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Capital Humano 05

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Universidade de Brasília 
IH – Instituto de Ciências Humanas 
Departamento de Economia 
Programa Especial de Treinamento (PET – ECO) 
Monografia para o Congresso do PET – ECO 
 
 
 
 
 
Capital Humano e 
Desenvolvimento Econômico 
 
 
 
 
Autor: 
Guilherme Tavares Mafra 
 
Orientador: 
Jorge Madeira Nogueira 
 2
SUMÁRIO 
Introdução ......................................................................................................03 
01) O Capital Humano ..................................................................................05 
02) Ignorando o Investimento em capital Humano ....................................08 
03) As Visões Pessimistas a respeito da sustentabilidade da Terra ..........11 
04) A Qualidade da População .....................................................................13 
05) O Capital Humano e o Desenvolvimento Econômico ..........................17 
06) A Natureza e a Substância dos Investimentos em Capital Humano ..21 
07) O Capital Humano dos Indivíduos e Países Pobres .............................23 
08) A Valoração do Capital Humano ..........................................................26 
09) O Investimento em Capital Humano ....................................................28 
Conclusão .......................................................................................................36 
Referências Bibliográficas ............................................................................38 
 
 
 3
Introdução 
 
 O capital humano é determinado pelo conjunto de qualidades, aptidões e saúde de 
um indivíduo. O capital humano representa o estoque de qualidade intrínseca aos 
indivíduos que deve ser visto como uma forma de investimento. Os indivíduos tomam 
deliberadamente e decisão de investir neles próprios, no intuito de aumentarem seu estoque 
de capital. Os gastos com educação saúde e nutrição representam formas de se ampliar o 
estoque de capital humano de indivíduos e países 
 Os investimentos em capital humano permitem a ampliação da capacidade 
produtiva dos trabalhadores. Os trabalhadores mais produtivos são mais úteis ao processo 
produtivo. Os trabalhadores com maior quantidade de capital humano são mais produtivos 
e recebem maiores salários. Os investimentos em capital humano permitem que haja uma 
melhoria na distribuição de renda entre os indivíduos. O aumento do estoque de capital 
humano global da população pode propiciar aumentos da renda nacional. 
 Os investimentos em capital humano são freqüentemente omitidos dos estudos 
econômicos. Diversos fatores, desde a dificuldade em se estimar precisamente o capital 
humano, até fatores éticos e sociais fazem com que muitas vezes economistas evitem tratar 
do capital humano em seus estudos. Os investimentos em capital humano são parcela 
substancial da renda nacional. 
 O objetivo desse trabalho é discutir a respeito de aspectos econômicos do capital 
humano, sobretudo, considerando as implicações deste para o desenvolvimento. A primeira 
seção desse trabalho traz uma visão geral a respeito do capital humano, procurando mostrar 
o que ele viria a ser. A seção seguinte teça considerações a respeito do fato do capital 
 4
humano freqüentemente ser omitido de análises econômicas. Alguns motivos fazem com 
que os economistas normalmente evitem incluir a idéia de capital humano em suas análises. 
 A terceira seção desse trabalho retoma a idéia da visão pessimista a respeito da 
insustentabilidade da Terra. Essa visão inspira-se nas visões malthusiana e ricardiana. A 
consideração da importância do capital humano faz com que essa visão possa ser refutada. 
A quarta seção trata da qualidade da população, tentando ressaltar como essa qualidade 
deve ser entendida e de que forma ela poderia ser modificada. A quinta seção mostra 
associações entre o capital humano e o desenvolvimento econômico. 
 A sexta seção mostra a natureza da essência do capital humano. A sétima seção faz 
considerações a respeito do capital humano de países e indivíduos de países pobres. É 
comum a idéia de que o capital humano para os pobres teria algumas peculiaridades em 
relação ao capital humano dos países e indivíduos ricos. A seção seguinte mostra a 
valoração do capital humano, trazendo discussões a respeito de que maneira ele é 
importante e como sua importância poderia ser mensurada. A nona seção faz considerações 
a respeito do investimento em capital humano, ressaltando o investimento em saúde e em 
educação. Finalmente, são apresentadas algumas conclusões e considerações finais a 
respeito do capital humano e sua importância. 
 
 
 
 
 
 
 5
01) O Capital Humano 
 
 As habilidades inatas e os conhecimentos adquiridos pelas pessoas são nitidamente 
uma forma de capital. Esse capital surge em função de um investimento deliberado no 
próprio ser humano. (Schultz, 1961) O investimento em capital humano deve ser entendido 
como o investimento apropriado em capacidade empreendedora, necessário para lidar com 
desequilíbrios presentes em economias dinâmicas modernas. (Schultz, 1987) 
 O investimento em capital humano surge em função de um investimento deliberado. 
Os agentes efetivamente fazem tal investimento no intuito de obter a ampliação do estoque 
de capital de forma a assegurar maiores retornos no futuro. (Schultz, 1961) O investimento 
em pessoas e em conhecimento representa um fator decisivo para assegurar o bem-estar 
humano. A idéia de que a disponibilidade de espaço, energia, terras agricultáveis e outras 
propriedades físicas da terra seriam os elementos decisivos para determinar a realidade 
humana estaria equivocada. As habilidades adquiridas pelas pessoas, sua instrução, 
experiência, aptidões e sua saúde teriam papel bem mais importante para determinar o 
progresso econômico. (Schultz, 1987) 
 A formação de capital é um dos principais requisitos para o progresso econômico. 
Ela é normalmente considerada em termos de aumentos nos estoques de capital físico na 
forma de instrumentos de produção reprodutíveis. O capital humano é freqüentemente 
omitido das estatísticas de formação de capital. O capital humano deve incluir o 
conhecimento, habilidades, atitudes, aptidões e outras traços adquiridos pelo humano que 
podem contribuir para a produção. A principal diferença entre o capital humano e o capital 
físico é que esse não pode ser comprado e vendido como uma propriedade qualquer. A 
 6
princípio, ambos os estoques de capital poderiam ser calculados em função do seu retorno 
esperado. (Goode, 1959) 
 O capital humano costuma crescer de forma bem mais rápida do que as outras 
formas de capital convencionais (não-humanas). Evidências mostram que o produto 
nacional de alguns países costumam crescer bem mais rápido do que a oferta de fatores de 
produção físicos. O investimento em capital humano é provavelmente a principal 
explicação para essa diferença. Os gastos com investimento em capital humano, além de 
auxiliar no crescimento econômico são extremamente importantes para explicar o 
crescimento dos ganhos reais de trabalhadores. (Schultz, 1961) 
 Muito do s gastos que se costuma considerar consumo, representa na verdade 
investimento em capital humano. Os gastos em educação, saúde, e em migração interna em 
busca de melhores oportunidades de trabalho são típicos exemplos dessa situação onde 
aquilo que na verdade é investimento em capital humano é visto como consumo. Da mesma 
forma são investimentos em capital humano os ganhos que os estudantes já em idade 
produtiva ou os próprios trabalhadores deixam de auferir em função de estarem 
freqüentando a escola, ou qualquer outra espécie de curso. Entretanto, essa diferenciação 
normalmente não é considerada na formulação das Contas Nacionais. (Schultz, 1961) 
 As pessoas efetivamente aumentam o seu potencial como produtores e como 
consumidores através de investimentos nelas mesmas. Isto implica que nem todas ascapacidades econômicas de uma pessoa estão determinadas no seu nascimento, aos 
quatorze anos quando se supões que um indivíduo poderia adentrar no mercado de trabalho, 
ou ainda em qualquer outra idade onde se tivesse completado os estudos. (Schultz, 1962) 
 De fato, muitas das capacidades de uma pessoa são desenvolvidas através de 
atividades que possuem atributos de investimentos. Os investimentos em pessoas não 
 7
seriam triviais, pelo contrário, eles seriam de tal magnitude capaz de alterar radicalmente a 
forma usual de se mensurar a poupança e a formação de capital. Esses investimentos 
também afetam a estrutura de salários e recebimentos e de rendas relativas à posse de 
propriedades. (Schultz, 1962) 
 As capacidades econômicas do ser humano são sobretudo resultado de um processo 
produtivo. Exceto para o caso de algumas habilidades inatas, a grande maioria das 
diferenças nos recebimentos dos agentes são conseqüência de diferenças dos investimentos 
feitos nesses próprios agentes. A estrutura de salários e rendas seria principalmente 
determinada pelo investimento em educação, saúde, treinamento da força de trabalho, busca 
de informações a respeito de oportunidades de emprego e gastos com a migração. (Schultz, 
1962) 
 O investimento em capital humano afeta a distribuição pessoal da renda. O aumento 
no investimento em capital humano proporcionalmente ao investimento em outras formas 
de capital não humano faz com que a renda proveniente do trabalho cresça em relação à 
renda proveniente da propriedade de outros bens. Os investimentos em capital humano 
também fazem com que a distribuição de renda tenda a ser mais igualitária entre os 
indivíduos. A distribuição de renda através da ampliação do investimento em capital 
humano dos indivíduos seria bem mais eficiente no sentido de melhora o bem-estar das 
camadas mais pobres da população do que outras políticas sociais como as de transferência 
de renda, taxação progressiva, ou redistribuição da propriedade privada. (Schultz, 1962) 
 
