quando o Município é tomador de serviço prestado por cooperados por 
meio de cooperativas de trabalho na atividade de transporte rodoviário 
de carga ou passageiro
Deverá recolher, em GPS, até o dia 10 do mês seguinte ao da competên-
cia, as seguintes contribuições:
1. a correspondente a 15% incidente sobre a parcela relativa ao valor 
dos serviços prestados pelos cooperados, o qual não será inferior a 
20% do valor da nota fiscal ou da fatura;
2. contribuição adicional de 9%, 7% ou 5%, conforme a atividade 
exercida pelo cooperado, permita a concessão de aposentadoria aos 
15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente. Esse acrésci-
mo, caso devido, incidirá exclusivamente sobre a remuneração do 
segurado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou 
a integridade física, razão por que deverá ser emitida nota fiscal ou 
fatura específica para a atividade por ele exercida.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 25
Quando o Município é tomador de serviço prestado, mediante cessão 
ou empreitada de mão de obra
Deverá adotar as seguintes providências:
1. reter 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação 
de serviços e recolher esse valor, em nome da empresa contratada, 
até o dia 10 do mês seguinte ao da emissão desses documentos, em 
Guia de Previdência Social (GPS);
2. reter e recolher porcentual adicional de 4%, 3% ou 2% relativamen-
te aos serviços prestados pelos segurados empregados da empresa 
contratada cuja atividade permita a concessão de aposentadoria 
especial, após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente.
Entende-se como cessão de mão de obra a colocação à disposição da 
municipalidade, em suas repartições ou nas dependências de terceiros, de 
segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a ativi-
dade-fim do Município, independentemente da natureza e da forma de con-
tratação realizada com a empresa prestadora, inclusive quando se tratar de 
trabalho temporário.
No caso de atividades de limpeza, conservação, zeladoria, vigilância, 
segurança, construção civil, serviços rurais e digitação e preparação de dados 
para processamento, a retenção e o recolhimento serão observados ainda que 
esses serviços sejam prestados mediante empreitada de mão de obra.
Não se considera cessão de mão de obra a contratação de construção 
civil em que a empresa construtora assuma a responsabilidade direta e total 
pela obra ou repasse o contrato integralmente, hipótese em que o Município, 
na condição de proprietário, incorporador, dono da obra ou condômino de 
unidade imobiliária, será solidário com o construtor pelo cumprimento das 
obrigações para com a Previdência Social. A responsabilidade será, porém, 
perdoada caso o Município adote uma das seguintes providências:
i) comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre 
a remuneração dos segurados, incluída em nota fiscal ou fatura 
correspondente aos serviços executados, quando corroborada por 
escrituração contábil; 
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202426
ii) comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre 
a remuneração dos segurados, aferidas indiretamente nos termos, 
forma e percentuais previstos pela Secretaria da Receita Federal do 
Brasil (RFB); ou 
iii) comprovação do recolhimento de retenção de 11% prevista ante-
riormente.
Quando o Município é adquirente da produção de empregador rural 
pessoa física e de segurado especial
Deverá reter do valor a ser pago ao produtor e recolher, em GPS, até o 
dia 10 do mês seguinte ao da operação realizada, as seguintes contribuições:
1. dois por cento (2%) incidente sobre a receita bruta da comerciali-
zação da produção rural adquirida, entendida essa produção como 
os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou 
submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização ru-
dimentar, observando-se que não integra a produção, para efeito de 
incidência da contribuição, o produto vegetal destinado ao plantio 
e ao reflorestamento, o produto vegetal vendido por pessoa ou enti-
dade que, registrada no Ministério da Agricultura e do Abastecimen-
to, se dedique ao comércio de sementes e mudas no país, o produto 
animal destinado à reprodução ou à criação pecuária ou granjeira 
e o produto animal utilizado como cobaia para fins de pesquisas 
científicas no país;
2. um décimo por cento (0,1%) incidente sobre a receita bruta da co-
mercialização da produção rural, especificada no item anterior, des-
tinado ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios 
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade labora-
tiva, decorrente dos riscos ambientais do trabalho, mais conhecida 
como Seguro de Acidente de Trabalho (SAT).
4.4.1.2 Relativa a dívidas parceladas
Além das obrigações principais anteriormente listadas, devem os Muni-
cípios também efetuar os recolhimentos mensais relativos aos parcelamentos 
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 27
de dívida previdenciária porventura contratados nos quais não esteja previs-
to desconto das parcelas mensais diretamente no Fundo de Participação dos 
Municípios (FPM).
Atualmente se encontram nessa situação os parcelamentos instituídos 
pelas leis 11.196/2005, 13.485/2017e 13.496/2017 (Pert), cujas parcelas so-
mente serão descontadas do FPM caso o Município não as quite no prazo legal.
