Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FÍGADO O fígado é a maior glândula do corpo e, depois da pele, o maior órgão. Pesa cerca de 1,5 Kg e representa aproximadamente 2,5% do peso corporal do adulto. Com exceção da gordura, todos os nutrientes absorvidos pelo trato digestório são levados primeiro ao fígado pelo sistema venoso porta. Além de suas muitas atividades metabólicas, o fígado armazena glicogênio e secreta bile, um líquido amarelo- acastanhado ou verde que ajuda na emulsificação das gorduras. A bile sai do fígado através dos ductos biliares – ductos hepáticos direito e esquerdo – que se unem para formar o ducto hepático comum, que se une ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. A bile é armazenada através da vesícula biliar, que também concentra a bile por meio da absorção de água e sais. 15.1. ANATOMIA DE SUPERFÍCIE, FACES, REFLEXÕES PERITONEAIS E RELAÇÃO DO FÍGADO O fígado está situado principalmente no quadrante superior direito do abdome, onde é protegido pela caixa torácica e pelo diafragma. O fígado normal situa-se às 7-11 costelas no lado direito e cruza a linha mediana em direção à papila mamária esquerda. Desse modo, o fígado ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e do epigástrio superior e estende-se até o hipocôndrio esquerdo. O fígado possui o omento menor, formado por dois ligamentos: ligamento hepatogástrico e ligamento hepatoduodenal, que são dobras de peritônio. O tronco celíaco fica atrás do omento menor. as faces anterior e superior da face diafragmática do fígado. FACES DO FÍGADO: - Face Diafragmática do fígado: é lisa e tem forma de cúpula, onde se relaciona com a concavidade da face inferior do diafragma, que a separa das pleuras, pulmões, pericárdio e coração. - Face visceral: relacionado com as vísceras. Existe alguns espaços: - Recesso subfrênico: extensões superiores da cavidade peritoneal (saco maior) – entre o diafragma e - Recesso hepatorrenal: (bolsa hepatorrenal; bolsa de Morison), é a extensão posterossuperior do recesso sub-hepático, situada entre a parte direita da face visceral do fígado e o rim e a glândula suprarrenal direitos. - Espaço sub-hepático: A parte do compartimento supracólico da cavidade peritoneal imediatamente inferior ao fígado é o recesso sub-hepático. Anteriormente, a margem inferior marca a transição entre a fase diafragmática e a visceral. Posteriormente, a área nua do fígado marca a transição entre a fase diafragmática e a visceral. A face diafragmática é lisa, coberta por peritônio visceral, exceto posteriormente na área nua do fígado, onde está em contato direto com o diafragma. O fígado é intraperitoneal. O peritônio que reveste a face diafragmática se fixa à parede abdominal, forma o ligamento falciforme, em forma de foice. Esse ligamento, separa na face diafragmática os 2 lobos: lobo direito e esquerdo. Esse ligamento quando chega na superfície do fígado ele se divide e forma um ligamento em forma de coroa, ligamento coronário, forma uma coroa em cima do fígado. Esse ligamento coronário se prende ao diafragma, e assim, a região dessa coroa é chamada de área nua do fígado. O ligamento falciforme (só é visto na face diafragmática) se divide em ligamentos coronários esquerdo e direito, formando uma coroa. O encontro entre os ligamentos coronários, chama-se ligamento triangular direito e esquerdo. O ligamento redondo do fígado, é o remanescente fibroso da veia umbilical, que levava o sangue oxigenado e rico em nutrientes da placenta para o feto. Na imagem ao lado temos: Em verde: área nua do fígado. Em azul: lobo esquerdo. Em roxo: lobo direito, ele é maior que o esquerdo. Em amarelo: ligamento triangular direito Em branco: ligamento triangular esquerdo. Em laranja: ligamento coronário direito posterior Em rosa: ligamento coronário esquerdo posterior artéria hepática própria, e o ducto colédoco. O ligamento falciforme separa um lobo hepático direito grande, de um lobo hepático esquerdo muito menor. Porém na face visceral, existe 2 lobos acessórios, partes do lobo hepático direito, o lobo quadrado anterior e inferiormente, e o lobo caudado posterior e superiormente. O processo caudado estende-se para a direita, entre a veia cava inferior e a porta do fígado, unindo os lobos caudado e hepático direito. Do lado esquerdo, o ligamento redondo do fígado, que permite fazer uma ponte, ducto venoso, com a veia cava inferior, na vida fetal para levar os nutrientes diretamente. Quando nascemos a veia umbilical se transforma em ligamento redondo do fígado e o ducto venoso se transforma em ligamento venoso. Na imagem ao lado, temos aparentemente um H. Ao lado direito temos a veia cava inferior e a vesícula biliar. Ao lado esquerdo temos o ligamento redondo do fígado, que é a veia umbilical na vida fetal, que encontra o ducto venoso para ir pra veia cava inferior, encurtando o caminho e não precisando passar dentro do fígado. Quando nascemos o ducto venoso se transforma em ligamento venoso. A tríade portal, formado pela veia porta, 15.2. SEGMENTAÇÃO HEPÁTICA O fígado é dividido em lobos menores. Existe 8 segmentos do fígado. O fígado se regenera. Pode tirar até 2/3 do fígado, que 1/3 dele se regenera. 