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Camada de Rede Serviços e aplicações de rede em um dispositivo final podem se comunicar com serviços e aplicações em execução em outro dispositivo final. Como esses dados são comunicados pela rede de forma eficiente? Os protocolos da camada de rede do modelo OSI especificam o endereçamento e os processos que possibilitam o empacotamento e o transporte dos dados da camada de transporte. O encapsulamento da camada de rede permite que os dados sejam transferidos para um destino em uma rede (ou em outra rede) com sobrecarga mínima. Este capítulo aborda a função da camada de rede. Ele examina como ela divide as redes em grupos de hosts para controlar o fluxo de pacotes de dados. Ele também aborda como a comunicação entre as redes é facilitada. Essa comunicação entre redes é chamada de roteamento. A Camada de Rede A camada de rede (também conhecida como Camada 3 do modelo OSI), fornece serviços para permitir que dispositivos finais troquem dados pela rede. Para realizar esse transporte de ponta a ponta, a camada de rede usa quatro processos básicos: • Endereçamento de dispositivos finais – Os dispositivos finais devem ser configurados com um endereço IP exclusivo para identificação na rede. • Encapsulamento – A camada de rede encapsula a unidade de dados de protocolo (PDU) da camada de transporte em um pacote. O processo de encapsulamento adiciona informações de cabeçalho IP, como os endereços IP dos hosts origem (emissor) e destino (receptor). • Roteamento – A camada de rede fornece serviços para direcionar os pacotes para um host de destino em outra rede. Para trafegar para outras redes, o pacote deve ser processado por um roteador. A função do roteador é escolher o melhor caminho e direcionar os pacotes para o host de destino em um processo conhecido como roteamento. Um pacote pode atravessar vários dispositivos intermediários antes de alcançar o host de destino. Cada roteador que um pacote atravessa para chegar ao host de destino é chamado de salto. • Desencapsulamento – Quando o pacote chega à camada de rede do host de destino, o host verifica o cabeçalho IP do pacote. Se o endereço IP destino no cabeçalho corresponder ao seu próprio endereço IP, o cabeçalho IP será removido do pacote. Depois que o pacote é desencapsulado pela camada de rede, a PDU resultante da Camada 4 é transferida para o serviço apropriado na camada de transporte. Ao contrário da camada de transporte (Camada 4 do modelo OSI), que gerencia o transporte de dados entre os processos em execução em cada host, os protocolos de camada de rede especificam a estrutura do pacote e o processamento usado para carregar os dados de um host para outro. A operação sem levar em consideração os dados contidos em cada pacote permite que a camada de rede transporte pacotes para diversos tipos de comunicações entre vários hosts. Protocolos da Camada de Rede Existem vários protocolos da camada de rede. Entretanto, existem somente dois protocolos de camada de rede implementados geralmente: • Protocolo de Internet versão 4 (IPv4) • Protocolo de Internet versão 6 (IPv6) Encapsulamento IP O IP encapsula o segmento da camada de transporte ou outros dados adicionando um cabeçalho IP. Esse cabeçalho é usado para entregar o pacote ao host de destino. O cabeçalho IP permanece o mesmo desde o momento em que o pacote deixa o host de origem até que ele chegue ao host de destino. A Figura 1 mostra o processo de criação da PDU da camada de transporte. A Figura 2 ilustra a forma como a PDU da camada de transporte é encapsulada pela PDU da camada de rede para criar um pacote IP. O processo de encapsulamento camada por camada possibilita o desenvolvimento e a expansão dos serviços nas diferentes camadas sem afetar outras camadas. Isso significa que os segmentos da camada de transporte podem ser imediatamente empacotados por IPv4 , IPv6 ou qualquer protocolo que venha a ser desenvolvido no futuro. Os roteadores podem implementar esses diferentes protocolos de camada de rede para que operem