 
 
 
 8
02) Ignorando o Investimento em Capital Humano 
 
 Os economistas há muito tempo já sabem que a qualidade das pessoas é importante 
para se determinar o desempenho das nações. Apesar disso, para alguns é difícil aceitar a 
concepção de que as pessoas efetivamente poderiam investir nelas mesmas e que esses 
investimentos seriam bastante significativos. Muitos estudos normalmente se mostram 
tímidos ao tratar os gastos que ampliam as capacidades e as qualidades do ser humano 
como uma forma de investimento. (Schultz, 1961) 
 Os receios de ordem social e filosófica também fazem com que se recuse pensar em 
investimento em capital humano. A exploração econômica normalmente é vista como algo 
que deve servir aos homens livres, mais do que tratar deles em seus estudos. A mera idéia 
de investimento na qualidade humana se mostra ofensiva para muitas pessoas. Os valores e 
crenças humanas impedem que se aceite a visão de que as qualidades humanas poderiam 
ser bens de capital, a não ser no caso da escravidão, o que por sua vez é abominado por 
essas sociedades. (Schultz, 1961) 
 A sociedade moderna esforçou-se muito para que os seres humanos se vissem livres 
da era da escravidão. Essa conquista é considerada extremamente valiosa pela sociedade 
contemporânea. A prática de considerar qualidades humanas como a saúde ou a educação 
do indivíduo como resultado de investimentos vai contra valores rígidos das sociedades. 
Para elas, isso seria como se o ser humano fosse reduzido a um mero componente material. 
(Schultz, 1961) 
 A idéia de que a educação representa uma maneira de se criar capital para muitos 
pode parecer degradante para o ser humano e moralmente errada. A idéia de capital 
 9
humano parece repugnante para muitos indivíduos porque para eles a educação possuiria 
sobretudo propósitos culturais e não econômicos, como a Teoria do capital Humano 
pretende passar. A educação serviria apenas para transformar indivíduos em cidadãos 
competentes e responsáveis, que poderiam entender os valores das sociedades e a 
importância de suas próprias vidas. (Schultz, 1960) 
 A idéia de que a educação também representa um processo de formação de capital 
não pretende contrariar a outra visão mais conservadora. A educação na verdade também 
serviria a propósitos culturais , entretanto algumas formas de educação podem efetivamente 
ampliar as capacidades humanas incrementando seu potencial de trabalho. A melhora do 
potencial de trabalho dos indivíduos efetivamente poderia levar a crescimentos na renda 
nacional. A educação supera o mero fornecimento de valores culturais, gerando 
adicionalmente benefícios econômicos que podem ser apropriadamente tratados como uma 
forma de capital que pode ser identificada e estimada. (Schultz, 1960) 
 A linha de pensamento do main stream normalmente opta por deixar a idéia de 
capital humano de fora de suas análises. A falha em tratar os recursos humanos como uma 
forma de capital, fazendo parte de uma função de produção e como resultado de um 
investimento, está relacionada com a visão que se tem do trabalho. A noção clássica é a de 
que o trabalho representa a mera capacidade de se realizar tarefas comuns que exige muito 
pouco conhecimento ou habilidade. De acordo com essa noção, todo trabalhador seria 
igualmente dotado. (Schultz, 1961) 
 A simples contagem dos trabalhadores e o seu agrupamento em uma mera 
quantidade de fator de produção representaria um equívoco equivalente ao que ocorreria se 
todos os tipos diferentes de máquinas fossem consideradas equânimes. Os trabalhadores 
 10
assim como as diferentes máquinas não podem ser vistos como um mero estoque de capital 
ou como um fluxo de serviços produtivos. (Schultz, 1961) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11
03) As Visões Pessimistas a respeito da Sustentabilidade da Terra 
 