Dessa forma, deve a parcela mensal ser recolhida até o dia 20 de cada 
mês, em GPS recebida da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
4.4.2 Obrigações acessórias
Entre as obrigações acessórias impostas pela legislação previdenciária 
aos Municípios, destacam-se as seguintes:
1. preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou credita-
das a todos os segurados a seu serviço;
2. lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de 
forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, 
o montante das quantias descontadas, as contribuições a seu cargo 
e os totais recolhidos;
3. informar mensalmente à RFB, por meio da Guia de Recolhimento do 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência 
Social, na forma por ela estabelecida, dados cadastrais, todos os fa-
tos geradores de contribuição previdenciária e outras informações 
de interesse daquele instituto;
4. providenciar a inscrição de autônomo a seu serviço no INSS, como 
contribuinte individual, caso o trabalhador ainda não a tenha rea-
lizado;
5. no caso de serviços prestados mediante cessão ou empreitada de 
mão de obra, manter em boa guarda, em ordem cronológica e por 
contratada, as correspondentes notas fiscais, faturas ou recibos de 
prestação de serviços, Guia da Previdência Social, Guia de Informa-
ções à Previdência Social (Gfip) e Guia de Recolhimento do Fundo 
de Garantia por Tempo de Serviço e com comprovante de entrega;
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202428
6. fornecer ao INSS, para fins de fiscalização, mensalmente, relação de 
todos os alvarás para a construção civil e documentos de “habite-
-se” concedidos de acordo com critérios estabelecidos pelo referido 
instituto.
4.5 O que acontece se o Município não efetuar os 
recolhimentos?
4.5.1 Para o Município
De regra, o não recolhimento das contribuições no prazo fixado acar-
retará atualização monetária, quando exigida pela legislação, juro de mora, 
incidente sobre o valor atualizado, equivalente a 1% no mês de vencimento 
e à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) nos meses inter-
mediários e multa variável, para fatos geradores ocorridos a partir de 28 de 
novembro de 1999, nos porcentuais apresentados a seguir.
a) Para pagamento após o vencimento de obrigação não incluída em 
notificação fiscal de lançamento:
i. 8% dentro do mês de vencimento da obrigação;
ii. 14%, no mês seguinte;
iii. 20%, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da 
obrigação.
b) Para pagamento de obrigação incluída em notificação fiscal de lan-
çamento:
i. 24%, até 15 dias do recebimento da notificação;
ii. 30%, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação;
iii. 40%, após apresentação de recurso desde que antecedido de 
defesa e apresentados no prazo legal, até 15 dias da ciência da 
decisão do Conselho de Contribuintes;
iv. 50%, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conse-
lho de Contribuintes, enquanto não inscrita em dívida ativa.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 29
c) Para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa:
i. 60%, quando não tenha sido objeto de parcelamento;
ii. 70%, se houve parcelamento;
iii. 80%, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o de-
vedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto 
de parcelamento;
iv. 100%, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o 
devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de 
parcelamento.
Todos os porcentuais de multa indicados são reduzidos em 50% se as 
contribuições tiverem sido declaradas na Gfip.
Quanto às obrigações acessórias, sua infração acarretará multa defini-
da pelo orgão competente, conforme a gravidade da infração, nos termos da 
legislação previdenciária.
O autuado tem o prazo de 30 dias, a contar da ciência, para efetuar o 
pagamento da multa com redução de 50%.
4.5.2 Para o administrador municipal
Excepcionalmente, a Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, que trata da 
organização e do custeio previdenciário, impõe ao dirigente de órgão ou en-
tidade da administração federal, estadual ou municipal a responsabilidade 
pessoal pela multa aplicada por infração de seus dispositivos, bem como de 
dispositivos do regulamento da Previdência Social.9
Da mesma forma que no caso do Município, recebido o auto de infração, 
o autuado terá o prazo de 30 dias, a contar da ciência, para efetuar o pagamen-
to da multa com redução de 50%.
9 O regulamento da Previdência Social foi aprovado pelo Decreto 3.048, de 6 de maio de 1999.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202430
5 O QUE É REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL?
Entende-se por Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) aquele que 
assegure por lei ao servidor público os benefícios de aposentadoria e pensão 
por morte previstos no art. 40 da Constituição Federal. Sua criação depende de 
que se disponha expressamente sobre esses benefícios, mas não é necessário 
que eles estejam disciplinados em uma lei específica. Por exemplo, se o esta-
tuto dos servidores mencionar que eles terão direito à aposentadoria e seus 
dependentes à pensão, já estará caracterizada a existência do RPPS municipal.
Na sua criação, devem ser observadas normas gerais de contabilidade 
e atuária, de modo a garantir seu equilíbrio financeiro e atuarial. A avaliação 
atuarial irá definir o porcentual de contribuição dos participantes do regime 
para garantir esse equilíbrio de acordo com as características dos servidores 
municipais.
Os RPPS são administrados por uma unidade gestora responsável pela 
operacionalização do regime, incluindo a arrecadação e a gestão de recursos 
e fundos previdenciários, a concessão, o pagamento e a manutenção dos be-
nefícios.10
O servidor público titular de cargo efetivo, via de regra, vincula-se ao 
RPPS. Na hipótese de extinção desse regime, o servidor ativo filia-se ao regi-
me geral, sendo devidas, a partir da data de publicação da lei de extinção, as 
contribuições sociais nos termos da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, sendo 
vedado o reconhecimento retroativo de direitos e deveres perante esse regime.
Importante ressaltar que compete ao Município manter o pagamento 
dos benefícios concedidos durante a vigência do RPPS, bem como aqueles para 
os quais foram implementados, antes da extinção, os requisitos necessários à 
sua concessão. Além disso, em caso de extinção do RPPS, o Município poderá 
prever na lei de extinção mecanismo de ressarcimento ou complementação 
10 Art. 2, inc. V, ON SPS 2/2009.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 31
de benefícios aos servidores que tenham contribuído acima do limite máximo 
do Regime Geral de Previdência Social11.