simultaneamente em uma rede. O roteamento realizado por esses dispositivos intermediários considera somente o conteúdo do cabeçalho do pacote da camada de rede. Em todos os casos, a parte de dados do pacote (ou seja, a PDU encapsulada da camada de transporte) permanece inalterada durante os processos da camada de rede. Características do IP O IP foi desenvolvido como um protocolo com baixa sobrecarga. Ele fornece apenas as funções necessárias para enviar um pacote de uma origem a um destino por um sistema interconectado de redes. O protocolo não foi projetado para rastrear e gerenciar o fluxo de pacotes. Essas funções, se exigido, são realizadas por outros protocolos em outras camadas, principalmente TCP na Camada 4. As características básicas do IP são descritas na figura. IP – Sem Conexão O IP é um protocolo sem conexão, o que significa que nenhuma conexão dedicada de ponta a ponta é criada antes que os dados sejam enviados. Como mostrado na Figura 1, um exemplo de comunicação sem conexão é enviar uma carta a alguém sem notificar ao destinatário com antecedência. As comunicações de dados sem conexão funcionam com o mesmo princípio. Como mostra a Figura 2, o IP não exige nenhuma troca inicial de informações de controle para estabelecer uma conexão de ponta a ponta antes do encaminhamento dos pacotes. O IP também não requer campos adicionais no cabeçalho para manter uma conexão estabelecida. Esse processo reduz bastante a sobrecarga do IP. No entanto, sem uma conexão de ponta a ponta previamente estabelecida, os remetentes não sabem se os dispositivos de destino estão presentes e funcionais ao encaminharem pacotes, se o destino recebeu o pacote ou se os dispositivos de destino podem acessar e ler o pacote. IP – Entrega de Melhor Esforço A figura ilustra a característica de entrega não confiável ou de melhor esforço do protocolo IP. O protocolo IP não garante que o pacote enviado seja, de fato, recebido. Não confiável significa que o IP não tem a capacidade de gerenciar e recuperar pacotes não entregues ou corrompidos. Isso ocorre porque, embora os pacotes IP sejam enviados com informações sobre o local de entrega, eles não contêm nenhuma informação que possa ser processada para informar ao remetente se a entrega foi bem-sucedida. Os pacotes podem chegar ao destino corrompidos, fora de sequência ou simplesmente não chegar. O IP não tem capacidade de retransmitir os pacotes em caso de erros. Se os pacotes forem entregues fora de ordem ou estiver faltando algum pacote, as aplicações que usam os dados, ou serviços de camada superior, deverão resolver esses problemas. Isso permite que o IP funcione de forma bem eficiente. Na suíte de protocolos TCP/IP, confiabilidade é função da camada de transporte. IP – Independente de Mídia O IP opera independentemente da mídia que transporta os dados nas camadas inferiores da pilha de protocolos. Conforme mostra a figura, os pacotes IP podem ser comunicados como sinais elétricos por cabo de cobre, sinais ópticos nas fibras ou sinais de rádio em redes sem fio. É responsabilidade da camada de enlace de dados do modelo OSI pegar um pacote IP e prepará-lo para transmissão pelo meio de comunicação. Isso quer dizer que o transporte de pacotes IP não está limitado a nenhuma mídia em particular. Há, no entanto, uma característica muito importante dos meios físicos que a camada de rede considera: o tamanho máximo da PDU que cada meio consegue transportar. Essa característica é chamada de unidade máxima de transmissão (maximum transmission unit - MTU). Parte das comunicações de controle entre a camada de enlace de dados e a camada de rede é a definição de um tamanho máximo para o pacote. A camada de enlace de dados passa o valor da MTU para a camada de rede. A camada de rede então determina o tamanho que os pacotes podem ter. Em alguns casos, um dispositivo intermediário, geralmente um roteador, precisa dividir o pacote aoencaminhá-lo de um meio para outro com uma MTU menor. Esse processo é chamado de fragmentação do pacote ou simplesmente fragmentação. Cabeçalho