 As dúvidas e os temores em relação à capacidade do planeta Terra em suportar o 
aumento da população humana, devido às suas limitações de alimentos, energia, espaço e 
outras propriedades físicas foi expressada convincentemente no início do século XIX por 
David Ricardo e T R Malthus. Essa visão pessimista a respeito da declinante capacidade 
física da Terra pode ser refutada se leva-se em conta as aptidões do homem para lidar com 
mudanças nas propriedades físicas do planeta. As potencialidades humanas eram deixadas 
de lado nas avaliações de Ricardo e Malthus. (Schultz, 1987) 
 Os aumentos nas aptidões das pessoas no mundo inteiro e avanços do conhecimento 
científico poderiam modificar a produtividade econômica dos recursos do planeta 
possibilitando um maior bem-estar humano. O investimento em qualidade da população e 
em conhecimento seria capaz de ampliar as futuras perspectivas da humanidade. Um vez 
que esses investimentos e seus resultados passam a ser levados em conta, as previsões a 
respeito do esgotamento dos recursos físicos da Terra devem ser rejeitados. (Schultz, 1987) 
 A idéia de que a Terra possuiria uma disponibilidade de terras agricultáveis 
virtualmente fixa e de que o suprimento de energia para o cultivo da terra estaria sendo 
esgotado foi e talvez ainda seja bastante difundida. Essa opinião previa que seria impossível 
continuar produzindo alimentos suficientes que atendessem às necessidades da crescente 
população mundial. Essas idéias se encaixam dentro da visão natural da Terra. (Schultz, 
1987) 
 Uma opinião alternativa – a visão sócio-econômica- é a de que o homem tem 
capacidade e inteligência para reduzir a sua dependência de terras agricultáveis, da 
 12
agricultura tradicional e das declinantes fontes de energia. O ser humano seria capaz de 
reduzir os custos reais da produção de alimentos, permitindo o atendimento da crescente 
demanda mundial. A observação da história econômica mostra que a desanimadora visão 
natural da Terra não tem se concretizado de forma alguma,mostrando que podemos 
aumentar a disponibilidade de recursos através do investimento no ser humano e no 
conhecimento científico. (Schultz, 1987) 
“Por meio de pesquisas, descobrimos para as terras agricultáveis substitutos que 
Ricardo não podia ter previsto e, à medida que a renda cresce, os pais revelam 
preferência por menos filhos, substituindo a quantidade de filhos por qualidade, o 
que Malthus não podia ter previsto.” (Schultz, 1987, p.18) 
 
 As diferenças na produtividade dos solos são incapazes de explicar porque as 
pessoas são pobres em determinada parte do planeta e ricas em outras partes. Os indianos 
são pobres há muito tempo, tanto no Planalto do Decão, onde a produtividade dos solos é 
baixa, como em terras altamente produtivas do sul da Índia. Da mesma forma, os africanos 
são igualmente miseráveis tanto nos solos improdutivos da região sub-saariana, como ao 
longo do rico Vale do Nilo. (Schultz, 1987) 
 O fator mais importante para o desenvolvimento de uma agricultura dinâmica não é 
a mera disponibilidade de terras férteis. É mais importante que hajam incentivos e 
oportunidades para que as pessoas do campo possam aumentar o efetivo suprimento de 
terras por meio de investimentos que incluem as contribuições das pesquisas agrícolas e 
melhora nas aptidões humanas. O declínio da importância econômica das terras 
agricultáveis e uma elevação da importância econômica do capital humano (aptidões e 
conhecimentos) representa parte fundamental da modernização das economias de países de 
alta e de baixa renda. (Schultz, 1987) 
 
 13
4) A Qualidade da População 
 
 O conceito de qualidade é bastante antigo em economia. As diferenças na qualidade 
das propriedades originais da terra já eram consideradas pela teoria ricardiana. A qualidade 
das terras agricultáveis, em especial sua produtividade, poderia ser aumentada por 
investimentos nesse sentido. Os fatores de produção e os bens e serviços produzidos 
invariavelmente diferem em sua qualidade. (Schultz, 1987) 
 O capital humano pode ser identificado como os atributos da qualidade adquirida da 
população, que são valiosos e podem ser aumentados por um investimento apropriado. Os 
atributos de qualidade e as aptidões humanas podem ser equiparados a fim de se distinguir 
entre duas classes básicas de aptidões humanas. As aptidões e qualidades humanas podem 
ser aptidões inatas ou aptidões adquiridas. (Schultz, 1987) 
 As aptidões inatas são determinadas pelo conjunto de genes que o ser humano herda 
de seus pais e possui ao nascer. Não obstante a diferença entre aptidões inatas de um 
indivíduo para o outro, é de se espera que nas populações grandes as distribuições de 
aptidões inatas fossem similares entre diferentes países. Daí, pode-se inferir que as 
diferenças na qualidade das populações entre países seriam conseqüência das diferenças em 
aptidões adquiridas. (Schultz, 1987) 
 Os elementos de qualidade que um ser humano adquire após seu nascimento 
acarretam uma medida de custo. O incentivo para investir na qualidade da população surge 
sempre que seja compensador incorrer nesse custo. A qualidade da população pode ser 
obtida a partir de diferentes fontes, como a assistência prestada às crianças pelos pais, 
 14
principalmente pelas mães, a experiência obtida no lar e no trabalho, o ensino escolar e a 
assistência à saúde. (Schultz, 1987) 
 A modernização econômica tem significativo efeito positivo na produção de novas 
oportunidades e novos incentivos para a aquisição de capital humano adicional. A 
modernização é uma fonte de muitas experiências novas. Essas experiências abrem 
possibilidade para aprendizagem de valiosas aptidões novas e a aquisição de informações 
de valor. (Schultz, 1987) 
 Os efeitos positivos difusos do ensino escolar e as melhorias na área de saúde são 
essenciais para explicar melhorias na qualidade da população. As oportunidades e os 
incentivos para investir em cada uma dessas formas de capital humano são 
interdependentes. A compreensão do investimento real em capital humano adquirido deve 
levar em conta as interações entre os vários processos que contribuem para a qualidade da 
população. A importância econômica da melhoria da qualidade da população se deve a 
contribuição do capital humano à produtividade e ao bem-estar das pessoas dos países de 
baixa renda. (Schultz, 1987) 
 O processo recente de declínio nas taxas de mortalidade, e também nas taxas de 
natalidade de vários países de baixa renda deve ser vista como uma mudança social notável. 
Esses processos de declínios destas taxas não têm sido baixos para os padrões históricos. 
Os aumentos na esperança de vida nesses países geram implicações econômicas favoráveis. 
Uma vida mais longa implica um ganho real em bem-estar. A ampliação do período durante 
o qual as pessoas permanecem efetivamente na força de trabalho aumenta a sua 
produtividade geral. (Schultz, 1987) 
 As pesquisas demográficas dependem basicamente de uma teoria quantitativa da 
população. Uma possível explicação para esse fato estaria relacionada à dificuldade de se 
 15
definir qualidade e de se mensurar qualidade. Aspectos qualitativos da população raramente 
são considerados. A razão básica para esse fato na verdade é a crença amplamente 
difundida e mantida de que o rápido crescimento demográfico nos países de baixa renda 
impediria a possibilidade de melhoria na qualidade de vida da sua população. (Schultz, 
1987) 
 O crescimento acelerado da população faria com que esses países fossem cada vez 
mais vulneráveis à fome, à desnutrição e à pobreza. A simples aritmética demográfica é 
utilizada para sustentar a crença de que a criação de empregos adicionais capazes de 
acompanhar o crescimento da força de trabalho se torna cada vez menos possível. Dessa 
forma, segue-se um desemprego cada vez maior. (Schultz, 1987) 
 O crescimento demográfico também teria como efeito adverso, o de provocar o 
declínio na poupança para investimento como uma proporção da renda nacional. O rápido 
crescimento demográfico implicaria um maior consumo privado e exigiria maiores gastos 
públicos com programas de bem-estar, o que deixa menos renda nacional disponível para 
poupança. Esse argumento erra ao considerar o ensino escolar como mero consumo, 
quando ele na verdade é importante investimento na formação de capital humano. (Schultz, 
1987) 
 
