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Infância e desenvolvimento humano

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Evolução do conceito de infância no decorrer 
da história: 
Idade média: a ideia de infância não existia, 
não se tinha uma compreensão adequada do 
termo. A criança era vista como um “mini 
adulto”, trabalhavam nos mesmos locais, 
usavam as mesmas roupas, aprendiam as 
tarefas do dia a dia, ajudavam nos serviços. 
A família não teria função afetiva. Havia 
grandes índices de infanticídio e mortalidade 
infantil, então as mães procuravam não se 
apegar muito aos filhos. 
Renascimento: ocorre os primeiros passos 
para a separação do adulto e da criança, por 
meio da escolarização. Antes, por não haver 
a distinção entre idades, todos aprendiam da 
mesma maneira sobre as mesmas temáticas. 
A igreja foi um dos maiores contribuintes 
para tal mudança, ao associar a imagem das 
crianças com a de anjos, que refletiam 
inocência e pureza, que se aproxima da 
impecabilidade, impondo uma necessidade 
de amar as crianças e tornando a educação 
obrigatória. 
O fim deste século foi considerado o marco 
da evolução dos sentimentos em relação a 
infância, onde começaram realmente falar na 
fragilidade da criança e suas peculiaridades, 
além de se preocupar com a formação moral 
e construção da mesma. 
Nascimento da concepção de infância: a 
partir do século XVIII, as crianças começaram 
a ser reconhecidas em suas particularidades, 
a ocupar um espaço maior no meio social. 
Agora a família começa a dar ênfase ao 
sentimento que tem em relação à criança, a 
infância é reconhecida como uma época da 
vida merecedora de orientação e educação. 
A paparicação pode ser definida como o 
surgimento de um novo sentimento da 
infância em que a criança se tornava uma 
fonte de distração e de relaxamento para o 
adulto por causa de sua ingenuidade, 
gentileza e graça. Passam a ser tratadas 
verdadeiramente como seres infantis. Ocorre 
o surgimento da afetividade entre família-
criança. 
A atenção excessiva dada às crianças, 
naturalmente pelas mães e pelas cuidadoras, 
causou um sentimento novo: “exasperação” 
ou “apego”. A família começou a se organizar 
e priorizar a criança, passando a planejar 
todo o seu futuro. 
Houve um interesse maior em compreender, 
amparar e educar a criança. Desta forma, 
surge a necessidade de “moralização” do ser 
infantil e a instituição Escola surge com o 
papel de proteção e construção da moral 
através da educação. 
A psicologia do desenvolvimento humano 
estuda os processos de transformação e 
estabilidade ao longo de todo o ciclo de vida 
humano. É um campo que sempre está em 
constante evolução pois estuda 3 principais 
domínios: 
- físico: diz respeito ao crescimento do corpo 
e do cérebro, das capacidades sensoriais, 
habilidades motoras e saúde. 
- cognitivo: diz respeito ao pensamento, 
raciocínio, memória, atenção, criatividade, 
aprendizagem e linguagem. 
- psicossocial: diz respeito às emoções, 
personalidade e relações sociais. 
Obs: Esses domínios possuem uma inter-
relação, ou seja, um domínio afeta os demais. 
 
A psicologia do desenvolvimento estuda 
como variáveis influenciam os indivíduos. As 
variáveis internas estão ligadas às questões 
de maturação orgânica, genética e física do 
indivíduo. As variáveis externas estão ligadas 
à relação do meio com o desenvolvimento do 
indivíduo (contexto familiar, social, cultural, 
etc). 
o Crescimento: refere-se aos parâmetros 
quantitativos, as dimensões do corpo 
humano (peso, altura, idade). Não 
depende de estímulos para acontecer. É 
um pré-requisito para o desenvolvimento. 
 
o Desenvolvimento: refere-se tanto às 
transformações quantitativas quanto as 
transformações qualitativas. Sendo assim, 
está relacionado com as capacidades 
funcionais e a maturação biológica. 
Depende de estímulos externos para 
acontecer (meio cultural, social, etc). 
 
Existem 8 períodos analisados que estuda os 
aspectos físicos, cognitivos e psicossociais: 
o Pré-natal: Da concepção ao nascimento. 
Desenvolve o aspecto físico e o emotivo 
(com o vínculo gerado entre a mãe e o filho 
enquanto ainda está no ventre). 
 
o Primeira infância: Do nascimento aos 3 
anos. O bebê precisa dos cuidados de um 
outro, há a construção de um vínculo 
recíproco que faz com que se inicie o 
desenvolvimento social, afetivo e físico. 
Início da autolocomoção. 
 
o Segunda infância: Dos 3 aos 6 anos. A 
criança tem mais autonomia e começa a 
querer ter interações fora do contexto 
familiar. 
 
o Terceira infância: Dos 6 aos 11 anos. Há 
um controle maior no seu comportamento 
e em suas emoções. Maior consciência de 
seus atos, desejo de fortalecer ainda mais 
os laços com os colegas. 
 
o Adolescência: Dos 11 a aproximadamente 
20 anos. 
 
o Início da vida adulta: dos 20 aos 40 anos. 
 
o Vida adulta intermediária: 40 a 65 anos. 
 
o Vida adulta tardia: dos 65 anos em diante. 
 