Os Municípios vinculados ao RPPS devem estar atentos às legislações 
federais que tratam da matéria, tanto para garantir a boa gestão desse regime 
quanto para não se sujeitarem às restrições e às penalidades previstas nas leis 
em decorrência de eventuais descumprimentos. Mesmo com a extinção do 
RPPS, os recursos financeiros existentes no fundo não poderão ser utilizados 
para outros fins que não os da previdência, pois o Município continua com o 
encargo de pagar os servidores aposentados antes da extinção e, além disso, 
terá que, perante o INSS, realizar a compensação financeira relativa ao tempo 
em que os servidores contribuíram para o RPPS, mas que não serão aposen-
tados pelo RGPS.
Na hipótese de vinculação dos servidores ativos, antes amparados por 
regime próprio, ao RGPS, os recursos previdenciários somente poderão ser 
utilizados para:
1. pagamento de benefícios previdenciários já concedidos pelo regime 
próprio;
2. pagamento dos benefícios previdenciários para os quais já foram 
implementados os requisitos necessários à sua concessão;
3. quitação de débitos constituídos com o INSS até a data da lei de vin-
culação dos servidoresativos ao RGPS;
4. constituição do fundo previsto no art. 6 da Lei 9.717/1998;
5. pagamentos relativos à compensação previdenciária entre regimes 
de que trata a Lei 9.796/1999.
A inobservância na utilização dos recursos vinculados à Previdência 
sujeitará o gestor às penalidades previstas na Lei 8.429, de 2 de junho de 1992 
– Improbidade Administrativa –, e na Lei 10.028, de 19 de outubro de 2000.
5.1 Segurados vinculados ao RPPS
O RPPS abrange exclusivamente o servidor público titular de cargo efeti-
vo, ativo e inativo, e seus pensionistas. Até 15 de dezembro de 1998, o servidor 
11 Art. 34 da Emenda Constitucional 103/2019.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202432
público ocupante exclusivamente de cargo em comissão, de cargo temporário, 
de emprego público ou de função pública poderia estar vinculado ao Regime 
Próprio de Previdência Social que assegurasse, no mínimo, aposentadoria e 
pensão por morte, nos termos definidos em lei do respectivo Ente da Federação.
A filiação ao regime de previdência do prefeito e do vice-prefeito deve 
observar as seguintes hipóteses:
i) amparado originalmente pelo RPPS, na qualidade de servidor ativo 
titular de cargo efetivo e dele afastado para o exercício do mandato 
eletivo;
ii) amparado obrigatoriamente pelo RGPS, na qualidade de segurado 
empregado, caso não se enquadre na situação prevista no item an-
terior.
O vereador que exerça concomitantemente cargo efetivo na administra-
ção pública, filia-se ao Regime Próprio de Previdência Social, pelo cargo efeti-
vo, e ao Regime Geral de Previdência Social, pelo mandato eletivo; ou somente 
ao RGPS por ambas as atividades, na hipótese de o Município onde exerça a 
vereança não tiver instituído o regime próprio para os servidores públicos.
Se o agente político for aposentado por qualquer regime de previdên-
cia ou se afastar da atividade que o vinculava ao RGPS, a base de cálculo para 
sua contribuição social a este regime será calculada sobre o valor do subsídio 
que recebe.
Se se tratar de acúmulo de atividades do exercente de mandato eletivo 
não filiado ao regime próprio, serão observadas as normas do RGPS para cal-
cular o valor da contribuição devida.
O aposentado por qualquer regime de previdência que exerça ou ve-
nha a exercer exclusivamente cargo em comissão, cargo temporário, empre-
go público, função pública ou mandato eletivo vincula-se obrigatoriamente 
ao RGPS, na qualidade de segurado empregado, em relação a essas atividades.
O servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios filiados ao Regime Próprio de Previdência 
Social, quando cedido a órgão ou entidade da administração direta e indireta 
do mesmo Município ou de outro Ente da Federação, permanecerá vincula-
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 33
do ao RPPS de origem e não àquele para onde está sendo cedido, mesmo que 
a obrigação de recolhimento de sua contribuição previdenciária seja desse 
outro Ente público.
5.2 É obrigatória a vinculação dos servidores titulares de 
cargos efetivos ao RPPS?
Sim. A criação do RPPS, além de ser um dever do Município, é direito 
do servidor. O art. 40 da Constituição Federal é bastante claro acerca do tema. 
Vejamos:
O regime próprio de previdência social dos servidores titulares 
de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante 
contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, 
de aposentados e de pensionistas, observados critérios que pre-
servem o equilíbrio financeiro e atuarial.12
A simples leitura do dispositivo constitucional nos permite a interpre-
tação de que a vinculação dos servidores titulares de cargos efetivos ao RPPS 
não se trata de mera faculdade do gestor público, tampouco essa decisão está 
sob o poder discricionário do chefe do Executivo ou do Poder Legislativo. A 
Constituição Federal assegurou ao servidor estatutário o vínculo previden-
ciário ao regime próprio. Trata-se, portanto, de um dever do Ente público 
criar o RPPS mediante aprovação por lei sob pena de, não o fazendo, respon-
sabilizar-se pela complementação das aposentadorias concedidas pelo RGPS, 
quando o servidor tiver cumprido os requisitos necessários para aposentar-se 
no regime próprio13.