do Pacote IPv4 O cabeçalho de um pacote IPv4 consiste em campos com informações importantes sobre o pacote. Esses campos contêm números binários que são examinados pelo processo da Camada 3. Os valores binários de cada campo identificam várias configurações do pacote IP. Os diagramas de cabeçalho de protocolo, cuja leitura é feita da esquerda para a direita, de cima para baixo, disponibilizam uma visualização para consultar ao discutir os campos de protocolo. O diagrama de cabeçalho de protocolo IP na figura identifica os campos de um pacote IPv4. Estes são os campos mais importantes no cabeçalho IPv4: • Versão – Contém um valor binário de 4 bits definido como 0100 que identifica que este é um pacote IP versão 4. • Serviços diferenciados ou DiffServ (DS) - Anteriormente chamado de Tipo de Serviço (ToS), o campo DS é um campo de 8 bits usado para determinar a prioridade de cada pacote. Os seis bits mais importantes do campo de DiffServ são o Ponto de código de serviços diferenciados (Differentiated Services Code Point - DSCP) e os últimos dois bits são os bits de notificação de congestionamento explícito (Explicit Congestion Notification - ECN). • Vida Útil (TTL) – Contém um valor binário de 8 bits que é usado para limitar a vida útil de um pacote. O remetente do pacote define o valor inicial do TTL e este é subtraído de um toda vez que o pacote é processado por um roteador. Se o campo TTL for decrementado até zero, o roteador descartará o pacote e enviará uma mensagem ICMP de tempo excedido para o endereço IP origem. • Protocolo - o campo é usado para identificar o protocolo de nível superior. O valor binário de 8 bits indica o tipo de carga de dados que o pacote está carregando, o que permite que a camada de rede transfira os dados para o protocolo apropriado das camadas superiores. Valores comuns incluem ICMP (1), TCP (6) e UDP (17). • Endereço IPv4 Origem – Contém um valor binário de 32 bits que representa o endereço IPv4 origem do pacote. O endereço de origem IPv 4 é sempre um endereço unicast. • Endereço IPv4 Destino – Contém um valor binário de 32 bits que representa o endereço IPv4 destino do pacote. O endereço IPv4 destino é um endereço unicast, multicast, ou broadcast. Os dois campos mais referenciados são os endereços IP origem e destino. Esses campos identificam a procedência do pacote e para onde ele vai. Normalmente, esses endereços não mudam quando vão da origem para o destino. Os campos Tamanho do Cabeçalho de Internet (IHL), Tamanho Total e Soma de Verificação do Cabeçalho servem para identificar e validar o pacote. Outros campos são usados para reorganizar um pacote fragmentado. O pacote IPv4 usa especificamente os campos Identificação, Flags e Deslocamento do Fragmento para organizar os fragmentos. Um roteador pode precisar fragmentar um pacote ao encaminhá-lo de uma mídia para outra que tenha uma MTU menor. Os campos Opções e Preenchimento raramente são usados e estão além do escopo deste capítulo. Limitações do IPv4 Ao longo dos anos, o IPv4 foi atualizado para enfrentar novos desafios. No entanto, mesmo com alterações, ele ainda enfrenta três grandes problemas: • Falta de endereços IP – O IPv4 tem um número limitado de endereços IPv4 públicos exclusivos disponíveis. Embora haja aproximadamente 4 bilhões de endereços IPv4, o número crescente de novos dispositivos habilitados para IP, conexões sempre ativas e o potencial de crescimento de regiões menos desenvolvidas têm aumentado a necessidade de mais endereços. • Expansão da tabela de roteamento da Internet – Uma tabela de roteamento é usada por roteadores para escolher o melhor caminho. Conforme aumenta o número de servidores conectados à Internet, também cresce o número de rotas de rede. Essas rotas IPv4 consomem muitos recursos de memória e de processador em roteadores da Internet. • Falta de conectividade de ponta a ponta – A NAT (tradução de endereços de rede) é uma tecnologia implementada com frequência em redes IPv4. A NAT é uma forma de vários dispositivos compartilharem um único endereço IPv4 público. No