Durante a evolução da Psicologia do 
Desenvolvimento houve 1 período formativo e 
4 fases : 
 
Período formativo (1882-1912): marcado pelo 
lançamento do livro “The mind of the Child” 
em 1882, que foi o pontapé inicial das 
pesquisas do desenvolvimento. 
As primeiras sociedades destinadas ao 
estudo do desenvolvimento foram criadas 
com o interesse voltado para a psicobiologia, 
desenvolvimento cognitivo e psicologia da 
personalidade. 
 
Primeira fase (1920 a 1939): estudos 
longitudinais. Analisava o desenvolvimento 
intelectual, maturação e crescimento. 
 
Segunda fase (1940-1959): por causa das 
guerras houve escassez no investimento da 
pesquisa. Estudou-se o desenvolvimento das 
crianças e as influências das variáveis do 
ambiente utilizando métodos correlacionais 
(métodos que não permitiam a análise de 
causa e efeito nas variáveis). 
 
Terceira fase (1960-1989): aumento das 
pesquisas do desenvolvimento humano com 
influência do behaviorismo e aprendizagem 
social, além da ré emergência da teoria 
Piagetiana. A revolução cognitiva também 
influenciou a psicologia do desenvolvimento, 
sendo utilizados métodos experimentais e 
técnicas correlacionais associados a estudos 
longitudinais. 
 
Quarta fase (1990 até dias atuais): o 
desenvolvimento passou a ser visto em todo o 
ciclo vital (olhar o ser como um todo, mais 
amplo). As pesquisas se voltaram para vários 
contextos onde as pessoas se desenvolvem. 
Em 1998 foi fundada a Sociedade Brasileira 
de Psicologia do Desenvolvimento. Novos 
métodos de pesquisa foram incorporados. 
 
 
O objeto de estudo da psicologia do 
desenvolvimento é o ser humano durante 
todo seu ciclo vital. Já o objetivo é 
levantar/gerar informações que possam 
colaborar para os trabalhos de prevenção e 
promoção da saúde. 
 
 
- Perspectiva psicanalítica: Criada por Freud. 
Para ele, a personalidade se forma através de 
conflitos inconscientes da infância entre os 
impulsos do id e as exigências da sociedade. 
Esses conflitos ocorrem em 5 fases na qual ele 
denominou de desenvolvimento psicossexual. 
 
Em cada uma dessas fases, o comportamento 
(principal fonte de prazer ou frustação) muda 
de acordo com as necessidades do sujeito. As 
3 primeiras fases (oral, anal e fálica ) seriam 
as mais importantes para a vida da criança e 
para o desenvolvimento da personalidade, 
pois se em uma delas a criança receber pouco 
ou muito prazer/frustação, seria provável 
delas desenvolverem uma fixação que mais 
pra frente, na vida adulta, seria evidente na 
personalidade da pessoa. 
 
- Perspectiva interacionista: proposta por 
Piaget e Vygotsky. Teoria de interação entre 
organismo e meio. Enxerga a aprendizagem 
como um processo construído pelo indivíduo 
durante toda a sua vida de forma ativa, 
utilizando dos objetos e suas significações 
para conhecer, aprender e se desenvolver. 
 
Piaget: Na concepção de Piaget, a criança é 
ativa e age espontaneamente no meio. As 
suas estruturas mentais são próprias ao seu 
nível de desenvolvimento, que é marcado por 
estágios (sensório motor, pré-operatório, 
operatório concreto e operatório formal). É 
pelo contato com o mundo que os 
conhecimentos são construídos. Desta forma 
ela vaise desenvolvendo. 
 
Vygotsky: Para ele o desenvolvimento tem 
influência do contexto sócio-histórico-
cultural. Através da relação com os mais 
experientes e pela força da linguagem que o 
sujeito aprende de forma mais ativa no meio 
em que está inserido. As influências e 
mudanças são recíprocas ao sujeito e ao meio 
onde se encontra. 
 
- Perspectiva bioecológica: desenvolvida por 
Urie Bronfenbrenner. É uma das teorias mais 
aceitas sobre a influência do meio social no 
desenvolvimento das pessoas. Defende que o 
ambiente em que crescemos afeta todos os 
planos da nossa vida. Julgava este processo 
como um sistema.

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