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Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Departamento de Fitotecnia MÍLDIOS E OÍDIOS Fortaleza, Novembro de 2018 Discente: Francisca Érica C. Nobre ericacn8@gmail.com MÍLDIOS Atacam os órgãos das plantas, formando uma camada pulverulenta semelhante à um pó; As hifas costumam desenvolver-se entre as células das folhas, flores e frutos, onde formando micélios; Os haustórios penetram no interior das células, as quais roubando nutrientes do hospedeiro. Reino: Chromista; Filo: Oomicota; Classe: Oomicetes; Ordem: Peronosporales; Família: Peronosporaceae Fonte: Grupo Cultivar Alface – Bremia lactucae Sintomas Na parte adaxial da folha: Manchas de coloração verde-amarelada delimitadas pelas nervuras, que podem se tornar necróticas e de cor parda. Na parte abaxial das folhas: formação de uma massa de conídios dando aspecto aveludado a folha, onde encontra-se os corpos de frutificação, com coloração branca. Sintoma de míldio em alface Fonte: Gerald Holmes Sintoma míldio em alface Fonte: Instituto Biológico (IB) Sintoma mais severo Fonte: Instituto Biológico (IB) Produz esporângios em esporangióforos com 4 a 6 ramificações dicotômicas; Esporangióforos são brancos e longos, possuindo extremidades dilatadas em forma de taça; Desenvolvimento do micélio intercelular que emite haustório globuloso no interior das células do hospedeiro; Oósporos sobrevivem em condições desfavoráveis. Morfologia de Bremia lactucae Fonte: Bruce Watt Morfologia Brassicáceas (Crucíferas) – Peronospora parasitica Atacam brócolis, couve, couve-flor, rabanete, repolho e rúcula; Ocorre principalmente em plantas jovens na parte superior das folhas primárias e cotiledonares; Lesões são de forma circular e clorótica que tornam-se necróticas; Na parte abaxial da folha desenvolvem-se estruturas de frutificação de coloração esbranquiçada. Sintomas Sintoma de Peronospora parasítica em mudas de Couve-flor Fonte: Doenças de plantas Sintoma de Peronospora parasítica em repolho Fonte: Agrolink Sintoma de Peronospora parasítica em Couve-flor Fonte:Gerald Holmes Esporangióforos agrupados, retos e longos, bem definidos com o crescimento determinado; Esporângios globuloso; Micélio bem desenvolvimento e cenocítico. Produz esporos de resistência chamados oósporos. Morfologia de Peronospora parasítica Fonte: APS Morfologia Cucurbitáceas – Pseudoperonospora cubensis Culturas afetadas: Abóbora, Abobrinha, Chuchu, Melancia, Melão, Pepino Folhas: manchas inicias cloróticas, angulares e delimitadas por nervuras; Essas manchas aumentam em quantidade, principalmente próximo das nervuras; Quando em estágio avançado, as manchas tornam-se marrons e formam uma camada branca/cinza; Na face abaxial da folha são observadas áreas encharcadas com frutificações do fungo na cor verde-oliva a púrpura. Sintoma de Pseudoperonospora cubensis na folha de melão Fonte: Ailton Reis Sintomas Sintoma de Pseudoperonospora cubensis na face adaxial da folha de pepino Fonte: Horto Mallas Sintomas na parte abaxial da folha de pepino Fonte: BugwoodWiki Micélio cenocítico; Esporangióforos apresentam ramificações dicotômicas no terço superior; Esporângios apresentam formato oval e elipsoide com coloração verde oliva a cinza escuro; Morfologia de Pseudoperonospora cubensis Morfologia Girassol – Plasmopara halstedii Amarelecimento no primeiro par de folhas verdadeira; Tombamento; Infecção sistema causa nanismo; Folhas cloróticas e grossas; Hastes quebradiças com capítulos eretos e estéreis; Sintomas . Sintoma mais severo com engrossamento das folhas Fonte: Wikimedia Commons Sintoma inicial de míldio Fonte: Agronômica Estrutura do patógeno na face inferior da folha Fonte: CETIOM Produz micélio com haustórios globulares e esporangióforos que emergem dos estômatos; Esporangióforos finos e ramificados monopodialmente; Há a formação de zoosporângios nas