entanto, como o endereço IPv4 público é compartilhado, o endereço IPv4 de um host de rede interna fica oculto. Isso pode ser problemático para tecnologias que exigem conectividade de ponta a ponta. Apresentação do IPv6 No início da década de 90, a Internet Engineering Task Force (IETF) tinha uma preocupação crescente a respeito dos problemas com o IPv4 e começou a procurar um substituto. Isso levou ao desenvolvimento do IP versão 6 (IPv6). O IPv6 supera as limitações do IPv4 e possui recursos que atendem às demandas atuais e previsíveis de rede. As melhorias fornecidas pelo IPv6 incluem: • Aumento no espaço de endereços – Os endereços IPv6 são baseados em um endereçamento hierárquico de 128 bits, ao contrário do IPv4, com 32 bits. • Melhor tratamento de pacotes – O cabeçalho IPv6 foi simplificado com menos campos. • Eliminação da necessidade de NAT – Com um número tão grande de endereços públicos IPv6, a NAT entre o endereço IPv4 privado e o IPv4 público não é necessária. Isso evita alguns dos problemas induzidos pela NAT pelos quais passam as aplicações que exigem conectividade de ponta a ponta. O espaço de 32 bits de um endereço IPv4 fornece aproximadamente 4.294.967.296 endereços exclusivos. O espaço do IPv6 fornece 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 ou 340 undecilhões de endereços, o que equivale a aproximadamente todos os grãos de areia do mundo. A figura mostra uma comparação visual do espaço de endereços IPv4 e IPv6. Encapsulamento do IPv6 Uma das principais melhorias de design do IPv6 em relação ao IPv4 é o cabeçalho IPv6 simplificado. Por exemplo, o cabeçalho IPv4 da Figura 1 consiste em 20 octetos (até 60 bytes se o campo Opções for usado) e 12 campos básicos de cabeçalho, sem incluir os campos Opções e Preenchimento. Como mostrado na figura, no IPv6, alguns campos permaneceram os mesmos, alguns nomes e posições dos campos mudaram e alguns campos do IPv4 não são mais necessários. O cabeçalho IPv6 mostrado na Figura 2 consiste em 40 octetos (em grande parte devido ao tamanho dos endereços IPv6 origem e destino) e 8 campos de cabeçalho (3 campos básicos de cabeçalho IPv4 e 5 campos de cabeçalho adicionais). Como mostrado na figura, alguns campos mantiveram os mesmos nomes usados no IPv4, alguns nomes ou posições dos campos mudaram e novos campos foram adicionados. O cabeçalho simplificado do IPv6 oferece várias vantagens sobre o IPv4, como mostra a Figura 3: Cabeçalho do Pacote IPv6 Os campos no cabeçalho de pacote IPv6 incluem: • Versão – Contém um valor binário de 4 bits definido como 0110 que identifica que este é um pacote IP versão 6. • Classe de Tráfego – Este campo de 8 bits é equivalente ao campo Serviços Diferenciados (DS) do IPv4. • Rótulo de Fluxo – Este campo de 20 bits sugere que todos os pacotes com o mesmo rótulo de fluxo recebam o mesmo tipo de tratamento pelos roteadores. • Tamanho da Carga – Este campo de 16 bits indica o tamanho da parte de dados ou da carga (payload) do pacote IPv6. • Próximo Cabeçalho – Este campo de 8 bits é equivalente ao campo do protocolo IPv4. Ele exibe o tipo de carga de dados que o pacote está carregando, permitindo que a camada de rede transfira os dados para o protocolo apropriado das camadas superiores. • Limite de Saltos – Este campo de 8 bits substitui o campo Vida Útil (TTL) do IPv4. Esse valor é subtraído de um por cada roteador que encaminha o pacote. Quando o contador chega a 0, o pacote é descartado e uma mensagem ICMPv6 de Tempo Excedido é encaminhada ao host emissor, indicando que o pacote não atingiu seu destino por causa do limite de saltos. • Endereço Origem IPv6 – Este campo de 128 bits identifica o endereço IPv6 do host emissor. • Endereço DestinoIPv6 – Este campo de 128 bits identifica o endereço IPv6 do host receptor. Um pacote IPv6 pode conter também cabeçalhos de extensão (EH), que fornecem informações de camada de rede. Opcionais, os cabeçalhos de extensão ficam posicionados entre o cabeçalho IPv6 e a carga. Eles são usados para fragmentação, segurança, suporte à mobilidade e muito