5.3 Caráter contributivo do RPPS
Anteriormente, os servidores que se aposentavam pelo regime próprio 
não estavam obrigados a contribuir para o sistema previdenciário. Podemos 
dizer que a aposentadoria era um favor, uma benesse, concedida pelo Muni-
12 Redação dada pela Emenda Constitucional 103, de 12 de novembro de 2019.
13 Art. 5, inc. IV, da Orientação Normativa 2, de 31 de março de 2009 (DOU em 2 de abril de 2009).
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202434
cípio ao servidor que a ele estava vinculado, por ter trabalhado para a admi-
nistração pública. Contudo, a partir de 16 de dezembro de 1998, data em que 
foi publicada a Emenda Constitucional 20, a Previdência Social passou a ter 
caráter contributivo, ou seja, os benefícios de aposentadoria e pensão não po-
dem mais ser concedidos sem a contribuição do servidor.
5.3.1 Contribuição patronal e dos servidores ativos
O custeio do regime abrange também as contribuições do Ente público 
e deve basear-se em princípios técnicos para a preservação do seu equilíbrio 
financeiro e atuarial de forma que garanta o pagamento dos benefícios futu-
ros por ele devidos.
A EC 41/2003 alterou o § 1º do art. 149 da CF, estabelecendo custeio 
mínimo de 11% para os servidores ativos; e o art. 10 da Lei 10.887/2004 alte-
rou a redação do art. 2º da Lei 9.717/1998, determinando que a contribuição 
patronal não poderá ser inferior à contribuição do servidor, nem superior ao 
dobro desta. Posteriormente, a Emenda Constitucional 103/2019 estabeleceu, 
no art. 11, a alíquota da União em 14%, determinando que os RPPS dos Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios pratiquem, no mínimo, essa mesma alíquota 
(art. 9º, § 4º), podendo ser adotadas como mínimas as alíquotas do RGPS no 
caso de RPPS que comprove a inexistência de déficit atuarial.
5.3.2 Contribuição de inativos e pensionistas
O art. 4º da Emenda Constitucional 41/2003 e o § 18 do art. 40 da Cons-
tituição Federal preveem a incidência de contribuição previdenciária para os 
servidores inativos e os pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios, com porcentual igual ao estabelecido para os servidores 
titulares de cargos efetivos.
O Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar as Ações Diretas de In-
constitucionalidade (Adins) 3.105 e 3.128, declarou inconstitucionais as ex-
pressões “cinquenta por cento” e “sessenta por cento” de que tratam os incs, I 
e II, respectivamente, do art. 4º da EC 41/2003, que instituiu a contribuição 
previdenciária para os servidores inativos e pensionistas. Assim, haverá in-
cidência de contribuição previdenciária sobre a parcela dos proventos e das 
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 35
pensões que superarem o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
RGPS, para todos os inativos e pensionistas, independentemente da data da 
inatividade ou do recebimento da pensão. Atualmente o limite máximo dos 
benefícios do RGPS é de R$ 6.101,06.14
5.4 Criação e extinção do RPPS
A instituição de um regime de previdência se dá sempre por meio de 
lei, assim como sua extinção, que só ocorre efetivamente, com o pagamento 
do último benefício de aposentadoria ou pensão concedidos ou cujos requisi-
tos necessários à sua concessão forem implementados durante sua vigência.
Importa destacar que, na hipótese de extinção do RPPS, os recursos 
vinculados à conta previdenciária somente poderão ser utilizados para o pa-
gamento dos benefícios por ele devidos e para o pagamento da compensação 
previdenciária devido ao INSS ou ao RPPS de outro Ente público ao qual venha 
se vincular o servidor municipal.
5.5 Desafios das gestões municipais no 
equacionamento dos deficits dosRPPS
A promulgação da Portaria MF 464, de 19 de novembro de 2018, deter-
minou um novo marco regulatório em relação às normas de atuária dos RPPS. 
A partir dessa nova regulamentação, se estabelecem conceitos técnicos mais 
específicos para a gestão atuarial dos regimes próprios de previdência social 
e novas responsabilidades para os seus gestores diretos e para os gestores do 
Ente patrocinador.
Adicionalmente, a legislação reguladora desses regimes tem sido apri-
morada no sentido de exigir maior qualificação e experiência dos gestores e 
conselheiros das entidades gestoras, bem como dos profissionais que prestam 
serviços a essas entidades. 
Todas as medidas têm sido adotadas com o objetivo de prover os RPPS 
de maior eficiência e eficácia na gestão da previdência dos servidores públi-
14 Valor definido pela Portaria 914, de 13 de janeiro de 2020.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202436
cos, ampliando-se, inclusive, os mecanismos de controle que a Secretaria de 
Previdência, do Ministério da Economia, terá à disposição para monitorar e 
orientar os referidos regimes.
À parte os desafios de aprimoramento da gestão, os regimes de previ-
dência dos Entes subnacionais enfrentam enormes desafios de financiamento 
dos recursos necessários ao pagamentos dos benefícios presentes e futuros a 
seus segurados. É de conhecimento público que a situação financeira e atua-
rial dos RPPS é preocupante, tanto que o grande desafio atual é a realização das 
reformas nas legislações estaduais e municipais para adequá-las às mudanças 
que foram implementadas no âmbito da União por meio da Emenda Consti-
tucional 103/2019, popularmente conhecida como Reforma da Previdência.
