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Climatologia Livro

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Climatologia 
 
Climatologia 
Renata dos Santos Galvão 
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o 
Climatologia 
 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Renata dos Santos Galvão 
Revisão do Conteúdo: Agni Hévea dos Santos 
Revisão Ortográfica: Tatiane Rodrigues de Souza e Walter P. Valverde Júnior 
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos 
Antonio Lima da Silva e Ruan Carlos Vieira Fausto 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo - Campus Niterói 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
G182c Galvão, Renata dos Santos. 
 Climatologia / Renata dos Santos Galvão ; revisão de Agni 
Hévea dos Santos e Tatiane Rodrigues de Souza. 2. ed. – 
Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2011. 
 126 p. : il. 
 
 1. Climatologia. 2. Homem - Influência sobre a natureza. 3. 
Atmosfera. 4. Educação à distância. I..Santos, Agni Hévea dos. 
II. Souza, Tatiane Rodrigues de. III. Título. 
CDD 551.5 
Climatologia 
 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o 
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Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora
Climatologia 
 
Climatologia 
 
 
 
Sumário 
 
 
Apresentação da disciplina ................................................................................................ 07 
Plano da disciplina .............................................................................................................. 09 
Unidade 1 – Introdução a Climatologia ........................................................................... 13 
Unidade 2 – A Atmosfera Terrestre e as Bases Dinâmicas de Circulação ................... 37 
Unidade 3 – Classificações Climáticas .............................................................................. 67 
Unidade 4 – O Homem e o Clima ...................................................................................... 93 
Considerações finais ........................................................................................................... 115 
Conhecendo as autoras ...................................................................................................... 117 
Referências ........................................................................................................................... 119 
Anexos ................................................................................................................................. 121 
 
Climatologia 
6 
 
 
Climatologia 
7 
 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Prezado aluno: 
Seja bem-vindo à disciplina de Climatologia. 
Antes de iniciarmos nossos estudos, é necessário entendermos um pouco o 
que vem a ser essa importante disciplina para a formação de profissionais nas áreas 
ligadas à Geografia. 
O clima influencia direta e indiretamente todas as atividades do homem na 
Terra (atividades agrícolas, econômicas, de lazer, turismo, etc.). Ele intervém na 
evolução das formas de relevo, na decomposição das rochas, na formação dos 
solos, no regime dos rios e das águas subterrâneas, no ritmo das atividades 
agrícolas, nos tipos de produtos cultivados, na arquitetura das construções, na 
saúde do homem, entre outros. 
Inicialmente, gostaríamos de esclarecer que o estudo da Climatologia irá 
ajudá-lo na compreensão de diversos fenômenos atmosféricos e suas repercussões 
no espaço geográfico. 
A partir de uma abordagem de conceitos básicos da Climatologia, 
estudaremos os elementos e os fatores responsáveis pelo clima de um 
determinado lugar. Assim, conseguiremos distinguir os principais tipos climáticos 
da Terra. Numa discussão bastante atual, veremos a influência das atividades 
humanas sobre o clima. 
 
 
Esperamos que tenha um excelente aproveitamento! 
Climatologia 
8 
 
 
Climatologia 
9 
 
 
Plano da Disciplina 
 
 
Esta disciplina fundamenta-se no estudo das noções básicas de Climatologia. 
Trata-se de uma disciplina fundamental na formação de profissionais que atuarão 
na área de Geografia, bem como daqueles que necessitarão da compreensão dos 
diversos fenômenos presentes na superfície da Terra. 
A disciplina foi dividida em quatro unidades, que estão subdivididas em 
tópicos, com o objetivo de facilitar a compreensão dos conteúdos. 
Sendo assim, faremos um pequeno resumo de cada unidade, enfatizando seus 
objetivos para que você tenha uma visão generalizada daquilo que irá estudar. 
 
Unidade 1: Introdução a Climatologia 
Na primeira unidade vamos estudar o alcance e fins da Climatologia. Tempo e 
clima: Qual a diferença? Os métodos de análise climatológica. Os elementos e os 
fatores do clima. 
 
Objetivos: 
 Definir e conceituar Climatologia, mostrar seu campo de estudo e 
sua relação com a meteorologia e a Geografia. 
 Diferenciar e conceituar clima e tempo. 
 Mostrar os métodos da Climatologia separativa e da Climatologia 
sintética. 
 Distinguiros elementos e os fatores geográficos do clima. 
 Mostrar a ação dos diversos fatores geográficos nos elementos 
climáticos. 
Climatologia 
10 
 
 
Unidade 2 – A Atmosfera terrestre e as bases dinâmicas de circulação 
Na segunda unidade vamos estudar a atmosfera terrestre. As massas de ar e as 
frentes. Brisas e monções: sistemas de ventos. Influência das correntes marítimas El 
Niño e La Niña. Radiação solar e atmosférica. Umidade atmosférica. Nuvens. 
Precipitação. 
 
Objetivos: 
 Compreender a atmosfera terrestre e sua importância para o clima. 
 Entender as bases dinâmicas da circulação. 
 
Unidade 3: Classificações climáticas 
Na terceira unidade estudaremos os climas. Zonas climáticas - Straler. Como 
analisar um climograma. Os climas do Brasil. As classificações climáticas do estado 
do Rio de Janeiro. 
 
Objetivos: 
 Identificar as características básicas das principais classificações 
climáticas do mundo. 
 As características básicas das classificações climáticas do Brasil. 
Climatologia 
11 
 
 
Unidade 4: O Homem e o clima 
 E para finalizar, estudaremos o comportamento do tempo e a vida nas 
cidades. Consequências da evolução do fenômeno urbano. Camada de ozônio. 
Chuvas ácidas. Efeito estufa. Protocolo de Kyoto. O clima pós-Copenhague. 
 
Objetivos: 
 Relacionar as mudanças do clima com as atividades humanas após as 
Revoluções Industriais. 
 Identificar os fenômenos atmosféricos urbanos. 
 Compreender as influências antrópicas a nível global. 
 Analisar os discursos políticos contidos nas agendas ambientais e 
suas repercussões técnico-científicas, econômicas e geopolíticas. 
 
Bons estudos. 
 
Climatologia 
12 
 
Climatologia 
13 
 
Introdução a Climatologia 
Alcance e fins da Climatologia. 
Os métodos de análise climatológica. 
Repercussões geográficas da forma e movimentos do planeta Terra: 
tempo e clima. 
Circulação geral da atmosfera e sua composição vertical – estratos e 
tipos de precipitações. 
Os elementos e os fatores do clima em diferentes escalas temporais 
e espaciais. 
Massas de ar e mecanismos de desenvolvimento frontal. 
 
1 
Climatologia 
 
14 
 
As dinâmicas climáticas são influenciadas e influenciadoras do nosso dia a dia. 
Mesmo os fenômenos ocorridos em períodos geológicos longínquos, dentre os 
quais destacam-se as glaciações, foram fundamentais ao processo de formação das 
rochas, dos solos, das jazidas carboníferas e da extinção ou adaptação de espécies 
vegetais e animais. 
O estudo da climatologia é, necessariamente, acompanhado da análise 
geográfica do relevo (geomorfologia) e sua repercussão na meteorologia, bem 
como da perspectiva biológica (ecologia) que auxilia na compreensão de suas 
resultantes. Dessa forma, faz-se necessário conhecermos alguns elementos básicos 
que vão nos ajudar no entendimento da disciplina. 
 
Objetivos da unidade: 
 Dimensionar a climatologia a partir de seus conceitos fundantes, 
além de mostrar seu campo de estudo e sua relação com a 
meteorologia e a geografia. 
 Identificar as diferenças conceituais, analíticas e de método entre 
clima e tempo. 
 Abordar comparativamente os métodos da climatologia separativa e 
da climatologia sintética. 
 Compreender o aquecimento diferencial da terra aos efeitos sobre os 
parâmetros atmosféricos. 
 Analisar os elementos e os fatores geográficos do clima e suas 
influências na transformação da paisagem. 
 
Plano da unidade: 
 Alcance e fins da Climatologia. 
 Os métodos de análise climatológica. 
 Repercussões geográficas da forma e movimentos do planeta Terra: 
tempo e clima. 
 Circulação geral da atmosfera e sua composição vertical – estratos e tipos 
de precipitações. 
 Os elementos e os fatores do clima em diferentes escalas temporais e 
espaciais. 
 Massas de ar e mecanismos de desenvolvimento frontal. 
Climatologia 
 
15 
 
Alcance e fins da Climatologia 
 
Os processos atmosféricos influenciam os processos em outras partes do 
ambiente (biosfera, hidrosfera e litosfera). 
Os temas estudados pela climatologia estão intimamente relacionados com os 
acontecimentos da vida cotidiana. A partir dessa íntima relação com o relevo e suas 
formas geomorlógicas, a paisagem é transformada, dando origem a uma 
diversidade tanto de formas quanto de estruturas biológicas vegetais e animais 
que marcam a ecologia (TOLEDO et al., 2003). A climatologia possui a meteorologia 
como campo científico derivado que trata da dimensão física da atmosfera como 
fenômenos: raios, trovões, descargas elétricas, nuvens, composição físico-química 
do ar, previsão do tempo, etc. (MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA, 2007), ilustrados no 
esquema abaixo: 
Climatologia 
 
16 
 
A climatologia trabalha com dados que expressam as diferentes condições 
climáticas. Esses dados devem ser estabelecidos sobre cuidadosas observações 
praticadas durante um considerável período de tempo. Observações sobre 
temperatura, chuva e outros elementos climáticos, que constituem os primeiros 
materiais para esta ciência, têm sido verificadas e anotadas, sobretudo nos últimos 
150 anos, em quase todos os países. 
 