mais. Ao contrário de IPv4, os roteadores não fragmentam os pacotes IPv6 roteados. Decisão de Encaminhamento do Host Outra função da camada de rede é direcionar pacotes entre hosts. Um host pode enviar um pacote para: • Ele mesmo – Um host pode fazer ping em si mesmo enviando um pacote para o endereço IPv4 especial 127.0.0.1, que é conhecido como interface de loopback. O ping na interface de loopback testa a pilha de protocolos do TCP/IP no host. • Host local – Este é um host na mesma rede do host emissor. Os hosts compartilham o mesmo endereço de rede. • Host remoto – Este é um host em uma rede remota. Os hosts não compartilham o mesmo endereço de rede. Se o pacote é destinado a um host local ou a um host remoto, é determinado pela combinação do endereço IPv4 e da máscara de sub-rede do dispositivo origem (ou emissor) em comparação com o endereço IPv4 e a máscara de sub-rede do dispositivo de destino. Em uma rede domiciliar ou empresarial, é possível ter vários dispositivos com e sem fio interconectados usando um dispositivo intermediário, como um switch de LAN e/ou um access point sem fio (WAP). Esse dispositivo intermediário fornece interconexões entre hosts locais na rede local. Os hosts locais podem interagir entre si e compartilhar informações sem a necessidade de dispositivos adicionais. Se um host envia um pacote para um dispositivo configurado com a mesma rede IP do seu dispositivo, o pacote é simplesmente encaminhado pela interface do host, por meio do dispositivo intermediário, e diretamente para o dispositivo destino. É claro que, na maioria das situações, queremos que os nossos dispositivos consigam se conectar além do segmento de rede local (por exemplo, a outras residências, a empresas e à Internet). Os dispositivos que estão além do segmento de rede local são conhecidos como hosts remotos. Quando um dispositivo de origem envia um pacote a um dispositivo de destino remoto, é necessária a ajuda de roteadores e do roteamento. O roteamento é o processo de identificação do melhor caminho até um destino. O roteador conectado ao segmento de rede local é conhecido como gateway padrão (default gateway). Gateway Padrão O gateway padrão é o dispositivo de rede capaz de rotear o tráfego para outras redes. É ele que encaminha o tráfego para fora da rede local. Comparando a rede com uma sala, o gateway padrão é a porta. Se você quiser ir para outra sala (rede), vai precisar encontrar essa porta. Analogamente, um computador que não conhece o endereço IP do gateway padrão é como uma pessoa que não sabe onde fica a porta de saída de uma sala. Ela pode conversar com outras pessoas na sala (rede), mas se não conseguir o endereço do gateway padrão, ou se ele não existir, não conseguirá sair. A figura mostra as funções do gateway padrão. Uso do Gateway Padrão Normalmente, a tabela de roteamento de um host inclui um gateway padrão. O host é configurado manualmente ou recebe o endereço IPv4 do gateway padrão dinamicamente pelo protocolo DHCP. Na figura, PC1 e PC2 estão configurados com o endereço IPv4 192.168.10.1 do gateway padrão. A configuração do gateway padrão cria uma rota padrão na tabela de roteamento do computador. Uma rota padrão é a rota ou o caminho que o computador usa quando tenta entrar em contato com uma rede remota. A rota padrão é derivada da configuração do gateway padrão e colocada na tabela de roteamento do computador. Tanto PC1 quanto PC2 terão uma rota padrão para enviar todo o tráfego destinado a redes remotas para R1. Tabelas de Roteamento dos Hosts Em um host Windows, o comando route printou netstat -r pode ser usado para exibir a tabela de roteamento do host. Os dois comandos geram o mesmo resultado. O resultado pode parecer confuso no começo, mas é bastante simples de entender. Quando o comando netstat-r ou o comando equivalente route print é inserido, as três seções relacionadas às conexões de rede TCP/IP atuais são exibidas: • Lista de Interfaces – Lista o endereço MAC e o número atribuído a cada interface com rede no host, como adaptadores Ethernet, Wi-Fi e