A alteração das regras de acesso aos benefícios, de cálculo e de manu-
tenção, tais como idades mínimas, tempo de contribuição, fórmula de cálculo 
do benefício pela média, pensões por quotas, serão fundamentais na redução 
do passivo atuarial dos RPPS e consequentemente do deficit atuarial.
Por outro lado, a Portaria MF 464/2018 trouxe, em seu art. 53, § 2º, for-
mas de equacionamento do deficit atuarial, sendo algumas já conhecidas dos 
gestores públicos, tais como o plano de amortização e a segregação da mas-
sa. Outras são novidade, sendo inseridas pela referida norma como formas 
complementares, e se constituem em: a) aportes de bens, direitos e ativos; b) 
aperfeiçoamento da legislação do RPPS e dos processos relativos à concessão, 
manutenção e pagamento dos benefícios; e c) adoção de medidas que visem à 
melhoria da gestão integrada dos ativos e passivos do RPPS e da identificação 
e controle dos riscos atuariais do regime.
Diante das alterações recentes na legislação e das novas possibilida-
des de equacionamento dos deficits atuariais, bem como diante dos enormes 
déficits atuariais presentes nos RPPS, os desafios dos gestores municipais re-
cairá sobre as ações necessárias para a solução do problema, que vão desde a 
implementação da reforma da previdência municipal até a escolha de alter-
nativas de financiamento dos deficits atuariais, sendo essencial a elaboração 
de estudos atuariais que permitam avaliar os impactos das medidas a serem 
implementadas. Avaliamos que o aporte de ativos será fundamental, observa-
dos os critérios estabelecidos na mencionada portaria em relação a qualidade, 
liquidez e possibilidade de monetização desses ativos.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 37
6 A LEI GERAL DE PREVIDÊNCIA PÚBLICA
A Lei 9.717, de 27 de novembro de 1998, dispõe sobre as regras gerais 
para a organização dos regimes próprios de previdência dos servidores públi-
cos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares 
dos Estados e do Distrito Federal.
A referida lei, bem como a Emenda Constitucional 20/1998, foram os 
marcos reguladores da previdência no setor público, estabelecendo de for-
ma sólida o conceito de Regime Próprio de Previdência Social para o servidor 
público civil e para os militares dos Estados e do Distrito Federal. A organiza-
ção desse regime demandou a instituição de normas gerais de contabilidade 
e atuária, de modo que garanta o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema 
previdenciário.
Outras medidas relevantes foram a previsão da possibilidade de consti-
tuição de fundos integrados de bens, direitos e ativos com finalidade previden-
ciária, o que significou a separação definitiva entre assistência e previdência, e 
a nova tentativa de instituição de cobrança de inativos (suspensa por meio da 
Adin nº 2010 e revogada pela MP 2.187-12, de 27 de julho de 2001, somente 
tendo sido efetivada pela EC 41/2003).
Em 2019, um novo marco da previdência foi estabelecido com a pro-
mulgação da EC 103/2019, que determinou novas regras de elegibilidades, de 
cálculos e de manutenção dos benefícios dos servidores públicos, aplicadas 
inicialmente para a União, mas passíveis de adoção por todos os Entes subna-
cionais. Outra importante contribuição da EC 103/2019 foi na consolidação 
do conceito de equilíbrio financeiro e atuarial, vinculando-o ao equilíbrio de 
longo prazo dos RPPS e definindo o aporte de bens entre as fontes de financia-
mento das despesas previdenciais .
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202438
7 COMO SE ORGANIZA O RPPS NO MUNICÍPIO?
O art. 6º da Lei 9.717/1998 possibilitou aos Entes federados a consti-
tuição de fundos integrados de bens, direitos e ativos com finalidade previ-
denciária, desde que observados os critérios por ela estabelecidos. A estrutura 
necessária para implementar um regime próprio depende das peculiaridades 
de cada Ente federativo, podendo ser organizado como um departamento in-
terno do próprio Município, que disponibilizará estrutura e pessoal para sua 
operacionalização, com significativa redução das despesas administrativas, 
ou por meio de uma entidade autônoma, como uma autarquia, com persona-
lidade jurídica própria, o que, com certeza, vai acarretar mais despesas admi-
nistrativas, as quais não poderão ser superiores aos percentuais estabelecidos 
na Portaria 402/2008, que dependem do porte do Município, sobre o total das 
remunerações dos servidores ativos vinculados ao regime próprio referente 
ao exercício financeiro anterior.15
Em qualquer das hipóteses é recomendável uma estrutura sem exces-
sos, reduzindo-se ao máximo as despesas administrativas, que sempre serão 
cobertas por contribuições dos servidores e do Ente público, com previsão 
atuarial, já que integram o custo total do regime próprio, desonerando o erá-
rio público dessa despesa.
A lei geral não determinou a composição mínima dos membros inte-
grantes dos conselhos que formam os fundos previdenciários, contudo, na 
hipótese de constituição de colegiados, estes devem obrigatoriamente contar 
com a representação de servidores ativos, inativos e pensionistas. A Portaria 
MF 464/2018, em seu art. 2º, caput, faz referência aos conselhos deliberativo 
e fiscal, sem contudo, defini-los concretamente.16
15 Art. 15, inc. II, da Portaria MPS 402/2008.
16 Art. 1º, inc. VI, da Lei 9.717/1998; art. 2º da Portaria MF 464/2018; art. 5º, inc. V, da Portaria MPS 204/2008.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 39
Na constituição desses fundos é comum verificarmos a seguinte com-
posição:
• Conselho Deliberativo: órgão máximo da estrutura organizacional, 
responsável pela definição da política geral de administração da en-
tidade e de seus planos de benefícios;
• Conselho Fiscal: órgão de controle interno da entidade;
• Diretoria-Executiva: órgão responsável pela administração da en-
tidade, em conformidade com a política de administração traçada 
pelo conselho deliberativo.