4.1) Os Altamente Habilitados 
 
 A análise da qualidade de uma população não pode deixar de considerar os 
aumentos no número de profissionais com nível superior e técnicos altamente qualificados. 
A quantidade de médicos, outros profissionais da área médica, engenheiros, economistas, 
administradores, contadores e profissionais de várias classes de cientistas pesquisadores e 
 16
técnicos é importante em estimativas da qualidade da população. A quantidade desses 
profissionais é de extrema importância, porque ela exerce influência na determinação do 
potencial de pesquisa e de geração de conhecimento produtivo útil dos países.(Schultz, 
1987) 
 O potencial de pesquisa de um certo número de países de baixa renda é 
impressionante. Nestes, há institutos especializados de pesquisa, unidades de pesquisa 
dentro de departamentos governamentais, pesquisas no setor industria e pesquisas 
universitárias contínuas. Um considerável número de cientistas e técnicos é continuamente 
formado nesses países, tendo alguns freqüentado inclusive universidades nos países 
desenvolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17
5) O Capital Humano e o Desenvolvimento Econômico 
 
 A melhora na qualidade dos recursos humanos tem sido apontada por uma série de 
economistas como uma das principais fontes de desenvolvimento econômico. (Schultz, 
1962) As evidências a respeito do processo de desenvolvimento no século XX mostram que 
países que investiram mais em capital humano obtiveram maiores taxas de crescimento. 
(Becker et al., 1990) 
 Uma vez que seleva em conta o investimento em capital humano nas análises 
econômicas muitos paradoxos, quebra-cabeças e dúvidas a respeito de problemas 
econômicos podem ser solucionados. As diferenças salariais entre pessoas da mesma raça, 
idade e sexo podem ser explicadas por diferenças na qualidade de cada ser humano. Da 
mesma forma diferenças salariais entre pessoas de diferentes raças poderiam ser melhores 
explicadas a partir do momento que o capital humano passa a ser considerado. (Schultz, 
1961) 
 Os indivíduos de cor negra normalmente ganhariam menos do que os indivíduos de 
cor branca não pelo simples fato de serem de cores diferentes. Os brancos normalmente 
receberiam maiores salários porque na verdade intrinsicamente dispõe de uma quantidade 
maior de capital humano. A maior parte das diferenças de ganhos entre os indivíduos 
estaria refletindo as diferenças na qualidade entre eles. (Schultz, 1961) 
 O crescimento econômico requer que haja um significativo processo de migração 
interna para que se possam aproveitar o surgimento de novas oportunidades de trabalho . A 
população precisa migrar para fazer frente às necessidades da economia que atravessa 
período de crescimento. Normalmente, homens e mulheres mais jovens tem uma maior 
 18
propensão a migrarem em resposta ao surgimento de novas oportunidades de trabalho, do 
que aquelas com idade mais avançada. Essa constatação faz sentido quando se considera 
que o custo de tal migração representa de fato uma forma de investimento no ser humano. 
(Schultz, 1961) 
 Os jovens na verdade teriam um número maior de anos de vida pela frente nos quais 
eles poderiam perceber o retorno de tal investimento. Essa consideração é importante 
porque normalmente os investimentos em capital humano oferecem um retorno por um 
prazo longo de anos. A migração seletiva poderia dessa forma ser explicada sem a 
necessidade de se fazer referência a diferenças sociológicas entre jovens e pessoas com 
mais idade. (Schultz, 1961) 
 A observação de estatísticas de vários países mostra que a renda nacional 
normalmente cresce mais rapidamente do que os recursos naturais desses países, o que pode 
ser uma situação de difícil explicação. A renda em muitos países, em especial para os 
países desenvolvidos, mostra em longos períodos da história taxas de crescimento bem 
maiores dos que as taxas de crescimento da disponibilidade de fatores de produção como a 
terra, horas de trabalho humano ou o estoque de capital produtivo que são utilizados na 
produção da renda. A diferença entre as taxas de crescimento da renda e dos fatores de 
produção que fariam parte do capital físico tem se ampliado com o passar do tempo. 
Aqueles que atribuem essa diferença à mera produtividade dos recursos entre países estão 
mostrando grande ignorância. (Schultz, 1961) 
 A discrepância entre as taxas de crescimento da renda nacional e do capital físico 
poderia até certo ponto ser explicada por dois tipos de fatores. O primeiro deles seriam os 
retornos de escala crescentes. As economias modernas têm indubitavelmente obtido ganhos 
em função dos retornos de escala crescentes. Os ganhos líquidos devido a retornos de 
 19
escala provavelmente seriam substanciais. Um segundo fator a ser considerado seria a 
melhoria na qualidade dos insumos de produção. As melhorias na qualidade dos insumos 
de proteção representam melhorias no capital não-humano. Entretanto, os prejuízos para a 
análise econômica em omitir os retornos de escala e a melhoria de insumos seriam 
insignificantes se comparados com as perdas da omissão do comportamento do capital 
humano. (Schultz, 1961) 
 A introdução do capital humano nas análises de crescimento econômico vai mostrar 
que a produtividade marginal de todos os fatores de produção em relação à renda não é 
decrescente. Os fatores de produção como estruturas de instalações produtivas, máquinas e 
equipamentos e insumos tem se mostrado com uma proporção decrescente em relação ao 
total da renda. A explicação para a existência de taxas de crescimento econômico maiores 
do que as taxas de crescimento na disponibilidade de fatores de produção convencionais 
recai sobre o papel do capital humano. (Schultz, 1962) 
 A consideração do capital humano também é bastante importante para explicarmos 
os significativos aumentos nos rendimentos dos trabalhadores. Os aumentos na 
remuneração dos trabalhadores seriam na verdade parte do retorno em função de 
investimento em capital humano. O aumento na produtividade por unidade de trabalhador 
seria conseqüência de acúmulo de capital humano pelos trabalhadores. Esses aumentos de 
produtividade permitiriam que os trabalhadores recebessem melhores salários. (Schultz, 
1961) 
 
 
 