15.3. VASCULARIZAÇÃO HEPÁTICA Na imagem ao lado temos uma reflexão de peritônio que é chamada de ligamento hepatoduodenal, omento menor, onde passa a tríade portal. TRÍADE PORTAL Artéria Hepática Própria Ducto Colédoco Veia porta VEIA PORTA As veias na maioria das vezes não dão ramos, e sim tributárias, ou seja elas vão se juntando para formar outras veias. Porém a veia porta é um exceção, pois ela traz nutrientes do baço e do intestino para o fígado, formada pela união da veia esplênica e veia mesentérica superior. O sistema porta é formado por veia- capilar-veia, diferentemente do sistema artéria-capilar-veia. O fígado como os pulmões tem vascularização dupla (vasos aferentes): uma origem venosa dominante e uma arterial menor. As veias que saem do fígado é denominada de veias hepáticas. Veia hepática Direita Veia hepática Intermédia Veia hepática Esquerda Essas veias drenam para a veia cava inferior. A fixação dessas veias à VCI ajuda a manter o fígado em posição. CESSAR HEMORRAGIA HEPÁTICA “MANOBRA DE PRINGLE” Compressão da porta hepatis no forame de Winslow para controlar sangramento hepático. A manobra é frequentemente utilizada em cirurgias de trauma e consegue, de maneira efetiva, parar o sangramento hepático caso a origem seja da veia porta ou artéria hepática. DUCTOS BILIARS E VESÍCULA BILIAR Os dutos biliares conduzem bile do fígado para o duodeno. A bile emulsifica a gordura para que possa ser absorvida na parte distal do intestino. A vesícula biliar tem função de armazenar e concentrar a bile. A bile sai do ducto hepático direito e pelo ducto hepático esquerdo, que se juntam e formam o ducto hepático comum. Este, por sua vez se junta com o ducto cístico, que forma o ducto colédoco. O músculo circular ao redor da extremidade distal do ducto colédoco (papila maior) é mais espesso para formar o músculo esfíncter do ducto colédoco. Quando o esfíncter contrai, a bile não consegue entrar na ampola e no duodeno; portanto, reflui e segue pelo ducto cístico até a vesícula biliar, onde é concentrado e armazenada. A vesícula biliar situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. Essa fossa rasa está situada na junção das partes direita e esquerda do fígado. Possui 3 partes: Fundo: extremidade larga e arredondada; Corpo: parte principal, toca a face visceral do fígado, o colo transverso e a parte superior do duodeno; Colo: extremidade estreita e afilada, oposta ao fundo e voltada para a porta do fígado. O ducto colédoco se junta com o ducto pancreático, onde formam uma dilatação, a ampola hepatopancreática. VASCULARIZAÇÃO DA VESÍCULA O suprimento arterial da vesícula biliar e do ducto cístico provém principalmente da artéria cística. A artéria cística origina-se da artéria hepática direita no triangulo entre o ducto hepático comum, o ducto cístico e a face visceral do fígado, o trígono cistohepático (triânglo de Calot). HIPERTENSÃO PORTA A drenagem venosa do colo da vesícula biliar e do ducto cístico flui através das veias císticas, que drenam diretamente para o fígado ou para a veia porta. As veias do fundo e do corpo da vesícula biliar seguem diretamente até a face visceral do fígado e drenam para os sinusóides hepáticos. Quando a cicatrização e a fibrose causadas por cirrose obstruem a veia porta no fígado, há aumento de pressão na veia porta e em suas tributárias, o que causa hipertensão porta. O grande volume de sangue que flui do sistema porta para o sistema sistêmico nos locais de anastomoses portossistêmicas provoca o surgimento de varizes, principalmente na parte inferior do esôfago. A dilatação das veias podem ser tão intensa que suas paredes se rompem, resultando em hemorragia. Nos casos graves de obstrução porta, as veias da parede abdominal anterior (normalmente tributárias da veia cava) que se anastomosam com as veias paraumbilicais (normalmente tributárias da veia porta) podem tornar-se varicosas e assemelhar-se a pequenas cobras que se irradiam sob a pele ao redor do umbigo. Esse distúrbio é denominado cabeça de medusa.
Compartilhar