Por meio da EC 103/2019, vedou-se a criação de 
novos RPPS. Contudo, há em trâmite a Proposta de 
Emenda à Constituição (PEC) 156/2019, que propõe 
a modificação do § 22 do art. 40 da Constituição Fe-
deral, a qual dispõe sobre a instituição de Regimes 
Próprios de Previdência Social. 
Coleção GestãoPública Municipal 
Novos Gestores 2021-202440
8 QUEM FISCALIZA OS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA 
SOCIAL?
O art. 9º da Lei 9.717/1998 estabelece competência à União, por meio 
da Secretaria de Previdencia (Sprev), para orientação, supervisão e acompa-
nhamento dos Regimes Próprios de Previdência Social dos servidores públicos 
e dos militares da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e 
dos fundos eventualmente constituídos, bem como o estabelecimento e a pu-
blicação dos parâmetros e das diretrizes gerais previstas na lei. Atualmente, 
essa competência foi atribuída à Secretaria de Previdência (Sprev) do Minis-
tério da Economia (ME).
As auditorias fiscais diretas e indiretas da Sprev objetivam a verifica-
ção do cumprimento dos critérios e das exigências estabelecidos na legislação 
previdenciária para o funcionamento do RPPS. Por auditoria direta entende-se 
aquela executada pelo auditor-fiscal na própria unidade gestora do regime, 
enquanto a auditoria indireta se realiza por meio da análise da documenta-
ção encaminhada à Subsecretaria dos Regimes Próprios de Previdência Social 
(SRPPS) da Sprev.
Ao auditor-fiscal deverá ser dado livre acesso à unidade gestora do 
RPPS, para inspecionar livros e todos os documentos necessários ao perfei-
to desempenho de suas funções, como as demonstrações contábeis exigidas 
pela Portaria MPS 916/2003 e os relatórios financeiros exigidos pela Sprev.
O auditor-fiscal elaborará relatório sobre os pontos verificados, ins-
taurando, se constatada alguma irregularidade, o competente processo ad-
ministrativo17, sendo, contudo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
17 Processo administrativo previdenciário – Portaria 64/2006
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 41
Em âmbito estadual, os Tribunais de Contas detêm competência para 
fiscalizar a utilização dos recursos financeiros vinculados à previdência própria 
e à sua aplicação, bem como para homologação dos processos de concessão de 
aposentadorias e pensões por morte.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202442
9 O QUE É O CERTIFICADO DE REGULARIDADE 
PREVIDENCIÁRIA?
O Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) é o documento que 
atesta a regularidade do Regime de Previdência Social dos servidores titula-
res de cargos efetivos dos Estados, do Distrito Federal e/ ou dos Municípios.
O CRP é válido por 180 dias contados da data de sua emissão e é exigido 
nas seguintes situações:
• Realização de transferências voluntárias de recursos pela União;
• celebração de acordos, contratos, convênios ou ajustes;
• concessão de empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em 
geral de órgãos ou entidades da União;
• celebração de empréstimos e financiamentos por instituições finan-
ceiras federais;
• repasse dos valores devidos em razão da compensação previdenciária.
Os dados oficiais sobre os Regimes Próprios de Previdência Social e as 
informações quanto aos critérios examinados para sua emissão constam do 
Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social (CadPrev).
Verificando quaisquer inobservâncias ou descumprimento da Lei 
9.717/1998, da Portaria MF 464/2018, da Portaria 509/2013, do art. 40 
da Constituição Federal e das Emendas Constitucionais 20/1998, 41/2003, 
47/2005 e 103/2019, o Ente federativo terá o CRP bloqueado, restando sua 
emissão condicionada ao cumprimento das exigências legais.
9.1 Critérios examinados para a emissão do CRP
A Secretaria de Previdência verifica os critérios a seguir para emissão 
do referido documento.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 43
9.1.1 Encaminhamento da legislação à Sprev
O Município deverá encaminhar à Sprev leis que disciplinem o estatuto, 
o regime jurídico do servidor público e o Regime Próprio de Previdência Social, 
com suas alterações e respectivos regulamentos, bem como o comprovante 
especificando a data de sua publicação na imprensa oficial ou de sua afixação 
no local competente, conforme o caso. As cópias dos originais da legislação e 
da publicação deverão ser autenticadas em cartório ou por servidor público 
devidamente identificado por nome, cargo e matrícula.18
A disponibilização da legislação para consulta em página na internet 
suprirá a necessidade de autenticação, dispensará apresentação e, caso conste 
expressamente no documento disponibilizado, a data de sua publicação ini-
cial dispensará também o envio do comprovante de sua publicidade, deven-
do, para tanto, o Município informar à Sprev o endereço eletrônico em que a 
legislação poderá ser acessada.