IMPORTANTE 
O climatólogo necessita de, no mínimo, 30 anos de observações das 
condições do tempo de um determinado lugar para uma classificação climática. 
 
 
A Climatologia, genericamente, estuda a variação do tempo sobre 
determinado lugar, as propriedades e os fenômenos físicos da atmosfera em 
contato com a superfície terrestre. A Climatologia é ao mesmo tempo um ramo da 
Meteorologia e da Geografia física. 
Embora haja semelhança no conteúdo da Climatologia e da Meteorologia, elas 
se diferem quanto à metodologia adotada. 
A Meteorologia se dedica a descrever, explicar e prever os fenômenos. A 
Climatologia estuda os chamados elementos do clima (temperatura, pressão, 
nebulosidade, vento, precipitação) e fatores do clima (latitude, altitude, distância 
dos oceanos e terras, correntes marítimas, vegetação, tipos de solo, etc.), que, em 
conjunto, constituem o clima. 
Enquanto a Meteorologia é mais relacionada à Física, a Climatologia é 
intimamente conectada à Geografia (BLAIR, 1942). 
Climatologia 
 
17 
 
O relevo, a vegetação, os costumes dos habitantes, as arquiteturas das 
construções e as atividades dos homens devem estar de acordo com a 
temperatura, o regime de chuvas, etc. Os geógrafos interessam-se pelas 
consequências do clima na vida humana, mais do que as causas. 
A atitude do geógrafo se difere da do meteorologista, já que este último se 
dedica a converter as observações que verifica em dados referentes à temperatura, 
precipitação. O geógrafo se interessa em deduzir as respostas biológicas que 
correspondem àqueles dados (VIERS, 1975). 
Os dados podem ser considerados como um método abreviado muito 
conveniente para descrever as condições do meio climático e são de grande valor 
tanto para o meteorologista quanto para o geógrafo. No entanto, apesar de seu 
incontestável valor, se nos debruçássemos exclusivamente sobre eles, deixaríamos 
de considerar muitas noções importantes para o estudo de um clima, 
especialmente quando subestimamos o importante aspecto geográfico. 
 
Tempo e clima: Qual a diferença? 
O tempo atmosférico indica as condições de ar em um certo momento, ou 
seja, está relacionado a eventos que ocorrem em um curto período de algumas 
horas ou dias (LOUISVILLE, 1980; MAUNDER, 1989). O tempo meteorológico é 
extremamente variável: é um estado momentâneo da atmosfera sobre um dado 
lugar (MONTEIRO, 1991). 
A Terra gira em torno do próprio eixo, em um movimento de rotação de 24 
horas, oferecendo uma face ao sol, enquanto a oposta está na escuridão, sem calor 
direto – o que faz os dias e as noites. Esse movimento é executado com uma 
inclinação de 23º 27’da Terra em seu eixo, o que faz a desigualdade desses dias e 
noites, produzindo as estações. “Essa inclinação, fato capital, deu razão ao nome 
clima,do grego, de klinein, inclinar” (PEIXOTO, 1938). 
Climatologia 
 
18 
 
A estação do ano é uma situação astronômica que resultou das diferentes 
posições da Terra em relação ao Sol, no percurso elíptico com duração um ano. Há 
uma sucessão de estações ao longo do ano que influenciam os tipos de tempo. 
Portanto, a estação do ano apresenta um conjunto de tipos de tempo típicos 
daquela época do ano, podendo, eventualmente, ter um ou outro tipo de tempo 
excepcional para aquele período. 
Por exemplo, imagine que no Rio de Janeiro, nos meses correspondentes ao 
verão, tivéssemos alguns dias de tempo frio. Embora nos meses de verão o tempo 
frio não seja frequente, pode ocorrer excepcionalmente. 
Clima é uma série de tipos de tempo que se sucedem regularmente num 
determinado local durante longos períodos (anos, décadas e séculos). Caracteriza-
se o clima de um lugar a partir da análise de um grande número de dados 
referentes às condições do tempo que foram registrados e acumulados durante um 
longo período em estações meteorológicas (LOUISVILLE, 1980; MAUNDER, 1989). 
Portanto, podemos entender o tempo como o estado médio da atmosfera 
numa dada porção de tempo e em determinado lugar. Por outro lado, clima é a 
síntese do tempo num dado lugar durante um período de aproximadamente 30-35 
anos. Dessa forma, o clima refere-se às características da atmosfera observadas 
continuamente durante um longo período. Em poucas palavras: enquanto o clima 
apresenta uma generalização, o tempo lida com eventos específicos.Enquanto o 
meteorologista emprega leis da física e técnicas matemáticas no estudo de 
processos atmosféricos, o climatólogo faz uso de técnicas estatísticas quando retira 
informações sobre o clima a partir de informações disponíveis sobre o tempo. 
Podemos dizer que o meteorologista estuda o tempo e o climatolólogo estuda o 
clima. O tempo e o clima podem juntos, ser considerados como uma consequência 
e uma demonstração da ação dos processos complexos na atmosfera, nos oceanos 
e na terra. (AYOADE, 1998). 
Climatologia 
 
19 
 
O tempo representa uma combinação passageira na atmosfera e o clima 
resulta de condições permanentes, durante um longo período. 
O clima é uma combinação de tendências estáveis dos elementos da 
atmosfera de um lugar. Por isto, o clima interessa mais diretamente ao geógrafo, 
pois apenas os estados atmosféricos duráveis criam ou condicionam um meio. 
Entretanto, vale lembrar que só se pode atingir seguramente a noção de clima 
a partir da noção de “tempo meteorológico”. 
 
Os Métodos de análise climatológica 
 
 O Método Separativo ou Analítico 
 
O método separativo ou analítico é também chamado de método estático e 
consiste em registrar e analisar os elementos climáticos de um determinado lugar 
com o objetivo de calcular médias baseadas em longas séries de observação. 
Analisa isoladamente os elementos do clima, com dados fornecidos pelos postos 
meteorológicos. 
 
Existem duas lacunas do ponto de vista geográfico da climatologia separativa: 
- Perde o contato com a realidade por não levar em conta a interconexão 
verdadeira dos elementos. 
 
- Não explica a causa, isto é, a gênese do clima. 
 
 O Método sintético ou dinâmico 
 
O método sintético ou dinâmico, ao invés de separar os elementos do tempo, 
os considera integralmente. 
Faz-se necessário identificar de onde provem à massa de ar, quanto tempo e 
onde ela estacionou, qual a sua trajetória, etc. 
Climatologia 
 
20 
 
Concluindo, o método sintético oferece maiores possibilidades ao estudo 
geográfico do clima. 
Os dois métodos (separativo e sintético) não são incompatíveis, ao contrário, 
cada um deles deve ser praticado conforme as circunstâncias e ambos se 
completam. 
 
Os elementos e os fatores do clima 
As condições atmosféricas em certo local e momento podem ser 
caracterizadas pela combinação dos elementos do tempo. Os elementos básicos 
do tempo são: pressão atmosférica, temperatura do ar, umidade relativa, chuva, 
nebulosidade e ventos, que agem de forma integrada (LOUISVILLE, 1980; NIMER, 
1975). Além destes fatores, as correntes marítimas e a disposição do relevo 
(TEIXEIRA, et all 2003) são fundamentais elementos determinantes ao clima de um 
lugar. 
 
Pressão e temperatura 
O núcleo de alta pressão pode ser chamado também de anticiclone. Neste 
caso, o ar (frio) se comprime e tende a descer em direção à superfície terrestre, 
havendo saída de ar para outras áreas (divergência). O núcleo de baixa pressão 
também é chamado de ciclone. O ar da baixa pressão (quente) é menos denso, 
tende a elevar-se e convergir (convergência). 
Climatologia 
 
21 
 
Representação na carta do tempo das zonas de alta e baixa pressão e 
esquema da circulação do ar em zonas de alta e baixa pressão. 
 
A temperatura da superfície terrestre e do ar próximo a ela é um fator 
importantíssimo para a distribuição da vida animal e vegetal. A temperatura das 
superfícies terrestres e aquáticas é diretamente relacionada à temperatura do ar, há 
uma troca mútua de calor entre elas. 
 
Umidade relativa 
Existe, na atmosfera, água na forma de vapor. A condensação desse vapor 
origina fenômenos do tempo, como por exemplo: nuvens, nevoeiro, orvalho, etc. 
Existe também um limite para a quantidade de vapor de água que determinado 
volume de ar pode conter a certa temperatura. Quando tal limite é alcançado, diz-
se que o ar está saturado e podem ocorrer precipitações como chuva ou neve. O ar 
quente suporta mais vapor que o ar frio. A quantidade de vapor de água 
correspondente ao volume e à temperatura do ar é expressa em porcentagem: 
umidade relativa. O ar está saturado quando a umidade relativa chega a 100%. 
Climatologia 
 
22 
 
Chuvas 
A condensação das moléculas de água suspensas na atmosfera origina as 
chuvas (figura 2). O registro dos dados do total das chuvas pode ser feito 
observando-se a quantidade de água acumulada num período de 24 horas no 
pluviômetro, geralmente obtidos em estação meteorológica a partir de 
pluviômetros – aparelho medidor em mm – e apresentados na forma de um 
climograma. 
 
Climatologia 
 
23 
 
Estação Meteorológica 
 
 
Climatologia 
 
24 
 
Nebulosidade 
A nebulosidade está ligada às condições de cobertura do céu: claro, 
parcialmente encoberto ou totalmente encoberto. 
A condensação do vapor de água na atmosfera dá origem às nuvens de 
diversos tipos, das quais se destacam a cirros, estratos, nimbos e cúmulos. 
A nebulosidade está diretamente relacionada às massas de ar na medida em 
que ocorre deslocamento de frentes (frias e quentes) gerando maior intensidade 
de ventos e chuvas. 
 