extremidades das ramificações dos esporangióforos; Os zoosporângios liberam zoosporos biflagelados. Fonte: Scielo Morfologia Sorgo – Peronosclerospora sorghi Os sintomas podem ser sistêmicos ou localizados; Sintomas sistêmicos: estrias verdes e cloróticas paralelas, indicando a presença de oósporos entre os feixes das folhas; plantas estéreis; Em folhas superiores há faixas brancas ou amareladas; Sintomas localizados: manchas cloróticas, retangulares, limitadas pelas nervuras laterais; Em estágio avançado, as folhas rasgam-se pela ação do vento, liberando oósporos; Sintomas Sintoma de Peronosclerospora sorghi em Sorgo Fonte: MaejoClass- Tumblr Sintoma de Peronosclerospora sorghi em Sorgo Fonte: Circular Técnico Empreba Produz dois tipos de esporos: conídios e oósporos; Conidióforos eretos, hialinos com ramificações dicotômicas, que emergem dos estômatos; Conídios, produzidos nas extremidades de esterigmas, são hialinos e ovalados; Os oósporos se localizam no mesófilo, são esféricos, hialinos e amarelados; Conidióforo com conídios Fonte: ResearchGate Morfologia Videira – Plasmopara viticola Apresenta nas folhas três fases distintas: Mancha óleo: pequenas manchas de coloração pálida e bordos definidos de aspecto oleoso; Mancha mofo: nas folhas, ramos e bagas forma-se uma penugem densa, branca; Mancha necrótica: com a evolução da doença, as áreas infectadas necrosam, apresentando coloração avermelhada; Atacam inflorescências e as bagas. Mancha mofo Fonte: Wikipedia Sintomas Mancha óleo Fonte: Pessl instruments Mancha necrótica Fonte: Wikipedia Hifa cenocítica; Emite esporangióforos ramificados monopodialmente, que produzem esporângios ovalados e hialinos. Micélio Heterocariótico. Morfologia de Plasmopara vitícola Fonte: Plant Parasites of Europe Morfologia Condições Favoráveis Alta umidade relativa; Baixas temperaturas (10 – 25 ºC); Restos culturais presentes na área; Plantio mais adensado; Filme de água sobre as folhas; Geralmente propagam-se através do vento e gotículas de água de irrigação e/ou chuva. Controle Evitar excesso de água nas folhas; Rotação de culturas com diferentes famílias; Evitar plantios muito adensados para favorecer a ventilação na área; Utilizam variedades resistentes; Remoção dos restos culturais da área; Solos com boa drenagem; Reduzir as fontes de inóculo; Eliminação de plantas doentes; Antecipar plantio. Bremia lactucae: Forum; Dimetomorfe (morfolina); Peronospora parasítica: Infinito; Fluopicolide (benzamida) + Cloridrato de propamocarbe (carbamato). Pseudoperonospora cubensis: Harpon WG cimoxanil (acetamida) + zoxamida (benzamida); Plasmopara halstedii: Não há produto recomendado. Peronosclerospora sorghi: Não há produto recomendado. Plasmopara vitícola: Auge; hidróxido de cobre (inorgânico). Controle químico Controle: Peronosclerospora sorghi Aração profunda para reduzir a quantidade de oósporos na camada superficial do solo; Roguing de plantas afetadas; Antecipação da semeadura: quando houver liberação de conídios pelas culturas vizinhas, as plantas estarão em estádio de desenvolvimento mais avançado; ‹#› A resistência do Estirpes de girassol resistentes estão disponíveis, pois dois tipos de genes principais de resistência dominantes foram identificados, denotados como Pl; A resistência do tipo 1 não tem infecção acima da base do hipocótilo . O tipo 2 é caracterizado por uma infecção fraca, com a esporulação nunca atingindo a região superior do hospedeiro. Controle: Plasmopara halstedii OÍDIO O principal sintoma são as manchas brancas pulverulentas nas folhas, que vão alastrando até as cobrirem completamente; A grande maioria são parasitas obrigatórios; Apresentam um micélio superficial que extrai nutrientes da planta através de hifas que penetram nas células da epiderme do hospedeiro por meio de haustórios. Filo: Ascomycota; Classe: Ascomicetos Ordem: Erysiphales Família: ErysiphaceaeCiclo de vida: Leveillula taurica Fonte: Enfermedades del Tomate Brassicáceas, fejoeiro-caupi e comum, mangueira - Erysiphe polygoni Nas folhas, os sintomas são observados na parte superior, apresentando manchas com coloração verde-escura; As manchas apresentam-se com aspecto branco-acinzentado e pulverulentas. Infecções severas causam desfolha prematura: folhas ficam amareladas, retorcidas e caem; Brassicáceas Oídio em Couve - manteiga Fonte:Agrolink Área apresentando plantas atacadas com Erysiphe polygoni Fonte: Defesa vegetal Oídio em Couve - manteiga Fonte: Fitopatologia 1 ataca ‹#› As folhas apresentam manchas verde-escuras na parte superior, que se tornam pulverulentas e brancas, atingindo toda a superfície foliar; No caule e nas vagens infectadas, pequenas e malformadas, também pode ser observada a massa branco-acinzentada; As vagens acabam caindo, causando redução na produtividade da cultura. Feijoeiro – caupi e comum Vagem de feijão com sintoma de oídio Fonte: Fitocon Feijoeiro apresentando sintomas de oídio Fonte: Fitocon Na superfície das folhas infectadas desenvolvem-se estruturas do fungo, de coloração branco-acinzentada e aparência pulverulenta; Nas folhas novas, causa deformações, crestamento e queda, e nas velhas e frutos desenvolvidos, ocasiona manchas irregulares; Nas inflorescências o patógeno cresce rapidamente abafando as flores, impedindo sua abertura e determinando sua queda; Os pedúnculos afetados mostram-se mais finos e quebradiços, favorecendo a queda dos frutos na fase final. Mangueira Sintoma de oídio em folha de mangueira Fonte: Infobibos Sintoma de oídio em folha de mangueira Fonte: Infobibos Sintoma de oídio nas inflorescências Fonte: Infobibos Forma cleistotécios escuros, dotados de apêndices sobre o micélio superficial, contendo vários ascos com ascósporos hialinos e unincelulares. Há posterior formação de conidióforos e conídios. Cleistotécios de Erysiphe polygoni Fonte: Plant Parasites of Europe Morfologia Cajueiro – Erysiphe quercicola Os sintomas inciam com manchas escuras nas folhas, que lembram manchas de cinza vegetal, geralmente em torno da nervura principal; O tecido afetado exibe pontos neuróticos, escuros, mais pronunciados na face inferior da folha. Com a evolução dos sintomas, pode ocorrer a queda prematura de folhas e flores; O patógeno pode penetrar no tecido da planta em qualquer fase de seu desenvolvimento. Sintomas Oídio em folhas de cajueiro Fonte: Fitopatologia 1 Oídio em fruto Fonte: Diário do Nordeste Oídio em castanha Fonte: Embrapa Oídio em folhas de cajueiro Fonte: Fitopatologia 1 Produzidos conidióforos curtos, em cadeias eretas, formando um ângulo reto; Fase perfeita: Erysiphe polygoni; Cleistotécios escuros, dotados de apêndices, sobre o micélio superficial, contendo vários ascos e, dentro destes, ascósporos hialinos e unicelulares. ResearchGate Morfologia Cucurbitáceas – Podosphaera xanthii Pode atacar toda a parte aérea da planta, mas as folhas são mais afetadas; Os sintomas iniciam-se nas folhas mais antigas e plantas mais velhas, no estádio de frutificação; Inicia com um crescimento branco, pulverulento ocupando pequenas áreas; A área afetada aumenta de tamanho e pode ocupar toda a folha devido a coalescência das manchas; Planta severamente atacadas perdem o vigor e a produção é prejudicada. Sintomas Fonte: Agrolink Fonte: Revista Campo e Negócios Fonte: Agrolink Os conídios tem formato de barril e oval, são unicelulares, hialinos, produzidos em cadeia sobre conidióforos curtos não ramificados. Fonte: Forestry images Morfologia Roseira - Sphaerotheca pannosa Nas folhas há a formação de micélio com coloração branco-acinzentado sobre ambas as superfícies; Esse micélio também podem ser encontrados nos ramos novos e botões florais. Botões florais não abrem; Com o desenvolvimento da doença, pode ocorrer encarquilhamento e queda das folhas e morte do ápice dos ramos, o que