Bluetooth. • Tabela de Rotas IPv4 – Lista todas as rotas IPv4 conhecidas, como conexões diretas, redes locais e rotas padrão locais. • Tabela de Rotas IPv6 – Lista todas as rotas IPv6 conhecidas, como conexões diretas, redes locais e rotas padrão locais Decisão de Encaminhamento de Pacotes do Roteador Quando um host envia um pacote para outro host, ele usa sua tabela de roteamento para determinar para onde o pacote deve ser enviado. Se o host de destino estiver em uma rede remota, o pacote será encaminhado para o endereço de um gateway padrão. O que acontece quando um pacote chega ao gateway padrão, que normalmente é um roteador? O roteador consulta sua tabela de roteamento para determinar para onde deve encaminhar os pacotes. A tabela de roteamento de um roteador armazena informações sobre: • Rotas diretamente conectadas – Estas rotas são provenientes das interfaces ativas do roteador. Os roteadores adicionam uma rota diretamente conectada quando uma interface está configurada com um endereço IP e está ativada. Cada interface do roteador é conectada a um segmento de rede diferente. • Rotas remotas – Estas rotas são provenientes de redes remotas conectadas a outros roteadores. As rotas para essas redes podem ser configuradas manualmente no roteador local pelo administrador da rede ou podem ser configuradas dinamicamente, habilitando o roteador local a trocar informações de roteamento com outros roteadores usando um protocolo de roteamento dinâmico. • Rota padrão – Assim como um host, os roteadores também usam uma rota padrão como último recurso, caso não haja outra rota para a rede desejada na tabela de roteamento. A figura identifica as redes diretamente conectadas e as redes remotas do roteador R1. Tabela de Roteamento IPv4 do Roteador Em um roteador Cisco IOS, o comando show ip route pode ser usado para exibir a tabela de roteamento de um roteador IPv4, como mostra a figura. Além de fornecer informações de roteamento para redes diretamente conectadas e redes remotas, a tabela de roteamento também tem informações de como a rota foi aprendida, a confiabilidade e a classificação dela, quando foi sua última atualização e qual interface usar para alcançar o destino solicitado. Quando um pacote chega à interface do roteador, ele examina o cabeçalho do pacote para determinar a rede de destino. Se a rede de destino corresponder a uma rota na tabela de roteamento, o roteador encaminhará o pacote usando as informações especificadas na tabela de roteamento. Se houver duas ou mais rotas possíveis para o mesmo destino, a métrica será utilizada para decidir qual rota aparecerá na tabela de roteamento. A figura mostra a tabela de roteamento de R1 em um diagrama de rede. Entradas da Tabela de Roteamento Conectadas Diretamente Quando a interface de um roteador é configurada com um endereço IPv4, uma máscara de sub-rede e é ativada, estas duas entradas na tabela de roteamento são criadas automaticamente: • C – Identifica uma rede diretamente conectada. As redes diretamente conectadas são criadas automaticamente quando uma interface é configurada com um endereço IP e é ativada. • L – Identifica que se trata de uma interface local. É o endereço IPv4 da interface no roteador. A figura descreve as entradas da tabela de roteamento em R1 para a rede diretamente conectada 192.168.10.0. Essas entradas foram adicionadas automaticamente à tabela de roteamento quando a interface GigabitEthernet 0/0 foi configurada e ativada. Clique em cada sinal de mais (+)para ver informações adicionais sobre as entradas diretamente conectadas da tabela de roteamento. Observação: as entradas de interface local em tabelas de roteamento foram introduzidas na versão 15 do IOS. Endereço do Próximo Salto Quando um pacote destinado a uma rede remota chega ao roteador, o roteador procura associar a rede de destino a uma rota na tabela de roteamento. Se uma correspondência for encontrada, o roteador encaminhará o pacote ao endereço do próximo salto pela interface identificada. Consulte o exemplo de topologia de rede na Figura 