Ventos 
Os dados da direção dos ventos são indicados pelas siglas dos pontos cardeais 
e colaterais e podem ser representados por seta. Por exemplo: se um vento sopra 
do quadrante sul pode-se usar como representação uma seta como a seguinte. 
O sistema atmosférico, do qual os ventos são elementos essenciais, é 
composto por massas de ar que se caracterizam quanto à temperatura e umidades. 
Os deslocamentos das massas de ar geram trocas térmicas entre áreas de baixa e 
alta pressão atmosférica e os seus ventos – chamados de alísios – buscam as 
latitudes menores. 
Climatologia 
 
25 
 
IMPORTANTE 
Massas de ar 
Uma grande porção da atmosfera que ao se deslocar modifica o tempo de 
uma região. Possuem uma simbologia definida quanto suas características: 
 
 
 
Pressão atmosférica 
Corresponde à força provocada pelo peso do ar, quanto maior a temperatura 
do ar, maior a concentração de moléculas por metro cúbico de ar e, portanto, 
maior a pressão atmosférica. 
Os elementos do tempo são resultantes da ação recíproca de diversos fatores 
ou causas determinantes, como por exemplo: a latitude, altitude, distância do mar, 
relevo, tipo de solo, vegetação, etc (NIMER, 1975). Não é fácil a distinção entre os 
elementos e os fatoresdo clima. Deve-se considerar que a ação dos elementos do 
clima está sujeita as interferências dos fatores geográficos e biológicos, conforme 
ilustrado abaixo: 
 
Latitude 
É o primeiro fator que se deve considerar ao determinar zonas climáticas, visto 
que o sol é a única fonte de calor em quantidade considerável. O efeito do sol é 
maior quanto mais seus raios incidem perpendicularmente. 
Climatologia 
 
26 
 
 
 
Altitude 
A altura sobre o nível do mar exerce uma profunda ação no clima, em muitos 
aspectos é parecida com o aumento da latitude. Alguns dos efeitos mais 
importantes que exerce a altitude são: a diminuição da temperatura média e o 
aumento da precipitação. Tais características são justificadas pelo fato de o 
aquecimento da Terra se de baixo para cima, ou seja: a irradiação solar ou refração 
dos raios solares é o responsável pela temperatura no relevo, ao passo que o 
aumento das precipitações em altitude se deve ao bloqueio e retenção das massas 
úmidas (chuvas orográficas). 
 
Distância do mar 
Depois da variação da insolação com a latitude, a distribuição de terras e 
mares constitui um importante determinante do clima. A água conserva mais calor 
que a terra. É mais lenta para aquecer, mas também mais lenta para esfriar. Ela 
exerce uma influência moderadora na temperatura, que se estende, às vezes, até 
lugares distantes no interior dos continentes. 
Climatologia 
 
27 
Solo 
A formação geológica e a composição do solo configuram também menores 
fatores que determinam o clima. As superfícies de cores escuras absorvem mais 
raios de sol que as de cores claras e são geralmente mais quentes durante o dia, 
aquecendo o ar situado acima delas. A capacidade de materiais em refletir os raios 
solares chamamos de albedo: corpos escuros possuem baixo nível de reflexão, 
portanto, baixo albedo. Ao passo que os corpos claros são altamente reflexivos e 
dotados de albedo alto. 
Além da coloração dos materiais, a textura ou granulometria destes 
condiciona a uma maior ou menor absorção de calor: os terrenos secos, como as 
areias, têm um calor específico baixo e variam rapidamente de temperatura, 
enquanto que os terrenos úmidos, como os argilosos, retêm umidade e tendem a 
conservar o calor e o frio. 
 
Vegetação 
O clima é o principal determinante do tipo de vegetação. A presença de 
florestas ou pastagens, por exemplo, influencia a quantidade de chuva e a 
vegetação, por sua vez, age poderosamente sobre o clima. Tenhamos como 
exemplo a densa vegetação das florestas tropicais que com sua enorme 
evapotranspiração, aumenta a umidade do ar e facilita a chuva. De um lado as 
florestas influem na temperatura e de outro interrompem os ventos. 
Além da umidade liberada, a vegetação atua na retenção de gases estufa 
(dióxido de carbono) e elementos químicos dispersos na atmosfera por meio de 
uma “ciclagem” de nutrientes que envolvem o solo e seus elementos bióticos e 
abióticos (ODUM, 1969). Contudo, sua capacidade de conversão da radiação solar 
através da fotossíntese em energia ao seu metabolismo – crescimento da espécie 
vegetal – é tida como importante mecanismo de controle do clima local. 
Em função da combinação dos elementos e fatores do clima, cada tipo 
climático possui características próprias, capazes de determinar consequências 
peculiares que condicionam tanto a paisagem física e biológica como as próprias 
atividades do homem. 
Climatologia 
 
28 
 
Correntes marítimas 
A dinâmica que movem estes verdadeiros “rios” de água salgada meios aos 
oceanos é decorrente das condições térmicas e de pressão das latitudes onde são 
geradas: se advém dos polos são frias e alteram o clima das regiões continentais 
por onde passam – a exemplo da corrente de Humboldt ao passar pelo Chile. Dessa 
forma, são capazes de levar umidade, calor, precipitação ou estiagem. 
 
Relevo 
A disposição do relevo possui uma direta influência nas condições climáticas, 
já pode obstruir a circulação das massas de ar ou interferir na temperatura e 
umidade do ar em grandes altitudes. Geralmente o relevo exposto para o litoral 
possui maior índice de umidade e precipitações dàqueles com sua face voltadas 
para o continente. 
Aqui encerramos esta unidade. A seguir, você encontrará sugestões 
importantes para contextualização e aprofundamento do que acabou de estudar. 
Aproveite! 
Nesta unidade você estudou o que é Climatologia, aprendeu a diferenciar 
clima e tempo e a identificar os elementos e os fatores do clima. Na próxima, 
estudaremos a atmosfera terrestre e as bases dinâmicas de circulação. 
Climatologia 
 
29 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Aprofunde seus conhecimentos lendo: 
DREW, D. Processos interativos homem-meio ambiente. 6ª edição. Rio de 
Janeiro. Bertrand, 2005. 
VIERS, G. Climatologia. Barcelona. Oikos-Tau, 1975. 
 
 
 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Climatologia 
 
30 
 
Exercícios – Unidade 1 
 
1) Leia com atenção os itens abaixo, classifique-os em (C) certo ou (E) errado. Em 
seguida escolha a alternativa adequada. 
 
I - O conceito de tempo refere-se às características gerais dos elementos e 
propriedades da atmosfera observadas durante um longo período de análise. 
II - Clima constitui a sucessão habitual do tempo em um lugar durante um longo 
período permitindo identificar os padrões gerais de distribuição da temperatura, 
pluviosidade, deslocamento de massas de ar, entre outros fatores. 
III - A meteorologia é a ciência que estuda a atmosfera e também valoriza a 
interdisciplinaridade, visto que necessita de conhecimentos da Geografia, da Física 
e da Química de maneira integrada. 
IV - O tempo constitui um estado momentâneo das condições atmosféricas como 
temperatura, umidade e nebulosidade. 
V - Uma das atribuições da Climatologia é o estudo das características dos 
diferentes tipos de clima existentes no mundo e no Brasil. 
 
Pode-se afirmar que estão corretas: 
 
a) Somente I e III. 
b) Somente II, III e IV. 
c) Somente III, IV e V. 
d) Somente II, III, IV e V. 
e) Somente I, II, III, IV e V. 
Climatologia 
 
31 
 
2) De acordo com o esquema abaixo, podemos afirmar que: 
 
 
 
 
 
 
 
a) o centro de alta pressão está em A. 
b) o centro de alta pressão está em A e B. 
c) o centro de alta pressão está em B. 
d) o centro de baixa pressão está em A e B. 
e) o centro de baixa pressão está em B. 
 
3) “Quito (Equador), situada bem próxima à linha do Equador, possui temperaturas 
médias semelhantes ao clima ameno de Paris (França), situada em plena zona 
temperada.” 
 
A afirmativa pode ser explicada pela influência da: 
a) Maritimidade. 
b) Latitude. 
c) Altitude. 
d) Continentalidade. 
e) Vegetação. 
Climatologia 
 
32 
 
4) Sabe-se que a pressão atmosférica, à superfície da terra é, em média, de 1015 
mb. As zonas com níveis superiores à média são chamadas de ALTA PRESSÃO e as 
zonas com níveis inferiores à média são chamadas de BAIXA PRESSÃO, como nos 
exemplos a seguir: 
 
ZONA 1 
Anticiclone; 1030 mb; ar descendente das altas camadas atmosféricas em direção a 
solo. 
 
ZONA 2 
Depressão atmosférica; 985 mb; ar ascendente da superfície em direção às altas 
camadas. 
 
Com base nas informações acima, é correto afirmar que: 
 
a) os ventos tendem a sair da zona 1, direcionando-se para a zona 2. 
b) falta uma informação fundamental – a umidade – para definir a direção dos 
ventos. 
c) os ventos podem tomar a direção de 2 para 1 ou 1 para 2, de acordo com os 
hemisférios. 
d) os ventos tendem a sair da zona 2, direcionando-se para a zona 1. 
e) as informações apresentadas são insuficientes para definir a direção dos 
ventos. 
Climatologia 
 
33 
 
5) “A latitude é inversamente proporcional à temperatura”A alternativa que melhor explica a afirmação acima, está em: 
a) As altitudes baixas (0° Equador) estão mais próximas do sol e, portanto, é a 
zona de maior aquecimento; 
b) As regiões polares (elevadas latitudes) são pouco aquecidas pelo sol. 
c) As linhas do Equador, trópico de Câncer e Capricórnio são pontos quentes 
aquecidos pelo magma. 
d) A zona intertropical (entre as latitudes médias 30°) destaca-se pela alta 
amplitude térmica. 
e) As regiões polares (latitudes baixas) são distantes das regiões de maior 
radiação solar. 
 