 
 20
5.1) Uma Evidência Histórica da Importância do capital Humano 
 
 Um período histórico bastante relevante que mostra a importância do capital 
humano é o da recuperação de países europeus e do Japão no pós-guerra. Os países que 
presenciaram em seu território os conflitos armados durante a II Guerra Mundial se viram 
ao final do conflito com grande parte de sua estrutura produtiva física totalmente arrasada. 
Isso incluía a perda de fábricas, estradas, pontes, portos e às vezes até de cidades inteiras. 
(Schultz, 1961) 
 Os economistas ao fazerem previsões a respeito da possibilidade de recuperação 
daqueles países após o término da II Guerra normalmente superestimaram o tempo para que 
suas perdas fossem revertidas. A explicação para esses erros parece estar no fato de que 
aqueles economistas haviam dado uma ênfase excessiva na importância que o capital físico 
destruído durante a Guerra poderia ter no processo de recuperação daqueles países. As 
análises feitas na época deixaram de levar em conta o capital humano daqueles países e a 
importância que ele teria para as economias modernas. (Schultz, 1961) 
 De fato, o sucesso dos países europeus e do Japão no processo de recuperação de 
suas economias no período do pós-guerra se deve à grande disponibilidade de capital 
humano pré-existente. Esses países presenciaram nas décadas de 1950 e 1960 um 
extraordinário processo de crescimento econômico. O capital humano foi de suma 
importância para a ocorrência dos fenômenos que ficaram conhecidos como Milagre 
Europeu e Milagre Japonês. 
 
 
 21
6) A Natureza e a Substância dos Investimentos em Capital Humano 
 
 Os recursos humanos obviamente têm duas dimensões, uma quantitativa e uma 
qualitativa. O número total de pessoas, a proporção de indivíduos que entram no mercado 
de trabalho e as horas efetivamente trabalhadas são essencialmente características 
quantitativas. Uma análise completa dos recursos humanos exige ainda que se leve em 
conta componentes como as habilidades, o conhecimento e atributos similares que afetam 
particularmente o capacidade humana de se realizar trabalho produtivo. (Schultz, 1961) 
 A estimação da magnitude do capital humano normalmente é feita de forma similar 
a que se faz com bens de capital físico, através dos gastos feitos na formação do estoque de 
capital. Essa metodologia poderia ser eficiente também para a estimação da magnitude do 
capital humano, caso não houvesse uma distinção a ser feita. A estimação da magnitude do 
capital humano exige que se faça uma distinção adicional para se determinar que proporção 
desses gastos se destina a mero consumo e que proporção efetivamente se destinaria ao 
investimento. (Schultz, 1961) 
 A distinção dos gastos em capital humano entre consumo e investimento envolve 
dificuldades práticas e conceituais. Os gastos dos indivíduos poderiam ser agrupados em 
três classificações: os gastos que satisfazem preferências do consumidor e não aumentam 
de forma alguma o potencial produtivo e as capacidades dos indivíduos; os gastos que 
ampliam o potencial produtivo dos consumidores e não tem nenhum efeito sobre suas 
preferências, representando puro investimento; e os gastos que têmos dois efeitos. A maior 
paste dos gastos relevantes em capital humano pertence a essa terceira categoria. Isso faz 
 22
com que seja um grande desafio de se mensurar a formação de capital em investimento 
humano, mais do que para o capital físico. (Schultz, 1961) 
 Em suma devem ser consideradas cinco principais categorias de investimento em 
capital humano. Esses investimentos seriam capazes de efetivamente ampliar a capacidade 
humana de trabalho. As categorias do investimento em capital humano seriam: (1) serviços 
de saúde, que devem ser ampliados para incluir todos os gastos que afetem a expectativa de 
vida, a força, o vigor e a vitalidade das pessoas; (2) gastos com treinamento de força de 
trabalho; (3) gastos com educação formal, empregados na educação elementar, secundária e 
de nível superior; (4) programas de estudo para adultos que não são organizados pelas 
firmas, onde poderíamos incluir os programas de extensão notadamente na agricultura; (5) 
migração dos indivíduos e de suas famílias em busca de melhores oportunidades de 
trabalho. (Schultz, 1961) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23
07) O Capital Humano dos Indivíduos e Países Pobres 
 
 As pessoas pobres não são menos atentas à melhoria de sua sorte e de seus filhos, 
mesmo do que aqueles com nível de renda e vantagens incomparavelmente maiores. As 
pessoas pobres também não são menos competentes na obtenção do máximo de benefício 
possível que pode ser extraído de seus recursos limitados. A qualidade da população e a 
obtenção de conhecimento são fundamentais para que os pobres possam conviver com 
perspectivas econômicas favoráveis. É importante que essas perspectivas não sejam 
prejudicadas por políticas ou diretrizes governamentais equivocadas. (Schultz, 1987) 
 Uma análise do setor agrícola em muitos países de baixa renda mostra que esses 
países tem capacidade econômica em potencial de produzir alimentos suficientes para a 
população ainda em crescimento, além de melhorarem a renda e o bem-estar das pessoas 
pobres. Os fatores decisivos para a melhoria das condições de vida das populações desses 
países não seriam de ordem física, como o espaço, energia e terras agricultáveis. A melhora 
no bem-estar desses indivíduos pobres poderia ser alcançada com aumentos na qualidade da 
população e do conhecimento científico. (Schultz, 1987) 
 O conhecimento da experiência e das capacidades das pessoas pobres é de extrema 
importância para se compreender os problemas e possibilidades nos países de baixa renda. 
Essa compreensão seria bem mais relevante do que o conhecimento mais minucioso e mais 
exato a respeito da superfície da Terra e de seus recursos naturais. (Schultz, 1987) 
 A terra por si só não pode ser tida como o fator fundamental para que se seja pobre, 
entretanto, o agente humano efetivamente o é. O investimento na melhoria da qualidade da 
população é capaz de aumentar significativamente as perspectivas econômicas e o bem-
 24
estar dos mais pobres. A assistência à infância, o ganho de experiência no lar e no trabalho, 
a aquisição de informações e aptidões através do ensino escolar e outros investimentos em 
saúde e educação são capazes de melhorar a qualidade da população. (Schultz, 1987) 
 Os investimentos em capital humano são capazes de ampliar significativamente a 
qualidade de vida da população em países de baixa renda. As pessoas pobres desses países 
não estariam necessariamente condenadas à situação de pobreza, a qual as economias 
nacionais seriam incapazes de romper. O aumento da qualidade do ser humano permitiria 
àqueles indivíduos pobres responder de forma positiva para que pudessem suplantar sua 
situação de pobreza. As pessoas pobres são efetivamente capazes de reagir a melhores 
oportunidades de forma eficiente. (Schultz, 1987) 
 As expectativas dos agentes humanos envolvidos na atividade agrícola –
trabalhadores e empreendedores– são moldadas por novas oportunidades e pelos incentivos 
aos quais estes reagem. Os incentivos para a esses agentes são determinados pelos preços 
que os agricultores recebem por seus produtos e pelos que pagam pelos bens de produção e 
de consumo e pelos serviços. Em alguns países de baixa renda, esses incentivos são 
distorcidos. Os efeitos dessas distorções podem provocar a redução da contribuição 
econômica que a agricultura é capaz de fornecer. (Schultz, 1987) 
 A redução da mortalidade no século XX é talvez a mais notável evolução da 
humanidade atingida desde a Revolução Industrial. A partir da segunda metade do século 
XX tem havido uma nítida convergência entre as expectativas de vida dos países ricos e dos 
países pobres. A redução da mortalidade infantil de muitos países pobres foi bastante 
drástica nesse período, da mesma forma que havia sido para os países hoje desenvolvidos 
no início do século XX. Mesmo o lento progresso nos países pobres, no sentido de 
 25
melhorar a nutrição de suas populações, não deve ser subestimado como instrumento capaz 
de reduzir a mortalidade nesses países. (Schultz, 1993) 
 As divergências a respeito do processo de aquisição de capital humano entre 
economista e especialistas em demografia geralmente aparecem quando se passa a 
considerar a realidade das pessoas pobres. As questões não solucionadas na área 
populacional normalmente dizem respeito sobre quem efetivamente quer qualidade da 
população e que está disposto a arcar com o ônus do processo de aquisição dessa qualidade. 
(Schultz, 1987) 
 A literatura demográfica, em sua grande parte, deixa implícito que as pessoas 
pobres normalmente não são motivadas a adquirir capital humano. Para que a qualidade da 
população ser melhorada, acredita-se então que seja necessária a persuasão do governo para 
que ele conceba programas públicos que forcem a aquisição de qualidade pela população. 
(Schultz, 1987) 
 A avaliação do comportamento das pessoas pobres feitas por estudiosos em 
demografia repousar-se-ia em bases insustentáveis. As pessoas dos países de baixa renda 
não são indiferentes a oportunidades que ofereçam valiosos incentivos para a realização de 
investimento em seu próprio capital humano. A crença de que os indivíduos de baixa renda 
são criaturas apáticas, de hábitos passivos, incapazes de perceberem novas oportunidades 
não está de acordo com seu comportamento. Os pobres seriam de fato agentes calculistas, e 
apesar de serem pobres, seriam eficientes na distribuição de seus recursos escassos, levando 
em conta inclusive custos e retornos marginais. (Schultz, 1987) 
 
