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SISTEMA COMPLEMENTO

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Sabrina B 
 
 
1 
 
 
Definição 
O sistema complemento (SC) é um conjunto de 
proteínas séricas que atuam de maneira 
altamente regulada em diferentes tipos de 
reações imuno inflamatórias junto aos 
anticorpos. 
O complemento é formado por proteínas 
solúveis no plasma como expressas na 
membrana celular, e é ativado por diversos 
mecanismos por três vias: via clássica, via 
alternativa e via da lectina. 
Essas três vias de ativação do complemento 
diferem em como são iniciadas, mas 
compartilham as etapas finais, desempenhando 
as mesmas funções efetoras. 
Funções do sistema complemento 
As vias alternativas e das lectinas são 
mecanismos efetores da imunidade inata, ao 
passo que a via clássica é um dos principais 
mecanismos de imunidade humoral adaptativa. 
O SC participa da fagocitose, opsonização, 
quimiotaxia de leucócitos, liberação de 
histamina dos mastócitos e basófilos e de 
espécies ativas de oxigênio pelos leucócitos, 
vasoconstrição, contração da musculatura lisa, 
aumento da permeabilidade dos vasos, 
agregação plaquetária e citólise. 
Sistema complemento: Via clássica 
É desencadeada por uma molécula de anticorpo 
ligada a antígenos. Como temos vários 
anticorpos livres no corpo, este não ativa o SC, 
pois se a via se ativasse ao se ligar a um 
anticorpo não ligado a antígeno, viveríamos em 
um estado de inflamação persistente. 
A ativação da via clássica do SC é iniciada pela 
ligação de C1q à porção Fc (fragment crystalline) 
de um anticorpo. O anticorpo ainda possui a 
porção Fab, que é a porção variável, aquela que 
reconhece o antígeno. 
A ligação de C1q a regiões Fc leva à ativação 
enzimática do C1r associado, que cliva e ativa 
C1s. C1s ativado cliva a proteína seguinte na 
SISTEMA COMPLEMENTO 
Sabrina B 
 
 
2 
 
cascata, C4, para gerar C4a e C4b. C4a, que sai 
da via, possui potencial de induzir inflamação. 
O produto C4b realiza a clivagem de C2. A 
proteína C2 é a única do complemento que ao 
ser clivada forma a porção a, que é a maior e fica 
– C2a – e a porção b, que é a menor e sai – C2b. 
C4b e C2a formam o complexo C3 convertase, 
que cliva C3 em C3a e C3b. Algumas moléculas 
de C3b fazem a opsonização os microrganismos, 
mas algumas outras se ligam ao complexo C3 
convertase (C4bC2a), formando, dessa forma, a 
C5 convertase. A função da C5 convertase é 
clivar C5 em suas frações C5a e C5b e inicia as 
etapas terminais da ativação do complemento. 
Sistema complemento: Via alternativa 
A via alternativa é ativada continuamente na 
fase fluida em pouca intensidade, ou seja, o C3 
não é clivado apenas no processo iniciado por 
C1, sendo clivado em pequena escala o tempo 
inteiro na nossa corrente sanguínea. Na 
presença de um ativador exógeno, esta via 
alternativa é amplificada. 
Para essa clivagem em larga escala é formada 
uma C3 convertase, a partir do C3b ligado à 
membrana do microrganismo junto com uma 
proteína chamada de Bb. Esse Bb advém da 
clivagem do Fator B pelo Fator D em Ba e Bb. 
Como usualmente ocorre nas vias do 
complemento, Bb fica na via e Ba sai. Formada a 
C3 convertase (C3bBb), há uma clivagem em 
larga escala de C3 em C3a e C3b. 
C3a deixa a via e vai promover a inflamação, 
enquanto C3b opsoniza mais microrganismos e 
leva às etapas finais da ativação, ao formar a C5- 
convertase na superfície celular. 
Sistema complemento: Via da lectina 
A diferença da via lectina para clássica é que, ao 
invés de se ter um anticorpo que será 
reconhecido por C1, temos nessa via o 
reconhecimento dos resíduos de manose na 
superfície da bactéria pela lectina ligadora de 
manose. As MASP1 e MASP2 são as responsáveis 
por clivar as proteínas do complemento nesta 
via. 
Há a formação da C3-convertase por C4b e C2a 
– C4 e C2 foram clivadas pelos MASPs. A C3-
convertase cliva C3 em C3a e C3b. Tudo 
acontece igualmente com C3b opsonizando e se 
ligando à C3-convertase para a formação da C5-
convertase e continua-se com as etapas finais 
da ativação do complemento. 
Etapas finais de ativação do sistema 
complemento 
Todas as vias iniciam uma cascata de eventos 
proteolíticos resultando na formação de C5 
Sabrina B 
 
 
3 
 
convertase. Esta por sua vez, cliva a molécula de 
C5 em C5b e C5a. 
Euquanto C5a sai para induzir inflamação, o C5b 
liga-se, por sua vez, a C6, C7 e C8 para formar o 
complexo C5b-8. A ligação de C9 forma o C5b-9 
ou CLM. Esse complexo liga-se à membrana das 
células-alvo e provoca a formação de “poros”, 
que permitem um influxo descontrolado de 
água e íons, com turgência e lise celular 
subseqüentes. 
 
Regulação do sistema complemento 
Para controlar a atividade do SC, há inibidores 
endógenos regulados pela própria citólise. 
Quando C3b reconhece a célula do hospedeiro, 
essas proteínas reguladoras, que têm uma 
afinidade por C3b, se ligam a ele e impedem a 
sua ação. A cascata é interrompida 
imediatamente e as células autólogas são 
protegidas do ataque do SC. 
Outro mecanismo que dificulta o 
reconhecimento das células do hospedeiro 
pelas proteínas do complemento é a existência 
de uma proteína chamada de properdina. A 
properdina é responsável pela estabilização da 
C3-convertase da via alternativa e possui uma 
afinidade pela célula do microrganismo, mas 
uma baixa afinidade pelas células naturais do 
hospedeiro. 
Quando há suspeita de imunodeficiência em 
algum indivíduos, deve-se investigar outras 
causas mais comuns como HIV e deficiência de 
autoanticorpos, pois as deficiências do 
complemento não são muito prevalentes. 
Referências: 
1. ITURRY-YAMAMOTO, G.R.; PORTINHO, C.P.. 
Sistema complemento: ativação, regulação e 
deficiências congênitas e adquiridas. Rev. Assoc. 
Med. Bras., São Paulo , v. 47, n. 1, p. 41-
51, Mar. 2001 . 
2. ABBAS, Abul K; LICHTMAN, Andrew H; PILLAI, 
Shiv. Imunologia celular e molecular. 8a ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2015. 
3. MURPHY, Kenneth. Imunologia de Janeway. 8a ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2014. 
 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100029&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100029&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100029&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100029&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100029&lng=en&nrm=iso
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100029

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