6) O ramo da Geofísica que estuda os fenômenos que ocorrem na atmosfera 
chama-se: 
 
a) Hidrologia. 
b) Aeronomia. 
c) Meteorologia. 
d) Aeromia planetária. 
e) Astronomia. 
Climatologia 
 
34 
 
7) Observe a figura a seguir: 
 
As diferenças climáticas entre as áreas A e B do mapa são explicadas, 
principalmente, pela (s): 
 
a) Correntes marítimas e continentalidade. 
b) Altitude e latitude. 
c) Continentalidade e maritimidade. 
d) Latitude e corrente marítimas. 
e) El Niño e relevo. 
 
Climatologia 
 
35 
 
8) Dentre os principais fatores climáticos estão: 
 
a) a temperatura e a umidade. 
b) a latitude, a proximidade ou o afastamento do mar e o relevo. 
c) a temperatura e a latitude. 
d) a proximidade ou o afastamento do mar e a temperatura. 
e) nenhuma das respostas anteriores. 
 
9 ) Explique a influência da latitude na temperatura do ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Climatologia 
 
36 
 
10 ) Observe a imagem abaixo: 
 
Explique como a cobertura da vegetação pode influenciar na no clima de uma 
localidade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Climatologia 
 
37 
 
A atmosfera terrestre e 
as bases dinâmicas de 
circulação 
A atmosfera terrestre. 
As massas de ar e as frentes. 
Brisas e monções: sistemas de ventos. 
Brisas marítimas e brisas terrestres. 
Radiação solar. 
Radiação atmosférica. 
Umidade atmosférica. 
Nuvens. 
Precipitação. 
 
2 
Climatologia 
 
38 
 
Caro aluno, iniciaremos agora nossos estudos sobre a atmosfera terrestre e os 
principais eventos que nela ocorrem e as bases dinâmicas de circulação. 
 
 
Objetivos da unidade 
 Estudar a atmosfera terrestre e sua importância para o clima. 
 Contextualizar o fluxo de correntes marítimas na influência do clima. 
 Entender as bases dinâmicas da circulação. 
 
Plano da unidade 
 A atmosfera terrestre. 
 As massas de ar e as frentes. 
 Brisas e monções: sistemas de ventos. 
 Brisas marítimas e brisas terrestres. 
 Radiação solar. 
 Radiação atmosférica. 
 Umidade atmosférica. 
 Nuvens. 
 Precipitação. 
Climatologia 
 
39 
 
A atmosfera terrestre 
 
A atmosfera é composta por uma fina camada de gases sem cheiro, cor ou 
gosto, que se concentra junto à superfície terrestre pela força da gravidade. Ela 
rodeia e protege a Terra, impedindo que sua superfície seja afetada por fenômenos 
cósmicos que poderiam destruir grande parte da vida do planeta. 
Entre os gases mais importantes na composição da atmosfera estão o 
nitrogênio (78,08%), o oxigênio (20,94%), o argônio (0,93%), o dióxido de carbono 
(0,03% - variável) e o ozônio (0,00006%). Esses gases se tornam rarefeitos e 
desaparecem com a altitude. 
A quantidade de vapor d’água na atmosfera está intimamente relacionada 
com a temperatura do ar e a disponibilidade de água na superfície. 
 
Estrutura da atmosfera 
A atmosfera está estruturada em três camadas relativamente quentes, 
intercaladas por duas relativamente frias. 
É estruturada por cinco camadas: Exosfera, Termosfera, Mesosfera, Estratosfera 
e Troposfera: 
Camada Altitude Principais características 
 
Exosfera 
 
Acima de 
600 km 
Zona de rarefação. Temperaturas elevadas. Junto com a ionosfera e 
mesosfera, forma a atmosfera superior. 
Termosfera 
ou 
Ionosfera 
 
80 a 600km 
Zona de partículas ionizadas. Reflexão de ondas radiofônicas. 
Elevação de temperatura decorrente da absorção de parcelas de 
radiação solar – raios X, gama e ultravioleta. 
Mesosfera 50 a 80 km Zona de rarefação que leva a uma queda de temperatura. A grande 
rarefação diminui a capacidade de seus gases em reterem energia 
solar. 
 
Estratosfera 
 
12 a 50 km 
A temperatura aumenta com a altitude devido à presença de grande 
parte do ozônio atmosférico total. Junto com a troposfera, constitui a 
atmosfera inferior. 
 
Troposfera 
 
Até 12 km 
Onde ocorrem os fenômenos meteorológicos e são estabelecidas às 
condições de tempo. Por isso, é de importância direta para o homem. 
A temperatura diminui, em média, 6,5º C por quilômetro. 
 
Climatologia 
 
40 
 
A humanidade habita a parte mais densa da atmosfera onde os gases estão 
em constante movimento. A baixa atmosfera — chamada de troposfera — tem um 
papel importantíssimo no desenvolvimento da vida, na evolução das formas do 
relevo, na existência de superfícies secas e úmidas, etc. É na troposfera que se 
desenvolve a maioria dos fenômenos que interessam ao tempo e ao clima. 
 
As massas de ar e as frentes 
 
Nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido isoladamente. 
Qualquer acontecimento natural deve ser analisado e justificado considerando-se 
sua ligação com os demais acontecimentos. A vegetação, por exemplo, não será 
bem estudada se considerada isolada do clima que a domina. Da mesma maneira, 
o clima não pode ser explicado sem o conhecimento do seu mais importante fator: 
as massas de ar (NIMER, 1979). As massas de ar e as frentes são fundamentais para 
explicar o comportamento do tempo. 
Na terra, existem grandes extensões de superfícies homogêneas 
constituídas pelas regiões polares cobertas de gelo, áreas marítimas quentes ou 
frias, regiões desérticas, etc. Se o ar permanecer estacionário durante um período 
de tempo sobre tais superfícies homogêneas, haverá a formação de massas de ar 
influenciadas pelas características da superfície de contato. Por exemplo: algumas 
massas de ar fria são formadas nas regiões árticas e antárticas, enquanto massas 
quentes se formam em regiões tropicais. Cada uma dessas massas poderá ser 
úmida ou seca de acordo com as características da área-fonte (marítima ou 
continental). Além disso, as características das massas de ar se modificam durante 
seus deslocamentos. 
Climatologia 
 
41 
 
A formação de uma massa de ar ocorre nos grandes centros de alta pressão 
(anticiclones), nas regiões polares e nas subtropicais do globo. Estas são as 
principais áreas-fonte de massas de ar e nelas o tempo é frequentemente firme ou 
estável. 
O sistema atmosférico, do qual os ventos são elementos essenciais, é composto 
por massas de ar que se caracterizam quanto a temperatura e umidades. Os 
deslocamentos das massas de ar geram trocas térmicas entre áreas de baixa e alta 
pressão atmosférica e os seus ventos – chamados de alísios – buscam as latitudes 
menores, conforme as ilustrações abaixo: 
 
Circulação dos ventos alísios de alta para baixa pressão 
 
Deslocamento dos ventos alísios de acordo com a pressão atmosférica. 
 
 
Os centros de baixa pressão (ciclones) são comuns nas regiões equatoriais e 
nas subpolares. Essas regiões são zonas de atração de massas de ar, estando 
sujeitas à formação de frentes. As frentes ou fenômenos frontais são resultantes do 
encontro de massas de ar de características distintas. Onde elas ocorrem o ar é 
muito agitado e o tempo é instável. 
Climatologia 
 
42 
 
As frentes se formam principalmente entre as latitudes de 35º e 60º de ambos 
os hemisférios, onde se chocam as massas quentes provenientes da zona 
intertropical e as massas frias das zonas extratropicais. A nebulosidade está 
diretamente relacionada às massas de ar na medida em que ocorre deslocamento 
de frentes (frias e quentes) gerando maior intensidade de ventos e chuvas. 
 
Nas zonas de baixas latitudes, próximas ao Equador, o contraste entre as 
massas de ar não é tão acentuado,já que são áreas onde apenas converge o ar 
quente, proveniente nos dois hemisférios. Também ocorrem aí fenômenos como 
agitação do ar e chuvas. Porém, como as diferenças entre as massas de ar não são 
muito evidentes (como as diferenças que ocorrem nas latitudes médias) esse 
encontro não é chamado de frente, mas sim de convergência intertropical (CIT). 
As massas de ar formadas nos centros de alta pressão são atraídas pelos 
centros de baixa pressão. 
Quando as pressões estão em baixa, em qualquer lugar da Terra, poderá 
indicar que a região será transformada em palco de um conflito entre as massas de 
ar de procedências e características diferentes. Haverá entre elas uma superfície de 
separação onde ocorre o choque, ou seja, a frente (LOUISVILLE, 1980). A frente 
afeta também uma faixa anterior e posterior a ela. 
Climatologia 
 
43 
 
Após sua formação em uma área-fonte, as massas de ar podem deslocar-se, 
empurrar umas às outras e alcançar regiões geográficas distantes, para onde levam 
as características de suas longínquas áreas de origem. Como exemplo, temos a 
“friagem” que chega à Amazônia Ocidental. 
 
O jogo estacional das massas de ar e das frentes 
Os movimentos das massas de ar controlam o ritmo climático de cada lugar e 
determinam a sucessão habitual dos tipos de tempo. Os deslocamentos das massas 
de ar têm intensidades, direções e efeitos específicos nas diversas estações do ano. 
Identifica-se este processo sazonal na região intertropical a partir de suas 
zonas de insolação, onde oscilam ora entre as reduzidas ou elevadas temperaturas 
dos meses do inverno e verão (solstícios), ora entre as semelhantes médias dos 
meses de primavera e outono (equinócios). Os climas tropicais possuem elevadas 
temperaturas médias anuais e menores amplitudes térmicas anuais do globo, o 
que não ocorre nas zonas temperadas e glaciais onde há elevadas amplitudes 
térmicas anuais associadas às amenas temperaturas. 
 