impede o aparecimento de novas brotações. Sintomas Sintoma de oídio nas flores Fonte: Compo Sintoma de oídio em folhas de roseira Fonte: Agrolink Sintoma de oídio Fonte: Dia de Rosas Ascósporos se organizam dentro de casmotécios (ou cleistotécios) sendo carreados pelo vento, infectando novas plantas; Também produz conídios que se organizam em conidióforos livres. Fonte: ipmimages.org Morfologia Soja - Erysiphe diffusa Nas folhas, o fungo se manifesta com coloração branca a castanho-acinzentada, dando nas duas faces; Sob condição de infecção severa, a cobertura de micélio e a frutificação do fungo impedem a fotossíntese e as folhas secam e caem prematuramente, ficando com coloração de castanho-acinzentada a bronzeada; Na haste e nos pecíolos, as estruturas do fungo adquirem coloração que varia de branca a bege, contrastando com a epiderme da planta, que adquire coloração de arroxeada a negra. Sintomas Sintoma de oídio na haste da soja Fonte: Phytus club Sintoma de oídio nas folhas da soja Fonte: Phytus club Sintoma de oídio nas vagens da soja Fonte: Phytus club Morfologia Conidióforos curtos, eretos e não ramificados. No interior do cleistotécio são formados múltiplos ascos piriformes; Cada asco possui ascósporos amarelos e ovoides. Fonte: Discoverlife.org Solanáceas - Leveillula taurica Sintomas Os primeiros sintomas aparecem nas partes superiores das folhas mais velhas na forma de pequenas partes cloróticas, com bordas irregulares, podendo aumentar o tamanho, sendo que em grandes infestações pode tomar toda a folha. Na face inferior da folha é possível observar um crescimento esbranquiçado e pulverulento, sendo característico, constituído de micélio, conidióforos e conídios Com a evolução da doença, as manchas coalescem, tornam-se necróticas e secam. Oídio em tomateiro Fonte: Agrolink Conídios de Leveillula taurica em folhas de pimentão. Fonte: Phytus club Morfologia Fonte: PRG Wiki Videira - Erysiphe necator (sin. Uncinula necator) Sintomas Manchas pequenas e translúcidas nas folhas, seguidas de necrose nas nervuras. Folhas novas subdesenvolvidas, retorcidas e muchas. Os bagos pequenos, após o vingamento, apresentam-se recobertos de uma fina “poeira“ branca, muito abundante. Quando já maiores, os bagos abrem fendas, por vezes profundas, podendo secar e cair. Oídio em uva Fonte: APS Oídio em uva Fonte: Defesa Vegetal Morfologia O fungo forma cleistotécios com ascósporos e ascos; Há formação de hifas hialinas e septadas sobre o hospedeiro. Erysiphe necator – Plant Parasites of Europe Condições Favoráveis Temperatura mais elevada; Umidade relativamente baixa; Sem a presença de água livre nas folhas; Tansmitido rapidamente com o vento e através de insetos vetores, como pulgões e por plantas hospedeiras; Plantio no final da época seca favorecem o ataque. Controle Geral O uso de variedades resistentes; Realizar a rotação de culturas com espécies não hospedeiras; Eliminar restos culturais da área e plantas daninhas; Evitar o plantio das culturas em locais com condições de baixa umidade do ar. Controle químico Míldio X Oídio O míldio penetra no interior dos órgãos da planta, enquanto o oídio é um parasita superficial que não penetra o interior do órgão que ataca, sendo por consequência curável; As manchas foliares (mancha de azeite) do míldio são translúcidas e vêem-se dos dois lados da folha, enquanto as manchas do oídio, pelo menos inicialmente, só se vêem do lado atacado, geralmente na página inferior da folha, tendo o aspecto de feltro branco sujo e depois cinzento, cheirando a mofo. Referências Agrofit; Agrolink; Defesa vegetal; Embrapa; American Pathology Society ; Manual de Fitopatologia vol. 2. Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Departamento de Fitotecnia MÍLDIOS E OÍDIOS Fortaleza, Novembro de 2018 Discente:Francisca Érica C. Nobre ericacn8@gmail.com
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