1. Suponha que PC1 ou PC2 tenha enviado um pacote para a rede 10.1.1.0 ou 10.1.2.0. Quando o pacote chega à interface Gigabit de R1, R1 compara o endereço IPv4 destino do pacote com as entradas na sua tabela de roteamento. A tabela de roteamento é mostrada na Figura 2. Com base no conteúdo da sua tabela de roteamento, R1 encaminha o pacote por sua interface Serial 0/0/0 para o endereço do próximo salto, 209.165.200.226. Observe como as redes diretamente conectadas com uma origem de rota C e L não têm o endereço do próximo salto. Isso ocorre porque um roteador pode encaminhar pacotes diretamente a hosts nessas redes usando a interface designada. É importante compreender que os pacotes não podem ser encaminhados pelo roteador sem uma rota para a rede de destino na tabela de roteamento. Se uma rota que representa a rede de destino não estiver na tabela de roteamento, o pacote será descartado (ou seja, não será encaminhado). No entanto, assim como um host pode usar um gateway padrão para encaminhar um pacote para um destino desconhecido, um roteador também pode incluir uma rota padrão para criar um Gateway de Último Recurso. A rota padrão pode ser configurada manualmente ou obtida de forma dinâmica. Um roteador é um Computador Existem muitos tipos de roteadores de infraestrutura disponíveis. Na verdade, os roteadores Cisco são projetados para atender às necessidades de muitos tipos diferentes de empresas e redes: • Filial – funcionários remotos, pequenas empresas e filiais de médio porte. Inclui Cisco Integrated Services Routers (ISRs) G2 (2ª geração). • WAN – corporações, organizações e empresas. Inclui os switches Cisco Catalyst Series e o Cisco Aggregation Service Router (ASR). • Provedor de serviços – grandes provedores de serviços. Inclui o Cisco ASR, Cisco CRS-3 Carrier Routing System e roteadores 7600 Series. O foco da certificação CCNA é a família de roteadores para filiais. A figura mostra os roteadores Cisco ISR G2 1900, 2900 e 3900. Independentemente de função, tamanho ou complexidade, todos os modelos de roteador são basicamente computadores. E assim como computadores, tablets e dispositivos inteligentes, o roteador também exige: • Unidade central de processamento (CPU). • Sistema operacional (SO). • Memória: RAM, ROM, NVRAM e flash. CPU e SO do Roteador Semelhante a todos os computadores, tablets, consoles para jogos e dispositivos inteligentes, os dispositivos Cisco exigem uma CPU para executar instruções do sistema operacional, como inicialização do sistema e funções de roteamento e de switching. O componente destacado na figura é a CPU de um roteador Cisco 1941 com o dissipador de calor conectado. O dissipador de calor ajuda a dissipar o calor gerado pela CPU. A CPU precisa de um sistema operacional para prover funções de roteamento e switching. O Cisco Internetwork Operating System (IOS) é o software de sistema utilizado pela maioria dos dispositivos Cisco, independentemente de tamanho e tipo do dispositivo. Ele é usado para roteadores, switches LAN, pequenos access points sem fio, grandes roteadores com dezenas de interfaces e muitos outros dispositivos. Memória do Roteador Um roteador tem acesso a armazenamento de memória volátil e não volátil. A memória volátil requer corrente elétrica para manter suas informações. Quando o roteador é desligado ou reiniciado, o conteúdo é apagado e perdido. A memória não volátil retém as informações mesmo quando um dispositivo é reiniciado. O roteador Cisco usa especificamente quatro tipos de memória: • RAM – Esta é a memória volátil usada em roteadores Cisco para armazenar aplicações, processos e dados que devem ser executados pela CPU. Os roteadores Cisco usam um tipo rápido de RAM, a memória de acesso aleatório dinâmica síncrona (SDRAM). Clique em RAM na figura para ver mais informações. • ROM – Esta memória não volátil é usada para armazenar instruções operacionais importantes e um IOS limitado. Especificamente, a ROM é embutida no firmware em um circuito integrado no roteador, que só pode ser alterado pela Cisco. Clique em RAM