 
Climatologia 
 
44 
 
Verão 
 
 O sol incide perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio no 
solstício de verão do hemisfério sul, no mês de dezembro. 
 Predomínio da maior duração do dia à medida que se aumentam as 
linhas latitudinais do hemisfério sul. 
 O hemisfério sul é fortemente aquecido, o que determina o 
predomínio da atuação de massas quentes. 
 A CIT ondula ao sul do Equador e afeta a Amazônia e o Nordeste 
ocidental. Caso a CIT alcance o sertão semi-árido, poderão ocorrer 
chuvas. 
 A massa quente e úmida que se forma no anticiclone dos Açores, no 
hemisfério norte, poderá penetrar pelo norte do Brasil. 
 A massa equatorial Continental (MEC) e Tropical Continental (MTC) 
deslocam-se periodicamente de suas áreas-fonte e atingem o sul do 
país. 
 As invasões polares são menos frequentes e menos potentes, 
limitadas ao sul do Brasil. 
Climatologia 
 
45 
 
Inverno 
 O sol incide perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer no 
solstício de inverno do hemisfério sul, no mês de junho. 
 Premonínio de uma maior duração da noite à medida que se 
aumentam as latitudes no hemisfério sul. 
 As noites têm uma duração maior no hemisfério sul e há uma longa 
noite hibernal na Antártida, onde o ar frio se acumula. 
 As massas polares invadem com vigor a América do sul e fazem com 
que a ação das massas quentes recue para latitudes mais baixas (ao 
norte do continente). 
 A CIT se mantém ao norte da linha equatorial. 
 As frentes frias podem atingir a Amazônia Ocidental e provocar a 
“friagem” e também o litoral do Nordeste Oriental e ocasionar fortes 
chuvas. 
 As massas tropicais são menos úmidas nesta época (menor 
evaporação) e, ao encontrarem a superfície continental menos 
aquecida, proporcionam tempo estável e firme. 
 
Primavera e outono 
 Representam situações de transição entre o verão e o inverno com 
predomínio dos equinócios (ambos os hemisférios) que confere 
temperaturas médias similares e pequena variação de duração entre 
dias e noites. 
Climatologia 
 
46 
 
Brisas e monções: sistemas de ventos 
 
O comportamento distinto entre mares e terras no que se refere às variações 
de temperatura ocasiona uma diferença de pressão que produz ventos periódicos 
denominados brisas marítimas e terrestres e anuais denominados monções. 
Para estudar a atmosfera segundo uma concepção dinâmica é preciso levar 
em conta, primeiramente, os mecanismos de circulação associados às 
termodinâmicas da superfície marítimas e terrestres e dos hemisférios Norte e Sul. 
 
Brisas marítimas e brisas terrestres 
 
O aquecimento do continente durante o dia forma uma corrente de ar 
ascendente e um aporte de ar marítimo, ao passo que o esfriamento do mesmo ar 
situado sobre o continente durante a noite provoca uma descida que causa a 
expulsão de ar em direção ao mar. As brisas marítimas e terrestres são mais 
marcantes e regulares quando as mudanças de temperatura são mais frequentes e 
especialmente nos climas equatoriais. Em outras áreas, então, ocorrem de forma 
muito irregular e menos frequentemente. Isso acontece porque esses sistemas de 
ventos tendem a serem encobertos por outros sistemas meteorológicos, mas nos 
trópicos os sistemas de ventos diurnos assumem alguma importância, na ausência 
de frentes frias, tão comuns na região temperada (AYOADE, 1998). 
Estes dois principais tipos de sistemas de ventos diurnos (brisas terrestres e 
marítimas) ocorrem mais conhecidamente ao longo da costa, mas também 
ocorrem perto de grandes lagos ou de outras grandes massas aquosas. 
Climatologia 
 
47 
 
Portanto, as brisas terrestres e marítimas não se limitam aos trópicos. São 
causadas pelas diferenças térmicas entre a superfície terrestre e a superfície 
aquática. Durante o dia, a terra se aquece mais rapidamente do que a superfície 
aquática. Uma baixa térmica local desenvolve-se sobre o continente, com ventos 
soprando do mar para a terra. Essa é a brisa marítima. À noite, a terra se esfria 
rapidamente, enquanto o mar permanece quente; o gradiente de pressão é, dessa 
forma, invertido e o vento passa a soprar da terra em direção ao mar. Esta é a brisa 
terrestre (AYOADE,Ibid). 
 
Climatologia 
 
48 
 
Monção 
Do mesmo modo como o curso diário da temperatura origina as brisas 
marítimas e terrestres, a variação durante o ano origina ventos do continente no 
inverno e de mar no verão: as monções. Quase toda a extensão de terra de grande 
dimensão está sujeita a uma considerável variação anual de temperatura, o que 
origina uma monção. 
Mudanças sazonais na circulação da atmosfera tropical são muito pequenas 
sobre os grandes oceanos, mas grandes sobre os continentes e mares adjacentes. 
Isto ocorre porque os continentes, em virtude de suas diferentes características 
térmicas, produzem variações térmicas sazonais muito maiores do que os oceanos. 
No verão, os continentes são transformados em centros de baixa pressão, 
enquanto, no inverno, eles são relativamente frios se comparados com os oceanos 
quentes. Os continentes tropicais e os oceanos que os circundam experimentam, 
então, uma inversão sazonal na direção do vento, conhecida como “monção”. A 
causa básica e essencial da monção é o aquecimento diferencial de grandes áreas 
continentais e oceânicas, variando com a estação. As monções têm sido 
consideradas, por alguns, como brisas terrestres e marítimas nas escalas 
continentais e sazonais (AYOADE, 1998). 
 
Corrente marítimas 
No interior dos oceanos, existem porções de água que se deslocam 
continuadamente na mesma direção e semelhante velocidade, como se fossem 
rios resultantes da ação dos ventos constantes e do movimento de rotação da 
terra. As correntes marítimas distinguem-se das águas dos oceanos que a 
circundam devido à temperatura e salinidade distinta. Dessa forma, na região 
equatorial, os ventos alísios de Nordeste e de Sudeste conduzem as correntes de 
Leste para o Oeste. 
Climatologia49 
 
Os tipos de correntes estão associados às localidades de formação – latitudes 
médias – e subdividem-se em correntes quentes e frias (BLAIR, 1942): 
 
 Correntes quentes: originam-se nas latitudes médias e deslocam-se 
de leste para oeste contribuindo para amenizar as baixas 
temperaturas de áreas temperadas ou durante o período de inverno. 
 Correntes frias: originam-se nos polos Ártico ou Antártico e 
encaminham-se em direção à linha do Equador. São responsáveis 
por suavizar temperaturas elevadas em países tropicais 
 
Além de exercerem influência no clima das áreas que “banham”, as correntes 
marítimas, geralmente frias, contribuem para tornar alguns lugares piscosos – ao 
transportar plânctons e minúsculos animais ou vegetais que atraem cardumes. 
 
El Niño e La Niña 
 
Um componente do sistema climático da terra é representado 
pela interação entre a superfície dos oceanos da baixa atmosfera 
adjacente a ele. Os processos de troca de energia e umidade entre 
eles determinam o comportamento do clima, e alterações destes 
processos podem afetar o clima regional e global. 
 El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais 
e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial. A palavra El Niño é 
derivada do espanhol e refere-se à presença de águas quentes que 
todos os anos aparecem na costa Norte do Peru na época de Natal. 
Os pescadores do Peru e Equador chamaram a esta presença de 
águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Niño 
Jesus ou Menino Jesus. 
Climatologia 
 
50 
 
Na atualidade, as anomalias do sistema climático que são 
mundialmente conhecidas como El Niño e La Niña representam 
uma alteração do sistema oceano-atmosfera no Oceano Pacífico 
tropical e que tem consequências no tempo e no clima em todo o 
planeta. Nesta definição, considera-se não somente a presença das 
águas quentes da Corriente El Niño, mas também as mudanças na 
atmosfera próximas à superfície do oceano, com o enfraquecimento 
dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região 
equatorial. Com esse aquecimento do oceano e com o 
enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas mudanças 
da circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando 
mudanças nos padrões de transporte de umidade e, portanto, 
variações na distribuição das chuvas em regiões tropicais e de 
latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo, também são 
observados aumento ou queda de temperatura. (OLIVEIRA. 1999. 
(Falta pág.) 
 
Contudo, a razão dessa mudança na intensidade dos ventos alísios ainda é 
uma incógnita. Pesquisadores associavam o fenômeno El Niño às elevações do 
aquecimento global, porém a ocorrência de seu fenômeno oposto – La Niña – essa 
tese deixou de ser a principal opção: as pesquisas em andamento não chegaram a 
uma explicação conclusiva. 
 
Então: 
 Em condições normais: as águas do Pacífico 
Oriental são mais quentes, devido aos ventos 
alísios que sopram de leste para oeste, que 
acumulam as águas superficiais (quentes) 
nessa região e trazem à superfície da América 
do Sul águas mais frias de profundidade. 
Desse modo, se dá o fenômeno de 
ressurgência. 
 
Ressurgência: quando as 
águas frias afloram junto à 
costa Oeste da América do 
Sul, trazendo nutrientes para 
os peixes. 
Climatologia 
 
51 
 Durante o El Niño: os ventos mudam de sentido, agora sopram de 
oeste para leste, deixando as águas mais quentes próximas da 
América do Sul. 
 Durante o La Niña: as condições normais descritas acima são mais 
intensas. As águas quentes vão ficar represadas no Pacífico, gerando 
uma evaporação maior e aumentando o volume de chuvas na 
região. 
 
