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Transtornos alimentares - casos clínicos

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TRANSTORNOS ALIMENTARES
Caso clínico 1
Fonte: BARNHILL e W., J. Casos Clínicos do DSM-5 – Porto Alegre: Artmed, 2015.. Disponível em: Minha Biblioteca.
Valerie Gaspard era uma mulher negra, solteira, de 20 anos, que havia recentemente imigrado para os Estados Unidos vinda da África Ocidental com a família para realizar trabalho missionário. Ela se apresentou ao clínico geral com queixa de cefaleias frequentes e fadiga crônica. O exame físico não revelou nada de interesse, exceto que seu peso era de apenas 35 kg, e sua altura, 1,55 m, resultando em um índice de massa corporal (IMC) de 14,5 kg/m2, e que não tivera seu último ciclo menstrual. Incapaz de encontrar uma explicação médica para os sintomas da sra. Gaspard, e preocupado com seu peso extremamente baixo, o médico a encaminhou para o programa de transtornos alimentares do hospital.
Durante a consulta para avaliação psiquiátrica, a sra. Gaspard estava cooperativa e simpática. Manifestou preocupação em relação ao baixo peso e negou medo de ganho de peso ou perturbação da imagem corporal: “Sei que preciso ganhar peso. Estou magra demais”, afirmou. A sra. Gaspard relatou que, antes de se mudar para os Estados Unidos, pesava 44 kg e afirmou sentir “vergonha” quando familiares e até mesmo estranhos afirmavam que havia ficado magra demais. Observou-se que todos os outros familiares que moravam nos Estados Unidos tinham peso normal ou sobrepeso.
Apesar da aparente motivação para corrigir sua desnutrição, a evocação da dieta da sra. Gaspard revelou que ela consumia apenas 600 calorias por dia. No dia anterior à avaliação, por exemplo, ela havia ingerido apenas uma pequena quantidade de macarrão, um prato de brócolis no vapor e uma xícara de feijão preto. Sua ingestão de líquidos também era bastante limitada e normalmente consistia em apenas dois ou três copos de água diários.
A sra. Gaspard forneceu vários motivos para sua parca ingestão de alimentos. O primeiro era falta de apetite: “Meu cérebro nem dá sinal de que estou com fome”, afirmou. “Não tenho vontade de comer durante o dia inteiro”. O segundo foi inchaço e náusea após as refeições: “Depois de comer me dá um desconforto”. O terceiro era a variedade limitada de alimentos permitidos pela religião, que defende uma dieta vegetariana. “Meu corpo na realidade não é meu, é um templo de Deus”, explicou. O quarto motivo era que seu baixo orçamento não permitia a aquisição das suas fontes de proteína vegetariana preferidas (p. ex., tofu, substitutos para carne processados). A sra. Gaspard não tinha concluído o ensino médio e ganhava muito pouco dinheiro com o trabalho de secretária em sua igreja.
A sra. Gaspard negou outros sintomas de transtorno alimentar, incluindo compulsão alimentar, purgação ou outros comportamentos relacionados com a perda de peso. Contudo, em relação a exercícios, relatou que caminhava, aproximada- mente, de 3 a 4 horas por dia. Negou que sua atividade fosse motivada pelo desejo de queimar calorias. Em vez disso, a sra. Gaspard afirmou que, como não dispunha de um carro e não gostava de esperar pelo ônibus, se deslocava a pé até o trabalho e para atividades de lazer.
Diagnóstico. Como a sra. Gaspard não se entrega a compulsões alimentares (i.e., ela nega ingerir grandes quantidades de alimentos enquanto sente que perde o controle) ou práticas purgativas (i.e., nega vômito autoinduzido ou abuso de enemas, laxantes, diuréticos ou outros medicamentos), seu quadro é compatível com o subtipo restritivo de anorexia nervosa (AN). Descreveu-se, em algumas populações, um risco elevado para transtorno alimentar após a imigração de um país não ocidental para um país ocidental, atribuído ao aumento da exposição a ideais de beleza ocidentais, bem como a estressores associados à aculturação. Embora a sra. Gaspard não tenha satisfeito os critérios do DSM-IV para AN devido à ausência de fobia de gordura e ao ciclo menstrual con- tínuo (ainda que irregular), ela satisfaz os critérios revisados do DSM-5 para AN.
Estudo dirigido.
Segundo o DSM-V quais são os principais critérios para o diagnóstico da AN?
Um dos critérios para o diagnóstico da AN é perda de peso significativa. Qual IMC é considerado normal? O IMC de Valerie é normal?
Quais sintomas físicos descritos por Valerie estão associados ao baixo peso?
O peso de Valerie é tão baixo que a menstruação ficou irregular. Qual a relação do baixo peso com a regularidade menstrual?
É um critério para o diagnóstico de AN uma perturbação na experiência do próprio corpo ou formato durante a autoavaliação e/ou falha em reconhecer a gravidade do baixo peso. A sra. Gaspard nega uma autoimagem distorcida e afirma que está preocupada com seu baixo peso. Ela relatou alguma atitude que a esteja levando ao ganho de peso? Dos hábitos de Valerie, quais poderiam estar levando à perda de peso?
Segundo Valerie “meu cérebro nem dá sinais de fome”. Quais regiões do cérebro estão relacionadas com a sensação de fome e de saciedade?
Caso clínico 2
Fonte: Toy, Eugene C. Casos clínicos em psiquiatria – 4. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014. Disponível em Minha Biblioteca.
Uma jovem de 19 anos é encaminhada a um psiquiatra pelas colegas de quarto, que ficaram preocupadas com seu comportamento. A paciente conta que, nos últimos dois anos, desde que entrou na faculdade, tem provocado vômitos enfiando os dedos na garganta. Esse comportamento ocorre com regularidade, 3 a 4 vezes por semana, e piora quando está estressada na aula. Diz que regularmente ingere uma grande quantidade de comida e acha que vai engordar se não vomitar. Descreve esses episódios como “comer tudo o que vê pela frente” em grandes quantidades e menciona uma ocasião em que pediu três pizzas grandes e as comeu sozinha. Afirma que se sente fora de controle quando está comendo dessa maneira, mas que não consegue parar. Tem vergonha desse comportamento e se esforça ao máximo para esconder o quanto come. Ela indica que sua autoestima parece depender muito de seu peso e de se ela se acha gorda. Concordou em conversar com um psiquiatra depois que as colegas descobriram seus vômitos autoinduzidos. O exame físico mostra uma mulher jovem com 1,70 m de altura e 61 kg. Seus sinais vitais são: pressão arterial de 110/65 mmHg, frequência respiratória de 12 respirações por minuto, temperatura de 36,8 oC e frequência cardíaca de 72 batimentos por minuto (bpm). Os outros resultados do exame físico estão nos limites normais.
Diagnóstico mais provável: Bulimia nervosa (BN).
Quais as principais características descritas sobre a paciente que permitiram o diagnóstico da BN?
Como fazer o diagnóstico diferencial entre a BN e a AN?
Quais sinais/sintomas físicos estão associados à BN?
Quais hormônios e substâncias químicas estão relacionados à regulação do comportamento alimentar à curto prazo?

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