 
 
 26
8) A Valoração do Capital Humano 
 
 O valor do capital humano adicional depende do bem-estar adicional que os seres 
humanos podem extrair dele. O capital humano aumenta a produtividade do trabalho e 
contribui ainda para que se desenvolva a capacidade empreendedora, que é importante não 
só para a produção agrícola, como para outras atividades não-agrícolas. A capacidade 
empreendedora é importante também nas atividades domésticas, para definir o tempo e 
esforços que os estudiosos destinam a sua instrução, e na migração em busca de melhores 
oportunidades de emprego. (Schultz, 1987) 
 A qualidade da população deve ser vista como um recurso escasso, implicando que 
ela tenha um valor econômico e que sua aquisição acarrete um custo. O comportamento 
humano que determina o tipo e o volume de capital humano adquirido com o passar do 
tempo depende dos retornos que o capital adicional pode oferecer e do custos em adquiri-
lo. Uma vez que os retornos esperados excedem os custos de aquisição, a qualidade da 
população tende a aumentar. A oferta e a procura em relação ao investimento em capital 
humano têm seus componentes tidos como recursos duráveis, escassos e valiosos durante 
certo tempo. As taxas de retorno podem ser aumentadas por reduções no custo de aquisição 
dos componentes do capital humano. (Schultz, 1987) 
 O valor do capital humano é determinado pelo mercado que fixasalários para a 
força de trabalho em função de sua qualificação. Entretanto, essa não pode ser considerada 
uma maneira adequada de se mensurar o estoque de capital humano. A estimação do valor 
do capital humano seria útil para uma série de propósitos. (Weisbrod, 1961) 
 27
 A definição de uma política de migração ou de planejamento familiar racionais 
exige que seja feita uma consideração do valor produtivo de pessoas adicionais. O 
direcionamento de recursos para a saúde pública, construção de rodovias ou controle de 
enchentes seriam determinados a partir do conhecimento do valor do capital humano que 
seria preservado através de tais gastos. Um dos benefícios de tais investimentos seria a 
redução dos índices de mortalidade, ou seja, a redução das perdas de capital humano, como 
resultado de doenças, acidentes de trânsito ou enchente. (Weisbrod, 1961) 
 A estimação dos valores correntes do capital humano e das formas como esses 
valores poderiam ser alterados por diversos programas governamentais merecem grande 
atenção. A valoração do capital humano possui um problema prático e conceitual. Em 
primeiro lugar, deve-se determinar precisamente como se mede o valor de uma pessoa. É 
preciso determinar em que sentido o valor de uma pessoa deve ser considerado, e para 
quem esse valor é importante. (Weisbrod, 1961) 
 Uma possível solução para a determinação do valor de uma pessoa seria atribuir um 
valor a uma pessoa em função da sua produtividade marginal em determinado período. A 
importÂncia dessa pessoa para sua família, por exemplo, seria desprezada. Isso não por se 
considerar tal tipo de importância como irrelevante, mas simplesmente pela dificuldade em 
mensurá-la. (Weisbrod, 1961) 
 
 
 
 
 