Radiação solar 
 
A quantidade de radiação solar que incide sobre o topo da atmosfera 
terrestre depende basicamente de três fatores: o período do ano, o período do dia 
e da latitude. 
 As variações na distância da Terra para o sol afetam a quantidade de 
energia solar refletida. 
 A altitude do sol normalmente diminui com o aumento da latitude já que 
os raios solares incidem na Terra mais perpendicularmente nas 
proximidades do Equador e são mais inclinados nas altas latitudes. 
 A duração do dia oscila com a latitude e com as estações do ano. A 
duração dos dias e das noites é praticamente igual ao longo do ano na 
zona Equatorial. Dependendo da estação, há aumento ou diminuição da 
duração do dia com o aumento da latitude. 
 
No verão, por exemplo, a duração do dia aumenta do 
Equador em direção ao polo Sul. Entre o Círculo Polar Ártico e o 
polo Norte, o dia dura 24 horas. Durante o solstício de inverno do 
hemisfério Norte ocorre o inverso. A duração do dia aumenta em 
direção ao polo Sul, mas diminui em direção ao polo Norte. 
Também entre o Círculo Polar Antártico e o polo Sul, o dia dura 24 
horas, enquanto em locais de latitude semelhante no hemisfério 
Norte a duração da noite é de 24 horas. (AYOADE, 1998, p. 26-27). 
Climatologia 
 
52 
 
O padrão de distribuição da insolação pode ser alterado sobre a superfície 
terrestre, por causa do efeito da atmosfera, que absorve, reflete, difunde e reirradia 
a energia solar. 
 
 A cobertura das nuvens bloqueia a penetração da insolação. 
 A radiação é refletida pela superfície terrestre. Os valores de albedo 
variam com o tipo de superfície. De um modo geral, superfícies secas 
ou de cores claras refletem mais radiação que superfícies úmidas ou 
de cores escuras. 
 
 
Outros fatores influenciam a distribuição da insolação sobre a superfície da 
Terra: a distribuição, elevação e aspecto das superfícies terrestres e aquáticas. 
A terra e a água apresentam propriedades térmicas distintas e reagem de 
maneira diferente à insolação. A água se aquece e se resfria mais devagar que o 
solo, tendendo a armazenar calor. Já a terra devolve o calor mais rapidamente à 
atmosfera. Tais diferenças nas propriedades térmicas das superfícies terrestres e 
aquáticas ajudam a criar o chamado efeito de continentalidade. Elas são 
responsáveis também pelas brisas terrestres e marítimas em áreas costeiras. 
Albedo: proporção de radiação incidente refletida pela superfície. Este índice de reflexão 
da superfície varia de acordo com as características de cor ou textura dos materiais: 
menor albedo para materiais rígidos e esculo (asfalto) e maior albedo para materiais de 
baixa densidade e claros (neve). 
Climatologia 
 
53 
 
Radiação atmosférica 
 
A atmosfera age como o vidro de uma estufa: a radiação solar consegue entrar, 
mas impede que a radiação terrestre saia para o espaço. Este fenômeno ocorre 
graças aos gases como o carbono, que existem naturalmente na atmosfera e 
formam uma redoma protetora que impede a dissipação para o espaço da radiação 
vinda do sol. Contudo, o aumento anormal da concentração desses gases “estufa” 
em decorrência das atividades humanas (queimadas e uso de combustíveis fósseis) 
tem gerado alterações globais significativas. 
 
Umidade atmosférica 
 
Meteorologistas e climatólogos interessam-se pela quantidade e distribuição 
no tempo e no espaço do vapor d’água. Dentre os diversos motivos desse 
interesse, estão: o vapor d’água ser a origem de todas as formas de condensação e 
precipitação (indica a capacidade da atmosfera de produzir precipitação) e poder 
absorver tanto a radiação solar quanto a terrestre (desempenha o papel de 
regulador térmico e exerce grande efeito sobre a temperatura do ar). 
“Umidade é o termo usado para descrever a quantidade de vapor d’água 
contido na atmosfera” (AYOADE, 1998, p. 138). É preciso ressaltar que a umidade 
não abarca a água na forma líquida nem na sólida. O vapor d’água na atmosfera 
tem origem pela evaporação e está concentrado nas camadas baixas da atmosfera. 
 
Climatologia 
 
54 
 
Os índices de umidade mais utilizados para medir o conteúdo de umidade 
atmosférica são: 
 
 Umidade absoluta: é a massa total de água num dado volume de ar 
(expressoem g/m3 de ar). 
 Umidade relativa: é a razão entre o conteúdo real de umidade de 
uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume 
de ar pode conservar na mesma temperatura e pressão quando 
saturado — expressa em porcentagem. (AYOADE, Ibid.). 
 
Nuvens 
 
As nuvens são agregadas de gotículas de água extremamente pequenas, de 
cristais de gelo, ou uma mistura dos dois, com suas bases acima da superfície 
terrestre. As nuvens são formadas fundamentalmente devido ao movimento 
vertical de ar úmido como na convecção. 
Os dois critérios que normalmente são classificadas as nuvens são, segundo 
AYOADE (1998): 
 
 O aspecto, a estrutura e forma ou aparência da nuvem. 
 A altura na qual a nuvem ocorre na atmosfera. 
 
Dessa forma, a tipologia das nuvens obedece à intensidade com que os 
movimentos ascensionais desencadeiam os processos convectivos, frontais ou 
orográficos e, sobretudo, de acordo com a altura de suas bases em relação ao nível 
do solo determina as nuvens altas, nuvens médias e nuvens baixas (MENDONÇA & 
DANNI-OLIVEIRA, 2000): 
Climatologia 
 
55 
 
1. Altas: suas bases estão situadas a 7 km da superfície, correspondem às 
nuvens do tipo Cirrus compostas por cristais de gelo ou água super-
refriada – cirrus e cirrocumulus. 
2. Médias: suas bases situam-se entre 2 e 7 km de altura, sua composição 
essencial é a água associadas ao mau tempo – altocumulus e altostratus. 
3. Baixas: suas bases estão abaixo de 2k. Incluem-se na família as 
Nimbostratus que causam chuvas intensas – cumulus, stratocumulus e 
stratus. 
Climatologia 
 
56 
 
Precipitação 
A meteorologia utiliza o termo “precipitação” para designar qualquer 
deposição em forma líquida ou sólida vinda da atmosfera. Seguindo esta idéia, 
precipitação se refere às variadas formas líquidas e congeladas de água: chuva, 
neve, granizo, orvalho, geada e nevoeiro. Entretanto, apenas a chuva e a neve 
realmente contribuem para os totais de precipitação. 
 
Tipos de precipitação 
 
É comum classificar a precipitação em três tipos, baseando-se pela maneira de 
elevação do ar que deu origem à precipitação. Os três tipos de precipitação 
segundo AYOADE (op.cit.) e MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA (ibid.): 
 
1. Tipo convectiva ou de origem térmica: esta precipitação é causada 
pelo movimento vertical de uma massa de ar ascendente, mais quente 
que o ambiente força a coluna de ar úmido expandir-se para os níveis 
superiores da troposfera. Usualmente é mais intensa do que a 
precipitação ciclônica ou orográfica, embora normalmente seja de uma 
duração mais curta. É frequentemente acompanhada de trovões. 
 
2. Tipo ciclônica ou frontal: é causada pelo movimento vertical do ar em 
grande escala, devido ao encontro de massas de ar com características 
distintas (uma quente e outra fria). A precipitação é moderadamente 
intensa, contínua e atinge áreas extensas em seu deslocamento. Ela não é 
tão intensa quanto à precipitação convectiva, mas sua duração é mais 
prolongada (média de 6 a 12 horas), geralmente em função do tempo de 
premanência da frente no local. 
Climatologia 
 
57 
 
3. Tipo orográfico ou de relevo: usualmente é causada pela elevação do ar 
úmido sobre um terreno elevado. O relevo funciona como uma barreira à 
advenção livre do ar, forçando-o a ascender. Ocorrem quando os ventos 
quentes e úmidos se deslocam do oceano para uma área mais elevada, 
onde a temperatura, devido à altitude, é mais baixa. Tal resfriamento 
conduz à saturação do vapor, possibilitando a formação de nuvens baixas 
e chuvas na região de barlavento e, consequentemente, nuvens altas e 
escassez de chuvas na região sotavendo. 
 
IMPORTANTE 
Vertente a barlavento: região mais úmida devido à barreira de relevo 
que força o ar úmido a ascender e atingir a saturação do vapor. 
Vertente a sotavento: região mais seca e com baixa ocorrência de nuvens, uma 
vez que há descanso do ar seco. 
 