na figura para ver mais informações. • NVRAM – Esta memória não volátil é usada como armazenamento permanente do arquivo de configuração de inicialização (startup-config). • Flash – Esta é uma memória de computador não volátil usada como armazenamento permanente para o IOS e outros arquivos relacionados ao sistema, como arquivos de log, arquivos de configuração de voz, arquivos HTML, configurações de backup, etc. Quando um roteador é reiniciado, o IOS é copiado da memória flash para a RAM. Todas as plataformas de roteador têm configurações e componentes padrão. Por exemplo, o Cisco 1941 vem com 512 MB de SDRAM, mas ela pode ser expandida para até 2.0 GB. Os roteadores Cisco 1941 também são fornecidos com 256 MB de flash, mas são atualizáveis por meio de dois slots Compact Flash externos. Cada slot oferece suporte a cartões de armazenamento de alta velocidade, podendo chegar até 4 GB. Clique aqui para saber mais sobre o Cisco 1941 Integrated Services Router. Conexão com um Roteador Switches, roteadores e dispositivos Cisco normalmente interconectam muitos dispositivos. Por esse motivo, eles têm vários tipos de portas e interfaces que são usadas para conectar o dispositivo. Por exemplo, o painel traseiro de um roteador Cisco 1941 tem as conexões e portas mostradas na figura. Clique em cada área destacada para ver mais informações. Assim como muitos dispositivos de rede, os dispositivos Cisco usam indicadores de LED (diodo emissor de luz) para fornecer informações de status. Um LED de interface indica a atividade da interface correspondente. Se o LED estiver apagado quando a interface estiver ativa e conectada corretamente, pode ser uma indicação de problema na interface. Se uma interface estiver excessivamente ocupada, seu LED estará sempre aceso. Interfaces LAN e WAN As conexões em um roteador Cisco podem ser agrupadas em duas categorias: interfaces in-band do roteador e portas de gerenciamento. Clique nas áreas destacadas na Figura 1 para ver mais informações. Semelhante a um switch Cisco, existem várias maneiras de acessar o modo EXEC usuário no ambiente CLI em um roteador Cisco. Estes são os mais comuns: • Console – É uma porta de gerenciamento física que fornece acesso out-of-band a um dispositivo Cisco. O acesso out-of-band refere-se ao acesso por meio de um canal dedicado de gerenciamento que é utilizado somente para fins de manutenção do dispositivo. • Shell segura (SSH) – É um método para estabelecer remotamente uma conexão CLI segura por meio de uma interface virtual em uma rede. Ao contrário da conexão de console, as conexões SSH exigem serviços de rede ativos no dispositivo, como uma interface ativa configurada com um endereço. • Telnet – É um método não seguro para estabelecer remotamente uma sessão CLI por meio de uma interface virtual em uma rede. Ao contrário da SSH, a Telnet não oferece conexão criptografada segura. A autenticação de usuário, as senhas e os comandos são enviados pela rede como texto simples. Observação: alguns dispositivos, como roteadores, podem ser compatíveis com uma porta auxiliar antiga que era usada para estabelecer remotamente uma sessão CLI usando um modem. Semelhante à conexão de console, a porta AUX também é uma conexão out-of-band e não exige que os serviços de rede sejam configurados ouestejam disponíveis. Telnet e SSH exigem uma conexão de rede in-band, o que significa que um administrador deve acessar o roteador por uma das interfaces WAN ou LAN. Clique nas áreas destacadas na Figura 2 para ver mais informações. As interfaces in-band recebem e encaminham pacotes IP. Toda interface configurada e ativa no roteador é um membro ou um host em uma rede IP diferente. Cada interface deve estar configurada com um endereço IPv4 e uma máscara de sub-rede de uma rede diferente. O Cisco IOS não permite que duas interfaces ativas no mesmo roteador pertençam à mesma rede. http://www.cisco.com/c/en/us/products/collateral/routers/1900-series-integrated-services-routers-isr/data_sheet_c78_556319.html
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