 28
9) O Investimento em Capital Humano 
 
 A taxa de fertilidade de uma sociedade é afetada pelos preços, pela renda e pela 
formação de capital humano nas crianças. Também podemos notar que o volume de capital 
humano presente nos adultos, especialmente nas mulheres afeta a fertilidade e a oferta de 
mão-de-obra em uma sociedade. É importante notarmos que os pais obtêm satisfação e 
também serviços produtivos com os seus filhos. Os sacrifícios feitos pelos pais em função 
da necessidade de investimentos a serem feitos em cuidados, saúde e educação de seus 
filhos estão intimamente ligados a decisões conscientes dos pais. (Schultz, 1973) 
 O processo reprodutivo estaria estritamente ligado às preferências dos pais por 
terem suas crianças. A decisão de ter filhos está ligada à disponibilidade de recursos dos 
pais e às formas alternativas de utilização de seus recursos econômicos. O custo dos gastos 
com filhos é medido em termos de custos de oportunidade que os pais estão dispostos a 
aceitar em troca da satisfação futura e serviços produtivos que eles esperam receber de seus 
filhos no futuro. A decisão de ter filhos baseia-se em considerações econômicas que levam 
em conta os seus custos marginais (sacrifício) e o retorno marginal esperado. (Schultz, 
1973) 
 O investimento em capital humano parte da proposição de que devem ser feitos 
gastos deliberadamente na criação de estoques produtivos, constituídos pelas habilidades 
humanas geradas, e que vão oferecer recursos no futuro. As crianças devem então ser vistas 
como uma forma de capital. Do ponto de vista do retorno esperado do investimento em 
filhos, existe uma nítida diferença entre países. Nos países ricos, os pais obtêm o retorno de 
seus gastos principalmente na forma de satisfação pessoal. Já nos países pobres, parte do 
 29
retorno do investimento dos pais é obtido através do aumento dos rendimentos auferidos 
por eles em função do trabalho doméstico e também rural realizado por seus filhos, ou 
ainda na garantia de uma fonte de sustento, quando os pais estiverem velhos e não puderem 
viver de sua própria capacidade produtiva. (Schultz, 1973) 
 A aquisição e a manutenção de capital humano envolve um custo econômico e a 
promessa de um retorno futuro, que pode ser obtido em um período de vários anos. O 
desejo de se obter esse retorno futuro representa a principal motivação para o investimento 
em capital humano. Os investimentos na formação de capital devem ser entendidos como o 
emprego de recursos para aumentar os estoques de capital, não só físico, mas também 
humano. Os investimentos não incluem apenas as melhorias na terra, as construções de 
prédios e instalações, ou a aquisição de equipamentos duráveis, mas também os gastos de 
uma sociedade com saúde pública, educação, nutrição ou pesquisa científica. (Goode, 
1959) 
 O investimento em capital humano é pelo menos tão importante quanto o 
investimento em capital físico. Uma quantidade mínima de capital humano é necessária 
para que se possa pelo menos operar a quantidade de capital físico disponível. De nada 
adiantaria para uma sociedade formada por indivíduo sem qualquer educação, que ela 
tivesse à sua disposição grandes estoques de capital físico. Os indivíduos dessa sociedade 
atrasada seriam incapazes de utilizar produtivamente esse estoque de capital humano. 
Saindo desse caso extremo, e pensando em uma situação intermediária devemos pensar que 
quanto maior a disponibilidade de capital físico, maior será a necessidade prévia de um 
estoque de capital humano que permita que se opere esse capital físico. (Goode 1959) 
 
 
 30
9.1) O Investimento na Saúde 
 
 O nível de saúde de todas as pessoas é visto pela Teoria do Capital Humano como 
um título financeiro. Uma parte da qualidade desse “título” seria herdada e parte adquirida. 
O seu valor perder-se-ia com o passar do tempo e a um ritmo crescente no final das vidas 
das pessoas. O investimento bruto em capital humano acarreta custos de aquisição e 
manutenção, inclusive assistência à infância, nutrição, roupas, habitação, serviços médicos 
e auto-assistência. (Schultz, 1987) 
 O benefício auferido pelos proprietários do “título” nível de saúde seria devido à sua 
contribuição como serviços de saúde. O serviço que o capital de saúde fornece consiste em 
tempo de vida útil, onde as pessoas estariam livres de doenças. A ausência de enfermidades 
permitiria que os indivíduos não se vissem constrangidos por qualquer limitação física. 
Dessa forma, as pessoas poderiam executar independentemente atividades de trabalho, 
consumo e lazer. O capital de saúde além de livrar de privações também ofereceria 
qualidade de vida para as pessoas. (Schultz, 1987) 
 A melhoria na saúde de uma população pode, por exemplo, ser identificada no 
aumento da expectativa de vida. O aumento da duração de vida de muitos países de baixa 
renda têm sido, sem dúvida, o avanço mais importante na qualidade de vida da população. 
A expectativa de vida ao nascer aumentou significativamente em muitos desses países no 
pós-guerra. O declínio da mortalidade infantil, da mortalidade entre jovens, adultos e idosos 
também representa parte dessa evolução. (Schultz, 1987) 
 O aumento na duração de vida dos indivíduos efetivamente possui implicações 
econômicas favoráveis. A utilidade adicional extraída do aumento do tempo de vida levaria 
a um substancial aumento da renda pessoal. Incentivos adicionais para a aquisição de de 
 31
mais instrução para a aquisição de futuros ganhos surgem com durações de vidas mais 
longas. Os pais costumam investir mais nos filhos, e o treinamento adicional no trabalho se 
torna compensador. (Schultz, 1987) 
 O capital de saúde adicional assim como outras formas de capital humano provocam 
aumentos da produtividade dos trabalhadores. Uma vida mais longa faz com que o 
trabalhador possa participar por mais tempo da força de trabalho, e reduz o seu “tempo com 
doença”. A melhoria da saúde e o aumento da disposição do trabalhador fazem com que a 
sua produtividade seja maior para qualquer atividade que ele venha a desempenhar. 
(Schultz, 1987) 
 As melhorias na saúde podem efetivamente afetar salários, a ofertano mercado de 
trabalho, a fertilidade e a renda pessoal dos indivíduos. A melhora na saúde é extremamente 
importante para aumentar a produtividade do agente humano. A ocorrência de doenças 
agudas ou crônicas faz com que os indivíduos sejam mais produtivos devido à sua redução 
da capacidade de trabalho. Um ser humano saudável é importante para que seu potencial 
produtivo seja empregado ao máximo e isso possa contribuir não apenas para si, como para 
sua empresa e para seu país. (Schultz, 1993) 
 A nutrição também é um fator importante para determinar o capital humano de um 
indivíduo. Microevidências mostram crescentemente que a nutrição e o controle de doenças 
não é importante apenas para a redução da mortalidade infantil. Essas variáveis também 
seriam importantes para assegurar os próprios indivíduos adultos tenham uma altura e um 
peso maior, e provavelmente para aumentar a produtividade e o bem-estar tanto de homens 
como de mulheres. (Schultz, 1993) 
 