Distribuição mundial da precipitação 
De acordo com AYOADE (1998), os principais aspectos do padrão mundial 
da precipitação são os seguintes: 
 
 A precipitação é abundante na zona equatorial e é moderada a alta 
nas latitudes médias. 
 São relativamente secas as zonas subtropicais e as áreas vizinhas aos 
polos. 
 As zonas litorâneas ocidentais nos subtrópicos tendem a ser secas, 
ao passo que as zonas litorâneas orientais tendem a ser úmidas. 
 Em geral, nas altas latitudes, as costas ocidentais são mais úmidas do 
que as costas orientais. 
Climatologia 
 
58 
 
 Nas vertentes a barlavento das montanhas, a precipitação é 
abundante, ao contrário dos lados a sotavento, onde a precipitação é 
esparsa. 
 As áreas próximas dos grandes corpos hídricos recebem mais 
precipitação do que as áreas no interior dos continentes — que 
estão distantes das fontes oceânicas de suprimento de umidade. 
A precipitação sobre as 
superfícies oceânicas é maior 
do que sobre o continente. De 
um modo geral, há um 
máximo de precipitação tanto 
no continente quanto nos 
oceanos em torno do 
Equador. O volume de 
precipitação reduz em direção 
aos polos. 
O padrão de distribuição 
da precipitação no globo é 
bastante complexo em função 
da influência de vários fatores, 
tais como: a topografia, a 
distância dos grandes corpos 
hídricos, a direção e 
características das massas de 
ar, correntes marítimas, entre 
outros. 
Climatologia 
 
59 
 
Aqui encerramos esta unidade onde você estudou a atmosfera terrestre e as 
bases dinâmicas da circulação. Na próxima, estudaremos as principais classificações 
climáticas da Terra. 
A seguir, você encontrará sugestões importantes para contextualização e 
aprofundamento do que acabou de estudar. 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Aprofunde seus conhecimentos lendo: 
MENDONÇA, F. A. & DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: Noções Básicas e 
Climas do Brasil. São Paulo. Oficina de Textos, 2007. 
BLAIR, T. A. Climatology: general and regional. New York. Prentice-Hall, 
1942. 
OLIVEIRA, Gilvan S. O El Niño e Você - o fenômeno climático. São Paulo. 
Editora Transtec,2001. 
 
 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo 
a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem. 
Climatologia 
 
60 
 
Exercícios – Unidade 2 
 
 
1) Observe as imagens abaixo: 
 
 
 
A partir da análise e interpretação dessas figuras, é correto afirmar que: 
 
 
a) As brisas marítima e terrestre são causadas pelo deslocamento de massas de ar, 
cujo movimento é determinado, unicamente, pela circulação atmosférica 
global. 
b) A brisa marítima é mais intensa nos períodos do ano em que a radiação solar é 
menos elevada. 
c) A variação diurna entre as brisas marítima e terrestre é aproveitada pelos 
pescadores que partem para o mar pela madrugada e retornam ao entardecer. 
d) A brisa terrestre ocorre quanto se forma uma área de alta pressão sobre o 
continente, decorrente do menor calor na terra em relação ao mar. 
e) A brisa marítima ocorre quanto se forma uma área de alta pressão sobre o 
continente, levando a aproximação das correntes marinhas ricas em cardumes 
de peixes. 
Climatologia 
 
61 
 
2) Na figura abaixo, indicados pelos algarismos romanos I, II e III, estão 
representados os três tipos de precipitações pluviais. 
 
Identifique a alternativa que expressa corretamente a denominação das chuvas. 
 
a) I – orográfica, II frontal e III – convectiva. 
b) I – orográfica II – convectiva e III – frontal. 
c) I – convectiva, II – frontal e III – orográfica. 
d) I – frontal, II – convectiva e III – orográfica. 
e) I – convectiva, II – orográfica e III – frontal. 
 
3) Sobre os tipos de precipitação, classifique os itens em (C) certo ou (E) errado. Em 
seguida escolha a alternativa adequada. 
I. As chuvas de convecção são muito comuns nas regiões próximas ao 
equador onde predomina alta pressãoatmosférica. 
II. Na zona equatorial amazônica, as elevadas temperaturas favorecem a 
ascensão do ar quente e leve, com o resfriamento em grande altitude 
ocorre acentuada condensação formando nuvens de expressivo 
desenvolvimento vertical (cúmulo-nimbos) e a ocorrência de precipitações 
convectivas torrenciais. 
III. As acentuadas escarpas de falha que caracterizam a Serra do Mar estimulam 
a ascensão das massas de ar em altitude, reduzindo a temperatura e 
favorecendo a nebulosidade e a ocorrência de chuvas orográficas. 
IV. No inverno, a formação de frentes frias no Centro-Sul propicia a ocorrência 
de precipitação orográfica. 
V. As baixas temperaturas em alguns dias do inverno permitem a formação de 
geadas no Sul e Sudeste do país, sobretudo nas áreas de maior altitude. 
Climatologia 
 
62 
 
Pode-se afirmar que estão corretas: 
 
a) Somente I, II e III. 
b) Somente II, III e V. 
c) Somente II e III 
d) Somente II, III, IV e V. 
e) Somente I, II, III, IV e V. 
 
4) Julgue os itens sobre o fenômeno climático El Niño em (C) certo ou (E) errado. 
Em seguida escolha a alternativa adequada. 
 
I. O El Niño constitui o resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano 
Pacífico na zona intertropical provocando a formação de uma massa de ar quente 
que modifica as condições climáticas normais em diversas porções do planeta. 
II. A principal causa é o enfraquecimento dos ventos sobre o oceano fazendo com 
que a água estacionária ganhe temperatura à medida que fica exposta a radiação 
solar intensa. 
III. Para o Nordeste do Brasil, as consequências são: índices pluviométricos mais 
baixos e secas prolongadas com prejuízos para a agropecuária. 
IV. Na Amazônia, ocorre uma tropicalização com uma estação seca marcada, 
gerando maior vulnerabilidade da floresta às queimadas que podem ficar fora de 
controle. 
 
Pode-se afirmar que estão corretas: 
 
a) Somente I 
b) Somente II e III 
c) Somente II, III e IV. 
d) Somente I, III, IV. 
e) Somente I, II, III e IV. 
 
Climatologia 
 
63 
 
5) O processo pelo qual o calor se propaga através do espaço chama-se: 
 
a) condução. 
b) convecção. 
c) radiação. 
d) absorção. 
e) friagem. 
 
6) O efeito das brisas marítimas e terrestres depende diretamente de: 
 
a) desnível de temperaturas e umidade. 
b) desnível de umidade e massa de ar. 
c) desnível de temperatura e pressão. 
d) desnível de umidade e frente fria. 
e) desnível topográfico. 
 
7) Sobre as condições existentes na troposfera, pode-se afirmar que: 
 
I- O nitrogênio é o gás dominante; em menor percentagem, encontra-se o 
oxigênio. Há pequenas quantidades de gases raros. Gás carbônico, vapor 
d’água, poeiras e certos produtos de queima completam sua composição. 
II- O calor solar se distribui de forma desigual na superfície do planeta, sendo 
mais quentes as baixas latitudes e mais frias as altas. A temperatura varia 
também em função de dias e noites, com a diferença de altitude e face à 
proximidade ou distância dos mares. 
III- As pressões variam com a temperatura. Zonas mais aquecidas apresentam 
pressões mais baixas. Os ventos sopram das zonas de baixa pressão para as 
zonas de alta pressão. 
IV- O ar pode conter água em suspensão. Quanto maior a temperatura, maior 
será a quantidade de água que o ar poderá absorver. As chuvas ocorrem 
sempre em função do resfriamento das camadas de ar. 
 
Assinale a opção que contém as afirmativas CORRETA: 
 
a) apenas I e II. 
b) apenas I, II e III. 
c) apenas I, II e IV. 
d) apenas II e III. 
e) apenas II, III e IV. 
Climatologia 
 
64 
 
8) A direção dos ventos indicadas no mapa abaixo refletem um mecanismo que 
controla o ritmo climático e influi em grande parte das atividades de uma vasta 
porção do continente asiático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trata-se de um regime típico de: 
 
a) monções de inverno. 
b) alísios de sudeste. 
c) monções de verão. 
d) alísios de nordeste. 
e) ventos equatoriais de leste. 
 
Climatologia 
 
65 
 
9) Explique o fenômeno climático “El Niño” e por quê a sua ocorrência não pode ser 
explicada únicamente pelo aquecimento global. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10) Por que as variações diurnas da temperatura são maiores nos trópicos que nas 
áreas extratropicais? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Climatologia 
 
66 
 
Climatologia 
 
67 
Classificações climáticas 
 
Climas. 
Zonas climáticas - Straler 
Como analisar um climograma? 
Os climas do Brasil. 
Classificações climáticas do Estado do Rio de Janeiro. 
3 
 
Climatologia 
 
68 
 
Caro aluno, começaremos agora nossos estudos sobre as principais 
classificações climáticas. Você será capaz de identificar os climas de maior 
ocorrência no globo. 
 
Objetivos da unidade: 
 Compreender os padrões e princípios de classificação climática. 
 Identificar as características básicas das principais classificações 
climáticas do mundo. 
 Identificar as características básicas das classificações climáticas do 
Brasil. 
 Compreender porque existem tipos climáticos diferentes dentro de 
uma mesma zona climática. 
 
Plano da unidade 
 Climas. 
 Zonas climáticas - Straler 
 Como analisar um climograma? 
 Os climas do Brasil. 
 Classificações climáticas do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Climatologia 
 
69 
 
Climas 
 
Os tipos de clima da Terra consistem em modelos estáveis de condições 
atmosféricas registradas em longos períodos de tempo. Os diferentes climas são 
classificados de acordo com combinações particulares de temperatura e umidade. 
Portanto, o clima é determinado pela atitude e pela latitude, pelo vento 
predominante e pelas correntes oceânicas. 
Segundo os autores MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA (2000), embora dois 
lugares na superfície da Terra não possuam climas idênticos, torna-se possível 
definir áreas ode a combinação de diversos elementos e fatores resulta numa 
padronização de condições climáticas – região climática. Sendo, portanto, o clima 
sobre uma localidade a síntese de todos os elementos meteorológicos e climáticos 
em uma combinação singular determinada pela interação dos controles e dos 
processos climáticos, levando a sua classificação a ser ditada pela síntese de 
elementos ou tipos climáticos. 
As diversas concepções clássicas de classificação climática – Hann, Martonne, 
Koppen e Gaussen – foram desenvolvidas conforme os sistemas próprios aos 
interesses regionais de cada climatólogo. Como exemplo, a conhecida classificação 
de Koppen (Equatorial, Tropical, Subtropical, Desértico, Semiárido, Mediterrâneo, 
Temperado, Frio, Polar e Frio de Montanha) leva em conta as médias de 
temperatura e chuvas em um intervalo de pelo menos 30 anos. 
Dessa forma, explica-se a multiplicidade e abrangência da tipologia climática, 
sendo adotado nesta unidade a proposta de classificação de Arthur Straler, por ser 
considerada mais abrangente ao reconhecer a importância dos mecanismos de 
massas de ar e das frentes na caracterização dos tipos climáticos: região 
intertropical ou das latitudes baixas; região temperada ou latitudes médias; região 
polar ou latitudes altas. 
Climatologia 
 
70 
 
Zonas Climáticas - Straler 
 
Região Intertropical: engloba uma longa faixa latitudinal desde o Trópico de 
Câncer até o Trópico de Capricórnio, cruzando a linha do Equador. Nessas áreas, 
destacamos elevadas temperaturas, acompanhadas de intensa pluviosidade, bem 
como vastas zonas florestais. Nessa região, há uma controle da dinâmica das 
células de alta pressão ou anticiclonais, fonte das massas de ar tropicais e baixa 
equatorial situada entre elas, onde o ar convergente forma a zona de Convergência 
Intertropical (CIT). 
 