O Ente federativo que não encaminhar à Sprev toda a legislação que 
regulamenta ou extingue o regime próprio não receberá o CRP. Nos casos de 
extinção, é obrigatório que isso ocorra por meio de lei, não se considerando 
extinto o regime próprio caso a lei local disponha apenas sobre a extinção da 
pessoa jurídica encarregada de gerenciar o regime, isto é, a unidade gestora.
A lesiglação deverá ser encaminhada através do Sistema de Gestão de 
Consultas e Normas (Gescon-RPPS).
9.1.2 Avaliação atuarial inicial
Além da legislação previdenciária, também é necessário que o Ente 
federado envie à Sprev a primeira avaliação atuarial realizada que definiu o 
custeio do regime.
9.1.3 Encaminhamento dos seguintes demonstrativos eletrônicos
i) Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (Draa).
ii) Nota Técnica Atuarial (NTA).
18 Art. 5º, inc. XVI, da Portaria MPS 204/2008.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202444
iii) Demonstrativo de Informações Previdenciárias e Repasses (Dipr). 
iv) Demonstrativo das Aplicações e Investimentos dos Recursos (Dair).
v) Demonstrativos contábeis.
vi) Demonstrativo da Política de Investimentos (Dpin).
O Draa deverá ser preenchido no site do MPS até o dia 31 de março de 
cada exercício.
O Dipr deverá ser preenchido eletronicamente até o último dia do mês 
seguinte ao encerramento de cada bimestre do ano civil. Neste último deve-
rão constar as assinaturas eletrônicas do prefeito municipal e do responsável 
pela unidade gestora do regime de previdência. Na impossibilidade de remessa 
eletrônica, o demonstrativo deverá ser remetido via postal.
Os demonstrativos contábeis serão encaminhados até o último dia de 
cada mês, relativamente ao mês anterior, por meio do Sistema de Informações 
Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).
O Demonstrativo da Política de Investimentos deverá ser entregue até 
31 de dezembro de cada exercício, em relação ao exercício seguinte.
9.1.4 Caráter contributivo
9.1.4.1 Previsão legal
Este critério é aferido por meio da análise da legislação previdenciária 
que contemple o custeio do regime para os servidores ativos, inativos, pensio-
nistas e para o Ente federativo. Em outras palavras, as alíquotas de contribui-
ção dos participantes do regime devem estar expressamente previstas em lei.
9.1.4.2 Repasse
Verificação quanto ao efetivo repasse à unidade gestora do regime quan-
to às alíquotas de contribuição definidas em lei.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 45
9.1.4.3 Retenção
Retenção, pela unidade gestora do RPPS, dos valores devidos pelos se-
gurados e pensionistas relativos aos benefícios e às remunerações cujo paga-
mento esteja sob sua responsabilidade.
9.1.4.4 Parcelamentos de débitos
Pagamentos à unidade gestora do RPPS dos valores relativos a débitos de 
contribuições parceladas. As contribuições legalmente instituídas não repas-
sadas à unidade gestora até seu vencimento, depois de apuradas e confessadas, 
poderão ser objeto de acordo para pagamento parcelado em moeda corrente, 
de acordo com as regras estabelecidas em lei do Ente federativo, observando-
-se regras de preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime.19 Este 
critério visa ao cumprimento de eventuais parcelamentos de débitos celebra-
dos entre o Ente federado e o RPPS.
9.1.5 Observância dos limites de contribuição do Ente, dos 
seguradose dos pensionistas
A contribuição dos servidores ativos, inativos e pensionistas para a ma-
nutenção do regime de previdência não poderá ser inferior a 14% da base de 
contribuição, e a alíquota patronal não poderá ser definida em valor inferior 
à contribuição dos servidores, nem superior ao dobro desta, ressalvada a ne-
cessidade de cobertura de eventuais insuficiências financeiras do respectivo 
regime próprio decorrentes do pagamento de benefícios previdenciários.20
A contribuição sobre os proventos dos inativos e dos pensionistas inci-
de sobre a parcela que excede o valor do benefício pago pelo RGPS ou quando 
ultrapassar o dobro desse limite quando o beneficiário for portador de doen-
ça que o torne incapaz, nas mesmas alíquotas fixadas ao servidor em ativi-
dade. Por exemplo, hoje o limite do valor do benefício pago pelo INSS é de 
R$ 6.101,06. Se o aposentado ou o pensionista receber provento ou pensão 
19 Art. 36 da ON SPS 2/2009.
20 As alíquotas que definem o caráter contributivo do regime devem atender ao disposto no art. 149, § 1o, da CF, com o art. 4º da 
Lei 10.887/2004 e o art. 2º da Lei 9.717/1998.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202446
de R$ 7.000,00, deverá contribuir com o correspondente à alíquota de contri-
buição dos servidores ativos, somente sobre a diferença entre R$ 6.101,06 e 
R$ 7.000,00, ou seja, sobre R$ 898,94 e, se tratar de aposentadoria por invali-
dez decorrente de doença incapacitante, não incidirá nenhuma contribuição 
previdenciária (somente estarão obrigados a contribuir se o valor do benefí-
cio for maior que duas vezes o valor do benefício concedido pelo INSS, ou seja, 
maior que R$ 12.202,12).