 
 32
9.2) O Investimento na Educação 
 
 A educação deve ser tratada como uma forma de investimento no ser humano e o 
resultado desse investimento como uma forma de capital. A educação se torna parte do 
próprio indivíduo na forma de capital humano. Uma vez que a educação passa a ser parte 
integrante das pessoas, ela não pode mais ser vendida ou comprada através das instituições 
de mercado convencionais. A educação é uma forma de capital que rende um serviço 
produtivo para a economia. Essa visão da educação sugere que parcela substancial dos 
aumentos na renda nacional sejam resultados de incrementos nessa forma de capital. 
(Schultz, 1960) 
 A formação de capital através da educação não é proporcionalmente pequena e 
também não é constante em relação à formação de capital não-humano. A educação pode 
ser mero consumo ou mero investimento, ou ainda uma combinação de ambos. Uma 
quantidade substancial de recursos costuma ser destinada à educação. Esses recursos são 
formados por dois componentes: os rendimentos que os estudantes deixam de ganhar 
enquanto freqüentam a escola; e os recursos necessários para garantir o funcionamento das 
escolas. (Schultz, 1960) 
 Os rendimentos que os estudantes deixam de ganhar ao freqüentarem suas escolas 
são de grande importância para o cômputo dos gastos totais com educação. Mais da metade 
de todos os recursos envolvidos no ensino secundário e superior representam na verdade os 
gastos com o tempo e esforço despendidos pelos próprios estudantes. (Schultz, 1960) 
 A construção de uma linha divisória arbitrária entre o ensino primário e o ensino 
secundário parece ser conveniente para se analisar os rendimentos que os estudantes 
deixam de auferir freqüentado suas escolas. Pode-se pensar que os estudantes não estariam 
 33
deixando de receber qualquer renda ao freqüentarem o ensino primário. Somente a partir do 
primeiro ano do segundo grau esses rendimentos seriam importantes. (Schultz, 1960) 
 A educação responde por grande parte dos ganhos na qualidade de vida da 
população. O cálculo do custo do ensino escolar exige que se leve em conta o valor do 
trabalho que as crianças poderiam vir a desempenhar para seus pais. Os pais arcam com o 
custo de manter seus filhos na escola. (Schultz, 1987) 
 Uma discussão a respeito da formação de capital através da educação merece 
algumas considerações. Em primeiro lugar, os estudantes ao freqüentarem suas aulas estão 
na verdade desempenhando um trabalho que entre outras coisas visa ajudar na formação de 
capital humano. Os estudantes na verdade estariam se auto-empregando na formação de 
capital, e não meramente consumindo serviços educacionais. (Schultz, 1960) 
 Em segundo lugar, deve-se assumir que caso os estudantes não estivessem 
freqüentando a escola eles poderiam estar empregados em qualquer outra atividade 
produtiva de bens e serviços, que teriam valo para a economia. Ao desempenhar serviços 
produtivos para a economia os estudantes estariam sendo pagos pelos seus trabalhos. Deve-
se considerar então que efetivamente existe um custo de oportunidade para aqueles que 
freqüentam a escola. (Schultz, 1960) 
 Uma outra consideração a ser feita é a de que os rendimentos correntes daqueles 
homens e mulheres jovens com idades semelhantes daqueles que estão freqüentando a 
escola representa uma maneira alternativa para se mensurar o valor produtivo do tempo e 
esforço dedicados pelos estudantes. Por último, deve-se assumir que os custos de vida dos 
estudantes e não estudantes pode ser considerado equivalente, uma vez que haveriam 
apenas pequenas diferenças entre as cestas de consumo de cada um dos grupos. (Schultz, 
1960) 
 34
 Os custos dos serviços prestados pelas escolas constituem de um fluxo anual dos 
recursos empregados na educação. Esse fluxo inclui o custo dos serviços de professores, 
bibliotecários e pessoal administrativo e custos de manutenção e operação das estruturas 
das escolas, além da depreciação dos investimentos realizados. (Schultz, 1960) 
 Os custos do gasto com educação não devem incluir os ganhos de empresas 
particulares encarregadas de oferecer bens como salas ou cadeiras para os alunos. Também 
não devem incluir os gastos necessários para o oferecimento de outras atividades não 
educacionais, como para sustentar organizações atléticas. Uma análise de todos os gastos 
envolvidos na educação mostrará que a proporção dos custos devido aos rendimentos que 
os estudantes deixam de auferir freqüentando aulas tende a aumentar em relação aos gastos 
totais. (Schultz, 1960) 
 O efeito safra representa um atributo específico do ensino escolar, que faz com que 
seja mais vantajoso investir em educação em crianças ao invés de em adultos. Uma criança 
uma vez tendo recebido educação vai poder utilizar seus ensinamento por um longo período 
de sua vida. Um adulto partindo, por exemplo, da situação de analfabetismo teria menor 
período para aproveitar-se dos possíveis benefícios que ele poderia advir devido à sua 
educação. (Schultz, 1987) 
 Os gastos em ensino escolar devem ser tratados fundamentalmente como um 
investimento, Dessa forma seria sério erro, tratá-lo como um consumo atual. Esse erro 
surge da presunção de que o ensino escolar é unicamente um bem de consumo. Os gastos 
públicos em ensino escolar não devem ser vistos como gastos para aumento do bem-estar, 
sendo gastos que provocam a redução da poupança. De forma semelhante, os gastos com 
saúde também devem ser vistos como um investimento. Os gastos com ensino escolar, 
 35
inclusive com o ensino superior, são uma fração substancial da renda nacional em muitos 
países de baixa renda. (Schultz, 1987) 
 A importância do ensino escolar pode ser ressaltada quando se percebe os efeitos 
positivos da educação das mulheres. Diversos estudos têm mostrado evidências de que 
existe uma forte relação inversa entre a escolaridade das mulheres e a incidência de 
mortalidade entre seus filhos. (Schultz, 1993) Mães mais educadas possuem maiores 
conhecimentos de práticas de saúde e de higiene básica, o que lhes permite melhores 
cuidados com suas crianças. A educação das mulheres é uma poderosa engrenagem na 
transformação demográfica, por promover a redução da mortalidade infantil e da fertilidade 
fazendo com que o crescimento populacional seja mais suave. (Schultz, 1993) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36
10) Conclusão 
 
 O capital humano representa certamente uma dos principais motores do 
desenvolvimento econômico. O capital humano representa a qualidade intrínseca aos 
indivíduos que deve ser visto como uma forma de investimento. O incremento no capital 
humano se daria devido a uma decisão deliberada dos indivíduos em investir neles próprios. 
Essa decisão envolveria uma análise racional dos custos e dos benefícios que resultam 
dessa decisão. 
 Os benefícios do investimento em capital humano vêm sobretudo da ampliação da 
capacidade produtiva dos trabalhadores.Os trabalhadores com maior quantidade de capital 
humano são mais produtivos e recebem maiores salários. Os investimentos em capital 
humano podem representar uma poderosa ferramenta para melhoria da distribuição de 
renda entre os indivíduos. O aumento da capacidade produtiva dos trabalhadores também é 
importante para determinar aumentos da renda nacional. 
 O capital humano pode ter grande impacto sobre o desenvolvimento econômico, 
não meramente por levar a aumentos no produto interno do país, mas por poder oferecer 
melhores condições de vidas e bem-estar para os indivíduos. Os indivíduos com maior 
quantidade de capital humano acumulada são mais produtivos, podendo receber maiores 
salários. Uma força de trabalho mais produtiva pode afetar positivamente a renda nacional 
de um país. 
 As estratégias de desenvolvimento de qualquer país deveriam levar em conta 
também considerações a respeito do capital humano, e não meramente o capital físico. 
Muitos países atrasados, inclusive o Brasil, ainda possuem grandes deficiências na 
 37
qualidade de suas populações. A falta de capital humano pode ser vista como uma das 
principais causas do subdesenvolvimento. As experiências históricas de europeus a países 
dos Tigres Asiáticos, passando por americanos e japoneses mostram que a qualidade da 
população é uma variável chave na trajetória de desenvolvimento para qualquer país que 
anseie atingir um estágio de desenvolvimento superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38
Referências Bibliográficas 
 
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WEISBROD, Burton Allen. The Valuation of Human Capital. The Journal of Political 
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