 Clima Equatorial ou Tropical Úmido: apresenta temperaturas e 
pluviosidade elevadas, com amplitude térmica baixa. Concentra grandes 
florestas (perenes, higrófilas e latifoliadas). Encontramos este clima no 
Brasil, na África e no sudesteda Ásia (Malásia), onde as massas tropicais 
marítimas e úmidas influenciam nas variações mensais causadas pelo 
deslocamento das massas equatoriais. 
 
 Clima litorâneo determinado pelos ventos alíseos: elevadas 
temperaturas e umidade nas costas orientais dos continentes (América 
do Sul e Central, Madagascar, Indochina, Filipinas e nordeste da 
Austrália). Expostas às massas de ar tropicais marítimas úmidas (MTM) 
determinadas pelos ventos de leste (alíseos). 
 
 Clima de estepe e desertos tropicais: delimitado pelos trópicos, onde se 
localiza a região de origem das massas de ar tropicais continentais (MTC), 
o clima árido ou desértico de precipitações anuais extremamente 
reduzidas é influenciado pelos movimentos de subsidência de ar das 
células de altas pressões continentais da região tropical (Arábia, Irã, 
Paquistão, norte da África e do México, no sudoeste dos Estados Unidos). 
Climatologia 
 
71 
 
 Clima de deserto da costa Ocidental: as temperaturas altas e a 
pluviosidade baixa é explicado pela atuação das correntes frias. Essas 
áreas costeiras ocidentais áridas encontram-se sob domínio de células de 
alta pressão subtropicais oceânicas, geradoras de massas marítimas 
estáveis e secas devido ao movimento regular de subsidência de ar 
(Península da Califórnia, na margem Atlântica do Saara, litoral do Equador 
e do Peru, no Chile Setentrional, no Sudoeste africano e na porção 
extrema Ocidental da Austrália). 
 
 Clima tropical úmido-seco: apresenta verões quentes e úmidos e 
invernos secos – típico de um clima de transição entre equatorial e 
desértico. Possuem como estação úmida o verão, onde atuam as massas 
de ar equatoriais e tropicais, e estação seca no inverno, determinadas 
por massas de ar tropicais e continentais estáveis. Favorece a existência 
dos cerrados (vegetação intercalada com árvores de porte médios e 
troncos retorcidos) e savanas africanas, no interior (Sul do México, Costa 
do Marfim na África Ocidental, na Índia, no Norte da Austrália e no Brasil 
Central). 
 
Região Temperada: ocorre entre os trópicos e os polos, onde as massas 
que se movem em direção aos polos são defrontadas pelas massas polares que se 
deslocam em direção ao Equador. 
 
 Clima subtropical úmido: localiza-se bem próximo dos trópicos, onde as 
massas de ar tropicais marítimas (MTM) carregam calor e umidade ao 
longo das frentes quentes e frias. Os verões são quentes e chuvosos e os 
invernos relativamente frios e de chuvas frequentes. As chuvas bem 
distribuídas levam a uma vegetação alta (floresta subtropical: sudoeste 
do EUA, sul do Brasil, região Platina, sudeste da África e da Austrália). 
Climatologia 
 
72 
 
 Clima marítimo da costa ocidental: clima tipicamente marítimo, é 
constantemente exposto às perturbações ciclônicas que migram de oeste 
para leste ao longo das frentes polares, dando origem à nebulosidade 
elevada e às precipitações abundantes. Em função da maritimidade, é 
rara a ocorrência de frio extremo e secas (litoral pacífico da América do 
Norte, norte da Europa, Chile meridional, sul da Austrália e Nova 
Zelândia). 
 
 Clima Mediterrâneo: esse clima apresenta uma particularidade: os 
verões são quentes e secos e os invernos são frios e chuvosos, em 
decorrência do domínio das massas tropicais estáveis no verão e das 
massas polares marítimas no inverno. A vegetação em destaque é a 
mediterrânea com carvalhos (Chile Central, Sudeste da África. Localiza-se 
no interior do Canadá, dos EUA e da Europa). 
 
 Clima de deserto e estepe das latitudes médias: compreende as 
regiões desérticas das latitudes médias (entre 35º e 50º) caracterizadas 
por alinhamentos montanhosos. Tanto as massas tropicais, quanto as 
polares e marítimas orientais dificilmente alcançam essas áreas porque 
são barradas por cadeias montanhosas, como a do Himalaia (Patagônia 
no hemisfério Sul, interior dos EUA e faixa que se estende do mar Negro à 
Mongólia). 
 
 Clima continental úmido: no inverno, dominam as massas de ar polares 
continentais, e o ar é predominantemente frio, ao passo que no verão 
dominam as massas de ar tropicais que geram temperaturas elevadas. 
Nessa região, a interação das massas de ar polares e tropicais é grande e 
estão associadas aos ciclones que se deslocam para Leste (Norte e 
Nordeste dos EUA, Norte da Europa e China, Sul da Manchúria, Centro e 
Leste da Rússia). 
Climatologia 
 
73 
 
Região polar: controlada por massas de ar polares, compreende os 
climas sob domínio das massas de ar polares, árticas e antárticas. 
 Clima subártico continental: clima típico das grandes massas 
continentais da América do Norte e da Eurásia influenciados pelas 
massas de ar polares continentais. Nessas regiões encontram-se as 
maiores amplitudes térmicas anuais de Terra: inverno com 
temperaturas mensais inferiores a 0º e verão de máximas que 
alcançam 61º (faixa que estende do Alasca até o Labrador e da 
Escandinávia até a Sibéria). 
 Clima marítimo subártico: sob influência das massas de ar polares 
marítimas (MPM), ocorre elevada pluviosidade e pequena amplitude 
térmica anual – fato incomum para essa região latitudinal. Os ventos 
fortes, a elevada nebulosidade e a frequência de precipitação 
marcam o clima marítimo subártico (sul da Groenlândia, norte da 
Islândia e extremo da Noruega). 
 Clima de tundra: o frequente mau tempo influenciado pelas 
constantes atuações das massas de ar árticas levam as elevadas 
amplitudes anuais e baixas precipitações (bordas setentrionais da 
América do Norte e da Eurásia). 
 Clima das calotas glaciais: tais condições ditadas pelas 
tempestades ciclônicas que penetram com frequência na 
Groenlândia levam a formação de extensas zonas de gelo flutuante 
do polo Norte. 
 Clima de terras altas: aparece nas diversas zonas climáticas do 
mundo, com temperaturas baixas. São decorrentes do resfriamento 
adiabático nas zonas de grandes altitudes das cadeias montanhosas. 
Em alguns casos, há a presença da chamada neve eterna (Andes – 
América do Sul; Montanhas Rochosas e Sierra Nevada – América do 
Norte; Alpes – Europa e Himalaia – Ásia). 
Climatologia 
 
74 
 
Como analisar um climograma? 
 
Para compreender um climograma que representa as médias anuais de 
temperatura e precipitação distribuídas ao longo dos meses é preciso analisar com 
atenção os três dados apresentados num climograma: 
 
 A linha horizontal ou eixo das abscissas corresponde aos meses do 
ano, onde aparecem apenas as iniciais dos meses. 
Climatologia 
 
75 
 
 A coluna da esquerda no eixo das coordenadas refere-se à 
precipitação do lugar em estudo. São representados em colunas os 
milímetros de chuva (mm) em cada mês ao longo do ano, 
geralmente de cor azul. 
 
 A temperatura média em cada mês do ano aparece na coluna da 
direita – eixo das coordenadas do gráfico. A temperatura é expressa 
por uma linha em graus Celsius (º C), geralmente de cor vermelha. 
 
Dessa forma, é possível conhecer as características do clima de uma região: se 
chove muito, se o lugar é árido, se faz muito calor o ano todo, se os invernos são 
secos ou chuvosos, etc. e até classificá-los. 
Climatologia 
 
76 
 
Estes fatores você não pode esquecer, porém existem algumas dicas como: 
 
 Observar os meses do ano em que as temperaturas e a pluviosidade 
aparecem em maior ou menor intensidade. Partindo deste ponto, 
pode-se ter uma ideia dos hemisférios e das estações do ano. 
 Perceber a localização, caso seja dada, da região pedida. Ela pode 
estar próxima ou distante do maior (menor ou maior amplitude 
térmica), numa zona montanhosa, na periferia ou dentro de um 
deserto, próxima ou distante do Equador e dos polos. 
 
A seguir temos uma breve descrição das principais características da 
classificação climática de Koppen, de acordo com as características presentes em 
seus respectivos climogramas. 
 
Clima equatorial 
Podemos

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