9.1.6 Equilíbrio financeiro e atuarial
O equilíbrio financeiro é atingido quando o que se arrecada dos partici-
pantes do regime previdenciário (Ente federativo e seus respectivos servido-
res) é suficiente para pagar os benefícios assegurados por este sistema, sendo 
um conceito aplicado no curto prazo. Já o equilíbrio atuarial é uma visão de 
longo prazo e pressupõe que, ao longo dos anos futuros, geralmente em um 
período não inferior a 75 anos, as receitas de contribuição e os rendimentos 
das aplicações auferidas pelo RPPS, em conjunto com o patrimônio, financia-
rão o pagamento de todos os benefícios aos atuais e futuros aposentados e 
pensionistas.21
As alíquotas definidas em lei devem ser necessárias para a cobertura do 
plano de benefícios, e a avaliação atuarial deve conter o plano de amortização 
ou a separação dos grupos de servidores para determinar o compromisso de 
cada servidor para manter o regime de previdência equilibrado, nos termos 
definidos na Portaria MF 464/2018.
9.1.7 Cobertura exclusiva a servidores efetivos
Somente podem ser segurados do RPPS os servidores titulares de cargos 
efetivos e seus dependentes. Os servidores que ocupam exclusivamente os car-
gos em comissão, também chamados de cargos de confiança, e os servidores 
temporários são segurados obrigatórios do RGPS. Nesta última categoria, estão 
incluídos aqueles que exercem os mandatos eletivos e ainda os contratados 
por tempo determinado em razão de excepcional interesse público. Podem 
21 Emenda Constitucional 103, art. 9º, § 1º.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 47
excepcionalmente vincular-se ao RPPS os servidores estáveis não efetivos de 
que trata o art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
9.1.8 Concessão de benefícios de acordo com a Lei 9.717/1998 e a 
Lei 10.887/2004
Conforme a recente alteração instituída pela Emenda Constitucional 
103/2019, o RPPS somente poderá conceder benefícios de aposentadoria e 
pensão conforme abaixo relacionado:
i) quanto ao servidor:
a) aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho;
b) aposentadoria compulsória;
c) aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição;
d) aposentadoria voluntária por idade; e
e) aposentadoria especial do professor;
ii) quanto ao dependente:
a) pensão por morte.
São considerados benefícios previdenciários do RPPS os já menciona-
dos, independentemente da fonte de custeio.
A legislação estabelece ainda que os benefícios do RPPS não podem 
ser distintos dos benefícios do RGPS, e considera-se distinto o benefício que, 
apesar de possuir a mesma nomenclatura, tenha requisitos e critérios para 
sua concessão diversos do RGPS, inclusive quanto à definição de dependente.
São considerados dependentes do servidor filiado ao Regime Próprio 
de Previdência Social, exclusivamente:
i) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, 
de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;
ii) os pais; ou
iii) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos 
ou inválido.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-202448
Equipara-se a filho, mediante declaração escrita do servidor e desde que 
comprovada a dependência econômica, o enteado, o menor que esteja sob sua 
tutela e o menor sob guarda que não possuam bens suficientes para o próprio 
sustento e educação.
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha 
união estável com o servidor ou servidora. Entende-se por união estável aquela 
verificada entre o homem e a mulher como entidade familiar, quando forem 
solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, ou tenham prole 
em comum, enquanto não se separarem.
O companheiro ou a companheira do mesmo sexo do servidor ou da 
servidora poderá integrar o rol dos dependentes desde que comprovada a união 
estável, concorrendo, para fins de pensão por morte e de auxílio-reclusão, com 
os dependentes previstos no item I.
Os dependentes para fins de concessão do salário-família são os filhos 
ou equiparados até 14 anos de idade, salvo se inválidos.
De forma geral, a perda da qualidade de dependente ocorre nas situações 
abaixo, podendo variar naqueles Municípios que fizerem a adaptação de sua 
legislação à Reforma da Previdência da União ou do respectivo Estado ou que 
estabelecerem regras diferentes de duração do benefício de pensão:
i) para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não 
lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casa-
mento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado;
ii) para a companheira ou companheiro, pela cessação da união está-
vel com o servidor ou servidora, enquanto não lhe for garantida a 
prestação de alimentos;
iii) para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem 21 
anos de idade, salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda que 
inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de co-
lação de grau científico em curso de ensino superior;
iv) para os dependentes em geral:
a) pela cessação da invalidez; ou
b) pelo falecimento.
Coleção Gestão Pública Municipal 
Novos Gestores 2021-2024 49
Será verificada ainda a forma de concessão, o cálculo ou o reajustamen-
to de benefícios, não podendo a lei do Ente federativo conter previsões distin-
tas daquelas previstas na Constituição Federal, nas emendas constitucionais 
que dispõem sobre matéria previdenciária e na legislação federal de regência.
9.1.9 Utilização de recursos previdenciários apenas para 
pagamento de benefícios
Os recursos previdenciários somente poderão ser utilizados para o 
pagamento dos benefícios previdenciários previstos em lei, não podendo ser 
utilizados para conceder assistência médica e auxílio-financeiro de qualquer 
espécie. A exceção que se faz é quanto às despesas administrativas, observa-
dos os limites estabelecidos na legislação específica.22
Entende-se por recursos previdenciários, entre outros, as contrbuições 
previdenciárias, os valores, os bens, os ativos e os direitos vinculados à Regime 
Próprio de Previdência Social.
A proibição de assistência médica com recursos previdenciários inclui 
toda e qualquer previsão de prestação de assistência à saúde.
A Lei 9.717 veda expressamente a prestação de assistência financeira 
com recursos previdenciários,

Mais conteúdos dessa disciplina